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CURSO FISIOTERAPIA
CACHOEIRA - BA
2023
RESUMO
INTRODUÇÃO
A lesão medular é uma condição que afeta a função motora e sensorial dos
pacientes, e pode ter impacto significativo na qualidade de vida, além de gerar
diversas complicações, como alterações respiratórias. A função respiratória é
essencial para a sobrevivência e a independência do paciente, e sua
preservação e/ou melhora são fundamentais para a reabilitação dos pacientes
com lesão medular, sendo o a estimulação elétrica funcional capaz de gerar
alterações positivas nas variáveis de função muscular respiratória avaliadas,
como o pico de fluxo expiratório e de tosse, em pessoas com lesão medular
cervical e torácica1. Nesse contexto, a estimulação elétrica funcional (FES) é
uma técnica terapêutica que vem sendo amplamente estudada como uma
possível intervenção para melhorar a função respiratória em pacientes com lesão
medular, com a técnica terapêutica potencialmente eficaz para a melhora da
função respiratória nestes pacientes.
Embora existam evidências que sugerem que a FES pode ser uma técnica eficaz
para melhorar a função respiratória em pacientes com lesão medular, ainda há
controvérsias sobre sua real efetividade e sobre as melhores práticas para a sua
aplicação. Além disso, há uma escassez de revisões sistemáticas que tenham
avaliado de forma abrangente a literatura científica disponível sobre o tema.
Portanto, este estudo pretende fornecer uma revisão sistemática atualizada dos
efeitos do exercício aprimorado com a FES na função respiratória em pacientes
com lesão medular, com o objetivo de esclarecer a eficácia dessa técnica e
contribuir para o desenvolvimento de novas pesquisas e práticas clínicas.
MÉTODOS
Três revisores independentes realizaram a seleção dos estudos com base nos
critérios de inclusão e exclusão. As informações coletadas foram: Número de
participantes, parâmetros da corrente, músculos e/ou tendões, número de
seções e o tempo das seções.
Hopman MT investigar o efeito 9 homens com lesão a FES não teve efeito
et all da estimulação medular (5 com tetraplegia significativo no
elétrica funcional e 4 com paraplegia)/ tempo desempenho máximo
(FES) dos de contração de 10 s/ do exercício ou nas
músculos tempo de rampa de 2 s/ respostas
paralisados da largura do pulso de 300 μs/ cardiovasculares em
perna no frequência de 30 Hz/ comparação com a
desempenho Músculos: quadríceps, condição de sentado
máximo do isquiotibiais e glúteos/ 4 sem FES e a limitação
exercício em sessões em dias no consumo de
indivíduos com diferentes, com pelo oxigênio de pico para
lesão medular menos 24 h de intervalo indivíduos com LM está
(LM), além de entre elas/ cada sessão localizada
hipotetizar se há consistiu em 10 min de perifericamente e que a
melhora na aquecimento, seguidos por FES não é uma
capacidade de 20 min de exercício de estratégia eficaz para
transporte de braço em uma manivela melhorar a capacidade
oxigênio durante o ergométrica, com ou sem de transporte de
exercício de braço FES dos músculos da oxigênio durante o
em indivíduos com perna.
LM, aumentando o exercício de braço em
débito cardíaco e indivíduos com LM.
a pressão arterial.
LINDER, S. H. O objetivo do O estudo consiste em dois Os pacientes com
estudo foi avaliar o experimentos com CSCI apresentaram
efeito da pacientes com CSCI. No uma redução
estimulação primeiro experimento, foi significativa da MEP
elétrica funcional composto por um grupo de quando tossiram
(FES) aplicada na oito tetraplégicos espontaneamente. A
parede abdominal pacientes, foi recrutado tosse assistida por FES
para melhorar a para um estudo com uma ou manualmente
tosse em unidade FES estacionária aumentou a MEP em
pacientes com foram registradas medidas todos os pacientes
lesão medular de pressão expiratória estudados. Ao
cervical (CSCI). máxima (MEP) com as aumentar a MEP, a
seguintes manobras FES muscular
realizadas: (1) tentativas abdominal pode
espontâneas de tosse, (2) melhorar a tosse em
tosse assistida quadriplégicos.
manualmente e (3)
tentativas de tosse com
FES aplicada na parede
abdominal. No segundo
experimento, houve um
grupo de 3 pacientes,
foram registradas
tentativas espontâneas de
tosse e tentativas de tosse
com uma unidade portátil
FES.
Angus J Demonstrar o O estudo foi realizado em Os resultados
McLachlan, efeito de um uma unidade nacional de mostraram que a FVC
Alan N programa de lesões medulares em um média aumentou em
McLean, treinamento de hospital universitário e 0,36 l durante o
David B Allan, estimulação envolveu 12 pacientes com treinamento (P =
Henrik Gollee elétrica funcional lesão medular tetraplégica 0,0027). O FEV1 médio
/ 2013 abdominal passiva que podiam respirar e o PEF tenderam a
(AFES) em independentemente, com aumentar, mas isso
medidas capacidade vital reduzida e não foi significativo.
respiratórias não sem movimento abdominal Este estudo mostrou o
assistidas em visível. Os pacientes potencial da AFES
tetraplegia. passaram por três passiva como uma
semanas de ferramenta de
condicionamento muscular reabilitação para a
abdominal usando AFES função respiratória em
transcutânea tetraplegia
DISCUSSÃO
Com base nas informações das revisões sistemáticas apresentadas, podemos
observar que a estimulação elétrica funcional (FES) é uma técnica que pode
trazer benefícios significativos para pessoas com lesão medular, especialmente
para a melhoria da capacidade aeróbica, respiratória e muscular.
No estudo de J. Andrew Taylor et al, foi verificado que a remada com FES
aumentou significativamente a capacidade aeróbica dos participantes em
comparação com a remada somente com os braços. Isso sugere que a FES pode
ser uma técnica eficaz para melhorar a capacidade aeróbica em pessoas com
lesão medular, o que pode levar a uma melhor qualidade de vida e saúde geral.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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