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Uberlândia
2016
Juliane Maria Rosa
______________________________________________
Assinatura do Orientador
Uberlândia
2016
Dedico este trabalho à minha família e
trajetória.
AGRADECIMENTOS
The development of new technologies and its insertion in health is quite remarkable and
brings benefits to patients through reliable methods that allow more efficient diagnosis and
treatment, however, need to ensure that they are safe. Electrical safety is essential at hospital
environment because the flow of people is intense and constant, offering largest electric shock
hazards due to various medical electrical equipment, facilities and patients at vulnerability
condition. To ensure proper operation and reduce those risks, were created standards that set
minimum requirements in Electrical Safety, applicable to electrical installations and equipment,
specifics or not. The objective of this work is to do a survey about some relevant aspects of
Electrical safety standards, with emphasis on specific to health environment installations and
technologies, and for this initially was made a bibliographical survey about physiological effects of
current in human body. Later was made a case study in a Hospital of high complexity of the
Uberlândia city, a survey about the requirements that were in agreement with the standard which
still need to adapt.
.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................................. 13
2.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ELETRICIDADE ........................................................................................... 13
2.1.1 Limiar de percepção .................................................................................................................. 15
2.1.2 Corrente de reação (let-go) ....................................................................................................... 16
2.1.2 Paralisia ventilatória, dor e fadiga ............................................................................................ 17
2.1.2 Fibrilação ventricular ................................................................................................................. 17
2.1.5 Contração sustentada do miocárdio ........................................................................................ 18
2.1.6 Queimaduras e lesões ............................................................................................................... 18
2.1.7 Fibrilação por meio de cateteres .............................................................................................. 18
2.2 PARÂMETROS DE SENSIBILIDADE ........................................................................................................ 19
2.2.1 Frequência .................................................................................................................................. 19
2.2.2 Duração ....................................................................................................................................... 20
2.2.3 Peso corporal ............................................................................................................................. 21
2.2.4 Pontos de aplicação e densidade da corrente ........................................................................ 21
2.3 RISCOS DE CHOQUE ELÉTRICO ........................................................................................................... 22
2.3.1 Macrochoque .............................................................................................................................. 22
2.3.2 Microchoque ............................................................................................................................... 24
2.4 MÉTODOS DE PROTEÇÃO PARA CHOQUES ELÉTRICOS.......................................................................... 26
2.4.1 Normatização na área de segurança elétrica .......................................................................... 27
2.4.2 Instalação elétrica em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) .......................................... 33
2.4.3 Instalação elétrica em centros-cirúrgicos ............................................................................... 33
2.4.4 Instrumentos e recursos para manutenção ............................................................................ 35
3 METODOLOGIA ................................................................................................................................ 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 37
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................................. 41
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................................................ 43
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................. 44
11
1 INTRODUÇÃO
tratando-se dos EAS’s brasileiros, a pergunta que busca-se responder nesse trabalho é: Como
tem sido tratada a questão segurança? [5]
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Ao passar pelo corpo a corrente elétrica pode danificar tecidos e lesioná-los, além de
provocar coágulos nos vasos sanguíneos e paralisar a respiração e músculos cardíacos. Além
disso, pode resultar em morte imediata ou levar o indivíduo a ficar inconsciente. Diversos efeitos
podem acontecer, e se faz necessário conhecer as condições que geram cada um, assim como
fatores que influenciam o agravamento ou variações nos limiares de corrente [2].
O aumento da utilização e aplicação da energia elétrica nas últimas décadas incentivou
pesquisadores de diversos países a estudar de maneira mais minuciosa os efeitos dos choques
elétricos no corpo. Com isso, surgiu na França o primeiro laboratório de ensaios sobre choques
elétricos, e em seguida, na Califórnia novos experimentos começaram a ser realizados. Um dos
estudos pioneiros foi realizado por Charles Dalziel [2].
Charles F Dalziel (1904-1986) foi professor de engenharia elétrica da Universidade da
Califórnia em Berkeley e realizou diversos estudos e artigos que auxiliaram a comunidade
científica em questões relacionadas aos efeitos da eletricidade no corpo humano. Conduziu
muitos experimentos, em humanos e em animais, onde conseguiu determinar limites de correntes
e tensões para diferentes tipos de manifestação de efeitos da eletricidade [4].
Para que ocorra efeito fisiológico, o corpo do indivíduo deve fazer parte de um circuito
elétrico. A corrente deverá percorrer um caminho, entrando por um ponto e saindo por outro. Os
efeitos causados pela passagem da corrente elétrica através do corpo humano dependem,
basicamente, de cinco fatores [5]:
Intensidade da corrente (medida em Amperes)
Duração do choque (em segundos)
Freqüência do sinal (em Hertz)
Densidade da corrente (em miliAmperes/mm2 )
Caminho percorrido pela corrente (por exemplo, entre braços, perna e braço, ...).
14
Fonte: [1]
Fonte: [2]
Fonte: [4]
A corrente de let-go é definida como o menor valor necessário para provocar movimentos
involuntários no indivíduo. Ao se aumentar esse valor, a pessoa passa a não conseguir soltar do
ponto em que a corrente é aplicada, ou seja, ela não consegue soltar os eletrodos de aplicação O
limiar mínimo observado no estudo foi de 6 mA [1].
A variação dos valores da corrente de reação também foi observada em uma pesquisa
mais recente e através da figura 3 observa-se que a faixa de variabilidade da corrente de reação
é maior que a do limiar de percepção, percebida através da maior inclinação das retas.
17
Fonte: [1]
de impulso elétrico é interrompida. Caso essa interrupção dure, ocorre fibrilação seguida da
interrupção do bombeamento e morte [1].
Fibrilação ventricular é uma das principais causas de morte devido a choque elétrico,
sendo que o limiar de corrente para desencadeá-la varia de 75 mA a 400 mA para um indivíduo
de tamanho médio. Há também uma relação entre a duração do choque e a probabilidade de
fibrilação ventricular.
Quando a corrente é suficiente para provocar a contração total do músculo cardíaco ele
para de funcionar, enquanto a aplicação não é interrompida. Alguns estudos realizados com
animais revelam que correntes entre 1 A e 6 A já provocam esse fenômeno, sendo que não foram
constatados danos irreversíveis utilizando aplicações breves com essas intensidades [1].
choques com intensidades de correntes baixas é grande caso não sejam tomadas as medidas de
segurança.
A impedância elevada da pele é eliminada ou reduzida consideravelmente ao se utilizar
equipamentos invasivos. A introdução de cateteres no sistema circulatório ou até mesmo
diretamente no coração a fim de realizar medidas de hemodinâmica acrescenta um fator de risco
de fibrilação no paciente, devido à circulação de corrente pelo cateter [2]. Foi realizado um estudo
em 37 pacientes, pelo pesquisador Snider, onde se detectou um limiar de fibrilação na faixa de
108 uA e 250 uA através da utilização de um cateter intracardíaco. Com base nesse e outros
estudos que foram realizados na área de segurança elétrica, ficou estabelecido na norma o valor
de 10 uA como limite seguro para o homem [3].
Alguns parâmetros além da intensidade da corrente são importantes para análise dos
efeitos fisiológicos da eletricidade. A impedância do corpo, frequência e duração da corrente são
alguns deles, estudados a fim de se estabelecer limites aceitáveis aos indivíduos [1].
Em ambientes hospitalares é ainda mais necessário o conhecimento de outros
parâmetros que influenciem a sensibilidade e efeitos de choques elétricos, pois trata-se de um
local onde há maior circulação de pessoas em condições variadas e um grande número de
equipamentos variados que garantem muitas vezes a sobrevivência de pacientes.
2.2.1 Frequência
Fonte: [1]
2.2.2 Duração
ser necessária uma menor intensidade de corrente à medida que se aumenta a duração do
choque. Para os testes foram utilizados cães e carneiros e aplicada uma corrente com frequência
de 60 Hz [2].
Diversos estudos utilizando animais concluíram que o limiar de fibrilação aumenta com o
peso corporal. A corrente de fibrilação pode aumentar de 50 mA rms em cachorros de 6 Kg para
130 mA rms em cachorros com 24 Kg. Apesar de muito importantes esses estudos não são
conclusivos, pois são feitos em animais não em humanos, podendo-se obter assim uma
aproximação apenas [1].
Ao se aplicar corrente em dois pontos da superfície do corpo, apenas uma pequena parte
flui pelo coração. O valor da corrente necessária para provocar fibrilação ventricular aplicando-se
a corrente em pontos da superfície é superior, comparado à intensidade necessária ao se aplicar
o choque diretamente no coração [1].
Caso a resistência da pele seja eliminada ou reduzida é necessária uma tensão menor
para se observar os efeitos fisiológicos do choque. Por isso pacientes submetidos a técnicas
invasivas estão mais susceptíveis à choques diretamente no músculo cardíaco [1].
O efeito da corrente nos tecidos está relacionado também à densidade, ou seja, a relação
da intensidade de corrente com a área de contato no corpo humano. A tabela abaixo mostra os
valores de densidade e os respectivos efeitos [5]:
22
2.3.1 Macrochoque
Fonte: [5]
2.3.2 Microchoque
Fonte: [1]
25
Fonte: [1]
série de normas NBR IEC 601 que aliadas aos requisitos de equipamentos eletromédicos regem
a segurança no ambiente do paciente [8].
Em ambientes como UTI e centros cirúrgicos a preocupação com ocorrência dessas
correntes de microchoque deve ser maior por se tratarem de locais onde são realizados diversos
procedimentos invasivos com mais frequência [4]. Ao se realizar cirurgias, anestesias e utilizar
tecnologias de monitoramento em que ocorre o rompimento da barreira natural da pele o paciente
fica mais exposto e o risco de choque aumenta consideravelmente, bem como a gravidade das
consequências.
Fonte: [8]
Fonte: [8]
Ficam excluídos dessa ligação equipotencial elementos situados acima de 2,5 m do piso.
De acordo com a norma a barra de equipotencialidade deve estar localizada nas
proximidades de cada quadro de distribuição, sendo que as conexões devem ser visíveis e
permitirem a desconexão individual de cada conexão. O condutor de equipotencialidade pode ser
considerado um condutor de proteção, dependendo do tipo de elemento que é ligado ao
aterramento. Considera-se condutor de proteção aquele ligado à barra de aterramento presente
no quadro de distribuição, conectado ao terminal PE das tomadas de corrente e terminais de
aterramento dos equipamentos. O que liga elementos condutores estranhos à instalação à barra
de ligação equipotencial do quadro consiste no condutor de equipotencialidade [8].
De acordo com a NBR 13534 o valor seguro de corrente de microchoque é considerado
50 µA e assumindo uma resistência do corpo do paciente de 1 kΩ, a diferença de potencial entre
a massa do equipamento eletromédico e a barra de ligação equipotencial deve ser limitada a 50
mV. A diferença de 20 mV é referente à instalação elétrica, como as tomadas de corrente. Os 30
mV restantes aplicam-se ao equipamento e seu cordão de alimentação. Quando coexistirem em
um hospital ou clínica os esquemas TT, TN e IT, nem sempre é possível verificar essa diferença
de potencial na prática. A dificuldade de acesso, necessidade de cabos longos são alguns
obstáculos na realização dessas medidas, bem como o fluxo constante de médicos e pacientes.
Os condutores de proteção inclusive os de equipotencialidade devem ser da cor verde-
amarela e a documentação da instalação elétrica deve ser atualizada à medida que os serviços
forem executados, estando disponíveis para eventuais inspeções quando necessário.
As instalações cobertas pela norma devem se submeter a verificações quando novas ou
após qualquer reparo ou reforma. Deve-se realizar:
a) Ensaio de funcionamento dos dispositivos supervisores de isolação e dos sistemas de
alarme das instalações;
b) Verificação, mediante inspeção visual, da seleção e ajuste dos componentes para
obtenção de uma correta seletividade para as instalações de segurança, classificando
cada local de acordo com a norma e aplicando de maneira devida os requisitos de
segurança;
32
Os centros cirúrgicos são compostos por salas de cirurgia, sala de preparação cirúrgica,
sala de recuperação pós-cirúrgica, lavabo cirúrgico e área de circulação. As salas cirúrgicas são
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as únicas que se classificam como pertencentes ao Grupo 2 e classes 0,5 e 15 [8]. São os locais
em que há maior número de equipamentos eletromédicos aplicados aos pacientes, sendo
importante que não ocorra imprevistos ou acidentes decorrentes da não observação dos
requisitos para instalação elétrica.
As instalações das salas cirúrgicas exigem maior atenção, pois devem ser extremamente
confiáveis, seguras e com fornecimento ininterrupto de energia tanto para os equipamentos
eletromédicos quanto para o sistema de iluminação. Os requisitos exigidos são equivalentes aos
das Unidades de Atendimento Intensivo, com sistema de equipotencialização eficiente.
Os outros locais do centro-cirúrgico pertencentes ao Grupo 1, como sala de preparação,
sala de recuperação pós-cirúrgica devem apresentar as mesmas características das salas
cirúrgicas, com exceção ao tempo de ativação do sistema de emergência, podendo ser de 15
segundos. Os lavabos e áreas de circulação dos centros-cirúrgicos pertencem ao Grupo 0 e não
exigem requisitos como sistema de equipotencialização, devendo seguir as normas
convencionais para instalações elétricas, respeitando as necessidades dos recintos [3].
A NBR 5410 prescreve para qualquer tipo de projeto que se deve considerar diferenciar o
circuito de iluminação do de força [11]. Para recintos do Grupo 2 esse requisito deve estar
presente, devido as necessidades de cada circuito individualmente [8]. Nesse aspecto, portanto,
é possível perceber de maneira clara o caráter complementar das normas gerais e específicas,
pois ambas devem ser observadas.
Nas salas cirúrgicas, caso seja adotado o sistema IT-Médico, é necessário haver um
quadro de força individual para cada local [8]. Acrescenta-se ainda que as tomadas de força das
salas de cirurgia devem estar localizadas a no mínimo 1,50 m do piso, e nos casos em que não
for possível elas devem ser lacradas e protegidas [8]. Além disso, o uso de extensões tanto em
centros cirúrgicos como em Unidades de Atendimento Intensivo é proibido [11].
Com o intuito de eliminar cargas eletrostáticas que poderiam influenciar no risco de
explosões, o piso das salas de cirurgias deve oferecer um caminho para escoamento para as
correntes elétricas. Essas cargas são geradas pelo atrito de materiais isolantes e dependem de
alguns fatores como umidade do ar e caminho elétrico para que sejam eliminadas. Por outro lado,
pisos condutivos oferecem risco em caso de toques acidentais em partes vivas da rede elétrica
ou equipamentos. Por isso, os pisos das salas de cirurgia devem possuir qualidade
semicondutivas. Nesse caso, essa superfície condutiva deve estar conectada também ao sistema
de equipotencialidade [3].
35
3 Metodologia
4 Resultados e Discussão
UTI coronariana X
Sala de hemodinâmica X
Através das análises foi possível observar que o hospital não atende completamente a
NBR 13534. A questão do sistema de equipotencialização, apresentados pela norma como
necessários em ambientes do Grupo 1 e Grupo 2 não está presente de maneira integral.
Nas salas cirúrgicas foi verificado que o sistema de aterramento presente é o IT-médico,
indicado pela norma. Está na classe 0,5, ou seja, tempo para que o sistema de alimentação de
emergência entre em funcionamento. Foram acompanhados os testes desse sistema, que
mostrou-se em perfeito funcionamento.
Através de inspeção visual nas salas foi verificado que as tomadas não seguem
prescrições da norma para altura mínima, sendo que algumas estão a menos de 1,50 m de altura
do chão sem proteção necessária. Essa situação está presente também nas Unidades de
atendimento intensivo e sala de hemodinâmica.
O sistema de equipotencialização no centro cirúrgico está presente, mas segue
parcialmente os requisitos da norma. Superfícies metálicas estranhas à instalação como janelas,
torneiras metálicas e tubulações não estão ligadas à barra de equipotencialização. Como é
utilizado piso semi condutivo, esse deve e está devidamente aterrado e conectado à barra de
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equipotencialização, assim como camas não elétricas e luminárias cirúrgicas. Além disso, o
sistema de alarme atende os requisitos da norma, e é frequentemente testado.
A figura 9 mostra o quadro de distribuição de uma das salas do centro cirúrgico, com um
dispositivo de supervisão de isolamento (DSI) conforma a norma:
Apesar de ser uma construção antiga, o hospital passou por reformas, inclusive o centro
cirúrgico. Portanto, tais requisitos da norma já são aplicáveis.
39
5 Conclusões
Conforme o objetivo principal desse trabalho foi feita uma avaliação dos aspectos
relacionados à segurança elétrica das instalações e equipamentos eletromédicos de um hospital
de alta complexidade da cidade de Uberlândia. Alguns pontos relevantes das normas
relacionadas à segurança elétrica foram os parâmetros utilizados nas análises.
A primeira etapa do trabalho foi o levantamento bibliográfico para conhecimento dos
efeitos das correntes no corpo humano e outras referências de trabalhos anteriores com o
mesmo escopo. A bibliografia é bastante reduzida, composta principalmente pelas normas
nacionais e internacionais a respeito do assunto, contudo foi possível através de muita pesquisa
consolidar um conhecimento bastante satisfatório sobre segurança elétrica em estabelecimentos
assistenciais de saúde.
Na etapa realizada no ambiente hospitalar, aconteceram as análises e observações da
teoria versus prática. Onde foi possível consolidar o conhecimento adquirido no decorrer do
trabalho e curso de graduação em Engenharia Biomédica. Foi enriquecedor observar na prática
como são aplicadas ou não as normas para segurança elétrica, pois é para isso que são feitas,
com o intuito de serem aplicáveis e eficientes perante o que se propõe.
A colaboração da equipe de Engenharia Clínica do hospital foi essencial para que o
trabalho se desenvolvesse, tanto para escolha do tema quanto para viabilizar as visitas e
entrevistas realizadas. Além disso, a troca de experiência com os profissionais que compõem a
equipe de Engenharia Clínica do hospital foi indispensável, pois são experientes e lidam com o
assunto segurança elétrica diariamente. A equipe técnica possui diversas informações sobre as
manutenções realizadas nas instalações e parque tecnológico, muitas delas facilitaram a
verificação da situação de aplicação das normas e acompanhamento dos testes.
Foi possível observar alguns casos de má utilização dos equipamentos, em que há sinais
claros de água na parte interna de muitos deles, podendo expor pacientes e equipe médica à
riscos. Bombas de infusão e camas elétricas são os casos mais comuns. Portanto, é de grande
utilidade disponibilizar informações através de treinamentos oferecidos à equipe médica e
também equipe de limpeza.
A preocupação com choques elétricos e seus efeitos fisiológicos no ser humano datam de
muito tempo. Pesquisas realizadas foram esclarecedoras, possibilitando estabelecer limiares de
segurança, que posteriormente embasaram as normas existentes. É possível observar também
42
uma evolução relacionada às normas, que sofrem adaptações conforme são aplicadas e
percebe-se necessidade de mudanças. Contudo, alguns aspectos das normas não são
observados na prática. Alguns hospitais, por se tratarem de construções antigas, não seguem
requisitos de normas que foram colocadas em vigor posteriormente, no entanto, passaram por
reformas e ainda sim encontram dificuldades de adaptação.
Como foi observado durante o trabalho, o projeto do novo hospital da cidade já apresenta
melhorias em comparação à construção existente. Há maior preocupação quanto a utilização de
sistemas mais adequados a instalações hospitalares, como o IT-Médico e aterramento e
equipotencialização de estruturas como calhas e tubulações. Contudo, ainda existem alguns
aspectos que passam despercebidos como, por exemplo, o aterramento de estruturas estranhas
a instalação como portas e janelas metálicas.
A importância de se ter uma equipe de Engenharia Clínica competente e preocupada com
a segurança é indiscutível. Através das entrevistas no hospital de Uberlândia é possível observar
uma evolução quanto ao atendimento das normas e cuidados referentes à segurança elétrica,
com manutenções mais frequentes e constante monitoramento das instalações e equipamentos
com a implementação do setor especializado na área.
Portanto, este trabalho busca contribuir com melhorias para estabelecimentos de saúde,
apresentando aspectos relevantes das normas e atitudes importantes para se garantir segurança
elétrica. Foram apresentados alguns problemas encontrados no hospital avaliado, que muito
provavelmente são realidade em diversos outros hospitais do país, assim como aspectos
positivos, os quais servem de parâmetro para outros.
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7 Referências Bibliográficas
[10] MAIA JÚNIOR, Carlos Alberto Freire; SILVA, Noemi Souza Alves
da. Minimização de riscos de choque elétrico e danos a equipamentos por
meio de aterramento adequado. 2004. 104 f. TCC (Graduação) - Curso de
Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. 601:
Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 1998. 128 p.