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Geografia – 2º ano – 2ª etapa

Dinâmica Rural

 Contextualização: o processo de urbanização ocorrido no século XX reconfigurou as


estruturas sociais, inclusive no campo. Tanto a modernização da agricultura quanto a
industrialização fizeram a população migrar do campo para as cidades, fenômeno
conhecido como êxodo rural.

 Tipos de agricultura

 Podem ser classificados de acordo com 3 critérios: finalidade, técnica e mão de obra.

 Finalidade: Subsistência: produção voltada para consumo, comercialização do que


sobra

Comercial: objetiva o comércio do que é produzido visando o lucro. Coexistem a


pequena agropecuária comercial (familiar) e a grande agropecuária comercial
(empresas ou proprietários).

 Técnica: Tradicional: poucos recursos tecnológicos e inovação. Muita mão de obra,


pouca produtividade. Mais comum na agricultura de subsistência, também presente
na comercial.

Moderna: usa os avanços da revolução verde (1950) de forma altamente integrada


com o mercado para a venda e compra de insumos (fertilizantes, maquinário e
defensivos agrícolas).

Orgânica: utilização da terra de forma sustentável, não utilização de químicos e


utilização de adubação natural.

 Mão de obra: Patronal: mão de obra = trabalhadores assalariados. Normalmente são


empresas agrícolas que utilizam técnicas modernas.

Familiar: mão de obra = membros da família. Pode ser de subsistência ou comercial,


tradicional, moderna ou orgânica. Camponesa e farmer norte-americano: destaques
da agricultura familiar.
Camponesa: mão de obra = membros da família. Produzem para si e para o comércio
local, visando o próprio sustento e NÃO o lucro. Representa uma agricultura familiar
que amplia o desenvolvimento capitalista.

 Transformações na agricultura e a resistência camponesa

 Com a passagem da Idade Média para a Idade Moderna surgiu o capitalismo, e com
ele a necessidade de subordinar a agricultura aos interesses capitalistas, o que fez a
agricultura produzir mais visando ao lucro.
 Com os cercamentos na Inglaterra, milhares de camponeses foram expulsos de suas
terras, o que liberou mão de obra para as indústrias, e deu gás à Revolução
Industrial.
 O capitalismo, no entanto, não destruiu, mas transformou a agricultura tradicional em
uma agricultura comercial, fazendo camponeses produzirem para o mercado, ainda
de forma tradicional, mas inseridos no comércio mais abrangente.
 Essa mudança ocasionou o seguinte: ao mesmo tempo que formou ricos agricultores,
deixou a outra parte dos camponeses empobrecida e sem terras para plantar. Esses,
então, migravam para as cidades para trabalhar nas indústrias, ou trabalhavam para
os que tinham enriquecido.
 A luta pela terra tornou-se uma das principais formas de resistência do campesinato.
Como representantes dos interesses daqueles que vinham sendo oprimidos pelas
novas relações capitalistas, se aliavam a movimentos operários em busca de
transformações sociais.
 Algumas revoluções que tiveram importante participação do campesinato:

 Revolução Mexicana (1910): Visava à maior democratização do acesso à terra e


propunha uma reforma agrária por meio do desmembramento dos latifúndios
mexicanos. Houve a reforma agrária, mas nem todas as reinvindicações foram
atendidas.

 Revolução chinesa (1949): Liderada por Mao Tsé-tung, os camponeses tiveram


essencial participação na vitória comunista.

 O protecionismo agrícola

 O protecionismo agrícola é um conjunto de práticas que têm como objetivo impedir ou


dificultar a entrada de produtos agrícolas estrangeiros em um país para proteger a
produção nacional. Foi intensamente implementado após a Segunda Guerra Mundial.
 O argumento da implementação dessa prática é que, sem a proteção, algumas
atividades deixariam de existir no país por não poderem competir com os produtos de
países mais produtivos.
 Formas de protecionismo são: cobrança de impostos elevados sobre importações,
criação de cotas sobre quantidades de importação, proibição de importação sobre
certos produtos (barreiras não tarifárias).
 Também existem os subsídios dados por governos de países ricos aos seus
agricultores: taxa de juros mais baixa, política de preço mínimo, garantia de compra
da produção...
 O protecionismo é questionado por muitos países por ser adotado por países
desenvolvidos, que protegem seus mercados dos produtos de países
subdesenvolvidos.

 Dumping

 O termo se refere à prática desleal na concorrência, como por exemplo vender um


produto mais barato que seu custo para falir o concorrente e ficar com o monopólio na
formação dos preços ou não respeitar as regras do processo produtivo e
consequentemente baratear o custo final.
 Isso também ocorre quando não se respeita legislação ambiental (dumping
ambiental), o que faz o preço do produto ser muito menor do que o daquele que
respeita a legislação ambiental e seus critérios.
 Ocorre ainda o dumping social, quando as condições de trabalho são ruins e o preço
da mão de obra é muito baixo, desrespeitando as legislações trabalhistas.

 A agricultura americana

 Os Estados Unidos são hoje os maiores produtores de alimentos do mundo, com uma
agropecuária moderna e integrada ao comércio, que se destaca por dois modelos
agrícolas:

Texano: voltado para o ganho de escala, o modelo texano inclui as grandes


propriedades de mercadorias pouco diferenciadas e produzidas em larga escala com
alta tecnologia, o que cria a necessidade de aproveitamento do solo.

Californiano: voltado para as especificidades de seus produtos, o modelo californiano


tem como base a diferenciação de qualidade, com as mercadorias necessitando de
uma maior atenção do produtor.

 A agricultura europeia

 Apresenta grande diversidade regional, mas como características gerais tem a


estrutura de propriedade baseada em pequenos e médios estabelecimentos, adoção
de técnicas modernas de cultivo e a prioridade dada aos mercados internos.
 Os países mais industrializados praticam uma agricultura intensiva, apoiada em
técnicas modernas e integradas ao mercado, fruto de um processo de modernização
que vem ocorrendo desde o século XIX.
 Nos países de modernização tardia (principalmente Leste europeu), as práticas
agrícolas tradicionais ainda dominam.
 Nos países do antigo bloco socialista houve uma modernização voltada para a
coletivização da produção que originou as grandes fazendas coletivas, administradas
por uma cooperativa de trabalhadores e ainda as fazendas estatais, administradas
pelo Estado, onde os trabalhadores eram assalariados.
 Mundo rural nos países em desenvolvimento

 Uma das características que diferencia os países em desenvolvimento dos países


desenvolvidos é a participação da agricultura na PEA (População Economicamente
Ativa). Os países em desenvolvimento possuem uma significativa parcela da
população vivendo no campo, diferentemente dos países desenvolvidos.

 Nos países desenvolvidos o processo de modernização levou a um êxodo rural. Já


nos países em desenvolvimento, são comuns as seguintes práticas:

 Jardinagem: praticada no sudeste asiático, normalmente em áreas de planície, se


utiliza de mão de obra intensa e técnicas modernas de adubação e irrigação, que
pode aumentar a produtividade.

 Plantation: sistema que utiliza grandes áreas de monocultura para exportação,


aplicando técnicas modernas e o uso de mão de obra barata. Está atualmente nas
mãos de grandes proprietários de terra ou empresas capitalistas.

 Agricultura sedentária rudimentar: dependência dos recursos naturais; os meios


técnicos (maquinário) são escassos (baixa produtividade). Representa uma das
principais fontes de renda de países asiáticos e africanos, que por dependerem de
recursos naturais, frequentemente sofrem com problemas de fome causada por
enchentes ou secas.

 Pastoreio nômade: comum nas áreas próximas ao deserto, é caracterizado pela


prática de atividades de subsistência nômade, já que as condições naturais não
permitem agricultura sedentária.

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