Você está na página 1de 14

Amputação de MMII

ANA VITÓRIA NASCIMENTO


KAROLINY ARRUDA
Definição
Amputação é um termo utilizado para definir a retirada total ou
parcial de uma extremidade. Geralmente ocorre de maneira
cirúrgica onde tem por objetivo retirar o membro acometido, mas
podendo acontecer de maneira traumática.
Epidemiologia
- No Brasil, as amputações do membro inferior correspondem a 85% de todas as
amputações. Em 2011, cerca de 94% das amputações realizadas pelo SUS foram no
membro inferior.

- Estudos mostram que, em nosso país, a maior frequência de amputações ocorre em


nível transfemoral e transtibial, e a maior parte decorre de complicações por doenças
vasculares em indivíduos com faixa etária superior a 60 anos.

- As doenças vasculares são responsáveis por cerca de 75% de todas amputações de


membros inferiores em indivíduos adultos. Dentre elas, o diabetes mellitus é a
principal causa.

- Amputação traumática é a segunda principal causa de amputação no Brasil, ficando


atrás apenas da Diabetes.
Etiologia
As etiologias que levam à amputação são diversas e podem ser divididas em
causas vasculares, tais como:
-Diabetes mellitus
-Aterosclerose
-Inflamação dos vasos sanguíneos
-Necrose de um órgão/membro ou parte dele localizado na extremidade do corpo
humano;

Em outros casos, como:


-Traumas
-Neoplasias
-Condições congênitas e infecciosas.

O risco de amputação aumenta com a idade para todas as causas, mas é


principalmente impulsionado pelo aumento de doenças vasculares.
Fisiopatologia
-As doenças vasculares são uma série de condições que afetam o sistema circulatório do
corpo humano, composto por artérias, veias e capilares. Possuem diferentes origens,
como o envelhecimento, maus hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, entre
outros.

-As ulceras do pé diabético quando não tratadas constituem em complicações complexas,


o menor machucado pode ocasionar infecção e evoluir facilmente para um caso grave de
gangrena, correndo o risco de amputação.

-A diabetes afeta a circulação sanguínea devido ao estreitamento das artérias e veias,


atrapalhando assim a oxigenação e nutrição dos tecidos, independentemente de qual
seja seu tipo.

-Na amputação traumática, a amputação cirúrgica pode ser realizada como parte do
tratamento de emergência para salvar a vida da pessoa. Ou porque seus ossos ou tecidos
ficaram muito danificados que não podem ser construídos posteriormente.
Níveis de amputação do membro inferior
1 – HEMIPELVECTOMIA
Toda a perna do paciente é amputada, desde partes do quadril até o pé.

2 – DESARTICULAÇÃO DE QUADRIL
Acontece na altura do quadril, no qual o fêmur, é amputado por completo. Em decorrência disso, é a pelve do
paciente a maior responsável por controlar as próteses ortopédicas.

3 – AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL
Refere-se à retirada de parte do membro inferior entre a articulação do joelho e a do quadril.

4 – DESARTICULAÇÃO DE JOELHO
consiste na retirada dos ossos da perna, sendo a tíbia e fíbula, da patela ou rótula, ficando o fêmur, que é o osso da
coxa.

5 – AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL
Consiste na retirada parcial ou completa da tíbia e fíbula, ossos da panturrilha. Por este motivo, muitas pessoas
costumam se referir à transtibial como “amputação de perna”.

6- DESARTICULAÇÃO DO TORNOZELO
Esta cirurgia ocorre na altura da desarticulação do tornozelo, preservando uma parte do calcanhar, onde irá auxiliar
no tratamento do amputado.

7 – AMPUTAÇÃO DE PÉ
Pode ser tanto uma amputação de dedo do pé, como desarticulação de calcanhar.
Quadro clínico
Os primeiros sinais e sintomas podem ser leves e passar despercebidos. Mas no caso de
Amputação de MMII na DM é comum os sinais de:
-Poliúria (urinar a toda hora)
-Polidipsia (excessiva sensação de sede)
-Cansaço e falta de energia.
- Perda de peso
-Polifagia ou hiperfagia (fome frequente)
-Visão embaçada
-Cicatrização lenta
-Infecções frequentes
-Cetoacidose diabética.
Em outros casos mais comum está também amputações de maiores extremidades
inferiores onde ela faz parte de todas as práticas vasculares, apesar da abordagem geral
agressiva de salvamento de membros. (onde há grande perca de vascularização e
ligamentos) Comum em acidentes.
-A necrose se faz presente, nem sempre está relacionada a uma condição subjacente e ela
pode ser causada por: lesão(danos físicos aos tecidos)Temperatura extremamente alta ou
baixa, radiação, produtos químicos, feridas abertas e maus cuidados higiênicos.
Tratamento
-Período Pré-cirúrgico e cirúrgico
-Pós-cirúrgico imediato

Cuidados com o coto:


-lavagem com sabão neutro e água morna
-secar completamente
-Pele seca: lanolina ou vaselina aplicada no coto.
-Sudorese excessiva: pode ser aplicado antiperspirante sem cheiro.
-Pele inflamada/Ruptura da pele: a prótese não deve ser utilizada até a cicatrização do ferimento.

-O fisioterapeuta deve ser envolvido ainda nos primeiros momentos, desde o pré ao pós-
operatório. De início, ele ensinará ao paciente alguns exercícios para ajudar a evitar coágulos e
melhorar o suprimento sanguíneo local, prevenindo contraturas e redução de dor.

-Um especialista em próteses deverá aconselhar o paciente sobre o tipo e a função dos membros
protéticos e informá-lo sobre outros dispositivos disponíveis.

-Uma prótese permanente só deve ser fabricada várias semanas após a amputação, para dar
tempo ao coto de se retrair para uma condição definitiva.
Tratamento fisioterapêutico

●Pré-protética
●Fase Protética
Um amputado é um paciente com alta incidência de dor pós-operatória. Essa dor pode
ocorrer de duas formas, geralmente no mesmo paciente: dor no membro residual ou
coto (DC) e dor no membro fantasma (DMF) que trata de uma sensação bastante
dolorosa. Por ser uma condição que tem um potencial incapacitante e com sua
fisiopatologia não totalmente elucidada, estratégias eficazes para prevenir e tratar a dor
pós-amputação são desafios que precisam ser superados, e não há consenso sobre a
forma mais eficaz e efetiva de lidar com esse evento (XAVIER et al., 2020)

Sinais de alerta
• Caso apresente temperatura elevada, vermelhidão, dor e/ou coceira;
• Excreção de liquido amarelado pela cicatriz;
• Odor desagradável;
• A pele do coto está cinzenta ou azulada.
Próteses
Acredita-se que a prótese possibilite a realização de qualquer atividade, melhorando a
autoestima e, portanto, minimizando os efeitos negativos resultantes da amputação.
Apesar de serem adequadas a quaisquer níveis de amputações, aquelas realizadas em
níveis mais distais proporcionam reabilitação mais eficiente. A reabilitação, então, vem
sendo considerada cada vez mais importante, pois se o processo ocorrer de forma
adequada, o paciente terá uma vida praticamente normal, podendo realizar todas as
atividades que quiser ou necessitar (CHINI; BOEMER, 2007, p.6).

-Próteses parciais de pé
-Próteses de desarticulação do tornozelo de Syme
-Próteses transtibiais
-Próteses transfemurais
-Próteses para a desarticulação de quadril e hemipelvectomia.
Próteses
-Próteses mioelétricas acionadas externamente: são as mais avançadas em nível
tecnológico, sendo que utilizam os sinais mioelétricas captados do antebraço do portador
para acionar os dispositivos que executam diversos movimentos com precisão e
similaridade em relação ao membro humano.

-Próteses híbridas: é uma prótese fixa total sobre implantes, que se encontra aparafusada
aos implantes permitindo ao paciente recuperar a função mastigatória e estética aliado a
grande conforto.

-Próteses para atividades específicas: Próteses para atividades específicas são projetadas
para possibilitar a participação em atividades que podem danificar o membro residual do
paciente ou a prótese do dia a dia, ou quando a prótese do dia a dia não funcionaria de
maneira eficaz.
Referências
Almeida, Francisca das Chagas Alves de; Costa, Marta Miriam Lopes; Bastos, Rosângela Alves Almeida; Almeida, Rosilene Alves de;
Pequeno, Gutemberg Alves; Brilhante, Elisabete Alves de Almeida.
Nurding (Ed. bras., Impr.) ; 21(238): 2075-2079, mar. 2018. tab.
Artigo em Português | LILACS, BDENF - Enfermagem | ID: biblio-907885
Biblioteca responsável: BR21.1

-Cardoso, N. A., Cisneros, L. de L., Machado, C. J., Procópio, R. J., & Navarro, T. P.. (2018). Fatores de risco para mortalidade em pacientes
submetidos a amputações maiores por pé diabético infectado. Jornal Vascular Brasileiro, 17(4), 296–302. https://doi.org/10.1590/1677-
5449.010717

CORREIA, E. de F.; SANTOS, W. C. F.; CUNHA, B. P. V. da .; SOUZA, S. L. da S.; RAPOSO, B. R. da C.; QUEIROZ, L. K. L. de .; SILVA, J. M. da .;
FEITOSA, A. de O.; ZAIDAN, Y. L.; NASCIMENTO, J. W. A. do . Main risk factors for lower limb amputation in patients with diabetic foot: a
systematic review. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 8, p. e59511831599, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.31599.
Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/31599. Acesso em: 2 mar. 2024.

JESUS-SILVA, Seleno Glauber de et al. Análise dos fatores de risco relacionados às amputações maiores e menores de membros
inferiores em hospital terciário. Jornal Vascular Brasileiro, v. 16, p. 16-22, 2017.

MONTEIRO, H. C.; SILVA, V. de F. A.; FERREIRA, M. B.; BARBOSA, D.; MARTINS, C. A.; FORESTI, B. B. Perfil dos pacientes amputados de
membros inferiores atendidos por um centro de referência: estudo clínico e epidemiológico. Revista FisiSenectus, Chapecó, Brasil, v. 6,
n. 1, p. 38–47, 2018. DOI: 10.22298/rfs.2018.v6.n1.4507. Disponível em:
https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/fisisenectus/article/view/4507.
Acesso em: 2 mar. 2024.

Santos, I. C. R. V., Sobreira, C. M. M., Nunes, É. N. dos S., & Morais, M. C. de A.. (2013). Prevalência e fatores associados a amputações
por pé diabético. Ciência & Saúde Coletiva, 18(10), 3007–3014. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013001000025

Você também pode gostar