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a)Hipóteses diagnósticas

Osteocondrose: osteocondrite dissecante

Menisco traumático.

Sarcoide por fratura em equino.

b)Exames complementares: qual exame? Qual região? O que é esperado de


cada exame para esclarecimento de cada hipótese diagnóstica citada?

Fratura de fíbula e lesões de ligamento colateral e menisco lateral:

Podemos fazer exame ultrassonográfico (US) da região do ligamento colateral lateral e


menisco. Onde foram observados pontos anecóicos (não originar ecos) no ligamento
colateral lateral e menisco lateral. relataram que imagens anecóicas ou hipoecóicas ( baixa
densidade no US) podem representar lesões nos meniscos, desorganização de fibras,
edema ou fibroplasia. O acúmulo de fluido em lesão recente ou tecido de granulação em
lesão antiga, ou zona degenerativa, podem fornecer as mesmas imagens. Pode também ser
feito bloqueios perineurais e intra-articular. E fazer exame radiográfico na projeção
latero-medial da articulação femorotibiopatelar.
No qual os meniscos afetados se apresentam de forma achatada ou irregular, e lesões de
menisco lateral ocorrem frequentemente devido a traumas agudos.

Sarcoide:
Todos os exames devem ser feitos na região da articulação fêmuro-tíbio-patelar.
Biópsia incisional: é realizada tanto para diferenciar o sarcoide de outras enfermidades,
como também para determinar a escolha do tratamento.
Histopatológico: para saber a celularidade.
PCR: demonstra presença de DNA BVP-1 ou BVP-2
Ultrassonografia: possibilita avaliar a exata localização, tamanho e a extensão da lesão.

c)Tratamento (se indicada, descreva a técnica cirúrgica e anestésica,


complicações e prescrição pós operatória)

Osteocondrite dissecante:
A artrotomia, permite a curetagem e a remoção de flaps, fragmentos ósseos e
debridamento do osso subcondral. Porém, complicações como formação de seroma,
celulite e deiscência de pontos são comuns, pelo fator estressante desencadeado pela
incisão cirúrgica.
A artroscopia, é o método de eleição, esta técnica permite a remoção dos fragmentos e
minimiza o traumatismo dos tecidos moles, o risco de complicações no pós-operatório,
obtenção de bons resultados estéticos e funcionais além de reduzir o período de
repouso, principalmente quando comparada a artrotomia.
Protocolo anestésico: MPA detomidina (10 Ug/Kg) ou xilazina (0,5 a 0,8 mg/Kg),
indução com cetamina (2mg/Kg) e diazepam (0,05 mg/Kg), manutenção com
isoflurano.
Bloqueio anestésico intra-articular
A maior complicação da osteocondrite dissecante é a doença articular degenerativa
progressiva eu pode correr dependendo do grau de dano na superfície articular, o
animal pode desenvolver também um quadro de artrite séptica associada a falha de
cuidados do curativo no pós cirúrgico, ou um quadro de artrite associado ao retorno
precoce ao exercício.
Tratamento pós-cirúrgico consiste em repouso em baia, anti-inflamatório (fenilbutazona
4,4mg/Kg, SID, por 3 dias), antibiótico (amicacina 15 mg/Kg, SID, por 5 dias). Curativo
constituído de compressa de gaze, algodão ortopédico e bandagem elástica. Podem ser
associados também protocolo de reabilitação constituído de crioterapia (ajuda na
diminuição da dor, edema, hemorragia e extravasamento das células inflamatórias por
meio da vasoconstrição), movimentação passiva (melhora a distribuição de nutrientes
pela articulação, diminui a formação de aderências sinoviais) e exercício controlado
(caminhada leve conduzida pelo cabresto, por 5 a 15 minutos por dia).

O tratamento da OCD pode ser efetuado pelo método conservativo ou cirúrgico. O


conservativo é indicado quando os animais são muito jovens (até́ 18 meses de idade) e
ainda existe boa capacidade de regeneração, ou em casos de lesões suaves e envolve
repouso, exercício controlado e uso de anti-inflamatórios não esteroides sistêmicos,
além desses cita-se ainda a terapia intra-articular como forma de auxiliar a resolução da
efusão articular e da sinovite. O uso do ácido hialurônico também é referenciado.
O tratamento cirúrgico pode ser por uma artrotomia e uma videoartroscopia. Sendo a
artroscopia indicada quando houver fragmentações, claudicação ou efusões graves. A
artrotomia já́ foi descrita inúmeras vezes para o tratamento da OCD em várias
articulações. Este método permite a curetagem e a remoção de flaps, fragmentos
ósseos e debridamento do osso subcondral. Porém, complicações como formação de
seroma, celulite e deiscência de pontos são comuns, pelo fator estressante
desencadeado pela incisão cirúrgica.
Alguns efeitos indesejáveis da artrotomia incluem: maior incisão, deiscência de pontos,
formação de seromas, celulite, portanto na maioria das vezes, o pós-operatório
apresenta maiores complicações que a cirurgia videoartroscópica.

A vídeoartroscopia é uma técnica de exploração por vídeo do interior da articulação que


apresenta menos complicações quando comparada à técnica de artrotomia, tendo como
vantagens um exame mais adequado e relativamente a traumático das cavidades
sinoviais, redução do trauma cirúrgico, diminuição do período de convalescença e
melhor prognóstico comparado com as técnicas convencionais de diagnóstico e
procedimentos cirúrgicos tradicionais. A recuperação do paciente é mais rápida,
obtendo-se menor cicatriz e melhor efeito cosmético. Complicações: Alguns efeitos
indesejáveis da artrotomia incluem: maior incisão, deiscência de pontos, formação de
seromas, celulite, portanto na maioria das vezes, o pós-operatório apresenta maiores
complicações que a cirurgia videoartroscópica.
Período pós-operatório, aconselha-se que os animais permaneçam em repouso por até́
seis semanas, visando minimizar possíveis traumatismos dos tecidos moles e permitir
que se inicie. O processo das primeiras fases da reparação, sendo que atividades leves,
podem ser iniciadas já na segunda semana. Contudo, durante dois a três meses o
exercício deve ser controlado, para que então a adaptação às atividades normais ocorra
gradativamente.
Sarcoide:
Excisão cirúrgica da massa tumoral, com margem de segurança de 3 cm, devido ao alto
índice de recidiva. O paciente deve ser submetido à anestesia geral inalatória.
Deve ser usada outras técnicas terapêuticas, como a imuno, rádio e quimioterapia,
combinadas com a excisão cirúrgica.
O tratamento cirúrgico pode ser realizado com sucesso se o tecido neoplásico for bem
delimitado e haja quantidade suficiente de tecido sadio para debridação, fechamento
primário e cicatrização por primeira intenção.
Prescrição pós operatório: tratamento diário, com aplicação tópica de aciclovir 5%
creme, durante 2 à 6 meses.

Menisco traumático.
Menisco traumático. Menisco traumático.

Como procedimento cirúrgico podemos usar a artroscopia. Este procedimento foi


anteriormente aplicado com cavalos anestesiados e em estação, entretanto, atualmente
é preferível que o animal esteja posicionado em decúbito dorsal ou lateral, conforme a
área a ser analisada. O procedimento é comumente realizado com o animal em
decúbito dorsal, pois facilita o acesso ao plano medial e lateral das articulações. Esta
posição auxilia a evitar hemorragias, facilita o acesso cirúrgico e não há necessidade de
movimentação constante do animal. Adicionalmente, é imprescindível que o médico
veterinário possua um vasto conhecimento em anatomia de articulações e saiba realizar
a técnica, qualquer erro pode prejudicar gravemente o animal (JOGLAR, 2011). O
procedimento da artroscopia é considerado cirúrgico, sendo assim, é necessário realizar
todos os exames pré-operatórios, como:
hemograma completo; bioquímico sérico; valores de ureia, creatinina, fibrinogênio e
proteínas plasmáticas total
anamnese
histórico
exame clínico e jejum de 12 horas (MICHELON, 2008).
O protocolo anestésico será de: MPA Metadona + Equisedan 10mg

Indução keta + xila + Egg

Manutenção Isofluorano

Complicações antagonista ioimbina reset 2.0


Realiza a limpeza com água e sabão e assepsia local com iodopovidona 1 %. Em
alguns casos, são utilizados torniquetes (dispositivos de contenção de hemorragias
que são aplicados nos membros) na região distal da onde irá ocorrer o procedimento,
essa técnica auxilia no controle da hemorragia e mostra-se eficiente quando já há sinais
de inflamação na região (MICHELON, 2008).
Após realizado a assepsia e o protocolo anestésico, é necessário a distensão da
articulação com solução eletrolítica balanceada (soro fisiológico ou ringer lactato) estéril
via intra-articular. Esta etapa irá permitir uma melhor visualização do espaço articular,
levando em consideração que o tecido adiposo irá dificultar tal distensão e visualização,
sendo assim, a solução gasosa ou líquida devem ser estudadas previamente de serem
utilizadas (MICHELON, 2008).
A técnica cirúrgica é chamada de triangulação e implica em colocar um ou mais
instrumentos cirúrgicos, através de entradas separadas, no campo visual do
artroscópio, com as pontas formando o ápice de um triângulo. O artroscópio é inserido
nos portais conforme a anatomia e local a ser visualizado (JOGLAR, 2011; STIEVANI,
2014).
A fase inflamatória do pós-operatório ocorre até o quinto dia, o local apresenta-se com
os principais sinais de inflamação, como dor e edema. Nesta fase, é importante
controlar a dor e a inflamação, além de prevenir que ocorra uma infecção e aderência
sinoviais. Até o vigésimo primeiro dia (21º) ocorre a fase de recuperação onde o tecido
fibroso está crescendo e realizando a fibroplasia. Nas últimas etapas, já ocorre a
maturação e remodelamento local através da formação de redes de colágeno. Nesta
fase, é necessário criar um estresse na articulação através de exercícios para que
ocorra os alinhamentos das fibras de colágeno (STIEVANI, 2014).
Adicionalmente, durante toda a recuperação do animal, deve-se acompanhar o nível de
dor através dos sinais clínicos como hipertermia, sudorese, claudicação, dificuldade em
manter-se em postura, dor ao tato, hipóxia, aumento da frequência cardíaca,
respiratória e da pressão arterial (BORJA, 2008).
A antibioticoterapia é indicada, e a escolha do fármaco deve ocorrer antes do
procedimento; em alguns casos, recomenda-se a realização do antibiograma. Estudos
revelam que a combinação de cefalosporina ou penicilina e aminoglicosídeo, a
Benzilpenicilina (G) associada a gentamicina também se mostra adequada,
principalmente no uso imediato. Para a dor, é necessário o uso de antiinflamatórios não
esteroidais (AINEs), que alteram as respostas inflamatórias pois inibem a ativação dos
neutrófilos, para casos de pós operatório de artroscopia em equinos, recomenda-se o
fenilbutazona e os opióides como a morfina e tramadol (BORJA, 2008; STIEVANI,
2014).
Referências

BORJA, Mariana Chaparro. Avaliação da dor no pós-operatório de artroscopia em equinos.


2008.

STIEVANI, Fernanda de Castro. Desenvolvimento de protocolo de reabilitação no período


pósoperatório inicial de artroscopia em equinos. 2014.

JOGLAR, Filipa Varela de Almeida. Contribuição para o estudo da utilização da artroscopia em


equinos em Portugal: estudo de 50 casos. p. 106, 2011

MICHELON, Fabiane Alves. Artroscopia: Ferramenta diagnóstica e terapêutica na clínica


cirúrgica de equinos atletas. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 2, n. 19, 2008

CRUZ, Rodrigo Silvério Ferreira da. Tratamento cirúrgico da osteocondrite dissecante em


equinos: estudo retrospectivo e análise crítica. 2011.

ALONSO, J.M.; MANTOVANI, C.F.; RODRIGUES, K.A. et al Fratura de fíbula em equino: Relato de
Caso. In: CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ, 11., 2010, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.]
2010. p.95.(Resumo).

DE BUSSCHER, V.; VERWILGHEN, D.; BOLEN, G. et al Meniscal damage diagnosed by


ultrasonography in horses: A retrospective study of 74 femorotibial joint ultrasonographic
examinations (2000-2005). Original Res., v.26, p.453-461, 2006.

DENOIX, J.M.; JACQUET, S.; AUDIGIÉ, F. et al Examen échographique des ménisques du


cheval. Med. Vet. Québec, v.32, p.119-122, 2002.

WOORT, F.; DE BUSSCHER, V.; RILEY, C.B. Ultrasonographic diagnosis of acute extrusion
of the lateral meniscus in a competing Quarter Horse. J. Equine Vet. Sci., v.31, p.53-56,
2011.

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