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01 Introdução

O balanço orçamentário constitui o produto final da contabilidade orçamentária. Embora


sua estrutura esteja bem definida, é preciso considerar sua dependência à própria estrutura da
Lei Orçamentária. A Lei que rege o balanço patrimonial e informa a obrigação da
publicação do orçamento anual, sendo que tal publicação deve ficar de fácil acesso a
todos os cidadãos é a:
Lei nº 4.320/1964 Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e
despesas previstas em confronto com as realizadas.
Art. 48. § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
disponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais
conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de
contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de
amplo acesso público.

No qual é possível observar a diferença positiva ou negativa entre os valores de


receitas e despesas orçados (que estava previsto) e realizados pelo governo, que deve
atender aos propósitos da NBC TSP 13 (Apresentação de Informação Orçamentária
nas Demonstrações Contábeis).

O balanço patrimonial destaca o superávit financeiro de exercícios anteriores que


pode ser utilizado como fonte de recurso para créditos adicionais, conforme Artigo 43
da Lei nº 4.320 de 17 de março de 1964. Superávit financeiro é a diferença positiva do
realizado entre as receitas e despesas do governo no exercício, são receitas que não
foram comprometidas com despesas no exercício fiscal. Para utilização do superávit
passado é necessária uma nota explicativa.

Os créditos adicionais podem ser divididos em:


Créditos Suplementares: os destinados a reforço de dotação orçamentária;
Créditos Especiais: os destinados a despesas para as quais não haja dotação
orçamentária específica;
Créditos Extraordinários: destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso
de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Esses créditos devem constar
no balanço financeiro.

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Existe também a possibilidade de existir a abertura de créditos adicionais
(autorizações de despesas não fixadas na Lei de Orçamento ou que foram fixadas em
valor insuficiente) promulgado nos últimos quatro meses do ano anterior e isso faz com
que também seja informado no balanço patrimonial do exercício em vigência ambos
ficam discriminados como no campo de Saldo de Exercícios Anteriores. Porém,
somente a despesa gerada pela abertura de créditos adicionais devem ser despesas
do exercício de referência, pois não constava no balanço orçamentário anterior, no
entanto o superávit não deve ser pois foi do anterior.

Sendo assim, o balanço orçamentário deve ter um equilíbrio entre receitas


previstas e despesas fixadas. Quando há superávit financeiro de exercícios anteriores
ficam disponíveis para créditos adicionais em despesas não prevista pelo governo, para
não acontecer de ir para o exercício posterior

02 Elaboração:
Classes do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP):
1° CLASSE 5 ORÇAMENTO GRUPO 2 PREVISÃO DAS
APROVADO RECEITAS E FIXAÇÃO
DAS DESPESAS

2° CLASSE 6 EXECUÇÃO DO GRUPO 2 REALIZAÇÃO DA RECEITA E


ORÇAMENTO EXECUÇÃO DAS DESPESAS

● COMPOSIÇÃO:

QUADRO PRINCIPAL
Confronto entre:
PREVISTO x REALIZADO
(Tanto receita como despesa)

QUADRO DA EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS;


Aqui entram os restos a pagar não processados, que devem conter em qual fase está a
conclusão de determinada execução.

QUADRO DA EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR PROCESSADOS.


Aqui entram os restos a pagar liquidados (entregue) no exercício anterior, porém ainda
não está totalmente paga.

03 Notas explicativas:
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO E AS NOTAS EXPLICATIVAS:

Segundo o MCASP, o Balanço Orçamentário deverá ser acompanhado de notas


explicativas que divulguem, ao menos:

- O detalhamento das receitas e despesas intraorçamentárias, quando relevante;

- O detalhamento das despesas executadas por tipos de créditos (inicial, suplementar,


especial e extraordinário);

- A utilização do superávit financeiro e da reabertura de créditos especiais e


extraordinários, bem como suas influências no resultado orçamentário;

- As atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas antes e após a data de


publicação da LOA, que compõem a coluna Previsão Inicial da receita orçamentária;

- O procedimento adotado em relação aos restos a pagar não processados liquidados, ou


seja, se o ente transfere o saldo ao final do exercício para restos a pagar processados
ou se mantém o controle dos restos a pagar não processados liquidados separadamente;

- O detalhamento dos “recursos de exercícios anteriores” utilizados para financiar as


despesas orçamentárias do exercício corrente, destacando-se os recursos vinculados ao
RPPS e outros com destinação vinculada.
Ademais, o MCASP assegura que os Balanços Orçamentários não consolidados
(de órgãos e entidades, por exemplo), poderão apresentar desequilíbrio e déficit
orçamentário, pois muitos deles não são agentes arrecadadores e executam despesas
orçamentárias para prestação de serviços públicos e realização de investimentos. Esse
fato não representa irregularidade, devendo ser evidenciado complementarmente por
nota explicativa que demonstre o montante de movimentação financeira (transferências
financeiras recebidas e concedidas) relacionados à execução do orçamento do exercício.

04 Estrutura do Balanço
Orçamentário:
Conforme o MCASP e os anexos atualizados da Lei 4.320/1964, o Balanço Orçamentário
é composto por:

− Quadro principal;

− Quadro de Execução dos Restos a Pagar Não Processados

− Quadro de Execução dos Restos a Pagar Processados

− Quadro principal:
Quadro da Execução de Restos a Pagar Não Processados:

Quadro da Execução de Restos a Pagar Processados

Balanço orçamentário do estado do Ceará 2022 (Fonte. SEFAZ/ CECOG):

Quadro principal
*Material recolhido do MCASP e Unidade Didática IV - Análise das Demonstrações Contábeis
Quadro de Execução dos Restos a Pagar Não Processados

Quadro de Execução dos Restos a Pagar Processados

*Material recolhido do MCASP, Unidade Didática IV e Balanço Geral 2022 da SEFAZ CE


05 Definições
PRINCIPAIS PONTOS

− Previsão Inicial: Reflete os valores da previsão inicial das receitas conforme estabelecido na
Lei Orçamentária Anual (LOA). Os valores registrados nesta coluna permanecem inalterados ao
longo do exercício, representando a posição inicial do orçamento previsto na LOA. Também são
incluídas as atualizações monetárias autorizadas por lei antes da data de publicação da LOA.

− Previsão Atualizada: Demonstra os valores da previsão atualizada das receitas, que refletem a
reestimativa da receita devido a eventos como excesso de arrecadação, contratação de
operações de crédito, criação de novas naturezas de receita, remanejamento entre naturezas de
receita e atualizações monetárias autorizadas por lei após a publicação da LOA. Se não houver
eventos que levem à reestimativa da receita, os valores nesta coluna serão os mesmos da
Previsão Inicial.

− Receitas Realizadas: São as receitas efetivamente arrecadadas, seja diretamente pelo órgão
ou por meio de outras instituições, como a rede bancária.

− Em relação às linhas do Quadro Principal:

− Receitas Correntes: São as receitas orçamentárias que aumentam as disponibilidades


financeiras do Estado e financiam os programas e ações orçamentárias. Essas receitas têm um
efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido. A nomenclatura "Receitas Tributárias" foi alterada para
"Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria".

− Receitas de Capital: São as receitas orçamentárias que aumentam as disponibilidades


financeiras do Estado e financiam os programas e ações orçamentárias. Essas receitas
geralmente não têm efeito sobre o Patrimônio Líquido.

− Operações de Crédito / Refinanciamento: Demonstram o valor da receita proveniente da


emissão de títulos públicos e obtenção de empréstimos, incluindo o refinanciamento da dívida
pública. Os valores relacionados ao refinanciamento da dívida pública são segregados em
operações de crédito internas e externas, e estas são subdivididas em dívida mobiliária e dívida
contratual.

− Deficit: Representa a diferença negativa entre as receitas realizadas e as despesas


empenhadas. É calculado subtraindo a linha de Subtotal com Refinanciamento (V) das receitas
da linha de Subtotal com Refinanciamento (XII) das despesas. Se as receitas realizadas forem
superiores às despesas empenhadas, essa diferença será registrada na linha Superavit (XIII), e
a linha Deficit (VI) será preenchida com um traço (-), indicando valor nulo.
− Saldos de Exercícios Anteriores: Demonstram o valor dos recursos provenientes de exercícios
anteriores que serão utilizados para custear despesas do exercício corrente. Isso inclui recursos.

O texto descreve a estrutura e os conceitos relacionados à execução orçamentária e financeira,


incluindo o tratamento do superávit financeiro de exercícios anteriores e a execução de restos a pagar.
Vou fazer um resumo dos principais pontos:

− Superávit Financeiro de Exercícios Anteriores:

• O superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício anterior pode ser usado
como fonte para abertura de crédito adicional.

• Os valores do superávit financeiro não são considerados na receita orçamentária do


exercício atual nem no cálculo do déficit ou superávit orçamentário.

• Os valores do superávit são registrados nas colunas de Previsão Atualizada e Receita


Realizada e correspondem ao valor utilizado para abertura de créditos adicionais e ao valor
usado para o empenho de despesas, respectivamente.

− Reabertura de Créditos Adicionais:

• São considerados os créditos adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício
anterior e reabertos no exercício atual, desde que haja saldo remanescente.

• Apenas os valores efetivamente reabertos devem ser levados ao balanço.

− Despesas Orçamentárias:

• Dotação Inicial: valores dos créditos iniciais conforme a Lei Orçamentária Anual (LOA). Esses
valores permanecem inalterados durante o exercício, representando a posição inicial do
orçamento previsto na LOA.

• Dotação Atualizada: soma da dotação inicial com os créditos adicionais abertos ou reabertos
durante o exercício, além das atualizações monetárias após a publicação da LOA, deduzindo
anulações e0 cancelamentos.

• Despesas Empenhadas: valores das despesas empenhadas no exercício, incluindo


despesas em liquidação, liquidadas ou pagas. Despesa empenhada é considerada despesa
orçamentária executada.

• Despesas Liquidadas: valores das despesas liquidadas no exercício, incluindo as despesas


pagas, mas não abrangendo a liquidação de restos a pagar não processados.

• Despesas Pagas: valores das despesas efetivamente pagas no exercício, excluindo os


pagamentos de restos a pagar, processados ou não processados.

• Despesas Correntes: despesas que não contribuem diretamente para a formação ou


aquisição de um bem de capital.
• Despesas de Capital: despesas que contribuem diretamente para a formação ou aquisição
de um bem de capital.

• Reserva de Contingência: destinação de parte das receitas orçamentárias para atender


passivos contingentes, riscos e eventos fiscais imprevistos, incluindo a abertura de créditos
adicionais.

• Reserva do RPPS: destinação de parte das receitas orçamentárias do Regime Próprio de


Previdência Social (RPPS) para o pagamento de aposentadorias e pensões futuras.

− Amortização da Dívida/Refinanciamento:

Representa a despesa orçamentária decorrente do pagamento ou transferência de outros


ativos para quitar o valor principal. O superávit é uma diferença positiva entre as receitas realizadas e
as despesas empenhadas. Ele representa um resultado financeiro favorável, indicando que as receitas
arrecadadas foram maiores do que as despesas empenhadas. No contexto do Balanço Orçamentário,
o superávit é apresentado junto às despesas para demonstrar o equilíbrio das contas. Se houver um
superávit, a diferença entre as receitas e as despesas será registrada na linha "Superávit" (XIII).

No caso em que as despesas empenhadas forem maiores do que as receitas realizadas, ocorre
um déficit. Nesse caso, a diferença será lançada na linha "Déficit" (VI). A linha "Superávit" (XIII) será
preenchida com um traço (-) para indicar que não há valor, pois o superávit não existe. Os quadros da
Execução de Restos a Pagar são divididos em "Não Processados" e "Processados". Esses quadros
tratam dos valores de restos a pagar (compromissos financeiros assumidos em um exercício, mas não
pagos até o final do mesmo exercício) relativos a exercícios anteriores.

No quadro da Execução de Restos a Pagar Não Processados, temos as seguintes categorias:

− Inscritos em Exercícios Anteriores: Refere-se aos valores de restos a pagar não


processados relativos a exercícios anteriores (exceto o exercício imediatamente anterior), que
não foram cancelados porque tiveram seu prazo de validade prorrogado.

− Inscritos em 31 de Dezembro do Exercício Anterior: Refere-se aos valores de restos a pagar


não processados relativos ao exercício imediatamente anterior que não foram cancelados
porque tiveram seu prazo de validade prorrogado.

− Liquidados: Compreende o valor dos restos a pagar não processados que foram liquidados
(ou seja, foram efetivamente pagos) após sua inscrição.

− Pagos: Compreende o valor dos restos a pagar não processados que foram liquidados e pagos.

− Cancelados: Refere-se ao cancelamento de restos a pagar não processados devido a


insuficiência de recursos, inscrição indevida ou para atender a dispositivos legais.

− Saldo a Pagar: Corresponde ao saldo, em 31 de dezembro, dos valores inscritos e ainda não
pagos. É calculado deduzindo-se do valor total inscrito nos exercícios anteriores os valores
pagos ou cancelados ao longo do exercício de referência. Importante ressaltar que a parcela
do saldo que foi liquidada durante o exercício será transferida para restos a pagar processados
no início do exercício seguinte.
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Balanço Financeiro

06 Introdução
O balanço financeiro é um dos principais relatórios contábeis utilizados pelas entidades para
avaliar sua situação financeira em um determinado período. Dessa forma, fornece uma visão geral
dos ativos, passivos e patrimônio líquido da empresa, permitindo que os investidores, acionistas e
outras partes interessadas entendam a saúde financeira e a posição da empresa.

Uma introdução típica do balanço financeiro também pode abordar os princípios contábeis
utilizados na preparação do relatório, destacando que as informações são apresentadas de acordo
com as normas contábeis aplicáveis, como as normas internacionais de relatórios financeiros (IFRS)
ou os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP).

Assim, é composto por três seções principais: ativo, passivo e patrimônio líquido. Cada seção
é subdividida em várias contas que detalham os diferentes itens financeiros da empresa.

Portanto, trata-se de uma ferramenta fundamental para a análise financeira e fornece


informações cruciais para a tomada de decisões empresariais. Ao examinar o balanço financeiro, os
investidores podem avaliar a capacidade da empresa de pagar suas dívidas, analisar seu desempenho
financeiro ao longo do tempo e identificar tendências que possam impactar seu investimento.

07 Elaboração
O balanço financeiro será elaborado utilizando 6 classes, que são elas: Ativo, Passivo,
Variações Patrimoniais Diminutivas, Variações Patrimoniais Aumentativas, Orçamento Aprovado e
Execução do Orçamento.

As receitas e despesas orçamentárias deverão ser segregadas quanto à destinação em


ordinárias e vinculadas. Deverão ser detalhadas, no mínimo, as vinculações à educação, saúde,
previdência social (RPPS e RGPS) e assistência social. A classificação por fonte/destinação de
recursos deve ter uma linha para cada fonte e destinação de recursos existente.
08 Estrutura do Balanço
Financeiro:
A estrutura do Balanço Financeiro é composta por suas principais informações em duas
colunas: esquerda e direita. A da esquerda comporá todas as receitas orçamentárias, que são
recursos financeiros recolhidos para o estado com o objetivo de manter os desempenhos do governo
e financiar novas ações, podendo ela ser receitas de capitais ou correntes. E receitas
extraorçamentárias e o saldo que se tem de disponível deixado pelo exercício anterior, e na direita
todas as despesas. Tudo conforme estabelecido conforme a Lei 4.320/64.

Quadro principal
Quadro dos ativos e passivos financeiros e permanentes
Quadro das contas de compensação

Quadro do superávit e déficit financeiro

Ainda com base na mesma lei os restos a pagar do exercício anterior será registrado na coluna
da esquerda, no campo de receita extraorçamentária para equilibrar o que foi incluído na despesa
orçamentária.

O balanço financeiro é uma estrutura que mostra toda informação sobre receita orçamentária
realizada, que é aquilo que foi efetivamente, e despesa orçamentária executada que é aquelas que já
passaram pela fase de empenho e agora são valores de despesas dados para o fim do exercício.
A destinação de recursos:

− ordinárias: maneira de distribuir livremente o recurso entre a origem para atender


quaisquer finalidades.

− vinculadas: classificada por sua natureza de receita e identifica de melhor forma a origem
do seu recurso do fato gerador, e vincula-se a origem e a forma que o recurso foi aplicado
atendendo finalidades estabelecidas pela lei. Por fim, o Balanço Financeiro mostra os
recebimentos de pagamentos extraorçamentários, que são receitas proveniente de
quaisquer recursos arrecadados pelo governo que não gera renda ao estado. Também é
demonstrado as movimentações financeiras dos órgãos do setor público.

09 Notas explicativas:
As notas explicativas em um balanço financeiro de uma organização pública brasileira são
utilizadas para fornecer informações adicionais e esclarecimentos sobre os dados apresentados nas
demonstrações financeiras. Elas são uma parte obrigatória das demonstrações contábeis de
entidades públicas, conforme estabelecido pelas normas contábeis aplicáveis, como as Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP).

Essas notas têm a finalidade de oferecer transparência e detalhamento sobre as políticas


contábeis adotadas, métodos de mensuração utilizados, critérios de avaliação de ativos e passivos,
eventos subsequentes, contingências, detalhes sobre receitas e despesas, informações sobre o
patrimônio líquido, entre outros aspectos relevantes. Além disso, as notas explicativas podem incluir
informações específicas sobre a legislação, normas e regulamentações aplicáveis às entidades
públicas, bem como destacar aspectos relacionados à fiscalização, controle interno, gestão de
recursos públicos e responsabilidade fiscal.

As notas explicativas são essenciais para fornecer uma análise mais completa das
demonstrações financeiras de uma organização pública brasileira, permitindo que os usuários das
informações financeiras compreendam melhor:

− A situação financeira;

− O desempenho;

− A execução orçamentária da entidade;

− Auxiliam na prestação de contas e na transparência dos recursos públicos;

− Garante a adequada divulgação das informações financeiras para os cidadãos, órgãos de


controle e demais interessados.

10 Definições
PRINCIPAIS PONTOS

− Receita Orçamentária Ordinária: refletem as receitas orçamentárias recebidas regularmente


no decorrer do exercício de cada ente federativo, líquidas das deduções. Ex: Arrecadação de
tributos.

− Despesa Orçamentária Ordinária: de acordo com o MCASP, refletem as despesas


orçamentárias sem destinação entre a origem e a aplicação de recursos para atender qualquer
finalidade.

− Receita Orçamentária Vinculada: refletem as receitas orçamentárias, arrecadadas com uma


destinação específica, livre das deduções;

− Despesa Orçamentária Vinculada: de acordo com o MCASP, refletem as despesas


orçamentárias, cuja aplicação dos recursos é definida em lei, de acordo com sua origem.

− Ainda de acordo com o MCASP, a identificação das vinculações pode ser realizada por meio
do mecanismo fonte / destinação de recursos. As fontes / destinações de recursos indicam
como são financiadas as despesas orçamentárias, atendendo sua destinação legal.

− Transferências Financeiras Recebidas e Concedidas


De acordo com o Manual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, refletem as
movimentações de recursos financeiros entre órgãos e entidades da administração direta e indireta,
podem ser orçamentárias ou extraorçamentárias.

Aquelas efetuadas em cumprimento à execução do Orçamento são as cotas, repasses e sub-


repasses e aquelas que não se relacionam com o Orçamento em geral decorrem da transferência de
recursos relativos aos restos a pagar. Esses valores, quando observados os demonstrativos
consolidados, são compensados pelas transferências financeiras concedidas.

− Recebimentos Extraorçamentários

São receitas que não compõem o orçamento de modo que não são consideradas na fixação
das despesas, são receitas públicas apenas no sentido amplo do termo, visto que o administrador
público não pode contar com elas para custear as despesas previstas no orçamento, o que justifica
sua inserção no conceito de receita é que como elas entram nos cofres públicos devem ser precedidas
de lançamento, são exemplos de receita extraorçamentária: Ingressos de recursos relativos a
consignações em folha de pagamento, fianças, cauções, dentre outros; e Inscrição de restos a pagar.

Contudo, existem alguns casos peculiares, são eles:

− Retenção na fonte: é considerada receita extraorçamentária se a retenção for feita pelo ente
que não vai ficar com os recursos para si. Exemplo: Imposto de Renda retido na fonte, na forma
dos artigos 157, I e 158, I.

− Operações de Crédito X Operações de Crédito por Antecipação da Receita Orçamentária:

• Operação de Crédito – compromisso assumido pelo ente público em razão de mútuo,


devendo evidenciar de onde sairão os recursos que irá custear estas despesas e terá
como finalidade atender o desequilíbrio orçamentário ou financiar os investimentos,
portanto será uma receita orçamentária e consequentemente dependerá de autorização
legislativa;
• Operação de Crédito por Antecipação de Receita – destina-se a atender a insuficiência
de caixa durante o exercício, devendo ser liquidada, com juros e outros encargos, até do
dia 10 de dezembro de cada ano, sendo proibida enquanto existir operação anterior da
mesma natureza não integralmente resgatada, além de outros requisitos previstos na Lei
de Responsabilidade Fiscal, de acordo com o artigo do site Jusbrasil. Logo, será
considerada uma receita extraorçamentária e, portanto, não precisará de autorização
legislativa.

− Saldo do Exercício Anterior e Saldo para o Exercício Seguinte

De acordo com o MCASP, compreende os recursos financeiros, e o valor das entradas


compensatórias no ativo e passivo financeiros, que serão demonstradas na linha Depósitos
Restituíveis e Valores Vinculados.

− Pagamentos extraorçamentários

Os pagamentos extraorçamentários compreendem os pagamentos que não precisam se


submeter ao processo de execução orçamentária, por exemplo:

• relativos a obrigações que representaram ingressos extraorçamentários (ex. devolução


de depósitos); e

• restos a pagar inscritos em exercícios anteriores e pagos no exercício.

Também conhecidos como pagamentos por fora do orçamento ou pagamentos não previstos
no orçamento, referem-se a despesas realizadas por uma entidade que não estão incluídas no seu
orçamento oficial. Esses pagamentos ocorrem quando uma organização ou governo realiza
desembolsos financeiros além do que foi planejado e autorizado no orçamento anual. São gastos que não foram
planejados ou autorizados previamente no orçamento.

Esses pagamentos podem surgir em emergências e ter várias razões pelas quais os
pagamentos extraorçamentários possam ocorrer. Alguns exemplos incluem emergências ou situações
imprevistas que exigem despesas adicionais como desastres naturais, crises de saúde pública, guerra,
crises econômicas, entre outros eventos imprevistos, como por exemplo, na pandemia, em que o
governo teve despesas maiores do que as previstas na área da saúde.

Os pagamentos extraorçamentários são geralmente financiados por recursos não previstos no


orçamento, como empréstimos, doações, receitas extraordinárias, entre outros mecanismos. É
importante ressaltar que devem ser devidamente registradas e controladas para garantir a
transparência e o adequado gerenciamento dos recursos públicos.

Outra razão pode ser a falta de previsão ou planejamento adequado no orçamento, resultando
em despesas adicionais que não foram inicialmente consideradas. No entanto, os pagamentos
extraorçamentários podem representar um desafio para a gestão financeira e podem ter implicações
negativas. Eles podem levar a um desequilíbrio fiscal, aumento da dívida pública, diminuição da
transparência e responsabilidade financeira, e podem afetar a credibilidade e a confiança nas
instituições.

Portanto, é importante que as entidades governamentais e organizações tenham


procedimentos adequados para lidar com despesas não planejadas. Isso pode incluir a criação de
reservas financeiras para emergências, a revisão e ajuste periódico do orçamento, a implementação
de mecanismos de controle e monitoramento das despesas, e a prestação de contas adequada para
garantir a transparência e a responsabilidade financeira.

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