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Ministério da Educação

Universidade Federal de São Paulo


Campus Baixada Santista
Departamento de Biociências
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MARIA JOSÉ PIRES

A EFICÁCIA DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS NO FECHAMENTO DE DEISCÊNCIA


DE FERIDA OPERATÓRIO EM PACIENTE DIABETICO.

Santos/SP
2021
MARIA JOSÉ PIRES

A EFICÁCIA DAS ONDAS ULTRASSÔNICAS NO FECHAMENTO DE DEISCÊNCIA


DE FERIDA OPERATÓRIO EM PACIENTE DIABETICO.

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-


graduação apresentado à Universidade
Federal de São Paulo como parte dos
requisitos para obtenção do título de
especialista em Fisioterapia
Dermatofuncional.

Orientadora: Profª. Dra. Lívia Assis Garcia

Santos/SP
2021
RESUMO

A pele é apresentada como o maior órgão do corpo, o reparo de ferida e o esforço dos
tecidos lesionados para restaurar a função e as estruturas normais após o trauma. A ferida
operatória (FO)e a perda da continuidade do tegumento, evidente pela ruptura das camadas da
pele, a deiscência e uma complicação na cicatrização da FO, podendo ser parcial de poucos
sentimentos ou completamente aberta com ou sem a protusão de órgão., O Diabetes Mellitus (DM)
é uma síndrome de distúrbios metabólico com hiperglicemia inapropriada que pode levar uma
dificuldade cicatricial das feridas, devido. As ondas ultrassônicas pode ser uma estratégia
terapêutica efetiva para o reparo do tecido. Este trabalho tem como objetivo retratar as informações
observadas com a aplicação das ondas ultrassônicas na deiscência de FO, utilizando como método
relato do paciente, fotografando a lesão antes de cada atendimento, para obtendo as informações
foi pesquisado alguns estudos assim como outros métodos utilizados no fechamento de FO, o
curativo adequado e um dos métodos utilizado para absorver exsudato ou drenagem enquanto
houver secreção, o estimulo realizado com as ondas ultrassônica restaurou o processo de
inflamação de forma controlada, os resultados foram observados com a evolução da paciente a
diminuição da alta sensibilidade local, edema e dor a cada aplicação, a pele seca foi desbridada
deixando à mostra a pele nova porem frágil, na quarta sessão a FO estava fechada, os equipamentos
nos encoraja na buscar de conhecimento e tratamentos promissor em seres humanos, o estimulo
efetuado com as ondas ultrassônica foi eficaz no fechamento da deiscência da FO, primaria sendo
a técnica positiva, em outros graus de lesão necessita de uma análise quantitativa para seguir na
afirmação.

Palavras-chave: Diabetes, ondas ultrassônicas, deiscência, cicatrização.


ABSTRACT

The skin is presented as the largest organ in the body, wound repair and the effort of injured
tissues to restore normal function and structures after trauma. The surgical wound (O) and the loss
of integument continuity, evident by the rupture of the skin layers, dehiscence and a complication
in the healing of OC, which may be partial to a few feelings or completely open with or without
organ protusion., Diabetes Mellitus (DM) is a syndrome of metabolic disorders with inappropriate
hyperglycemia that can lead to a scar difficulty of the wounds, due. Ultrasonic waves can be an
effective therapeutic strategy for tissue repair. This work aims to portray the information
observed with the application of ultrasonic waves in oC dehiscence, using as a method report of
the patient, photographing the lesion before each care, to obtain the information was researched
some studies as well as other methods used in the closure of OC, the appropriate dressing and one
of the methods used to absorb exudate or drainage while there is secretion, the stimulation carried
out with the ultrasonic waves restored the process of inflammation in a controlled manner, the
results were observed with the evolution of the patient the decrease of high local sensitivity, edema
and pain with each application, dry skin was debrided leaving to show the new skin but fragile, in
the fourth session the OC was closed, the equipment encourages us in the search for knowledge
and promising treatments in humans, the stimulation effected with ultrasonic waves was effective
in closing the dehiscence of the OC, primarily being the positive technique, in other degrees of
injury requires a quantitative analysis to follow in the statement.

Keywords: Diabetes, ultrasonic waves, dehiscence, healing.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros de operação do equipamento DermeClean fabricante Dermius

Tabela 2. Demarcação dos pontos, tempo de aplicação em cada ponto, total de tempo
aplicação por dia de atendimento

Tabela 3. Registro fotográfico do início e fim do tratamento

Tabela 4A. Registro fotográfico do resultado do tratamento

Tabela 4B. Registro fotográfico do resultado do tratamento


LISTA DE SIGLAS

Sigla 1. (ANVISA) Agência de Vigilância Sanitária

Sigla 2. (CCIH) Comissão de Infecção Hospitalar

Sigla 3. (DM) Diabetes Mellitus

Sigla 4. (EGF) Fator de Crescimento Epidermal

Sigla 5. (FGF) Fator de Crescimento de Fibroblasto

Sigla 6. (FO) Ferida Operatória

Sigla 7. (HAS) Hipertensão Arterial Sistêmica

Sigla 8. (HeNe) Hélio Neônio

Sigla 9. (Hz) Hertz

Sigla 10. (IDF) International Diabetes Federation

Sigla 11. (ISC) Infecção Sítio Cirúrgico

Sigla 12. (KHz) Quilo-Hertz

Sigla 13. (MHz) Mega-Hertz

Sigla 14. (OMS) Organização Mundial da Saúde

Sigla 15. (PDGF) Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas

Sigla 16. (PO) Pós-Operatório

Sigla 17. (TGF) Fator de Crescimento Transformador

Sigla 18. (TGF-B) Fator de Crescimento Transformador Beta

Sigla 19. (TNF-a) Fator de Necrose Tumoral Alfa


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................8

1.1. PELE ............................................................................................................................8

1.2. REPARO TECIDUAL................................................................................................10

1.3. FERIDA CIRÚRGICO E DEISCÊNCIA....................................................................12

1.4. DIABETES MELLITUS............................................................................................13

1.5. ONDAS ULTRASSÔNICA MECANICA .................................................................14

2. OBJETIVOS.................................................................................................................17

3. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................... ...............................................18

4. RESULTADOS ...........................................................................................................20

5. DISCUSSÃO.................................................................................................................23

6. CONCLUSÃO..............................................................................................................26

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................27
“Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para
encher com sabedoria.’’- O Caibalion
8

1 INTRODUÇÃO

A Dermatofuncional é uma especialidade da Fisioterapia, que atua na prevenção


promoção e recuperação físico funcional da pele, o conhecimento em anatomia, fisiologia e
patologia garante seriedade do atendimento na área, direcionando a forma mais eficaz de
tratamento para cada paciente, potencializando e assegurando resultados e efeitos sem causar
risco a saúde (BORGES, 2010). A mão é uma estrutura altamente especializada, para ter ação
funcional eficaz a mão deve possuir um revestimento adequado, afins de suportar atrito e a
pressão necessária à realizar preensão e pinçamento, uma função motora com potência suficiente
para aplicar a força necessária, tendões com extensão suficiente para movimentar as articulações
nas amplitude de movimentos requeridos, as articulações devem ser capazes de proporcionar o
máximo possível de movimento com manutenção concomitante da estabilidade, falhas em
qualquer um desses fatores, como na inervação tanto motora quanto sensitiva, e na vascularização
pode trazer prejuízos funcionais (DANGELO, et al., 2017). A disfunção mais comum que afeta
a mononeurite, causada pela compressão do nervo mediano (STANDRING, 2010). O tratamento
inclui imobilização do punho medicações e fisioterapia, na falta do tratamento conservador e a
intensificação dos sintomas é necessário descompressão cirúrgica do nervo mediano
(TOWNSEND, et al., 2015). O diabetes mellitus é uma síndrome de distúrbio metabólico com
hiperglicemia inapropriada, devido a uma deficiência total ou relativa da insulina, que quando
descompensada pode lentificar o processo cicatricial, interferindo no metabolismo do colágeno,
podendo levar a fragilidade da cicatrização da ferida operatória, podendo ocasionar a deiscência
da cicatriz. (GARDNER, et al., 2013; MARQUES, et al., 2016; CAMPOS, et al., 2016).

1.1 PELE

A pele é constituída de três camadas: a epiderme, mais externa; a derme, segunda


camada; e a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, para alguns autores, a hipoderme não faz
parte das camadas da pele, serve como interface para unir as demais camadas da pele aos tecidos
profundos, LINHARES, et al., (2013). A epiderme é um epitélio pavimentoso multiestratificado,
formado por camadas de células achatadas justapostas, dispostas em cinco camadas: a camada
basal ou germinativa é a mais interna constituída por células de filamentos intermediários de
queratina que se tornam mais numerosos à medida que avançam para a superfície, seguida da
9

camada espinhosa, nestas camada estão presente as troncos dos queratinócitos, logo vem a
camada granulosa que possui fileiras de células poligonais achatadas tem seu nome devido a
presença dos grânulos de á deposição do material lipídico que auxilia na formação da barreira
contra a penetração de substâncias, tornando a pele impermeável, protegendo contra a saída e
entrada da água, em seguida tem a camada transparente ou lúcida formada por uma fina camada
de células achatadas, a maioria tem limites indistintos, que perderam os núcleo e organelas
digeridos pelas enzimas dos lisossomos presente no citoplasma, a camada córnea é a camada
mais proeminente em área de pele espessa a mais superficial da epiderme formada por diversos
planos de células achatadas, intimamente ligadas e mortas substituídas pela queratina ou seja
células corneificadas, que são empurradas em direção a superfície do corpo, pela renovação
celular constante, (LINHARES, et al., 2013; LACERDA, et al., 2009; SOUZA, 2010). Ainda
nas camadas mais inferiores da epiderme estão os melanócitos, células produtoras de melanina,
cuja função é proteger a pele contra os raios ultravioleta, as células de Langerhans, que fazem
parte do sistema imunológico, as células de Merkel, especializadas em sensações
mecanorreceptoras e comumente encontradas nas palmas das mãos, nos pés e nos lábios.
Conforme SPENCER, (1991); KUMAR, (2013), a epiderme penetra na derme e origina os
folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas, ainda na derme encontramos
músculos eretor dos pelos, fibras elásticas que dão elasticidade à pele, e fibras colágenas que dão
resistência, encontramos os vasos sanguíneos e os nervos, a derme é essencial para a
sobrevivência da epiderme e tecidos adjacentes, com suas relações funcionais e estruturais
importantes.
De acordo com TORTORA, et al., (2016); STANDRING, (2010), na derme estão os
fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras colágenas, imersos em substância amorfa
gelatinosa, a derme é dividida por limites distintos em duas regiões: papilar superficial e fina e
reticular mais profunda e expressa, a região papilar consiste de finas fibras elásticas e colágenas,
que se projetam na superfície inferior da epiderme, chamadas papilas dérmicas,. As papilas finas
que recobre a maior parte do corpo são relativamente poucas, pequenas e irregularmente
dispersas, na pele espessa das palmas das mãos e plantas dos pés, são relativamente numerosas
altas dispostas em fileiras padronizadas, regiões estas submetidas a maior estresse mecânico.
SPENCER, (1991); LACERDA et al., (2009). A hipoderme é uma camada de tecido conjuntivo
frouxo de espessura variável que se funde com a face profunda da derme, frequentemente é
adiposa, o componente adiposo contribui para a isolação térmica, atua como amortecedor de
10

choques, impedir a perda de calor e constitui reserva de material nutritivo. STANDRING (2010);
JUNQUEIRA et al., (2018).

1.2 REPARAÇÃO TECIDUAL

Segundo TOWNSEND, et al., (2015), O reparo de feridas, é o esforço dos tecidos


lesados para restaura as funções normais após o trauma, e restabelecer a barreiras protetora, o
fluxo sanguíneo e linfático, a restauração da integridade mecânica do sistema lesionado pode ser
comprometido por causa da urgência para o restabelecimento das funções, todas as feridas
passam pelas mesmas etapas básicas de reparo, envolve um processo reparador ordenado e
cronológico, passando pelas fases de inflamação, proliferação e maturação, a quantidade de
tecido perdido e a presença ou não de infecção influenciam no tipo de cicatrização, que poderá
ser de primeira, segunda e terceira intenção, a fase Inflamatória, e a reação imediata do tecido,
representa a tentativa de limitar o dano tecidual mediante a parada do sangramento, com o
selamento da superfície da ferida e remoção de qualquer tecido necrótico, resíduos estranhos ou
bactérias presentes, ocorre maior permeabilidade vascular, migração de células de defesa para a
ferida, , quimiotaxia, secreção de citocinas. Conforme TOWNSEND, et al., (2015); CAMPOS,
(2016), com a liberação de substância vasoconstritora pela membrana celulares principalmente
a tromboxana A2 e a prostaglandinas, ocorre a cascata de coagulação estimulada pelas plaquetas,
visando a hemostasia, com ação dos fatores de crescimento de transformação beta – TGF-B e
PDGF que também é fator de crescimento, dos macrófagos, queratinócitos e células endoteliais,
além dos fatores de crescimentos derivados dos fibroblastos FGF, fator de crescimento
epidérmico EGF, as prostaglandinas e tromboxanas que atraem neutrófilos à ferida, o coágulo é
formado por colágeno, plaquetas e trombina. De acordo com GROSSMAN, et al., (2016);
SPENCER, (1991), a fase proliferativa é construída por epitelização, angiogênese, formação de
tecido de granulação e deposição de colágeno, tendo início ao redor do 4ª dia após a lesão e se
estende aproximadamente até o término da segunda semana, a epitelização ocorre precocemente,
se a membrana basal estiver intacta, as células epiteliais migram em direção superior, e as
camadas normais da epiderme são restauradas em três dias, se a membrana basal for lesionada,
as células epiteliais das bordas da ferida começam a proliferar na tentativa de restaurar a barreira
protetora, a angiogênese é estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), caracterizada
pela migração de células endoteliais a formação de capilares, são essenciais para a cicatrização
11

adequada, a à formação de tecido de granulação, os fibroblastos e as células endoteliais são as


principais células dessa fase, os fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida, porém
precisam ser ativados para sair do estado de quiescência e iniciar a produção de colágeno tipo I
e a transformarem-se em miofibroblastos que promovem a contração da ferida BARBUL, (1997).
De acordo com GROSSMAN, et al., (2016); BARBUL, (1997). A fase de
maturação ou remodelamento, inicia-se aproximadamente 3 semanas após a lesão, com o
desenvolvimento da cicatrização fibrosa podendo continuar por 6 meses ou mais dependendo da
extensão da ferida, durante esta fase ocorre simultaneamente a redução da vascularidade e
remodelação contínua do tecido cicatricial, simultaneamente, é uma fase importante
clinicamente, o colágeno produzido inicialmente é mais fino do que o colágeno presente na pele
normal, tem orientação paralela à pele, com o tempo o colágeno inicial colágeno tipo III e
reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de tensão,
estas mudanças ocorrem devido ao aumento da força tênsil da ferida, sendo a reorganização da
nova matriz um processo importante da cicatrização, os fibroblastos e leucócitos secretam
colagenases, enzimas que promovem a lise a destruição da matriz antiga, a velocidade a
quantidade e a qualidade da matriz depositada e muito importante pois determina a resistência
da cicatriz da ferida, no DM a deposição precária da matriz se dá devido ao grau reduzido da
inflamação fragilizando a cicatrização, mesmo após um ano a ferida apresentará um colágeno
menos organizado do que o da pele sã, e a força tênsil jamais retornará totalmente. Conforme
MARQUES, et al., (2016), o processo de cicatrização está relacionado a diversos fatores
sistêmicos, que podem lentificar em uma ou mais fases da cicatrização, pode interferir no
metabolismo do colágeno e prolongar a fase inflamatória impedindo a epitelização, quando há
uma ferida superficial na pele a cicatrização ocorre pelo processo de epitelização o tecido epitelial
que recobre a ferida tem cor rosada, portanto a ferida em cicatrização tem nova pele de cor
rosada, doenças como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), DM, obesidade, alcoolismo
crônico, predispõem o aumento e a incidência de infecção da ferida operatória, são fatores que
podem causar lentidão no processo de cicatrização.
De acordo com CAMPOS, et al., (2016), a cicatrização por primeira intenção
ocorre quando as bordas da lesão estão justapostas, não apresentam infecção são aproximadas
cirurgicamente, por segunda intenção, ocorre quando as bordas estão afastadas pela perda
tecidual significativa, e a lesão poderá apresentar ou não processo infeccioso, na cicatrização por
terceira intenção, acontece a aproximação das bordas, depois de uma preparação inicial do leito
da ferida, principalmente se ela apresentar indícios de infecção, que deve ser, inicialmente,
12

tratada para posterior sutura da lesão. Segundo FERREIRA, et al., (2018), a deficiência de
vitaminas também pode interferir no processo de cicatrização, as vitaminas são substancia
orgânicas fornecidas pela dieta, uma vitamina importante no processo de cicatrização e a
vitamina C que participa do processo de hidroxilação dos aminoácidos hidroxilisina e
hidroxiprolina, durante o processo de maturação do colágeno como coenzima das Protocolágeno
lisina hidroxilase, e prolina hidroxilase, a deficiência da vitamina C leva a uma resposta
imunológica diminuída, possibilitando a infecção, é uma diminuição da proliferação dos
fibroblastos e da angiogênese, a fragilidade dos capilares pode leva ao aparecimento de sinais
patológicos nos tecidos de suporte, como os ossos, cartilagem, tecido conjuntivo, vasos
sanguíneos e na pele, todos estes tecidos possuem colágeno na sua constituição.
Relata MARQUES, et al., (2016). no Brasil, a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA) recomenda à Comissão de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada instituição a usar o
indicador sobre taxa de infecção do sítio cirúrgico (ISC), como parâmetro de qualidade e
segurança dos serviços de saúde oferecidos, de 14% a 16% das infecções, são encontradas nos
pacientes hospitalizados.

1.3 FERIDA CIRÚRGICA E DEISCÊNCIA

O termo ferida é designado para definir a perda da solução de continuidade do


tegumento, evidenciada pela ruptura das camadas da pele e de estruturas mais profundas, como
fáscias musculares, cartilagem, tendões, ossos, pondo ser causada por fatores intrínsecos, SILVA,
(2007)., a deiscência é uma complicação na cicatrização da FO (Ferida Operatória), descrita por
sendo uma ruptura da sutura com separação das bordas, com ou sem protrusão de órgão, pode
ser classificada como parcial de poucos sentimentos, ou completamente aberta, pode estar
associada à idade acima de 65 ao uso de tabaco, alcoolismo, diabete mellitus, obesidade, câncer,
excesso de tensão na ferida operatória e outras complexidades, o sítio cirúrgico mais afetado e a
região abdominal, fora da região abdominal deve se considerar a complexidade da processo em
evolução (CAMPOS, et al., 2016 e MARQUES, et al, 2016). Antes de operar um paciente com
uma lesão, é avaliado e investigado cuidadosamente de todos os tecidos como pele, ossos,
articulações, nervos, vasos sanguíneos e músculos, a pele é frequentemente apresentada como o
nosso maior órgão, e a nossa interface com o mundo externo, uma de suas funções e a barreira
protetora contra microorganismo que podem causar doença, além de ser um órgão sensorial da
13

dor, temperatura e toque, a perda de sua integridade coloca em risco a segurança do organismo
e provoca uma reação complexa da cicatrização (KIRK, 2012).

1.4 DIABETES MELLITUS

De acordo com BANDEIRA, (2017) e TAVARES, (2013), Diabetes Mellitus


(DM) é um conjunto de distúrbios metabólicos de diferentes etiologías, caracterizados por
hiperglicemia crônica, resultante da diminuição da sensibilidade dos tecidos à ação da insulina,
hormônio que tem a função de metabolizar a glicose para produzir energia para as células, a
deficiência de sua secreção leva a hiperglicemia, ao longo dos anos associa-se a lesões em vários
órgãos como os rins, coração, olhos, nervos e vasos sanguíneos, e alteração da função endotelial.,
Segundo MOORE, et al., (2014), o pâncreas é uma glândula acessória da digestão, com função
exócrina que libera o sulco pancreático no duodeno, produzido pelas células acinares, sua função
endócrina, libera glucagon e insulina na corrente sanguínea. Relata SALES, (2016) e VILAR, et
al., (2013), o DM e fonte de inúmeras complicações sistêmica, microvascular, relacionadas com
aterosclerose acelerada, podendo levar a distúrbios crônicos. De acordo com GUYTON, et al.,
(2013), o diabetes mellitus tipo 1, também chamada insulina dependente, corresponde de 5 a
10% dos casos de DM, causada pela destruição das células beta do pâncreas, que ficam incapazes
de secretar insulina de forma suficiente para manter a normoglicemia, é mais comum em crianças
e adolescentes, subdivide em tipo 1 A, de causas autoimune, tipo 1 B de causa idiopática, DM
autoimune latente do adulto é uma forma lentamente progressiva de diabetes por destruição do
pâncreas.
Conforme SALES, (2016). O diabetes mellitus tipo 2, corresponde de 90% a 95%
dos casos, causado pela resistência à insulina em pessoas com incapacidade pancreática de
manter os níveis séricos de insulina altos o suficiente para vencer essa resistência e manter a
normoglicemia, ou seja ocorre aumento da concentração de insulina plasmática, e a distribuição
autoimune das células beta não ocorre, surge depois dos 30 anos de idade, geralmente entre 50 a
60 anos, a evolução da doença é gradual, em adultos com sobrepeso. (GROSSMAN, et al., 2016).
Outros tipos específicos de diabetes a da maturação, caracterizada em jovens geralmente antes
dos 25 anos, ligada a alterações genética herdadas, sofre influência de fatores ambientais
acometendo individualmente de três gerações consecutivas da mesma família, as mutações
herdadas comprometem as funções das células beta, o diabetes gestacional é definida com a
intolerância ao carboidrato, a gestação por si só consiste em condição propícia ao DM, a placenta
14

produz hormônio hiperglicemiantes e enzimas placentária que degradam a insulina, o aumento


compensatório na produção de insulina e na sua resistência pode evoluir com disfunção das
células beta, pode causar danos para a mãe e o feto, sendo este processo transitória ou não
(SALES, 2016 e GUYTON, et al., 2013). De acordo com OLIVEIRA, et al., (2017). O DM é
um importante e crescente problema para todos os países, independentemente do seu grau de
desenvolvimento, em 2015 a Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes
Federation, IDF), estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 70 anos de idade sendo
415 milhões de pessoas portadoras de diabetes, se esta tendência persistir, o número de pessoas
portadoras de DM, pode ser superior a 642 milhões em 2040, cerca de 75% dos casos são de
países em desenvolvimento, associado a fatores, como rápida urbanização, transição
epidemiológica, transição nutricional, estilo de vida sedentário, excesso de peso, crescimento e
envelhecimento populacional, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que a
glicemia elevada é o terceiro fator da causa de mortalidade prematura, superada apenas pela
pressão arterial aumentada e o uso do tabaco. Destacando-se o DM como uma importante doença
crônica, de elevada causa de morte global (FLOR, et al., 2017).

1.5 ONDAS ULTRASSÔNICAS MECÂNICAS

De acordo com MACHADO, et al., (2008), as ondas ultrassônicas mecânicas são


ondas sonoras não audíveis produzidas a partir da transmissão da corrente comercial em corrente
de alta frequência em torno de 870 KHz, estas ondas, ao incidir sobre um cristal de quartzo ou
material similar, faz com que o cristal se comprima e se dilata alternadamente emitindo as ondas
ultrassônicas na mesma frequência da corrente recebida ou incidente, denominado efeito
piezoelétrico. De acordo com KITCHEN, et al., ( 2003), ao ouvido humano a velocidade do som
no ar é de 330 m/s, em uma frequência de até 18.000Hz (18 KHz), o comprimento de onda do
som audível para o ouvido e mais sensível e cerca de 1, 6 KHz cerca de 20 cm, nas frequências
ultrassônica acima de 18 KHz o comprimento de onda torna-se muito curto, porque o som não
corre muito longe através do ar, o ultrassom se propaga pela água, um meio no qual a velocidade
do som é de 1500 m/s, a 1,5 MHz o comprimento de onda na água é 1 mm, este de fato é usado
na medicina, já que a maioria dos tecidos corporais são constituídos principalmente de água, e
comprimentos de onda milimétricos nas baixas frequências de mega-hertz usadas de 0,75 – 10
MHz são comparáveis ao tamanho das estruturas tissulares com as quais são necessária a
interação. (LOW, et al., 2001; MACHADO, et al., 2008).
15

A voltagem através do transdutor do ultrassom pode ser aplicada continuamente durante


o tempo todo de tratamento, denominado ondas continuam ou podem ser aplicada em pulsos, a
energia em uma onda de ultrassom é caracterizada pela intensidade unidade de tempo, usado no
ultrassom clínico e Watts/cm² o ultrassom na fisioterapia comumente opera a 0,75; 1,0; 1,5; ou
3 MHz (CAMERON, 2011; KITCHEN, et al., 2003). No ultrassom convencional a medida que
o estímulo atravessa os tecidos parte da energia é absorvida, e parte da energia é refletida pelas
estruturas que se encontram em suas trajetórias, o que caracteriza espalhamento de parte da
energia que é absorvida pelo próprio meio levando a um aquecimento local (HAYES, et al.,
2002).
A forma contínua produz maior quantidade de calor decorrente da vibração de partículas
acelulares, através do atrito entre si é produzido o efeito térmico, alterando o metabolismo e a
permeabilidade das células, auxiliando na regeneração e cicatrização das feridas, sendo mais
eficaz no tratamento de lesões crônicas (STARKEY, 2001). Conforme AGNES, (2005), no
ultrassom de modo pulsado as ondas são emitidas com pequenas interrupções, o que não
predomina efeito térmicos, decorrente do intervalo entre a transmissão das ondas que permite ao
tecido dissipar o calor recebido, capaz de estimular a cicatrização e diminuir os sinais
inflamatórios diminuindo inchaço, mais indicado no tratamento de lesões agudas. Segundo a
empresa DERMIUS, (2019).
Equipamento Ultrassom Cauterizador DermeClean com registro na ANVISA Nº
81405469001 que emite ondas ultrassônicas mecânicas, é uma tecnologia desenvolvida com a
finalidade de ser utilizada na área da estética na micropigmentação e dermatológica, o fabricante
propõe que por meio das ondas ultrassônicas, em uma frequência que variam de 50 a 60 Hz -
Hertz, em uma escala de intensidade de 8% a 100%, a intensidade utilizada no tratamento pelo
terapeuta vai variar de acordo com a espessura e textura da pele, iniciando com o mínimo de
intensidade e aumentando gradualmente quando necessário, a quantidade de aplicação e tempo
de sessões vai de acordo com o tratamento realizado
A Dermatofuncional é uma especialidade da Fisioterapia, que atua na prevenção
promoção e recuperação físico funcional, o conhecimento em anatomia, fisiologia e patologia
garante seriedade do atendimento na área, direcionando a forma mais eficaz de tratamento para
cada paciente, potencializando e assegurando resultados e efeitos sem causar risco a saúde
(BORGES, 2010).
No presente estudo utilizou-se uma deiscência cicatricial de mão de uma paciente
dianética. A mão é uma estrutura altamente especializada, para ter ação funcional eficaz a mão
16

deve possuir um revestimento adequado, afins de suportar atrito e a pressão necessária à realizar
preensão e pinçamento, uma função motora com potência suficiente para aplicar a força
necessária, tendões com extensão suficiente para movimentar as articulações nas amplitude de
movimentos requeridos, as articulações devem ser capazes de proporcionar o máximo possível
de movimento com manutenção concomitante da estabilidade, falhas em qualquer um desses
fatores, como na inervação tanto motora quanto sensitiva, e na vascularização pode trazer
prejuízos funcionais (DANGELO, et al., 2017). A disfunção mais comum que afeta a
mononeurite, causada pela compressão do nervo mediano (STANDRING, 2010). O tratamento
inclui imobilização do punho medicações e fisioterapia, na falta do tratamento conservador e a
intensificação dos sintomas é necessário descompressão cirúrgica do nervo mediano
(TOWNSEND, et al., 2015). Sabendo que o diabetes mellitus é uma síndrome de distúrbio
metabólico com hiperglicemia inapropriada, devido a uma deficiência total ou relativa da
insulina, que quando descompensada pode lentificar o processo cicatricial, interferindo no
metabolismo do colágeno, podendo levar a fragilidade da cicatrização da ferida operatória,
podendo ocasionar a deiscência da cicatriz (GARDNER, et al., 2013; MARQUES, et al., 2016;
CAMPOS, et al., 2016), a hipótese do presente estudo foi que as ondas ultrassónicas poderiam
favorecer o reparo tecidual.
17

2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo observar os efeitos da utilização das ondas
ultrassônicas na deiscência de ferida operatória de mão de paciente portadora de DM.
18

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para este estudo de caso foi acompanhado paciente de sexo feminino de 47 anos,
diabética, submetida a procedimento cirúrgico no punho esquerdo no dia 12/09/2019, no dia
03/10/2019 aos 21 dias de PO retirou os pontos até então estava tudo bem.No dia 04/10/2019
aos 22 dias de PO a cicatriz abriu, apresentava dor, edema, palidez em volta da mão, muito
abalada emocionalmente, relato da paciente após orientação medica a procurou tratamento com
a Fisioterapia para tratamento, na tentativa de auxiliar no processo de fechamento da FO.

De acordo com seu médico, caso o tratamento com a Fisioterapia não fosse eficaz seria
submetida a reabordagem para desbridamento da ferida, por ser diabética. O tratamento
fisioterapêutico foi realizado mediante termo de autorização da paciente devidamente assinado
para fotografar, observar e relatar os resultados do tratamento, que foi realizado em local limpo,
arejado, com materiais seguindo as normas de segurança, para higienização e adequação do
atendimento.

Para informação detalhada da técnica eleita, realizada consulta na plataforma Pub-med,


com estudos da técnica com efeitos e resultados promissor, além de outras técnicas demostrando
possibilidades assertivas, de tratamentos em clinicas e consultórios de fisioterapia.

Tabela 1. Parâmetros de operação do equipamento DermeClean fabricante Dermius

PARÂMETROS DE OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO

DermeClean – Fabricante Dermius

100 a 230 Volts

10 Watts

50/60 Hertz

8% a 100% Frequência

Registro Nº 81405469001

Fonte: Pires (2019)


19

Tabela 2. Demarcação dos pontos, tempo de aplicação em cada ponto, total de tempo de
aplicação por atendimento.

PONTOS E TEMPO DE APLICAÇÃO


Segmento Pontos Aplicação Tempo

Palma da mão 5 3 min 15 min

Punho 3 3 min 9 min

Nervo mediano Punho até o cotovelo 8 min 8 min

Nervo ulnar Punho até o cotovelo 8 min 8 min

Total 40 min

Fonte: Pires (2019)


20

4 RESULTADOS

A qualidade da cicatriz se dá de acordo com a aceleração, afluência e característica


da matriz depositada pelos fibroblastos no processo de maturação da cicatriz, a desordem nas
funções metabólicas predispõem a deposição precária da matriz, devido ao grau reduzido da
inflamação, levando a fragilidade da cicatriz propiciando a deiscência, o estímulo realizado com
as ondas ultrassônicas mecânicas restaurando o processo de inflamação de forma controlada , os
resultados foram observados por meio de fotografia tiradas antes do início de cada aplicação na
primeira foto pode se observar a lesão úmida e aberta, inchada, e com pouca coloração, revelando
sinais de desordem na cicatrização, no início ao tratamento paciente apresentou alta sensibilidade
local , diminuindo a cada aplicação, na terceira sessão a pele que se apresentava seca em volta
da lesão se soltou, na quarta sessão a lesão já estava fechada porem a cicatriz se apresentava
frágil e leve aderência, sendo liberada no decorrer das sessões, na decima sessão alcançado o
objetivo s lesão se apresentava totalmente fechada evitando a reabordagem.

Tabela 3. Registro fotográfico do início e fim do tratamento

Foto 1 B – 25 PO 1ª sessão 07/10/201 Foto 10 – 55 PO 10ª sessão 06/11/2019

Imagem mostra a cicatriz com deiscência Imagem mostra a cicatriz fechada

Fonte: Pires (2019)


21

Tabela 4A. Registro fotográfico do resultado do tratamento

TRATAMENTO
Foto 1 A - Dermarcação dos pontos de aplicação
Demarcaçao dos pontos

Fonte: Pires (2019)


Foto 1 B – 25 PO Primeira sessão 07/10/2019
25 PO – 07/10/2019 – Paciente ainda relata dor intensa latejante, dormência nos dedos, após a aplicação das ondas

ultrassônica mecânica, estimulando a vasodilatação para as células, ainda não apresenta melhora aparente, após a

aplicação das ondas ultrassônica o foi ocluída a ferida gaze estéril.


Fonte: Pires (2019)
Foto 2- 27 PO Segunda sessão 09/10/2019
27 PO – 09/10/2019 – Paciente relata pequena diminuição no quadro de dor latejante, passando do nível 10(dez) para 9

(nove), a ferida está aberta úmida, com edema rubor e calor, após a aplicação das ondas ultrassônica mecânica,

estimulando a vascularização através do calor gerado, a aceleração da reação química com a migração dos macrófagos e

remoção do tecido lesado, após aplicação a ferida foi ocluída com gaze estéril.
Fonte: Pires (2019)
Foto 3 – 32 PO Terceira sessão 14/10/2019
32 PO – 14/10/2019 – Paciente apresenta sensibilidade dolorosa alta, com pequena diminuição da latência, nível de
dor 8 (oito), ainda sente parestesias nos dedos nas falanges medial, a pele envolta da ferida está mais seca, após
aplicação das ondas ultrassônica mecânica, a ferida foi ocluída com gaze estéril.

Fonte: Pires (2019)


Foto 4 – 34 PO Quarta sessão 16/10/2019
34 PO – 16/10/2019 - Paciente relata diminuição da dor nível 6 (seis) moderada, está com dor somente em alguns
pontos da ferida, na região do túnel do nervo ulnar, e no dedo mínimo, quando toca no local, ainda está com parestesia
nas falanges mediais, a pele que estava seca em volta da ferida se soltou por completa, a ferida está fechada observado
a formação do tecido novo, ação dos fibroblastos e angiogênese, apresenta tecido rosado no local, mantido o local
limpo sem curativo oclusivo.
Fonte: Pires (2019)
Foto 5 – 39 PO Quinta sessão 21/10/2019
39 PO – 21/10/2019 – Paciente relata diminuição na dor nível 4 (quatro) moderada, ainda sente dormência nas
falanges medial, a ferida está fechada seca com tecido rosado, diminuição do edema, toda a extensão do antebraço está
mole o tecido muscular está mais flexível maleável possibilitando mais facilidade nos movimentos, porém a pele se
apresenta um pouco seca desidratada, aplicado óleo de rosa mosqueta para hidratação da pele

Fonte: Pires (2019)


22

Tabela 4B. Registro fotográfico do resultado do tratamento

TRATAMENTO
Foto 6 – PO 41 Sexta sessão 23/10/2019
41 PO – 23/10/2019 – Paciente relata dor nível 2 (dois) leve, relata estar tão bem que no dia anterior que foi abriu uma
gaveta usando a mão esquerda, sentiu uma forte dor colocou gelo por 20 min, hoje está com uma sensação de peso no
braço e dormência nos dedos aumentou um pouco, os dedos estão um pouco rígidos, os músculos do antebraço
continuam moles flexíveis aferida está rosada vascularizando melhor a cada sessão, tecido epitelial novo, ainda com
pouca resistência e flexibilidade.
Fonte: Pires (2019)
Foto 7 – 43 PO Sétima sessão 25/10/2019
43 PÓ – 25/10/2019 – Paciente relata dor ligeira nível 1(um) somente na região do túnel do dedo mínimo, diminuição na
dormência nos dedos, os músculos continuam relaxados, sem edema, a ferida está levemente rosada o tecido está um
pouco mais resistente, porém ainda não está nivelada.

Fonte: Pires (2019)


Foto 8 – 46 PO Oitava sessão 28/10/2019
46 PO – 28/10/2019 – Paciente relata melhora na dor nível 1(um), dor somente quando manipula o local da ferida com
um pouco mais de resistência, a dormência nos dedos passou, os músculos do braço estão relaxados, a pele está mais
hidratada, aplicado as ondas ultrassônicas sobre a ferida com o óleo de rosa mosqueta a ondas penetram o tecido mais
confortável e relaxante a pele é nova porém um pouco mais resistente , suave percepção das linhas de tensão.

Fonte: Pires (2019)


Foto 9 – 48 PO Nona sessão 30/10/2019
48 PO – 30/10/2019 – Paciente relata dor ligeira nível 1 (um), somente na manipulação do tecido próximo ao local da

ferida ainda na região do túnel no nervo ulnar do dedo mínimo, a pele está mais firme e mais resistente, a ferida está

fechada, porém ainda não está totalmente nivelada e apresenta um pouco de aderência.
Fonte: Pires (2019)
Foto 10 – 55 PO Decima sessão 06/11/2019
55 PO – 06/11/2019 – Paciente relata melhora na dor, a ferida está fechada com pele nova firme, melhora na dormência
nos dedos, músculos relaxados, incômodo somente quando abre muitos a mão e os dedos, sente repuxar a cicatriz,
devido a cicatrização, ferida está fechada liberação parcial da aderência, cicatriz ainda é nova para liberação total da
aderência, paciente liberada para iniciar fisioterapia motora.

Fonte: Pires (2019)


23

5 DISCUSSÃO

Cabe ressaltar que a deiscência é uma complicação grave na cicatrização da FO, o


DM é uma síndrome de distúrbio metabólicas, que ao longo dos anos leva a hiperglicemia,
destaca-se como uma importante doença crônica. FLOR, et al., 2017). Essas comorbidades
podem levar a fragilidade dos vasos sanguíneos comprometendo a perfusão, evitando um
adequado fornecimento de oxigênio, nutrientes, antibióticos, isso faz com que os estágios iniciais
do reparo tecidual fiquem desorganizados, lentifica uma ou mais fase do processo inflamatória,
influenciando diretamente no metabolismo do colágeno impedindo a epitelização ocasionando
um atraso no processo de reparo e fechamento da FO ( RAMOS, et al., 2014; GARDNER, et al.,
2013; MARQUES, et al., 2016). Estudo em 2016 realizado em prontuários hospital universitário,
num período de 3 meses relata os 10 piores casos com maior incidência dos registro de deiscência
de FO teve predominância no sexo feminino com idade igual ou superior a 31 anos, com histórico
de DM, com maior incidência a região abdominal, a conduta nesse caso foi a irrigação local com
soro fisiológico 0,9% em temperatura ambiente, com curativo adequado a fim de absorver o
exsudato enquanto houver sangramento ou drenagem de secreção (MARQUES, et al., 2016).
Outro estudo de analise retrospectiva em banco de dados de 163 paciente de uma
única instituição de janeiro de 2011 a dezembro 2015, submetidos a desbridamento cirúrgico e
fechamento de deiscência de feridas abdominais ou pélvicas, concluiu que por meio de uma
abordagem de equipe multidisciplinar e com a cirurgia plástica resultam na cicatrização rápida
da ferida. (TILT A, et al., 2018). Em 2017 um estudo realizado em 40 ratos, dividido em 2
protocolos com 4 grupos submetidos a lesão com a remoção do fragmento de pele na
cicatrização de feridas diabéticas, um grupo de animais controle diabéticos foram tratados ou não
com laser HeNe por 7 dias, o outro grupo de animais controle diabéticos foram tratados ou não
com laser HeNe por 14 dias 660nm a 3J/cm² , foi observado um aumento quimiotática e
fagocitaria em leucócitos in vitro, e um aumento significativo nas atividades fagocitaria dos
macrófagos no período da fase inicial do processo de reparo sendo o laser de baixa intensidade
benéfico no processo de cicatrização com 7 ou 14 dias de estímulo (RODRIGUES, et.al., 2017).
Estudo realizado em paciente de 83 anos diabético com ulcera submetida a aplicação do
laser tipo Hélio Neônio HeNe, com comprimento de onda 670nm modo pulsado método pontual,
densidade de energia de 6 J/cm², com duração de 5 minutos a cada procedimento utilizando 5
vezes na semana com duração de 6 semanas avaliada por meio de registro fotográficos e por meio
24

de mensuração da ferida com régua milimétrica, em que delimitou a área da ulcera em cm,
observou melhora e redução da lesão (RAMOS, 2014).
Utilizando a terapia com ultrassom pulsado de baixa intensidade estudo em 2020,
realizado em camundongos, observou o efeito bioestimulador nas células de fibroblastos,
confirmando suas propriedades terapêuticas, na fase inicial da cicatrização do tecido, envolvendo
genes responsáveis pelo reparo do tecido relacionado à angiogênese e fatores de crescimento de
fibroblastos e reguladores do processo inflamatório, através de cultura celular foi observado
eventos citomecânicos, com as células coletadas estimuladas em 24, 48 e 72 horas, com o
equipamento de exposição ao ultrassom Avatar III, fabricado pela KLD (Avatar III;
Biossistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda, Amaro, São Paulo, Brasil), com cabeçote de
varredura de 1 MHz e área de radiação efetiva de 1 cm2, calibrado pelo fabricante, essa
abordagem se deve à popularização desse recurso e à presença de características que incluem
segurança ao paciente, pois não é invasivo e principalmente o baixo custo da terapia , o
crescimento mais significativo foi em 24 e 48 horas. (PERRUCINI et al., 2020).
Neste experimento realizado em 13 ratos com transecção dos ligamentos colaterais
mediais bilaterais, a exposição do ultrassom foi eficaz para o estágio inicial do processo de
cicatrização, a terapia pode acelerar a recuperação precoce, bem como diminuir o risco de nova
lesão, os principais efeitos não térmico incluindo microbolhas e microjatos introduzidos por
cavitação, transmissão acústica e estimulação mecânica demonstrou apresentar efeitos
biológicos benéficos, associados a regulação da proliferação e diferenciação celular e a abertura
dos canais de membrana, a pesquisa mostrou resultados encorajadores em tecidos moles na
promoção da cicatrização, no geral, embora as amplas aplicações e a eficácia do mecanismo
atraem muita atenção para estas terapias, uma melhor homogeneidade de efeitos biológicos, a
necessidade de estudos, e investigação de condutas semelhantes para entender e produzir efeitos
biológicos positivos para fornecer uma análise qualitativa (JIANG et al, 2019).
Com o aparelho Dermeclean, estudo realizado na área estética por BERNARDES,
et al., (2018), indicando que as ondas ultrassônicas mecânicas produzidas pelo equipamento
Dermeclean no tratamento de melanose solares, aplicado no tecido estimulando e rejuvenescendo
a pele através da renovação celular, a atenção atraída para esta terapêutica, para homogeneidade
de estudo e condutas semelhantes faz-se necessário mais dados para tratamentos encorajadores
desse processo.
A uma dificuldade em encontrar, estudo em seres humanos, o presente estudo
procurou verificar a eficácia das efeitos das ondas ultrassônicas mecânicas no fechamento da
25

ferida operatória com deiscência, observado e evolução com registros fotográficos, dessa forma
contribuir com a credibilidade da terapêutica comumente utilizada na Fisioterapia
Dermatofuncional que tem por objetivo a prevenção, promoção e a recuperação físico-funcional
dos distúrbios dermatológicos, circulatório, musculo-esquelético, endócrinos-metabólicos
apresentando-se com um caráter assistencial mais amplo na área estética com conhecimentos
relevantes de anatomia, fisiologia e patologia garante maior seriedade à área, a busca e elaboração
de estudo com o intuito de potencializando e assegurando tratamento direcionado ao atendido,
com resultado e efeito positivo, porem um único experimento de estimulo em cicatrização
primaria não é o bastante para ressaltar que em todos os graus de ferida deicida, será obtido o
resultado positivo, a necessidade de análise quantitativa para prosseguirmos em afirmação .
26

6 CONCLUSÃO

No presente estudo de caso, concluímos que o estímulo na FO com as ondas


ultrassônicas mecânicas se apresentou-se eficaz, no fechamento da deiscência da paciente
portadora de DM.
27

REFERÊNCIAS

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