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Anderson Ferreira da Silva – acadêmico de fisioterapia

Fluxos turbulentos (deslocamento de placa)

Comuns em áreas de bifurcações de vasos


Perda repentina da função neurológica (artéria carótida na bifurcação para a cerebral
causada por uma falha do fluxo sanguíneo ao medial e basilar).
nutrir o encéfalo.
 Trombos (formação de coagulo na sua
2 tipos: artéria cerebral);
 Embolismos (coagulo de área não
 Isquêmico: ocorre pela interrupção do
cerebral);
fluxo sanguíneo, geralmente devido um
coagulo que bloqueia o vaso impedindo o  Baixa perfusão sistêmica (ICC);
fornecimento de nutrientes e oxigênio ao  Hipotensão sistêmica (perda de
encéfalo. sangue).
 Hemorrágico: ocorre devido a ruptura Produzem baixa pressão de perfusão
de um vaso, causando extravasamento de cerebral, reduzindo o aporte de oxigênio e
sangue em torno do encéfalo. nutrientes (glicose), levado a lesão e morte
tecidual (infarto cerebral).

AVE isquêmico
Epidemiologia
Quadros hipertensivos e fragilidade capilar
Terceira principal causa de morte;  Desencadeam ruptura de vaso cerebral
Primeira em deficiência entre adultos;
 Extravasamento anormal de sangue
Incidência de 1,25 vezes maior em homens;
 Culminando em hipertensão
Risco aumentado para afrodescendentes e
intracraniana
idosos (65 – 74 idade).
 Restrição de irrigação de áreas distais
a ruptura
A taxa de mortalidade depende do tipo de
 Causando lesões e morte tecidual
AVE:

- hemorrágico: 38% das mortes no primeiro
AVE hemorrágico
mês
Existem vários tipos de hemorragias:
- isquêmico: 8% das mortes no primeiro mês.
Hemorragia intracerebral: ruptura de vaso
cerebral com sangramento no interior do
A sobrevida depende de vários aspectos
encéfalo.
como:
Hemorragia cerebral: primaria – espontânea
 Idade
sem trauma associado, ocasionado por
 Doenças associadas
ruptura de pequenos vasos aterosclerótico
 Nível de consciência
(aneurisma)
 Tamanho da lesão Hemorragia subaracnóidea: ocorre no interior
 Recidivas do espaço subaracnóidea com ruptura de
Preditores de mortalidade precoce grandes aneurismas.
A formação desses aneurismas geralmente
associa-se a defeitos congênitos que causam
Etiologia o enfraquecimento do capilar.

Aterosclerose é o principal fator. Malformação arteriovenosa


Formação de uma placa de gordura Defeito congênito é uma espécie de nó em
 artérias e veias que se dilatam com a idade e
Estreitamento progressivo do vaso podem se romper e levar a morte devido

Anderson Ferreira da Silva – acadêmico de fisioterapia
ocasionar grande extravasamento AVE isquêmico  edema cerebral (morte por
(hipertensão intracraniana). AVE agudo)
A isquemia pode levar ao edema cerebral que
Fatores de risco a causa mais frequente de morte por AVE
agudo, pelo acumulo de fluido decorrentes do
Não modificáveis rompimentos de membranas causada pela
Hipertensão (160/95 mmHg causa um risco de necrose tecidual, essa ruptura de membrana
5 a 6 vezes maior); causa movimentação da agua nos vasos para
Diabetes o interior do tecidos, esse edema chega ao
Cardiomiopatias; auge em 3 ou 4 dias após o ocorrido. Podendo
Hipercolesterolemia (LDL aumentado e HDL levar o aumento de pressão intracraniana.
diminuído)
Hematócrito aumentado (devido a diminuição Sinais clínicos de edema cerebral
do fluxo sanguíneo causando isquemia)  nível de consciência (letargia e coma)
Acidente isquêmico transitório  pressão do pulso
Modificáveis  FC
Tabagismo (fragilidade capilar); Vômitos
Obesidade (ligada a hiperlipidemia); Respiração de cheyne-stokes
Sedentarismo (pressão alta nos vasos); Ausência de reação pupilar (interrupção de
Alcoolismo fluxo axonal – III nervo)
Não modificais
Idade (65 anos) Extrínsecos:
Sexo (masculino) III óculo motor – reto medial
Raça (afrodescendentes) Reto inferior
Histórico familiar. Reto superior
Elevador da pálpebra superior
Obliquo inferior
IV troclear – obliquo superior
Fisiopatologia AVE isquêmico
VI abducente – reto lateral
Intrínseco: oculomotor
A interrupção completa do fluxo pode causar
Musculo ciliar
danos irreversíveis em uma área central
Musculo esficter da pupila
(focal). As células que ficam em volta desse
O oculomotor também é responsável pela
foco são chamadas de células viáveis, porem
inervação de musculatura intrínseca do bulbo
letárgicas é o que chamamos de cascata
ocular, que são: musculo ciliar – convergência
isquêmica. Neste caso, ocorre elevada
da pupila e musculo esfíncter da pupila
liberação de aspartato e glutamato causando
(midríase e miose). Assim, em caso de
perda homeostasia celular e despolarização,
interrupção do fluxo axonal do III nervo, pode
deixando a célula incapaz de produzir energia,
causar dificuldade de fechar a pálpebra
principalmente ATP.
inferior, elevar o olho para cima, elevar
Por conta disso, ocorre um influxo de cálcio e
supeior e lateral, superior e medial, desvio
falência da bomba da membrana neuronal. O
medial e inferior.
influxo de cálcio estimula a liberação de oxido
nítrico e citocinas que danificam fortemente as
células cerebrais causando morte de 3 a 4 Fisiopatologia AIT (ataque isquêmico transitório
horas das células da penumbra, isso faz com
que o acometimento seja maior, daí a Interrupção temporária do suprimento
importância de um socorro rápido, pois pode- sanguíneo do cérebro, podendo ser
se utilizar medicamentos que revertam o ocasionada por episódios oclusivos, êmbolos,
suprimento sanguíneo e por consequências hipotensão, arritmias e excesso de anti-
as alterações. hipertensivos.
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Sintomas não duram mais de 24 horas, não contração do vaso, o que o deixa mais
havendo evidencia de dano cerebral. susceptível a ruptura e por tanto a AVE
Forte preditor de susceptibilidade ao infarto hemorrágico ou em caso de grandes
cerebral e miocárdio. aumentos de pressão sanguínea, pode
ocorrer tanta contração do vaso a ponto de
Fisiopatologia do AVE isquêmico inibir uma nutrição do tecido nervoso,
Síndromes vasculares podem desencadear o caracterizando um AVE isquêmico.
AVE, caso nesses vasos ocorra:
Processos oclusivos (estreitamento) Síndrome da artéria cerebral anterior
Doenças coronarianas que restringem o fluxo Faz o suprimento sanguíneo do aspecto
Prejuízos dependerão do local da lesão, central do hemisfério cerebral (lobo frontal e
tamanho da área isquêmica, natureza e parietal) e estruturas subcorticais. Sendo a
função das estruturas envolvidas. característica mais comum a hemiparesia
contralateral e perda sensorial mais
Fluxo sanguíneo cerebral significante em MMII (somatotopia)
O encéfalo possui uma elevada demanda Comprometimentos:
energéticas e pouca reservas metabólicas  Incontinência urinaria
pequenas e isso faz com que necessite de  Hemiparesia contralateral
perfusão sanguínea continua para carregar (principalmente MMII)
oxigênio e glicose aos tecidos. Esse fluxo é  Perda hemisensorial contralateral
regulado quimicamente por alterações na  Dificuldade com tarefas bimanuais
concentração de CO2 e O2.
 O aumento da PaCO2 ou diminuição de Síndrome da artéria cerebral media
Po2: causa vasodilatação, aumente o fluxo. Supri toda a porção lateral do hemisfério
 Diminuição de PaCO2 e aumento de cerebral, abrangendo lobos frontal, temporal e
Po2: causa vasoconstrição e diminuição do parietal. A oclusão produz dano neurológico
fluxo. com edema significativo com aumento da PIC
levando a perda da consciência, hérnia
Alterações de pH influenciam no fluxo cerebral e possivelmente a morte. Comum o
sanguíneo aparecimento da hemiparesia espatica
Queda do pH (acidez) causa vasodilatação contralateral, perda da sensibilidade da face.
concordando com a queda do O2. Comprometimentos
Aumento do pH (alcalinidade) causa  Hemiparesia contralateral
vasoconstrição (principalmente MMSS e face)
De acordo com a função e cada área cerebral,  Perda hemisensorial contralateral
a regulação neurogênica altera a  Comprometimento motor da fala (afasia
vasodilatação de modo diretamente de wernicke)
proporcional.  Negligencia unilateral
 Apraxia
Fluxo sanguíneo cerebral
Alteração na viscosidade ou nas pressões Síndrome da artéria carótida interna
intracranianas podem influenciar o fluxo Sua oclusão produz infarto encefálico maciço
sanguíneo cerebral, e alterações na pressão pois é essa artéria que supre o fornecimento
sanguínea, produz alteração mínima no fluxo de fluxo tanto para artéria cerebral media e da
cerebral. Conforme aumenta a pressão, a artéria cerebral anterior podendo causa
artéria se estira e isso estimula a contração inclusive o coma e a morte.
(constrição) do vaso. Então é necessário
maior atenção durante a manipulação do seu
paciente, pois grandes alterações de pressão
culminaram em maiores potenciais de
Anderson Ferreira da Silva – acadêmico de fisioterapia
AVE hemorrágico
Diagnostico

Histórico e avaliação – para o diagnóstico, é


necessário uma avaliação clínica minuciosa.
 Investigar sintomas ocorridos antes do No ave hemorrágico: aneurismas,
episódio; demonstração de focos hemorrágicos, desvio
 Histórico familiar; de linha media, coagulo.
 Sintomas como dor de cabeça com a
perda de consciência Ressonância magnética nuclear (RMN)
 Ocorrência de AITs Possibilita maior resolução do encéfalo e suas
 Traumas de cabeça estruturas, sendo mais sensível ao
A avaliação neurológica estressa a função dos diagnóstico de AVE.
hemisférios cerebrais, cerebelo e nervos, e, os É capaz de detalhar extensão da lesão e de
sintomas apresentados durante a avaliação verificar lesões menores que não seriam
darão ideia da localização da lesão e a detectadas pela TC.
comparação bilateral dará a ideia do lado
lesionado. Caso verifique-se sinais bilaterais, RNM
teremos indicativo de lesão de tronco Ave isquêmico
encefálico.
Alguns testes diagnósticos, podem ajudar no
diagnostico:
- punção lombar pode diagnosticar com
hemorragias subaracnóideas.
- exame de sangue pode fornecer contagem
Aspecto esbranquiçado da lesão, verificação
plaquetaria e contagem de hemácias.
de penumbra e boa definição da lesão.
(Aumentado), indicando riscos de AVE
Ave hemorrágico
isquêmicos.
Imaginologia
Tomografia computadorizada (TC) – em caso
de ave hemorrágico é feito varredura para
verificar se não há outras lesões como
abcessos ou tumores.
Útil para verificar em
AVE isquêmico – assimetrias de sulcos, Inundação ventricular, desvio do hemisfério,
colapso ventricular, herniações, edema, herniação, hidrocefalia, edema,
gliose.
Acometimentos

Principais acometimentos no paciente com


AVE são:
Alterações na sensibilidade
 Superficial e/ou profunda
AVE hemorrágico – aneurismas,  Hipoestesia em face, MMII e MMSS
demonstração de focos hemorrágicos, desvio  Perda da propriocepção com perda do
de linha media, coágulos, apagamento de controle motor, função postural e equilíbrio
estruturas devido edema hipertensivo.  Perda da sensibilidade térmica e
A extensão da lesão na TC pode não estar dolorosa
correlacionada aos sinais clínicos e alterações  Hiperestesia
da função.
Anderson Ferreira da Silva – acadêmico de fisioterapia
Dor Cerca de 20% dos pacientes não conseguem
Tanto no AVE hemorrágico, como isquêmico recuperar a função de MMSS.
pode causar fortes dores Alteração do tônus
 Dores de cabeça  Hipotonia (flacidez)
 Dores musculares desencadeadas ao  Hipertonia (espaticidade em músculos
toque (hiperalgesia) antigravitacionais)
 Lesões em região talâmica  Padrão de wernick-man
desencadeiam a dor talâmica (dor forte e  Clônus
ardente constante) impedindo o empenho na Incoordenação motora
reabilitação.  Ataxia sensorial (perda da
Alterações visuais propriocepção e artrestesia)
 Perda da visão na metade contralateral  Bradicinesia
do lado do campo visual  Hemibalismo
 Falta de consciência do lado  Ataxia da marcha (marcha ceifante)
hemiplégico  Disdiadococinesia
 Negligencia visual Outros acometimentos
 Dificuldade com percepção de  Déficit cognitivo
profundidade e espaço  Equilíbrio
 Paralisia do olhar  Linguagem
 Desvio do olhar para o lado não  Alteração do estado emocional
acometido  Disfunção urinaria e fecal
 Diplopia
 Distorções visuais
Função motora
 Paralisia flácida (1 fase)
 Espasticidade (2 fase)
 Hiperreflexia
 Sinergias obrigatórias (padrão motor
alterado)
 Hemiplegia contralateral a lesão

Fraqueza / paresias
 Incapacidade de gerar movimentos por
fraqueza (hemiparesia)
 Fraqueza ipsilateral
 Alterações do trofismo
 Perda de quantidade de fibras rápidas-
tipo II (atrofia)
 Diminuição das taxas de descargas
elétricas para gerar potencial de ação
 Fadiga
 Incoordenação motora por ineficiência
muscular

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