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18/08/2021

Curso de Aprimoramento em Disfagia Orofaríngea


Departamento de Fonoaudiologia
A. C. Camargo Cancer Center

Exercitadores Respiratórios
Luciana Dall’Agnol

Definição

Objetivo

Revisão de literatura

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Para refletir

• Quantos fazem treinamento respiratório?

• Qual o dispositivo utilizado?

• Existe protocolo de execução?

• Com qual objetivo?

Exercitador Respiratório - O que é?

 Recursos mecânicos da fisioterapia respiratória

 Destinados a auxiliar o desempenho muscular respiratório e a


eficiência do trabalho mecânico da ventilação pulmonar

 ↑ da oxigenação arterial

(COSTA, 1999)

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Objetivo inicial

 Reexpansão pulmonar

 ↑ da permeabilidade das vias aéreas e fortalecimento dos músculos


respiratórios

 ↑ da oxigenação arterial

(COSTA, 1999)

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Exercitador X Incentivador

• Incentivador  aquele que incentiva


biofeedback

• Exercitador  aquele que exercita

Incentivador Exercitador

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Treinamento Muscular

 Músculos da fonação e deglutição  controle neural central e


periférico similares
 Sistema cruzado de funções respiratória X deglutição X fonação
 As alterações de voz e deglutição  exercícios que fortaleçam os
músculos envolvidos na respiração, fonação e deglutição
 Treinamento expiratório  melhora nos parâmetros da função
pulmonar, de fala e tosse (4 a 8 semanas)
 Decorrentes do aumento da pressão expiratória máxima
(KAWASAKI et al. 1964; MCFARLAND, LUND 1993; WINGATE et al. 2007)

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Treinamento Muscular

 Treinamento muscular de força respiratória – década de 70 (Sapienza 2008)


 Força X resistência em atletas (fisio)

 Treinamento muscular de força respiratória  ↑ força dos mm ins e ex


dispositivos portáteis

 Estimativa do déficit da musculatura respiratória  mm. Esquelético

Fibras Tipo I Fibras Tipo II


Capacidade oxidativa Contração rápida
Contração lenta Exercícios de potência
Resistente a fadiga

 Treinamento muscular  beneficiar ou prevenir o desperdício energético


na ação muscular
(Doherty et al. 2003; Ureczky et al. 2014)
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Treinamento Muscular

• Treino muscular é altamente individualizado e alguns


fatores a considerar:

– Condicionamento
– Idade
– Fatores neurológicos
– Grau de atrofia
– Treinamento prévio e facilidade na execução

(Stathopoulos & Duchan 2006)


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Treinamento Muscular

 Ganhos funcionais maiores em força  carga em 70-90% do máximo

 Durações de 30-60 segundos

 Freqüência de treinamento  3-4 vezes por dia

 Administrada  3-4 dias por semana

 Depende da forma como acontece o treinamento e da motivação


 importância: isometria e isotonia

(CASABURI ET AL, 1994; GLASSMAN ET AL. 1998, GALLENA ET AL. 2001)

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Fonoaudiologia
• Uso recente  mais intenso (2002)  Flórida
• TMFE R$150,00
• Dra. Christine Sapienza
• EMST 150
• Ø ANVISA

Graduação de carga:
30 25% MEP
60
90 cmH2O 75% MEP
120
150 LDASS - 2021

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(2002)

 TMFE (EMST)  testado pela primeira vez em estudantes da banda colegial


 Jovens  M e H  instrumentos de sopro (forte pressão de ar exalado)
 Aumentariam seu poder expiratório por treinamento com o EMST 150
 5d/semana (seg-sex) – 4x 6 sopros  24 sopros/dia (sob supervisão)
 Intervalo de 10-15 segundos
 Pe max inicial e final de treino
 Todos os alunos da banda  aumento na sua capacidade de produzir pressão
do ar expiratório
 Eles foram treinados para poder ter músculos expiratórios mais fortes

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(2008)

 Investigar as propriedades biomecânicas e eletromiográficas do uso “da carga”


durante atividades específicas (deglutição)

 N = 25 adultos (15M e 10H)


 videofluoroscopia da deglutição + avaliação eletromiográfica de superfície
 3 deglutições (10ml de água + Ba)
 Pe max inicial
 3 repetições de cada tarefa  intervalo de 30s
 deglutição normal
 deglutição com esforço
 manobra de Mendelsohn
 treinamento de força expiratória
 Mendelsohn > DE > EMST
 Todos importantes no processo de reabilitação
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(2009)

 A fim de melhorar as funções de tosse e deglutição


 N = 10 participantes do gênero masculino
 com diagnóstico de doença de Parkinson + disfagia comprovados pela videofluoroscopia

 treinamento respiratório (EMST) 5 sopros, 5x/dia, 5 dias na semana, durante 4 sem


 VF pré e pós treino
 30ml (agua + Ba) - contínuo
 ↓ da gravidade de penetração/aspiração evidenciados na videofluoroscopia pré treino e
aumento significativo na tosse
 sugerindo que o EMST  viável para participantes com doença de Parkinson e risco de
aspiração de dieta por via oral

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(2012)

 Risco de execução

 Alterações na pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, freqüência cardíaca


e saturação de oxigênio, durante uma sessão deste treinamento

 N = 31 adultos jovens saudáveis (monitorados)

 1 sessão; 25 repetições

 Manobras de Valsalva foram realizadas no início e no final dos exercícios

 Não houve mudança nos parâmetros

 Não oferece risco

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Fonoaudiologia
Autores F Semanas Sopros Total Patologia
semanal
Sapienza et 5d/semana 4 4x 6 sopros 24 Musicista
al. 2002 sopros/dia (sopro)
Baker et al. 5s/semana 4-8 5x5 25 sopros saudáveis
2005
Silverman 5d/semana 4 3x3 sopros 9 Parkinson
et al. 2006 sopros/dia
Chiara et al. 1d/semana 8 3x10 30 sopros Esclerose
2007 Múltipla
Pitts et al. 5d/semana 4 5x5 25 sopros Parkinson
2009
Kim et al. 5/semana 7 (3-6) 5x5 25 sopros Idoso
2009 saudável
Troche et 5/semana 4 5x5 25 sopros Parkinson
al. 2010
Sapienza et 5d/semana 4 5x5 25 sopros Diversos
al. 2012 LDASS - 2021

Fonoaudiologia
Efeitos da EMST sobre força e resistência muscular expiratória, função respiratória, tosse,
deglutição

Adultos saudáveis Profissionais da voz DPOC Doença de Parkinson Esclerose Múltipla Lance-Adams
Syndrome
↓sensação de esforço ↓ pontuação nos Aumento da Pemax ↑ da PEmax na 20ª ↑ significativo da (disartria mista)
respiratório durante o questionários de QVV semana de PEmáx após três
Melhora na
exercício de esteira resistência treinamento meses de ↑ do tempo máximo
EMST  terapia de muscular treinamento de fonação (TMF)
Melhor desempenho voz para ↑ a pressão expiratória  Melhora dos
na atividade de remo subglótica, melhorar aumento (19%) na sintomas da DP Melhora da eficácia Melhora da
a sonoridade vocal, e distância durante o período de da tosse e limpeza
percorrida no teste inteligibilidade de
↑ contração da reduzir grau de treinamento das vias aéreas fala
de caminhada de 6
musculatura alteração vocal
minutos
submentoniana Deglutição ↑ da reserva Com melhora da fala
IMST melhora respiratória e TMF, os autores
importante da Melhora da excursão deduziram que o
dispnéia e hiolaríngea, abertura ↓ impacto da EMST afetou as
desempenho do do EES disartria
exercício estruturas
imediatamente após enfraquecidas
Melhora da ↓ significativa de EMST e melhora da (língua, velofaríngea
eficácia da tosse penetração e qualidade de vida e e laringe)
aspiração  melhora voz
da qualidade de vida

(Laciuga et al. 2014)


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Treinamento Muscular de Força Inspiratória – TMFI

 Uso tradicional  enfisema, bronquite

 Programa de condicionamento de 4-6 semanas

 3 estudos de caso com resposta positiva - voz

Sem evidência científica


 VOZ para deglutição

 Benefícios na reabilitação vocal em diferentes etiologias

 Hipótese  relação entre o movimento diafragmático e o m. CAP

contribuir para um melhor


controle de abdução laríngea
(SANDNES ET AL. 2013) durante o exercício LDASS - 2021

 N = 20
 Nasofibroscopia + TMI  respfit
 Treino de força  80% da pimax  5 sucções máximas, 3x, intervalo de 1min
 Treino de resistência  60-80% da Pimax  sucção/sopro 12-16x/minuto

 TFMI: abertura laringea em 19 participantes


 TRMI: abertura laríngea em 18 participantes

 Fase inspiratória completa: abdução maxima em 6 (32%) e moderada em 4


(21%); 7 (37%) posição neutra

 Exercicio que favorece abdução laríngea

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Tipos de Exercitadores - Brasil


Respiron ® Power Breathe® Shaker®
INSPIRATÓRIO INSPIRATÓRIO HIGIENE BRÔNQUICA

Reexpansão Pulmonar Reexpansão pulmonar Mobilização de


secreções/Expectoração

Graduação de carga (0-3) Graduação de carga (0-8) Carga fixa

R$22,00 R$160,00 R$60,00

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Tipos de Exercitadores - Brasil


Respiron® (Classic)
 exercitador respiratório  INSPIRAÇÃO  incentivo reexpansão pulmonar
e treino de musculatura respiratória

 carga (resistência – carga pressórica alinear) durante a fase inspiratória da


respiração de um paciente

Custo: R$42,00
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Tipos de Respiron®

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Tipos de Exercitadores - Brasil

• Outros tipos

Triflo II

Voldyne

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Tipos de Exercitadores - Brasil


Shaker® Custo: R$50,00
Higiene brônquica

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Tipos de Exercitadores - Brasil


Acapella® Custo: R$290,00

Higiene brônquica
Oscilação de alta frequencia

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Tipos de Exercitadores - Brasil


PowerBreathe®
 Destina-se ao treinamento dos músculos inspiratórios baseado na
técnica de resistência
 Válvula variável, calibrada com molas para ajustar a carga muscular
 A pressão inspiratória máxima será mensurada no próprio dispositivo

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No Brasil... IGD

Efeito do exercício muscular


respiratório na biomecânica da deglutição em indivíduos normais
Machado, JRS; Steidl, SEM; Bilheri, DFD; Trindade, M; Weis, GL; Oliveira de Jesus, PR; Pereira, MB; Mancopes, R , 2015

 16 jovens  F  Saudáveis
 TR  respiron  7 dias
 3x10 inspiraçãoXexpiração
 Videofluoroscopia
 Variavel temporal  tempo de transição faringea
 Visuperceptuais  nº deglutições, resíduo em RP, valécula e pen/asp

 Avaliação por 2 julgadores cegos


 Redução no tempo de transição faríngea
 Não foi avaliado deslocamento do osso hióide por ausência de software

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No Brasil...
Medidas de excursão laríngea pré e pós exercícios
respiratórios em sujeitos normais (Bilheri, 2017)

• N = 29 saudáveis (18-31 anos)


• espirometria, manovacuometria e videofluoroscopia
• antes e após o treinamento inspiratório e expiratório
• 1 semana
• Aumento da excursão hiolaríngea
• Diretamente proporcional à altura

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Ação da tarefa muscular de força expiratória na


atividade elétrica dos músculos extrínsecos da
Siqueira-Slobodticov, 2017 laringe em adultos saudáveis

Tarefa Muscular de Força Expiratória

1. Shaker 2. Respiron 3. EMST – 150


Higiene brônquica inspiratório

5 min 5 min

- Produto importado
-Fins de pesquisa
-Resolução RDC nº
01/2008, de 22de
janeiro de 2008

Custo: R$50,00 Custo: R$40,00 Custo: U$$50,00

Ação da tarefa muscular de força expiratória na


atividade elétrica dos músculos extrínsecos da
Siqueira-Slobodticov, 2017 laringe em adultos saudáveis

 Para avaliação da atividade elétrica: Repouso – 60s


 EMGs  MIOTEC, modelo MIOTOOL 400 (4 canais) Normalização - QBC
 Assepsia com alcool 70%
 Participante sentado de costas

Ação da tarefa muscular de força expiratória na atividade elétrica dos músculos


(Siqueira-Slobodticov, 2017) extrínsecos da laringe em adultos saudáveis

0,648 0,646

0,642 0,683

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Santana, et al. 2019

Objetivo

• Descrever um caso de um paciente com diagnóstico de carcinoma epidermóide de

cavidade oral, enfatizando a abordagem fonoaudiológica na reabilitação da disfagia

Santana, et al. 2019

Relato de Caso

• Paciente do sexo masculino

• 57 anos

• Histórico prévio de tireoidectomia total em 03/07/2003 seguida de

iodoterapia I131  sem fonoterapia

• Diagnóstico atual  CEC de língua  glossectomia parcial à direita

(borda de língua) em 13/07/2018

Santana, et al. 2019

Relato de Caso

14/07/18  avaliação na internação (liberação de dieta líquida)

distorções
redução de qualidade discretas nos
mobilidade e vocal adaptada fonemas
edema discreto para gênero e alveolares (/l/
à direita idade e /t/) e líquido
vibrante (/r/)

• Conclusão: Deglutição funcional para volumes e


consistências avaliados + distúrbio articulatório
discreto;

• Conduta: Dieta mista (SNE + dieta líquida).

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Santana, et al. 2019

Relato de Caso

17/07- Avaliação ambulatorial (liberação para avaliação até semi-sólido)

Encaminhado
Avaliação para retirada
estrutural, Líquido, de SNE +
vocal e de fala pastoso e liberação de
similar à da semi-sólido ingesta de
internação líquido a semi-
sólido

* Solicitada videofluoroscopia da deglutição para verificar


segurança de alimentação via oral

Santana, et al. 2019

Videofluoroscopia Pré

-Redução discreta de elevação


laríngea com líquido espessado
(pudim);

-Estases de discreta a moderada


em oro e hipofaringe com líquido
espessado (néctar e pudim);

-Penetração discreta durante a


deglutição de líquido espessado
(pudim);

 Disfagia orofaríngea discreta


(Nível 5, O’Neil et al. 1999)

Santana, et al. 2019

EMGs

• Registrada a atividade elétrica da musculatura supra hióidea

durante repouso

• Contração isométrica voluntária máxima (CIVM)  Normalização

automática realizada pelo programa

• AMR  5”

• A análise do sinal eletromiográfico foi realizada considerando o

maior valor em microvolts (µv)  curva do software

• Filtros (passa baixa 500Hz e passa alta 20Hz) SIQUEIRA-SLOBODTICOV 2017

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Santana, et al. 2019

Relato de Caso

VILAS BOAS 2017

Santana, et al. 2019 EMGs


Relato de Caso

• CIVM = 49,71 µv
• Sopro com Respiron®Classic = 56,62 µv

Santana, et al. 2019

Qualidade de Vida

• M. D. Anderson Dysphagia Inventory - MDADI), desenvolvido pelo M.D.Anderson - adaptado para o

português por Guedes et al. 2003

• 20 questões relacionadas a aspectos físicos, emocionais e psicológico

• MDADI pré = 62 pontos

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Santana, et al. 2019

Treinamento de força expiratória

• 3 séries de 10 repetições diárias no Respiron® (invertido)

• 7 dias por semana  8 semanas

• Inicialmente na carga 0 com aumento progressivo ao longo

das semanas*

Santana, et al. 2019


Resultados pós 8
semanas

• EMGs: CIVM =146,78 µv; sopro com Respiron® Classic = 124,57 µv

• MDADI: 96 pontos

Santana, et al. 2019

Videofluoroscopia
pós 8 semanas
• consistências líquida, líquida
espessada (néctar e pudim) e
sólida
• deglutição dentro dos limites
funcionais, estases discretas em
parede posterior de faringe com
líquido espessado (néctar e
pudim) e sólido, e na valécula
com líquido espessado (néctar).
• O contraste não entrou na via
aérea.

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Santana, et al. 2019


Conclusão

- aumento na atividade elétrica da musculatura supra hióidea após treinamento de 8 semanas;

- eliminação de penetração durante a deglutição e redução de grau de estases;

- melhora na qualidade de vida em deglutição

• 292  11 artigos
• EMST 150
• Protocolo 5x5
• Carga de 50% a 75%
• Diferentes protocolos de análise
• Heteregenoidade dos estudos

Exercitadores Respiratórios
 Fonoaudiologia

 Coordenação do fluxo aéreo

 Vedamento labial

 Mobilidade do véu palatino

 Laringe e anteriorização do osso hióide

 Movimento de base de língua

 Abertura EES

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Considerações Finais

• Individual
• Tipo e grau de alteração
• Preferência do paciente
• Anatomia? Biomecânica?
• Adesão do paciente

LDAS - 2021

Obrigada!

luciana.dallagnol@accamargo.org.br

@_ludallagnol_

Luciana Dall’Agnol

Obrigada!

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