Você está na página 1de 2

COLÉGIO PEDRO II

GEOGRAFIA – PROFESSOR LEANDRO ALMEIDA


MATERIAL DE APOIO – AULA 1

ESPAÇO RURAL - SISTEMAS AGRÍCOLAS

As atividades agrícolas podem ser desenvolvidas a partir de, basicamente, duas maneiras. A primeira consiste
no uso intensivo de recursos, nos quais o grau de produtividade dessa atividade apresenta-se elevado, ou seja, o
desempenho da propriedade é alto. A segunda é caracterizada pelo baixo grau de produtividade, no qual são
utilizados poucos insumos agrícolas, e, consequentemente, a propriedade rural apresenta um baixo rendimento pela
área explorada. Portanto, é possível diferenciar a agropecuária entre produção extensiva e a produção intensiva.

SISTEMA EXTENSIVO SISTEMA INTENSIVO


Baixo investimento financeiro e tecnológico Grande capital e tecnologia aplicados
Técnicas rudimentares e arcaicas Técnicas modernas e de precisão
Baixo índice de exploração da terra Alto índice de aproveitamento dos solos
Mão-de-obra desqualificada Mão-de-obra qualificada
Baixa produtividade Alta produtividade

Mas além disso, existem diferentes sistemas ou modos de produção agrícola, que variam de um lugar para
outro em função das condições socioeconômicas, culturais, técnicas e influências do meio natural que caracterizam
cada espaço geográfico. Dentre os principais sistemas agrícolas, destacam-se a agricultura de subsistência,
agricultura itinerante, agricultura de jardinagem, agricultura de plantation e o modelo empresarial de Belts
desenvolvido nos Estados Unidos.

1. Agricultura de subsistência

É um sistema extensivo. Visa atender às necessidades básicas de consumo dos agricultores e de suas famílias.
É ainda praticada em regiões muito pobres da África e a América Latina, onde os agricultores não têm disponibilidade
de capital para adquirir meios técnicos para aumentarem sua produção. Normalmente é feita em pequenas e médias
propriedades. O excedente, quando ocorre, pode abastecer alguns centros urbanos.

2. Agricultura itinerante

Outro exemplo de sistema extensivo. É uma variável da agricultura de subsistência, com a diferença essencial
de que o agricultor precisa periodicamente mudar o local de plantio. Isso ocorre com agricultores que utilizam a
prática da queimada para preparar a área de plantio. A queimada acarreta o esgotamento precoce do solo, o que
força seu abandono em busca de outra área a ser cultivada, onde a mesma prática se repete. Os produtos agrícolas
cultivados são de subsistência, como o milho, a mandioca, o inhame etc. Essa agricultura se desenvolve
especialmente no Continente Africano e na América Latina. No Brasil, a agricultura de roça é um exemplo de
agricultura itinerante e de subsistência. Também pode ocorrer a prática de uma pecuária itinerante. Em geral ocorre
em pequenas e médias propriedades, mas também ocorre em alguns latifúndios.

3. Agricultura de jardinagem

É praticada na Ásia das Monções (Sudeste Asiático), onde os verões são quentes e possuem uma elevada
umidade. É uma agricultura tradicional, que utiliza as técnicas de irrigação e adubação somadas a cuidados bastante
especiais em relação aos vegetais e ao solo, o que consequentemente permite uma boa produtividade. Predomina a
rizicultura, ou seja, o plantio do arroz. Porém, não pode ser considerada uma monocultura, visto que diversos outros
vegetais são cultivados. No geral, as propriedades são muito pequenas e ocorre o emprego de uma grande
quantidade de mão-de-obra. Uma técnica muito utilizada é o terraceamento (aplainamento em degraus de
superfícies inclinadas, interrompendo um declive) para que ocorra retenção de água e sedimentos e para evitar a
erosão pluvial. É um sistema intensivo em mão-de-obra, pois o trabalho manual é utilizado em grande escala, nas
fases de adubação, plantio e colheita – o que explica o reduzido uso de máquinas.

4. Agricultura de plantation

Os europeus desenvolveram esse tipo de agricultura em suas colônias tropicais a partir do século XVI. As
principais características dessa agricultura são: utilização da monocultura voltada para o mercado externo,
desenvolvida em grandes propriedades rurais (latifúndios); uma quantidade numerosa de mão de obra e a produção
em grande escala. Uma consequência desse modelo de agricultura é a concentração da terra e o abandono das
lavouras de subsistência. É um exemplo de sistema extensivo, pois apesar da grande produção (em função dos
enormes terrenos usados), o uso de técnicas arcaicas faz com haja uma baixa produtividade. Ocorre uma grande
dependência em relação aos mercados externos, o que contribui para possíveis instabilidades econômicas. Exemplo:
cultivo da cana-de-açúcar no Brasil e Antilhas; produção de banana na América Central.

5. Agricultura dos Estados Unidos

Esse modelo de agricultura empresarial é um exemplo de sistema intensivo, vide a sua alta produtividade.
Emprega uma grande quantidade de máquinas e pouca mão-de-obra, visando a atender às necessidades do mercado.
É um modelo extremamente competitivo, e os alimentos produzidos são vendidos no mercado interno e externo.
Predominam as médias e grandes propriedades familiares (os farmers) que desenvolvem uma produção
especializada, que deram origem aos belts (cinturões agrícolas), que são extensas áreas do território destinadas a um
tipo de produto principal. Os Estados Unidos são considerados o celeiro do mundo, ou seja, a maior potência agrícola
do globo, apesar da agropecuária representar apenas 2% do PIB americano e empregar 3% da população
economicamente ativa.

Cinturões Agrícolas (Belts) dos Estados Unidos

Você também pode gostar