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03/08/2020 Dicas de projetos para Centro Cirúrgico - Parte 1 - Equipacare

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Dicas de projetos para Centro Cirúrgico –


Parte 1
por Vinicius Santa Cruz | 18/06/2020 | Dicas, Planejamento e Projeto | 0 Comentários

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Hospitais são unidades complexas de saúde, normalmente compostos por diversos setores.
Entre eles, há um de grande importância, seja ela estratégica, financeira ou até mesmo por
complexidade de fluxo: o Centro Cirúrgico. Tamanha a criticidade faz com que os projetos
de instalação deste setor exijam grande atenção e, em especial sobre o projeto elétrico, há
diversas interseções com a Engenharia Clínica para atender aos requisitos da equipagem
médica.

A norma NBR 13534 – com sua segunda edição lançada em 2008 – apresenta diversos
requisitos para as instalações elétricas do setor. E para auxiliar de forma didática,
apresentamos neste material alguns aspectos teóricos e outras dicas vindas da experiência
prática, que consideramos importantes para um bom projeto elétrico de centro cirúrgico.

Classificação dos Ambientes


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Entre as exigências apresentadas, se destaca a classificação dos ambientes do setor em


Grupos conforme grau de exigência e proteção requisitado, bem como a classificação em
Classes conforme o tempo de comutação em que uma queda de energia deve ser
restabelecida.

Grupo Local médico não destinado à utilização de parte aplicada de


0 equipamento eletromédico em pacientes

Local médico destinado à utilização de partes aplicadas de


Grupo
equipamento eletromédico em partes externas ou internas sem
1
riscos para o paciente

Local médico destinado à utilização de partes aplicadas de


equipamento eletromédico em procedimentos intracardíacos,
Grupo
cirúrgicos, de sustentação de vida de pacientes e outras
2
aplicações em que a descontinuidade da alimentação elétrica
pode resultar em morte

Classificação de ambientes NBR 13534

Classe
Alimentação disponível automaticamente em até 0,5 segundo
0,5

Classe 15 Alimentação disponível automaticamente em até 15 segundos

Classe > Alimentação disponível automaticamente em em mais de 15


15 segundos

Classificação de ambientes NBR 13534

Especificamente sobre o setor centro cirúrgico, esta norma classifica os ambientes


conforme o quadro abaixo:

Classificação de ambientes NBR 13534, centro cirúrgico

Vale a atenção sobre a classificação de grupo do ambiente RPA: Salas de Recuperação


Pós Anestésica (RPA), em geral, pertencem ao grupo 01, tendo como sistema de
alimentação de emergência o gerador e sem a necessidade de sistema IT. Porém, caso o
hospital determine o uso de equipamentos de sustentação de vida neste RPA (como
ventilador pulmonar), deverá ser considerado como grupo 02 (com sistema IT).

A NBR 13534 classifica as salas cirúrgicas como sendo de classe 15 (no gerador) e
apenas os focos cirúrgicos e fontes de luz para endoscopia utilizados neste local que, por

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esta norma, devem ter sua alimentação restabelecida em até 0,5 segundo (com no-break),
evitando desligamento do equipamento.

Entretanto, por experiência, boas práticas e conservadorismo, indicamos a adoção de


cobertura de no-break não apenas para a iluminação cirúrgica, mas também para os
seguintes itens:

Computadores e servidores (TI);


Iluminação na sala cirúrgica, sala de endoscopia, sala de emergência e sala de
procedimento, principalmente dos focos;
Todas as tomadas do Sistema IT (ambientes grupo 02) e;
Tomadas dos postos de enfermagem, em especial, as tomadas das centrais de
monitorização e tomadas das centrais de chamada de enfermagem.

Sistema IT
O ponto de maior atenção sobre essa norma é com relação aos ambientes classificados
como do Grupo 2, que exige o uso de Sistema IT Médico, que é composto basicamente
por:

Transformador de Separação – Elemento que transforma o sistema da rede de


alimentação convencional (solidamente aterrada) em Sistema IT (aterrado por elevada
impedância), além de isolar a energia a ser disponibilizada;

Dispositivo Supervisor de Isolamento (DSI) – Dispositivo que supervisiona continuamente


a condição de segurança das instalações permanentemente (isolação elétrica, corrente e
temperatura do transformador) e;

Anunciador – Dispositivo de alarme sonoro e visual acionado se a resistência de


isolamento supervisionada pelo DSI apresente valor menor ao programado ou caso atinja
50 kΩ.

Ainda são mantidos disjuntores nos circuitos e podem ser inclusos outros itens, como
localizadores de falhas, painéis e sistema de monitoramento remoto que garantem maior
eficiência ao sistema.

No Sistema IT, por não haver condutores de alimentação com tensão elétrica referenciada à
terra, um contato acidental com o terra (falha terra) não provoca desligamento do circuito,
mantendo continuidade operacional. Somente se mantido este contato e gerando uma
segunda falha, colocando em contato com outro ponto aterrado, que ocorre o desligamento
da alimentação com desarmamento do disjuntor de proteção.

Tomada fora do sistema IT


Estando as tomadas para uso em equipamentos médicos alimentadas por Sistema IT, a
norma exige que se houverem no mesmo ambiente outras tomadas de menor nível de
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proteção, ou seja, com outro tipo de alimentação (esquema TN-S ou TT), devem ser clara e
permanentemente marcadas/identificadas quais são as tomadas servidas pelo esquema IT
médico.

Tomadas não alimentada pelo sistema IT normalmente são as destinadas para


equipamentos não-críticos, com os computadores da estação de enfermagem das salas
cirúrgicas; mesas cirúrgicas, equipamentos de raios X portáteis e outros equipamentos com
potência superior a 5 kVA, tais como Arcos Cirúrgicos.

E a marcação destas tomadas pode ser feita com uso de cor exclusiva do miolo da tomada
alimentada por sistema IT, além de plaqueta de advertência clara e permanente.

Marcação da tomada com cores

Leia mais em: Dicas para Implantação de Salas Cirúrgicas Inteligentes

Já para as tomadas destinadas aos equipamentos de raios x portáteis, é requerida a não-


intercambialidade com quaisquer outras tomadas, ou seja, um padrão diferente de plugue.

Esta medida garante que o arco cirúrgico não seja conectado acidentalmente em tomada IT,
o que poderia provocar falha e desligamento do sistema. E para evitar uma situação que
seria ainda mais grave, que é a alimentação de um equipamento de suporte a vida em
tomada não alimentada pelo sistema IT.

Além do amparo na norma, essa indicação de adotar padrão diferente de tomada no Centro
Cirúrgico, também é defendida pelos fornecedores de sistema IT e por boa parte dos
engenheiros que trabalham com esses equipamentos.

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Tomada padrão Steck angulada

Nossa sugestão de padrão para esta tomada é o Steck 32A com saída angulada instalada a
1,50 m do piso acabado, com previsão em todas as cirúrgicas e na sala /ambiente de
guarda dos equipamentos.

Notas:

A adoção desse plugue é exigida para qualquer equipamento presente no setor, com
potência superior a 5 kVA e;
Lembrar de prever tomada Steck na sala de equipamentos, para testes.

Piso Condutivo
Além da exigência para o nível de proteção das tomadas, também é necessário prever piso
condutivo para as salas cirúrgicas. Este tipo de piso é previsto pela RDC 50/2002 da
Anvisa, por considerar que nestes ambientes são usadas misturas anestésicas inflamáveis
e ainda gases comburentes como oxigênio ou óxido nitroso. Este tipo de piso possuí
poucos fornecedores e apresenta algumas necessidades específicas para instalação, como
fixação de fitas de cobre abaixo das mantas distribuídas em distâncias pré-determinadas
(conforme fabricantes). E para a obra /projeto é importante prever caixa de passagem
instalada próxima ao piso de cada sala cirúrgica, a qual será utilizada para interligação das
fitas ao sistema de aterramento, além é claro, da própria manta condutiva.

Detalhe de instalação de piso condutivo

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Se você gostou das dicas e quer receber todo o suporte especializado para o seu
projeto de centro cirúrgico, entre em contato com o nosso setor comercial.

Texto em colaboração com Sâmela Santos

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