Você está na página 1de 10

Artigo de Revisão

Review Article

Artur Laizo1 Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão

Chronic obstructive pulmonary disease – A review

Recebido para publicação/received for publication: 09.02.23


Aceite para publicação/accepted for publication: 09.05.15

Resumo Abstract
A DPOC é uma doença prevenível e tratável ocasio- COPD is a preventable and treatable disease caused
nada pela exposição ao tabagismo e gases tóxicos. A by exposure to tobacco smoke and poisonous gases. It
sua característica é a obstrução progressiva ao fluxo is characterised by progressive obstruction of the air-
aéreo de irreversível depois de ocorrerem as lesões no flow, irreversible once lesions occur in the parenchy-
parênquima. O objectivo do trabalho é uma revisão ma. This article aims to systematically review the dis-
sistemática da doença e da forma de tratamento. Dis- ease and its treatment.
cussão: o tabagismo é a maior causa de DPOC e leva Discussion: Smoking is the main cause of COPD and
a não só uma diminuição da oxigenação por hiperin- leads to decreased oxygenation via lung hyperinflation
suflação pulmonar com redução do fluxo aéreo como with reduced airflow as a systemic inflammatory pro-
a um processo inflamatório sistémico, reduzindo a cess. This reduces resistance to fatigue of the skeletal
resistência à fadiga da musculatura esquelética produ- musculature, leading to hypoxemia, decreased periph-
zindo hipoxemia, diminuição do fluxo sanguíneo pe- eral blood flow and also miscarriages and premature
riférico, levando inclusive a abortos espontâneos e births. Inflammatory markers such as interleukins and
partos prematuros. Marcadores inflamatórios como TNF-alpha maintain the systemic picture. While
as interleucinas e o TNF-alfa mantêm o quadro sisté- smoking cessation improves hypoxemia and exercise
mico. A cessação do tabagismo melhora a hipoxemia, intolerance, it does not repair damaged tissue. COPD
a intolerância ao exercício, porém não recupera o te- is a serious disease which can be avoided by a wider
cido lesado. A DPOC é uma doença grave que pode understanding by the population of the harm smok-
ser evitada se houver uma consciencialização maior ing causes.
da população a respeito dos malefícios do cigarro.
Rev Port Pneumol 2009; XV (6): 1157-1166
Rev Port Pneumol 2009; XV (6): 1157-1166

1 Mestre em Cirurgia Geral pela UFMG, intensivista, coordenador do Grupo de Estudos Sobre DPOC (GEDPOC), professor nas disciplinas Primeiros Socorros,
Farmacologia e Fundamentos de Pneumologia, dos cursos da área de saúde da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC – campus VI, Juiz de Fora – MG.

Universidade Presidente Antônio Carlos – Campus VI – Juiz de Fora


e-mail: alaizo@oi.com.br

R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a 1157
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

Introdução países desenvolvidos. Estima-se que, até 2025,


A doença pulmonar obstrutiva crónica 75% das mortes prematuras sejam decorren-
(DPOC) ocupa no Brasil, segundo dados tes das doenças respiratórias provocadas pelo
do DATASUS, o quinto lugar dentre as tabagismo. Um terço da população com ida-
principais causas de morte e o número de de em torno dos 15 anos é fumadora habitual
óbitos referente a ela vem crescendo nos úl- e vive em países desenvolvidos 2,19,20,21. Obser-
timos vinte anos em ambos os sexos1,2. São va-se ainda um alto índice de tabagismo entre
internados 290 mil doentes anualmente, as gestantes, normalmente pertencentes a
trazendo um grande prejuízo ao sistema de classes sociais mais baixas19.
saúde. Gastos indirectos também são com- O tabagismo é considerado um problema
putados como perda de dias de trabalho, de saúde pública porquanto são atribuídos a
aposentadorias precoces, morte prematura e esse vício 90% dos casos de cancro de pul-
sofrimento familiar2,3,4,5,6,7,8,9,10. mão, 86% de bronquite e enfisema, 25%
Acredita-se que ¼ das hospitalizações por dos processos isquémicos do coração e 30%
problemas respiratórios sejam devido a dos cancros extrapulmonares20. Nos progra-
DPOC. E a doença é líder de mortalidade en- mas de combate ao tabagismo, os profissio-
tre as doenças respiratórias. A DPOC não é só nais de saúde têm um papel importante
um problema devido ao alto índice de morta- junto da população devido à sua acção edu-
lidade e morbidade, mas também por ser uma cativa, a fim de diminuir o número de pes-
doença prevenível na maioria dos casos, como, soas fumadoras8,20,21,22.
por exemplo, a cessação do tabagismo. Infe- Os doentes com DPOC apresentam uma
lizmente, a história da doença é progressiva e qualidade de vida prejudicada uma dimi-
irreversível depois de ocorrerem lesões no pa- nuição da tolerância a exercícios físicos e
rênquima pulmonar11. Estudos mostram que perda de força dos músculos respirató-
15,9% da população maior de 40 anos de São rios4,7,23,24. Estas condições podem ser mini-
Paulo apresente a doença2,4,5,11,12,13. mizadas por programas de exercícios que
Existe uma grande discussão a respeito do ainda não obtiveram uma proposta definiti-
diagnóstico para a doença e a maioria dos va sobre a melhor estratégia de treinamen-
estudiosos concorda que a espirometria as- to4. Os consensos de reabilitação pulmonar
sociada à gasometria seja o melhor critério14. sugerem que o treinamento físico dos pa-
Uma relação entre o volume expiratório for- cientes seja baseado na melhora da capaci-
çado do primeiro segundo (VEF1) sobre a dade aeróbica e são raros os exercícios que
capacidade vital forçada (CVF) – VEF1/ avaliam uma abordagem específica sobre as
/CVF –, pode ser considerada como um alterações da caixa torácica e dos músculos
bom indicador da doença, mas não é um torácicos7,10,12,16,17,25,26,27,28.
bom indicador para detectar diferenças após Existe uma gama de medicamentos utiliza-
programas de reabilitação. O critério GOLD dos no tratamento farmacológico da doen-
é mais específico e permite avaliar o grau de ça e das crises de agudização, dentre eles
severidade da doença2,4,7,8,11,15,16,17. corticóides e broncodilatadores29. São ainda
O acto de fumar é o maior problema de saúde utilizados antibióticos nas complicações in-
pública de todo o mundo, especialmente em fecciosas e oxigenioterapia , incluindo más-

1158 R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

caras de O2, Ventilação mecânica não inva- O tabagismo é a maior doença comunitária
siva (vmni) e ventilação mecânica invasiva no mundo. Estima-se que, em 2025, 75%
(VMI)1,2,8,15,27,29,30,32. das mortes sejam causadas por doenças pul-
O objectivo deste trabalho é fazer uma revi- monares relacionadas com o tabagismo.
são bibliográfica sobre a doença e as possí- Cresce o número de fumadores entre mulhe-
veis estratégias de tratamento do DPOC. res e um terço da população acima de 15 anos
é fumadora habitual21,24. A cessação do taba-
gismo é a melhor forma de evitar a instalação
Material da DPOC e melhorar a qualidade de vida
Foi feita uma revisão bibliográfica qualitati- dos já portadores da doença2,5,8,19,20,21,22,24.
va e randomizada entre os meses de Agosto Fazer o diagnóstico de DPOC nas fases sub-
de 2008 e Fevereiro de 2009, onde se busca- clínicas é um grande problema, já que mui-
ram artigos científicos em revistas especiali- tos doentes procuram o médico por outros
zadas e sites na Internet, a saber, Scielo, Pub factores respiratórios, como tosse persistente
Med e Google Científico. e produtiva, afecções respiratórias constantes
Foi feito ainda contacto por e-mail em di- onde não se suspeitará de DPOC. 24 O
versos países do mundo com autores de arti- doente, na fase inicial da doença, muitas ve-
gos científicos na área, que prontamente zes associa a tosse ou a diminuição da capa-
enviaram os artigos recém-publicados na ín- cidade aeróbica ou mesmo o cansaço cons-
tegra para o pesquisador. tante ao acto de fumar, mas não acredita que
Buscaram-se ainda artigos sobre a doença esteja com alguma doença respiratória, já
nos bancos de dados do laboratório Roche que consegue respirar bem, consegue realizar
de medicamentos. as suas funções e, na maioria das vezes, deixa
Esses artigos foram lidos e seleccionados de de realizar outras actividades físicas alegando
acordo com a revisão proposta. idade ou falta de preparação física2,3,5,11,15,24.
A tosse é o principal sintoma e o mais co-
mum. Pode ser seca, diária ou intermiten-
Discussão te, e produtiva nos estádios mais avança-
A DPOC é uma doença de possível preven- dos da doença e nos quadros de agudização.
ção e tratável, que se caracteriza pela obstru- A tosse produtiva ocorre em mais de 50%
ção crónica das vias respiratórias limitando dos fumadores. Define-se como bronquite
o fluxo aéreo e que não é totalmente reversí- crónica a exposição ao cigarro e tosse pro-
vel. Essa obstrução é progressiva e está asso- dutiva até três meses em dois anos conse-
ciada a um processo inflamatório anormal cutivos3,35.
devido à inalação de partículas ou gases tó- A dispneia é progressiva e leva ao aumento
xicos causada primariamente pelo tabagis- da ansiedade que reduz a actividade física,
mo3,4,9,10,14,27,28,33. O processo inflamatório gerando depressão como resposta psicológi-
crónico pode produzir alterações dos brôn- ca desse quadro9,14,27,36. O índice de dispneia
quios (bronquite crónica), bronquíolos do Medical Research Council (MRC) apre-
(bronquiolite obstrutiva) e parênquima pul- senta boa relação com a progressão da doen-
monar (enfisema pulmonar)2,3,6,7,24,25,34,35. ça4,7,12,16,17,25,26 (Quadro I).

R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a 1159
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

Quadro I – Índice de dispneia modificado do MRC A DPOC acarreta prejuízo na mecânica pul-
monar e na musculatura periférica. A mecâ-
0 Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso
nica pulmonar altera-se pela obstrução brôn-
1 Tenho falta de ar quando apresso o meu passo ou
quica que acarreta o deslocamento do ponto
subo escadas ou ladeiras
2 Preciso de parar algumas vezes quando ando no de igual pressão para as vias aéreas que não
meu passo, ou ando mais devagar que outras pes- possuem cartilagem, favorecendo o aprisio-
soas da minha idade namento de ar, levando à hiperinsuflação que
3 Preciso de parar muitas vezes devido a falta de ar diminuirá a capacidade respiratória aos gran-
quando ando perto de 100 metros ou poucos minu- des esforços e depois ao repouso16,21,27,28,33.
tos de caminhada no plano Segundo o consenso de DPOC o estadia-
4 Sinto tanta falta de ar que não saio de casa ou preci-
mento da doença dá-se em quatro estádios
so de ajuda para me vestir ou tomar banho sozinho
(Quadro II).
Modificado de Ferrer M, Alonso J, Moreira J, et al. Chronic obstru- Além do quadro respiratório inflamatório,
tive pulmonary disease and health related quality of life. Ann Intern
Med 1997; 127:1072-1079 foram diagnosticadas células inflamatórias e
citocinas na corrente circulatória que junta-
A espirometria com obtenção de curva volu- mente com o stress oxidativo contribuem
me-tempo é obrigatória no diagnóstico, deven- para as disfunções nutricionais e musculoes-
do ser realizada na fase estável da doença antes queléticas nesses doentes que apresentam
e depois do uso de broncodilatadores. Os pon- intolerância a exercícios físicos, principal-
tos mais importantes observados são a capaci- mente na fase moderada a grave4,37. A dis-
dade vital forçada (CVF), o volume expiratório função da musculatura periférica dá-se por
forçado no primeiro segundo (VEF1) e a rela- diversos mecanismos, entre eles o descondi-
ção VEF1/CVF, onde a limitação do fluxo aé- cionamento pelo desuso18,32,36, as citocinas
reo é definida quando se encontra abaixo de pró-inflamatórias (TNFα, interleucinas 6 e
0,7 pós-broncodilatador2,3,7,11,15,16,17. 8), a diminuição de hormonas anabólicas
O exame radiológico pode não sofrer altera- (testosterona), hipoxemia ou hipercapnia,
ções em fases iniciais da doença, mas apesar desnutrição e uso prolongado de corticói-
disso deve ser considerado como o exame de de25. O doente com DPOC apresenta perda
rotina para se afastar outros diagnósticos, de peso significativa, fraqueza dos músculos
como neoplasias pulmonares, bolhas, e para respiratórios, redução da força dos MMSS e
observação de agudização da doença com evidente diminuição de força e endurance na
presença de infecções pulmonares como musculatura do quadricípite femoral, o que
pneumonia e tuberculose3,14. contribui para a baixa qualidade de vida e

Quadro II – Estádio da doença de acordo com a espirometria (percentagem do VEF1/CVF)

Estádio I Doença leve VEF1=normal VEF1/CVF<70%


Estádio II Doença moderada VEF1 entre 50 e 80% VEF1/CVF<70%
Estádio III Doença grave VEF1 entre 30 e 50% VEF1/CVF<70%
Estádio IV Doença muito grave VEF1 <30% VEF1/CVF<70%
Consenso de DPOC

1160 R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

para o aumento do número de mortalidade evolui para ventilação mecânica invasiva


nesses doentes4,25,33,39. (VMI) ou ventilação mecânica não invasiva
O TNFα, e a IL-1β foram identificadas (VMNI)32. Usam-se antibióticos, nesses ca-
como citocinas iniciadoras da cascata infla- sos, de acordo com a European Respiratory
matória de outras condições inflamatórias, Society (ERS) e a French Consensous Confe-
como artrite reumatóide, doenças inflama- rence. No entanto, bactérias são isoladas
tórias intestinais e asma grave. Por isso, é apenas em 50% dos casos de EADPOC,
presumível que a exacerbação da DPOC es- onde a alta incidência de viroses é identifi-
teja associada ao aumento da inflamação das cada. Um teste rápido para identificar bac-
vias aéreas6. térias poderia ser uma forma de limitar o
Hacket et al. demonstraram em doentes uso excessivo de antibióticos, diminuindo
com DPOC, nos estádios I e II, um elevado assim a resistência bacteriana. A procalcito-
nível de TNFα, IL-6 e CXCL8 e a relação nina (PCT) sérica pode ser usada como o
entre essas citocinas e a exacerbação da melhor marcador de infecção bacteriana,
doença, levando ao rápido declínio da fun- mas é ineficaz para viroses. Entre os níveis
ção pulmonar dos doentes estudados. Al- de PCT, temos: ausência de infecção –
guns estudos mostraram ainda não haver PCT<0,1μg; possível infecção PCT entre
relação entre VEF1 e os níveis de TNFα, 0,1 e 0,25 μg; infecção PCT>0,25 μg. Por
IL-6 e CXCL8 (ou IL-8)6,33. ser a sua eficácia questionável na DPOC,
Donaldson e colegas demonstraram, no en- excepto em doentes com infecção evidente,
tanto, que essas exacerbações contribuem o exame da PCT reduziria o uso de antibió-
para acelerar e muito a diminuição do VEF1 ticos na UTI8,12,31.
por anos nesses doentes6. As causas da intolerância ao exercício físico
Existe uma relação entre a reação inflamató- em doentes com DPOC são tradicionalmen-
ria nas vias aéreas provocada pela infecção te focadas nas limitações do sistema ventila-
bacteriana, principalmente H. influenzae, tório e na troca gasosa. Porém, estudos mos-
Streptococus pneumoniae e Bhrahemella ca- tram que não são apenas estes os motivos e
tarralis e a elevação dos níveis de marcadores um factor importante para a limitação ao
inflamatórios. Essa colonização aumenta o exercício físico é a disfunção da musculatura
nível de obstrução das vias aéreas e causa periférica com anormalidades estruturais,
exacerbação frequente8. Essas exacerbações como redução da massa muscular e relação
frequentes, com níveis de marcadores infla- capilaridade/mitocôndria, mudanças no tipo
matórios elevados, levam a uma inflamação e tamanho das fibras musculares e redução
sistémica e a uma manifestação extrapulmo- das enzimas oxidativas14,37, anormalidades
nar, como caquexia e acção hepática, com funcionais, como redução da força e resistên-
redução do fibrinogénio. O nível baixo de cia e da bioenergética muscular como a redu-
fibrinogénio é um grande risco para as doen- ção no consumo de oxigénio, aumento do
ças cardiovasculares6,8. nível de lactato e diminuição do pH25,33,36.
A exacerbação aguda da DPOC (EADPOC) Por isso mesmo se nota a diferença entre os
é causa de falência respiratória. Na grande músculos dos MMII e MMSS. A fraqueza da
maioria das vezes, o doente com EADPOC musculatura dos MMII dá-se devido ao de-

R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a 1161
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

suso ou ao descondicionamento físico com em fumadores e só retornam ao normal na


evidente diminuição da área transversa da paragem do tabagismo34 .
coxa. A fragilidade muscular na DPOC afec- Não só o CO, mas o alcatrão e o cianeto no
ta mais a musculatura de MMII do que de cigarro, reduzem a função respiratória mito-
MMSS, explicada pela diminuição da mar- condrial. O tabagismo produz fadiga mus-
cha para evitar a dispneia e predomínio de cular e intolerância ao exercício. Parar de
actividades da vida diária com o uso dos mús- fumar só reverterá esse processo desde que o
culos dos MMSS, reduzindo assim o acome- indivíduo não tenha já DPOC ou falência
timento desses membros pelo desuso. Outros cardíaca34,38.
factores que podem contribuir para essa de- O CO vai-se ligar ainda à hemoglobina, re-
bilidade muscular são o uso de corticóide sultando em hipoxemia. A carboxiemoglo-
oral e a perda de peso, esta devido à diminui- bina (COHb) pode chegar a 10% nos fu-
ção da dieta oral e depleção nutricional4,25,34. madores. Essa hipoxemia é factor de
A fadiga muscular aumentada em doentes diferença entre fumadores e não fumado-
com DPOC pode ser atribuída à deteriora- res. A inalação do CO leva ao consumo má-
ção da função pulmonar e aos efeitos sisté- ximo de O2 e uma elevação de COHb de
micos, como atrofia muscular e a transição 6% já leva a fadiga muscular. Nota-se então
slow-to-fast na composição das fibras muscu- que o fumador tem um agudo e reversível
lares. Mesmo não tendo sintomas de DPOC efeito na fadiga da musculatura esquelética
o doente apresenta fadiga muscular. A etio- causada pelo cigarro19,28,34,39,40.
logia dessa fadiga é desconhecida e não é Os componentes do tabaco ainda interferem
claro como o tabagismo contribui para o fe- na gestação. A nicotina causa vasoconstrição
nómeno, relacionado ou não com outros periférica e diminui o fluxo placentário, re-
factores, como a diminuição do nível de ac- sultando na pobre nutrição e oxigenação fe-
tividade física. O tabagismo por si só, causa tal. Pode ocorrer ainda parto prematuro ou
um significante declínio da resistência à fa- aborto. O aumento da COHb reduz o fluxo
diga da musculatura esquelética. A diminui- sanguíneo fetal, afectando o transporte de
ção da atividade física durante prolongado O2 e levando à hipoxemia fetal19.
tempo de tabagismo pode causar progressiva O tratamento da DPOC inclui uma equipa
deterioração da RFME. Em resumo, a mus- multidisciplinar, buscando uma reabilitação
culatura do tabagista é mais fatigável4,34. respiratória desses pacientes. O programa de
O efeito do tabaco na musculatura, agudo reabilitação respiratória requer a utilização
e não acumulativo, não é dosedependen- de exercícios físicos e respiratórios, acompa-
te. Mas o monóxido de carbono (CO), nhamento médico e psicológico dos doentes
presente no cigarro, liga-se à mioglobuli- com DPOC12. A utilização de exercícios fí-
na, limitando a difusão facilitada de oxi- sicos busca melhorar a resistência da muscu-
génio intracelular. Além disso, o CO blo- latura, aumentando a capacidade respirató-
queia o complexo IV da respiração ria e a troca gasosa, diminuindo a fadiga
mitocondrial, causando declínio da fun- muscular8,9,28,41,42.
ção da mitocôndria. Os complexos III e Os indivíduos com DPOC têm alta preva-
IV (citocromooxidase) estão diminuídos lência de factores de risco cardiovascular se

1162 R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

comparados com a população no geral e a tas. A relação entre enfisema pulmonar e


EADPOC aumenta a mortalidade desses cancro é maior do que nos indivíduos com
indivíduos por falência respiratória. Estudos bronquite crónica, e hoje em dia a diferença
recentes mostram que doenças cardiovascu- entre homens e mulheres acometidos quase
lares e cancro de pulmão são causas de mor- não existe22.
te no doente com DPOC. O stress oxidativo Parar de fumar diminui os sintomas respira-
e a inflamação sistémica podem ser o elo de tórios, como a diminuição do VEF1 e da
ligação com as doenças cardiovasculares38. severa hiperresponsividade das vias aéreas e,
Observou-se que o indivíduo com DPOC consequentemente, diminui o processo in-
tem níveis de proteína C-reativa (PCR) em flamatório persistente. Ocorre ainda uma
torno de 3mg/L, o que é considerado alto diminuição da secreção brônquica, com re-
risco para alterações cardiovasculares. Além modelamento epitelial com clearence muco-
disso, a alteração no VEF1 pode ser o pre- ciliar, reduzindo a colonização das vias aére-
ceptor de coronariopatias38,39. as. A diminuição da proliferação celular e a
A cessação do tabagismo – maior factor de metaplasia de células escamosas diminui o
risco de DPOC – pode prevenir milhões de risco de desenvolvimento de cancro pulmo-
casos. Infelizmente, na DPOC, por ser uma nar2,8,20,22,24.
doença progressiva e irreversível, após certos O tratamento farmacológico da DPOC in-
danos pulmonares, podem tratar-se e dimi- clui broncodilatadores, a base do tratamento
nuir apenas alguns sintomas13. Existem vá- para a maioria das doenças pulmonares obs-
rios programas de apoio ao doente que dese- trutivas. A via preferencial é a inalatória, que
ja e/ou precisa parar de fumar. Há diminui a incidência de efeitos colaterais. Os
necessidade de apoio de uma equipa multi- beta-agonistas são os preferenciais e actuam
disciplinar especializada e recomenda-se abrindo os canais de potássio e aumentando
com frequência apoio psicológico a esses o AMP cíclico. São divididos em beta-ago-
doentes2,5,8,15,24,34. nistas de longa duração, como formoterol e
A cessação do tabagismo é um factor de suma salmeterol, e de curta acção: fenoterol, salbu-
importância no tratamento do DPOC. Em tamol e terbutalino, sendo os primeiros mais
comparação com os doentes portadores da eficazes na redução da dispneia. O bambute-
doença, os ex-fumadores têm menos armaze- rol é o único de acção por 24 horas, mas ca-
namento de epitélio brônquico mucinoso, rece de estudos para sua utilização. Os anti-
proliferação de células e metaplasia de células colinérgicos, como o brometo de ipatrópio, é
escamosas do que portadores de DPOC ain- um antagonista inespecífico dos receptores
da fumadores. A cessação do tabagismo rever- muscarínicos3,8,15.
te a proliferação e a diferenciação celular do Os boncodilatadores aumentam a função
epitélio brônquico, e esse efeito é maior quan- pulmonar, a tolerância ao exercício, dimi-
do mais tempo se passa sem fumar2,5,8,24,34. nuem os sintomas e melhoram a qualidade
O cancro de pulmão é uma doença de gran- de vida, reduzindo ainda as exacerbações.
de mortalidade e sabe-se que a principal A combinação de fluticazona e salmeterol
causa é o tabagismo, embora se encontre reduz o declínio da função pulmonar em
cancro de pulmão em pessoas não tabagis- mais ou menos três anos. Outro fármaco

R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a 1163
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

que pode ser utilizado é o tiotrópio. O uso exercício; encorajar o gasto de energia de
de esteróides inalados reduz a exacerbação, forma eficiente; proporcionar sessões educa-
mas os efeitos adversos acabam por dimi- tivas a doentes, familiares e outras pessoas
nuir a sua utilização. Mucolíticos são con- relacionadas; reduzir os sintomas e melhorar
siderados em doentes com tosse crónica a QV9,10,27,28,36.
produtiva5,8,15,18,26. Na fisioterapia, inúmeros programas de
As xantinas continuam a ser usadas em larga exercícios físicos para reabilitação de doen-
escala, apesar de o seu efeito broncodilata- tes com DPOC têm sido propostos na lite-
dor ser menor do que os demais fármacos e ratura e muito ainda se tem que estudar so-
apresentou maiores efeitos colaterais. A bre a doença e seu tratamento, o que
aminofillina, a bamifililna e a teofilina são justifica a necessidade de pesquisas, estudos
xantinas utilizadas. Há estudos mostrando e publicações sobre a doença, o tratamento
que esses fármacos não apresentam acção e a reabilitação pulmonar4,7,16.
satisfatória no DPOC. A literatura diz que
deveriam ser usados na DPOC como últi-
ma opção3,12. Conclusão
O oxigénio (O2) é usado em doentes com A DPOC é uma doença pulmonar grave,
DPOC visando manter a oxiemoglobina com repercussão sistémica causada princi-
acima de 90%. Observou-se que o uso de palmente por uma exposição constante e
O2 melhora a tolerância ao exercício físico, a prolongada ao tabagismo. De início pulmo-
oxigenação do indivíduo e a qualidade de nar, o processo inflamatório actua na mus-
vida (QV)28. O uso de O2 domiciliar melho- culatura esquelética, hipotrofiando a fibra e
ra a QV do doente, apesar de ser um trata- causando intolerância ao exercício físico.
mento caro e nem sempre acessível44, pode Outros componentes do tabaco levam a al-
aumentar a sobrevida, tem impacto sobre a teração da mioglobina e da hemoglobina,
hemodinâmica, amplia a função neuropsi- causando hipóxia sistémica. Podem ocorrer
cológica, além de melhorar as actividades de ainda doenças associadas, como IAM, AVE,
vida diárias40. Os doentes internados em cancro pulmonar, abortos espontâneos e
EADPOC com grave insuficiência respira- partos prematuros, além de alterações psico-
tória podem ser submetidos a VMNI ou à lógicas, como ansiedade, depressão e disfun-
VMI em casos mais graves, ou onde não há ção sexual.
adaptação ou aceitação à VMNI32. A cessação do tabagismo é o melhor caminho
A reabilitação pulmonar (RP) é recomenda- na busca pela melhoria da qualidade de vida
da com uma boa resposta, porém há áreas do doente porque, diminuindo a incapacida-
pulmonares onde não existe possibilidade de física, a hipoxemia, e revertendo a intole-
de regeneração e, nas áreas passíveis de rege- rância ao exercício, reintegra o indivíduo na
neração, apenas 9% responderá à reabilita- sociedade e na sua vida independente.
ção24. Os objectivos da RP são: maximizar a Há necessidade de se investir em campanhas
independência funcional do indivíduo em antitabágicas para diminuir o consumo do
actividades de vida diárias; avaliar e iniciar o tabaco e o grande número de portadores de
treino físico para aumentar a tolerância ao DPOC.

1164 R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

Bibliografia
1. DATASUS – Indicadores de dados Básicos Brasil 2007 13. Dias LR, Seixinho A, Aquino H, Avelar G. Reabili-
– Indicadores de mortalidade de morbidade e fatores de tação pulmonar em paciente com doença pulmonar ob-
risco – http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb 2007/matriz. strutiva crónica: Revisão de literatura. X Encontro Lati-
htm – 03 de Janeiro de 2009. no Americano de Iniciação Científica e VI Encontro
2. De Godoy I, Tanni SE, Coelho LS, dos Santos R, Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade
Martin S, Parenti LC, Andre de LM, Godoy I. Programa Vale do Paraíba. Publicação.
de cessação de tabagismo como ferramenta para o diag- 14. Dias LR, Maganhoto TF, Nonaka PN, Magnani
nóstico precoce de doença pulmonar obstrutiva crónica. RM, Osório RAL, Reis CT. Análise do lactato em indi-
J Bras Pneumol 2007; 33(3):282-286. víduos portadores de DPOC com e sem técnicas de con-
3. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Ob- servação de energia. ANO X. Encontro Latino Ameri-
strutiva Crónica – DPOC – 2004. J Bras Pneumol cano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino
2004; 30 (Supl 5). Americano de Pós-Graduaçào – Universidade do Vale
4. Roceto LS, Takara LS, Machaedo L, Zambom L, Saad do Paraíba.
IAB. Eficácia da reabilitação pulmonar uma vez na se- 15. Jones RCM, Dickson-Spillmann M, Mather MJC,
mana em portadores de doença pulmonar obstrutiva. Marks D, Shackell BS. Accuracy of diagnostic registers
Rev Brass Fisioter 2007; 11(6):475-480. and management of chronic obstructive pulmonary di-
5. Yaksic MS, Tojo M, Cukier A, Stellman R. Profile of sease: the Devon primary care audit. Respiratory Re-
Brazilian population with severe chronic obstructive search 2008; 9:62.
pulmonary disease. J Pneumol 2003; 29(2):64-68. 16. Paulin E, Brunetto AF, Carvalho CRF. Efeito de
6. Hackett TL, Holloway R, Holgate ST, Warner JA. programa de exercícios físicos direcionado ao aumento
Dinamics of pro-inflammatory and anti-inflammatory da mobilidade torácica em pacientes portadores de
cytokine release during acute inflammation in chronic doença pulmonar obstrutiva crónica. J Pneumol 2003;
obstructive pulmonary disease: en ex vivo study. Respi- 29(5):287-94.
ratory Research 2008; 9:47. 17. Camargo Jr CA, Tsai CL, Clark S, Kenny PA, Ra-
7. Kunikoshita LN, Silva YP, Silva TLP, Costa D, Jama- deos MS. Spirometric correlates of dyspnea improve-
mi M. Efeito de três programas de fisioterapia respi- ment among emergency department with chronic obs-
ratória (PFR) em portadores de DPOC. Rev Bras Fisio- tructive pulmonary disease exacerbation. Resp Car
ter 2006; 10(4):449-455. 2008;53(7):892-896.
8. Campos HS. DPOC na cabeça. Bol Pneumol Sanit 18. Cesar Maquilón O, Héctor Chiong T, Sergio Bello
2002; 10(2). S, Carmen Naranjo T, Paola Lira M, Mirtha Díaz V.
9. Marcelino DR, Massignam FM, Matte DM. Análise Estudio comparativo de costos anuales em salude entre
da capacidade funcional e sensação de dispneia em usuários de oxigeno domiciliário y pacientes em lista de
doentes pulmonares obstrutivos crónicos três meses após espera. Rev Med Chile 2001; 129(12).
término do programa de reabilitação pulmonar. 19. Nakamura MU, et al. Obstetric and perinatal effects
10. Martins Neto JEC, Amaral RO. Reabilitação pul- of active and/or passive smoking during pregnancy. São
monar e qualidade de vida em pacientes com DPOC. Paulo Med J 2004,122(3):94-98.
Lato & Sensu. 2003;4(1):3-5. 20. Mirra AP, Marcondes RS, de Souza JMP, Stiwien
11. Menezes AMB,Jardim JR, Pérez-Padilla R, Camelier GTM. Tabagismo entre alunos e funcionários da facul-
A, Rosa F, Nascimento O, Hallal PC. Prevalência de dade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
doença pulmonar obstrutiva crónica e fatores associado: 21. Senol Y, Donmez L, Turkay M, Aktekin M. The Inci-
Estudo PLATINO em São Paulo, Brasil. Cad Saúde dence of smoking and risk factors for smoking facult stu-
Publica, Rio de Janeiro 2005; 21(5):1565-1573. dents: cohort studt. BCM Public Health 2006, 6:128.
12. Lacasse Y, Matin S, Lasserson TJ, Goldsteins RS. 22. Turner MC, Chen Y, Krewisk D, Calle EE, Thun
Meta-analysis of respiratory rehabilitation in chronic MJ. Chronic obstructive pulmonary disease is associated
obstructive pulmonary disease. Eura Medicophys 2007; with lung cancer mortality in a prospective study of
43:475-485. never smokers. Am J Resp 2007; 176:285-290.

R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a 1165
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009
Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão
Artur Laizo

23. Rodrigues SL, Fonseca e Mendes H, Viegas CAA. 34. Wust RCI, Morse CI, Haan A, Rittweger J, Jones
Teste de caminhada de seis minutos: estudo do efeito do DA, Degens H. Skeletal muscle properties and fatigue
aprendizado em portadores de doença pulmonar obstru- resistance in relation to smoking history. Eur J Appl
tiva crónica. J Bras Pneumol 2004;30(2):121-125. Physiol 2008;104:103-110.
24. Lapperre TS, Sont JK, Schadewijk A, Gosman 35. Wood AM, Simmonds MJ, Bayley DL, Newby PR,
MME, Postma DS, Bajema IM, Timens W, Mauad T, Gough SC, Stockley RA. The TNFalpha gene relates to
Hiemstra PS. Smoking cessation and bronchial epithe- clinical phenotype in alpha-1-antitrypsin deficiency.
lial remodeling in COPD: a cross-sectional study. Respi- Respiratory Research 2008; 9:52.
ratory Research 2007; 8:85. 36. Rodrigues SL, Viegas CAA, Lima T. Efetividade da rea-
25. Silva KR, Marrara KT, Marino DM, Di Lorenzo bilitação pulmonar como tratamento coadjuvante da doença
VAP, Jamami M. Fraqueza muscular esquelética e into- pulmonar obstrutiva crónica. J Pneumol 2002; 28(2).
lerância ao exercício em pacientes com doença puolmo- 37. Dourado VZ, Godoy I. Recondicionamento muscu-
nar obstrutiva crónica. Rev Bras Fisioter 2008: lar na DPOC: Principais intervenções e novas tendên-
12(3):169-175. cias. Rev Bras Med Esporte 2004; 10(4):331-334.
26. Karapolat H, Eyigor S, Atasever A, Zoghi M, Nal- 38. Lucas-Ramos P, Izquierdo-Alonso JL, Moro JMRG,
bantgil S, Durmaz B. Effect of Dyspnea and clinical Bellon-Cano JM, Ancochea-Bermudez J, Calle-Rubio
variables on the quality of life and functional capacity in M, Calvo-Corbella E, Molina-París J, Pérez-Rodríguez
patients with chronic obstructive pulmonary disease and E, Pons S. Cardiovascular risk factors in chronic obs-
congestive failure. Chin Med J 2008;121(7):592-596. tructive pulmonary disease: Results of the ARCE Study.
27. Moreno J, Dal Corso S, Malaguti C. Análise descri- Arch Bronconeumol 2008;238(5):233-238.
tiva do uso de ventilação mecânica não invasiva durante 39. Cesar MC, Camelier A, Jardim JR, Montesano FT,
exercício em paciente com DPOC. Conscientiae Saúde Tebexreni AS, de Barros TL. Novos indicadores auxilia-
2007;6(2):295-303. res no diagnóstico diferencial da limitação funcional
28. Santos RS, Donadio MVF. Efeitos da suplementação cardiorrespiratória de pacientes com doença pulmonar
de oxigênio no exercício em pacientes com doença pul- obstrutiva crónica e insuficiência cardíaca congestiva.
monar obstrutiva crónica não-hipoxemicos. Rev Cien & Arq Bras Cardiol 2003;80(5);521-525.
Saude 2008;1(1):43-48. 40. Rodrigues SL, Viegas CAA.Estudo de correlação en-
29. Schettino GPP, Reis MAS, Galas F, Park M, Franca tre provas funcionais respiratórias e o teste de caminhada
SA, Okamoto VN, Carvalho CRR. Ventilação mecân- de seis minutos em pacientes portadores de doença pul-
cica não invasiva com pressão positiva. III Consenso monar obstrutiva crónica. J Pneumol 2002;28(6).
Brasileiro de Ventilação Mecânica. RBTI 2007; 41. O’Shea SD, Taylor NF, Paratz JD. A predominantly
19(2):246-257. home-base progressive resistance exercises program in-
30. Jezler S, Holanda MA, José A, Franca SA. Ventilação creases knee extensor strength in the short-term in people
mecânica na doença pulmonar obstrutiva crónica. III with chronic obstructive pulmonary disease: a ran-
Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. RBTI domized controlled Trial. Australian Journal of Phisiothe-
2007; 19(2):265-272. rapy 2007; 53:229-237.
31. Daubin C, Parienti JJ, Vabret A, Ramakers M, Fra- 42. Camelier A, Rosa F, Jones P, Jardim JR. Validação do
din S, Terzi N, Freymuth F, Charmonneau P, du Chey- questionário de vias aéreas (“Airways questionnaire 20”
ron D. Procalcitonin levels in acute exacerbation of – AQ20) em pacientes portadores de doença pulmonar
COPD admitted in ICU: a prospective cohort study. obstrutiva crónica (DPOC) no Brasil. J Pneumol
BCM Infectious Disease 2008; 8:145. 2003;29(1):28-35.
32. Hill NS. Noninvasive ventilation for chronic obstructive 43. Godoy DV, Godoy RF. Redução nos níveis de ansie-
pulmonary disease. Respir Car 2004; 49(1):73-89. dade e depressão de pacientes com doença pulmonar obs-
33. Dourado VZ, Tanni SE, Vale AS, Faganello MM, trutiva crónica (DPOC) participantes de um programa
Figueirôa F, Godoy SI. Manifestações sistêmicas na de reabilitação pulmonar. J Pneumol 2002;28(3).
doença pulmonar obstrutiva crónica. J Bras Pneumol 44. Cruz Edgardo. Exacerbaciones de EPOC: Definición y
2006;32(2):161-171. significación pronóstica. Rev Chil Enf Respir 2004;20:76-79.

1166 R e v i s t a P o r t u g u e s a d e P n e u m o l o g i a
Vol XV N.º 6 Novembro/Dezembro 2009

Você também pode gostar