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Disciplina: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: da caracterização ao

tratamento.
Identificação da tarefa: Tarefa 2. Unidade 2. Envio de arquivo.
Pontuação: 10 pontos.

Tarefa 2

A partir da leitura da Unidade 2 e dos artigos: “O tabagismo e o estresse


oxidativo na fisiopatologia da doença pulmonar obstrutiva crônica” e
“Envolvimento do tabagismo e apoptose na patogênese da doença
pulmonar obstrutiva crônica”, disponíveis na biblioteca, elabore um texto
explicativo sobre a patogênese e fisiopatologia da DPOC.

O texto deve ter entre 500 e 1.000 palavras, excluídas as referências


bibliográficas.

Ddoença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença heterogênea com diferentes


apresentações clínicas, sendo caracterizada pela presença de obstrução crônica do fluxo
aéreo das vias pulmonares, geralmente progressiva e, parcialmente reversível. É evitável
em sua fase inicial e tratável em todas as etapas. Associa-se a uma resposta inflamatória
anormal das vias aéreas à inalação de gases tóxicos ou partículas nocivas, causada,
sobretudo, pelo tabagismo. A DPOC não é uma doença que compromete somente as
vias aéreas, mas também todo o corpo, através das manifestações sistêmicas da
inflamação da DPOC. Na verdade essas manifestações são responsáveis por grande
parte da morbidade e mortalidade associadas a essa doença.

A obstrução no fluxo de ar do pulmão é geralmente progressiva e está associada a uma


resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas nocivas ou gases
tóxicos e a um processo lesivo do tecido pulmonar, tendo como uma das principais
causas o cigarro.

O tabagismo leva à DPOC pelo desequilíbrio dos sistemas enzimáticos e dos sistemas
de proteases e antiproteases e pela limitação ao fluxo aéreo.

A compreensão da patogênese da DPOC tem aumentado ao longo dos últimos 25 anos.


É agora evidente que uma variedade de processos patológicos está envolvida no
desenvolvimento da DPOC. A resposta do hospedeiro a gases e partículas inaladas
desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença.

O tabagismo é o principal fator de risco ambiental para a DPOC. Além disso, outras
exposições ambientais (por exemplo, fumaça de madeira) e ocupacionais, bem como a
genética contribuem para a patogênese da DPOC. Por conseguinte, as alterações
patológicas e sintomas clínicos estão ligados à interação dos fatores do hospedeiro com
os fatores ambientais. Essas interações geram a tríade patológica da DPOC: inflamação
persistente, desequilíbrio protease–antiprotease e estresse oxidativo. Esta tríade resulta
em metaplasia e hiperplasia de células mucosas/caliciformes, hipersecreção de muco,
fibrose, alterações do músculo liso e destruição do tecido pulmonar, que levam aos
principais sintomas, que são tosse crônica, produção de catarro e falta de ar
incapacitante. A patologia subjacente é causada por uma “resposta inflamatória anormal
do pulmão a partículas ou gases nocivos” sendo os neutrófilos, macrófagos e linfócitos
T as 31 células inflamatórias chaves e mediadores da doença, juntamente com os
mediadores que secretam, tais como a elastase, MMPs e citocinas.

A inflamação crônica, em todas as vias aéreas e no parênquima pulmonar, que ocorre na


DPOC, é principalmente resultado da inalação de substâncias tóxicas – principalmente
os produtos químicos no cigarro, charuto, cachimbo e fumo – que ativam as células
epiteliais para a produção de mediadores inflamatórios que provocam a inflamação
crônica em todas as vias aéreas e no parênquima pulmonar. Na DPOC, a inflamação
pulmonar prejudicial surge predominantemente da ação de leucócitos
polimorfonucleares (PMNs) e macrófagos alveolares pulmonares. Estas células da
inflamação liberam 32 proteases que irritam as vias aéreas, aumentam a secreção de
muco, destroem as paredes alveolares, e perpetuam e agravam a atividade inflamatória
em curso. Além disso, níveis elevados de certas citocinas, principalmente, a interleucina
(IL)- 8, leucotrieno B4 (LTB4), e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), ampliam e
perpetuam o processo inflamatório na DPOC, mesmo depois da cessação tabágica.

Estresse oxidativo

Há evidências consideráveis de aumento do estresse oxidativo na DPOC. O aumento do


estresse oxidativo nas vias aéreas de pacientes com DPOC pode desempenhar um
importante papel fisiopatológico na doença, amplificando a resposta inflamatória na
DPOC. As células inflamatórias e estruturais que são ativadas nas vias aéreas de
pacientes com DPOC produzem espécies reativas de oxigênio (EROs), incluindo,
neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e células epiteliais.

O estresse oxidativo ocorre quando EROs são produzidas em excesso dos mecanismos
de defesa antioxidantes e resultam em efeitos nocivos, incluindo danos aos lipídios,
proteínas e DNA.

A inalação da fumaça de cigarro, e demais derivados do tabaco produtores de fumaça,


expõe os pulmões a altas concentrações de agentes oxidantes e radicais livres que
diminuem a capacidade antioxidante que normalmente protege as células epiteliais.

O fumo do cigarro em si contém uma elevada concentração de EROs, e estas


apresentam vários efeitos sobre as vias respiratórias, principalmente aumento da
resposta inflamatória. Estes efeitos podem ser mediados por ações diretas das EROs nas
células alvo das vias aéreas, mas podem também ser 35 mediados indiretamente através
da ativação de vias de transdução de sinal e dos fatores de transcrição e através da
formação de mediadores oxidados, tais como isoprostanos e hidroxi-nonenal.

A produção normal de oxidantes é neutralizada por vários mecanismos antioxidantes no


trato respiratório humano. Os principais antioxidantes intracelulares nas vias aéreas são
catalase, SOD e glutationa, formada pelas enzimas γ-glutamil-cisteína sintetase e
glutationa sintetase. No pulmão, antioxidantes intracelulares são expressos em níveis
relativamente baixos e não 36 são induzidos pelo estresse oxidativo, enquanto que os
principais antioxidantes são extracelulares. Antioxidantes extracelulares,
particularmente glutationa peroxidase, são marcadamente regulados em resposta à
fumaça de cigarro e estresse oxidativo. O sistema da glutationa é o principal mecanismo
antioxidante nas vias aéreas. Existe uma elevada concentração de glutationa reduzida no
fluido de revestimento epitelial do pulmão e as concentrações são aumentadas nos
fumantes de cigarros. Glutationa peroxidase extracelular (GPxe) é um importante
antioxidante nos pulmões e pode ser secretada pelas células epiteliais e macrófagos,
particularmente em resposta à fumaça do cigarro ou ao estresse oxidativo.

Estresse oxidativo pode também induzir a apoptose em células estruturais, células


epiteliais alveolares e células endoteliais. A apoptose de pneumócitos tipo 1 pode
contribuir para o desenvolvimento de enfisema e isto pode ser induzido por linfócitos T
citotóxicos ou por inibição dos receptores do fator de crescimento endotelial vascular.
EROs podem induzir a apoptose por ativação da via de NFκB, por danos diretos no
DNA através da ativação da poli adenosina difosfato ribose e através da geração de 4-
hidroxi-nonenal (um produto de peroxidação lipídica).

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