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D E O L H O N A P R O VA D I S C U R S I VA

REVALIDA
U M A S E L E Ç Ã O D E Q U E S TÕ E S
D I S C U R S I VA S PA R A V O C Ê T R E I N A R
E M A N D A R B E M N A S UA P R O VA
Sumário
3 
6 dicas para você mandar bem
na sua prova discursiva

Questões discursivas
6 Clínica Médica
11 Clínica Cirúrgica
13 Ginecologia e Obstetrícia
15 Saúde Coletiva
18 Pediatria

Comentários e Respostas das Questões


23 Clínica Médica
26 Clínica Cirúrgica
28 Ginecologia e Obstetrícia
32 Saúde Coletiva
35 Pediatria
6 Dicas para você mandar bem
na sua prova discursiva
A prova discursiva é uma das etapas mais temidas pelos candi-
datos nos concursos de residência médica. Por outro lado, essa é
uma das fases fundamentais para conquistar a tão sonhada vaga
em um programa de residência.
Pensando nisso, a Medcel traz nesse e-book uma seleção de
questões discursivas das mais renomadas instituições do país.
Tudo isso para você se preparar e tirar de letra mais essa etapa do
processo seletivo para residência.
Além disso, o Professor e Médico Ginecologista, Jader Burtet,
deixa aqui algumas dicas para você mandar bem na sua prova
discursiva, confira!

Dica #1: Conheça a prova!


Recorra às provas discursivas dos anos anteriores para treinar. A
ideia é analisar os principais conteúdos que foram cobrados, pois
assim, você vai entender o que costuma ser cobrado pela institui-
ção e como esses conteúdos são cobrados.

Dica #2: Atenção ao enunciado e ao que se pede no comando


da questão.
Releia com atenção o enunciado da questão antes de respon-
der. Alguns enunciados podem ser compreendidos parcialmente
quando lidos rapidamente pela primeira vez. Se preferir, circule
ou grife os pontos-chave da questão, isso vai ajudá-lo organizar
as ideias na hora da resposta.

Dica #3: Analise com cuidado as questões de casos clínicos.


NÃO existe informação inútil nos enunciados das questões, espe-
cialmente nas de casos clínicos. Os dados devem ser todos con-
siderados como pertinentes. O exemplo típico é a informação da
profissão do(a) paciente do caso clínico no enunciado da questão.
Sempre que esse dado for informado é porque a banca deseja
que o candidato pense nas patologias frequentes de ocorrência
nessa ocupação.

Dica #4: Faça uma boa gestão do tempo.


Não fique parado na(s) questão(ões) que você ficou em dúvida.
Assinale o número da questão para voltar depois de ter respon-
dido toda a prova.

Dica #5: Se você está com dificuldade nas questões de uma es-
pecialidade, pule-as.
Faça as questões de outra especialidade que você tem mais afini-
dade e depois volte para as que tinha deixado para trás. Costuma-
mos ficar mais confiantes depois de responder questões de temas
que temos mais afinidade e essa segurança nos torna mais asser-
tivos para responder aquelas que estávamos tendo dificuldades.

Dica #6: Acredite em você!


Pense sempre que você já é um(a) grande vencedor(a) porque
chegou até aqui depois de uma trajetória bem longa e cheia de
obstáculos. Quando sentir qualquer sinal de insegurança lembre-
-se que você é extremamente capaz. Confie em você!

Desejamos bons estudos e sucesso na sua trajetória.


Equipe Medcel.
Questões
discursivas
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Clínica Médica
1. (INEP – 2017) Um homem de 43 anos comparece ao am-
bulatório de Cardiologia para iniciar seguimento por apre-
sentar hipertensão arterial sistêmica. Ele relata que, há Clique
uma semana, havia realizado medida indireta, eventual, de aqui para
conferir a
seus níveis pressóricos e observado PA = 240x120 mmHg. resposta
Naquele momento, não procurou assistência médica de dessa
questão.
urgência, mantendo-se assintomático desde então. O pa-
ciente informa ser ex-tabagista de 20 maços/ano, tendo
interrompido o hábito há 2 anos. Nega etilismo ou outros
vícios e uso rotineiro de qualquer medicação. Ao exame
físico, observa-se paciente em bom estado geral, obeso,
com IMC = 40 kg/m2 (peso = 130 kg; altura = 1,80) e circun-
ferência abdominal = 120 cm, além de auscultas respira-
tória e cardíaca sem alterações. O exame do abdome não
evidencia massas ou visceromegalias, observando-se ede-
ma discreto e simétrico em ambos os membros inferiores.
Apresenta FC = 92 bpm, PA = 220x130 mmHg em ambos
os braços, utilizando-se esfigmomanômetro apropriado
para a circunferência braquial. Foram solicitados exames
laboratoriais que evidenciaram sódio sérico = 142 mEq/L
(valor de referência = 135 e 145 mEq/L); potássio sérico =
4,1 mEq/L (valor de referência = 3,5 a 4,5 mEq/L); creatini-
na sérica = 1,3 mg/dL (valor de referência = 0,6 a 1,2 mg/
dL), ureia sérica = 38 mg/dL (valor de referência = 30 a 60
mg/dL); glicemia de jejum (dias diferentes) = 130 mg/dL
(1a amostra) e 134 mg/dL (2a amostra) (valor de referência =
70 a 99 mg/dL), colesterol total = 214 mg/dL (valor de re-
ferência limítrofe = 200 a 239 mg/dL), colesterol LDL = 141
mg/dL (valor de referência limítrofe = 130 a 159 mg/dL); co-
lesterol HDL = 45 mg/dL (valor desejável acima de 60 mg/
dL); colesterol VLDL = 28 mg/dL (valor de referência até 30
mg/dL); triglicérides = 138 mg/dL (valor de referência limí-
trofe = 150 a 199 mg/dL); excreção urinária de albumina =
260 mg/d (0,18 µg/min). O eletrocardiograma e o raio-x do
tórax estavam normais. Com base na história clínica e nos
achados do exame físico do paciente, faça o que se pede
nos itens a seguir.

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a. Identifique o diagnóstico sindrômico desse paciente.


b. Cite, entre as informações, três critérios que caracteri-
zam o diagnóstico.
c. Descreva o principal conceito fisiopatológico envolvido
no diagnóstico em questão.
d. Descreva as condutas imediatas a serem tomadas.
e. Cite metas a serem atingidas pelo paciente com relação
a pressão arterial, glicemia de jejum e colesterol LDL.

2. (UFMT – 2018) O TSH é o principal regulador da função


tireoidiana, a biossíntese e a liberação de T3 e T4 são con-
troladas por mecanismos reguladores tipo feedback nega-
tivo que mantêm constante a síntese, o estoque e os níveis
dos hormônios no sangue. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a. Faça um esquema da retrorregulação hormonal do eixo
Hipófise-Hipotálamo-Tireoide.
b. Identifique, nesse esquema, as alterações decorrentes
da tireoidite de Graves desse eixo.
c. Cite quatro principais manifestações clínicas associadas
à tireoidite de Graves.

3. (UFMT – 2018) Dona Renata Najura procurou a UBS res-


ponsável pelo seu bairro para consultar-se com a médica
Dra. Jaqueline Fasta. Dona Renata é manicure, relatou
que, durante seu trabalho, tinha notado uma “mancha
mais branca” em seu braço direito. Notara também que
tinha queimado essa “mancha enquanto cozinhava há 10
dias e não tinha sentido nada na mancha”. Negou traumas
físicos prévios no MSD. Relatou também que seu falecido
pai (morreu de “infarto fulminante” há cinco anos) tinha
tratado de “lepra” há cerca de seis anos. Refere que nunca
casou e sempre morou com os pais. Dra. Jaqueline perce-
beu, ao exame físico da Dona Renata, uma lesão hipocrô-
mica com ausência de pelos, sensibilidade térmica, tátil e
dolorosa praticamente ausentes, localizada no antebraço

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anterior direito. Também notou os nervos ulnar direito e


auricular posterior direito espessados na paciente. Após
análise do caso, responda aos itens.
a. Qual é o diagnóstico mais provável? Qual é a sua classi-
ficação (operacional)? Trata-se de uma doença a ser notifi-
cada? Justifique.
b. Descreva o tratamento (medicamentos, dose, prazo)
para esse caso.

4. (UFMT – 2018) Paciente C.A.M, feminino, 42 anos, foi le-


vada por seu esposo ao pronto atendimento do Hospital
Municipal com queixa de cefaleia intensa difusa associada
a náuseas e vômitos e iniciada há 2 horas. Ela descreve a
dor como "a pior dor de cabeça da minha vida" e afirma
que começou de repente, após uma discussão com a fi-
lha por problemas familiares. A cefaleia não teve melhora
mesmo após tomar 2 comprimidos de 500 mg de dipirona
e a intensidade da dor agravou-se. Nega qualquer trauma,
esforço físico intenso, alterações visuais, fotofobia ou crise
convulsiva, mas afirma “estar sentindo o corpo quente”,
iniciado minutos depois da precipitação da cefaleia e está
muito preocupada em ser febre. Nega qualquer problema
médico significativo pregresso. Nega qualquer cirurgia an-
terior e faz uso há 12 anos de contraceptivos orais. Afirma
trabalhar como atendente de telemarketing e nega uso de
drogas ilícitas, tabagismo ou etilismo. Religião católica,
mas não frequenta a igreja. EXAME FÍSICO:
Regular estado geral, levemente ansiosa, inquieta, lúcida
e orientada no tempo e espaço, desidratada 1+/4+, cora-
da, Tax: 37,2 °C. O pulso é regular (85 bpm), a PA é 150/85
mmHg (que ela afirma estar mais alta que o habitual), e a
FR é 20 irpm. Neurológico: Escala de Coma de Glasgow 15,
pupilas pequenas, de 2 mm, isocóricas e fotorreagentes.
A força motora e os reflexos profundos são simétricos e sem
clônus. Os olhos estão normais, com movimentos extrao-
culares normais e sem fotofobia ou nistagmos. Fundosco-
pia: normal. Nenhuma nodulação é detectada no exame do
pescoço, mas apresenta leve rigidez de nuca. Exames do

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aparelho respiratório, cardíaco, abdominal sem alterações.


As análises de hemograma, eletrólitos, bioquímica e a análi-
se da urina são normais.
Realizou tomografia computadorizada de crânio sem con-
traste (imagem abaixo).
De acordo com o caso clínico, responda aos itens.
a. Cite duas manobras do exame neurológico que devem
ser executadas em suspeita de irritação meníngea.
b. Em caso de não possuir o exame de imagem disponível
em seu pronto atendimento, como proceder à investigação
para confirmação diagnóstica?
c. Qual a principal hipótese diagnóstica para o caso descrito?
d. Considerando os dados clínicos e radiológico disponí-
veis, cite três diagnósticos diferenciais.

5. (UFMT – 2018) Paciente feminina, 34 anos, moradora em


zona rural, procura atendimento médico por estar “sen-

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tindo cansaço severo” que a impede de trabalhar “como


antes”, sentindo “palpitações” nos últimos seis meses.
Tonsilites estreptocócicas de repetição. Exame físico:
pressão arterial de 110 x 60 mmHg; frequência cardíaca
de 118 batimentos por minuto; sopro diastólico em foco
mitral, rude (++/4+); estertores crepitantes em ambas as
bases pulmonares, discreta dor à palpação profunda em
hipocôndrio direito; edema perimaleolar bilateralmente
(+/4+). Submetida a eletrocardiograma em seis derivações
(abaixo). Considerando a história clínica e o eletrocardio-
grama, responda aos itens.
a. Qual o diagnóstico semiológico completo atual?
b. Qual a classe funcional dessa paciente, segundo a clas-
sificação NYHA (New York Heart Association)?
c. Cite dois aspectos eletrocardiográficos patológicos evi-
dentes no exame acima.
d. Cite o tipo de tratamento cirúrgico indicado e os crité-
rios para a sua indicação.

6. (UFMT – 2017) Homem branco, 40 anos, mestre de obra,


hipertenso, diabético, tabagista moderado há 20 anos,
refere início do quadro há 24 horas, com febre alta e ca-
lafrios, acompanhados de dor, rubor e edema na perna di-
reita. Evoluiu após 48 horas sem tratamento com piora do
quadro, com mal estar geral, aumento da dor, do edema

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e aparecimento de lesões bolhosas na perna e febre alta


contínua. Ao exame físico: algo confuso, FC = 120 bpm,
FR = 26 irpm, PA = 110/80 mmHg, com sinais flogísticos
em toda extensão do membro inferior direito, com bolhas
necro-hemorrágicas na perna e sinais de síndrome com-
partimental, cordão eritematoso e doloroso ao longo da
coxa e linfonodos inguino-femurais dolorosos. A partir das
informações dadas, responda aos itens.
a. Qual o diagnóstico clínico nas primeiras 24 horas e após
as 48 horas subsequentes? Justifique-os.
b. Qual a conduta terapêutica indicada? Justifique-a.

Clínica Cirúrgica
7. (UFMT – 2017) MASL, gênero feminino, branca, com 14
anos de idade, natural e procedente de Alta Floresta - MT,
deu entrada no Hospital Universitário Júlio Muller (Cuiabá-
-MT), com queixa de sangramento retal. O exame colonos-
cópico mostrou pólipo séssil de 2 cm localizado a 10 cm do
ânus. Próximo à transição retossigmoideana, encontrou-se
grande tumor polipoide de aproximadamente 10 cm e
pólipos sésseis em todo o cólon, com tamanho variando
entre 2 mm a 10 mm. Além disso, havia grande quantida-
de de pólipos em todo o segmento ileal examinado. Foi
submetida à colectomia total com íleo-reto anastomose,
tendo recebido alta após uma semana. O exame anato-
mopatológico revelou presença de numerosos adenomas
tubulares, bem como um adenocarcinoma vilo-tubular do
sigmoide. Após três meses, foi internada no mesmo hospi-
tal apresentando cefaleia, vômitos e alteração do nível de
consciência. A tomografia computadorizada craniana reve-
lou tumor cístico frontobasal à esquerda. Foi submetida no
mesmo dia à craniotomia frontal com exérese subtotal do
processo. O exame anatomopatológico revelou tratar-se
de glioblastoma multiforme. A paciente foi submetida à
radioterapia no segmento cefálico. Evoluiu assintomática
por um ano, quando novamente apresentou sinais de hi-
pertensão intracraniana, causada por recidiva do processo

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frontal. Foi reoperada e recebeu alta após dez dias, sem


sequelas neurológicas. A paciente faleceu cinco meses
após a última cirurgia, em sua cidade de origem. Com base
na história clínica apresentada, responda aos itens.
a. Qual o diagnóstico sindrômico para o caso?
b. Tendo em vista o estudo genético, qual a conduta a ser
tomada em crianças com alto risco para essa doença, ao
início da primeira década de vida?

8. (UFMT – 2017) M.A, 50 anos, foi encaminhado à clínica de


dor para avaliação de dor abdominal e com diagnóstico de
adenocarcinoma de pâncreas. A dor está localizada na re-
gião epigástrica e mais intensa à noite. O paciente está usan-
do sulfato de morfina de liberação rápida de 6 em 6 horas.
Queixa-se de controle inadequado da dor, de náusea, vômi-
to e constipação. Sobre o caso acima, responda aos itens.
a. Cite duas causas de dor em pacientes com câncer.
b. Em que consiste a conduta em “escada”, de acordo com
a Organização Mundial de Saúde (OMS) para o controle da
dor oncológica?

9. (UFMT – 2017) Mulher negra, 17 anos, prostituta, em uso


irregular de contraceptivo oral, refere dor pélvica súbi-
ta, acompanhada de sangramento vaginal discreto há 24
horas. Refere leucorreia crônica, amarelada, com odor
fétido. Ao exame físico, apresenta-se febril, hipocorada,
PA = 90/60 mmHg, FC = 110 bpm, com dor à palpação
da fossa ilíaca direita, com compressão e descompressão
local dolorosa. A partir das informações dadas, responda
aos itens.
a. Cite três hipóteses diagnósticas prováveis, justificando-as.
b. Cite quatro exames indicados, inicialmente, para escla-
recimento diagnóstico, justificando-os.

10. (UFMT – 2018) T.X., 65 anos, com colecistectomia agen-


dada. A pressão arterial é 230/120 mmHg e o pulso 60

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bpm. Apresenta os seguintes exames: Hematócrito= 38%,


Na = 140 mmol/L e K= 2,7 mmol/L. Refere que está em uso
das seguintes medicações: propranolol e hidroclorotiazi-
da. A partir das informações dadas, responda aos itens.
a. Como deve ser feita e quais critérios devem ser conside-
rados para a correta avaliação clínica pré-operatória desse
paciente?
b. Quais exames complementares devem ser solicitados,
minimamente, para a correta avaliação desse paciente?
Justifique e fundamente cientificamente sua resposta.
c. Considerando os critérios hemodinâmicos e/ou pressó-
ricos desse paciente, qual é a orientação/conduta correta
em relação à realização do procedimento proposto? Justi-
fique e fundamente cientificamente sua resposta.
d. Qual deve ser a correta monitorização transoperatória
para esse paciente?

Ginecologia e Obstetrícia
11. (INEP – 2017) Uma mulher de 32 anos, secundigesta,
assintomática, vai à Unidade Básica de Saúde para a pri-
meira consulta pré-natal da gestação atual, no curso da
17ª semana. Relata que não fez pré-natal na gestação an-
terior, há 2 anos, e que deu à luz recém-nascido no sétimo
mês, pesando 1.000 g, falecido dois dias após o parto.
Traz resumo de alta da maternidade indicando que o par-
to foi por via vaginal, sem complicações maternas, e que o
recém-nascido tinha baixo peso, hepatoesplenomegalia,
petéquias, icterícia, rinite serossanguinolenta, linfadeno-
megalia generalizada e anemia. Não há registro de qual-
quer tipo de tratamento já realizado. Na consulta atual, o
exame clínico geral e o exame obstétrico não identificam
anormalidades. Apresenta resultado positivo de teste rá-
pido treponêmico e VDRL com titulação de 1:32. Nega
alergias medicamentosas.
a. Diante da situação apresentada, descreva o diagnósti-
co clínico e estadiamento e elabore um plano de cuidados

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que contemple estratégias de atenção integral, eficaz e


resolutiva.

12. (UFMT – 2018) Esquematize o fluxograma de diagnóstico


de Diabetes Mellitus gestacional em situação de viabili-
dade financeira e disponibilidade técnica total, conforme
orientações do Ministério da Saúde do Brasil.

13. (UFMT – 2018) Dione, 25 anos, grávida de três meses, foi


ao PSF Jardim das Flores fazer pré-natal. Na consulta com
a médica de família, ela referiu ter tido tratamento adequa-
do de sífilis primária há mais de 4 anos. O exame solicitado
de VDRL deu positivo de 1/128. A partir das informações
dadas, responda aos itens.
a. Explique o diagnóstico. Pertence a algum grupo ou sín-
drome?
b. Considerando o exposto, seria reação cruzada, doença
atual, infecção pregressa ou cicatriz sorológica? Justifique.
c. Quais seriam as devidas condutas?

14. (UFMT – 2017) O aumento uterino é comum e costuma


ser o resultado de gravidez ou de leiomioma. Estes são
neoplasias benignas do músculo liso que com frequência
originam-se no miométrio, são referidos como miomas
uterinos e, como seu conteúdo considerável de coláge-
no produz uma consistência fibrosa, são erroneamente
denominados fibromas. A partir das informações dadas,
responda aos itens.
a. Cite quatro fatores de risco para o leiomioma uterino.
b. Cite quatro sintomas do leiomioma uterino.
c. Qual é a classificação dos leiomiomas?
d. Cite quatro medicamentos usados no tratamento clínico
do leiomioma.

15. (UFMT – 2017) No Brasil, o câncer de endométrio é menos


frequente que o de colo uterino. O câncer de endométrio

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é doença ginecológica maligna comum e de relevante


importância no climatério, devendo ser lembrada e pes-
quisada em toda paciente com história de sangramento e
achado de espessamento endometrial nessa fase. A partir
das informações dadas, responda aos itens.
a. Cite dez fatores de risco para o câncer de endométrio.
b. Defina neoplasia intraepitelial endometrial.
c. Caracterize a propedêutica da paciente com hiperplasia
endometrial.

16. (UFMT – 2018) Descreva a classificação BI-RADS® (4a edi-


ção) em relação aos achados da mamografia, ultrassono-
grafia e ressonância magnética.

Saúde Coletiva
17. (INEP – 2017) Um gestor de saúde de um município bra-
sileiro com 40.000 habitantes deseja implantar uma nova
Equipe de Saúde da Família (ESF) em um distrito que possui
6.000 moradores, única área descoberta pela estratégia.
Trata-se de uma região à margem de um rio, onde moram
muitas famílias de pescadores, em habitações sustentadas
em palafitas improvisadas, distantes umas das outras. Com
a chegada da ESF, inicia-se o processo de territorialização
com a participação de todos os profissionais, incluindo-se
o médico de família e comunidade. Considerando a situa-
ção apresentada e o processo de territorialização, atenda
ao que se pede a seguir:
a. Com base nas diretrizes da Política Nacional de Atenção
Básica, no Brasil, como se avalia a decisão do gestor de
saúde, com relação ao número de pessoas adscritas nessa
nova ESF?
b. Quais são os objetivos dessa nova ESF ao realizar a terri-
torialização nesse distrito?
c. Indique as etapas a serem desenvolvidas pela ESF para de-
senvolvimento do processo de territorialização nesse distrito.

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d. Cite três problemas sanitários que provavelmente serão


encontrados pela ESF nesse distrito durante o processo de
territorialização.

18. (INEP – 2017) Uma mulher de 23 anos teve trauma cra-


nioencefálico grave e isolado após queda do cavalo. Pre-
viamente hígida e sem utilizar nenhum tipo de medica-
ção de rotina, está internada na Unidade de Tratamento
Intensivo de um hospital com 200 leitos há 8 dias, com
piora clínica progressiva, a ponto de a equipe médica
conversar com os familiares sobre a necessidade de exa-
mes devido à suspeita de morte encefálica. A mãe da
paciente, entendendo que a equipe passaria a discutir a
possibilidade de doação de órgãos, antecipou que a pa-
ciente havia comentado ser bastante favorável à doação
de seus órgãos, em caso de morte encefálica. Ela acres-
centou que, apesar de saber da posição da filha sobre o
assunto, tinha muito receio de tomar a decisão junto com
os demais membros da família, por não saberem até que
ponto o diagnóstico de morte encefálica é confiável e
também em razão da forte influência religiosa de alguns
deles. Considerando a situação descrita, atenda ao que
se pede nos itens a seguir:
a. Com base na legislação vigente no país, descreva qua-
tro critérios diagnósticos para a confirmação de morte
encefálica.
b. Explique qual deve ser, de acordo com a legislação bra-
sileira, a conduta da equipe médica, caso a decisão final da
família pela doação de órgãos seja diferente da vontade
expressa pelo paciente em vida.
c. Considerando a legislação vigente no país, descreva as
etapas a serem observadas para viabilizar a doação de ór-
gãos, caso a família decida pela doação.

19. (UFMT – 2017) O Sr. JMF, pedreiro aposentado, tinha


50 anos quando procurou, pela primeira vez, o serviço
de saúde. Havia caído do andaime da construção civil
onde trabalhava e sofreu fratura exposta de tíbia es-

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querda, cujo tratamento cirúrgico e imobilização não re-


sultaram em sucesso. Evoluiu com osteomielite crônica
que não respondeu bem ao tratamento antimicrobiano
e permaneceu, durante todo o resto de sua vida, com
uma extensa úlcera de perna esquerda, constantemente
infectada e dolorosa. Impossibilitado de trabalhar, foi
aposentado por invalidez aos 60 anos, já tendo diag-
nósticos adicionais de hipertensão arterial e diabetes
melito. Mantinha sua pressão arterial e glicemias bem
controladas com captopril, glibenclamida e metformina.
Quando completou 70 anos, deu entrada no hospital re-
gional com febre e calafrios, além de descompensação
do diabetes melito (glicemia = 400 mg/dL). A úlcera da
perna esquerda mostrava volumosa secreção purulenta
e extensa celulite adjacente. Após 48 horas, evoluiu com
sepsis, síndrome de angústia respiratória e choque. Pa-
rada cardiorrespiratória foi constatada no dia seguinte.
Considerando as informações clínicas e evolutivas do Sr.
JMF, preencha, de forma correta, o bloco VI da declara-
ção de seu óbito.

20. (UFMT – 2017) A tuberculose latente (ou tuberculose in-


fecção) é uma condição frequente em países endêmicos
dessa doença. Os portadores são assintomáticos. Uma
pesquisa populacional foi feita para identificar a preva-

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lência e os fatores associados à tuberculose latente em


uma população de baixa endemicidade, cuja prevalência
(IC = 95%) esperada regional é de aproximadamente 5%
(3,2%; 6,8%). Participaram do estudo 1.800 indivíduos
adultos da população local e a prevalência (IC = 95%) en-
contrada foi de 10% (6,1%; 14%). Dos portadores de tu-
berculose latente, 90 relatavam tratamento prévio de tu-
berculose na família. Por outro lado, dos não portadores,
a infecção familiar foi relatada por apenas 162 pessoas.
A partir das informações dadas, responda aos itens.
a. A tuberculose latente é mais prevalente no município
estudado do que na região? Justifique.
b. Que conclusão pode ser feita sobre a investigação de
potencial fator de risco da infecção familiar prévia.

Pediatria
21. (INEP – 2017) Um menino de 5 anos chega à consulta
na Unidade Básica de Saúde (UBS) conduzido pela mãe.
Ela relata que o menor vem apresentado, há algumas se-
manas, lesões na região perianal, conforme mostrado a
seguir:
Na anamnese, foram coletadas as seguintes informações: a
mãe não vive com o pai da criança, trabalha como diarista,
e a criança fica na casa do vizinho, um senhor já aposen-
tado. O menor não frequenta a escola, e o último registro
de atendimento na UBS foi há 3 anos. O médico observa
que a criança apresenta um comportamento arredio e se
agarra à mãe quando dela se aproxima. Considerando o
quadro descrito e as informações apresentadas, responda
aos questionamentos dos itens a seguir:
a. Cite dois prováveis diagnósticos para o caso.
b. Cite dados descritos que justificam as hipóteses diag-
nósticas.
c. Além de tratar a lesão, qual deve ser a conduta adequada?

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22. (UFMT – 2017) Surtos de bronquiolite ocorrem nos meses


das estações outono-inverno e, por vezes, na primavera.
A transmissão da doença se faz por via aérea, por meio de
gotículas de saliva ou por contato com secreções contami-
nadas. Fatores genéticos e ambientais, como fumaça de
cigarro, contribuem para a gravidade da doença. Alguns
estudos sugerem que existe uma predisposição genética à
bronquiolite, por exemplo, crianças com bronquiolite têm
mais chance de ter um portador de asma ou outra doença
causadora de sibilância na família. Em relação à bronquio-
lite aguda do lactente, responda aos itens.
a. Cite os dois principais agentes etiológicos.
b. Descreva três sinais ou sintomas característicos.
c. Cite dois fatores de risco para a gravidade da doença.
d. Identifique a complicação imediata dessa patologia no
lactente jovem.
e. Descreva duas formas de profilaxia primária.

23. (UFMT – 2017) Neste ano de 2017, o Governo Federal


fez alterações importantes no calendário vacinal com o
objetivo de aumentar a proteção de crianças, ampliar a
imunidade de adolescentes e diminuir casos de caxumba
entre adultos. A medida já é válida em todos os postos de
saúde do Brasil desde o início de 2017. As modificações

QUES TÕ ES D ISCURSIVA S 19
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acontecem com frequência, sempre levando em conta


estudos e pesquisas científicas que apontam a necessida-
de de incluir novos grupos e ampliar a oferta de vacinas.
Segundo a Coordenação-Geral do Programa Nacional
de Imunizações (PNI), “esta ampliação permite aumentar
a proteção às doenças imunopreveníveis, conforme os
grupos definidos, além de elevar as coberturas vacinais,
diminuindo assim a população suscetível a essas doenças”.
Atualmente o Ministério da Saúde oferece gratuitamente,
por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 19 vacinas re-
comendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
que atendem todas as idades. Cerca de 300 milhões de
doses são ofertadas para combater mais de 20 doenças. A
partir das informações dadas, descreva o calendário vaci-
nal PNI 2017 no:
a. Período neonatal.
b. Período de lactente.
c. Período pré-escolar.
d. Período escolar e adolescente.

24. (UFMT – 2018) A asma é uma doença inflamatória das vias


respiratórias, que se caracteriza por obstrução reversível des-
sas vias. É doença crônica muito comum na infância e motivo
frequente de atendimento em unidades de Pronto Atendi-
mento. A partir das informações dadas, responda aos itens.
a. Cite cinco sinais de crise asmática grave.
b. Esquematize a sequência de tratamento da asma aguda
grave na unidade de atendimento. No caso de medica-
ções, cite a via de administração.

25. (UFMT – 2018) Criança do sexo masculino, 9 anos com-


pletos, está sendo avaliada no ambulatório da Unidade de
Atenção Básica. O escolar apresenta 45 kg e 140 cm de
altura. Utilizando as curvas de crescimento da Organização
Mundial de Saúde (OMS), responda aos itens.

QUES TÕ ES D ISCURSIVA S 20
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a. Estabeleça o diagnóstico nutricional dessa criança em


função de Peso, Altura e Índice de Massa Corporal (IMC).
b. Cite três orientações gerais a serem feitas à família e à
criança em função desse diagnóstico.

QUES TÕ ES D ISCURSIVA S 21
Comentários
e Respostas
das Questões
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Clínica Médica
1. (INEP – 2017)
a) O diagnóstico sindrômico é o de Síndrome metabólica.
Clique
b) A síndrome metabólica se define pela presença de três critérios aqui para
ou mais do NCEP ATPIII, sendo que o paciente do caso tem os três conferir a
questão
primeiros, apenas: - Obesidade abdominal por meio de circunfe- dessa
rência abdominal acima de 102 cm em homens e acima de 88 cm resposta.

em mulheres. O paciente tem pressão arterial maior ou igual que


130 mmHg para pressão sistólica ou maior ou igual que 85 mmHg
para pressão diastólica. O paciente tem glicemia de jejum maior
ou igual a 100 mg/dL. O paciente tem triglicérides maior ou igual a
150 mg/dL. O paciente NÃO tem HDL colesterol menor que 40 mg/
dL em homens e menor que 50 mg/dL em mulheres.
c) O principal mecanismo subjacente na síndrome metabólica é a
resistência à insulina. A obesidade do tipo abdominal está frequen-
temente associada à resistência à insulina. A hiperinsulinemia que
acompanha a resistência à insulina pode levar à hipertensão arterial
e à dislipidemia, principalmente à custa da hipertrigliceridemia e do
baixo HDL, e essas promovem o desenvolvimento da aterosclerose,
que é o resultado final da síndrome metabólica.
d) Orientações de dieta hipocalórica e medicamentos para redução
da hipertensão arterial (obrigatoriamente com um medicamento da
classe dos IECA ou BRA), controle do diabetes (metformina) e da dis-
lipidemia (estatina) e para a perda de peso.
e) As metas são - PA - em pacientes diabéticos, como o caso des-
se paciente, com albuminúria (nefropatia diabética), deve-se tentar
atingir menos que 130/80 mmHg, contanto que não tenha sintomas
de hipotensão; glicemia de jejum menor que 100 mg/dL; colesterol
LDL — hoje em dia não se fala mais de meta de LDL exclusivamente.
O paciente do caso, por ser diabético e ter mais de 40 anos, deve
receber estatina no mínimo em dose moderada. No entanto, dado
que tem múltiplas comorbidades, o mais adequado é usar estatina
em alta dose, visando à redução de mais de 50% do LDL inicial, ideal-
mente atingindo LDL inferior a 70 mg/dL.

2. (UFMT – 2018)
a) Hipotálamo produz TRH - estimula a produção de TSH pela hipófise -
que por sua vez estimula a tireoide a produzir T4 e T3. A produção de T3
e T4 inibe a hipófise e o hipotálamo (feedback negativo). A maior parte

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 23


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do hormônio tireoidiano produzido é de T4. O T3 em geral decorre da


transformação periférica do T4.
b) Na doença de graves há aumento na produção de T4 e T3 pela tireoi-
de e, por feedback negativo, inibe a liberação de TSH e TRH.
c) São manifestações da tireoidite de Graves – dermopatia infiltra-
tiva, oftalmopatia e bócio são as manifestações clássicas. Dentre
as principais manifestações estão: nervosismo, taquicardia, bócio e
tremores.

3. (UFMT – 2018)
A principal hipótese é hanseníase. Hanseníase ou doença de Hanson.
Pela classificação operacional: Hanseníase Multibacilar, pois trata-se
de doença de notificação compulsória. A hanseníase é doença de
notificação compulsória em todo território nacional e ela deve ser
feita assim que houver o diagnóstico de certeza.
O tratamento será realizado com a poliquimioterapia usando rifam-
picina uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com ad-
ministração supervisionada + dapsona uma dose mensal de 100 mg
supervisionada e uma dose diária auto-administrada. A duração do
tratamento são de 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina.
E considera-se critério de alta 6 doses supervisionadas em até 9 me-
ses de tratamento.

4. (UFMT – 2018)
a) Rigidez de nuca, sinal de Brudzinski, Lasegue e Kernig.
b) Em pacientes com alta suspeição diagnóstica de HSA, sem exame
de imagem disponível, deve-se proceder exame de punção liquórica
com coleta de LCR em quatro tubos. Classicamente, haverá manuten-
ção na contagem de hemácias entre o primeiro e último tubo, excluin-
do a possibilidade de presença de hemácias por acidente de punção.
c) Paciente que descreve a pior dor de cabeça da vida com TC de-
monstrando áreas de hemorragia, confirma a hipótese de hemorra-
gia subaracnóidea.
d) São possíveis diagnósticos diferenciais: síndrome de vasocons-
tricção cerebral reversível, meningite, ataque isquêmico transitório.

5. (UFMT – 2018)
Uma paciente adulta jovem, do sexo feminino, moradora de zona ru-
ral, com queixa principal de dispneia (cansaço severo) e palpitações.

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 24


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Como antecedentes ela só referiu ter tonsilites estreptocócicas de


repetição (amigdalites de repetição), o que deve ter levado a pacien-
te a um quadro de febre reumática. Na febre reumática temos, den-
tro do acometimento, o cardíaco, com alterações nas valvas. Então, o
mais provável é que ela tenha tido febre reumática com sequela val-
var (estenose mitral). O que reforça falar que é uma estenose mitral é
o sopro da ausculta cardíaca. Assim, além da estenose mitral ela tem
uma repercussão de insuficiência cardíaca, principalmente de câma-
ra direita (porque a valva mitral represa o sangue no lado esquerdo,
dá congestão pulmonar e leva a hipertensão pulmonar com disfun-
ção do ventrículo direito). Assim, visualiza-se no eletrocardiograma
sobrecarga atrial esquerda, com um dos sinais mais bem vistos sendo
o índice de Morris, na derivação V1, além de sinais de sobrecarga
ventricular direita, corroborando o diagnóstico da estenose mitral de
insuficiência cardíaca de câmara direita com hepatomegalia, edema
de membros inferiores e a queixa principal do cansaço.
a) Febre reumática (secundária às faringites estreptocócicas de re-
petição, possivelmente maltratadas) com sequela valvar cardíaca,
estenose mitral e insuficiência cardíaca de câmara direita.
b) Funcional 3 do NYHA (porque ela tem uma limitação importante
das atividades habituais).
c) Sobrecarga atrial esquerda, evidenciada pelo índice de Morris na
derivação V1, que é a fase negativa da onda P, com uma área maior
que 1 mm e sobrecarga ventricular direita, evidenciada pelo qR na
derivação V1, o que indica sobrecarga ventricular direita importante.
d) O tratamento clínico dessa paciente pode ser feito com betablo-
queador, para diminuir a frequência cardíaca, aumentar o tempo
diastólico do ventrículo esquerdo e melhorar o esvaziamento do
átrio esquerdo. E o tratamento da valva mitral está indicado, porque
ela tem, provavelmente, uma doença valvar importante, além de sin-
tomas. Pode ser feito por meio de uma valvoplastia por balão, mas
apenas após o ecocardiograma (obrigatório nesse caso), que permi-
tirá avaliar se as características da valva são passíveis de tratamento
percutâneo (valvoplastia por balão), pelo cálculo do escore de Block.
A valvoplastia por balão seria o ideal nessa paciente que tem, clini-
camente, um quadro isolado de estenose mitral. Se ela tivesse dupla
lesão valvar, precisaria de uma abordagem cirúrgica (valva metálica,
pois ela é jovem, a fim de evitar novas cirurgias).

6. (UFMT – 2017)
a) Nas primeiras 24 horas, a hipótese diagnóstica era de erisipela ou
celulite localizada, pois o paciente apresentava quadro clínico com-

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 25


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patível e sinais flogísticos de infecção de pele. Por não ter sido insti-
tuído tratamento adequado, o paciente evoluiu com sepse e fasceíte
necrotizante. A suspeita de sepse se dá pela presença de disfunção
orgânica com Quick SOFA maior ou igual a dois — nesse paciente, há
confusão mental e FR maior ou igual a 22. Na fasceíte necrotizante,
a infecção geralmente se inicia nos pés e progride rapidamente pela
fáscia até a perna. A apresentação clínica é de celulite com sinais sis-
têmicos de infecção grave — taquicardia, leucocitose, hiperglicemia
marcada ou acidose — em pacientes diabéticos.
b) Condutas terapêuticas: internação em UTI; coleta de hemocul-
turas; lactato; reposição volêmica com cristaloides 30 mL/kg nas
primeiras 3 horas; antibioticoterapia de amplo espectro visando à
cobertura de estafilococos, Gram negativos e anaeróbios iniciada na
primeira hora; desbridamento e descompressão cirúrgica da síndro-
me compartimental. Essas condutas diminuem mortalidade e perda
do membro afetado.

Clínica Cirúrgica
7. (UFMT – 2017)
a) Síndrome de Turcot.
b) É recomendado que crianças de alto risco sejam submetidas a tes-
tes para detecção de mutação no gene APC. Após a realização dos
testes, dois grupos são identificados, aqueles que herdaram as alte-
rações no APC, os quais requerem seguimento e intervenção espe-
cífica, e aqueles que não herdaram. Os que não herdaram requerem
rastreamento semelhante ao da população geral.

8. (UFMT – 2017)
a) Pode ser causada pela presença e avanço do próprio tumor, efeito
indireto do tumor (desequilíbrio metabólico, infecção), consequên-
cia do tratamento do câncer, como quimioterapia, radioterapia ou
cirurgia; mecanismos não relacionados, tais como enxaqueca, dor
miofascial.
b) A OMS defende uma conduta em “escada” para o controle da dor
oncológica exclusivamente com medicamentos via oral, dependen-
do da intensidade e em parte do mecanismo da dor.
Primeiro degrau: controlar a dor com medicamentos não opioides,
com ou sem adjuvantes.

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 26


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Segundo degrau: em caso de dor persistente ou cuja intensidade


aumenta, associar opioides fracos aos analgésicos não opioides e
adjuvantes.
Terceiro degrau: opioides fortes são usados com analgésicos não
opioides e adjuvantes até que haja analgesia completa.
Nesse ponto, se a dor persistir, devem ser empregados procedimen-
tos neurolíticos e/ou intervencionistas.

9. (UFMT – 2017)
a) Hipóteses diagnósticas (podem haver outras): prenhez ectópi-
ca; abortamento complicado; Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
Os achados que podem ser indícios de prenhez ectópica são: vida
sexual ativa; uso irregular de contraceptivo oral; possibilidade de
gestação; metrorragia; taquicardia; palidez cutânea e nas mucosas;
peritonismo no quadrante inferior direito. A presença de febre pode
ser justificada por resposta inflamatória sistêmica ou reação secun-
dária ou infecção de coleção hemática na pelve. Os achados que
podem ser indícios de abortamento complicado são: vida sexual
ativa; uso irregular de contraceptivo oral; possibilidade de gestação;
metrorragia e taquicardia; palidez cutânea e nas mucosas. A pre-
sença de sinais de sepse pode ser devido à infecção ou hemorragia
secundária ao abortamento traumático, lesão uterina ou de vísceras
adjacentes e retenção de restos embrionários. A Doença Inflamatória
Pélvica está associada à vida sexual ativa e presença de infecções gi-
necológicas. A paciente em questão relatava vida sexual ativa e leu-
correia e apresenta sepse com foco abdominal/pélvico. A presença
de complicações, como abscesso tubo-ovariano ou peritonite locali-
zada, podem dar causa ao quadro séptico e peritonismo localizado.
b) Exames indicados (podem haver outros): gonadotrofina coriôni-
ca; hemograma; ultrassonografia endovaginal/pélvica; laparoscopia.
A gonadotrofina coriônica será útil para confirmar prenhez tópica ou
ectópica. No hemograma, é possível verificar sinais de infecção —
leucocitose, desvio à esquerda — causados por infecção associada a
DIP ou abortamento complicado. Valores muito baixos da hemoglo-
bina podem decorrer de hemorragia (prenhez ectópica) ou sepse.
A ultrassonografia endovaginal/pélvica pode delimitar a presença
de prenhez ectópica, abscessos, coleções hemáticas, restos embrio-
nários e outras causas do quadro clínico, como apendicite aguda.
A laparoscopia pode ser diagnóstica e terapêutica para abscessos e
outras coleções, peritonite purulenta, prenhez ectópica, hemostasia
de hemorragias, além de causas não ginecológicas, como apendicite
aguda e perfuração intestinal.

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 27


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10. (UFMT – 2018)


a) Inicialmente, através da anamnese e exame físico. O objetivo da
avaliação do paciente é detectar doenças não reconhecidas e fatores
de risco que podem aumentar o risco de cirurgia acima do valor basal
e propor estratégias para reduzir esse risco.
b) Embora o teste laboratorial pré-operatório não seja rotineiramente
indicado, o teste seletivo é apropriado em circunstâncias específicas,
incluindo pacientes com doenças subjacentes conhecidas ou fatores
de risco que afetam o gerenciamento cirúrgico ou aumentam o risco,
e procedimentos cirúrgicos específicos de alto risco. Estudos labora-
toriais específicos comumente solicitados para avaliação pré-opera-
tória incluem hemograma completo, eletrólitos, função renal, glice-
mia, estudos da função hepática, avaliação da hemostasia e urinálise.
As diretrizes de 2014 do American College of Cardiology (ACC)/Ame-
rican Heart Association (AHA) recomendam um ECG de 12 derivações
em repouso no pré-operatório para pacientes com doença arterial
coronariana conhecida, arritmia significativa, doença arterial periféri-
ca, doença cerebrovascular ou outra doença cardíaca estrutural signi-
ficativa, exceto àqueles submetidos à cirurgia de baixo risco.
c) Em cirurgia eletiva se preconiza o controle pressórico antes do
procedimento. Além do ajuste de medicações pela hipocalemia.
Paciente apresenta doença sistêmica não controlada. O ideal é con-
trolar hipertensão e ajustar a dosagem de potássio para realização
da cirurgia proposta.
d) Durante uma anestesia, para manutenção adequada da anestesia
geral, necessita monitorização clínica e monitores convencionais.
Monitorização da Circulação Sanguínea, com a determinação da
pressão arterial, batimentos cardíacos e determinação do ritmo car-
díaco. Monitorização da Oxigenação do Sangue Arterial. Monitoriza-
ção da Ventilação, com medida do gás carbônico expirado, nos casos
de anestesia com respiração artificial.

Ginecologia e Obstetrícia
11. (INEP – 2017)
O diagnóstico clínico da paciente é sífilis, e o estadiamento é sífilis
latente de duração indeterminada, uma vez que não há menção
de diagnóstico ou tratamento prévio (mínimo de dois anos e sete
meses de evolução — dado que a causa provável do óbito neona-
tal anterior foi sífilis congênita). Como a paciente apresenta teste
treponêmico e teste não treponêmico positivos, com VDRL acima

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 28


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de 1/16, e história pregressa de um feto com malformações, deve


tratar-se, muito provavelmente, de doença ativa e que requer tra-
tamento, pois, uma vez não tratada, o treponema pode ser trans-
mitido ao feto, causando a sífilis congênita novamente. Sífilis con-
gênita ainda é uma doença endêmica no Brasil, embora haja cura
e prevenção. A primeira medida a ser tomada em uma gestante
com diagnóstico de sífilis é o tratamento dela e do parceiro com
penicilina benzatina, 3 doses de 2.400.000 UI, 1.200.000 UI em cada
nádega, com intervalo de uma semana entre elas. O tratamento
do parceiro é imperioso para essa gestante ser adequadamente
tratada, independentemente do estado sorológico dele. Os títulos
devem cair quatro vezes em até seis meses e negativar entre 12 e 24
meses após o tratamento; caso contrário, se esses títulos se man-
tiverem ou aumentarem, deve-se considerar a hipótese de neuros-
sífilis, falência de tratamento ou reinfecção. Após o nascimento, a
conduta para o recém-nascido varia se a gestante fez ou não trata-
mento adequado para sífilis. É muito importante a conscientização
do casal sobre o diagnóstico e definição de estratégias que visem
aderência da gestante ao seguimento pré-natal. As situações es-
tão demonstradas a seguir:
1. Situação A: recém-nascido de mãe com sífilis não tratada ou inade-
quadamente tratada. Independentemente do resultado do VDRL do
recém-nascido, a investigação inclui os seguintes exames laborato-
riais: líquido cefalorraquidiano (citologia, bioquímica e VDRL); hemo-
grama com plaquetas e radiografia de ossos longos. Outros exames
complementares são recomendados quando o recém-nascido é
sintomático ou a doença altamente provável, como avaliação oftal-
mológica e auditiva (BERA), ultrassonografia craniana e dosagem de
aminotransferases, bilirrubinas, gama-GT e fosfatase alcalina (aco-
metimento hepático). O tratamento varia de acordo com a avaliação
clínica e de exames complementares, sempre com penicilina G (cris-
talina, procaína ou benzatina);
2. Situação A1: se houver alterações clínicas, sorológicas, radiológi-
cas e/ou hematológicas, o tratamento deverá ser feito com penicilina
G cristalina 50.000/kg/dose, via intravenosa, a cada 12 horas (nos pri-
meiros 7 dias de vida) ou a cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante
10 dias. Alternativamente, pode-se usar penicilina G procaína 50.000
UI/kg, 1 vez ao dia, via intramuscular, durante 10 dias;
3. Situação A2: se houver alteração do líquido cefalorraquidiano, o
tratamento deve ser feito com penicilina G cristalina 50.000/kg/dose,
via intravenosa, a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) ou a
cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias. A penicilina pro-
caína não deve ser utilizada;

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 29


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4. Situação A3: se não houver alterações clínicas, radiológicas, he-


matológicas e/ou do líquido cefalorraquidiano, realiza-se tratamento
com penicilina G benzatina, 50.000 UI, via intramuscular, dose única.
O acompanhamento do recém-nascido é obrigatório, incluindo o
seguimento com VDRL sérico após a conclusão do tratamento. Na
impossibilidade de garantir o acompanhamento, o recém-nascido
deve ser tratado como o esquema A1;
5. Situação B: recém-nascido de mãe adequadamente tratada. Nesse
caso, realiza-se o VDRL do recém-nascido — em amostra periférica, e
não de cordão umbilical. Se este for reagente com titulação maior do
que a da mãe e/ou com alterações clínicas, realizam-se hemograma,
radiografia de ossos longos e coleta de líquido cefalorraquidiano;
6. Situação B1: se houver alterações clínicas, radiológicas, hemato-
lógicas sem alterações do líquido cefalorraquidiano, o tratamento
deverá ser feito como em A1;
7. Situação B2: se houver alterações liquóricas, o tratamento deverá
ser feito como em A2. Se recém-nascido assintomático e VDRL não
reagente, realiza-se apenas acompanhamento clínico-laboratorial.
Na impossibilidade de garantir o seguimento, realiza-se tratamento
com penicilina benzatina 50.000 UI/kg, via intramuscular, dose única.

12. (UFMT – 2018)


Existem dois esquemas diagnósticos: viabilidade financeira e/ou
disponibilidade técnica parcial e viabilidade financeira e viabilidade
técnica total. A questão cobra este último esquema. Nesta proposta,
realiza-se glicemia de jejum até 20 semanas de gestação para diag-
nóstico de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) e Diabetes Mellitus
(DM) na gestação. Caso a glicemia de jejum esteja abaixo de 92 mg/
dL, realiza-se o Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) de 24 a 28
semanas. Caso a paciente tenha iniciado o pré-natal com mais de 20
semanas, o TOTG é realizado imediatamente. Se o valor de glicemia
de jejum for maior ou igual a 126 mg/dL, é considerado DM. Se este
valor estiver entre 92 e 125, é considerado DMG. No TOTG, a DM é
diagnosticada quando o valor do jejum for maior a 125 mg/dL ou o
valor de 2 horas pós-sobrecarga de glicose for maios ou igual a 200
mg/dL. Para diagnóstico de DMG, o exame apresenta ao menos um
valor de: jejum, entre 92 e 125 mg/dL; 1 hora, maior ou igual a 180 mg/
dL; 2 horas, entre 153 e 199 mg/dL.

13. (UFMT – 2018)


a) O diagnóstico é sífilis adquirida latente tardia em gestante. O re-
lato de tratamento adequado anteriormente não exclui este diag-

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 30


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nóstico, uma vez que pode ser um caso de reinfecção. O diagnóstico


pertence ao grupo de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
b) Trata-se de doença atual, pois a titulação de VDRL é muito alta
para ser reação cruzada, infecção pregressa ou cicatriz sorológica.
c) A paciente deve ser imediatamente tratada com esquema de sífi-
lis latente tardia, pois há o relato de tratamento prévio: penicilina G
benzatina 2,4 milhões UI, intramuscular, semanalmente por 3 semanas
(dose total de 7,2 milhões UI). O teste treponêmico pode ser solicitado
para confirmar o diagnóstico, mas o tratamento não pode ser retarda-
do. As demais sorologias necessitam ser checadas ou solicitadas. Se
disponível, uma ultrassonografia pode ser realizada a fim de rastrear
alterações fetais devido à doença. O parceiro precisa ser convocado
para tratamento e a doença deve ser notificada. No acompanhamen-
to, o VDRL deve ser dosado mensalmente na paciente gestante.

14. (UFMT – 2017)


a) Idade, paridade, raça negra, primeira gestação tardia, heredita-
riedade.
b) Hemorragia genital, dor pélvica, esterilidade, desconforto pélvico,
dismenorreia.
c) Mioma submucoso, subseroso, intramural.
d) Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINE), anticoncepcional, acetato
de medroxiprogesterona, DIU de levonorgestrel, análogos do GNRH.

15. (UFMT – 2017)


a) Obesidade; Síndrome do ovário policístico; Uso prolongado de
estrogênios em altas doses na menopausa; Menarca precoce; Me-
nopausa natural tardia; História de infertilidade; Nuliparidade; Irre-
gularidade menstrual; Residência na América do Norte ou na Europa
Setentrional; Maior nível educacional ou de renda; Raça branca; Ida-
de avançada; uso de tamoxifeno; História de diabetes melito, Hiper-
tensão arterial ou doença biliar; Uso prolongado de contraceptivos
orais combinados em alta dosagem; Tabagismo.
b) O termo neoplasia intraepitelial endometrial (NIE) foi criado para
distinguir de forma mais precisa duas categorias clínicas bastante
distintas de hiperplasia: (1) endométrio policlonal normal reagindo
difusamente a ambiente hormonal anormal e (2) lesões monoclonais
intrinsecamente proliferativas que surgem focalmente e implicam
risco elevado de adenocarcinoma (MUTTER, 2000). Utiliza-se o ter-
mo neoplasia intraepitelial endometrial para descrever todos os en-

CO MENTÁ RI O S E RESP O S TA S DA S QUES TÕ ES 31


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dométrios classificados como pré-malignos por uma combinação de


três características morfométricas que refletem o volume glandular, a
complexidade da arquitetura e as anormalidades citológicas.
c) Ainda que a ecografia nos possa mostrar uma linha endometrial
espessada, não é ela que faz o diagnóstico de hiperplasia. A ecogra-
fia revela-se pouco útil, particularmente na pré-menopausa. O valor
preditivo negativo da espessura endometrial é muito mais significa-
tivo na pós-menopausa: 99% para endométrios inferiores a 4 mm.
A hiperplasia endometrial é um conceito definido histologicamente,
assim é necessária uma amostra (suficiente) de tecido endometrial
que pode ser obtida sob visão direta, na histeroscopia, por meio de
uma biópsia dirigida; cegamente, por curetagem, aspiração e bióp-
sia fracionada ou, simplesmente e a baixo custo, por meio de uma
biópsia através da cânula de Pipelle.

16. (UFMT – 2018)


O BI-RADS® subdivide os achados mamográficos, de ressonância
magnética e ultrassonográficos em:
Classe 0: achados inconclusivos — deve-se realizar exame adicional
para complementação;
Classe 1: achados normais ou negativos — não há alterações no exame;
Classe 2: achados benignos;
Classe 3: achados provavelmente benignos;
Classe 4: achados suspeitos;
Classe 5: achados altamente suspeitos;
Classe 6: achados com comprovação de malignidade.

Saúde Coletiva
17. (INEP – 2017)
a) Com relação ao número de pessoas, o cálculo está errado, já que
de acordo com as Diretrizes do Programa Saúde da Família o limite
máximo é de 4.000 habitantes por equipe, sendo a média preconi-
zada de 3.000.
b) A territorialização serve para conhecer os moradores da região
e entender as necessidades específicas relacionadas às questões
demográficas, epidemiológicas, aspectos econômicos, sociais, cul-
turais e políticos e conhecer a clientela.

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c) Primeiro os agentes comunitários de saúde, através de cadastro


das famílias por visita domiciliar, identificam os indivíduos e os pro-
blemas de saúde, assim conseguem delimitar a área e organizar as
ações de saúde que serão feitas nessa região.
d) Abastecimento de água; Drenagem urbana; Coleta do lixo; Doen-
ças passadas pela água, como diarreia.

18. (INEP – 2017)


a) Os parâmetros clínicos para constatação de morte encefálica a
serem observados são coma aperceptivo com ausência de atividade
motora supraespinal e apneia. Eles podem ser identificados por meio
do exame neurológico onde encontramos:
• Pupilas fixas e arreativas;
• Ausência de reflexo corneopalpebral;
• Ausência de reflexo oculoencefálico;
• Ausência de respostas às provas calóricas (reflexo oculovestibular);
• Ausência do reflexo de tosse;
• Apneia;
• Ausência de resposta aos estímulos dolorosos.
Parâmetros diretos de exames:
• Arteriografia cerebral sem fluxo;
• Ultrassom Doppler transcraniano sem fluxo;
• Eletroencefalograma sem atividade cerebral.
b) De acordo com a legislação brasileira, Lei n.o 9.434/1997 (Lei de
Transplantes) depreende-se que a manifestação de vontade expres-
sa e pública do potencial doador quanto à doação de seus órgãos
não está juridicamente protegida. Em contrapartida, a decisão sobre
a (não) doação de órgãos é inteiramente da família do doador, mes-
mo que esta decisão contrarie sua vontade.
Art. 1o: É legal e ética a suspensão dos procedimentos de suportes
terapêuticos quando determinada a morte encefálica em não doa-
dor de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de trans-
plante, nos termos do disposto na Resolução CFM n.o 1.480, de 21 de
agosto de 1997, na forma da Lei n.o 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
Assim sendo, todos os equipamentos e suporte terapêutico devem
ser encerrados frente a paciente em morte encefálica e não doador
de órgãos. Resumindo, quem decide é a família, independente da
vontade prévia do potencial doador.

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c) A família assina termo por escrito mediante testemunhas para au-


torizar a retirada. Depois da confirmação da morte encefálica e de
manifestado o desejo pela família de doar os órgãos do parente, a
equipe médica realiza um questionário com os familiares para deta-
lhar o histórico clínico do paciente. A ideia é investigar se os hábitos
do doador teriam levado ao desenvolvimento de possíveis doenças
ou infecções que possam ser transmitidas ao receptor. Doenças crô-
nicas como diabetes, infecções ou mesmo o uso de drogas injetáveis
podem acabar comprometendo o órgão que seria doado, inviabili-
zando o transplante. Por isso, a equipe médica verifica o passado
clínico do doador. A entrevista é um guia para os médicos, que ainda
realizam testes biológicos e físicos que indicam também a possível
compatibilidade com os receptores na fila do transplante. É feita a
cirurgia para retirar múltiplos órgãos que são acondicionados em
solução de preservação e gelo e cada equipe leva o órgão captado
para o seu receptor.

19. (UFMT – 2017)


O preenchimento do Bloco VI deve ocorrer: Parte I – Causas da Morte
Nesta parte, o médico deve declarar a causa básica do óbito em úl-
timo lugar (parte I - linha d), estabelecendo uma sequência, de baixo
para cima, até a causa terminal ou imediata (parte I - linha a). Sendo
que a causa básica da morte é a doença ou lesão que iniciou a cadeia
de acontecimentos que resultaram na causa terminal ou imediata.
Na parte II, o médico deve declarar outras condições mórbidas pré-
-existentes e sem relação direta com a morte, que não entraram na
sequência causal declarada na parte I. Para o preenchimento ade-
quado da Declaração de Óbito (DO), o médico não deve assinar a DO
em branco, preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e
constatar a morte, utilizar termos vagos para o registro das causas de
morte, como parada cardíaca, parada cardiorrespiratória ou falência
de múltiplos órgãos e cobrar pela emissão da DO (exceto que seja
um paciente particular a quem não vinha prestando assistência).

20. (UFMT – 2017)


a) A prevalência de tuberculose latente no município é semelhante à
prevalência regional, pois tanto no estudo municipal quanto no estu-
do feito anteriormente na região, os intervalos de confiança (95%) da
prevalência se sobrepõem.
b) Existe associação forte entre infecção familiar prévia e tuberculo-
se latente. O relato de tratamento prévio de tuberculose em algum
membro da família é um importante fator de risco para tuberculose
latente no indivíduo.

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Pediatria
21. (INEP – 2017)
a) A questão mostra um menino de 5 anos que é negligenciado
pela cuidadora. A criança não frequenta escola (negligência edu-
cacional), não faz acompanhamento médico de rotina (negligência
física) e fica sob os cuidados de um terceiro que não faz parte da
família (negligência emocional). A negligência é uma apresentação
de maus-tratos contra a criança. O caso deve ser notificado para o
conselho tutelar e Sistema de Informação de Agravos de Notifica-
ção (Sinan) e a criança deve ser mantida afastada de seu provável
agressor. Os prováveis diagnósticos são negligência e abuso sexual.
A lesão cutâneo-mucosa é um condiloma acuminado perianal que
tem como causa uma infecção pelo HPV transmitido por contato se-
xual (abuso sexual).
b) Não frequenta escola, não passou em consulta na UBS nos últimos
3 anos, comportamento arredio e o fato de permanecer sozinho por
muito tempo com um possível agressor.
c) O pediatra deve acolher e escutar a vítima. Deve ser feita a notifica-
ção de maus-tratos ao Conselho Tutelar e ao Sinan. Iniciar profilaxia
para DST não virais, HIV e hepatite B. Afastar a criança do provável
agressor. Medidas protetivas para o menor.

22. (UFMT – 2017)


a) Vírus Sincicial Respiratório e Adenovírus.
b) Coriza, tosse e dificuldade respiratória, podendo também ser: si-
bilância, chiado e rinorreia.
c) Prematuridade e cardiopatia congênita, pode também ser bron-
codisplasia.
d) Insuficiência respiratória aguda.
e) Aleitamento materno exclusivo e imunização materna na gestação
contra H1N1 e B pertussis.

23. (UFMT – 2017)


a) Ao nascer - BCG; Hepatite B.
b) 2, 4 e/ou 6 meses - Vip: Vacina Pólio Inativada; DPT: Difteria, Pertus-
sis e Tétano; Hib: Hemófilos influenza tipo B; HB: Hepatite B; VORH:
Rotavírus oral; Pn10v: Pneumo 10-valente; 3 e 5 meses - meningo C;
9 meses - febre amarela - áreas endêmicas 12 meses e 15 meses -

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SCR: Sarampo, Rubéola, Caxumba; Tetraviral: Sarampo, Rubéola,


Caxumba e Varicela.
c) 4 anos - DTP (tríplice bacteriana); VOP (vacina oral poliomielite).
d) 9 anos - HPV: Vacina contra papiloma vírus humano; 11- 19 anos
- Dt: Difteria e tétano tipo adulto a depender da situação vacinal -
meningo C, Hepatite e tríplice viral.

24. (UFMT – 2018)


a) Sinais de crise asmática grave: fala palavras (lactente chorando
ou irritado), presença de retrações acentuadas, FR aumentada, sa-
turação de oxigênio entre 91 e 95% em ar ambiente, sonolência ou
agitação.
b) Sequência de tratamento: manter paciente com máscara de oxi-
gênio com fluxo mínimo de 3 L/min; monitorização com oximetria de
pulso e monitor cardíaco; acesso venoso periférico; beta-2-agonis-
ta de curta duração (salbutamol) por aerossol dosimetrado a cada
20 minutos por 1 hora; metilprednisolona 1 a 2 mg/kg endovenosa.
Se ausência de melhora, optar por sulfato de magnésio na dose de
5 g/kg diluído em soro fisiológico, correr em 20 minutos; solicitar
transferência para unidade avançada.

25. (UFMT – 2018)


a) Ver imagem. O escolar encontra-se com uma altura adequada para
a idade (escore z +1). Ao avaliar o peso de acordo com a idade, ob-
servamos um peso aumentado (escore z entre +2 e +3). Nestes casos,
o mais importante é correlacionar o peso à estatura, ou seja, ter o
valor do IMC (kg/m2). O IMC do paciente encontra-se entre escore z
+2 e +3. Com este IMC, o diagnóstico do paciente é de obesidade.
b) A família deve ser orientada quanto aos riscos em médio e lon-
go prazo da obesidade, com destaque para diabetes mellitus tipo
2, hipertensão arterial e hiperlipidemia. Uma atenção especial deve
ser dada a dieta do dia a dia e sobre a necessidade da prática de
exercícios. A perda de peso deve ser gradual, respeitando as particu-
laridades do indivíduo. Nos livros de Pediatria, uma sugestão comum
é que se programe como alvo de perda de peso uma perda de 10%
em 6 meses.

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