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Cuidador Capacitado, Paciente

Seguro!

Cartilha para avaliação e validação, sugestões e críticas enviar para o e-mail:


fisioterapiahut@gmail.com até 08/08/2022.

Att. Coordenação de Fisioterapia.


Projeto: Cuidador Capacitado, Paciente Seguro!

Hospital de Urgência de Teresina - HUT


Direção Geral: Fábio Marcos de Sousa
Direção Técnica: Hormone Oliveira Rodrigues

Coordenação do Projeto:
Danila Vieira Feitosa de Miranda – Fisioterapeuta.

Colaboradores:
Maria de Lourdes de S. Batista Montalvão – Enfermeira
Luanna Anielle Evangelista do Santo – Fisioterapeuta
Bruno Vieira Cortez – Fisioterapeuta
Anna Thallytta Cunha Pinheiro Martins – Fisioterapeuta
Thiago José Mendes Barreto - Fisioterapeuta
Marielza Mesquita da Silva - Nutricionista
Kleverlend de Deus Carvalho– Fonoaudiólogo
Hyaline Moura Barbosa - Enfermeira
Cliciane Furtado Rodrigues– Enfermeira
Roseane Nunes Barbosa – Enfermeira
Alisson Ribeiro Oliveira - Enfermeiro
Naiara de Fátima Batista Macedo - Psicóloga
Ana Gabriela Saraiva Rocha - Assistente Social

2022
Sumário

Apresentação ....................................................................................................................... 4
Cuidado ............................................................................................................................... 5
Quem é o cuidador? ............................................................................................................ 5
Quais as vantagens de ter um cuidador? ............................................................................ 5
Aspectos emocionais do paciente ....................................................................................... 6
Cuidados básicos com higiene ............................................................................................ 7
Nutrição e Alimentação do paciente .................................................................................... 8
Como alimentar pela gastrostomia ou sonda gástrica ou enteral ...................................... 11
Como cuidar da pele do paciente e evitar feridas .............................................................. 13
Como posicionar o paciente? ............................................................................................ 13
Cuidados respiratórios: ...................................................................................................... 16
Cuidados gerais e sinais de alerta na hora da alimentação............................................... 19
Situações de Emergência .................................................................................................. 21
Os direitos e alguns benefícios ao paciente: ..................................................................... 24
Referências Bibliográficas ................................................................................................. 26
Apresentação

Com o aumento da expectativa de vida e com os avanços na área da saúde as


pessoas têm vivido cada vez mais, mesmo com alguma limitação ou incapacidade. Além
disso, vivemos em um mundo de crescente violência que também contribui para o
aumento de incapacidade em indivíduos que tenham sofrido algum dano. Outras causas
são acidente, doenças autoimunes, sequelas de câncer em estado avançado, dentre
outros. O fato é que essas pessoas acabam precisando de uma figura chamada cuidador.
O surgimento do cuidador leva a uma demanda iminente de tornar essas pessoas
habilitadas para o cuidado, já que de modo geral são pessoas leigas que entraram nessa
situação sem o poder de escolha e consequentemente sem preparo algum.
Em resposta a esta necessidade este manual foi elaborado de forma simples,
objetiva e ilustrativa para acolher as principais dúvidas do cuidador, sendo um horizonte
para o mesmo em suas vivências diárias no cuidado ao paciente.
Espera-se capacitar o cuidado através da orientação dos diversos profissionais de
saúde aqui reunidos e com isso promover a qualidade de vida e segurança tanto do
cuidador, como principalmente, do paciente cuidado.
Cuidado

É a demonstração de atenção!
Esse cuidado quando aplicado a um paciente
deve ir além dos cuidados com o corpo
físico, há que se levar em conta as questões
emocionais, a história de vida, os
sentimentos e emoções da pessoa a ser
cuidada.

Quem é o cuidador?

Em primeiro lugar, cuidador, este manual tem você


como figura central.
Geralmente o cuidador é uma pessoa da família ou
um contratado exclusivamente para as novas
necessidades de um paciente.
Habitualmente é uma pessoa que ocupou este papel
sem escolha alguma, apenas assumiu a demanda
de uma pessoa querida que agora inspira cuidados
direcionados seja ele definitivo ou temporário, em
qualquer idade, seja a sua limitação física ou mental,
com ou sem remuneração.

Quais as vantagens de ter um cuidador?

O cuidado direcionado leva à maior observação de possíveis necessidades pessoais de


cada paciente. O cuidador ao zelar pelos interesses do seu paciente se torna agente
direto de qualidade da assistência. Considera-se como principal vantagem do cuidador
a possibilidade de desospitalização do paciente dependente. No âmbito familiar
acredita-se que o melhor lugar para o paciente recuperar-se, onde o tratamento é
pessoal, humanizado e muito menos traumático.
Aspectos emocionais do paciente

Ao longo dos dias o estado emocional do


paciente, assim como do cuidador, pode sofrer
diversas alterações, é preciso estar atento, pois
é o cuidador também que irá suprir essa
demanda no dia a dia.
Tanto o cuidador como a pessoa a ser cuidada
podem apresentar sentimentos diversos e
contraditórios, tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse,
tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez.

Diante de todos esses sentimentos destacamos algumas formas do cuidador estimular o


paciente a se manter ativo e ocupado no intuito de minimizar os problemas psicológicos,
como:

 Não ter segredos com o paciente para que o mesmo não se sinta desconfiado;

 Orientar o paciente quanto ao dia, horário, mudanças climáticas, notícias do


cotidiano;

 Estimular a participação do paciente em atividades diárias, por exemplo,


construção de listas de compras, decisões quanto à roupa, comida (caso seja
possível);

 Informar sobre a rotina do paciente, tais como, hora do banho, alimentação...;

 Proporcionar momentos de lazer ao paciente, ouvir músicas, banho de sol,


programas na televisão.

O paciente deve receber todas as solicitações de uma maneira respeitosa e objetiva,


jamais como uma ordem, pois isso fará com que ele se sinta inútil. Tratá-lo sempre
pelo nome e nunca infantilizá-lo.
CUIDADOR, VOCÊ TAMBÉM PRECISA DE CUIDADO!
Lembre-se de tirar um tempo para cuidar de você, busque momentos de lazer, descanso
e cuidados periódicos com a sua saúde

Cuidados básicos com higiene

A higiene é um cuidado básico e primordial para evitar diversas complicações e quando


bem feita trás sensação de bem-estar e conforto.

Higiene das mãos:

O hábito de lavar as mãos é muito importante para todos nós, principalmente para o
cuidador que está em contato direto com o paciente, a lavagem deve ser feita com água e
sabão e secas com toalha limpa, realizada antes e após cada atividade feita com o
paciente. No caso das unhas orientamos que permaneçam sempre curtas para evitar
transmissão de infecções de uma pessoa para outra.

O banho:
O banho deve ser diário, no chuveiro, banheira ou na cama.
Deve respeitar os hábitos do paciente assim como precisa ser um momento de
relaxamento.
Atenção aos cuidados antes do banho para evitar acidentes, algumas adaptações no
ambiente podem ser necessárias, tais como:

Cadeira de Banho
Barra de Proteção Sólida

Piso não escorregadio ou tapete Boa Iluminação


antiderrapante

Mais:
Suporte de sabonete alcançável;
Ausência de degraus no trajeto e no banheiro;

IMPORTANTE!

Durante o banho o material a ser utilizado deve estar em fácil acesso.


Só faça aquilo que o paciente não é capaz de fazer.
Secar bem as partes íntimas e dobras de pele.
A higiene dos cabelos é recomendada que seja feita pelo menos 3 vezes por semana.
Observe se há presença de feridas, piolhos ou queda de cabelo.

Nutrição e Alimentação do paciente


Para o bom funcionamento do organismo é necessária uma boa alimentação para que o
mesmo tenha condições de se recuperar mais rapidamente e se manter saudável. Para
se ter uma alimentação equilibrada, com todos os nutrientes necessários, é preciso variar
os tipos de alimentos, consumindo-os com moderação.
Vamos ver na prática como podemos melhorar a alimentação em casa?
 Aumentar e variar o consumo de frutas, legumes e verduras. Consumir 5 vezes ao
dia;

 Comer feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana;

 Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente,


salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos;

 Reduzir o consumo de sal;

 Fazer pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia;

 Reduzir o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar


para no máximo 2 vezes por semana;

 Evitar o consumo de álcool e refrigerantes;

 Apreciar a sua refeição. Comer devagar, mastigar bem!

Para receber a alimentação, a pessoa deve estar sentada confortavelmente. Jamais


ofereça água ou alimentos à pessoa na posição deitada, pois ela pode se engasgar.

CUIDADOS NA MANIPULAÇÃO DA DIETA ENTERAL E ORAL:


Higiene pessoal:

Higiene do ambiente, equipamentos e utensílios:


 Deixe o ambiente (pias, bancadas, mesa e chão) sempre limpo para preparar dieta;

 Lavem bem os equipamentos e utensílios antes e após o uso, escaldar com água
fervente;

 Separe os utensílios (funil, copo medidor, colher, peneira, etc.) e equipamentos


(liquidificador) exclusivamente para o preparo da dieta;

 Prefira utensílios de fácil limpeza;

 Após o uso, guarde-os em local limpo e coberto.

Higiene das frutas, verduras e legumes:


Solução Clorada:
 Lave, um a um, em água corrente;
1 litro de água + 1
 Deixe-os de molho em solução clorada por 15-30 minutos colher de sopa de
água sanitária (SEM
 Verifique se todos ficaram cobertos pela água; CHEIRO).

 Enxágue com água corrente filtrada.

CUIDADOS COM A DIETA ENTERAL


As dietas fechadas devem ser conservadas em local limpo e seco;

Se for utilizar dieta industrializada em pó:

 Verifique se a embalagem não está amassada, enferrujada ou


danificada;
 Prepare a dieta colocando no liquidificador a quantidade de pó e
água filtrada, fervida ou fria prescrita recomendada;
 Bata bem;
 Prepare apenas a quantidade que será utilizada naquele
momento.

Se for utilizar dieta industrializada líquida:

 Verifique a data de validade do produto e as condições de conservação;


 Verificar se a embalagem não está danificada;
 Lave bem a embalagem com água e sabão e aplique o álcool a 70%;
 Agite bem o produto antes de abrir;
 Colocar data e horário na embalagem na dieta, quando for utilizar;
 Retire apenas a quantidade que vai ser usada no horário. Tampe a embalagem e
guarde na geladeira, na prateleira;
 Após aberta a dieta líquida tem validade em 24h conservada em refrigerador na
prateleira;

Como alimentar pela gastrostomia, sonda gástrica ou enteral

Quando a pessoa não possui condições de se alimentar pela boca, pode ser feita através
de um cateter posicionado através do nariz ou boca até o estomago (sonda gástrica-SNG
ou enteral-SNE) ou um cateter implantado no estômago (gastrostomia-GTT).

Orientações:

1-Antes de preparar a dieta lave as mãos, os alimentos, os utensílios e a bancada onde a


alimentação será preparada;
2-No momento de alimentar, garanta que seu paciente esteja sentado ou com a cabeceira
elevada. O tronco deve permanecer elevado por 01h (uma hora) após a alimentação.
Esse cuidado evita que o alimento volte e vá para a via respiratória, causando
sufocamento ou pneumonia;
3-Pendurar o frasco da dieta bem mais alto que o paciente;
4- Abrir a tampa da sonda e encaixar a seringa ou o equipo;
5-Injetar a dieta ou a água em temperatura ambiente (não quente, não gelada) e
lentamente gota a gota, com o volume prescrito;
6-Para administrar medicações os comprimidos devem ser dissolvidos um a um, em água
filtrada e não administre comprimidos junto com a dieta;
7-Lavar a sonda com 20 ml de água filtrada ou fervida antes e após a alimentação e as
medicações;
8-Manter a sonda fechada sempre que não estiver em uso.
ROTINA DE LIMPEZA DA GTT:
 O banho pode ser dado normalmente. Seque bem a área, após o banho.
 Independente do banho a área ao redor do orifício da GTT deve ser limpa diariamente
com sabonete líquido e água, secando bem posteriormente. Utilize um pano de tecido
macio destinado somente para essa limpeza. Depois da pele limpa e seca, se possível
passe uma pequena quantidade de creme barreira para proteger a pele. NÃO utilize
óleos, pois pode facilitar a saída acidental da sonda. SE não houver nenhuma alteração
na pele não necessita a utilização de gaze entre a pele e a sonda.
 Após a limpeza realize a rotação da sonda em torno dela mesma para evitar que acabe
grudando na pele. Esse movimento de rodar a sonda deve ser feito 1 vez por dia.
 Aproveite o momento da limpeza para olhar como está a pele ao redor, se está
ocorrendo vazamentos de dieta, e também verificar a posição da sonda.

ATENÇÃO!
-Trocar a fixação da sonda nasoenteral pelo menos uma vez por semana ou quando
estiver soltando da pele, cuidado para não ficar puxando o nariz e causar feridas;
-Observar se a sonda está na marcação correta;
-Se a sonda obstruir, lavar com 40 ml de água, porém caso não tenha sucesso será
necessário ser trocada, levar a um serviço de saúde;
-Caso a sonda se desloque ou obstrua chame a equipe de saúde ou leve o paciente no
hospital mais próximo, somente o profissional capacitado pode repassar a sonda.
- Troque equipos de dieta e seringas com frequência.
- Se perceber o local com vermelhidão, doloroso, com presença de pus, vazamento de
dieta pelo orifício da GTT, descolamento ou saída da sonda, obstrução da sonda,
sangramentos ou qualquer outro sintoma diferente PROCURE UM SERVIÇO DE SAÚDE!
- Mesmo com a GTT ou SNG ou SNE é necessário manter a higiene regular da boca e
dos dentes.
-Cuide para que seu paciente não “brinque” ou se habitue a puxar a sonda.
Como cuidar da pele do paciente e evitar feridas

Pessoas acamadas ou com dificuldades de movimentação


podem aparecer feridas que são causadas pela pressão do
peso do corpo sobre a cama ou a cadeira, são chamadas
de lesão por pressão, muito conhecidas como escaras.
Essas feridas são mais comuns aparecerem em regiões
onde os ossos estão mais próximos à pele.

COMO EVITAR?

1-Mudar o paciente de posição várias vezes ao dia; utilizar travesseiros, almofadas,


lençóis para apoiar

2-Após o banho, secar bem a pele e passar creme hidratante

3- Não deixar de trocar a fralda suja, pois as fezes e a urina irritam a pele e pode facilitar
o aparecimento das feridas; utilizar pomada para assaduras

4-Observar se em algum lugar do corpo tem área avermelhada, se sim, mudar o paciente
de posição imediatamente

5-Dê preferência ao uso de colchão de ar

6-Não necessita massagear as áreas de proeminências ósseas

Como posicionar o paciente?

O posicionamento ideal deve proporcionar ao paciente conforto, comodidade, segurança


e liberdade de movimentos, para que os movimentos voltem a ser realizados o mais cedo
possível. O paciente deve estar sempre em posições que facilitem o seu manuseio pelo
cuidador.

Na posição deitada de costas:

Coloque um travesseiro fino e firme embaixo da cabeça da pessoa de maneira que o


pescoço fique no mesmo nível da coluna;
Coloque lençóis dobrados ou espumas debaixo dos antebraços;
Da mesma forma nos joelhos e calcanhares.

Deitado de lado:

Coloque um travesseiro fino embaixo da cabeça para que a cabeça fique alinhada com a
coluna. Use um travesseiro maior nas costas para evitar que a pessoa vire de barriga
para cima. O braço livre deve ser apoiado com espuma ou lençol para que não fique
pendurado e cause inchaço. Use travesseiro entre as pernas para apoiar a perna de cima,
que deve estar flexionada enquanto a perna debaixo deve estar estendida.

Deitado de bruços:

Deite a pessoa de bruços, vire a cabeça delicadamente para um dos lados, acomodando-
a com um travesseiro fino ou toalha dobrada. Ajude o paciente a flexionar os braços
(figura). Use toalhas sob o tórax na região do estômago, no quadril e rolo embaixo dos
tornozelos.
MUDANÇAS DE POSIÇÃO E TRANSFERÊNCIAS DO PACIENTE:

Primeiro, lembre-se sempre de comunicar ao paciente o que irá acontecer.

Um paciente acamado precisa ser movimentado/mudado de posição pelo seu cuidador a


cada duas horas a fim de evitar feridas na pele e outras complicações da imobilidade.

Se possível o cuidador deve realizar as transferências com ajuda de outra pessoa.

Da cama para a cadeira:

1) Coloque a cadeira ao lado da cama;

2) Role o paciente de lado;

3) Mova as pernas da pessoa para o lado, segurando a pessoa com firmeza pelos
ombros;
4) Peça a pessoa que se apoie firmemente nos braços e levante o corpo da cama. Com a
pessoa já sentada na cama, solicite a ela que apoie os dois pés no chão;

5) Traga-a para a beira da cama, posicione seus pés firmemente no chão e peça-lhe para
tentar se levantar. Esteja atento para ajudar em caso de desequilíbrio e falta de força.

6) Guie a pessoa até uma cadeira. Posicione-a de costas para a cadeira, com os joelhos
flexionados e as costas eretas. Caso a cadeira tenha braços, peça à pessoa cuidada
para se apoiar nos braços da cadeira ao sentar.

Ajuda para caminhar:

A caminhada é uma atividade importante, pois ajuda a melhorar a circulação sanguínea e


a manter o funcionamento das articulações, entre outros benefícios.

O paciente pode precisar de apoio e segurança, para isso o cuidador deve colocar uma
mão embaixo do antebraço ou axilas, ou ainda apoiar firmemente nos seus antebraços de
frente para o paciente.

Cuidados respiratórios:
Em primeiro lugar precisamos começar pela higiene adequada do ambiente para
que não haja poeira que possa irritar a via aérea do paciente.

A limpeza do nariz pode ser orientada pedindo para o paciente assoar e em caso
do mesmo não conseguir precisa ser limpo com cotonete.

A boca, especialmente em pacientes que não conseguem engolir corretamente,


deve ser limpa para impedir que algum resíduo vá para a via respiratória do paciente.
Aspiração Traqueal:

Em primeiro lugar devemos ressaltar que a tosse deve ser estimulada sempre.

Em caso de tosse ineficaz (em que o paciente NÃO consegue eliminar as


secreções) dispomos do recurso de aspiração traqueal. Ela pode ser realizada pelo nariz,
boca ou cânula de traqueostomia.

O material básico necessário é: aspirador com frasco coletor, luvas estéreis e


sonda de aspiração estéril.

Veja as figuras:

Ao introduzir a sonda siga a sequência:

1° Primeiro cânula de traqueostomia (se for o caso);

2º Nariz;

3º E finalmente boca.

ATENÇÃO: Jamais utilize a mesma sonda para aspirar a cânula de traqueostomia se já


tiver aspirado nariz e boca.

CUIDADO!

Ao introduzir a sonda a mesma deve estar fechada para evitar machucar a via aérea do
paciente. Abra a sonda e realize movimentos delicados e circulares durante a retirada da
mesma.

Cuidados com a cânula de traqueostomia:


A cânula de traqueostomia é um tubo de plástico ou metal desenvolvido para auxiliar sua
respiração. Após a traqueostomia, é por meio desse tubo que o ar entra e sai dos
pulmões.

As Peças

As partes que compõem a traqueostomia dividem-se em CÂNULA e SUBCÂNULA. É


muito importante mantê-las sempre limpas e livres de obstruções, para evitar bloqueios à
entrada de ar, acúmulo de secreções e mau cheiro.

Cuidados Gerais e Limpeza:

O mais importante: manter a traqueostomia sempre limpa e com livre passagem de ar.

1. Lave bem as mãos.

2. Retire a subcânula.

3. Lave a subcânula com água corrente, escovando-a por dentro para retirar toda
secreção acumulada.

4. Seque bem a subcânula.

5. Recoloque a subcânula dentro da cânula que está no pescoço.

6. Limpe bem a pele ao redor da cânula. Faça a limpeza no pescoço utilizando uma toalha
limpa, sabonete e água corrente.

7. Troque as gazes que estão entre a sua pele e a cânula de traqueostomia.

8. Coloque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço.

9. Lave as mãos novamente. Realize este cuidado 3 vezes ao dia ou sempre que
necessário.
CUIDADO: Nunca retire o conjunto de cânula. Caso o conjunto saia, procure
imediatamente o hospital ou UPA mais próxima.

Cuidados com o cadarço:

- Trocar o cadarço que prende a cânula ao redor do pescoço DIARIAMENTE.

- Para sua segurança, primeiro coloque o cadarço limpo, amarre-o com dois nós e depois
retire o sujo.

- Não deixe o cadarço frouxo; a cânula pode sair em caso de tosse, por exemplo.

Tosse e Nebulizações:

É comum ter tosse após a traqueostomia, devido ao acúmulo de partículas de poeira que
são eliminadas pela tosse. Muitas vezes, a subcânula pode sair durante acessos de
tosse. Caso isso aconteça, lave-a com água e sabão e recoloque-a dentro da cânula.

Procure fazer nebulizações para evitar o ressecamento das secreções nas vias
respiratórias. As nebulizações deverão ser realizadas somente com soro fisiológico ou
conforme prescrição médica. Faça-as três vezes ao dia e sempre que necessário.
Durante a nebulização, coloque a máscara do nebulizador no pescoço em direção à
cânula de traqueostomia.

Cuidados gerais e sinais de alerta na hora da alimentação


Atenção quanto à alimentação Via Oral:

•Dificuldade para mastigar ou engolir.

•Tosse, pigarro e/ou engasgos frequentes com a saliva, durante ou após a alimentação.

• Cansaço, perda de fôlego ou suor excessivo durante ou após a alimentação.

• Restos de alimentos na boca durante ou após as refeições.


• Recusa alimentar ou redução do apetite.

• Mudanças frequentes na voz, na fala ou na comunicação.

Esses casos precisam ser relatados ao médico assistente e avaliados pelo


fonoaudiólogo.

Cuidados no momento da oferta da Alimentação Via Oral

 Recomendações de postura segura para alimentação:

 Ao oferecer a dieta por via oral ou sonda, o paciente deverá


permanecer sentado ou com a cama elevada a 30 - 45°. Após a
dieta, deve-se esperar 1 hora para baixar a cabeceira da cama
novamente.

 Seguir as fielmente recomendações do Fonoaudiólogo quanto à utilização do


espessante alimentar nas dietas.

 Mastigar bem os alimentos, engolir todo o volume de alimento contido na boca para
depois receber a próxima colherada.

ATENÇÃO:

Caso o paciente seja traqueostomizado (a), observar se a dieta ofertada esteja saindo
pela traqueostomia (Interromper a refeição imediatamente).

Deixe-o respirar e NÃO OFEREÇA qualquer tipo de alimento ou mesmo líquido.

Não realizar as refeições quando o paciente estiver sonolento ou distraído.

Aguarde-o ficar mais acordado e ativo para que possa se alimentar. Se o paciente estiver
sonolento, peça orientação aos profissionais especializados antes de disponibilizar
alimentos e líquidos.

Siga rigorosamente as orientações do fonoaudiólogo, sobre como oferecer alimentos e


líquidos ao paciente.

Higiene Oral após as refeições:


A escovação dos dentes e da língua deve ocorrer mesmo que o paciente não se alimente
por via oral. Esse processo ajuda a reduzir os microrganismos presentes na boca,
minimizando o risco de pneumonia em casos de broncoaspiração.

Para pacientes em jejum ou que recebem a dieta por sonda, a escovação deve ocorrer
pelo menos 3 vezes ao dia. Para pacientes que se alimenta por via oral, a escovação
deve acontecer sempre após as refeições.

Situações de Emergência
Emergência é sempre uma situação grave que acontece de repente e que requer
uma ação imediata para salvar a vida de uma pessoa. Em casa o cuidador precisa agir
com rapidez às pioras súbitas e a situações inesperadas prestando os primeiros socorros
ao paciente.
A primeira atitude ao identificar uma emergência deve ser ligar para o SAMU (192)
e prestar as devidas informações sobre o real estado do paciente. Feito isto, inicie os
primeiros socorros.

Engasgos:

Cuidador, ao perceber que a pessoa cuidada está engasgada, tente primeiro retirar com o
dedo o pedaço de alimento que está provocando o engasgo. Caso não consiga, coloque a
pessoa em pé, abrace-a pelas costas apertando com seus braços a “boca” do estômago
da pessoa. (Manobra de Heimlich).
Sincope (desmaio):

Pode acontecer pela perda momentânea da consciência (sincope), e uma das


causas é a diminuição súbita da pressão arterial. Podemos perceber sinais como palidez,
suor e pulso fraco.

Atitude:

Neste caso leve a vítima para um ambiente arejado, deixe-a confortável, deitada de
barriga para cima e com as pernas elevadas, mantenha as vias aéreas livres, se a pessoa
tiver dentadura retire, não dê nada para a pessoa cheirar ou comer, aguarde a pessoa
voltar a si, observando sempre se o desmaio vai durar mais de 2 minutos (neste caso
busque ajuda médica).

Convulsão:
Na crise convulsiva a pessoa pode cair, perder a consciência, movimentar braços e
pernas contra sua vontade e de maneira desordenada, urinar e defecar involuntariamente.
Atitude:
Apoie a cabeça da pessoa e gire parao lado, para evitar que a saliva seja aspirada e vá
para os pulmões. Proteja a pessoa para que a mesma não se machuque, afastando
móveis e objetos. Quando a pessoa acordar, acolha!

ATENÇÃO!

Jamais coloque os dedos ou objetos na boca do paciente, para evitar que ele morda a
língua coloque um lenço dobrado.

Parada Cardiorrespiratória (PCR)


Pode ser definida como a interrupção repentina do bombeamento de sangue e a parada
total da respiração.
Verifique se a pessoa está respondendo, perguntando: Você está bem?
Verifique se a mesma está imóvel, pálida ou roxa, sem respirar e sem pulso nas maiores
artérias. Por exemplo (artéria carótida):
Atitude!

 Solicitar o socorro (SAMU)! Após 4 min. de PCR os

 Iniciar as manobrar de ressuscitação o quanto antes! danos podem ser


irreversíveis.

A manobra:

 Fique de joelhos ao lado da vítima;


 Coloque uma mão sobre a outra no centro do tórax do
paciente;
 Mantenha os braços na posição esticados e os ombros
diretamente sobre as mãos;
 Inicie as compressões com
força e rapidez a uma profundidade de no mínimo 5 centímetros;
 Realize as compressões de modo regular, a uma frequência de
no mínimo, 100/min;
 Ao final de cada compressão, permita o retorno total do tórax
(reexpansão).
 Verifique o pulso novamente a cada 2 minutos. Se os
batimentos cardíacos não retornaram, retome as compressões até que eles
retornem ou até a chegada do socorro especializado.
ATENÇÃO!
As manobras de ressuscitação devem ser iniciadas imediatamente e mantidas até o
socorro especializado chegar.
Os direitos e alguns benefícios ao paciente:

Benefício Quem tem Como solicitar? ATENÇÃO!


direito?
Benefício de prestação Idoso (65 anos ou  Ter cadastro no CadÚnico,
continuada (BPC) mais), pessoa com feito no CRAS;
deficiência (qualquer
idade), de natureza  Solicitação do benefício pelos
física, mental, canais de atendimento do
intelectual ou INSS.
sensorial, NÃO é
necessário ter
contribuído com a
previdência, NÃO dá
direito a 13º salário.
Precisa ter renda
familiar de até ¼ do
salário
mínimo/pessoa.
Auxílio Acidente Segurado do INSS; 1- Acesse o Meu INSS;
2- Escolha a opção
Como forma
Agendamentos/Requerimento
indenizatória;
3- Clique em “novo
Em caso de acidente requerimento”;
ou seqüela 4- Selecione o serviço desejado;
permanente; 4 - Acompanhe o andamento
NÃO impede o pelo Meu INSS, na opção
cidadão de continuar Agendamentos/Requerimento
trabalhando.
Auxílio Doença Segurado do INSS; 1- Acesse o Meu INSS; Pode solicitar a
2 - Escolha a opção “Agende sua remarcação,
Que esteja
Perícia”, no menu lateral uma única vez,
temporariamente
esquerdo; até três dias
incapaz para o
3 - Clique em “Agendar Novo” – antes da data
trabalho em
para primeiro pedido ou em agendada;
decorrência de
“Agendar Prorrogação” para
doença ou acidente Canal de
prorrogar o benefício.
(precisa comprovar atendimento
4 - Acompanhe o andamento
por pericia médica); 135 ou meu
pelo Meu INSS, na opção
“Resultado de INSS.
Requerimento/Benefício por
Incapacidade”

CANAIS DE ATENDIMENTO DO INSS


Aplicativo móvel: MEU INSS ou Ligações para o número 135
Como ter acesso ao aplicativo? baixar em lojas de aplicativos do seu celular:
Seguro DPVAT Vítimas de Através do aplicativo de celular Pode ser
acidente causado DPVAT CAIXA; solicitado até
por veículos Documentos: 03 anos a
automotores de • Boletim do primeiro contar da data
vias terrestres. atendimento hospitalar ou do acidente.
ambulatorial e Prontuário
médico;
• Boletim de ocorrência policial
(frente e verso);
• CPF da vítima;
• Carteira de Identidade da
vítima;
• Comprovante de residência ou
declaração assinada pela vítima
com o endereço;
• Relatório médico sobre as
lesões sofridas pela vítima e o
tratamento realizado;
• Comprovante de pagamento de
despesas médicas, assim como as
respectivas requisições ou
receituários – originais;
• Conta bancária/ dados
bancários: cartão do banco e
extrato bancário;
• Laudo IML (Instituto Médico
Legal).
Serviços de órtese e Quem necessitar Realizar consulta com o médico Endereço
prótese da UBS ou credenciado pelo SUS; (Central do
SUS) em
Prescrição em formulário do SUS;
Teresina: Av.
Documentos: RG, CPF, Cartão do Miguel Rosa,
SUS, Comprovante de Residência 3860-3898 -
com CEP e número de telefone Centro (Sul),
para contato; Teresina – PI).
Entregar na secretaria de saúde
do seu município e aguardar.
Serviços de reabilitação Quem necessitar Após consulta na UBS solicite Para mais
(física, intelectual, preenchimento da guia de informações e
auditiva e pós-covid) marcação de consultas do SUS esclarecimento
para TRIAGEM CEIR; s contato com
Documentos: RG, CPF, Cartão do o CEIR:
SUS, Comprovante de residência
Telefone: (86)
com CEP e um número de
3198.1500 ou
telefone para contato;
same@ceir.org
No Posto de Saúde ou Secretaria .br
de Saúde do município o
operador de marcação deverá
preencher com a opção
TRIAGEM. Havendo vagas você já
sai com o agendamento do dia e
a hora da primeira consulta no
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Referências Bibliográficas

Ministério da Saúde. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

MACHUCA, Louise et al. Manual do cuidador. Disponível em:


https://doi.org/10.5212/publicatio%20uepg.v22i1.9318. Acesso em: 04 de abril de 2022.

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