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URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E

DAS MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN
CURSO DE FISIOTERAPIA

GABRIELI DURIGON
LUIZ EDUARDO MARTINS BORELLA

TRABALHO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – QUEIMADOS E A


FISIOTERAPIA

FREDERICO WESTPHALEN-RS
2022
GABRIELI DURIGON
LUIZ EDUARDO MARTINS BORELLA

TRABALHO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – QUEIMADOS E A


FISIOTERAPIA

Projeto de pesquisa elaborado e


apresentado na disciplina de Urgência
e emergência, Departamento de
Ciências da Saúde da Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões – Câmpus de Frederico
Westphalen.

Orientador (a): Profa. Gabriela


Graciolli Scopel

FREDERICO WESTPHALEN-RS
2021
IDENTIFICAÇÃO

Instituição de Ensino/ Unidade


URI-Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Câmpus de Frederico Westphalen

Direção do Campus
Diretora Geral: Prof. Dra. Silvia Regina Canan
Diretora Acadêmica: Profª. Dra. Elisabete Cerutti
Diretor Administrativo: Prof. Ezequiel Plinio Albarello

Departamento de Ciências Da Saúde


Chefe: Flavio Zambonato
Curso de Fisioterapia- Coordenador: Karim Kaiomi de Oliveira Bordignon

Disciplina:
Urgência e emergência
Orientador:
Gabriela Graciolli Scopel

Orientando:
Gabrieli Durigon
Luiz Eduardo Martins Borella
SUMÁRIO

1 TIPOS DE QUEIMADURAS ..................................................................................... 16


2 SINAIS, SINTOMAS E DEMAIS CONSEQUÊNCIAS DE QUEIMADURAS ....... 16
3 PRIMEIROS SOCORROS .......................................................................................... 18
4 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM QUEIMADOS ............................................... 21
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 22
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1 TIPOS DE QUEIMADURAS

A queimadura é uma lesão em determinada parte do organismo desencadeada por um


agente físico ou químico. Podendo ser classificadas em primeiro, segundo ou terceiro
grau.

Figura 01 - Tipos de queimaduras.

✓ Primeiro grau (espessura superficial) – eritema solar:


Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas.
Apresenta vermelhidão, dor, edema e descama em 4 a 6 dias.
✓ Segundo grau (espessura parcial-superficial e profunda):
Afeta a epiderme e parte da derme, forma bolhas ou flictenas.
Superficial: a base da bolha é rósea, úmida e dolorosa.
Profunda: a base da bolha é branca, seca, indolor e menos dolorosa (profunda).
A restauração das lesões ocorre entre 7 e 21 dias.
✓ Terceiro grau (espessura total):
Afeta a epiderme, a derme e estruturas profundas.
É indolor.
Existe a presença de placa esbranquiçada.
Não reepiteliza e necessita de enxertia de pele (indicada também para o segundo
grau profundo.

Figura 02 - Graus da queimadura.


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2 SINAIS, SINTOMAS E DEMAIS CONSEQUÊNCIAS DE QUEIMADURAS

A agressão de uma queimadura pode gerar consequências tanto físicas como


psicológicas. Quando se faz necessário a hospitalização de um paciente queimado, o
estresse físico do mesmo se caracteriza por grande perda de fluídos, alterações
endócrinas, alto potencial para infecções e a dor extrema. Por outro lado, o estado
psicológico fica afetado em detrimento de afastamento da família durante o tempo de
internação, despersonalização e alterações físicas causadas pelas feridas, dependência de
cuidados e como já citado, a dor (NASCIMENTO; et al., 2015).
Em relação aos graus de uma queimadura, os sinais e sintomas podem diferenciar:
• Queimaduras de primeiro grau: possuem os sinais parecidos com o de inflamação,
inchaço, vermelhidão e dor, porem não se formam bolhas no local.
• Queimaduras de segundo grau: possuem a mesma aparência que as de primeiro
grau, algumas mais rosadas, e no período subsequente à lesão é possível visualizar
a formação de bolhas que liberam um líquido translúcido.
• Queimaduras de terceiro grau: neste caso, se o nervo for lesionado o indivíduo
pode perder a sensibilidade do local, a pele ressecará e se tornará vermelha
brilhante, branca ou negra. Estas queimaduras mais profundas tendem a piorar
durante as primeiras horas após o episódio da lesão (CARTER, 2021).
Tendo tudo isso em mente, a grande perda de líquidos, edema, e aumento da
permeabilidade capilar trazem outros riscos ao paciente, tais como o choque
hipovolêmico e a perda de eletrólitos, sem contar com o risco de sepse em decorrência da
lesão cutânea (MATIELLO; et al., 2021).
Estudos de Souza, Salge e Carvalho (2004) expressam que a inalação de fumaça
tóxica está presente em 33% dos casos de lesão por queimaduras graves, aumentando o
risco de lesão por inalação proporcionalmente com a extensão corporal queimada, além
disso, a causa de mortalidade em pacientes queimados que passaram por inalação é de
77%. Ainda neste estudo, são citados 4 tipos de mecanismo de lesão inalatória: lesão
térmica direta, quando o gás inalado causa ulceras e sangramentos nas regiões das vias
superiores (estas que possuem grande capacidade de troca de calor); inalação de gás
hipóxico, quando a vítima sofre de dispneia, tontura e até confusão pelo consumo de
oxigênio pelo fenômeno da combustão no ambiente; toxinas locais, quando a lesão é
observada em até 24 horas após a inalação, através de uma infamação aguda pelo dano
advindo de componentes químicos como acroleína, formaldeídos, dióxido de enxofre e
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dióxido de nitrogênio, alterando a permeabilidade capilar e causando a síndrome do


desconforto respiratório agudo; toxinas sistêmicas, estas sendo o monóxido de carbono e
cianeto, causando na maioria dos casos a mortalidade de pacientes que tiveram exposição
prolongada destas toxinas.
Falando especificamente da queimadura solar, os sinais e sintomas gerais
consequentes deste tipo de exposição podem ser:
• Pele hiperemiada (podendo haver ou não aparecimento de bolhas),
quente e seca;
• Mal-estar geral;
• Cefaleia;
• Tontura, náuseas e vômitos;
• Taquicardia;
• Temperatura corporal acima de 39 °C;
• Perda de consciência e desmaios (SANTOS, 2018).

Figura 03 – Queimadura de sol.


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3 PRIMEIROS SOCORROS

A avaliação do local e a garantia de segurança do mesmo, são fundamentais neste


momento, até mesmo para fins de evitar a exposição para o agente agressor.
Após isso:
✓ Verificar a segurança da cena, se necessário, solicitar apoio;
✓ Realizar avaliação primária e secundária, promovendo o acolhimento;
✓ Cuidar trauma, ou até mesmo hipótese do mesmo ao avaliar tal área;
✓ Identificar as causas e afastar a vítima do agente agressor.
Em casos de queimadura por radiação de calor ou química:
Por contato:
✓ Remover os resíduos de pó e liquido, umedecer a área afetada com água;
✓ Remover qualquer adorno presente em queimaduras nas extremidades;
✓ Retirar roupas e calçados;
Inalatória:
✓ Observar qualquer alteração na voz, tosse, ou qualquer sinal que possa vir a causar
obstrução das vias aéreas;
✓ Assegurar oxigenoterapia e via aérea avançada;
✓ Proteger a área afetada, cuidando sempre para que as bolhas não venham a se
romper;
✓ Monitorar sinais vitais;
✓ Puncionar acesso venoso ou intraósseo;
✓ Iniciar tratamento com fármacos, que proporcionam melhora significativa
(analgésicos, antiarrítmicos);
✓ Estimar porcentagem da área atingida;
✓ Prevenir hipotermia;
✓ Transportar ao serviço de saúde especializado.

Importante salientar, elétrica sempre visar sempre avaliar arritmia cardíaca. Em caso
de frio, promover aquecimento.
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Figura 04 - Primeiros socorros.


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4 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM QUEIMADOS

Quando hospitalizado, o paciente que sofreu um episódio de queimadura


necessitará de uma atenção multidisciplinar. No sentido psicofisiológico, uma
queimadura grande é um desafio e tanto para o paciente e para a equipe. Neste tipo de
contexto, o fisioterapeuta tem o papel de cuidar do sistema respiratório, cardiovascular e
recuperar a mobilidade afetada pelas aderências tegumentares, sem esquecer a atuação na
UTI com mobilizações precoces para minimizar a perda de amplitude de movimento
(MONTEIRO; et al., 2020).
Segundo Matiello; et al. (2021), a fisioterapia possui diversos recursos pra a
reabilitação de pacientes queimados, são eles:
• Malhas compressivas após a reepitelização completa pra auxiliar na circulação e
cicatrização.
• Laser, sendo o de baixa intensidade para lesões mais superficiais (por volta de 630
nm), usando parâmetros de 4 J/cm², com um espaço de aplicação de 3 dias para
melhor efeito da cascata metabólica; e uma intensidade mais alta quando a lesão
atingiu tecidos mais profundos (904 nm, infravermelho).
• O ultrassom terapêutico no modo contínuo, pode ser sado para mobilizar as
cicatrizes endurecidas e hipertróficas, aumentando a extensão do colágeno e
deixando o tecido mais suavizado, porém os resultados são maiores quando a
cicatriz possui menos de um ano.
• A vacuoterapia auxilia na reparação e manutenção da funcionalidade tecidual,
aumentando a circulação sanguínea e assim a maior oferta de oxigenação para as
áreas que necessitam do reparo.
• As recomendações quanto à fisioterapia motora, são de exercícios resistidos de
forma isocinética e isotônica, visando a manutenção da mobilidade indolor, estes
acompanhados de alongamentos e treino aeróbico na esteira ou ciclo ergômetro.

Não se pode esquecer também da fisioterapia respiratória para pacientes que sofreram
por inalação de gases tóxicos. Neste caso é importante manter a permeabilidade das vias
aéreas, trabalhando através da reexpansão pulmonar e reeducação do diafragma para
manter a mobilidade da caixa torácica (CARDOSO e SILVA, 2020).
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REFERÊNCIAS

CARDOSO, Éder Kröeff; SILVA, Tainara da Silva Lopes da. Atuação do fisioterapeuta
em pacientes queimados graves. Revista Perspectiva: Ciência e Saúde, v. 5, n. 1,
2020.

CARTER, Damien Wilson. Queimaduras. Manual MSD. Mar. 2021. Disponível em:
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-
envenenamentos/queimaduras/queimaduras#:~:text=Sintomas%20de%20queimaduras&
text=As%20queimaduras%20de%20primeiro%20grau%20s%C3%A3o%20avermelhad
as%2C%20apresentam%20incha%C3%A7o%20e,incha%C3%A7o%20e%20causam%
20dor%20intensa.>. Acesso em: 10 Mai. 2022.

FILHO, Alfredo Gragnani.Cartilha para tratamento de urgência nas queimaduras.


Ministério da saúde, secretária de atenção á saúde, departamento de atenção
especializada. p.8, 2012.

GALATO, Silvana Borges Nascimento et al. Perfil dos pacientes hospitalizados na


unidade de queimados de um hospital de referência de Brasília. Revista Brasileira de
Queimaduras, v. 14, n. 3, p. 211-217, 2015.

MATIELLO, Aline Andressa; et al. Fisioterapia dermatofuncional. Porto Alegre:


SAGAH, 2021.

MONTEIRO, Adriana Chaves et al. BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA EM


PACIENTES QUEIMADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: Uma
Revisão Integrativa. Revista CPAQV-Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade
de Vida-CPAQV Journal, v. 12, n. 3, 2020.

SANTOS, Nívea Cristina M.. São Paulo: Editora Saraiva, 7. Ed. 2018.

SOUZA, Rogério et al. Lesão por inalação de fumaça. Jornal Brasileiro de


pneumologia, v. 30, n. 6, p. 557-565, 2004.

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