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Curso: Gestão empresarial

Disciplina: Fiscalidade
Tema: Despesas públicas, Receitas públicas, Fundo de maneio e classificação dos impostos
aqui em Moçambique

Turma: GEN2A

Docente: Micaela Rafael

Discente: Irfan Omar

4 de novembro de 2023
ÍNDICE
1. Introdução....................................................................................................................................2
2. Objectivos gerais e específicos....................................................................................................4
3. Metodologia..................................................................................................................................5
4. Receita pública.............................................................................................................................6
4.1. Constituição da receita........................................................................................................6
4.2. Classificação da receita........................................................................................................6
4.2.1. Classificação por natureza da receita.........................................................................6
4.2.2. Classificação da receita quanto à Repercussão/Afetação Patrimonial.....................8
4.3. Fases da receita....................................................................................................................8
5. Despesas Públicas:.......................................................................................................................9
5.1. Despesa publica em Moçambique.......................................................................................9
5.2. Requisitos da Despesa Publica..........................................................................................10
5.3. Tipos de despesas publicas................................................................................................10
5.3.1. Despesas correntes.....................................................................................................10
5.3.2. Despesas de capital.....................................................................................................10
5.4. Causas do aumento das Despesas Publicas......................................................................11
6. Fundo de maneio........................................................................................................................11
7. classificação dos impostos aqui em Moçambique....................................................................14
7.1. Aplicação dos impostos......................................................................................................15
Referência bibliográfica......................................................................................................................17
Conclusão............................................................................................................................................18

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1. Introdução

O sistema fiscal desempenha um papel crucial na gestão econômica de qualquer país, e


Moçambique não é exceção. Este trabalho explora a intricada interação entre despesas
públicas, receitas públicas, fundo de maneio e impostos, delineando a importância dessa
dinâmica para a estabilidade financeira do governo moçambicano.

Ao examinar a relação entre o financiamento das despesas públicas, a eficácia na


arrecadação de impostos e a manutenção de um fundo de maneio saudável, busca-se
compreender como esses elementos estão entrelaçados e influenciam a capacidade do
governo de atender às necessidades da sociedade. Este estudo também destaca desafios
iminentes e oferece recomendações para uma gestão fiscal eficaz, visando o desenvolvimento
sustentável e a resiliência financeira em Moçambique.

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2. Objectivos gerais e específicos
 Avaliar a abordagem acerca das receitas, despesas publicas;
 Definir os conceitos da receita publica, despesa publica, fundos de maneio;
 Identificar a sua classificação;
 Classificar os impostos em Moçambique;

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3. Metodologia

Os objetivos específicos deste trabalho foram concretizados por meio de uma abordagem
metodológica centrada na pesquisa bibliográfica. Este estudo, classificado como revisão de
literatura, baseou-se em artigos técnicos e científicos relacionados à temática em questão.

A natureza da pesquisa adotada foi descritiva, uma vez que se almejava uma análise
aprofundada sobre a receita pública. A técnica de pesquisa empregada consistiu na realização
de uma extensa pesquisa bibliográfica, abrangendo manuais que tratam de tópicos
relacionados à administração pública, finanças públicas, gestão pública, contabilidade
pública, despesas e receitas públicas. Além disso, foram consultados artigos científicos, teses,
dissertações, monografias e pesquisas científicas, bem como explanações e definições de
conceitos cruciais para a pesquisa. Adicionalmente, a pesquisa online foi realizada para
incorporar abordagens contemporâneas sobre as despesas, receitas públicas, fundos de
maneio.

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4. Receita pública

Pereira et all (2010, p. Z13) apud Martins (2015), define a receitas públicas como abrangendo
todas as somas em dinheiro ou recursos equivalentes, cujos beneficiários é o Estado ou uma
entidade pública administrativa, e que tem como finalidade principal satisfazer as
necessidades financeiras e outros fins públicos relevantes.

Para Andrade (2016) apud Coato (2018), receita pública é todo recolhimento aos cofres
públicos em diobeiro ou outro bem representativo de valor que o Governo tem direito de
arrecadar em virtude de leis, contratos, convénio e quaisquer outros títulos, de que seja
procedente de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença.

4.1. Constituição da receita

Constituem receita pública todos os recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua
fonte ou natureza, postos à disposição do Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja
mero depositário temporário. (Lei n• 09/2002 de 12 de fevereiro, Artigo 14, n• 1)

4.2. Classificação da receita

As receitas públicas orçamentárias são classificadas, oficialmente, de acordo com os


seguintes critérios:

 patureza;
 indicador de realização;
 fonte/destinação de recursos;

4.2.1. Classificação por natureza da receita

A classificação económica da receita, compreende as duas categorias seguintes: Receita


Corrente e Receita De Capital.Lei n 09/2002 de 12 fevereiro, artigo 23, n 2;

4.2.1.1. Receita Corrente

São Receitas Correntes aquelas receitas públicas arrecadadas dentro dos exercícios, ou seja,
se esgotam dentro do período anual, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado,

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normalmente alterando o patrimônio líquido do Estado (geralmente com efeito positivo sobre
o saldo patrimonial líquido), e constituem meio para financiar os objetivos definidos dos
programas e ações correspondentes às políticas. As Receitas Correntes compreendem as
receitas fiscais, mão fiscais, as consignadas e as de donativos;

 Receitas Fiscais - são as somas de arrecadação de receitas provenientes de


tributo,compreendidos os elementos, aquelas que provêm de impostos como o IVA, o
IRPC, o IRPS, etc;

 Imposto - segundo Franco (2012, p.72) apud Martios (2015), imposto é uma
contribuição monetária exigida aos particulares (pessoas singulares ou coletivas) por
via autoritária, a título definido e sem contrapartida, com vista à cobertura dos
encargos públicos.

 IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado. Este é pago sempre que compramos ou
importamos algum produto.

 Impostos sobre o Rendimento - são o IRPS (aplica-se aos rendimentos de pessoas


singulares) e o IRPC (que tributa o rendimento de empresas moçambicanas ou
estrangeiras com negócios em Moçambique).

 Receitas não fiscais - Taxas pagas ao Estado por prestação de vários serviços. Taxa é
definida como sendo prestação avaliável em dinheiro, exigida por uma entidade
pública como contrapartida individualizada pela utilização de um bem de domínio
público, ou de um serviço público ou pela remoção de um limite jurídico a atividade
dos particulares, desde que previstas na lei Moçambicana.

 Receitas Próprias - são aquelas que provêm dos serviços ou unidades orgânicas do
Estado em resultado da sua atividade específica da administração e alienação do seu
património ou de quaisquer outras que por lei ou contrato 1bes deve pertencer.

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 Receitas Consignadas - Recursos públicos que, a título excecional e por
determinação legal, são provenientes de tributos-imposto, taxas ou contribuições
especiais estabelecidas em dispositivos legais que a vincula da totalidade ou em parte
a um ou mais objectivos específicos, são afetos à cobertura de determinadas despesas
públicas
 Donativos - Ofertas que o Estado recebe de organizações ou países.

As receitas Correntes podem ser classificadas em:

1. Originárias - Resultante da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos

usuários ou da cessão remunerada de bens e valores. Ex: alugueis de imóveis públicos; lucro
das empresas públicas; preço público/ tarifas.

2. Derivada - são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade coercitiva, mediante a
arrecadação de tributos e multas. Ex: impostos, taxas, multas.

4.2.2. Classificação da receita quanto à Repercussão/Afetação Patrimonial

De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a Receita Orçamentária


pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida assim, conforme os efeitos
produzidos ou não do Patrimônio Líquido, a Receita Orçamentária pode ser efetiva ou não-
efetiva (Mello, 2012).

A Receita Orçamentária Efetiva é aquela que provoca alteração positiva da situação líquida
patrimonial (aumentam a situação líquida patrimonial do Estado), no momento do
reconhecimento da receita.

4.3. Fases da receita

No âmbito do processo orçamentário, a gestão da receita orçamentária pode ser dividida em


três diferentes etapas:

 Planejamento que engloba a previsão de arrecadação da receita orçamentária


integrante do orçamento, usando as metodologias de projeção usualmente adotadas,

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de acordo com as orientações do Manual de Administração Financeira e
Procedimento Contabilístico;
 Execução que, de acordo com a Lei n.° 09/2002 de 12 fevereiro, Artigo 29, a
execução das receitas orçamentárias compreende as três fases seguintes.
o Lançamento, procedimento administrativo de verificação da ocorrência do
facto gerador da obrigação correspondente;
o Liquidação, cálculo do montante da receita devida e identificação do respetivo
sujeito passivo;
o Cobrança, acção.
 Controle e avaliação que compreende a fiscalização realizada pela Administração,
pelos órgãos de controlo e pela sociedade. Também engloba a avaliação do
desempeno da arrecadação e do combate à sonegação, bem como ações de
recuperação de crédito e demais medidas para incremento de receitas.

As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo aos passos seguintes:

a) Indicação de quanto foi previsto da Lei do Orçamento de Estado para a receita

b) Recombecimento do direito de o Estado receber a Receita.

5. Despesas Públicas:

Despesas públicas referem-se aos gastos do governo para prover bens e serviços públicos,
bem como para implementar políticas públicas.

As despesas públicas geralmente são categorizadas em despesas correntes (salários,


manutenção) e despesas de capital (investimentos, infraestrutura).

5.1. Despesa publica em Moçambique

As despesas são gastos que se identificam com o processo de transformação de produção de


bens e produtos. As despesas estão relacionadas aos valores gastos com a estrutura
Administrativa e comercial da empresa, exemplo alugue, salário e encargos, telefone,
pagamentos de impostos.

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 Em Moçambique as despesas de entidades privadas e com fins lucrativas são
demonstradas na demonstração de resultados do exercício, conforme as normas de
Moçambique da contabilidade, logo abaixo do lucro líquido operacional, as empresas
sem fins lucrativas, demonstram as despesas na demonstração do Deficit/Superavit do
exercício, as quais constituem os grupos de despesas com vendas, administrativas e
financeiras, também no grupo de despesas não operacionais, daquela demonstração.

5.2. Requisitos da Despesa Publica


 Utilidade: atender a um número significativo de pessoas;
 Legitimidade: atender a uma necessidade pública real;
 Discussão pública: ser discutida e aprovado pelo poder legislativo e pelo tribunal;
 Possibilidade contribuinte: possibilidade de população atender a carga tributária
decorrente da despesa;
 Oportunidade;
 Hierarquia;
 Ser estipulada (prevista) em lei.

5.3. Tipos de despesas publicas

De acordo com a Lei n.º 3/2018, a despesa pública é aquela que depende de autorização
legislativa para ser realizada e que não pode ser efectivada sem a existência do crédito
orçamento que corresponda suficientemente. (CRM, 2004).

5.3.1. Despesas correntes

As despesas correntes são aquelas que visam o funcionamento de uma instituição exemplo
salários, remunerações, bens, serviços. Como se sabe qualquer despesa em termos economia
envolve o desembolso de certa quantia de dinheiro para saldar uma compra ou então para
pagar um fornecedor, entre outras circunstâncias.

5.3.2. Despesas de capital

As despesas de capital são as que visa o aumento do nosso capital, visa o funcionamento
externo, cujo estas subdividem em:

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 Despesas de investimento: Despesas necessárias ao planeamento e execução de
obras, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou
aumentado capital ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados
necessários a execução de tais obras. (SISTAFE. 2009).
 Transferências de capital: a entidade para que estas realizem investimentos ou
invenções financeiras. Nessas despesas, incluem-se as destinadas a amortização
Causas do aumento real das Despesas Publicas.

5.4. Causas do aumento das Despesas Publicas


 Modificações demográficas;
 Alteração do papel do Estado;
 A influência das guerras;
 Transformações dos sistemas e da estrutura económica e social implicariam a
existência de mais funções ao Estado;

6. Fundo de maneio

O conceito de "fundo de maneio" refere-se à diferença entre os ativos circulantes e os


passivos circulantes de uma empresa ou organização. Em outras palavras, é a diferença entre
os recursos que uma entidade possui para cobrir suas obrigações de curto prazo. O fundo de
maneio é uma medida da liquidez e da capacidade de uma organização de cumprir suas
obrigações imediatas.

Na perspectiva das finanças públicas em Moçambique, o fundo de maneio pode ser aplicado
de maneira semelhante para avaliar a capacidade do governo de gerir suas finanças a curto
prazo. Aqui estão alguns pontos relevantes:

Ativos Circulantes do Governo:

Os ativos circulantes podem incluir fundos em caixa, contas bancárias, investimentos de curto
prazo e outros recursos financeiros disponíveis para o governo.

Passivos Circulantes do Governo:

Os passivos circulantes consistem em obrigações de curto prazo que o governo deve cumprir,
como pagamentos de salários, contas a pagar e outras despesas correntes.

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Gestão do Fundo de Maneio:

O governo precisa gerenciar adequadamente o fundo de maneio para garantir que tenha
recursos suficientes para cobrir suas obrigações de curto prazo. Isso envolve uma gestão
eficiente dos recursos financeiros, a fim de evitar problemas de liquidez.

Importância na Estabilidade Financeira:

Um fundo de maneio saudável é crucial para manter a estabilidade financeira do governo.


Isso significa que o governo tem recursos disponíveis para enfrentar despesas inesperadas ou
situações de emergência sem recorrer a endividamento de curto prazo.

Análise da Saúde Financeira:

A análise do fundo de maneio ao longo do tempo pode fornecer insights sobre a saúde
financeira do governo. Se o fundo de maneio estiver consistentemente negativo, pode indicar
uma possível dificuldade em cumprir obrigações de curto prazo.

Planejamento Orçamentário:

O conceito de fundo de maneio é incorporado no planejamento orçamentário, ajudando o


governo a alocar recursos de maneira eficaz para atender às suas necessidades imediatas.

Em resumo, o fundo de maneio nas finanças públicas em Moçambique, assim como em


outros lugares, é uma ferramenta crucial para avaliar a saúde financeira do governo a curto
prazo, garantindo que ele tenha os recursos necessários para cumprir suas obrigações
imediatas e manter a estabilidade financeira.

Um fundo de maneio adequado é crucial para garantir a estabilidade financeira do governo


por várias razões:

Cobertura de Despesas Inesperadas:

Um fundo de maneio saudável permite que o governo esteja preparado para enfrentar
despesas inesperadas ou emergências. Isso é fundamental para lidar com situações
imprevistas, como desastres naturais, crises econômicas ou outros eventos que possam exigir
uma resposta financeira rápida.

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Cumprimento de Obrigações de Curto Prazo:

O governo tem diversas obrigações de curto prazo, como pagamentos de salários, contas a
pagar e outros compromissos correntes. Um fundo de maneio adequado assegura que o
governo tenha os recursos necessários para cumprir essas obrigações pontualmente, evitando
atrasos que podem impactar negativamente a credibilidade e confiança na administração
pública.

Flexibilidade Orçamentária:

Um fundo de maneio robusto oferece flexibilidade no planejamento e execução do


orçamento. Isso permite ao governo alocar recursos de maneira estratégica e eficiente,
respondendo às prioridades emergentes sem comprometer a estabilidade financeira.

Prevenção de Endividamento de Curto Prazo:

Se o governo não possui um fundo de maneio adequado, pode ser tentado a recorrer a
endividamento de curto prazo para cobrir despesas urgentes. No entanto, essa prática pode
resultar em custos financeiros adicionais devido a juros e pode criar um ciclo de dívida
prejudicial.

Manutenção da Credibilidade Financeira:

Ter um fundo de maneio saudável contribui para a credibilidade financeira do governo. Isso é
fundamental para manter a confiança dos cidadãos, investidores e agências de classificação
de risco. A confiança no sistema financeiro do governo é essencial para atrair investimentos e
garantir o funcionamento eficiente da economia.

Preparação para Flutuações Econômicas:

Em um ambiente econômico dinâmico, com flutuações nos níveis de receita e despesa, um


fundo de maneio adequado ajuda a suavizar essas variações. Isso proporciona estabilidade ao
governo, permitindo que ele mantenha suas operações essenciais mesmo diante de mudanças
econômicas imprevistas.

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Resiliência diante de Choques Econômicos:

Em tempos de crises econômicas, ter um fundo de maneio adequado proporciona resiliência


ao governo. Isso permite que ele adote medidas contra cíclicas para estimular a economia ou
implementar políticas de apoio social, atenuando os impactos adversos da crise.

Em resumo, um fundo de maneio adequado é fundamental para a estabilidade financeira do


governo, proporcionando flexibilidade, capacidade de resposta a emergências, prevenção de
endividamento prejudicial e manutenção da confiança dos diversos stakeholders envolvidos
na economia.

7. classificação dos impostos aqui em Moçambique

Os impostos são as prestações obrigatórias, avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma


entidade pública para a prossecução de fins públicos, sem contraprestação individualizada, e
cujo facto tributário assenta em manifestações de capacidade contributiva.

O critério geralmente aceite é o da repartição dos custos – carga tributária – segundo a


capacidade contributiva dos cidadãos ou empresas, avaliada pela riqueza possuída ou obtida,
consumo e venda de bens, transferências de propriedade e outras manifestações – factos
tributários – que permitam presumir que os contribuintes estão em condições económicas e
financeiras de pagar o que lhes é exigido – o imposto.

Seja qual for a respectiva base de incidência, o imposto dirige-se sempre, em última análise, a
atingir directa ou indirectamente o rendimento do contribuinte, obtido num certo período (o
“exercício fiscal”), ou acumulado na forma de património ou riqueza.

Os impostos são classificados como:

Impostos directos, que incidem directamente no rendimento ou na riqueza (IRPC e IRPS);

Impostos Indirectos, que atingem rendimento do consumidor final através do respectivo


nível de despesa (IVA).

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Em função do tipo de taxas aplicáveis, os impostos (em particular os impostos directos)
classificam-se ainda em:

 Proporcionais – quando a respectiva taxa permanece fixam, qualquer que seja o


montante da matéria colectável (é exemplo o IRPC);
 Progressivos – quando a respectiva taxa é tanto mais elevada quanto maior seja o
montante da matéria colectável (é exemplo o IRPS);
 Degressivos – quando o imposto é essencialmente de taxa proporcional, mas se
estabelecem taxas mais suaves aplicáveis no patamar inferior da pirâmide dos
rendimentos colectáveis (constituiu exemplo em Moçambique o antigo Imposto
Profissional);
 Regressivo – quando a respectiva taxa varie em função inversa do rendimento
colectável (o Imposto Pessoal Autárquico e o Imposto de Reconstrução Nacional, com
as suas taxas de quantitativo fixo.

Durante muito tempo a doutrina clássica considerou os impostos directos e, em particular, o


imposto progressivo, como os mais adequados à aplicação e realização de critérios e
objectivos de justiça social. E se examinado a esta luz, o actual sistema tributário
moçambicano teria de classificar-se como profundamente injusto, pois que cerca de 75% das
receitas fiscais totais do Estado provêm dos impostos indirectos (IVA, ICE, direitos de
importação, etc.), representando o imposto progressivo (IRPS) pouco mais de 10% das
mesmas receitas.

7.1. Aplicação dos impostos

Iimposto sobre o Valor Acrescentado (IVA): O IVA é um imposto sobre o consumo que
incide sobre a maioria dos bens e serviços. Moçambique implementou o IVA em 2019 para
substituir o antigo Imposto sobre o Valor Acrescentado e o Imposto sobre Consumos
Específicos. O IVA é cobrado em diferentes fases da cadeia de produção e distribuição.

Imposto sobre o Rendimento (IR):O IR incide sobre o rendimento das pessoas singulares e
coletivas. Em Moçambique, o IR é aplicado às empresas, trabalhadores assalariados e
trabalhadores independentes. As taxas de imposto sobre o rendimento podem variar
dependendo do tipo de rendimento e do escalão de tributação.

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Imposto sobre a Atividade Econômica (IAE):O IAE é um imposto que incide sobre a
atividade económica das empresas. É aplicado com base no volume de negócios anual e varia
conforme o setor de atividade. Este imposto é relevante para medir o nível de atividade e
contribuições das empresas para a economia.

Imposto sobre a Propriedade Predial Urbana (IPPU):O IPPU incide sobre a propriedade
predial urbana, sendo um imposto municipal. As taxas variam dependendo do valor da
propriedade. Este imposto contribui para os orçamentos municipais, financiando serviços
locais.

Imposto de Sisa: O Imposto de Sisa incide sobre atos de transferência de propriedades, como
a compra e venda de imóveis. As taxas de imposto variam com base no valor da transação.

Imposto Especial de Consumo (IEC):O IEC é aplicado a produtos específicos, como


bebidas alcoólicas, cigarros e produtos petrolíferos. Este imposto tem a finalidade de
desencorajar o consumo desses produtos e gerar receitas para o governo.

Imposto de Selo: O Imposto de Selo é aplicado a vários documentos legais, contratos e


transações. Serve como uma taxa sobre a formalização de acordos e é cobrado sobre o valor
do documento.

Taxas Aduaneiras: Moçambique também aplica taxas aduaneiras sobre bens importados.
Essas taxas têm o objetivo de gerar receitas e proteger a produção nacional.

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Referência bibliográfica
Ribeiro, F. (2022). Receitas Públicas em Moçambique: Desafios e Perspectivas. Observatório
Fiscal. Receita Publica em Moçambique | PDF | Receita | Orçamento (scribd.com)

Manoela M (2016). Dinâmica da Sustentabilidade das Finanças Públicas em Moçambique:


CP022-MANUELA-SILVESTRE--Dinmica-da-Sustentabilidade-das-Finanas-Pblicas-em-Moambique-
2000-2016.pdf (uem.mz)

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Conclusão
Em Moçambique, a interligação entre despesas públicas, receitas públicas, fundo de maneio e
impostos é fundamental para a estabilidade financeira do governo. As despesas públicas,
financiadas principalmente pelas receitas públicas provenientes de diversos impostos,
refletem os compromissos do governo com setores essenciais, como saúde, educação e
infraestrutura. O fundo de maneio, indicador da capacidade do governo em cobrir obrigações
de curto prazo, está intrinsecamente ligado à eficácia na arrecadação de impostos e à gestão
das finanças públicas.

Para enfrentar desafios futuros, é crucial focar na eficiência da administração tributária,


diversificar as fontes de receita para garantir estabilidade fiscal, promover transparência e
prestação de contas, e garantir uma gestão eficiente das despesas. Recomenda-se investir em
tecnologia, capacitação, revisões periódicas da legislação tributária, promover a participação
pública e implementar sistemas robustos de monitoramento e avaliação.

Essas estratégias visam não apenas otimizar a arrecadação de impostos, mas também garantir
a alocação eficaz de recursos para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável. Ao
adotar práticas de gestão fiscal eficazes, Moçambique estará melhor posicionado para
enfrentar os desafios futuros e promover uma administração pública financeiramente
saudável e responsável

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