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DEFINIÇÕES - Borda
É o LIMITE SUPERIOR do COSTADO, que pode terminar na altura do convés (se
recebe BALAUSTRADA) ou elevar-se um pouco mais, constituindo a borda-falsa.
ABORDAR significa ENTRAR A BORDO, tanto quanto embarcar, mas de forma
forçada.(ABORDAGEM)
DEFINIÇÕES - Quilha
Peça disposta em todo o comprimento do casco, na parte mais baixa do
navio. É sua parte mais importante, sua “ESPINHA DORSAL”.
AULA - 3
CARACTERÍSTICAS - Deslocamento
Deslocamento é o PESO da ÁGUA DESLOCADA por um navio flutuando em águas
tranquilas.
Até o final da “Era do Canhão” (II Guerra Mundial), a tonelagem era
importante para comparação de PODER DE COMBATE entre unidades navais.
Quanto MAIOR O DESLOCAMENTO de um navio de guerra, maior a quantidade
e tamanho das peças de artilharia, portanto MAIOR O PODER DE FOGO da unidade.
CARACTERÍSTICAS - Tonelagem
TONELAGEM DE ARQUEAÇÃO é o VOLUME interior do navio, indica a
CAPACIDADE de CARGA dos navios mercantes.
AULA 3 - CONCLUSÕES
√ As características básicas das embarcações possuem nomenclatura tradicional.
√ O uso de bandeiras marítimas em diversas marinhas segue tradições de origem
inglesa.
AULA 4
CAPÍTULO 2 - IMPORTÂNCIA DO MAR ATRAVÉS DA HISTÓRIA
Poder Marítimo em momentos cruciais da história, identificando os pontos
principais que permitiram surgimento da Marinha do Brasil no início do século
XIX.
2.1.2 - As Primeiras Civilizações
A geografia, em grande parte, ajuda a explicar a história.
A domesticação de plantas e animais fixou o homem onde houvesse
disponibilidade de água potável e produziu excedentes alimentares que
permitiram o desenvolvimento das primeiras grandes civilizações, como as que
foram erguidas nos vales dos grandes rios (Nilo, Tigre, Eufrates, Indo, Amarelo). As
planícies costeiras aos mares e oceanos também começaram a ser ocupadas,
levando ao desenvolvimento da pesca.
Regiões geograficamente diferentes produziam diferentes recursos,
principalmente com o início da exploração mineral, incentivando as primeiras
trocas comerciais. Logo se percebeu que era mais fácil transportar grandes
volumes de materiais em embarcações do que em veículos de tração animal,
principalmente a grandes distâncias. Estavam criadas as condições para o
desenvolvimento de sociedades voltadas para o comércio marítimo.
NAVIOS MERCANTES
• GRANDE CALADO e BOCA LARGA
• “NAVIOS REDONDOS”
• meio de PROPULSÃO era a VELA
• possuíam uma “POITA” para FUNDEAR.
NAVIOS DE GUERRA
• surgiram para PROTEGER os NAVIOS MERCANTES de ataques PIRATAS
• MAIS ESTREITOS e de FUNDO CHATO e OFERECER POUCA RESISTÊNCIA à ÁGUA -
pequeno calado e à sua pequena resistência a temporais, esses navios NÃO
FUNDEAVAM, sendo PUXADOS para TERRA.
• “NAVIOS COMPRIDOS”
• PROPULSÃO PRINCIPAL era o REMO
• possuíam velas - mas seus mastros eram arriados antes da batalha para
evitar que sua queda atingisse os ocupantes do navio.
• VELAS usadas nas LONGAS TRAVESSIAS, a fim de POUPAR OS REMADORES, e para
AUMENTAR A VELOCIDADE, quando houvesse NECESSIDADE de FUGIR.
AULA 4 - CONCLUSÕES
√ Inicialmente obstáculos, os rios tornaram-se “estradas”, facilitando o uso
posterior do mar pelas sociedades da antiguidade
√ As sociedades da antiguidade que desenvolveram seu poder marítimo
prosperaram significativamente
AULA 6
2.2.3 - Roma contra Cartago
Fundada pelos fenícios no início do século VIII a.C., A CIDADE-ESTADO DE
CARTAGO possuiu um IMPÉRIO COMERCIAL MARÍTIMO que DOMINOU o
MEDITERRÂNEO OCIDENTAL entre os séculos V e III a.C., período em que ROMA se
DESENVOLVIA como IMPÉRIO TERRESTRE na península itálica.
A RIVALIDADE COMERCIAL entre os dois impérios, inicialmente pelo
CONTROLE DA SICÍLIA e, depois, de todo o Mediterrâneo Ocidental foi a CAUSA
PRINCIPAL das GUERRAS “PÚNICAS”, três conflitos consecutivos (264 a 146 a.C.) que
terminaram com a destruição total de Cartago.
TEATRO de OPERAÇÕES MARÍTIMO - ROMANOS DESENVOLVEREM uma
MARINHA DE GUERRA e NOVAS TECNOLOGIAS (CORVO) para derrotar os
CARTAGINESES, que possuíam MAIS EXPERIÊNCIA NAVAL.
ROMANOS IMPEDIAM a MANOBRA dos NAVIOS de CARTAGO, USAR o ESPORÃO,
por ter mais experiência naval. A partir de então, a BATALHA se TORNAVA
“CAMPAL”, pois os soldados ROMANOS USAVAM a PRANCHA para a ABORDAGEM.
O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO e a SURPRESA TÁTICA com que foi
empregado CAUSARAM a PRIMEIRA GRANDE VITÓRIA romana sobre os cartagineses
no mar, na costa da Sicília (MILES - 260 a.C.).
Foi no mar que ocorreu a BATALHA DECISIVA que levou CARTAGO à DERROTA na
PRIMEIRA GUERRA PÚNICA, na BATALHA DE EGATES (241 a.C.).
A vitória romana na BATALHA NAVAL das ILHAS EGATES (241 a.C.), graças à
UTILIZAÇÃO de CÓPIAS de QUINQUIRREMES CARTAGINESAS, mas já SEM O USO DO
CORVO, foi decisiva para o resultado final da primeira guerra púnica.
Com a destruição final de Cartago, após a Terceira Guerra Púnica (146 a.C.),
ROMA tornou-se uma POTÊNCIA MARÍTIMA e teve INÍCIO o longo período de sua
hegemonia, que transformou o Mediterrâneo no “MARE NOSTRUM”.
No decorrer da expansão romana, após a destruição de Cartago, o poder naval
desempenhou função apenas auxiliar, principalmente em apoio logístico,
transporte de tropas e contra os piratas que ameaçavam o comércio marítimo no
Mediterrâneo.
Apesar de continuar importante como via de comunicação entre as diversas
províncias romanas, o Mediterrâneo teve pouca influência no processo de
infiltração do Império Romano por tribos germânicas (os chamados bárbaros), em
movimentos migratórios, geralmente pacíficos, que atravessaram os rios Reno e
Danúbio para o interior do império.
AULA 6 - Conclusões
√ As sociedades conseguem coexistir pacificamente até que surja alguma disputa
de interesses que pode levá-las à guerra.
√ Caso haja área marítima no teatro de operações, o poder naval será determinante
para o resultado da disputa.
√ A conquista e manutenção da hegemonia naval DEPENDEM do DOMÍNIO da
TECNOLOGIA.
2.3.1.2 – O Canhão
O uso das armas de fogo deu nova dimensão à guerra, contribuindo para o
fim do feudalismo, em benefício do poder real centralizado, devido à necessidade
de apoio econômico da burguesia para sua aquisição.
A ADOÇÃO do CANHÃO e o INÍCIO das VIAGENS TRANSATLÂNTICAS forçaram o
ABANDONO dos NAVIOS de BORDO BAIXO movidos A REMO.
A ÚLTIMA GRANDE BATALHA da história ENTRE NAVIOS a REMO ocorreu em
plena Idade Moderna, na BATALHA de LEPANTO (1571), já com o USO de CANHÕES,
MAS mantendo as tradicionais TÁTICAS da ABORDAGEM.
A vitória da coalizão cristã nesta batalha barrou o avanço turco sobre o
Mediterrâneo Ocidental e livrou a península itálica da ameaça de invasão, mas
não foi devidamente explorada, não afetando o domínio muçulmano dos Bálcãs,
Mar Egeu e no Mediterrâneo Oriental.
INICIALMENTE, nessa fase de TRANSIÇÃO, como os BORDOS dos navios
estavam OCUPADOS pelos REMOS, os CANHÕES eram FIXADOS à PROA das GALERAS,
visando ATINGIR os SOLDADOS inimigos durante a aproximação das esquadras, pois
seu poder de destruição era muito pequeno para afetar seriamente os navios (MEN
KILLER). Raramente se conseguia recarregar os canhões depois da primeira salva,
devido ao seu curtíssimo alcance.
AULA 7 - Conclusões
√ Uma região terrestre que possa ser abastecida pelo mar só será conquistada após
ser obtido o controle da área marítima.
√ Revoluções tecnológicas podem causar mudanças radicais na estratégia e táticas.
AULA 8 - Conclusões
√ O desenvolvimento do poder marítimo depende de vários fatores, principalmente
políticos, culturais e econômicos.
√ O investimento na tecnologia aplicada ao poder marítimo traz benefícios à
sociedade omo um todo.
As Expedições Guarda-Costas
Neste período, Portugal começou a ESTABELECER FEITORIAS para
CARREGAMENTO de PAU-BRASIL na costa de PERNAMBUCO até o RIO de JANEIRO, mas
contrabandistas franceses também foram atraídos por esse tipo de madeira. Para
REPRIMIR este COMÉRCIO CLANDESTINO, Dom Manuel resolveu enviar o fidalgo
CRISTÓVÃO JAQUES, em três viagens ao longo da costa brasileira, no período de 1516
a 1528, que ficaram conhecidas como expedições guarda-costas.
A Expedição Colonizadora
Em 1530, foi enviada uma expedição colonizadora COMANDADA por MARTIM
AFONSO de SOUSA, visando ocupar a nova terra. A expedição partiu de Portugal
com um GALEÃO e duas CARAVELAS, tendo como MISSÃO COMBATER os
CONTRABANDISTAS FRANCESES de PAU-BRASIL, EXPLORAR o TERRITÓRIO brasileiro e
ESTABELECER NÚCLEOS de POVOAÇÃO.
Em 1532, no local chamado de “Piratininga” pelos indígenas, MARTIN AFONSO
FUNDOU a VILA de SÃO VICENTE, onde foi instalado o PRIMEIRO ENGENHO de cana
de açucar.
AULA 9 - Conclusão
√ O desenvolvimento de uma sociedade tende a gerar resistência por parte de
outras sociedades, ao sentirem seus interesses ameaçados
AULA 10
2.4.4 - O protagonismo português
A presença portuguesa no Índico ameaçou os interesses comerciais de
HINDUS e MUÇULMANOS (árabes, persas e egípcios), que reagiram violentamente,
com o APOIO dos VENEZIANOS. Contra eles, Portugal utilizou seu poder de fogo
superior, passando a controlar o comércio das especiarias de todo o Índico (1515),
com exceção do Mar Vermelho, até ser SUPERADO pela HOLANDA, em DECORRÊNCIA
da UNIÃO IBÉRICA (1580-1640).
A UNIÃO IBÉRIA REUNIU as coroas de PORTUGAL e ESPANHA sob FELIPE II, dos
Habsburgos espanhóis. Apesar de Portugal manter autonomia administrativa, na
prática, os interesses espanhóis prevaleceram sobre os interesses marítimos
portugueses. Portugal não teve recursos para sustentar seu vasto império colonial
contra os avanços holandeses e muçulmanos. Quando os portugueses conseguiram
restabelecer uma dinastia nacional (Bragança), era tarde demais para recuperar
seu império, só restando Angola, Moçambique e a Guiné, na África; algumas cidades
da Índia; Macau, na China; Timor e algumas poucas ilhas na Indonésia; o próprio
Brasil estava sofrendo a ocupação do Nordeste.
2.4.5 - O Colonianismo
O PROCESSO de EXPANSÃO das ATIVIDADES ECONÔMICAS dos REINOS
EUROPEUS e sua DISPUTA pelo CONTROLE do COMÉRCIO MARÍTIMO ficou conhecido
como “colonialismo”. Fruto desse processo, GRAÇAS a CONSTANTES
DESENVOLVIMENTOS TECNOLÓGICOS, teve início um longo período de hegemonia da
cultura europeia sobre as demais civilizações.
As Lutas pelo Domínio dos Mares
“Quem controlar o mar, controlará o comércio e quem controlar o comércio
do mundo, controlará suas riquezas, consequentemente, controlando o próprio
mundo.”
O CAMINHO para a COLONIZAÇÃO era MARÍTIMO, levando diretamente à
disputa entre as potências marítimas (Portugal, Holanda e Inglaterra), mas
TAMBÉM HOUVE CONFLITO entre estas e as POTÊNCIAS TERRESTRES que
conseguiram se tornar fortes no mar, tais como a ESPANHA e a FRANÇA.
Os ataques de piratas e corsários a cidades litorâneas do BRASIL foram
frequentes durante todo o período colonial, mas os movimentos mais importantes
foram DUAS INVASÕES FRANCESAS:
• a FRANÇA ANTÁRTICA (1555-1567), na BAÍA de GUANABARA, e
• a FRANÇA EQUINOCIAL (1611-1615), no MARANHÃO; e
DUAS INVASÕES HOLANDESAS:
• na BAHIA (1624-1625) e
• em PERNAMBUCO (1630- 1654).
FRANÇA ANTÁRTICA
• Iniciativa de NICOLAU DURAND de VILLEGAGNON, vice-almirante da
Bretanha, que se instalou na ilha que atualmente tem seu nome.
• A REAÇÃO PORTUGUESA levou à FUNDAÇÃO da CIDADE de SÃO SEBASTIÃO do
RIO de JANEIRO por ESTÁCIO de SÁ, em 1565. Os FRANCESES foram VENCIDOS após
uma série de COMBATES com a PARTICIPAÇÃO de centenas de INDÍGENAS.
FRANÇA EQUINOCIAL
O EIXO de ATUAÇÃO FRANCÊS DESLOCOU-SE PARA o NORTE, ainda SEM
POVOAÇÕES PORTUGUESAS. Os FRANCESES CONSTRUÍRAM um forte na atual ILHA de
SÃO LUÍS, base da França Equinocial.
A EXPULSÃO dos FRANCESES do Maranhão foi obtida em 1615, com a
CONTRIBUIÇÃO de uma FORÇA NAVAL COMANDADA pelo JERÔNIMO de ALBUQUERQUE
MARANHÃO, considerado o PRIMEIRO BRASILEIRO a COMANDAR uma FORÇA NAVAL.
AULA 11
2.4.6 – A Hegemonia Inglesa
Ao longo de três séculos de conflito intermitente, a Inglaterra emergiu como
potência mundial dominante no início do século XIX, após vencer os sucessivos
desafios que foram surgindo.
AULA 11 - Conclusão
√ As disputas políticas dos modernos Estados europeus costumavam incluir um
importante aspecto naval, devido à expansão colonial
AULA 12
2.4.6.2 - O Desafio da Holanda
A tentativa dos reis Stuart em implantar o absolutismo na Inglaterra, além
de questões religiosas e econômicas, levou Carlos I a uma série de conflitos com o
Parlamento que terminaram em guerra civil (1642-1651). A vitória dos “puritanos”
conduziu Oliver Cromwell ao poder, como “Lorde Protetor”.
O ATO de NAVEGAÇÃO de CROMWELL (1651), RESTRINGIU os DIREITOS de outros
países em FAVOR da MARINHA MERCANTE INGLESA, CAUSANDO TRÊS GUERRAS com a
HOLANDA (1652-1674).
APESAR da HOLANDA possuir as MAIORES FROTAS MERCANTE e PESQUEIRA DA
EUROPA, apoiadas por FORTE MARINHA de GUERRA, sua POSIÇÃO GEOGRÁFICA era
MUITO DESFAVORÁVEL: fronteiras terrestres muito abertas e rotas de navegação
bloqueadas pelas ilhas inglesas. A Inglaterra foi vitoriosa e se tornou a maior
potência marítima do mundo.
A HOLANDA OBTEVE o “DOMÍNIO DO MAR” com vitórias importantes, MAS a
ADOÇÃO da “LINHA de BATALHA” pelos INGLESES deu-lhes a VANTAGEM que
precisavam para GANHAR a guerra.
Até então, a tática NAVAL era BASEADA em COMBATES SINGULARES entre os
navios OPONENTES que SE APROXIMAVAM.
A FORMATURA dos navios EM COLUNAS (LINHAS de BATALHA) permitia a
CONCENTRAÇÃO DE FOGO e a PROTEÇÃO MÚTUA, com a vantagem adicional de que
cada navio da linha poderia disparar todos os canhões de um bordo (bordada) SEM
o RISCO de ACERTAR navios AMIGOS.
Apesar de obterem brilhantes vitórias em duas outras guerras, os
HOLANDESES, ESGOTADOS por tantos anos de luta, foram OBRIGADOS a NEGOCIAR a
PAZ com a INGLATERRA, que se tornou a MAIOR POTÊNCIA MARÍTIMA do MUNDO.
AULA 15
3.1.2 - A Política Externa do Brasil Império
Observando a América luso-espanhola, notamos que o TRATADO DE
TORDESILHAS NÃO IMPEDIU o AVANÇO PORTUGUÊS na ÁREA do RIO da PRATA. As
nações que sucederam às colônias de Espanha e Portugal herdaram essas questões
de limites. Desde sua independência, em 1810, que BUENOS AIRES BUSCAVA
RECONSTITUIR o ANTIGO VICE-REINADO do PRATA (correspondendo a reunião dos
territórios da ARGENTINA, PARAGUAI, URUGUAI e partes da BOLÍVIA), constituindo-
se em séria ameaça à segurança do Brasil.
AULA 15 - Conclusão
√ A DEFESA da LIVRE NAVEGAÇÃO na BACIA do RIO PARANÁ levou o Brasil a intervir
na política interna das repúblicas do Uruguai, Paraguai e Argentina
AULA 16
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial
O NAVIO A VELA é milenar, DEPENDENDO apenas do VENTO e MANTIMENTOS
para manter RAIO de AÇÃO QUASE ILIMITADO. Todo o espaço de bordo podia ser
aproveitado para carga, exceto apenas o que fosse utilizado pela tripulação e
armamento, no caso de navios de guerra.
O SURGIMENTO da MÁQUINA a VAPOR mudou esse quadro definitivamente.
Apesar do espaço utilizado pelas máquinas e pelo combustível, inicialmente a
lenha e depois o carvão mineral, lentamente a trilogia vapor, carvão e aço passaria
a dominar a atividade marítima, começando com o transporte de passageiros.
Como exemplos, temos Robert Fulton que realizou a subida do rio Hudson em
32 horas, com o navio a vapor “Clermont” (1807) e o Marquês de Barbacena (Caldeira
Brant), que estabeleceu uma linha regular a vapor no recôncavo baiano (1826).
INICIALMENTE, o TRANSPORTE FLUVIAL A VAPOR PROSPEROU MAIS na
AMÉRICA do que na EUROPA, uma vez que a Europa estava cortada por estradas
que interligavam suas principais cidades, com distâncias menores.
Outra implicação decorrente da adoção da propulsão a vapor foi a
NECESSIDADE de TREINAR e ESPECIALIZAR a GUARNIÇÃO em diferentes atividades
que não eram diretamente relacionadas ao mar, como a mecânica.
No caso das MARINHAS de GUERRA, além destes fatores, existia a questão de
que SEMPRE FORAM CONSERVADORAS. A MARINHA INGLESA, a maior de todas, HAVIA
FEITO GRANDES INVESTIMENTOS em navios de madeira e a vela durante as guerras
napoleônicas.
Além disso, o VAPOR TRAZIA NOVAS NECESSIDADES LOGÍSTICAS, em função do
COMBUSTÍVEL e SOBRESSALENTES.
As MÁQUINAS eram POUCO CONFIÁVEIS, exigindo a permanência da armação
a vela, e as RODAS de PÁS LATERAIS eram muito VULNERÁVEIS, além de diminuírem
muito o espaço para os canhões. A SOLUÇÃO VEIO com a ADOÇÃO do HÉLICE,
inventado em 1836, em lugar das rodas de pás, como o navio francês “Napoleón”
(1850). A VULNERABILIDADE das próprias MÁQUINAS foi MINIMIZADA quando os
novos projetos passaram a POSICIONÁ-LAS ABAIXO da LINHA D’ÁGUA.
O passo seguinte foi a adoção de placas de ferro nos cascos, acima da linha
d’água, o que melhorou a proteção contra o ataque da artilharia inimiga.
A GUERRA DA CRIMÉIA (1853-1856) é considerada o CONFLITO PRECURSOR no
EMPREGO da TECNOLOGIA decorrente da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, devido ao uso do
telégrafo, estradas de ferro, munição explosiva (granadas de artilharia) e
couraça.
O uso de MUNIÇÃO EXPLOSIVA no COMBATE NAVAL em SINOPE (Criméia, 1853)
DECRETOU o FIM dos CASCOS de MADEIRA para os estrategistas navais.
As CHATAS ARTILHADAS PROTEGIDAS por COURAÇA, USADAS pelos FRANCESES
no ATAQUE às FORTALEZAS RUSSAS no ATAQUE a SEBASTOPOL, mostrou o caminho a
seguir, LEVANDO o SURGIMENTO dos NAVIOS ENCOURAÇADOS. Inicialmente, os
cascos de madeira foram recobertos com placas de ferro (“Gloire” - 1859), mas logo
surgiram os cascos feitos de ferro (“Warrior” - 1861) e, depois, de aço, com o
barateamento do produto a partir da invenção do processo Bessemer de redução de
impurezas pela oxidação do carbono.
A BATALHA DE HAMPTON ROADS (1862), na Guerra Civil Americana, foi um
MARCO devido ao COMBATE entre o ENCOURAÇADO “MERRIMAC”, dos Confederados,
e o ENCOURAÇADO “MONITOR”, da União, com RESULTADO INDECISO.
O “MONITOR” veio a CONSAGRAR o USO de um NÚMERO MENOR de CANHÕES,
de MAIOR CALIBRE, em TORRES GIRATÓRIAS.
O Brasil nasceu como país exportador de matérias-primas, sem indústria
própria significativa. A Revolução Industrial só fez aumentar nossa defasagem em
relação aos países desenvolvidos. Em relação à Marinha, o PRINCIPAL PROBLEMA,
ALÉM da FALTA de DOMÍNIO da TECNOLOGIA, era a FALTA DE COMBUSTÍVEL,
decorrente do desconhecimento de jazidas significativas de carvão mineral. A
INEXISTÊNCIA de um PARQUE INDUSTRIAL NACIONAL nos TORNAVA, QUASE
TOTALMENTE, DEPENDENTES do FORNECIMENTO de bens e produtos dos países
industrializados da Europa.
AULA 16 - Conclusões
√ Apesar das resistências, a máquina a vapor passou a dominar a atividade
marítima a partir do primeiro quarto do século XIX.
√ O desenvolvimento acelerado da tecnologia aplicada aos navios de guerra
revolucionou as atividades navais.
AULA 17
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança
A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870) foi o MAIOR
CONFLITO MILITAR na AMÉRICA do SUL.
O PARAGUAI havia sido parte do Vice-Reinado do Prata e SUA INDEPENDÊNCIA
era APOIADA pelo BRASIL contra as tentativas de anexação pela Confederação
Argentina. Francisco Solano López iniciou uma política externa mais atuante que
seus antecessores (1862), SE ALIANDO ao ARGENTINO URQUIZA (governador da
Província de Entre Rios) e ao URUGUAIO AGUIRRE (PARTIDO BLANCO), visando
garantir o escoamento de sua produção, ante a pressão de Bartolomeu Mitre
(Buenos Aires).
O ENVOLVIMENTO BRASILEIRO na POLÍTICA interna URUGUAIA (1864), em
APOIO VENÂNCIO FLORES (PARTIDO COLORADO), LEVOU LÓPEZ a se considerar
ameaçado e declarar guerra ao Brasil, INVADINDO o MATO GROSSO.
LÓPEZ ENVIOU forte EXÉRCITO ao Uruguai, mas como NÃO OBTEVE PERMISSÃO
do PRESIDENTE ARGENTINO, Bartolomeu Mitre, para cruzar o território argentino.
Decidiu também invadir esse país, avançando até Uruguaiana (RS). Estavam
CRIADAS as CONDIÇÕES para a FORMAÇÃO de uma TRÍPLICE ALIANÇA contra Solano
López.
No início da guerra, a Esquadra brasileira dispunha de 45 navios armados,
sendo 33 de propulsão mista, a vela e a vapor. A PROPULSÃO A VAPOR seria
ESSENCIAL para OPERAR NOS RIOS da região, mas os NAVIOS BRASILEIROS eram
ADEQUADOS para OPERAR no MAR e NÃO nos RIOS do teatro de operações, DEVIDO ao
seu CALADO. A possibilidade de encalhar era um perigo constante. Além disso, os
navios brasileiros POSSUÍAM CASCO de MADEIRA, sendo muito vulneráveis à
artilharia de terra, posicionada nas margens. Essas CARACTERÍSTICAS OBRIGARAM o
BRASIL a OBTER, rapidamente, NAVIOS ENCOURAÇADOS com PEQUENO CALADO.
A MISSÃO DA NOSSA MARINHA SERIA, mais uma vez, o BLOQUEIO NAVAL e o
APOIO LOGÍSTICO às FORÇAS de TERRA. Posteriormente, quando o território
paraguaio fosse invadido, seria muito importante o apoio de fogo contra as
fortalezas do rio Paraguai.
AULA 17 - Conclusões
√ A postura diplomática de Solano López causou uma guerra de grandes
proporções, que exigiu grandes esforços da MB. (PRIMEIRO ATO FOI PARAGUAIO)
√ A batalha naval do Riachuelo foi o ponto de inflexão da guerra da Tríplice
Aliança.
AULA 18
3.2 – DESENVOLVIMENTOS TECNOLÓGICOS DO SÉCULO XIX E O NEOCO- LONIALISMO
3.2.2 - O Neocolonialismo
O desenvolvimento industrial trouxe a necessidade de novos mercados e
novas fontes de matérias-primas, levando a uma nova corrida colonial.
Além de Inglaterra e França, novos atores desejavam participar desse
processo, tais como a Prússia, a Rússia e os EUA. Os americanos conquistaram
extenso território na guerra contra o México (1846-1848).
A China começou a ser forçada pela Inglaterra a ceder vantagens comerciais
às nações europeias (Guerras do Ópio – 1839-1860).
O Japão foi forçado pelos EUA a sair do seu isolamento (1853); e
A África foi retalhada entre as potências imperialistas (Conferência de
Berlim – 1884-1885).
Os americanos conquistaram Cuba e as Filipinas na guerra contra a
Espanha (1898), em nome da Doutrina Monroe.
AULA 18 - Conclusões
√ O desenvolvimento industrial trouxe a necessidade de novos mercados e fontes
de matérias-primas, levando a uma nova corrida colonial que supervalorizou o
Poder Naval.
√ A rapidez das mudanças tecnológicas aplicadas às marinhas exigiu muitos
recursos e acelerou a obsolescência do material bélico.
AULA 19
3.3 – O PROGRAMA NAVAL DE 1906
O final do século XIX foi um período de forte declínio da Marinha do Brasil,
que havia atingido posição de relevo no panorama internacional após o fim da
guerra com o Paraguai, apesar de grande parte dos navios ser apropriada apenas
para operações fluviais. O término deste conflito, somado a outros fatores
políticos e econômicos, encerrou o surto de progresso da construção naval no país.
Os navios pouco se movimentavam, para economizar o combustível importado.
Com a Proclamação da República (1889), profundas mudanças ocorreram no
sistema de poder do Brasil, passando o Exército a exercer papel decisivo na
formulação da política nacional, em detrimento da Marinha.
Após a proclamação da República, o Brasil passou por muitos momentos de
instabilidade política, com a participação destacada de alguns oficiais da
Marinha.
A REVOLTA DA ARMADA (1893-1894), LIDERADA pelo ALMIRANTE CUSTÓDIO de
MELLO, agravou a posição da Marinha no contexto nacional, consolidando o
afastamento do núcleo político, com reflexos no prestígio e desgaste material da
instituição. Neste episódio DESTACOU-SE a participação de alguns vultos navais,
como os Almirantes EDUARDO WANDENKOLK e SALDANHA da GAMA.
AULA 20 - Conclusões
√ Após a IGM, a MB iniciou longo relacionamento com a Marinha Americana, o
que muito contribuiu para nosso desenvolvimento.
√ O programa naval de 32/36 proporcionou o renascimento da construção naval
no Brasil, dentro das possibilidades financeiras e técnicas do país.
AULA 21
3.6 – A PARTICIPAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL
AULA 21 - Conclusões
√ O afundamento de navios brasileiros pelos alemães foi em represália à adoção
pelo Brasil de uma postura francamente pró-americana.
√ O auxílio norte-americano foi fundamental para adquirimos a capacidade de
controlar áreas marítimas.
√ O recebimento de meios modernos e a assimilação de novas táticas levaram a
uma MUDANÇA de MENTALIDADE na Marinha.
√ CONFIRMOU-SE a DEPENDÊNCIA brasileira de seu COMÉRCIO MARÍTIMO, sendo
prioritária a defesa de nossas linhas de comunicação.
AULA 22
CAPÍTULO 4 - AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS APÓS A II GUERRA MUNDIAL
AULA 22 - Conclusões
√ O TIAR (1947) e o Acordo Militar (1952) permitiram ao governo americano
fornecer meios à MB, mas em conformidade aos seus interesses políticos
(equilíbrio no Cone Sul) e estratégicos (guerra antissubmarino).
√ A aquisição de navios americanos desestimulou a construção naval no Brasil.
√ Somente a partir da criação do Fundo de Marinha Mercante houve o investimento
em novos estaleiros
√ Foi dedicado grande esforço à ampliação e aperfeiçoamento da infraestrutura de
apoio aos meios navais
AULA 23
4.2 – POLÍTICA MARÍTIMA E NAVAL BRASILEIRA NA DÉCADA DE 60
4.2.1 – A “Guerra da Lagosta”
Entre 1961 e 63, houve um contencioso entre os governos do Brasil e da França
sobre os direitos de captura da lagosta na plataforma continental brasileira,
próximo ao litoral do Nordeste.
Os franceses, que já haviam dizimado a lagosta noutros locais por utilizarem
técnicas de captura predatórias, tinham conseguido do governo brasileiro uma
autorização excepcional para realizar suas atividades no litoral do Nordeste.
A CRISE EXTRAPOLOU as RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS entre os dois países,
quando o presidente João Goulart resolveu suspender a autorização para pesca,
de tal modo que ambos chegaram a mobilizar os seus recursos bélicos para
defender seus interesses nacionais. Esse episódio ficou conhecido como a “Guerra
da Lagosta”.(o Conselho de Segurança Nacional determinou o deslocamento de
uma força naval e de aviões da FAB para a área).
Após a Marinha do Brasil apresar alguns navios pesqueiros franceses, a
França enviou um contratorpedeiro para a região, destacado de uma força-tarefa
em exercício nas costas do Senegal. Em resposta, o Conselho de Segurança Nacional
determinou o deslocamento de uma respeitável força naval e de aviões da FAB para
o Nordeste.
Em 10 de março de 1963, a França retirou da área o seu navio de guerra e os
pesqueiros por ele protegidos, passando o caso para o âmbito diplomático. O
Brasil conseguiu, assim, impedir o desvio de seus recursos naturais, apesar da
intimidação militar de um país com poderio bélico muito superior.
4.4.2 – Os anos 80
O apoio brasileiro durante a crise das “Malvinas” abriu caminho para
eliminar desconfianças argentinas em relações ao Brasil, permitindo uma
aproximação político e econômica durante a década de 80, que se consolidou no
Tratado do Mercosul, em 1991.
O Acordo Brasil-Argentina de 1986 iniciou um processo de intensa cooperação
militar entre os dois países, precedendo o fim da Guerra Fria (1989), que foi
assinalado pela queda do muro de Berlim e pela reunificação da Alemanha.
A administração do ministro Maximiano da Fonseca deu prosseguimento ao
programa de renovação de meios, orientado para sua nacionalização. Foi iniciada a
construção de submarinos IKL-1400 (classe “Tupi”), o primeiro na Alemanha e o
restante no Brasil, marco histórico da construção naval brasileira. Também foi
iniciada a construção de um novo navio-escola (NE “Brasil”), a partir do projeto das
fragatas classe “Niterói”.
Além disto, foi iniciado um projeto de construção de corvetas (classe
“Inhaúma”), também baseado no projeto das fragatas, dando início ao esforço de
transferir para estaleiros civis a construção de navios militares.
Finalmente, graças à determinação e visão do Almirante Maximiano, foi
iniciado o Projeto Antártico, com a aquisição de um navio de apoio oceanográfico
(NApOc “Barão de Teffé”) e a construção da Estação “Comandante Ferraz”, o que
levou à aceitação do Brasil como integrante do Tratado Antártico (1983).
4.4.3 - A Década de 90
O fim da “Guerra Fria” foi prenunciado pela queda do muro de Berlim e a
consequente reunificação da Alemanha (1989). A adoção da democracia pluralista
como sistema universal de governo e da economia de mercado como o único
instrumento capaz de assegurar o pleno desenvolvimento econômico passaram a
ser os objetivos básicos dos países recém-saídos do regime comunista, que se
integravam ao sistema capitalista europeu.
A década de 90 aumentou a tendência a limitar a soberania do Estado
nacional, principalmente os de menor expressão política. Como exemplo, a
repressão da Sérvia aos separatistas da etnia albanesa da província de Kosovo, que
buscavam sua autonomia, levou a uma série de ataques pelos EUA, sem o apoio do
Conselho de Segurança da ONU (1998). Esta intervenção levou à perda da soberania
da Sérvia sobre a região, que se tornou autônoma e atualmente já é reconhecida
como um Estado soberano.
As relações entre Estados soberanos permanecem como relações de poder, o
que não permite relegar a plano secundário a prontificação de suas forças armadas,
mesmo sendo remotas as possibilidades de conflito. Neste contexto, a principal
tarefa do Poder Militar nessa nova ordem será a dissuasão, com ênfase na “Ação de
Presença”.
A identificação pela Marinha da grande deficiência para as operações navais,
decorrente da falta de um sistema de interceptação e ataque, fez com que se
engajasse na luta pela aquisição de aeronaves de asa fixa, o que foi alcançado em
1998 (20 aeronaves A-4K e 3 TA-4K). A Força Aeronaval era assim reconstituída na
sua plenitude, desde a sua extinção em 1941, com a criação do Ministério da
Aeronáutica.