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GESTÃO E PLANEJAMENTO NA

EMPRESA RURAL
AULA 2

Prof. Henrique Lacerda Nieddermeyer


CONVERSA INICIAL

Desde os primeiros vislumbres de humanidade, a agricultura o


acompanha, por isso o agronegócio, como é tratado atualmente, representa uma
das atividades mais importantes do homem, principalmente por prover o
alimento, uma das bases da vida.
Há centenas de anos, o ser humano vivia de forma nômade, mudando de
um local para o outro na perseguição por alimento. Ele não tinha o conhecimento
do cultivo de vegetais, legumes, frutas, portanto assim que os principais recursos
de um local terminavam, ele tinha que partir para outro lugar. Assim, como afirma
Araújo (2018, p. 1), era uma vida de altos e baixos, em termos de recursos
disponíveis:

Em cada local em que um bando se instalava, a coleta, a caça e a


pesca, fáceis no início, ficavam cada vez mais difíceis e distantes, até
um momento em que as dificuldades para a obtenção de alimentos se
tornavam tão grandes que os obrigavam a mudar sempre de lugar, sem
fixação de longo prazo.

Há milhares de anos alguns milhões de pessoas habitavam o planeta, e


naquele momento os recursos eram abundantes e concentrados, o que facilitava
a vida, mas à medida que tanto a população cresceu, quando os recursos mais
fáceis foram se tornando esparsos, a dinâmica da vida humana se modificou
severamente.

TEMA 1 – AGRICULTURA E SEUS SETORES

1.1 Introdução

Não se sabe o que converteu o nômade e o incentivou a tomar


assentamento, fixar seu local de habitação, mas o que se sabe é que o que
viabilizou o começo da nova fase foi a descoberta das sementes e de sua
capacidade de crescer novos vegetais, hortaliças e até frutas e a criação de
pequenos animais.
Portanto a humanidade saiu de uma situação de puro extrativismo para
uma rudimentar forma de cultivo, mas em termos de tecnologia as técnicas eram
extremamente simples e objetivas, e dependiam muito das condições do clima.
A formação das primeiras comunidades permitiu ao homem se organizar
produtivamente de forma que uma unidade familiar não mais produziria os

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alimentos que demandava, esforçando-se para produzir mais de um
determinado item. A autossuficiência era comum nessas propriedades rurais, o
que concedeu aos primeiros assentamentos uma condição quase que de
isolamento.
Esses assentamentos demonstravam a natureza de total subsistência em
que a humanidade vivia, o que determina que a atividade agropecuária
rudimentar da época representava a maior função realizada pelas comunidades.
Conforme as décadas foram avançando, a humanidade passou a criar suas
estradas, ligando assentamentos e, com isso, mudando a dinâmica da produção
rural, uma vez que se atendia a novas necessidades.
Fato é que até algumas centenas de anos atrás as comunidades
produziam mais de determinada cultura a fim de poder trocar por outros itens de
sua necessidade, tal como afirma Araújo (2018, p. 2):

Esse modelo geralmente continha uma atividade comercial (como


fumo, trigo, açúcar ou outras), em escalas de produção diferenciadas,
com o objetivo de gerar receita para compra de alguns bens não
produzidos no local, como sal, querosene para iluminação e outros
produtos, e para gerar riquezas a poucos.

Durante muito tempo, as propriedades rurais permaneceram


autossuficientes, o que também significava que a atividade agrícola era a mais
importante, se não a única atividade desempenhada, sendo que os eventuais
itens de necessidade não produzidos eram conquistados por meio de trocas.

1.2 Conceitos do agronegócio

A evolução do agronegócio acompanhou o constante crescimento da


população mundial e o gradativo surgimento de tecnologias que permitissem o
melhor desempenho das atividades rurais. Dessa forma, podemos compreender
que as propriedades rurais sofreram com muitas mudanças no decorrer das
décadas e séculos, embora os últimos 100 anos tenham concentrado as
mudanças mais importantes do setor.

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Figura 1 – Agronegócio

Crédito: Andrii Yalanskyi/Shutterstock.

Com o crescimento populacional, modelos como o escambo, em que as


trocas permitiram que uma pessoa consumisse produtos que não tinha
condições de produzir, tomou conta, até que muitos assentamentos dessem
origem às primeiras cidades. Com a concentração populacional e industrial
dessas novas cidades, o que se observou foi o início de um movimento
migratório partindo do meio rural, conforme observa Araújo (2018, p. 3):

No caso do Brasil, a população começou a sair do meio rural e dirigir-


se para as cidades, com a taxa de pessoas residentes no meio urbano
passando de 31,3% no ano de 1940 para 84,36% em 2010. Em 1940,
a população rural brasileira era de 28,2 milhões de pessoas (68,45%
sobre a população total), no ano de 2000 era de 31,8 milhões,
estimando-se para 2010 o total de 29,8 milhões, retornando próximo
aos mesmos quantitativos de 1940, enquanto a população urbana salta
de estimadas 13 milhões de pessoas em 1940 para 160,9 milhões em
2010.

O grande desafio do agronegócio sempre foi o de acompanhar o


crescimento populacional, pois seu desempenho sempre ofereceu a base das
condições que permitiram o desenvolvimento socioeconômico e viabilizou os
aumentos populacionais, como o que fez saltar de 3 bilhões em 1954 para mais
de 7 bilhões em 2017.

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Esse crescimento populacional passou a sobrecarregar o meio rural que,
após 1940, tinha uma tarefa cada vez mais difícil, em que o produtor tinha que
produzir para sua subsistência ao mesmo tempo em que tinha que oferecer uma
quantidade muito maior para atender à demanda de outros produtores rurais e
moradores do meio urbano que não tinham condições de produzir itens básicos.
Para compreender como o desafio do produtor rural sempre foi grande, o
quadro a seguir apresenta a evolução populacional entre meio urbano e rural de
1940 a 2010:

Quadro 1 – População brasileira rural e urbana entre 1940 e 2010 (em milhões)

Anos Pop. Total Pop Urbana Pop. Rural Rural/Total(%) Urbana/Total(%)


1940 41,2 13,0 28,2 68,45 31,55
1950 51,9 18,8 33,1 63,78 36,22
2000 170,1 138,0 32,1 18,87 81,13
2010 190,8 160,9 29,8 15,64 84,36
Fonte: IBGE, 2013, citado por Araújo 2018, p. 4.

A produtividade da agricultura sempre foi uma questão debatida e


pesquisada, portanto nos seus primeiros momentos, embora existisse certo
domínio da terra, o desempenho era muito abaixo do que se observa na era
moderna, em grande parte pela até então inexistente pesquisa genética que
apresentou ao setor avanços no desenvolvimento de variedades mais produtivas
e resistentes a pragas de muitos grãos e hortifrutis.
O desenvolvimento de novas tecnologias (como a genética) permitiu que
o agronegócio, mesmo com um menor contingente no meio rural, conquistasse
um grande aumento da produtividade e esse cenário mudou várias
características da dinâmica rural, como:

• Perdem sua autossuficiência;


• Passam a depender sempre mais de insumos, máquinas e serviços
que não são seus, provenientes de fora das propriedades;
• Especializam-se somente em determinadas atividades;
• Geram excedentes de produtos e abastecem mercados, às vezes,
muito distantes;
• Realizam compras diversificadas;
• Recebem informações externas;
• Necessitam de estradas, armazéns, portos, aeroportos, softwares,
bolsas de mercadorias, pesquisas, fertilizantes, novas técnicas, tudo
de fora da propriedade rural;
• Conquistam mercado;
• Enfrentam a globalização e a internacionalização da economia.
(Araújo, 2018, p. 4)

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Com essa constante evolução tecnológica e produtiva, o termo agricultura
passou a não mais definir a atividade rural com precisão, ficando estabelecido o
nome agronegócio, pois em muitas situações existe a indústria rural, o comércio,
ou seja, não somente uma propriedade onde algo é cultivado. Portanto o meio
rural não é mais um local onde existem somente propriedades rurais, terra e
cultivo, existem indústrias, infraestrutura, e de acordo com Araújo (2018, p. 4),

A “agricultura” de antes, ou setor primário, passa a depender de muitos


serviços, máquinas e insumos que vêm de fora. Depende também do
que ocorre depois da produção, como armazéns, infraestruturas
diversas (estradas, portos e outras), agroindústrias, mercados
atacadista e varejista, exportação. Depende também de compras de
vários produtos, inclusive agropecuários, para o abastecimento
próprio.

Uma vez dentro da economia, o meio rural passa a fazer parte de uma
cadeia produtiva, com as propriedades rurais cada vez mais especializadas, e a
depender de tanta infraestrutura quanto a indústria demanda dos ambientes
urbanos como energia, estradas para o escoamento da produção, locais de
armazenamento, transporte.
A forma moderna de se expressar o significado de agronegócio está na
cadeia responsável por produzir insumos agropecuários do processo de
beneficiamento, do processo produtivo, até sua distribuição que ao mesmo
tempo alimenta fábricas diversas, mas que também oferece direto ao
consumidor, no varejo. Nesse sentido, Araújo (2018, p. 4) afirma que o termo
agronegócio fora adotado mundialmente:

No Brasil, essa nova visão de “agricultura” levou algum tempo para


chegar. Só a partir da década de 1980 começa a haver difusão do
termo, ainda em inglês. Os primeiros movimentos organizados e
sistematizados surgiram de focos, principalmente em São Paulo e no
Rio Grande do Sul. Nessa época surgiram a Associação Brasileira de
Agribusiness (Abag) e o Programa de Estudos dos Negócios do
Sistema Agroindustrial (atual Centro de Conhecimento em
Agronegócios), Universidade de São Paulo (Pensa/USP).

Criada em 1993, a Abaq tem por objetivo de buscar um equilíbrio na


cadeia produtiva do agronegócio, interconectando seus diversos aspectos e o
fez por meio da criação de seu setor de pesquisa e desenvolvimento, o Instituto
de Estudos de Agribusiness. Dessa forma, o setor busca evoluir em produção ao
mesmo tempo em que abre espaço para a participação dos produtores e demais
envolvidos na atividade.

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O setor agropecuário brasileiro passou a ser referido por Agribusiness e
assim permaneceu na década de 1980, sendo a forma natural de referência ao
setor. O nome agribusiness representava uma visão mais administrativa e
industrial ao setor e, na década de 1990, convencionou-se que deveria ser
tratado por agronegócios, o que se espalhou na imprensa e literatura, além do
meio universitário.
Mas vale ressaltar que a questão da nomenclatura, nesse caso, não é
relativa ao marketing e trata da forma com que o setor é visto por seus membros,
e pelos que se relacionam produtiva e comercialmente com ele, e como
apresenta Araújo (2018, p. 6):

Na Bahia, as primeiras discussões sobre a necessidade de se entender


o setor não mais como agricultura surgiram em nível da Secretaria da
Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), nos anos de 1988/89,
com publicações de artigos em jornais locais e algumas discussões,
lideradas pelo autor deste livro e pelo economista Gilton Alves Aragão.
Porém, na época, faltou um trabalho mais sistematizado e de maior
relevância. Na década de 1990, as discussões técnicas sobre o tema
se aprofundaram e entram em cena outras instituições, ressaltando, no
início, os trabalhos e as propostas da Gerência de Agroindústria da
Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo (SICT),3 sob a direção do
autor deste livro e contribuições de outros técnicos, principalmente o
engenheiro agrônomo Paulo José Simões de Amorim e Paulo Sérgio
Duarte Pontes.

O agronegócio efetivado como área do conhecimento surge em 1997 por


meio da Unyahna e, em 1999, pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Os
cursos foram criados com a matriz da graduação em Administração como base,
oferecendo a habilitação em agronegócios e culminou na criação, no ano de
2000, do Núcleo de Estudos Avançados em Agronegócios, o Nucleagro.
Há no Brasil, por parte da população, ainda uma visão errônea que separa
a produção agropecuária em dois segmentos: agricultura familiar e agricultura
empresarial (ou o agronegócio). Se é que há essa separação, tem-se a
considerar que mesmo com toda essa evolução e com a questão da
nomenclatura agindo de forma explicitamente educativa, existe, em grande parte
da população, a divisão da agropecuária em familiar e empresarial, sendo que a
familiar dificilmente é vista como um negócio:

• Ambas as “agriculturas” são empresariais;


• O denominado “agricultor familiar” tem que ser considerado
empresário, que deve contar com atendimento especial, apoiado por
políticas específicas;
• A “agricultura empresarial” não é isoladamente o agronegócio;
• ambas as “agriculturas” são segmentos (partes componentes) do
agronegócio. (Araújo, 2018, p. 6)

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Embora o setor mantenha esforços para que seja visto como único,
englobando suas diversas formas, seu aspecto rural integrado com o aspecto
industrial, internamente existem muitos pequenos produtores que não se
percebem como empresários, empreendedores e acreditam que sua atividade é
puramente produtiva e rural, ignorando todas as atribuições comerciais e
administrativas.

TEMA 2 – SETORES DO AGRONEGÓCIO

Compreendendo que o agronegócio é um ecossistema produtivo


complexo e diversificado que vai muito além da produção e da propriedade rural,
ele pode ser dividido em diferentes segmentos, que, na prática, atuam como
formas de referenciação do setor e esclarecem a atuação dos diferentes agentes
econômicos envolvidos, sua posição na cadeia produtiva e interação com os
demais setores e atores da economia. Essa divisão foi feita com a porteira, local
de entrada de uma propriedade rural, como símbolo, e dessa forma temos três
setores distintos:

• Antes da porteira: que trata dos insumos;


• Dentro da porteira: sobre a produção agropecuária;
• Depois da porteira: inclui o processamento e a cadeia de suprimentos.

O primeiro segmento, denominado antes da porteira, concentra os


produtores e fornecedores dos insumos demandados pela atividade agrícola
como equipamentos, produtos e serviços. De acordo com Araújo (2018), o
objetivo do segmento é o de melhorar a produção por meio do desenvolvimento
das suas diversas tecnologias de insumos agrícolas, de forma a oferecer uma
maior produtividade aliada a eficiência operacional, com grandes e positivos
efeitos na redução dos custos da atividade nas unidades rurais.

TEMA 3 – ANTES DA PORTEIRA

Portanto, todo e qualquer insumo para a produção agropecuária é tratada


como dentro do segmento antes da porteira, pois serão encaminhados às
propriedades rurais para participar do processo produtivo. Dessa forma,
podemos compreender que se trata de produtos, máquinas e serviços que, na
sua maior parte, serão produzidos fora do ambiente rural e levados ao campo
para realizar sua finalidade.
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Os itens mais comumente associados a esse segmento e fundamentais
para a atividade são os corretivos para o tratamento do solo, os seus
implementos e até as tecnologias que permitem ao produtor ter acesso à água.
No que diz respeito aos serviços antes da porteira, temos os serviços de
assistência técnica para as máquinas e equipamentos agrícolas, além dos
bancos e instituições financeiras com suas linhas de crédito especiais ao
produtor rural.
Ainda com relação à questão do crédito rural, esse serviço também é
ofertado pelo poder público na forma de suas instituições, programas e políticas
públicas como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Mapa
(Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento).
Uma subdivisão pode ser feita com os fornecedores, no que diz respeito
aos insumos e serviços, em que os fornecedores de insumos, por definição, são
os atores responsáveis a oferecer as matérias-primas, os equipamentos e
demais itens acessórios para que o produtor rural tenha acesso à mais nova e
melhorada tecnologia que beneficie sua produtividade.
Fazendo um rápido paralelo, como existem muitos produtores rurais que
ainda não se percebem como empreendedores, donos de uma empresa rural, é
de se esperar que não vejam seus insumos e serviços como benfeitorias, pois
acabam assimilando tais itens como obrigações e não enxergam a real
importância estratégica merecida, assim como apresentam Oliveira e Cadan
(2020, p. 4):

As atividades de compras apresentam grande impacto nas relações


diárias da propriedade rural e, consequentemente, no desenvolvimento
eficiente das atividades. Ballou (2007) descreve o procedimento de
compras envolve vários processos logísticos, desde as práticas
realizadas pelos fornecedores, a escolha do produto, até o processo
de transporte. Ressalta a importância que o processo de compras tem,
devido à relação direta que este produto adquirido terá ao produto final.

Os insumos e serviços representam um componente de custo e estratégia


de grande impacto ao produtor rural, de forma que seu processo de compra
também deve ser visto como estratégico, uma vez que ele, o produtor, deve
sempre buscar adquirir seus insumos e contratar serviços ao menor preço,
salvaguardando-se para poder controlar o custo operacional de sua atividade.
Aqui valem algumas das estratégias comerciais mais comuns nos demais
setores econômicos, como a compra em lote somada a compra antecipada, em

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que o produtor se organiza, elenca a lista de suas necessidades com grande
antecedência e vai em busca do melhor negócio, mesmo estando a meses de
iniciar seu plantio.
Para que o produtor seja capaz de usar a antecipação de compra em seu
benefício, ele deve antes ter realizado seu planejamento estratégico para a safra
com a qual esses produtos vão ser utilizados. Trata-se de determinar as culturas,
as áreas alocadas a cada cultivo e, dessas informações, aliadas a questões
climáticas, condições de solo e até status de maquinário e mão de obra, poderá
estabelecer a quantidade de insumos e serviços a ser adquirida. Sobre os
insumos, Arieira (2017, p. 106) apresenta sua relação com o sucesso da
atividade ao afirmar que

Os insumos mais importantes, seja pelo volume usado, seja pela


função desempenhada, são as máquinas e equipamentos, os adubos
e fertilizantes, os defensivos agrícolas, as sementes melhoradas, e os
produtos veterinários (vacinas, medicamentos, antibióticos e
probióticos). Esses produtos representam grande parte da tecnologia
desenvolvida para a agropecuária e são fundamentais para o sucesso
na exploração das atividades produtivas da unidade rural.

Em uma análise crítica, os elementos que fazem parte do segmento antes


da porteira são vitais ao bom andamento das atividades no campo, pois os
implementos, máquinas e equipamentos facilitam a produção e elevam as
condições para que a safra seja a mais produtiva possível.
Esse segmento apresenta grande complexidade devido à variedade de
itens, pois os tratores, por exemplo, possuem seus próprios insumos,
complementos e até seus serviços de manutenção corretiva, preventiva, em
questões comumente relacionadas à manutenção veicular, como troca de pneus,
do óleo de motor etc.
São diversos os tipos de máquinas agrícolas, pois são vaiadas as
necessidades de cada cultivo, de cada terreno, de cada clima, enfim, o produtor
rural deve compreender a complexidade desses equipamentos para que os
mantenha em condições ótimas de uso, sob o risco de um equipamento
defeituoso lhe causar grave prejuízo. Nesse sentido, Araújo (2018, p. 35) afirma
que existem diferentes aplicações para diferentes implementos:

Em áreas pequenas e de vegetação arbórea de pequeno porte, os


tratores de pneus com lâminas dianteiras poderão efetuar essa
operação com êxito, desde que não haja disponibilidade de tratores de
esteira. Em grandes áreas com vegetação arbórea de pequeno e até
de médio porte, é mais viável a utilização de dois tratores de esteira
com correntão, com cada ponta presa ao rabicho de cada máquina.

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Os produtos corretivos de solo, de adubo e fertilizantes apresentam
importância histórica ao passar a permitirem que o produtor rural tivesse
enormes incrementos em produtividade, mas vão além e oferecem condições
para o tratamento do solo de forma que a atividade de cultivo possa continuar.
Esses insumos oferecem corretivos para solos que são pobres e, dessa
forma, prejudiciais ao desempenho dos cultivos, e, se usados de forma
estratégica, permitem a adequação do solo as necessidades especiais de cada
produção. De forma geral, esses adubos e corretivos permitem que as plantas
se fortaleçam, fiquem mais resistentes ao clima, a pragas e desta forma possam
atingir sua maior produtividade.
O ramo dos insumos agrícolas demanda grande investimento em
tecnologia na forma de produtos que fortalecem as plantas, ao mesmo tempo em
que as protegem de pragas diversas, sempre com o objetivo da produtividade
em mente. Sobre os objetivos dos defensivos e demais insumos, temos a sua
ação contra as infestações e doenças, que podem ser definidas como:

• Pragas: são infestações de animais que atacam a lavoura


alimentando-se das plantas, ou plantas invasoras que concorrem com
lavoura plantada por nutrientes, luz e água;
• Doenças, por sua vez, são ataques de vírus, fungos e bactérias que
infectam a planta para realizarem seus ciclos de vida, debilitando-a
pela extração de nutrientes, causando sérios danos ao indivíduo,
podendo levá-lo à morte e gerando sérios prejuízos financeiros ao
produtor. (Arieira, 2017, p. 107)

As melhorias oferecidas pelos insumos e implementos agrícolas permitem


que a produção rural acompanhe o aumento populacional e esse setor do
agronegócio tem por base de desenvolvimento a pesquisa genética que
aprimora até os grãos, que nas últimas décadas passaram por modificações e
com isso passaram a ser denominados transgênicos.
As modificações genéticas permitiram que os próprios grãos passassem
a oferecer defesa contra doenças e infestações, além de permitir o melhor
desenvolvimento até em condições climáticas e de solo adversas, que
normalmente exigem o tratamento com corretivos e adubos.
Para a pecuária, os insumos são semelhantes, ao menos em termos de
função, ou seja, na criação de animais existem as rações que os fornecedores
desenvolvem e que permitem o melhor controle dos níveis de ingestão de
proteínas, vitaminas e sais minerais adequados a cada perfil de animal. Animais
como bovinos, quando se alimentam de forma inadequada passam a ter

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problemas de desenvolvimento que se traduz em animais menores que o
necessário, quando para o gado de corte, ou que apresentem uma produção de
leite menor que a esperada.
Assim como no cultivo de grãos, por exemplo, as deficiências também
fazem com que exista a maior probabilidade de adoecimento do animal e até sua
morte. E na lista de complementos alimentares, podemos incluir sais minerais e
sal comum, importante forma de se equilibrar as funções vitais do animal, com a
vantagem de facilitar a ocorrência dos efeitos positivos esperados com o uso dos
demais nutrientes.
Se, no universo da produção de grãos, os insumos podem até ser
genéricos, em termos de tipo, variando apenas no que diz respeito à sua
quantidade e à forma de aplicação, para os animais existe muita diferença
fisiológica, ao ponto de muitos medicamentos terem sua aplicação restrita ao
animal para com o qual foram desenvolvidos. Os principais produtos veterinários
do segmento antes da porteira são as vacinas, os probióticos, antibióticos, sem
deixar de mencionar os medicamentos que permitem o combate aos
endoparasitas.
Os serviços também são muito diversificados e possuem sua parcela de
responsabilidade pelo sucesso do empreendimento rural, pois se encarregam,
em geral, do desenvolvimento tecnológico do setor agropecuário. De acordo com
Arieira (2017, p. 108), são vários os serviços oferecidos antes da porteira:

e vários são os agentes econômicos que atuam desenvolvendo esse


trabalho, dentre eles destacam-se: as instituições de pesquisas
agropecuárias; órgãos de fomento, extensão e assistência técnica;
empresas de projetos agropecuários; análises laboratoriais; bancos
comerciais e de fomento; agências de defesa agropecuária (sanidade);
órgãos de proteção e defesa ambiental; e os órgãos governamentais.

Existem, no fora da porteira, os serviços de extensão rural e fomento que


oferecem assistência técnica aos produtores rurais, que se encarregam da
pesquisa e do desenvolvimento de melhorias para o aumento da produtividade
e controle de pragas.
Complementando o segmento, existem as empresas que atuam com os
projetos agrícolas, que têm por objetivo a elaboração do empreendimento rural
desde seu começo e tratando também de questões financeiras, como o acesso
ao crédito. Essas empresas de consultoria atuam com a transferência de
tecnologias de forma a permitir a continuidade dos negócios de seus clientes.

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TEMA 4 – DENTRO DA PORTEIRA

Se o segmento fora da fronteira atua com os insumos, equipamentos e


serviços que serão acessórios a produção agrícola, no segmento dentro da
porteira temos as atividades produtivas internas, ou seja, neste seguimento
podemos incluir as atividades de preparo do solo para plantio. Esse preparo
inclui atividades que visam garantir que o solo está propício ao plantio e que,
após esse evento, estabelece quais os cuidados de que a planta em
desenvolvimento necessita.
Nesse momento são feitos controles de plantas daninhas, mas também
deve ser feito o processo de se controlar de perto do pessoal envolvido com a
atividade, os processos financeiros, os serviços de assistência técnica e até a
estrutura de armazenagem dos produtos em fase de transformação.

Figura 2 – Gestão da manutenção

Crédito: MAVV/Shutterstock.

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Conforme Araújo (2007, p. 45), o termo dentro da porteira tem relação
com o que é fisicamente feito dentro da propriedade rural e, portanto, “isso
envolve desde as etapas iniciais para o processo de produção até o final deste
ciclo, onde terá o produto in natura pronto para comercializá-lo ou realizar uma
primeira transformação”.
Vale ressaltar que as diversas atividades que podem ocorrer dentro de
uma mesma propriedade rural e que estão descritas dentro do agronegócio estão
relacionadas à criação de animais, de grãos, frutas, verduras, hortaliças, ervas,
a transformação desses produtos rurais em outros de maior valor agregado, o
artesanato e até o turismo rural, que tanto cresce no país.
O termo agroindústria representa bem o que significa o segmento dentro
da porteira ao conceber toda a infraestrutura que verticaliza muitas atividades
produtivas dentro de uma mesma propriedade rural. Essa verticalização pode
ser observada na indústria de laticínios: ao mesmo tempo que existe a criação
das vacas leiteiras e todo o processo de ordenha, tratamento térmico, envaze e
transporte, existem também, para a produção de derivados, diversos outros
processos que demandam uma infraestrutura ainda mais complexa. Há diversas
indústrias que operam nos limites de uma propriedade rural, por uma questão
logística, ou pelas necessidades que o manuseio de certos alimentos exige,
como:

• Avicultura;
• Gado de corte;
• Laticínios;
• Polpa de frutas;
• Cana de açúcar etc.

Dentro da agropecuária existe a exploração de atividades como a


agricultura, a pecuária e a silvicultura, em que a agropecuária sempre
representou um dos fundamentos da viabilidade da vida humana, uma vez que
oferece o alimento. Esse setor busca garantir o suprimento de alimento à
população mundial e também aos animais da produção agropecuária por meio
do constante desenvolvimento de novas tecnologias.
De acordo com Arieira (2017), a agricultura representa as atividades de
cultivo, de exploração e o constante melhoramento dos vegetais, como os

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cereais, as frutas, verduras e legumes, tidos como matéria-prima dos diversos
processos industriais.
Quando se trata da pecuária, outra atividade rural de extrema importância
ao desenvolvimento da sociedade, temos algo que acompanha o homem desde
sua era mais primitiva e se desenvolveu por meio das descobertas das técnicas
de domesticação de animais, seja como parceiros, como apoio na realização de
trabalhos pesados e, por fim, para o abate, ou seja, alimentação.
Essa descoberta da domesticação foi vital para a aceleração do
desenvolvimento humano, pois promoveu o aumento e melhora na alimentação.
Essa maior ingestão de proteínas promoveu um enorme avanço no
desenvolvimento do intelecto humano.
A produção de alimentos é dividida entre a pecuária e a produção de
grãos, hortifruti etc e tem uma essencial diferença: a capacidade de criar um
volume maior de vagas de trabalho. Vale ressaltar que a indústria de abate, que
processa os animais como bovinos, suínos e aves, necessita de uma
infraestrutura fabril muito maior e mais complexa do que, por exemplo, o
processamento de leite, seja para a venda, seja in natura ou como insumo na
produção de diversos outros produtos.
Outra atividade de relevância para o agronegócio é o extrativismo, como
observado no caso da madeira, diversas variedades de frutos e múltiplas
matérias-primas como:

• Açaí;
• Látex de seringueira;
• Castanha-do-pará;
• Babaçu;
• Pinhão etc.

O extrativismo é a exploração de recursos naturais florestais, ou seja,


quando a extração não ocorre em área de cultivo, e sim na própria natureza,
onde as espécies ocorrem naturalmente.
Grandes empresas do ramo da cosmética e da biomedicina investem no
extrativismo sustentável para que novas e melhores matérias-primas sejam
incorporadas em seus produtos, beneficiando a qualidade de vida de seus
consumidores e ao mesmo tempo evitando causar danos ao meio ambiente. É

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grande a importância estratégica e científica do extrativismo, principalmente para
a biotecnologia, conforme defende Arieira (2017, p. 110):

Essa atividade, desse modo, deve ser tratada com muita atenção, pois
pode tornar-se um dos vilões do século XXI, alçando o país para uma
posição de destaque também na área de biotecnologia. Mas para isso,
legislações e fiscalização rigorosa devem ser implantadas para
proteção de nossos recursos contra as agressões ambientais e a
biopirataria.

Em um contexto geral, devemos conceber o agronegócio como a soma


de todos os eventos, produtos e insumos que fazem parte daquilo que acontece
antes, dentro e fora da porteira de uma propriedade rural de todo e qualquer
insumo para consumo direto ou para a indústria de transformação. Nesse
contexto, o que ocorre dentro da porteira atua como elemento intermediário na
cadeia logística do alimento.
É importante compreender que, dentro da porteira, a pecuária não se
resume à criação de bovinos, pois, na verdade, tem relação com toda forma de
criação e manejo de alguma espécie de animal doméstico com o objetivo da
obtenção de lucro. É claro que a pecuária não envolve a criação de todo e
qualquer animal, por questões mercadológicas e até éticas (como no caso dos
cavalos), portanto seu foco está na produção de:

• Bovinocultura, seja para leite ou corte;


• Equideocultura (cavalos e muares);
• Caprinocultura (cabras);
• Ovinocultura (ovelhas);
• Suinocultura (porcos);
• Avicultura de postura e de corte (frangos);
• Cunicultura (coelhos); dentre outras. (Arieira, 2017, p. 110).

Dentro das especificidades inerentes ao sistema produtivo pecuário,


existem seus modelos de produção, com o sistema intensivo, extensivo e o semi-
intensivo. A principal característica do sistema de produção intensiva é o uso
otimizado da terra, ou seja, ocorre a criação de um número maior de animais por
metro quadrado de área disponível, mas vale ressaltar que o modelo não otimiza
apenas o uso da terra, uma vez que seu conceito apresenta o uso otimizado de
todo e qualquer recurso que essa produção demande.
A produção pecuária também depende da evolução da pesquisa genética,
mas envolve melhorias nas técnicas e produtos voltados ao manejo e à
alimentação, no que denominamos o tripé da exploração animal. Para essa

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produção, a viabilidade ocorre apenas se todos os seus três principais elementos
forem levados em conta.
Complementando o segmento dentro da porteira, temos a silvicultura e o
extrativismo, sendo que neste ocorre a exploração de recursos naturais de forma
econômica. A silvicultura, por sua vez, representa o cultivo de florestas, algo
comumente realizado na cultura de florestas para a extração da madeira.
O extrativismo não é uma atividade com grande sustentabilidade, mas que
nos últimos anos vem conquistando novas metodologias incentivadas pela
pressão da sociedade pela sustentabilidade e com isso são criados métodos de
extração que permitem a recuperação do bioma e a continuidade da exploração
do recurso em seu ambiente natural.

TEMA 5 – DEPOIS DA PORTEIRA

Você já imaginou o que ocorre depois que o leite ou os grãos de milho


deixam a fazenda? Ao compreender o que definimos por depois da porteira,
vamos agora ter uma visão global de todos os elementos e partes do
agronegócio, que vão muito além do que ocorre na propriedade rural.

Figura 3 – Agronegócio pela visão das porteiras

Agronegócio
Antes da Dentro da Depois da
Porteira Porteira Porteira

Por se tratar dos processos que ocorrem fora da propriedade rural, ou


seja, depois de suas porteiras, esse segmento vai abordar a cadeia logística e
os processos de comercialização, seja para os produtos in natura ou
industrializados. A complexidade desse seguimento ocorre, no caso do Brasil,
devido a suas proporções continentais, praticamente um pesadelo logístico.
Para cada região do país existe um conjunto de condições que vão
determinar como se deve operar a logística da distribuição de alimentos. Até os
processos de comercialização tendem a mudar de uma região para outra. De
acordo com Arieira (2017, p. 112), após a porteira, o empreendedor rural tem
grandes chances de agregar valor aos seus produtos, “dotando-os de

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durabilidade, facilidade de uso, embalagem, ampliação do prazo de validade,
além de disponibilizar os produtos no lugar certo, no momento desejado e nas
condições requeridas pelo consumidor.”
Quando os processos produtivos feitos na propriedade rural terminam,
chega a hora de o produto ou insumo deixar suas dependências e, em uma
operação logística, ser conduzido até centros de distribuição e/ou indústrias e
varejistas, dando início então à comercialização do produto, que, para título de
agronegócio, envolve os intermediários que atuam no produto até seu destino.
Para Buhler (2010, citado por Arieira, 2017, p. 112), a comercialização dos
produtos do agronegócio, no que denominamos depois da porteira, trata do
percurso que esses produtos percorrem até seu destino e apresentam o
intermediário:

agente que irá realizar algum tipo de transformação para que o produto
esteja apto para o mercado. No caso da soja, em que a transformação
mais comum é a do óleo de soja, o intermediário, muitas vezes, é uma
cooperativa que irá comprar a produção e a transformar ou vender para
outro agente de transformação.

Em muitos casos, as dificuldades que a escoação da produção enfrenta


estão ligadas à infraestrutura das estradas e à sua manutenção precária, à
dependência, embora não exclusiva, do modal rodoviário de transporte e das
extremas condições de armazenamento que alguns itens dependem para que
cheguem com qualidade e segurança em seu destino. É nessa etapa do ciclo
produtivo que se aplica a maioria das normas e legislação sanitária.
Cada etapa do ciclo produtivo influencia, à sua maneira, na formação do
preço de venda como insumo ou para o consumidor final do que produz o
agronegócio, que, por sua vez, é altamente volátil, derivando positiva ou
negativamente quase como as ações de uma empresa na bolsa de valores.
Sobre a formação do preço de venda, Araújo (2007, citado por Oliveira: Cadan,
2020, p. 7) define que se trata de um processo influenciado por diversos atores:

O processo para formação de preço passa por algumas situações onde


envolve vários intermediários, portanto, muitas vezes dependendo do
nível de intermediação que esteja sendo analisado, os preços serão
maiores. A tendência é quanto menos um produto for intermediado,
maior retorno o mesmo proporcionará. Vale salientar a relação de
prejuízo pelas quais os produtores passam, pois ao comprar um
insumo o fornecedor lhe apresenta um preço já estabelecido e ao
vender seu produto, precisa ceder ao preço formado pelos
compradores.

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Para a observação de mais uma similaridade entre as empresas e
indústrias com o agronegócio, reforçando a noção da propriedade rural como
uma empresa, temos os contratos, que a cada dia são mais presentes nessa
atividade e que são complexos no meio rural, devido à incerteza da produtividade
da safra, da sazonalidade e dos efeitos das mudanças climáticas.
O agronegócio tem o detalhe de que muito do que se produz leva meses
para ser finalizado, como a produção de milho, por exemplo, e para a indústria
de alimentos, que busca assegurar uma fonte constante de suprimento, surgem
os contratos de venda antecipada.
Os contratos de venda antecipada formalizam um acordo de compra e
venda que pode ocorrer tanto durante a produção quanto no período que
precede o plantio. O teor do contrato serve como harmonizador dessa complexa
relação de compra, pois a produção agrícola é sujeita a inúmeros contratempos.
Seja para a coordenação de atividades como o extrativismo sustentável,
em benefício de comunidades de trabalhadores, seja para a conquista de
melhores contratos, as cooperativas têm sido um elemento equalizador de
poderes. Com o apoio das cooperativas, os produtores passam a ter
praticamente a mesma infraestrutura que grandes propriedades rurais.
Por fim, esse segmento depois da porteira deve apresentar as situações
relativas ao escoamento da produção, saindo das propriedades rurais com dois
principais destinos: as indústrias de alimentos, ou o consumidor final, como no
caso de grãos como o feijão, arroz etc.
Nesse contexto, faz sentido a presença das cooperativas, pois a questão
do transporte representa um custo elevado em qualquer segmento e, com isso,
pequenas propriedades rurais não teriam o mesmo poder financeiro que as
grandes no seu processo de escoamento.

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Figura 4 – Escoamento da produção

Crédito: Milos Muller/Shutterstock.

As cooperativas ajudam as pequenas propriedades rurais na


consolidação do processo de escoamento da produção, agregando as entregas
de propriedades pequenas parceiras. A questão do custo pode ser
compreendida, nas palavras de Ballou (2007, p. 187, citado por Oliveira; Cadan,
2020, p. 8), da seguinte maneira:

o transporte dos produtos, o que irá impactar significativamente nos


custos. O processo de transporte envolve algumas situações como, por
exemplo, o tipo de veículo que transportará a carga,
consequentemente em qual modal de transporte, como o
carregamento vai ser realizado e o desembolso do frete
correspondente a esta ação.

A complexidade do transporte de alimentos pode ser mais bem observada


com o conjunto de elementos a serem considerados pelo empresário quando
este tem que tomar a decisão a respeito da constituição da cadeia de
suprimentos que deve encaminhar o que produz ao consumidor final, como:

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1. Tarifas dos fretes;
2. Confiabilidade;
3. Tempo em trânsito;
4. Perdas, danos, processamento das respectivas reclamações – e
rastreabilidade;
5. Considerações de mercado do embarcador;
6. Considerações relativas aos transportadores. (Ballou, 2007, p. 187,
citado por Oliveira; Cadan, 2020, p. 8)

A questão do transporte também pode ser uma questão tão simples


quanto a resposta à dúvida sobre se o transporte deve ser feito ou não, pois
existem diversas formas de se armazenar, com qualidade e segurança, os
diversos tipos de grãos para uma propriedade agrícola.

FINALIZANDO

Podemos compreender que o agronegócio produz mais do que


simplesmente o alimento à humanidade; ele fomenta o desenvolvimento
socioeconômico da sociedade e se ramifica praticamente em toda e qualquer
atividade comercial.
São diversos os setores, mas todos têm em comum as necessidades de
linhas de crédito, criadas pelo poder público pelas instituições bancárias, e que
toda e qualquer atividade vai depender do desenvolvimento científico, no tocante
à criação de melhores condições para a maior produtividade.
Ainda existe a necessidade de se reafirmar a compreensão de que as
propriedades rurais são empresas rurais, mas esse entendimento deve chegar
tanto a gestores quanto à sociedade, que não pensa no projeto agropecuário
como um todo.

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, M. J. Fundamentos de agronegócios. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

ARIEIRA, J. O. Fundamentos do agronegócio. Indaial, SC: Uniasselvi, 2017.

OLIVEIRA, E. P. de; CADAN, A. G. Gestão do agronegócio: estudo de caso de


uma propriedade rural do município de Moreira Sales – PR. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO 2020 – As novas fronteiras da
administração. Ponta Grossa, PR,. 19-21 out. 2020. Disponível em:
<https://admpg.com.br/2020/anais/arquivos/08142020_210846_5f372c3eed7e8
.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2022.

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