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ANUAL DE
SEGURANÇA
FORTALEZA
VIÁRIA 2020
RELATÓRIO
ANUAL DE
SEGURANÇA
FORTALEZA
VIÁRIA 2020
2a EDIÇÃO
MAIO/2021
EQUIPE TÉCNICA
PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA
José Sarto Nogueira - Prefeito
José Élcio Batista - Vice-prefeito
TRANSITAR CONSULTORIA
Janailson Sousa - Diretor Executivo
André Medeiros - Gerente de Planejamento
Daniel Castro - Gerente de Projetos
Caio Torres - Consultor em Transportes
DIAGRAMAÇÃO
Daniel Pereira Vasconcelos
Diego Henrique Oliveira de Paiva
Passeando pela Cidade, é possível identificar inúmeras demonstrações do nosso dever com a
segurança viária. Implementação de faixas exclusivas de ônibus, aumento da malha cicloviária,
estímulo ao uso de bicicletas, implantação de faixas elevadas para pedestres, padronização de
calçadas em grandes corredores urbanos e favorecimento da caminhabilidade são algumas das
ações que vêm sendo realizadas.
Os esforços tornaram Fortaleza uma das poucas cidades no País a atingir antecipadamente a
meta estipulada pela ONU para a Década de Ação pela Segurança Viária, por ter reduzido pela
metade a taxa de mortalidade no trânsito entre os anos 2010 e 2020. Agora, temos novos desafios.
Para esta década, de 2021 a 2030, a meta é continuar diminuindo o número de lesões e mortes
no trânsito. A principal estratégia proposta durante a Conferência Global da ONU é o controle
de velocidade nas vias, priorizando aquelas com maior concentração de usuários vulneráveis e
intensa circulação de veículos. Um trabalho já iniciado por aqui.
JOSÉ SARTO
Prefeito de Fortaleza
Nosso foco são as pessoas. Por isso, trabalhamos constantemente para a transformação da
mobilidade em Fortaleza, adaptando as boas práticas ao contexto local, implantando um novo
paradigma, que visa priorizar os usuários mais vulneráveis e que os cidadãos cada vez mais se
apropriem dos espaços públicos, entendendo que estes locais são a extensão das suas casas.
Por meio da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), temos realizado projetos e ações
em eixos multimodais, que reduzem significativamente os sinistros de trânsito. Aqui destaco
algumas dessas iniciativas: expansão da malha cicloviária, manutenção e ampliação de estações
de bicicletas compartilhadas, instalação de paraciclos, renovação da sinalização, readequação
da velocidade para 50 km/h em vias, implantação de binários, Áreas de Trânsito Calmo, novos
semáforos, construção de travessias elevadas para pedestres, novas lombadas e tachões
refletivos em cruzamentos, que servem como redutores de velocidade.
Todo o esforço aplicado vem rendendo muitos frutos, mas o resultado mais valioso são 754 vidas
salvas no trânsito entre 2014 e 2020. No período,, fica constatado que reduzimos o índice de
mortes no trânsito em cerca de 51% em 2020, diminuindo para 7,2 mortes para cada 100 mil
habitantes.
FERRUCCIO FEITOSA
Secretário Municipal da Conservação e Serviços Públicos
Demos vez e voz ao pedestre, ao ciclista, aos passageiros de transporte coletivo, que passaram
a realizar suas viagens com maior rapidez, além dos motociclistas - usuários sempre tão
vulneráveis a sinistros. Hoje, com tantos avanços consolidados e uma nítida mudança de cultura
dos fortalezenses , posso dizer que estamos no caminho certo. O nosso maior desafio, entretanto,
é continuar reduzindo a taxa de mortalidade no trânsito que caiu pela metade nos últimos anos.
A segurança viária reflete um conjunto de fatores que alia o desenho urbano, isto é, intervenções
que tornam as vias mais seguras, à coibição de comportamentos inadequados e à educação, que
aproxima a população e o poder público na busca pela redução da violência no trânsito.
O sentimento de pertencer à cidade, ao trânsito e às ruas é essencial para que possamos alcançar
resultados e construir um trânsito mais humano e justo.
JULIANA COELHO
Superintendente da AMC
Neste relatório, serão abordados os padrões espaço-temporais dos sinistros (Capítulo 4),
o perfil das vítimas envolvidas (Capítulo 5), a evolução de Fortaleza a partir das métricas
utilizadas pela Organização Mundial da Saúde (Capítulo 6), os custos que as mortes e lesões
no trânsito representam para a sociedade (Capítulo 7), os cruzamentos críticos da cidade e
medidas de tratamento (Capítulo 8), o monitoramento dos fatores de risco (Capítulo 9) e as
ações empreendidas para mitigação da problemática (Capítulo 10).
EM Em 2020, 9.941 sinistros com vítimas foram registrados no SIST, sendo 1.142 atropelamentos,
FORTALEZA onde o principal veículo atropelador foi o carro de passeio, aparecendo em 43,8%% dos casos.
Os meses com mais ocorrências com vítimas foram dezembro (10,84%) e novembro (9,91%),
e, durante a semana, os dias que apresentam maior número absoluto de ocorrências foram
o Sábado (1º), a Sexta-feira (2º) e o Domingo (3º). As faixas horárias que concentram maior
número de ocorrências com vítimas feridas ou fatais são de 17h às 20h e de 7h às 9h.
O número de vítimas fatais foi de 193, 2,5% menor do que no ano de 2019. 92,2% das vítimas
fatais são usuários considerados vulneráveis no trânsito (condutores e passageiros de
motocicletas, ciclistas e pedestres). O principal tipo de usuário a morrer no trânsito, em 2020,
foi o ocupante de motocicleta (representado 51,8%, somando condutores e passageiros),
estando o Pedestre em segundo lugar (32,1%). O perfil básico da vítima fatal em Fortaleza é
Motociclista, Homem, de 30 a 59 anos, seguido de pedestre, homem com mais de 60 anos.
Estima-se que, para 2020, os custos diretos e indiretos relacionados a sinistros de trânsito
foram da ordem de 523 milhões. A taxa de mortalidade na capital foi de 7,2 mortes/100.000
habitantes, mostrando uma diminuição de 2,7% em relação a 2019 e de 51,7% quando
comparado com o indicador de 2010.
A tendência de diminuição do risco de morte por sinistro de trânsito de Fortaleza fez da cidade
uma das poucas do mundo a atingir a meta da primeira Década de Ação pela Segurança
no Trânsito. Existe agora um novo desafio, tendo em vista que a ONU proclamou a segunda
Década de Ação com a meta de reduzir, novamente, 50% as mortes no trânsito até 2030.
O SIST integra informações coletadas pelos agentes de trânsito da AMC e as consolida com outras
informações advindas dos seguintes órgãos: Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança -
CIOPS; Perícia Forense do Ceará - PEFOCE; Instituto Dr. José Frota - IJF; Polícia Rodoviária Estadual
do Ceará - PRE; Polícia Rodoviária Federal - PRF; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU e
o Sistema de Informações de Mortalidade - SIM gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde - SMS.
INFARTO AGUDO DO
3ª PNEUMONIAS PNEUMONIAS PNEUMONIAS
MIOCÁRDIO AVC
8ª OUTRAS DPOC OUTRAS DPOC OUTRAS DPOC OUTRAS DPOC CÂNCER DE BRÔNQUIOS
E PULMÕES
DOENÇA ISQUÊMICA
9ª ALZHEIMER SINISTROS DE TRÂNSITO CARDIOMIOPATIAS CÂNCER DE MAMA
CRÔNICA DO CORAÇÃO
10ª CÂNCER DE MAMA CÂNCER DE MAMA CÂNCER DE MAMA CARDIOMIOPATIAS DOENÇA ISQUÊMICA
CRÔNICA DO CORAÇÃO
DOENÇA ISQUÊMICA
11ª INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CÂNCER DE MAMA PARADA CARDÍACA
CRÔNICA DO CORAÇÃO
DOENÇA ISQUÊMICA
12ª CÂNCER DE ESTÔMAGO SINISTROS DE TRÂNSITO CÂNCER DE ESTÔMAGO INSUF. CARDÍACA
CRÔNICA DO CORAÇÃO
DOENÇA ISQUÊMICA
13ª QUEDA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA OUTRAS DPOC
CRÔNICA DO CORAÇÃO
14ª OUTRA SEPTICEMIAS PARADA CARDÍACA CÂNCER DE ESTÔMAGO DEMÊNCIA DOENÇA CARDÍACA
HIPERTENSIVA
*ESTE RANKING CONSIDERA A DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DAS CAUSAS ESPECÍFICAS DE MORTES, NÃO INCLUINDO CAUSAS NÃO
ESPECIFICADAS OU MAL DETERMINADAS.
DPOC = DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS
11.290
SINISTROS
188 9.753
SINISTROS SINISTROS COM
FATAIS VÍTIMAS FERIDAS
UMA PESSOA
193 10.840 MORRE A CADA
VÍTIMAS VÍTIMAS 52 SINISTROS
FATAIS FERIDAS
COM VÍTIMAS
+ 1.349 REGISTRADOS
SINISTROS COM
SOMENTE DANOS
MATERIAIS
1.177.176
VEÍCULOS
UM OLHAR SOBRE
OS ATROPELAMENTOS
Em 2020, foram registrados 1.142 atropelamentos, uma média de 3.1 atropelamentos por
dia. 64 desses casos foram fatais, onde 36% envolveu motocicletas e 44% automóveis de
4 rodas. Em 2020, houve um aumento no percentual de envolvimento de ônibus e veículos
nos atropelamentos em relação ao ano anterior. Para as demais categorias de veículos
observa-se redução. A motocicleta deixou de ser o principal veículo atropelador.
OCUPANTE AUTO 6 1 2 0 0 0 5 2 0 16
OCUPANTE MOTO 21 23 9 10 0 0 22 13 0 98
PEDESTRE 28 23 6 8 0 0 0 0 0 65
CICLISTA 8 1 2 1 1 0 0 0 1 14
TOTAL 63 48 19 19 1 0 27 15 1 193
OBS.: Para 4 das vítimas há 2 veículos relacionados
Analisando a distribuição de sinistros por jurisdição de via e sua severidade (Figuras 11 e 12),
percebe-se que as ocorrências em vias Federais têm aproximadamente 2,5 vezes mais chances
de resultar em fatalidades, comparando com vias municipais e estaduais. As vias federais, muitas
vezes, funcionam como rodovias urbanas, induzindo maiores velocidades ao condutor, o que
pode estar relacionado com os maiores riscos de mortalidade. Destaca-se ainda as medidas de
afrouxamento na legislação, provocado pelo governo federal, nas rodovias federais em 2019, que
podem ter resultado no aumento do risco observado em 2020.
A distribuição dos sinistros por dias da semana mostra que o pico de ocorrências se dá às sextas e
finais de semana, período onde o consumo de álcool é comumente mais intenso e, também, quando
as vias estão mais livres possibilitando o desenvolvimento de maiores velocidades. A partir da
distribuição dos sinistros por faixa horária, nota-se uma relação positiva com o fluxo de veículos. Os
picos de registros de sinistros seguem a mesma tendência da distribuição do volume medio diário
anual (VDMA), variável que caracteriza a sua exposição.
03 FERIDAS OU FATAIS
0H ÀS 1H 30 15 22 16 26 36 54 199
1H ÀS 2H 18 10 8 13 19 37 42 147
2H ÀS 3H 9 3 18 8 15 26 46 125
3H ÀS 4H 6 3 4 4 7 21 26 71
4H ÀS 5H 12 6 9 6 9 29 23 94
5H ÀS 6H 24 18 22 21 12 22 33 152
6H ÀS 7H 66 52 55 61 62 38 37 371
7H ÀS 8H 100 83 103 121 89 63 36 595
8H ÀS 9H 88 88 87 84 70 67 35 519
9H ÀS 10H 70 68 69 67 75 65 43 457
10H ÀS 11H 77 78 59 71 69 79 56 489
11H ÀS 12H 74 61 66 66 78 76 42 463
12H ÀS 13H 72 68 69 71 62 101 58 501
13H ÀS 14H 74 60 69 68 62 89 80 502
14H ÀS 15H 67 57 64 75 90 74 55 482
15H ÀS 16H 84 63 87 91 82 111 72 590
16H ÀS 17H 85 88 77 72 89 85 78 574
17H ÀS 18H 117 90 87 106 109 93 85 687
18H ÀS 19H 118 85 110 98 120 105 114 750
19H ÀS 20H 85 80 93 85 95 108 102 648
20H ÀS 21H 47 61 54 73 83 85 90 493
21H ÀS 22H 38 41 41 46 85 94 86 431
22H ÀS 23H 25 25 47 46 64 76 70 353
23H ÀS 24H 21 16 26 18 47 63 57 248
TOTAL 1.407 1.1.219 1.346 1.387 1.519 1.643 1.420 9.941
0H ÀS 1H 22 9 13 12 21 21 43 141
1H ÀS 2H 11 7 5 6 13 25 31 98
2H ÀS 3H 5 1 11 3 11 18 33 82
3H ÀS 4H 3 2 2 2 4 13 16 42
4H ÀS 5H 4 4 6 3 4 20 11 52
5H ÀS 6H 14 12 16 14 8 16 20 100
6H ÀS 7H 46 41 43 48 43 24 25 270
7H ÀS 8H 79 70 82 93 66 55 27 472
8H ÀS 9H 70 77 72 65 50 52 21 407
9H ÀS 10H 59 55 55 48 59 44 26 346
10H ÀS 11H 61 63 40 55 55 56 39 369
11H ÀS 12H 55 54 48 47 62 60 30 356
12H ÀS 13H 58 54 54 57 42 75 43 383
13H ÀS 14H 55 47 56 51 40 69 52 370
14H ÀS 15H 52 39 43 53 72 52 35 436
15H ÀS 16H 65 47 67 73 66 94 42 454
16H ÀS 17H 60 63 60 55 58 65 51 412
17H ÀS 18H 80 61 62 82 77 66 59 487
18H ÀS 19H 82 62 66 67 82 65 68 492
19H ÀS 20H 61 54 73 59 64 73 65 449
20H ÀS 21H 32 41 35 45 58 54 68 333
21H ÀS 22H 21 25 28 30 61 69 60 294
22H ÀS 23H 19 18 33 30 42 56 55 253
23H ÀS 24H 16 9 19 13 34 46 35 172
TOTAL 1.030 915 989 1.011 1.092 1.188 955 7.180
0H ÀS 1H 2 1 1 0 0 2 2 8
1H ÀS 2H 0 0 0 0 0 1 1 2
2H ÀS 3H 1 1 1 1 1 1 3 9
3H ÀS 4H 0 0 0 1 0 0 1 2
4H ÀS 5H 0 0 1 0 0 2 1 4
5H ÀS 6H 0 0 1 1 0 1 3 6
6H ÀS 7H 7 3 3 6 8 1 3 31
7H ÀS 8H 7 3 6 4 12 2 1 35
8H ÀS 9H 7 3 3 4 6 3 3 29
9H ÀS 10H 3 4 1 6 3 5 4 26
10H ÀS 11H 1 5 2 3 4 10 3 28
11H ÀS 12H 7 0 1 3 4 3 4 22
12H ÀS 13H 5 7 5 5 4 6 4 36
13H ÀS 14H 2 1 2 3 2 3 6 19
14H ÀS 15H 2 5 4 5 4 6 6 32
15H ÀS 16H 4 4 4 3 1 5 7 28
16H ÀS 17H 9 8 5 5 8 3 8 46
17H ÀS 18H 8 14 6 5 10 4 13 60
18H ÀS 19H 12 7 13 7 6 11 17 73
19H ÀS 20H 5 4 2 11 4 12 8 46
20H ÀS 21H 5 6 3 7 6 9 6 42
21H ÀS 22H 3 5 3 6 7 7 5 36
22H ÀS 23H 3 0 2 2 5 4 7 23
23H ÀS 24H 1 1 3 1 1 4 5 16
TOTAL 94 82 72 89 96 105 121 659
0H ÀS 1H 4 3 3 0 6 4 5 25
1H ÀS 2H 1 2 1 2 0 6 2 14
2H ÀS 3H 0 0 5 2 1 0 1 9
3H ÀS 4H 2 0 1 0 1 3 0 7
4H ÀS 5H 3 1 1 1 0 2 1 9
5H ÀS 6H 3 1 0 2 1 2 4 13
6H ÀS 7H 6 8 8 4 6 4 2 38
7H ÀS 8H 7 5 4 10 7 6 4 43
8H ÀS 9H 7 5 4 8 8 4 5 41
9H ÀS 10H 7 5 12 4 7 11 5 51
10H ÀS 11H 8 7 8 10 7 8 4 52
11H ÀS 12H 8 5 4 6 4 4 4 35
12H ÀS 13H 9 5 6 4 8 7 5 44
13H ÀS 14H 6 3 5 8 4 12 8 46
14H ÀS 15H 8 5 7 8 5 6 6 45
15H ÀS 16H 12 6 4 8 5 6 9 50
16H ÀS 17H 12 10 7 9 11 13 6 68
17H ÀS 18H 22 10 8 9 19 10 6 84
18H ÀS 19H 20 16 14 12 30 23 17 132
19H ÀS 20H 13 18 26 11 14 17 19 118
20H ÀS 21H 5 5 15 11 14 13 13 73
21H ÀS 22H 9 7 7 7 9 15 15 69
22H ÀS 23H 1 3 9 5 10 9 6 43
23H ÀS 24H 2 4 1 4 4 12 6 33
TOTAL 175 134 160 146 177 197 153 1.142
É importante pontuar que os mapas de calor possibilitam uma análise comparativa entre as
diferentes densidades para um mesmo mapa, porém, para cada mapa gerado, há diferenciação de
escala, não sendo recomendada a comparação destas intensidades entre os mapas apresentados.
MAPA MAPA
SINISTROS COM VÍTIMAS FATAIS SINISTROS FATAIS COM
01 OU FERIDAS 04 MOTOCICLISTAS
MAPA MAPA
SINISTROS COM VÍTIMAS FATAIS ATROPELAMENTOS COM
02 05 VÍTIMAS FATAIS OU FERIDAS
MAPA MAPA
SINISTROS FATAIS OU FERIDOS SINISTROS FATAIS
03 COM MOTOCICLISTAS 06 OU FERIDOS COM CICLISTAS
FERIDAS
Em 2020, foram registradas 10.840 vítimas lesionadas, representando uma redução de 21,9%
em comparação com 2019 (Figura 17). Os ocupantes de motocicletas (condutores e passageiros)
permanecem como as principais vítimas lesionadas, seguidos usuários pedestres (Figura 18).
É importante destacar que a metodologia de coleta e análise dos dados para vítimas feridas foi aprimorada
em 2016, o que pode refletir no aumento observado do número de vítimas feridas registrada no SIST.
Assim, há de se ter cautela na análise da série histórica, especialmente ao se comparar 2016 a 2020 com
os anos anteriores. Para os anos de 2012, 2013 e 2014 há somente informações sobre vítimas fatais devido
a problemas no processo de consolidação de dados no período.
Obs.: 2 Rodas - Veículo de duas rodas. 4+Rodas - Veículo de quatro ou mais rodas.
FATAIS
Pela sexta vez consecutiva, pode-se observar uma redução no número de mortes no trânsito, havendo
uma diminuição 2,5% entre os anos de 2019 e 2020 (Figura 19). Os ocupantes (condutores e passageiros)
de veículos motorizados de duas ou três rodas (motocicletas, motonetas e ciclomotores) permaneceram
como as principais vítimas fatais, representando mais da metade das fatalidades. Em segundo lugar
aparecem os pedestres, usuários mais vulneráveis no trânsito, com 33,7% das fatalidades. 92% das
vítimas fatais são usuários considerados vulneráveis: pedestres, ciclistas, condutores e passageiros de
motocicletas. Estima-se que entre 2015 e 2020, 756 vidas foram salvas (projeção considerando a média
entre 2011 e 2014).
Obs.: 2 Rodas - Veículo de duas rodas. 4+Rodas - Veículo de quatro ou mais rodas.
Traz-se, na Tabela 07, uma evolução no número de registros de vítimas feridas por tipo ao longo dos anos. É
importante ressaltar que não é recomendado assumir as mudanças entre 2012 e 2015 como representantes
do fenômeno da sinistralidade em Fortaleza, visto as mudanças metodológicas pelas quais o processo de
consolidação de dados passou neste período. Destaca-se, aqui, que os anos de 2016 a 2020 seguiram a
mesma metodologia e, portanto, são comparáveis.
Observa-se que, desde quando os dados começaram a ser sistematizados, os motociclistas foram, em
todos os anos, a principal vítima lesionada no trânsito da capital, seguidos dos pedestres. Entre 2020 e
2019, registou-se uma redução de 22% na quantidade de vítimas feridas no trânsito. Este resultado foi
essencial para o enfrentamento do colapso do sistema de saúde diante da crise global, sem precedentes,
imposta pela pandemia da Covid-19. Com mais leitos disponíveis, os profissionais de saúde tiveram mais
estrutura e disponibilidade para salvar a vida daqueles que foram acometidos pelo vírus SARS-CoV-2.
2017 2.507 213 8.232 625 605 1.584 710 1.046 15.522
2018 838 160 7.570 444 652 1.398 561 470 12.093
2019 948 181 8.434 768 825 1.510 622 595 13.883
2020 665 306 6.856 245 633 1.125 336 674 10.840
Obs.: 2R - Veículo de duas rodas. 4R - Veículo de quatro rodas.
A Tabela 08 traz a evolução histórica no número absolutos de mortos no trânsito, por tipo de usuário,
desde 2004. Destacamos que nos últimos cinco anos houve uma redução expressiva de 33,1% no número
de ocupantes de motocicletas mortos. Destaca-se, aqui, a relevância das políticas de fiscalização do uso
correto de capacetes e combate à alcoolemia, acompanhadas de campanhas de mídia de massa, bem
como a iniciativas de readequação de velocidade em vias arteriais, que tem efeitos transversais a todos os
usuários, em especial aos vulneráveis.
É importante ressaltar que a série de dados entre os anos de 2012 e 2014 foi completada a partir de um
esforço de registro retroativo, resultando num número maior de “Não Informados”. Recomenda-se comparar
a evolução percentual de cada tipo de usuário ao longo dos anos, excluindo-se os “Não Informados” do
denominador.
HORA DE OURO
52,5% das vítimas fatais
vem à óbito em até 1
hora após o momento
da ocorrência (FIGURA
21). Este indicador é
relevante tanto para
caracterizar o grau de
severidade das lesões,
quanto para indicar
intervalos de tempo para
consolidação de dados
sobre fatalidades no
trânsito.
O padrão internacionalmente conhecido para vítimas por sinistros de trânsito repete-se em Fortaleza,
na qual homens, motociclistas e jovens são os principais envolvidos. A Figura 22 traz as distribuições
percentuais para as classes de idade das vítimas, seguida da distribuição percentual por gênero para o
ano de 2020. As Tabelas 09 e 10 apresentam, por fim, um cruzamento entre as variáveis gênero, idade e
tipo de usuário, possibilitando a identificação do perfil geral de vítima ferida em Fortaleza.
0-9 0 15 0 7 6 48 1 4 81
10-12 0 7 1 9 9 14 1 3 44
13-17 6 36 56 21 28 32 7 9 195
18-29 137 106 2.481 101 133 184 113 201 3.456
30-59 300 114 3.331 94 327 491 175 324 5.156
60+ 46 10 146 8 66 186 21 38 521
NÃO INF. 175 19 835 11 63 170 18 95 1.387
TOTAL 664 307 6.850 251 633 1.125 336 674 10.840
Para as vítimas fatais, tem-se um padrão similar às vítimas feridas, porém com um destaque adicional para
os pedestres de idades mais avançadas. A Figura 23 mostra as distribuições percentuais para as classes
de idade das vítimas, seguida da distribuição percentual por gênero para o ano de 2020. As Tabelas 11
e 12 trazem, por fim, um cruzamento entre as variáveis gênero, idade e tipo de usuário, possibilitando a
identificação do perfil geral de vítima fatal em Fortaleza.
0-9 0 1 0 0 0 1 0 0 2
10 - 12 0 0 0 0 0 1 0 0 1
13 - 17 0 3 3 1 0 0 0 0 7
18 - 29 1 1 42 4 0 2 0 0 50
30 - 59 7 0 43 2 12 28 0 0 92
60 + 2 0 3 1 2 33 0 0 41
NÃO INF. 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 10 5 91 8 14 65 0 0 193
MASC. 9 2 88 5 13 52 0 0 169
FEMI. 1 3 3 3 1 13 0 0 24
NÃO INFO. 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 10 5 91 8 14 65 0 0 193
Em setembro de 2015, a Organização das Nações Unidas estabeleceu um plano de ação chamado
“Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” contendo 17 objetivos
estratégicos e 169 metas que contemplam aspectos desde a erradicação da pobreza até o progresso
econômico universalizado e a paz mundial. Dentre os 17 objetivos estratégicos, 2 fazem referências diretas
à problemática da epidemia global de sinistros de trânsito. A meta do Objetivo para o Desenvolvimento
Sustentável (ODS) 3.6 reforça a Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020).
Meta 3.6: Até 2020, reduzir Meta 11.2: Até 2030 proporcionar acesso a
pela metade o número de sistemas de transporte seguros, acessíveis,
mortos e feridos no trânsito sustentáveis e a preços acessíveis para
em todo o mundo. todos, melhorando a segurança no trânsito.
Em 2020, a ONU reconheceu as lições aprendidas com a Primeira Década de Ação, mas percebeu
a necessidade de continuar promovendo uma abordagem integrada para a segurança no trânsito e
proclamou a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2021-2030). A meta continua sendo
reduzir as mortes e lesões no trânsito em pelo menos 50% nos próximos dez anos. A ONU incentiva os
governantes e gestores a não medirem esforços para garantir a segurança dos usuários das vias através
de uma infraestrutura mais segura.
A nível local, Fortaleza afere os indicadores recomendados pela Organização Mundial da Saúde, por meio
do documento “Lista de referência global de 100 indicadores de saúde fundamentais” (OMS, 2018), como a
taxa de mortalidade e morbidade por sinistros de trânsito. A Tabela 13 apresenta as taxas de mortalidade
por 10.000 veículos, considerando a) todos os tipos de veículos, b) veículos motorizados de 2 rodas
(motocicletas, motonetas e ciclomotores) e c) automóveis (e outros veículos de passeio de 4 ou mais rodas),
além das frotas veiculares totais e por categoria analisada.
MORTOS MORTOS
TOTAIS/ FROTA TOTAIS/ OCUP. OCUP.
ANO POPULAÇÃO FROTA FROTA 4R/10 MIL 2R/10 MIL
100 MIL TOTAL AUTOS MOTOC. 10 MIL
HABITANTES VEÍCULOS AUTOS MOTOC.
No último ano, foram registradas 7,2 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Em outras palavras,
uma morte no trânsito para cada grupo de 13,9 mil pessoas, aproximadamente. Dentro do período da
Primeira Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011-2020), houve uma redução de 53,3% na taxa
de mortalidade (Figura 24). Assim, a cidade integra uma das poucas do mundo que atingiu a meta proposta
pela ONU, tornando-se uma referência mundial.
Ao analisar a taxa por 10.000 veículos, a redução foi de 68% (Figura 25). Lançando um olhar específico
sobre o risco de morte para motocicletas, ponderado pela frota, tem-se uma redução de 77,7%, em relação
ao ano de 2010.
Para o caso do risco de ferir-se em um sinistro de trânsito, o índice tem seu maior nível para os indivíduos
de 18 a 59 anos, sendo ainda maior para os Homens nessa faixa. O principal perfil associado a esse
grupo é o de Ocupante de 2 Rodas, isso é motociclistas e passageiros de motocicleta, que apresentam
um risco de lesão duas vezes maior que o da população em geral, como mostra a Figura 27.
523 MILHÕES *
Em Fortaleza, para o ano de 2019, estima-se que mais de quatro mil anos de vidas potenciais
foram perdidos por sinistros de trânsito, como mostra a Tabela 16. Por vitimar principalmente a
população mais jovem, no ranking das causas básicas com mais APVP os sinistros de trânsito
ocupam a quinta posição. Isso representa um enorme custo emocional e social para os familiares
dessas vítimas.
* O ranking de causas de mortalidade não foi atualizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para 2020, por isso
este relatório replicou o estudo de 2019.
O levantamento dos pontos críticos é realizado A GEENG é responsável por planejar, projetar e
sistematicamente pela AMC, demandando rotinas executar projetos de mobilidade urbana (sinalização
de inspeção nesses locais com foco na melhoria da viária, infraestrutura cicloviária, faixas exclusivas de
segurança viária. Esse procedimento é realizado por ônibus, zona azul, entre outros) para a construção de
técnicos da Gerência de Engenharia (GEENG) e do um ambiente mais seguro e sustentável para todos
Controle de Tráfego por Área de Fortaleza (CTAFOR). O os usuários da rede de transporte. Ela é composta
objetivo é identificar os problemas de segurança desses pelas Gerências de Projetos, Planejamento,
locais a partir de dados e vistorias para propor soluções Controle e Execução de Projetos e Coordenadoria
efetivas para diminuir o risco de mortes e lesões no de Fiscalização Eletrônica. O CTAFOR é responsável
trânsito. Dentre as soluções propostas, destacam-se pelo planejamento e implantação dos semáforos
a instalação de semáforos, implantação da operação em toda a cidade, bem como monitoramento de
esquina segura, ajustes de geometria, readequação de sua atividade. A equipe é responsável por executar
velocidade e programação semafórica, entre outros. atividades de inteligência em área específica de
Algumas dessas ações serão descritas com mais Fortaleza onde o trânsito é mais intenso melhorando
detalhes no capítulo 10 deste relatório. assim a segurança e a fluidez da região.
Os resultados aqui apresentados são provenientes de pesquisas observacionais dos principais fatores de
risco comportamentais, em Fortaleza, e pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde, através do processo
de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL.
Entre 2015 e 2019, no âmbito da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global do Trânsito, a Johns Hopkins
University - JHU, em parceria com Universidade Federal do Ceará - UFC e de forma independente da
Prefeitura de Fortaleza, coletaram dados observacionais a cada semestre sobre os principais fatores de
risco comportamentais, definidos pela OMS. A partir de 2020, dando continuidade nesse esforço, a AMC
segue realizando as pesquisas utilizando a mesma metodologia, de forma independente através de uma
consultoria especializada no tema. Dez rodadas da pesquisa foram concluídas até o momento da publicação
deste documento.
DEFINIÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, um fator de risco é qualquer atributo, característica
ou exposição de um indivíduo que aumente sua probabilidade de desenvolver alguma doença ou de
DE FATOR sofrer alguma lesão. O risco de se lesionar no trânsito é composto por múltiplos fatores de risco que
DE RISCO vão desde as características socioeconômica e culturais da população, da ocupação da cidade e o
desempenho do sistema de transporte, até atitudes comportamentais agressivas e/ou imprudentes dos
usuários da rede viária. Neste relatório, serão abordados os fatores de risco que mais possibilitam ações
de prevenção contra a mortalidade no trânsito.
* Reforço na fiscalização do fator de risco baseado em evidências [out/16] *** Fiscalização Videomonitoramento [abr/17]
** Campanha “Capacete Salvas Vidas” [fev/17] ****Suspensão judicial da fiscalização por videomonitoramento [nov/19]
COMPORTAMENTO 1ª RODADA 2 ª RODADA 3 ª RODADA 4ª RODADA 5ª RODADA 6ª RODADA 7ª RODADA 8ª RODADA 9ª RODADA 10ª RODADA
OBSERVADO AGO/2015 ABR/2016 AGO/2016 MAI/2017 SET/2017 FEV/2018 JUL/2018 MAR/2019 AGO/2020 NOV/2020
TODOS OS OCUPANTES
USANDO CAPACETE
98% 98% 99%* 99% 99%* 100% 100% 100% 99%* 99%*
CONDUTORES
USANDO CAPACETE 98% 98%* 99% 99% 100%* 100% 100% 100% 100% 99%*
PASSAGEIROS
97% 97%* 97% 97% 99%* 99% 99% 99% 98%* 97%*
USANDO CAPACETE
TODOS: USO CORRETO
DO CAPACETE 83% 86%* 86% 88%* 89%* 91%* 92%* 93%* 92%* 86%*
CONDUTORES: USO 88%* 88% 90%* 90% 92%* 93%* 93%* 93% 87%*
85%
CORRETO DO CAP.
PASSAGEIROS: USO
CORRETO DO CAP.
74% 81%* 77%* 82%* 84%* 85%* 89%* 91%* 89%* 89%*
*Indica significância estatística perante resultado da rodada imediatamente anterior
USO CORRETO Segundo a OMS o uso correto do capacete reduz em 40% o risco de morte e 70%
o risco de uma lesão grave, ou seja, para cada 10 motociclistas que morreram ou
DO CAPACETE
sofreram um grave lesão e não estavam utilizando o capacete 4 teriam sobrevivido
e 7 teriam evitado a lesão caso estivessem utilizando o capacete.
9.2. NÃO USO DO CINTO DE SEGURANÇA/ NÃO USO DE PROTEÇÃO PARA CRIANÇAS
A pesquisa de monitoramento dos fatores de risco aponta que o percentual geral de adultos, motoristas
e passageiros, que usam o cinto de segurança vinha crescendo significativamente desde 2015. O início
da fiscalização por videomonitoramento em abril de 2017 pode estar relacionado com o aumento na
conformidade de uso do dispositivo para ocupantes do banco dianteiro, no período. Assim como, a suspensão
judicial deste tipo de fiscalização, em setembro de 2019, pode ter relação com a redução do uso do cinto
observado a partir da 9ª rodada, e acentuando-se na 10ª. Para passageiros no banco traseiro a taxa de
uso ainda é baixa. Menos da metade desses usuários utilizam o cinto de segurança, seguindo a tendência
histórica desde que os dados começaram a ser coletados, oferecendo um maior risco de morte e/ou lesões
graves, conforme mostra a Figura 30 e a Tabela 20.
1ª RODADA 2 ª RODADA 3 ª RODADA 4ª RODADA 5ª RODADA 6ª RODADA 7ª RODADA 8ª RODADA 9ª RODADA 10ª RODADA
AGO/2015 ABR/2016 AGO/2016 MAI/2017 SET/2017 FEV/2018 JUL/2018 MAR/2019 AGO/2020 NOV/2020
TODOS OS
OCUPANTES 67% 76% 77% 85% 89% 90% 92% 94% 86% 71%
CONDUTORES
72% 80% 82% 88% 93% 94% 96% 97% 93% 84%
PASSAGEIROS* NO
BANCO DIANTEIRO
UTILIZANDO CINTO
65% 68% 74% 84% 87% 89% 93% 93% 88% 53%
DE SEGURANÇA
PASSAGEIROS* NO
BANCO TRASEIRO
UTILIZANDO CINTO
20% 21% 28% 54% 42% 32% 37% 47% 39% 39%**
DE SEGURANÇA
PASSAGEIROS (CRIANÇAS
PEQUENAS****) UTILIZANDO
ALGUM DISPOSITIVO DE
35% 48% 41% 40% 39% 42% 48% 42% 47% 38%**
SEGURANÇA
PASSAGEIROS
(CRIANÇAS ***) UTILIZANDO
ALGUM DISPOSITIVO DE
29% 35% 39% 34% 38% 36% 40% 42% 45% 48%**
SEGURANÇA
* Indica significância estatística em relação à rodada anterior *** Criança: idade estimada menor que 11 anos
** Não indica significância estatística em relação à rodada anterior **** Criança pequena: idade estimada menor que 5 anos
Na última pesquisa, observa-se uma redução Em uma análise mais desagregada foi observado
significativa no respeito ao uso do cinto de segurança diferenças espaciais e temporais em relação ao uso
em relação à penúltima rodada (15%). A redução foi correto do dispositivo. Os ocupantes de veículos
ainda maior entre os passageiros no banco dianteiro que circulavam em bairros inseridos na SER II e
(35%). Nesta 10ª rodada registramos a menor taxa IV ou durante os finais de semana, apresentaram
da série histórica, desde a sistematização destas maiores taxas de desrespeito. Também observou-se
pesquisas (53%). Não foi observada variação diferenças de conformidade no uso em relação ao
significativa quando os passageiros eram usuários do perfil do usuário. Passageiros idosos, crianças e bebês
banco traseiro. A taxa de uso continua inferior a 40%. tendem a utilizar menos o dispositivo de segurança.
Na pesquisa de avaliação da campanha “Não Arrisque, Nunca Beba e Dirija”, 90,1% dos entrevistados disseram
ter conhecimento sobre a legislação sobre a obrigatoriedade da utilização do cinto de segurança no banco
traseiro. Entretanto, mais da metade dos entrevistados (54,6%) afirmaram não terem utilizado o cinto de
segurança quando ocuparam o banco de trás, nos dois meses anteriores à pesquisa.
A situação ainda é mais grave para as crianças e bebês, menos da metade dos passageiros utilizam os
dispositivos de segurança, como mostra a Figura 31. Esse fator de risco não apresentou melhora estatisticamente
significativa entre 2015 e 2020. Esse valor é inferior ao nível nacional, do qual tem-se uma taxa de 57% de uso.
Na Suécia, esta taxa chega a 96%. (OMS, 2018).
Na última rodada, apenas 48% das crianças e 38% dos bebês observados estavam utilizando equipamentos
de proteção adequados. Valor inferior ao observado na rodada anterior. A variações de uso para estes usuários
ao longo dos anos não vem apresentando significâncias estatísticas. Uma situação muito grave tendo em vista
sua vulnerabilidade à lesões. Para esses usuários, o fator de risco não apresentou melhora estatisticamente
significativa desde que os dados começaram a ser coletados.
* Início Fiscalização Videomonitoramento [abr/17] *** Criança: idade estimada menor que 11 anos
** Suspensão judicial da fiscalização por videomonitoramento [nov/19] **** Criança pequena: idade estimada menor que 5 anos
Em abril de 2021, entrou em vigor novas regras para garantir mais segurança para o transporte de
crianças e bebês. A revisão da lei prevê o uso obrigatório da cadeirinha para o transporte de crianças
de até 10 anos que não tenham ainda 1,45 m de altura. A mudança tem como objetivo determinar que
os equipamentos não sejam obrigatórios apenas por idade, mas sim por peso e a altura da criança. O
descumprimento da obrigatoriedade é passível de multa gravíssima.
No entanto, as motocicletas ainda seguem sendo o principal veículo a cometer este tipo de infração. Cerca de
uma a cada quatro condutores de motocicleta trafegava acima do limite regulamentado na via. Este fato aliado
à sua vulnerabilidade, configuram uma situação gravíssima de exposição às lesões severas e à morte. Além
disso, quase metade dos veículos que excederam a velocidade, estavam trafegando pelo menos a 10km/h a
mais do que o limite da via.
* Início da readequação de velocidade em vias urbanas [fev/18] *** Campanha de velocidade II [nov/19]
** Campanha de velocidade I [set/19]
COMPORTAMENTO 1ª RODADA 2 ª RODADA 3 ª RODADA 4ª RODADA 5ª RODADA 6ª RODADA 7ª RODADA 8ª RODADA 9ª RODADA
OBSERVADO AGO/2015 ABR/2016 AGO/2016 MAI/2017 SET/2017 JUL/2018 MAR/2019 AGO/2020 NOV/2020
VEÍCULOS, NO GERAL,
EXCEDENDO VELOCIDADE 22% 23%* 24%* 20%* 22%* 20%* 17%* 18%* 13%*
MOTOCICLETAS 34% 35% 32%* 30%* 30% 32%* 29%* 26%* 23%*
AUTOMÓVEIS 19% 20%* 23%* 18%* 22%* 16%* 13%* 16%* 10%*
CAMINHÕES 16% 17% 16% 16% 14% 22%* 14%* 15%* 8%*
MICRO-ÔNIBUS 14% 17%* 17% 15% 20%* 22% 10% 19% 5%*
SUVS/4WD 23% 25%* 25% 21%* 20% 20% 16% 20%* 12%*
* Indica significância estatística em relação à rodada anterior. ** Na rodada 9 caminhões leves foram classificados como caminhão
Observamos diferenças espaciais em relação às velocidades praticadas. Essas diferenças podem também
estar associadas à jurisdição da via. O desrespeito foi maior em rodovia urbana, inserida dentro da SER
V. Observamos ainda que o excesso de velocidade acontece com maior frequência aos finais de semana
e quando o uso de veículo é privado. É importante destacar que a última rodada ocorreu durante período
de isolamento social devido a pandemia do COVID-19. As operações de trânsito nesse período foram
reduzidas, o que pode influenciar o comportamento dos usuários.
Das investigações dos óbitos dos últimos 3 anos, no âmbito do CGDMST, tem-se que, em 21% dos casos
analisados a velocidade surge como fator contribuinte para morte, onde queimaduras severas por
arrasto e politraumas complexos e intensos dão indícios de alta velocidade na hora do impacto. Dentre
as ocorrências que apresentaram a velocidade como fator contribuinte, vê-se que mais da metade (61%)
tiveram motociclistas como a vítima fatal, reforçando o grave quadro da realidade problemática da
motocicleta em Fortaleza.
Segundo a pesquisa Vigitel (2019), 7,5% dos condutores de Fortaleza afirmam ter sido multados por excesso
de velocidade nos últimos 12 meses em vias dentro da área urbana, apresentando um indicador superior
ao da média nacional (5,9%).
Durante a pesquisa de avaliação da campanha “Não Arrisque, Nunca Beba e Dirija”, 23,1% dos entrevistados
afirmaram desrespeitar com frequência os limites de velocidade. 19,3% afirmaram se sentirem seguros ao
dirigir acima do limite de velocidade. Na mesma pesquisa, foi possível verificar que 97,1% conhecem as leis
sobre o excesso de velocidade e que os dois principais fatores de risco para sinistros de trânsito foram
consumo de álcool e velocidade excessiva, segundo avaliação dos entrevistados. Esses resultados apontam
uma contradição comportamental, onde os indivíduos conhecem as leis de trânsito, identificam o fator de
risco, porém praticam atitudes que colocam suas vidas e de outras pessoas em risco.
Em Fortaleza, os limites de velocidade para as vias urbanas ainda não obedecem às recomendações
internacionais de 50Km/h como velocidade máxima permitida no perímetro urbano, especialmente para
vias arteriais. Porém, desde 2018 a Autarquia Municipal de Trânsito, vem, aos poucos, mudando essa
realidade, dando escala ao programa de Readequação de Velocidade em vias urbanas.
A Figura 33 e a Tabela 22 demonstram uma tendência de diminuição, com redução de 42% do percentual
de condutores que bebem e dirigem quando comparamos a última e primeira rodada.
* Aumento na fiscalização de bebida e direção (Dez./16) *** Campanha publicitária I 2ª Etapa (Dez./17)
** Campanha publicitária I (Jul./17) **** Campanha publicitária II (Dez./19)
TABELA 22 CONDUTORES OBSERVADOS COM TESTE POSITIVO ACIMA DO LIMITE LEGAL (2015 -2019)
PREVALÊNCIA DE
CONDUTORES COM
4,5% 3,1% 3,6% 2,7% 2,4% 1,9% 2,0% 1,8%
TESTE POSITIVO E
RECUSA AO TESTE
É relevante notar que 83% dos condutores que apresentaram ingestão de álcool acima do limite legal
foram homens e, dentre estes, 75% tinham idade entre 25 e 59 anos (Tabela 23).
18 A 24 ANOS 4,4% 0%
25 A 59 ANOS 65,2% 100%
Na última rodada (8ª Rodada, Fevereiro a Março/2019) de pesquisa estima-se que até 1,8% dos condutores
estavam sob efeito do álcool (Tabela 24). Esse número foi calculado somando-se o percentual de condutores
que realizaram o teste e tiveram resultado positivo (1,1%) e também o percentual dos condutores que se
recusaram a realizar o teste do bafômetro, considerando estes como prováveis positivos (0,7%).
Outra pesquisa importante realizada anualmente em nível nacional pelo Ministério da Saúde e que
avalia esse comportamento de risco é a VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico). Neste caso, em 2019, para Fortaleza, 11,9% dos adultos (≥ 18 anos)
entrevistados afirmaram conduzir veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade de bebida
alcoólica. Esse valor é bem próximo à média nacional de 12,1%. A Figura 34 compara esse indicador
para todas as capitais brasileiras, mostrando que Teresina tem a maior taxa (14,2%) de condutores que
afirmam conduzir veículos motorizados após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica.
Por meio de gráfico pode-se construir a hipótese de que a quantidade de testes de bafômetro aplicados
pela fiscalização influencia na quantidade de condutores que afirmam dirigir depois de beber. Ou seja,
quanto mais testes, menos pessoas dirigem sob efeito do álcool. A confirmação dessa hipótese e qual seu
impacto demanda mais análises, visto que outras variáveis afetam esse comportamento de risco.
Esses dados mostram que foram realizados 40,2 testes para cada grupo de 1.000 habitantes. Comparando
a quantidade de testes realizados em Fortaleza com Suécia que é referência mundial na segurança viária,
verifica-se que nesse país são realizados 5,7 vezes mais testes do que em Fortaleza. Na Suécia, entre 2010
e 2015, foram realizados em média cerca 230 testes para cada grupo de 1.000 habitantes por ano (ETSC,
2018). Finlândia e França, que também são referência, efetivaram 220 e 164 testes respectivamente
para cada grupo de 1.000 habitantes a cada ano, no mesmo período, 5,5 e 4 vezes mais que Fortaleza,
respectivamente. Destaca-se que a percepção da maioria da população de Fortaleza é de que os testes
de alcoolemia devem ser aumentados. Na pesquisa de avaliação da campanha “Não Arrisque, Nunca
Beba e Dirija” 70% dos entrevistados concordaram que os esforços de fiscalização devem aumentar em
relação à lei seca.
Em 2020, a cidade de Fortaleza começou a monitorar este fator de risco. Na última rodada, observamos
que 9 a cada 100 condutores utilizavam o celular. Houve aumento de 2,2% em relação à última rodada.
O desrespeito maior foi observado entre os condutores jovens (18 a 24 anos) e do gênero feminino. O
uso do celular enquanto dirige foi observado com maior frequência nos dias úteis. A região sul da cidade
apresentou as maiores taxas desta conduta de risco, como mostra a Figura 37.
De acordo com pesquisa Vigitel (2019), em Fortaleza 1 em cada 4 afirmam ter esse comportamento de
risco. Esse resultado coloca a cidade em uma das cinco com o pior desempenho neste indicador, como
apresenta a Figura 38. É importante destacar que não há uma grande variação entre as capitais.
A Prefeitura de Fortaleza entende que é necessário garantir que os avanços obtidos sejam continuados
nos próximos anos, seguindo as legislações vigentes, o conceito de Sistemas Seguros e as boas práticas
que tentam mitigar o problema dos mortos e feridos no trânsito. Neste contexto, surgiu a necessidade de
elaboração do Plano de Segurança no Trânsito (PST) de Fortaleza, com o objetivo de institucionalizar e
aprimorar as políticas de prevenção a mortos e feridos, baseada nas melhores práticas.
O plano aborda o tema de forma sistêmica e intersetorial, incluindo diversas ações em quatro pilares
diferentes: (1) Gestão da Segurança no Trânsito; 2) Mobilidade Sustentável e Vias Seguras; 3) Usuários Seguros
e 4) Rede de Atenção à Vítima.), integrando diversos setores do poder público diretamente e indiretamente
relacionados com o tema. A Figura 39 sintetiza a estrutura do sistema seguro a ser implementado em
Fortaleza por meio do PST. No centro, tem-se a visão
FIGURA 39 ESTRUTURA DO SISTEMA que guia o plano e no entorno os princípios, eixos
SEGURO DE FORTALEZA de atuação e áreas temáticas das ações a serem
desenvolvidas que permitirão alcançar os objetivos
definidos. A estrutura em formato circular reforça
a ideia de que os componentes do sistema atuam
de forma integrada, buscando a visão comum de
eliminar os mortos e feridos graves no trânsito.
PLATAFORMA VIDA
Buscando aprimorar seu sistema de gestão da segurança no trânsito, a AMC desenvolveu um sistema
integrado de vigilância em Segurança Viária, embasado no sistema DRIVER (Data for Road Incident
Visualization Evaluation and Reporting) do Banco Mundial. O sistema, chamado de Plataforma Vida (Figura
40), representa uma evolução do Sistema de Informações em Sinistros de Trânsito (SIST), que funciona
atualmente na AMC, e congrega informações de sinistros de trânsito, intervenções de engenharia e ações
de fiscalização. Desde dezembro de 2020, o módulo de visualização de sinistros está disponível ao público
em: vida.centralamc.com.br (acesse também utilizando smartphone a partir do QR Code).
Além de aumentar a eficiência na coleta e análise FIGURA 40 PLATAFORMA VIDA
de dados relativos à segurança no trânsito e no
monitoramento de intervenções de engenharia
e fiscalização, a Plataforma busca facilitar o
acesso às informações consolidadas pela AMC e
democratizar a compreensão sobre o problema
das mortes e lesões no trânsito, empoderando a
população no combate a esse problema de saúde
pública.
CENTRAL DE MOBILIDADE
PARA A PRESERVAÇÃO
DE VIDAS NO TRÂNSITO
A AMC inaugura, em maio de 2021, uma Nova Polícia Militar e Engenheiros de Tráfego da AMC.
Central com o objetivo de realizar o monitoramento Esta intersetorialidade tem o objetivo de facilitar
e atendimento a ocorrências gerais nas vias a comunicação entre os órgãos competentes
da Cidade de Fortaleza. A partir de estratégias no atendimento desses tipos de ocorrências,
preventivas e reativas, o setor busca inibir acionando equipes responsáveis para rápida
comportamentos inseguros que possam vir a resolução das ocorrências registradas.
causar morte ou lesões nas ruas e avenidas da
cidade. A Central, sediada na AMC, é composta por
dois painéis em drywall com 32 monitores de
O monitoramento é realizado pelas Câmeras 52 polegadas, e 40 postos de trabalho com
da AMC e da Coordenadoria Integrada de computadores que se comunicam com com os
Operações de Segurança (CIOPS), dentro de monitores da sala e as mais de 450 câmeras
um ambiente composto por equipe de Agentes distribuídas pela cidade. A imagem acima apresenta
de Trânsito, Representante da ETUFOR, SAMU, uma imagem virtual do novo ambiente.
SEMANA GLOBAL
DE SEGURANÇA
NO TRÂNSITO DA ONU
DESENHO URBANO
Em um novo estudo técnico realizado pela AMC, da segurança viária considerando as seis avenidas
identificou-se que o número de sinistros com vítimas em que a readequação foi realizada há mais de
caiu 21% nas vias que receberam o tratamento de um ano. O método aplicado visou isolar o efeito
readequação da velocidade, reduzindo de 1.047 da intervenção, considerando como grupo de
(esperado) para 831 (observado), como mostra a comparação outras Avenidas de características
Figura 41. Já a redução estimada para sinistros similares que não receberam o tratamento de
com vítimas fatais foi ainda maior, observou-se readequação do limite de velocidade. Em média, a
uma queda de 67% (de 48 para 16) no grupo de análise do monitoramento utilizou cinco anos (2016-
vias analisadas. O estudo avaliou o desempenho 2020) de observações de sinistros de trânsito.
1.784
Intervalo dos valores
esperados, com base
na tendência obtida a
partir do grupo de
REDUÇÃO controle.
DE SINIST. 1.047 Média: 1.047
C/ VÍTIMAS Média do intervalo
APÓS A esperado
READEQ. 831
Observações de
DA VELOC. sinistros com
Figura 41 vítimas
ÁREA DE TRÂNSITO
CALMO NO MONTESE
MUTIRÃO DE SEGURANÇA
VIÁRIA NOS BAIRROS
O mutirão de segurança viária teve início em 2020 quando a AMC decidiu adotar uma abordagem
em área, contemplando os bairros com maior risco no trânsito. As regiões contempladas recebem um
pacote de intervenções como: revitalização da sinalização, novos semáforos, ciclofaixas, binários, faixas
elevadas, lombadas, readequação de velocidade, área de trânsito calmo, intervenção de urbanismo
tático, entre outras medidas que se fizerem necessárias para a promoção de um trânsito mais seguro.
Os bairros que receberam o mutirão de segurança viária, em 2020, foram: Messejana (Fevereiro/20),
Granja Lisboa (Março/20), Montese (Agosto/20), Parquelândia (Setembro/20), Parque Manibura
(Outubro/20), José Walter (Fevereiro/21), Serrinha e Itaperi (Abril/21).
ALARGAMENTO DE CALÇADA
FAIXA ELEVADA URBANISMO TÁTICO
2020 foi o ano que teve mais implantação de malha cicloviária desde o início desta política, com
aproximadamente 62 km de novas infraestruturas. Esse crescimento, além de garantir um ir e vir mais
seguro aos ciclistas, também evidenciou que a capital cearense desponta como uma das cidades da
América Latina que mais construiu novas infraestruturas cicloviárias como forma de reduzir a disseminação
do coronavírus. Pelo mundo, diversas capitais,
como Paris, Barcelona, Londres, Berlim, Buenos
Aires, Lima e Bogotá, também investiram em
ciclovias e ciclofaixas, como forma de combater a
contaminação nos transportes, sendo que muitas
delas optaram por construir ciclofaixas temporárias.
Fazendo uma comparação na América Latina,
Fortaleza (78,2 km) implantou nesse período mais
infraestruturas cicloviárias do que Lima (46 km)
EXEMPLO DE APRIMORAMENTO
e Buenos Aires (17 km), por exemplo, ficando a
DE INFRAESTRUTURA capital cearense atrás apenas de Bogotá (84 km),
AV. SANTOS DUMONT de acordo com a WRI Brasil (2021), que também
mostra Fortaleza à frente de Paris (50 km).
Na área social, o Re-ciclo tem como objetivo, de televisão, aumentar a taxa de coleta de
por meio de oficinas de formação, aumentar resíduos sólidos na cidade de Fortaleza. Com
a qualidade de vida, segurança e saúde relação à mobilidade, o projeto visa promover a
aos catadores e aumentar a renda desses ciclo logística. O estudo do impacto dos triciclos
profissionais. Em relação ao meio ambiente, nas coletas servirá de base para entender os
o projeto pretende, por meio de campanha benefícios dos triciclos e bicicletas e estimular
porta a porta, redes sociais e programas seu uso.
RECICLO
As ações de fiscalização têm papel fundamental Nesse contexto, as operações dentro desse eixo de
na política de segurança viária de Fortaleza e se atuação buscam combater os principais fatores
somam às ações de educação e comunicação para de risco reconhecidos pela Organização Mundial
promover usuários de trânsito mais seguros, que da Saúde - OMS, são eles: O beber e dirigir, o
seguem as regras de trânsito, e preservar vidas. não uso do Capacete, o não uso do cinto de
Para tanto, ao longo dos anos, essas ações foram segurança e a velocidade excessiva. A dissuasão
aprimoradas e passaram a ser orientadas por desses comportamentos é realizada por meio de
dados, seguindo os preceitos da teoria da dissuasão fiscalização presencial, comandos fixos e volantes,
e da fiscalização preditiva. Os procedimentos operação fiscalização eletrônica, radares fixos e
operacionais foram padronizados por meio videomonitoramento.
de um Manual de Procedimento Operacionais
para Comando - MPOC que define os tipos e as É importante destacar que o estabelecimento e
metodologias das ações de fiscalização, além de a manutenção de parcerias são fundamentais
mecanismos para a avaliação de cada tipo de para o cotidiano da fiscalização, destacando aqui
ação. Ressalta-se que a AMC realiza treinamentos o estreitamento das relações com a Polícia Militar,
periodicamente que visam alinhar os conhecimentos possibilitando maior capilaridade das operações
e práticas dos agentes de trânsito com as melhores de Lei Seca e para o uso correto do capacete
técnicas nacionais e internacionais. especialmente.
OPERAÇÃO COVID-19
Em tempos de pandemia, uma força-tarefa
envolvendo agentes e orientadores da AMC vem
sendo desenvolvida para orientar a população sobre
as formas de prevenção da Covid-19. As ações têm
caráter exclusivamente educativo. Uma grande parte
do efetivo de agentes esteve concentrado nas ações
de enfrentamento ao vírus atuando, principalmente,
em pontos de aglomerações e em filas de agências
bancárias. O trabalho consiste em conscientizar
as pessoas acerca do cumprimento das medidas
necessárias para evitar a contaminação do novo
coronavírus como cumprir os decretos de isolamento,
manter os distanciamentos, utilizar máscaras de BLITZ DE ORIENTAÇÃO AO CUMPRIMENTO
proteção, não aglomerar e lavar adequadamente as DO DECRETO DE ISOLAMENTO
mãos com água e sabão.
Além destas atividades, motociclistas batedores da AMC têm desempenhado papel importante para
auxiliar o transporte das vacinas que chegam em Fortaleza. Os batedores otimizam o trajeto e deixam
as vias livres. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Polícia Militar. Um comboio é formado
desde o aeroporto até as unidades hospitalares que recebem o imunizante. O suporte inclui o auxílio ao
trabalho de escolta, com agentes realizando bloqueios provisórios nas vias transversais, e o controle dos
semáforos centralizados, que possibilitam maior fluidez do tráfego com a programação da “onda verde”
durante os percursos.
CICLOFAIXAS SEGURAS
Com a ampliação da infraestrutura cicloviária em Fortaleza, que atualmente possui 365 km, e do número
de pessoas aderindo ao uso da bicicleta como meio de transporte, a AMC terá uma equipe de orientadores
dedicados a fiscalização das Ciclofaixas, de forma a inibir que outros modos de transporte, como as motos,
utilizem essa infraestrutura e coloquem em risco a vida dos ciclistas e demais usuários da via.
PRÊMIO AMC DE
MOBILIDADE URBANA
A iniciativa tende a contribuir com a educação
para o trânsito à medida que fortalece uma cultura
de consciência e respeito no trânsito a partir da
infância. Por meio dessa premiação a AMC instiga
os estudantes, do 1º ao 9º ano da rede municipal
e estadual, a produzirem materiais para as
categorias de desenho, poema, redação e vídeo.
Em sua terceira edição, o Prêmio AMC mobilizou
4.854 estudantes de 115 escolas com a temática
“No trânsito, o sentido é a vida. Desacelere!
Cuide do pedestre!”. Ao envolver estes alunos,
espera-se uma maior conscientização quanto
à segurança viária, pois a AMC acredita que a
PREMIAÇÃO DOS ESTUDANTES educação é um dos principais meios capazes de
salvar e preservar vidas.
Desde fevereiro de 2017, a comunicação de massa faz parte da política de segurança viária da cidade, de
forma mais presente, quando foi veiculada uma campanha com foco no uso correto do capacete. Desde
então, os esforços nessa área vêm se intensificando, o que culminou na realização de três campanhas, em
2020, veiculadas na TV, Rádio e Redes Sociais. As campanhas foram desenvolvidas fazendo a conexão
entre a importância de respeitar as regras de trânsito no período de pandemia da COVID-19. como mostra a
Figura 43. A Tabela 26 a seguir apresenta todas as campanhas de massa para promoção da segurança no
trânsito de 2017 até 2020.
VELOCIDADE
EXCESSIVA (II) BEBER E DIRIGIR (III)
PERÍODO: PERÍODO: AGOSTO
DEZEMBRO
PAINEL DE CONTAGEM
DE VÍTIMAS FATAIS
NO TRÂNSITO
O Painel, de 7 metros de altura, foi inaugurado
no Maio Amarelo e fica localizado na Praça da
Imprensa - Avenida Antônio Sales. Ele tem o
objetivo de veiculação de informações sobre o
número de vítimas fatais de sinistros de trânsito
em Fortaleza e será atualizado periodicamente
sempre que uma nova morte for notificada. Além
da transparência, o painel busca criar uma grande
visibilidade para o tema da morte no trânsito. No
esforço de auxiliar a sociedade na compreensão
do problema, buscamos o engajamento da
população no seu enfrentamento a partir da PAINEL DE CONTAGEM
conscientização e adoção de comportamentos
DE VÍTIMAS FATAIS NO TRÂNSITO
seguros no trânsito. Afinal, nenhuma morte no
trânsito deve ser aceitável.
PROJETO PONTO
DO ENTREGADOR
Nos últimos anos, o serviço de delivery aumentou Entregador, que consiste em locais de apoio a
nas principais capitais brasileiras. A pandemia entregadores, com internet Wi-Fi gratuita, totem
mundial COVID-19 reforçou esse crescimento e para carregamento de celulares, bancos para
ressaltou a importância do trabalho realizado pelos descanso, videomonitoramento, iluminação e
entregadores. Atualmente, esses profissionais estacionamento para motocicletas e bicicletas. O
utilizam como modo de transporte a motocicleta e projeto inicia em caráter piloto com dois pontos na
a bicicleta e não possuem nenhuma estrutura de cidade de Fortaleza para que possa ser avaliado.
apoio na cidade. Eles esperam, em áreas públicas,
serem chamados para um novo pedido. Além disso, a AMC iniciará curso gratuito de Pilotagem
Segura para esses condutores,com aulas teóricas
Como uma alternativa para melhorar as condições e práticas com o objetivo de orientação a estes
desses profissionais será criado o Ponto do condutores sobre a condução segura da motocicleta.
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