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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL UNIPLAN

UNIDADE BATISTA
CURSO; BACHARELADO EM ENFERMAGEM
SALA;07

ANDREIA LINHARES, BRUNA MENESES, ELISANGELA CRISTINA, FRANCISCA


CLERISMAR, KEILA FELIX, LIVIA GOMES, MAURICIO BASTOS, PRISCILA
DOURADO, SAMARA ANDRADE E VANDA MORAIS

SISTEMA RESPIRATÓRIO: FOCOS PULMONARES;

CODO-MA
2023
ANDREIA LINHARES, BRUNA MENESES, ELISANGELA CRISTINA, FRANCISCA
CLERISMAR, KEILA FELIX, LIVIA GOMES, MAURICIO BASTOS, PRISCILA
DOURADO, SAMARA ANDRADE E VANDA MORAIS

SISTEMA RESPIRATÓRIO: FOCOS PULMONARES;

Trabalho apresentado para a disciplina;


Avaliação clínica e psicossocial, referente ao
3° período do curso; Bacharel em Enfermagem
do centro universitário Uniplan

Prof.; Ana Michele

CODO-MA

2023
Sumário
1. SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................. 4
2. ANAMNESE.......................................................................................................... 4
2.1. Dor torácica .................................................................................................... 4
2.2. Tosse ............................................................................................................. 5
2.3. Expectoração ................................................................................................. 6
2.4. Hemoptise ...................................................................................................... 6
2.5. Dispneia ......................................................................................................... 6
2.6. Sibilância ........................................................................................................ 6
2.7. Rouquidão ou disfonia.................................................................................... 7
3. EXAME FÍSICO .................................................................................................... 7
3.1. Inspeção......................................................................................................... 7
3.2. Palpação ........................................................................................................ 7
3.3. Percussão ...................................................................................................... 8
3.4. Ausculta ......................................................................................................... 8
4. REFERENCIAS .................................................................................................. 11
1. SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório pode ser dividido em sistema respiratório superior e
sistema respiratório inferior. A avaliação clínica do sistema respiratório envolve
obrigatoriamente o sistema respiratório superior, que é composto por fossas nasais,
nasofaringe, orofaringe, laringofaringe e laringe. Já o trato respiratório inferior
compreende a traqueia e todas as estruturas inferiores até o parênquima pulmonar.

Abaixo trazemos a representação da divisão pulmonar em lobos e


segmentos broncopulmonares, relacionada ao arcabouço esquelético que compõe a
parede torácica. Entender a localização pulmonar em relação aos ossos da parede
torácica é essencial para determinar os pontos de ausculta pulmonar! Observe que o
pulmão esquerdo possui apenas lobo superior e inferior, enquanto o pulmão direito
possui lobo superior, médio e inferior.

Os pulmões são revestidos por uma membrana serosa única, chamada de


pleura. Ela é constituída por dois folhetos. O folheto parietal está aderido à parede
torácica e o folheto visceral está adjacente à superfície externa pulmonar. Apenas a
pleura parietal é inervada. Entre esses dois folhetos forma-se a cavidade pleural, que
contém pressão negativa e líquido seroso. Este líquido possibilita que os dois folhetos
deslizem um contra o outro sem atrito. A quantidade normal de líquido pleural é de 25
a 30 mL

2. ANAMNESE
As informações mais importantes a serem obtidas na anamnese são idade,
sexo, cor da pele, profissão, residência atual e anteriores, antecedentes pessoais e
familiares. Outro aspecto a ser investigado é o tabagismo, já que este apresenta
relação direta com bronquite, asma, enfisema e carcinoma brônquico.

Alguns sinais e sintomas podem indicar acometimento do sistema


respiratório, sendo os mais comuns e preocupantes os listados a seguir.

2.1. Dor torácica


As causas de dor torácica são inúmeras. A dor pode ser originada de uma
afecção cardíaca, da parede torácica (sistema musculoesquelético e neurológico), do
esôfago, de estruturas extratorácicas e da pleura parietal. O parênquima pulmonar

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não é inervado, apenas a pleura parietal. Portanto, a dor derivada de um
acometimento pulmonar se origina na pleura parietal.

É importante pedir para que o paciente aponte a região em que sente dor
e que se atente aos movimentos realizados pelo paciente para descrever a dor. As
características da dor torácica podem diferenciar suas diversas causas.

• Dor pleurítica (associada às pleurites): aguda e em pontada. Bem


localizada, o paciente é capaz de apontar com a ponta do dedo, e não irradia.
Piora com a tosse seca e com os movimentos da parede torácica. Quando a
dor diminui, mas persiste a dispneia, é sinal de que ocorreu derrame pleural.

• Dor associada a pneumonias: As pneumonias bacterianas


alveolares que se iniciam na periferia dos lobos pulmonares apresentam
características semelhantes com a dor pleurítica. Já a dor associada à
pneumonia de origem viral evolui de maneira diferente, é difusa como um
desconforto.

• Dor associada a pneumotórax espontâneo: aguda, súbita, intensa


e em punhalada.

• Dor associada a infarto pulmonar: Apresentação semelhante a dor


pleurítica.

2.2. Tosse
A tosse é um mecanismo de defesa a fim de manter as vias aéreas pérvias.
As suas características são: frequência, intensidade, tonalidade, existência ou não de
expectoração, relação com o decúbito e período do dia em que apresenta maior
intensidade.

Classificação da tosse quanto a duração:

• Aguda: inferior a 3 semanas. Principais causas: infecções virais


das vias aéreas superiores, bronquite aguda, pneumonia, insuficiência
cardíaca esquerda.

• Subaguda: entre 3 a 8 semanas. Principais causas: asma, corpo


estranho, tabagismo e uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina
(iECA).
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• Crônica: superior a 8 semanas. Principais causas: asma, refluxo
gastroesofágico, bronquite crônica e bronquiectasia.

2.3. Expectoração
As características da expectoração a serem investigadas são volume,
coloração, odor, transparência e consistência.

Expectoração translúcida, branca ou acinzentada são mais comuns nas


infecções virais e fibrose cística. Já a amarelada ou esverdeada, pegajosa e densa
está associada a pneumonia bacteriana. O odor fétido está presente em
expectorações de abscessos pulmonares.

2.4. Hemoptise
Hemoptise é a eliminação de sangue proveniente do trato respiratório
inferior (das artérias brônquicas, dos ramos das artérias pulmonares ou dos capilares)
através da tosse. Assim como ocorre na hematêmese, o sangue é expelido pela boca.
Então, é necessário diferenciar a origem do sangue, se do trato digestório ou do trato
respiratório.

As principais causas são: bronquiectasias, tuberculose e aspergilose.

2.5. Dispneia
Dispneia é a consciência desconfortável e não dolorosa da respiração,
dificuldade para respirar. É importante definir se a dispneia ocorre no repouso ou aos
esforços. Ela pode ser classificada em graus, de acordo com a escala de dispneia
do Medical Research Council modificada (mRC).

2.6. Sibilância
Também chamada de “chiado” ou “chieira”, é um o som emitido durante a
respiração, frequentemente durante a expiração. Pode ser percebido sem ajuda da
ausculta. A sibilância decorre do estreitamento do calibre da árvore brônquica, o que
ocorre na asma, bronquite aguda e crônica, tuberculose brônquica, neoplasias
benignas e malignas, embolias pulmonares e no uso de bloqueadores beta-
adrenérgicos.

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2.7. Rouquidão ou disfonia
A rouquidão sinaliza o comprometimento das cordas vocais ou do nervo
laríngeo recorrente. Atenção especial deve ser dada à possibilidade de ser causada
por uma neoplasia, seja benigna ou maligna.

3. EXAME FÍSICO
A avaliação da região posterior do tórax deve ser realizada com o paciente
sentado. Para que uma maior área pulmonar posterior seja avaliada, solicita-se que o
paciente cruze os braços à frente do tórax. A região anterior pode ser examinada com
o paciente sentado ou em decúbito dorsal.

O exame físico do sistema respiratório compreende a inspeção, a palpação,


a perfusão e a ausculta pulmonar.

3.1. Inspeção
Ao inspecionar o paciente, avalie a respiração com relação à frequência,
ao ritmo, a profundidade e ao esforço respiratório. A frequência respiratória normal em
adultos corresponde a aproximadamente 20 incursões respiratórias por minuto (irpm).
O paciente está em bradipneia quando executa menos de 8 irpm e
em taquipneia quando executa mais de 25 irpm.

Outros aspectos a serem avaliados são coloração da pele (investigar


cianose ou palidez), sons audíveis da respiração, uso de musculatura acessória da
respiração, deformidades ou assimetrias da expansão do tórax, retração anormal dos
espaços intercostais durante a inspiração e formato do tórax.

O ritmo respiratório também deve ser avaliado. A seguir resumimos os


principais ritmos anormais da respiração. Cada ritmo está relacionado a uma
alteração. O ritmo de Cheyne-Stokes sugere insuficiência cardíaca grave e o ritmo de
Kussmaul, acidose diabética.

3.2. Palpação
A palpação do tórax objetiva identificar regiões de hipersensibilidade (de
dor ou de lesões visíveis), crepitações palpáveis, anormalidade cutâneas como massa
tumorais e a expansão torácica.

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Para a determinação da expansão torácica, o examinador deve posicionar
seus polegares paralelos à décima costela, envolvendo a caixa torácica com as mãos.
Quando o paciente realiza uma inspiração profunda, é possível identificar a simetria
da expansão torácica.

As vibrações da voz do paciente, quando ele pronuncia algumas palavras


como “trinta e três”, repercutem para a parede torácica e pode ser sentida pelo
examinador. A palpação dessas vibrações busca avaliar o frêmito toracovocal. É
importante avaliar essas vibrações em regiões simétricas dos dois pulmões.
Alterações como diminuição ou aumento do frêmito toracovocal estão relacionadas a
doenças. O aumento frequente se associa a consolidações pulmonares e a diminuição
à derrames pleurais, DPOC e pneumotórax.

As vibrações são detectadas na parede posterior do tórax, nas regiões


identificadas na imagem abaixo. O examinador usa a palma da sua mão,
especialmente a parte óssea da palma nas bases dos dedos.

3.3. Percussão
A percussão permite ao examinador avaliar se os tecidos percutidos estão
cheios de ar, líquido ou consolidações. Os pulmões normais são ressonantes,
descrevem um som claro pulmonar. Contudo, alterações no tecido pulmonar ou na
cavidade pleural podem gerar macicez ou hipersonoridade.

A seguir trazemos os pontos a serem percutidos na parede posterior do


tórax. A fim de reforçar a suspeita de uma anormalidade, é importante percutir os lados
simétricos do tórax na mesma altura. Os mesmos pontos são usados para a ausculta
da parede posterior do tórax.

3.4. Ausculta
A ausculta é a etapa mais importante do exame físico do sistema
respiratório, pois avalia o fluxo de ar através da árvore traqueobrônquica. Os sons
anormais deste fluxo são chamados de ruídos adventícios.

Para auscultar com clareza deve-se utilizar o diafragma do estetoscópio


diretamente na pele do paciente, sem a interferência do atrito de roupas, e solicitar
que o paciente respire profundamente com a boca aberta.

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É importante se atentar para o tom, intensidade e duração dos sons
inspiratórios e expiratórios. Inicialmente vamos entender quais são os sons normais,
os sons pulmonares. A seguir trazemos uma tabela com o resumo das características
dos sons pulmonares do livro Bates – Propedêutica Médica.

Quando se ausculta sons brônquicos e broncovesiculares em regiões onde


é esperado auscultar murmúrios vesiculares, suspeita-se que o ar pulmonar foi
substituído por líquido ou tecido consolidado.

Patologias cardíacas e pulmonares são caracterizadas pela presença de


sons adventícios. Os sons adventícios descontínuos são chamados de estertores.

• Os estertores finos são sons altos, agudos e de curta duração.


Parecem o ruído produzido pelo atrito de cabelos próximo ao ouvido. Ocorrem
do meio ao final de inspiração. Os estertores finos são produzidos devido a
abertura sequencial das vias respiratórias que estavam fechadas, pela
presença de líquido ou exudato no parênquima pulmonar ou por alteração do
tecido de suporte dos brônquios. Sendo assim, os estertores finos estão
presentes em casos de congestão pulmonar, causada por insuficiência
cardíaca esquerda.

• Os estertores grossos ou bolhosos são sons mais graves e de


longa duração. Estão presentes tanto na inspiração como na expiração. São
produzidos devido a abertura e fechamos das vias respiratórias que possuem
secreção viscosa e espessa. Os estertores grossos estão presentes
na bronquite crônica e na bronquiectasias.

Os ruídos adventícios contínuos são os sibilos, os roncos e os estridores.

• Roncos e sibilos são gerados através da vibração das paredes


brônquicas e do ar quando os ductos estão estreitados, seja por congestão,
secreção aderida ou espasmo. Podem estar presentes tanto na inspiração,
quanto na expiração. Contudo, predominam na expiração. Estão presentes
na asma brônquica, bronquites, DPOC e bronquiectasias.

• Os estridores são ruídos predominante auscultados na


inspiração, devido à obstrução das vias aéreas superiores (laringe e traqueia).

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Quando o som adventício auscultado se modifica após a tosse ou mudança
de posição é sinal de que ele está relacionado a presença de secreção aderida às
vias respiratórias.

O atrito pleural é outro som inspiratório, causado principalmente pela


pleurite seca. É possivel auscultar um som semelhante a atrito de couro, com maior
intensidade na região axilar inferior. Este som desaparece quando instaura-se o
derrame pleural.

É possível auscultar também a voz do paciente quando ele pronuncia as


palavras “trinta e três”, na parede torácica, a fim de avaliar a ressonância vocal. A
ressonância vocal tem o mesmo comportamento que o frêmito vocal, contudo
percebemos a propagação da voz pela ausculta. Assim, a ressonância vocal pode
estar normal, aumentada ou diminuída.

• Ressonância vocal aumentada: ocorre nas condensações


pulmonares. Broncofonia é ausculta da voz sem nitidez. A pectorilóquia fônica
é a ausculta da voz nitidamente. A pectorilóquia afônica é a ausculta da voz
mesmo se cochichada.

• Ressonância vocal diminuída: ocorre na atelectasia,


espessamento pleura e nos derrames.

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4. REFERENCIAS
BOCHI, G. S. Semiologia do sistema respiratório. SANAR, 2021. Disponivel em:
<https://www.sanarmed.com/semiologia-do-sistema-respiratorio-resumo-com-mapa-
mental-ligas>. Acesso em: 29 Abril 2023.

CELENO, C. Aparelho Respiratório. semiologia medica, 2021. Disponivel em:


<https://semiologiamedica.ufop.br/aparelho-respiratorio>. Acesso em: 29 Abril 2023.

LEONCIO, G. Semiologia Respiratória. SANAR, 2021. Disponivel em:


<https://www.sanarmed.com/semiologia-respiratoria-principais-motivos-de-consulta-
e-exame-fisicocolunistas>. Acesso em: 29 Abril 2023.

MIRIN, D. A. RESPIRATORIO. SIMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATORIO,


2020. Disponivel em: <http://ole.uff.br/wp-content/uploads/sites/414/2021/04/Ap.-
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MORSCH, D. J. A. AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA. TELEMEDICINA, 2023.


Disponivel em: <https://telemedicinamorsch.com.br/blog/avaliacao-
respiratoria#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20respi
rat%C3%B3ria,cr%C3%B4nicas%20e%20intensidade%20dos%20sintomas.>.
Acesso em: 29 Abril 2023.

PEGO, B. Exame físico do aparelho respiratório. JALECO+, 2019. Disponivel em:


<https://blog.jaleko.com.br/exame-fisico-do-aparelho-respiratorio/>. Acesso em: 29
Abril 2023.

PÜSCHEL, D. V. A. D. A. AVALIAÇÃO RESPIRATORIA. AVALIAÇÃO, 2019.


Disponivel em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4670083/mod_resource/content/1/Avalia%
C3%A7%C3%A3o%20Respirat%C3%B3ria%202019.pdf>. Acesso em: 29 Abril
2023.

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