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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

DEFINIÇÃO O AVCh interfere na função cerebral por meio de vários


mecanismos, incluindo a destruição ou compressão do
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma lesão tecido cerebral e compressão de estruturas vasculares,
encefálica secundária a um mecanismo vascular e não levando a isquemia secundária e edema.
traumático.
O AVCh pode se apresentar de 2 formas:
Apesar do nome, representa acometimentos de todas as
estruturas encefálicas (tronco encefálico, cerebelo e  Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP) ou
telencéfalo), entretanto, mantém o nome pelo
reconhecimento popular, uma vez que a intenção é facilitar o  Hemorragia Subaracnóidea (HSA).
entendimento leigo, e não transformar em linguagens A hemorragia intraparenquimatosa é causada pela
acadêmicas segregantes. ruptura de pequenas artérias perfurantes, ocasionando
É caracterizada pela instalação de um déficit neurológico sangramento dentro do parênquima cerebral, provocando
focal, súbito (ictal), dimidiado, repentino e não um edema/inchaço nas estruturas locais que levará à lesão
convulsivo, com duração maior que 24 horas, explicado neurológica. O principal fator de risco associado aqui é a
pelo déficit de irrigação de uma artéria cerebral. hipertensão arterial sistêmica.

“Todo déficit neurológico súbito dimidiado (acomete Já a hemorragia subaracnóidea, normalmente está muito
dimídios) é um AVC até que se prove o contrário.” relacionada à ruptura de aneurismas e malformações
arteriovenosas e acarreta em sangramento no espaço
1.9 milhões de neurônios morrem por minuto em um AVC subaracnóideo.
 “Tempo é cérebro!”
ESUS  AVC embólico de etiologia indeterminada 
*Menor que 24 horas  Ataque Isquêmico Transitório precisa ter feito estudo de vasos (angioTM)
(AIT).
EPIDEMIOLOGIA
*Déficit alterno (cruzado)  AVC de tronco cerebral
AVC principal causa de mortalidade no Brasil em 2022 e na
Os AVCs são classificados como isquêmicos primeira metade de 2023
(AVCi) ou hemorrágicos (AVCh), de acordo com o
processo patológico subjacente. Sendo que os AVCi são os No mundo é a segunda maior, perdendo apenas para o IAM.
mais comuns, representando 80/85%. Enquanto que os
AVCh correspondem a 20/15% dos casos. 90% dos fatores de risco para AVC são preveníveis

AVC traz uma alta taxa de mortalidade e também uma alta


taxa de incapacidade (mesmo continuando vivo, tem muitas
sequelas incapacitantes).

O AVC é uma das maiores causas de morte e incapacidade


adquirida em todo o mundo. Representa a quarta maior
causa de morte nos EUA e é o distúrbio neurológico
incapacitante mais comum.

No Brasil, é a causa mais frequente de óbitos na população


adulta (10% de todos os óbitos) e é responsável por 10% das
internações nos hospitais públicos.

A incidência do AVC aumenta com a idade. Dois terços dos


O AVCi interfere na função cerebral pelo déficit pé fusional, acidentes ocorrem em pessoas com mais de 65 anos. No
fazendo com que o parênquima encefálico seja incapaz de entanto, estudos recentes têm demonstrado um aumento nos
realizar sua funções e, caso o período isquêmico seja grande, casos em pessoas nas faixa dos 30-40 anos.
podo ocasionar morte celular. Ele pode ser dividido em 5 A incidência é maior em afrodescendentes do que em
grandes grupos (mnemônico CASCO) brancos e levemente maior em homens do que em mulheres.
 Cardioembolic
FISIOPATOLOGIA DO AVC
 Arteriosclerosis big vassels
 Small vessels O AVC isquêmico é causado por uma obstrução súbita do
 Criptogenic fluxo arterial encefálico. Enquanto que o AVC
 Others hemorrágico é consequência de uma ruptura de
estruturas vasculares cerebrais.
A origem do AVCi pode ser trombótica ou embólica. Nas Consequentemente, com a entrada de sódio há também
situações em que não é possível determinar a causa do AVC entrada de água nas células, causando um edema celular
isquêmico, mesmo após a investigação correta, ele é importante que pode levar à ruptura neuronal.
denominado de AVC criptogênico.
FATORES DE RISCO PARA AVC
O que difere o AVC embólico do trombótico é a origem do
trombo que ocasionou a obstrução. No AVC trombótico, o Os fatores de risco para AVC são divididos em modificáveis
trombo é formado na própria artéria envolvida no AVC. Já e não-modificáveis.
no embólico ele é proveniente de outra região e se desloca Os fatores de risco não-modificáveis correspondem a
pela circulação até impactar na artéria cerebral. condições inerentes aos indivíduos e incluem:
FORMAÇÃO DE TROMBO  Idade avançada;
Pode ocorrer formação de um trombo em determinada
 Sexo masculino;
artéria (carótidas, arco aórtico) e esse trombo é deslocado
pelo fluxo sanguíneo até obstruir uma artéria cerebral de  Baixo peso ao nascer;
calibre menor. Ou pode ser do tipo cardioembólico, quando
se formam trombos intracavitários devido algum prejuízo  Afrodescendência;
cardíaco, como fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio
e cardiomiopatia dilatada.  Histórico familiar de AVC;

A interrupção do fluxo sanguíneo priva neurônios, glia e  Anemia falciforme.


células vasculares do oxigênio e glicose. Caso o fluxo Já os fatores de risco modificáveis , ou seja, os fatores aos
sanguíneo não seja restaurado prontamente, ocorre a morte quais podemos atuar para prevenir o AVC, incluem:
do tecido cerebral (infarto) dentro do núcleo isquêmico.
 HAS (causa controlável mais comum);
MORTE CELULAR
 Tabagismo;
O padrão de morte celular depende da gravidade da
isquemia. Em isquemias leves, a vulnerabilidade seletiva de  Fibrilação atrial;
algumas populações neuronais leva à perda somente dessas
populações.  Diabetes mellitus;

Numa isquemia grave, ocorre uma necrose neuronal  Terapia hormonal (pós-menopausa ou contracepção
seletiva, onde todos os neurônios morrem, mas as células oral);
gliais e vasculares são preservadas. Já numa isquemia
completa e permanente, ocorre uma pan-necrose, onde todos  Dislipidemia;
os tipos celulares serão afetados.  Obesidade;
Circundando o núcleo da região isquêmica, existe uma área
 Sedentarismo, entre outros.
chamada zona de penumbra, onde a isquemia é incompleta.
Nesse local, a lesão celular é potencialmente
SÍNDROMES NEUROVASCULARES
reversível, desde que o fluxo sanguíneo seja restaurado (por
recanalização do vaso ocluído ou circulação colateral). Quem mantém a perfusão cerebral é a Pressão de Perfusão
Cerebral (PPC), caracterizada pela diferença entre a Pressão
É justamente essa área de penumbra o alvo do tratamento do
AVCi agudo, buscamos sempre tentar salvar a área de Arterial Média (PAM) e a Pressão Intracraniana (PIC).
penumbra. Por isso o tratamento imediato e tão importante. Desse modo, é necessário que a PAM seja maior que a PIC
para que a perfusão cerebral ocorra.
EDEMA CEREBRAL
Outro fator envolvido na fisiopatologia do AVC é o edema
PPC=PAM −PIC
cerebral. A isquemia leva ao edema vasogênico, quando o
Com o aumento da PAM, há uma vasoconstrição reflexa
líquido intravascular extravasa para o parênquima cerebral.
para que a pressão de perfusão cerebral não seja tão alta
Esse edema costuma ocorrer alguns dias após o AVC e pode
quando for irrigar as estruturas nervosas e acabar as lesando.
causar herniação cerebral e, consequentemente, óbito.

Além do edema vasogênico, pode ocorrer o edema A vascularização do cérebro é suprida por 4 grandes
citotóxico. A isquemia causa redução do ATP intracelular, artérias: as carótidas internas (responsáveis pela circulação
sem energia as bombas iônicas não funcionam. Uma das anterior) e as vertebrais (responsáveis pela circulação
principais bombas das nossas células é a bomba de sódio e posterior).
potássio, sem ela não há o equilíbrio iônico e ocorre um
influxo de sódio e cálcio para o interior dos neurônios. CIRCULAÇÃO ANTERIOR

Cada artéria carótida comum se divide em artéria carótida


interna e externa ao nível do ângulo da mandíbula. A
carótida interna, de cada lado, entra no crânio e se divide em  Hemiparesia: paralisia parcial dos membros de um lado
Artéria Cerebral Anterior (ACA) e Artéria Cerebral do corpo (por exemplo, braço e perna do lado direito).
Média (ACM).
*Proporcionada: quando o déficit é igual em membro
Os ramos da ACA suprem os lobos frontais, as superfícies superior e membro inferior.
superiores dos hemisférios cerebrais e a parte medial dos
hemisférios (exceto o córtex calcarino). *Desproporcionada: quando há diferença entre a perda
motora entre membro superior e inferior, podendo ser de
A ACM é responsável pela irrigação da maior parte do predomínio crural/braquial, e distai/ proximal.
território encefálico e é a artéria mais envolvida em
acidentes vasculares encefálicos isquêmicos.

Ela dá origem as artérias lenticuloestriadas, responsáveis


por suprir os núcleos da base (putâmen, núcleo caudado e
globo pálido) e a cápsula interna. O território da ACM
inclui as principais áreas sensitivas e motoras do córtex; as
radiações ópticas; o córtex auditivo sensitivo; áreas para
movimentação dos olhos e da cabeça e as áreas motoras e
sensitivas para a linguagem no hemisfério dominante.

REVISÃO RÁPIDA SEMIOLOGIA


Artéria cerebral anterior (lobo frontal)
Plegia e paralisia são termos sinônimos, ou seja, têm o
mesmo sentido. Os dois indicam a ausência do movimento  Hemiparesia contralateral de predomínio crural (MMII)
voluntário, em outras palavras, a incapacidade de realizar  Abulia, mutismo (incapacidade de tomar decisões
movimentos em um ou mais membros. voluntárias , “não tem vontade de falar”)
 Incontinência urinária (lóbulo paracentral – continência)
As definições abaixo indicam de que maneira ocorre a
plegia/paralisia:

 Monoplegia: paralisia de um membro Artéria cerebral média (lobos frontal, parietal e


temporal)
 Diplegia: paralisia de dois membros simétricos
 Hemiparesia contralateral de predomínio braquio facial
 Paraplegia: paralisia dos membros inferiores  Hemihipoestesia contralateral de predomínio braquio
facial
 Triplegia: paralisia de três membros
 Desvio do olhar ipsilateral (frontal eye field – região do
 Tetraplegia: paralisia dos quatro membros lobo frontal que faz com que os 2 olhos se desviem para
o outro lado)
 Hemiplegia: paralisia dos membros de um lado do  Hemianopsia homônima contralateral
corpo (por exemplo, braço e perna do lado direito)  Lado dominante (esquerdo): afasia
 Lado não dominante: heminegligência/extinsão (o lobo
Já paresia é o termo utilizado para indicar a
parietal direito faz a percepção do lado esquerdo e
restrição/diminuição do movimento. Nestes casos, não há
direito, e o lobo parietal esquerdo apenas do direito.
perda total, mas uma limitação do exercício dos membros;
uma fraqueza muscular; paralisia parcial. Lado dominante = lado que controla a fala. Na maioria das
pessoas é o esquerdo.
Os termos para definir os diferentes tipos de paresia são
semelhantes aos mencionados acima, mudando o sufixo e Afasia – dificuldade de comunicação
sentido das palavras:
Afasia sensitiva (Wernick
 Monoparesia: paralisia parcial de um membro; 22): não entende o que é dito.

 Diparesia: paralisia parcial de dois membros simétricos; Afasia motora (Broca 44):
entende mas não consegue se
 Paraplegia: paralisia parcial dos membros inferiores; comunicar.

 Triparesia: paralisia parcial de três membros;

 Tetraparesia: paralisia parcial dos quatro membros; Artéria carótida interna

 Sintomas de ACA + ACM


 Artéria oftálmica: amaurose fugaz (ramo da carótida)  Acometimento da motricidade ocular horizontal
 Acometimento da fala
 Acomentimento da deglutição
Artéria lenticulo-estriadas (capsula interna, gânglios da
base)
Outros sintomas
 Síndromes lacunares principais
 Hemiparesia contralateral proporcionada (face, MMSS  Vertigem súbita
e MMII)  Rebaixamento do nível de consciência
 “AVC da HAS”  vasos pouco calibrosos  Nistagmo espontâneo (sobretudo vertical)
 Desvio vertical dos olhos
CIRCULAÇÃO POSTERIOR  Ataxia (cerebelo)
O sistema vértebro-basilar é o responsável pela circulação  Síndrome de Horner (PAM – ptose, anidrose e miose)
posterior do encéfalo. As artérias vertebrais ascendem pela
coluna vertebral e penetram no crânio através do forame SÍNDROMES CLÍNICAS DO AVC
magno e se juntam na junção bulbopontina para formar
a artéria basilar, essa sse bifurca na junção 1. TACs – Síndrome da circulação anterior total
pontomesencefálica para formas as artérias cerebrais  Hemiplegia.
posteriores (ACP).  Hemianopsia.
A ACP é responsável principalmente pela irrigação do lobo  Disfunção cortical superior (linguagem, função
occipital, porém também supre a parte inferior do lobo visuoespacial, nível de consciência).
temporal.  25% secundária ao hematoma intraparenquimatoso.

O tronco encefálico e o cerebelo também são supridos pelos 2. PACs – Síndromes da circulação anterior parcial
ramos do sistema vértebro-basilar.
• Déficit sensitivo-motor + hemianopsia.
• Déficit sensitivo-motor + disfunção cortical.
• Disfunção cortical + hemianopsia.
• Disfunção cortical + motor puro (monoparesia).
• Disfunção cortical isolada.

3. LACs – Síndromes lacunares

• Síndrome motora pura.


• Síndrome sensitiva pura.
• Síndrome sensitivo-motora.
• Disartria – “Clumsy Hand”.
• Hemiparesia atáxica.
O sistema vértebro-basilar é o responsável pela circulação • S/ afasia, distúrbio visuoespacial, distúrbio do campo
posterior do encéfalo. As artérias vertebrais ascendem pela visual.
coluna vertebral e penetram no crânio através do forame • Déficits proporcionados.
magno e se juntam na junção bulbopontina para formar
a artéria basilar, essa sse bifurca na junção 4. POCs – Síndromes da circulação posterior
pontomesencefálica para formas as artérias cerebrais
• Paralisia de nervo craniano (única ou múltipla)
posteriores (ACP).
ipsilateral + déficit S/M contralateral.
A ACP é responsável principalmente pela irrigação do lobo • Déficit S/M bilateral.
occipital, porém também supre a parte inferior do lobo • Alt. movimentos conjugados dos olhos.
temporal. • Disfunção cerebelar s/ déficit de trato longo ipsilateral.
• Hemianopsia isolada ou cegueira cortical.
O tronco encefálico e o cerebelo também são supridos pelos
ramos do sistema vértebro-basilar.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Artéria basilar O AVC é uma doença tempo-dependente. Ou seja, quanto
mais precoce ele for identificado e tratado, maior a chance
 Síndrome do encarceramento de recuperação completa. Por isso, a clínica é de extrema
importância.
 Tetraplegia
Os sinais e sintomas dependem da área do cérebro
acometida e incluem, geralmente:

 fraqueza ou formigamento em face, braços ou


pernas;

 alterações na visão (uni ou bilateral);

 confusão, alterações na fala e/ou compreensão;

 alteração do equilíbrio e/ou coordenação;

 tontura;

 alterações na marcha;

 cefaleia súbita e intensa (mais relacionada com


AVCh).

Na maioria das vezes, o território mais acometido é o


suprido pela Artéria Cerebral Média. Portanto, é interessante
saber as principais manifestações associadas a um AVC
nessa artéria. O quadro clássico da oclusão do tronco da
ACM é caracterizado por fraqueza (déficit motor) e perda  Escala do NIH: avalia o déficit no AVC através da
sensitiva, principalmente na face e no membro superior pontuação dos parâmetros, variando de 0 (sem
(déficits contralaterais à lesão – as fibras motoras e déficit) a 42 (maior déficit); parâmetros avaliados
sensitivas se cruzam na decussação das pirâmides), são: nível de consciência, orientação no tempo
hemianopsia do lado da fraqueza, rebaixamento da (mês e idade), resposta a comandos, olhar, campo
consciência e desvio do olhar para o lado da lesão. Além visual, movimento facial, função motora do
disso, em destros, a oclusão da ACM esquerda pode causar membro superior, função motora do membro
afasia global no paciente. inferior, ataxia, sensibilidade, linguagem,
articulação da fala, extinção ou inatenção. Essa
Quando há acometimento da Artéria Cerebral Anterior, o escala é interessante também para avaliação da
paciente se manifesta com déficit sensitivo cortical evolução do déficit do paciente.
(negligência) ou motor com predomínio crural (membros
inferiores contralaterais), além de distúrbios de NIH > 15 hemisfério não dominante, >20
comportamento. hemisfério dominante.

Hemianopsia e amaurose são características de AVC de


Artéria Cerebral Posterior e na lesão de artérias do sistema
vértebro-basilar manifesta-se com disfunção cerebelar
(ataxia, dismetria, disdiadococinesia), disfunção de nervos
cranianos, alteração do nível da consciência, além de déficit
motores e sensitivos.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do AVC é feito a partir da identificação do
déficit neurológico focal súbito que acomete o paciente, ou
seja, é clínico!.

Contudo, não conseguimos diferenciar o tipo de AVC (se


 Exames de imagem: devem ser realizados
isquêmico ou hemorrágico) apenas pela clínica, sendo
imediatamente para não impossibilitar o tratamento
obrigatório a realização do exame de imagem para tomar a
de reperfusão (nos casos de AVCi).
conduta apropriada. Portanto, para a definição do
diagnóstico podemos utilizar algumas ferramentas:  Tomografia computadorizada (TC): é o exame de
escolha; identifica de 90-95% das hemorragias
 Escala FAST: escala de triagem para detectar a
subaracnoideas e quase 100% das hemorragias
ocorrência da doença, principalmente em região
intraparenquimatosas. Importante lembrar que a TC
anterior do cérebro; Face (paralisia facial), Arm
na fase aguda do AVC isquêmico, se apresenta sem
(fraqueza nos braços), Speech (dificuldades na
alterações (<4,5h).
fala), Time (tempo).
 Ressonância magnética (RM) com difusão: mais
sensível que a TC, pode identificar a área
isquêmica muito precocemente; muito útil quando
existem dúvidas quanto ao diagnóstico de AVC;
alguns centros de AVC utilizam a RM com difusão *Caso o paciente chegue rebaixado (Glasgow 5), priorizar
para incluir pacientes com janela terapêutica ACLS e depois trombolisar.
indeterminada ou fora da janela terapêutica
(definem a presença de zona de penumbra em cada Todo paciente em janela terapêutica é trombolisável, a não
paciente). ser que não tenha contraindicação.

 Exames complementares: hemograma com 2% dos pacientes trombolisados vão sangrar. Desses apenas
plaquetas*, tempo de protrombina*, tempo de 10% vão precisar de assistência neurocirúrgica.
tromboplastina parcial ativada*, eletrólitos,
creatinina, ureia, eletrocardiograma e glicemia Grau de hemorragia (ECAS)
(importante, pois a hipoglicemia pode mimetizar
um AVC). Alteplase  se o paciente chegar em até 4,5h do início dos
sintomas (janela terapêutica)  trombolisar.
* Exames que devem ser aguardados para se iniciar o
trombolítico nos casos de suspeita de alterações ou uso de Aptilise – avc (1A)
anticoagulantes.
Metalise – infarto (grau de recomendação menor, mas
porque ainda faltam estudos).

CONDUTA 5 terapêuticas com nível de evidência IA para aVC


Não se consegue distinguir AVCi e AVCh pela clínica. Aptilise
Desse modo, a conduta inicial para Revisão TC Trombectomia
quadros sugestivo de AVC é a crânio:
solicitação de uma TC de crânio sem Isquemia  áreas AAS nas primeiras 24h
contraste. hipodensas (pretas)
 presença de Craniectomia descompressiva – avc maligno (cerebral
edema cerebral
TC em pacientes de déficits dimidiados (água) média, fossa posterior, carótida)
ictais serve para afastar hemorragia, e
não identificar áreas isquêmicas. Sangue  áreas É impossível ter NIH 3
hiperdensas
(branco)
Isso porque, somente após 4,5h-6h que RESUMO: MANEJO DO PACIENTE COM
a isquemia vai aparecer na TC de AVCi é hipodenso
AVC
córtico-subcortical
crânio, e pior, ainda irá indicar que (do córtex até o O tratamento é programado visando a preservar a vida,
estamos fora da janela terapêutica subcórtex) 
edema citotóxico limitar quanto possível o dano cerebral, diminuir as
(não podemos trombolisar). incapacidades e deformidades físicas e evitar a repetição do
Em tumores o AVC. O manejo de urgência dos pacientes acometidos de
Assim, o motivo de não mandarmos córtex é poupado
(edema vasogênico) AVC é oposto para cada um dos dois casos do distúrbio. No
pacientes com esse quadro sugestivo de
 e o subcórtex AVCi, procura-se desobstruir as artérias, permitindo maior
AVC e internar é buscar a etiologia. hipodenso afluxo de sangue no cérebro, enquanto no AVCh, o
tratamento é voltado para controlar a hemorragia.

Diante de um paciente com AVC estamos em uma constante


corrida contra a tempo. Tempo é cérebro! Portanto, quanto
mais rápido for identificado o déficit e mais rápido o
paciente for tratado, maior a chance de reversão do quadro
neurológico.

É importante termos em mente o tempo da janela de


trombólise (4,5h como veremos adiante). E para o
AVCh
intraparenquimatoso
AVCh hemorragia
subaracnóidea
AVC isquêmico esquerdo
tratamento adequado do paciente precisamos saber, com
profundo (hidrocefalia)
segurança, há quanto tempo o déficit neurológico aconteceu.
Se o paciente não consegue falar, devemos sempre perguntar
AVCI ao acompanhante, por exemplo, quando foi a última vez que
o paciente foi visto bem, sem déficit. Do mesmo modo, se o
Etapas: paciente já acordou com a alteração neurológica, devemos
considerar como início da alteração o horário que o paciente
• Diminuir o dano celular (estabilizar o paciente 
foi dormir.
ACLS)
• Trombolisar
Os pacientes com AVCi, com início dos sintomas inferior a
4,5 horas, com TC ou RM de crânio sem evidência de
hemorragia e com idade superior a 18 anos, serão canditados
à trombólise com ativador do plasminogênio tecidual
recombinante (rtPA- alteplase). Devemos sempre levar em
consideração os critérios de exclusão à trombólise:

Posologia do rtPA: 0,9mg/kg, endovenoso; 10% em bolus e


o restante em 1 hora.

Além da trombólise, a utilização de outras medidas são


indicadas.

Ácido acetilsalicílico: para pacientes sem indicação de rtPA AVCi – não tem sangue
(nas primeiras 24h) ou como forma de prevenção de recidiva
AVCh – tem sangue na TC (fica branco)
(24h após o término da infusão do trombolítico).

Posologia: 100 a 325mg/dia.

Trombectomia mecânica: pacientes com oclusão de vaso Não pode trombolisar


proximal ou que não apresentaram resposta à trombólise
com rtPA.

Medidas de suporte:

 Manutenção da pressão arterial < 185×110 mmHg,


em pacientes candidatos à trombólise. Para
pacientes não submetidos à trombólise, somente
administrar anti-hipertensivos se
PA>220x120mmHg. Droga de
escolha: nitroprussiato de sódio.

 Manutenção da saturação de oxigênio (maior ou


igual a 92%);

 Temperatura < 37,5°C;

 Manutenção da glicemia em valores normais;

 Monitorização cardíaca: detectar precocemente


sinais eletrocardiográficos de isquemia ou
arritmias.

RESUMO AVC: PROGNÓSTICO


Após um AVC, o resultado do quadro é influenciado por
diversos fatores, sendo os mais importantes a natureza e a
gravidade do déficit neurológico resultante.

A idade do paciente, a etiologia do AVC e as comorbidades


coexistentes também afetam o prognóstico. De modo geral,
aproximadamente 80% dos pacientes com AVC sobrevivem
durante pelo menos um mês, já as taxas de sobrevida de 10
anos estão próximas a 35%.

Ter um AVC aumenta o risco de recidiva, aproximadamente


25% dos pacientes têm outro AVC, essas recidivas
costumam ser mais debilitantes do que o primeiro episódio.

Nos três primeiros meses após um AVC o cérebro é capaz


de reaprender ou aprender coisas novas (neuroplasticidade).
Essa característica desempenha um papel fundamental na
recuperação e reabilitação pós-AVC.
Quando trombolisar?

Não!  Necrose cerebral – hiperdenso (preto na TC)

Para ter alterações na TC demora 4,5h

AVC H
Estudo de perfusão  penumbra grande

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