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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO


INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DO BENGO

URGÈNCIA

Crise Hipertensiva

GRUPO Nº 07
CURSO:
CLASSE: 12ª
TURMA: Única

DOCENTE
_________________________
CELESTINO SUMBELELO

CAXITO, 2023
INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DO BENGO

CRISE HIPERTENSIVA

NOTA NOTA
Nº/E NOME COMPLETO GERAL DO INDIVIDUAL
TRABALHO DO ALUNO
49 Maura Benjamin Domingos
50 Nicodemos Pensamento
51 Núria Mário Escórcio
52 Osvaldo de Carvalho
53 Paula Ferreira Diogo
54 Rosalina Luís
55 Ruth Francisco
56 Sara Moniz

GRUPO Nº 07
CURSO: Enfermagem
CLASSE: 12ª
SALA: 19
TURMA: B
PERÍODO: Tarde

DOCENTE
_________________________
CELESTINO SUMBELELO

CAXITO, 2023.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
Objectivos ..................................................................................................................... 3

Geral ......................................................................................................................... 3

Específicos ................................................................................................................ 4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 5


Conceito e Classificação ............................................................................................... 5

Crise hipertensiva ..................................................................................................... 5

Urgência hipertensiva ............................................................................................... 5

Emergência hipertensiva........................................................................................... 5

Pseudocrise Hipertensiva .......................................................................................... 6

Fisiopatologia ............................................................................................................... 6

Sinais e Sintomas .......................................................................................................... 6

Causas ........................................................................................................................... 7

Diagnóstico ................................................................................................................... 7

Tratamento .................................................................................................................... 9

Urgências hipertensivas ............................................................................................ 9

Emergências hipertensivas ..................................................................................... 10

Cuidados de Enfermagem........................................................................................... 11

Ações Preventivas ...................................................................................................... 12

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 13


RECOMENDAÇÕES................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 15
INTRODUÇÃO

O termo crise hipertensiva abrange uma série de situações clínicas com graus
diferentes de severidade de elevação da pressão arterial (PA). A definição exata do
quadro em urgência ou emergência pode ter conseqüências quanto à escolha do
tratamento. Em algumas circunstâncias o fator determinante seria a severidade ou
rapidez da elevação da PA. Em outras, a relevância depende da natureza da complicação
médica subjacente.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um fator de risco para doenças cuja


etiopatogenia esteja relacionada à arteriosclerose e à trombose, que, mais comumente,
manifestam-se através do acometimento cardíaco, cerebral, vascular periférico e renal.
Ela é causadora da cardiopatia hipertensiva e responsável por 25% da etiologia da
cardiopatia isquêmica, bem como por 40% dos casos de acidentes vasculares cerebrais
(AVCs) e uma das mais frequentes causas de insuficiência renal crônica. Devido a todas
essas consequências, a HAS é considerada uma das causas de maior redução da
expectativa e da qualidade de vida (DUNCAN, 2004).

Estima-se que a verdadeira CH (Crise Hipertensiva) acometa cerca de 1% da


população hipertensa, ilustrando a importância do correto diagnóstico e tratamento
dessa condição. A CH responde por uma taxa variável de 0,45 a 0,59% de todos os
atendimentos de emergência hospitalar e a 1,7% das emergências clínicas, sendo a UH
(Urgência Hipertensiva) mais comum do que a EH (Emergência Hipertensiva).
Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e edema agudo de pulmão são as situações
mais encontradas nas EH.

A crise hipertensiva é uma condição prevalente no contexto das emergências


médicas. Esta condição clínica necessita ser adequadamente caracterizada e, de maneira
criteriosa, orientada a melhor opção terapêutica. Um espectro de apresentações pode ser
identificado e a diferenciação entre uma urgência e uma emergência hipertensiva é
crucial, uma vez que o manejo terapêutico varia de acordo com a manifestação clínica e
danos em órgãos-alvo.

Objectivos

Geral: Conhecer o que é Crise Hipertensiva

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Específicos:

 Definir o conceito de crise hipertensiva;


 Caracterizar suas formas de apresentação clínica.
 Realizar o diagnóstico diferencial entre essas formas;
 Relatar os passos a serem seguidos para o tratamento;
 Sugerir recomendações a respeito das medidas preventivas.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conceito e Classificação

Dentre os conceitos que se relacionam com a hipertensão arterial, optamos por


apresentar aqueles considerados fundamentais e que poderão subsidiar, a partir de sua
compreensão, condutas essenciais no tratamento da pessoa que busca atendimento na
atenção básica:

Crise hipertensiva: de acordo com Martin, Loureiro e Cipullo (2004):

[…] é uma das formas de apresentação ou de complicação da


hipertensão arterial, que compreende uma grande variedade de
situações clínicas que têm em comum elevação rápida,
inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial, que pode
cursar com risco de deterioração rápida dos órgãos alvo
(coração, cérebro, rins e artérias) e consequente risco imediato
ou potencial de vida.

Didaticamente, a crise hipertensiva é dividida em urgência e emergência


hipertensiva (MONTEIRO JUNIOR et al., 2008).

Urgência hipertensiva: A elevação crítica da pressão arterial, em geral pressão


arterial diastólica ≥ 120 mmHg, porém com estabilidade clínica, sem comprometimento
de órgãos-alvo, caracteriza o que se convencionou definir como urgência hipertensiva.
Ocorre aumento da pressão arterial sem sinais e sintomas de lesão de órgãos alvo,
podendo esta condição ser tratada em ambiente ambulatorial, com medicamentos por
administração oral ou venosa.

O aumento da pressão arterial (PA) não representa risco imediato de vida e nem
dano agudo aos órgãos alvo, portanto, nessa situação, o controle da PA poderá ser feito
reduzindo-se a PA gradualmente, em até 24 (FEITOSA FILHO et al., 2008).

Emergência hipertensiva: é a situação clínica caracterizada por PA


marcadamente elevada e sinais de lesões de órgãos alvo, como encefalopatia, infarto
agudo do miocárdio, angina instável, edema agudo de pulmão, eclampsia, acidente

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vascular encefálico, dissecção de aorta, dentre outras condições, requerendo internação
hospitalar e imediato uso de drogas anti-hipertensivas parenterais, visando à redução da
PA, em unidade de tratamento intensivo (UTI) (MONTEIRO JUNIOR et al., 2008).

Os casos de emergência hipertensiva requerem tratamento em ambiente


apropriado como as UTIs. Contudo, cabe à equipe de saúde da família monitorar esses
casos quando da alta do paciente com a intencionalidade de prevenir futuras crises ou
intervir em momento mais precoce.

Pseudocrise Hipertensiva: segundo Feitosa Filho et al. (2008, p.306) entende-


se pseudocrise hipertensiva como a

[...] elevação deve-se exclusivamente a um estresse físico ou


psicológico (por exemplo: dor). Muitos pacientes apresentam a
pressão arterial demasiadamente elevada simplesmente por não
usarem suas medicações ou por não saberem ser portadores de
hipertensão arterial sistêmica, tratando-se apenas de hipertensão
arterial sistêmica crônica não controlada.

Fisiopatologia

A gênese da crise hipertensiva decorre de um desequilíbrio entre o débito


cardíaco e a resistência vascular periférica. Substâncias vasoconstritoras aumentadas
inadequadamente, como a norepinefrina, agem na resistência vascular sistêmica,
elevando-a.

Em consequência, forças de cisalhamento desencadeiam dano endotelial,


seguido por deposição de plaquetas e fibrina (necrose fibrinóide), instalando alterações
anatômicas e morfofuncionais no meio arteriolar e consequente isquemia, que
determinam a perda da autorregulação circulatória e lesão dos órgãos alvo. Essas
modificações favorecem novo aumento das substâncias vasoconstritoras, que reiniciam
o ciclo (MARTIN; LOUREIRO; CIPULLO, 2004).

Sinais e Sintomas

Os sintomas da crise hipertensiva podem incluir:

 Falta de ar.

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 Dor de cabeça.
 Dor no peito.
 Visão embaçada.
 Palpitações cardíacas .
 Ansiedade.
 Tontura.
 Sangramento nasal.
 Vômito.

Causas

As causas da crise hipertensiva incluem:

 Deixar de tomar medicamentos prescritos para pressão arterial. Esta é a causa


mais comum.
 Interromper repentinamente o uso de medicamentos para pressão arterial.
 Medicamentos interagindo uns com os outros.
 Não receber doses mais altas quando as doses atuais não são suficientes.
 Doença renal.
 Problemas endócrinos .
 Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia durante a gravidez.
 Uso de drogas recreativas.
 Trauma na cabeça.
 Tumor cerebral.

Vários medicamentos podem causar uma crise hipertensiva, como:

 Esteróides;
 Medicamentos para depressão;
 Ciclosporina;
 Pseudoefedrina.

Diagnóstico

Monteiro Junior et al. (2008) recomendam que, inicialmente, observem-se as


queixas do paciente, como cefaleia e desconforto precordial, associadas à medida da PA
que geralmente se encontra acima de 160 x 90mmHg. O diagnóstico não se baseia
somente nas queixas do paciente, pois, em grande parte das vezes, estes se encontram
assintomáticos, sendo a medida da PA um procedimento fundamental e inicial para a
avaliação.

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No caso da abordagem em ambiente hospitalar, as condições clínicas do paciente
precisam ser prontamente avaliadas, especialmente os exames neurológicos,
cardiológicos, pulmonares e vasculares. Devem ser realizados: eletrocardiograma,
radiografia de tórax, fundoscopia e outros exames possivelmente disponíveis com o
objetivo de para identificar lesões em órgãos alvo, como os exames de análises
laboratoriais que devem incluir dosagem de creatinina e eletrólitos, assim como exame
de urina do tipo I (MONTEIRO JUNIOR et al., 2008).

Serão apresentados, a seguir, de acordo com Martin, Loureiro e Cipullo (2004),


os dez passos sequenciais de abordagem do paciente com crise hipertensiva, de tal
forma que a investigação clínica e complementar obtenha as informações necessárias
para o diagnóstico e estabelecimento da melhor estratégia de tratamento:

1º Buscar um fator desencadeante;


2º Sintomas ou situações que simulam crise hipertensiva (enxaqueca, labirintite,
traumas físicos, dores, estresse emocional, profissional ou familiar);
3º Verificar antecedente de Hipertensão Arterial, tempo de evolução, uso de
antihipertensivos (doses e aderência ao tratamento);
4º Episódios anteriores semelhantes ao atual;
5º Uso de medicamentos que interfiram com a PA (anti-inflamatórios, corticoides,
analgésicos, antidepressivos, moderadores do apetite, etc.);
6º Uso ou abuso de álcool e/ou de tóxicos (cocaína, “crack”, LSD, etc.);
7º Suspensão abrupta de inibidores adrenérgicos (como clonidina e
betabloqueadores);
8º Associação de outras doenças e/ou fatores de risco (diabetes, cardiopatias,
nefropatias, tabagismo, dislipidemia, etc.);
9º Investigação clínica de acordo com o sistema:
a) Sistema Nervoso Central: cefaleia, tontura, alterações visuais e da fala,
nível de consciência, agitação ou apatia, confusão mental, déficit
neurológico focal, convulsões e coma, dor torácica, sinais e sintomas de
insuficiência ventricular esquerda, palpitações, ritmo cardíaco, ritmo de
galope, dispneia, estase jugular, sopro carotídeo, pulsos periféricos e
aferição da PA (03 medidas);

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b) Sistema Urinário: redução do volume urinário, edema, hematúria,
disúria. Obs.: não se esquecer de examinar o abdome (massas pulsáteis e
sopros abdominais podem ser detectados);
c) Fundo de olho: vaso espasmo, cruzamentos arteriovenosos, artérias em
fio de prata ou cobre, exsudatos duros e moles, hemorragia, papiledema.
10º Investigações complementares (os exames complementares serão realizados
conforme a necessidade e direcionados para sistemas específicos após a
investigação clínica inicial a fim de caracterizar lesões em órgãos-alvo):
a) Sistema Nervoso Central: tomografia computadorizada;
b) Sistema Cardiovascular: Eletrocardiograma, Radiografia de tórax,
ecocardiograma e enzimas cardíacas;
c) Sistema Urinário: urina tipo I, ureia, creatinina e eletrólitos.

Tratamento

Após a abordagem inicial do paciente com alteração de sua pressão arterial, sua
identificação, diagnóstico e classificação em um dos grupos já citados durante o
presente trabalho, é chegada a hora de abordar o tratamento do mesmo, com a finalidade
de tratá-lo integralmente.

Urgências hipertensivas: O controle da PA na urgência hipertensiva deve ser


feito em maior tempo (24 a 48 h). A terapêutica pode ser instituída após um período de
cerca de 2 horas de observação clínica, em ambiente calmo e de pouca luminosidade,
condição que ajuda a afastar situações de pseudocrise hipertensiva que podem ser
resolvidas somente com o repouso e, às vezes, com uso de analgésicos ou
tranquilizantes. Essas medidas podem reduzir a PA sem a necessidade do uso de anti-
hipertensivos (FEITOSA FILHO et al., 2008).

Dessa forma, a observação médica deve se basear em alguns critérios para se dar
ou não alta ao paciente, tais como:

a) Algumas horas de observação (4 a 6 h) após o controle da PA;


b) Reconhecimento de causas desencadeantes reversíveis;
c) História clínica de HA previamente controlada com medicação, a qual o paciente
deixou de usar;

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d) Encaminhar o paciente para acompanhamento em serviço ambulatorial
apropriado num curto período de tempo;
e) Instituição do tratamento anti-hipertensivo se o paciente não o usava,
baseandose nas Diretrizes para o Tratamento da Hipertensão Arterial. Preconiza-
se o uso de diuréticos, betabloqueadores ou inibidores da enzima de conversão
de angiotensina como drogas de primeira escolha para pacientes sem lesão em
órgãos-alvo ou outras comorbidades presentes, ou o uso de anti-hipertensivos
adequados no caso de indicações específicas;
f) Reintroduzir a medicação anteriormente utilizada mantendo a dose ou
aumentando-a, se possível. Outra possibilidade pode ser a substituição do
antihipertensivo anteriormente usado, seguindo- se as recomendações das VI
Diretrizes para o Tratamento da Hipertensão Arterial.

As diretrizes citadas têm como objetivo primordial do tratamento da hipertensão


arterial a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os
antihipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos
cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade. As classes
medicamentosas disponíveis, no Brasil, para o manejo da HAS são:

Diuréticos; Inibidores adrenérgicos (Ação central: agonistas alfa-2 centrais;


Betabloqueadores: bloqueadores beta-adrenérgicos; Alfabloqueadores: bloqueadores
alfa-1 adrenérgicos); Vasodilatadores diretos; Bloqueadores dos canais de cálcio;
Inibidores da enzima conversora da angiotensina; Bloqueadores do receptor AT1 da
angiotensina II; Inibidor direto da renina.

Emergências hipertensivas: O tratamento da emergência hipertensiva deve ser


realizado de acordo com o órgão-alvo envolvido e exige cuidados de uma unidade de
terapia intensiva devido às condições hemodinâmicas e neurológicas instáveis que
podem oferecer risco de morte iminente. É usada, na maioria das vezes, a via
endovenosa para administração dos medicamentos (OLIVEIRA et al., 2008).

O uso de anti-hipertensivos orais deve ser iniciado juntamente com os de uso


parenteral para facilitar a sua retirada, posteriormente, e para se conseguir um melhor
controle da pressão arterial. A redução da PA deve ser feita de forma rápida e gradual
(em minutos a algumas horas) para valores até 25% inferiores aos níveis iniciais da
pressão arterial média ou, de forma prática, deve-se reduzir a pressão arterial diastólica

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para 100 a 110 mmHg. Após esses níveis terem sido alcançados, reduções posteriores
podem ser realizadas mais lentamente, até se atingir os níveis normais em um prazo
maior. Quedas excessivas na PA devem ser evitadas, pois podem precipitar isquemia
nos territórios renal, cerebral ou coronariano (OLIVEIRA et al., 2008).

Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem são essenciais ao prognóstico do paciente e


requerem conhecimento científico e prático do enfermeiro. A avaliação de enfermagem
em pacientes portadores de CH deve ser realizada de maneira individualizada,
fornecendo cuidados seguros, eficazes e em curto prazo, já que a diminuição da PA é
fator primordial ao tratamento da doença. Os principais cuidados de enfermagem
consistem na abordagem inicial do paciente em sala de emergência, avaliação inicial,
intervenções de enfermagem relacionadas aos cuidados emergenciais e educação em
saúde.

Intervenções de enfermagem:
Abordagem Inicial: Monitorizar sinais vitais;
Coletar histórico de saúde do Avaliar e acompanhar os valores de PA;
paciente; Coletar exames laboratoriais conforme solicitação;
Avaliar sintomas que sugerem Realizar eletrocardiograma de 12 derivações conforme
lesão a órgãos-alvo; solicitação;
Verificar sinais vitais; Encaminhar à radiografia de tórax ou tomografia
Instalar monitorização computadorizada conforme solicitação;
multiparâmetros; Realizar controle de diurese;
Acionar equipe médica e Garantir repouso do paciente no leito;
multiprofissional; Manter a cabeceira da cama elevada 30 graus;
Puncionar acesso venoso Acompanhar resultados de exames laboratoriais e de
periférico; imagem;
Instalar oxigênio suplementar; Monitorar paciente que esteja em risco de apresentar
Administrar medicação convulsões;
endovenosa conforme Encaminhar paciente à Unidade de Terapia Intensiva
prescrição médica. conforme solicitação;
Registrar e documentar os cuidados prestados.
Intervenções para a educação em saúde:
Orientar o paciente quanto aos sinais e sintomas das
crises hipertensivas e complicações tardias;
Avaliação do paciente:
Orientar o paciente sobre a importância da adesão ao
Realizar exame físico;
tratamento para hipertensão arterial;
Realizar avaliação neurológica;
Orientar o paciente quanto à monitorização residencial da
Avaliar perfusão capilar;
pressão arterial;
Avaliar presença de edemas.
Orientar o paciente quanto à adoção de hábitos de vida
saudáveis;
Orientar a paciente quanto ao acompanhamento

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ambulatorial em longo prazo.

Ações Preventivas

A hipertensão severa é passível de ser prevenida se atuarmos em diversos pontos


do tratamento e do cuidado a pessoas hipertensas. Alguns dos fatores que ajudam a
evitar a hipertensão severa encontram-se na base do cuidado a esses indivíduos, como:
facilitar o acesso à Atenção Básica, fornecer o melhor tratamento farmacológico e
comportamental possível, adaptando-os às características e à realidade do usuário, bem
como monitorar a resposta desse usuário e analisar a sua adesão aos tratamentos
propostos.

Sendo assim, um acompanhamento estruturado e um tratamento constantemente


reavaliado são fundamentais e devem ser providos por parte do cuidador a fim de
prevenir crises. Desta forma, a longitudinalidade da atenção deve ser utilizada como
ferramenta poderosa na prevenção da hipertensão severa aguda.

É importante que a equipe de saúde, além de atentar para o uso de álcool e


drogas ilícitas, que podem provocar crises, esteja alerta à descontinuação de drogas anti-
hipertensivas, especialmente betabloqueadores e clonidina, cuja retirada abrupta é causa
de piora aguda dos níveis pressóricos.

Estimular o tratamento não farmacológico auxilia a controlar a hipertensão e,


por consequência, a evitar episódios de hipertensão severa. As modificações de estilo de
vida para o controle da hipertensão baseiam-se em cinco pontos principais: 1. redução
do peso; 2. adoção do plano de dieta DASH (dietary approaches to stop hypertension);
3. redução do sódio na dieta; 4. realização de atividade física; e 5. moderação no
consumo de álcool.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Crise hipertensiva (CH) é uma das formas de apresentação ou de complicação da


Hipertensão Arterial, que compreende uma grande variedade de situações clínicas que
têm em comum elevação rápida, inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial,
que pode cursar com risco de deterioração rápida dos órgãosalvo (coração, cérebro, rins
e artérias) e conseqüente risco imediato ou potencial de vida. Considera-se que a
sintomatologia apresentada pelos pacientes em serviços de emergência é de fundamental
importância para o desfecho da crise hipertensiva, podendo prevenir o grave curso dessa
complicação hipertensiva.

Portanto, para fins práticos, o objetivo primário no atendimento ao paciente, em


pronto-socorro, com elevação dos níveis pressóricos é o de categorizá-lo de forma
adequada em uma das 3 categorias conforme nível pressórico e lesão de órgão-alvo.
Para fins práticos, não há rigor nos valores pressóricos. Deve-se ter em mente que não é
o nível pressórico, mas sim a condição clínica, que define a condição clínica e a conduta
ao paciente:
 Pseudocrise hipertensiva: geralmente PA > 180/110 mmHg (assintomático), sem
sinais de lesão de órgão-alvo.
 Urgência hipertensiva: geralmente PA > 180/110 mmHg com sinais de lesão
aguda de órgão-alvo.
 Emergência hipertensiva: geralmente PA > 220/120 mmHg, com lesão aguda de
órgão-alvo (potencialmente letais).

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RECOMENDAÇÕES

Sendo a HAS uma das doenças mais prevalentes e ainda estando na base causal
de complicações que levam a morte, como o infarto, ela é alvo de ações específicas e
contínuas pelos serviços de saúde. Uma das atribuições da equipe de saúde das unidades
básicas é atuar na prevenção das complicações da hipertensão, com ações que vão da
criação de grupos de hipertensos, até a aferição domiciliar da pressão arterial e o
acompanhamento do uso correto da medicação.

Assim devemos ter claro que, tanto para usuários em emergência hipertensiva,
urgência hipertensiva ou hipertensão severa não controlada, e sabidamente hipertensos,
é fundamental:
 Analisar e reforçar a aderência às medicações anti-hipertensivas;
 Reforçar as orientações dietéticas, com enfoque na restrição do uso de sal;
 Considerar o aumento da medicação anti-hipertensiva em uso ou a associação de
medicamentos;
 Insistir na importância do acompanhamento ambulatorial para a otimização do
tratamento.

Recomendações para o procedimento de medida da PA:


 Utilizar aparelho de pressão arterial validado e calibrado;
 Realizar a medida da pressão arterial com manguito adequado à circunferência
braquial da paciente;
 Realizar a medida da pressão arterial com a paciente sentada;
 Realizar a deflação do manguito de forma lenta (2 a 3mmHg por segundo e o
esvaziamento total em 30 segundos);

Realizar, pelo menos, duas medidas de pressão arterial e calcular o valor médio das duas
medidas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUNCAN, B. B. et al. (Ed.) Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária


baseadas em evidências. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
FEITOSA FILHO, G.S.; LOPES, R.D.; POPPI, N.T.; GUIMARÃES, H.P. Emergências
hipertensivas. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v.20, n.3,
p.305312, 2008.
FURTADO, R.G.; COELHO, E. B.; NOBRE, F. Urgências e emergências
hipertensivas. Medicina, Ribeirão Preto. v. 36, p: 338-344, abr./dez. 2003.
MARTIN, J.F.V.; LOUREIRO, A.A.C.; CIPULLO, J.P. Crise hipertensiva: atualização
clínico-terapêutica. Arq. Ciências da Saúde, São Paulo, v.11, n.4, p.253-61, 2004.
MONTEIRO JUNIOR, F.C.; ANUNCIAÇÃO, F.A.C.; SALGADO, N.; SILVA,
G.M.A.; BARBOSA, J.B.; FERREIRA, P.A.M.; LAGES, J.; MANDARINO, N.R.;
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OLIVEIRA, M.G.; NOBLAT, A.C.B; NOBLAT, L.; PASSOS, L.C. Análise da
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emergência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 88, n.5, p.579-84,
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