Você está na página 1de 99

DOCÊNCIA EM

SAÚDE
EMPREENDEDORISMO
Copyright © Portal Educação

2012 – Portal Educação


Todos os direitos reservados

R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130


Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520
Internacional: +55 (67) 3303-4520
1
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil


Triagem Organização LTDA ME
Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação

P842e Empreendedorismo / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação,


2012.

99p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-172-8

1. Empreendedorismo. I. Portal Educação. II. Título.

CDD 658.421
SUMÁRIO

1 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................................4 2

1.1 Característica do comportamento do empreendedor .......................................................... 5

1.2 Perfil do Empreendedor – características comuns que proporcionam o sucesso do

empreendedor ....................................................................................................................................14

2 O QUE É EMPOWERMENT ......................................................................................................19

2.1 Porque empowerment, às vezes, não dá certo? ...................................................................21

3 CRIANDO A EMPRESA............................................................................................................24

3.1 Ser Empreendedor...................................................................................................................25

3.2 Passo a passo para a busca de oportunidade de negócios ................................................27

3.3 Análise dos Riscos ..................................................................................................................29

4 DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO.......................................................................................................31

4.1 Plano de Negócio.....................................................................................................................31

4.1 Elaboração do Plano de Negócio ...........................................................................................37

4.2 Estrutura do Plano de Negócio ..............................................................................................38

5 ABERTURA DE EMPRESA ......................................................................................................41

5.1 Classificação da Empresa ......................................................................................................44

6 GESTÃO EMPRESARIAL ........................................................................................................46

7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ...........................................................................................48


8 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA..........................................................................................49

8.1 Decisões estratégicas .............................................................................................................50

9 A PESQUISA SOBRE EMPREENDEDORISMO ......................................................................57

9.1 Detalhes do Programa sobre empreendedorismo para o Brasil .........................................71

3
10 AMBIENTE DO SISTEMA – CONCEITO ..................................................................................80

10.1 Administração do tempo.........................................................................................................89

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................96
4

1 EMPREENDEDORISMO

Empreendedor - A existência de pessoas empreendedoras é o requisito básico para o


surgimento de qualquer ramo de iniciativa empresarial. Todas as relações humanas surgem pela
motivação de pessoas com espírito empreendedor. A criação de novas empresas, a introdução
de inovações nas empresas já existentes e mesmo a dinamização de uma instituição depende
da forma empreendedora das pessoas.

Os estudos revelam que regiões que mais se desenvolveram são aquelas onde
concentram uma maior quantidade de empreendedores.

O potencial e as habilidades empreendedoras estão latentes em algumas pessoas que


manifestam interesse em empreender, quer seja através da criação de uma nova empresa
própria, ou mesmo empreendendo inovações e novos negócios para as empresas em que
trabalham.
A contribuição ao desenvolvimento econômico e social é dada pelos empreendedores
na medida em que criam empregos, geram impostos, fortalecem a concorrência, inovam e
produzem riquezas. Por isto são chamados de agentes de desenvolvimento e de mudança.

O empreendedor deve estar motivado pela auto-realização, desejo de assumir


responsabilidades e independência e novos desafios. O empreendedor considera irresistível ter
esta postura pessoal, estando sempre buscando novas idéias, seguidas sempre da ação. 5

As realizações em sua totalidade constroem a ação empreendedora para as pessoas


com capacidade de agir, de tomar decisões para que seus sonhos, visões e projetos
transformem-se em realidade, utilizam-se da própria capacidade de combinar recursos
produtivos, capitais, matéria-prima e trabalho - para realização de obras, fabricando seus
produtos e prestando serviços destinados a satisfazer necessidades de pessoas.

Para que tenhamos uma melhor compreensão das características do comportamento


empreendedor estaremos colocando as principais dentro do comportamento assumido.

1.1 Característica do comportamento do empreendedor:

Busca de oportunidades e iniciativa:

 Faz as coisas antes de solicitado ou mesmo antes de ser forçado pela


circunstância;
 Agem para melhorar seus negócios em novas áreas, produtos e/ou serviços;
 Aproveita as oportunidades fora do comum para começar um negócio, obtêm
financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.
Persistência:

 Age diante de um obstáculo;


 Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou
superar os obstáculos;
 Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir
metas e objetivos. 6

Comprometimento:

 Faz sacrifícios pessoais ou despende esforços extraordinários para completar


uma tarefa;
 Colabora com seus empregados ou se coloca no lugar deles, se for necessário,
para terminar o trabalho;
 Realiza esforços para manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a
vontade do mesmo, em longo prazo, acima do lucro em curto prazo.

Exigência de qualidade e eficiência:

 Encontra formas de realizar as coisas melhor, mais rápidas ou mais barato;


 Realiza os produtos/serviços além dos padrões de excelência;
 Desenvolve os procedimentos para assegurar que os trabalhos sejam
terminados em tempo ou atendam os padrões de qualidade previamente combinados.

Correr riscos calculados:

 Calcula os riscos atentamente, avaliando várias alternativas;


 Trabalha para reduzir os riscos ou controla os resultados;
 Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. Buscando
desafios e/ou riscos moderados.

Estabelecimento de metas:

7
 Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal;
 Definem metas de longo prazo, claras e específicas;
 Busca objetivos de curto prazo, e que são mensuráveis.

Busca informações:

 Dedica-se pessoalmente em obter as informações de clientes, fornecedores e


concorrentes;
 Busca alternativas de como fabricar um produto ou fornecer um serviço;
 Consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial.

Planejamento e monitoramento sistemáticos:

 Planeja dividindo as tarefas por grandeza e com os prazos definidos;


 Rever os planos constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as
mudanças circunstanciais;
 Controla os registros financeiros e utiliza os mesmos para tomar decisões.

Persuasão e rede de contatos:

 Faz uso da estratégia deliberadamente para influenciar ou persuadir os outros;


 Usa pessoas-chave como agentes para atingir seus objetivos;
 Desenvolve e mantém relações comerciais.

Independência e autoconfiança:

8
 Busca autonomia em relação às normas e os controles;
 Defende seu ponto de vista, mesmo que esteja diante da oposição ou dos
resultados iniciais desanimadores;
 Age com confiança na sua capacidade de complementar uma tarefa o de
enfrentar um desafio novo.

Assim, o empreendedor é motivado pela autoconfiança, com desejo de assumir as


responsabilidades e a independência, buscando não somente a satisfação econômica.
Considera irresistíveis os novos empreendimentos e está sempre buscando novas idéias, que
serão seguidas pela ação.

O empreendedor fica o tempo todo se auto-avaliando, se autocriticando e controlando


seu comportamento em busca do autodesenvolvimento. Para se tornar um empreendedor de
sucesso, o indivíduo precisa reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, de liderar
pessoas e de conhecer tecnicamente as etapas e os processos do seu empreendimento.

Dificilmente encontraremos um empreendedor com todas as características, elas


representam apenas um referencial que possibilita uma auto-avaliação, a partir daí você terá
condições de definir seus pontos fortes e fracos e optar por um programa de aperfeiçoamento
pessoal, visando desenvolver seus aspectos da sua personalidade necessários ao bom 9
desempenho.

Criatividade, seriedade, disciplina e paixão pelo que faz, leva o possuidor destas
quatro características a ser um empreendedor. As duas iniciais Seriedade e Disciplina são
necessárias em todas as ações de nossa vida, e tornam o empreendimento forte, seguro, capaz
de resistir às dificuldades impostas pelo ambiente externo, como no caso de uma crise
financeira.

A criatividade, juntamente com o espírito empreendedor, deixa a empresa em


condições reais de enfrentar muitas adversidades, bem como ajuda na busca pela melhoria
constante do seu produto e/ou serviço, atento as necessidades dos consumidores.

Com a Paixão o empreendimento será diferenciado. Trabalhar em algo que


proporciona prazer e retorno financeiro é um privilégio sem dúvida. Deixar a empresa com um
toque pessoal, a organização, uma pintura diferente, um quadro, um cartaz, será o diferencial,
proporcionando muito mais orgulho. Existem, contudo, várias outras características muito
comuns à pessoa com espírito empreendedor.

Um bom exemplo da importância do perfil empreendedor é que o número de pequenas


empresas e de trabalhadores autônomos aumenta a cada ano. Desde o início dos anos 70, essa
tendência, vem se afirmando. No Canadá, no final de 1998, 17% da mão de obra era composta
de trabalhadores autônomos. Cerca de 50% do PIB do país é hoje gerado pelas PME (Pequenas
e Médias Empresas).

Com o conceito canadense que define como PME toda empresa que emprega até 100
pessoas, 98% das empresas canadenses são PME. Destas, 75% têm menos de (05) cinco
empregados e 90% delas menos de 20. Entre 1980 e 1998, houve um aumento de 20% de PME
no Canadá. 75% dos empregos criados encontram-se no setor terciário. Cabe ressaltar que as
empresas dirigidas por mulheres aumentaram de 10% a 30% durante os últimos 20 anos e, 90%
dessas empresas empregam menos de 10 pessoas e cerca de 50% delas são de comércio
varejista.

O fenômeno empresarial mais marcante da última década foi, sem dúvida, o


crescimento do trabalho autônomo. Entre 1976 e 1988, 35% dos empregos criados foram de
trabalhadores autônomos, entre 1989 e 1998, esta taxa se elevou a 74%. De 1995 a 1997, 70% 10
dos empregos criados no Quebec, foram de trabalhadores autônomos (sem empregados). Entre
1976 e 1996, percebem-se mais uma vez a evolução da participação das mulheres, que passou
de 19,6% para 31,2% nesta categoria de emprego. (Matte, 1998).

As demandas por educação e formação empreendedora não advêm somente das


pessoas que desejam se lançar no mundo dos negócios por conta própria. Dizem respeito
igualmente a todas as áreas das ciências humanas e administrativas.

Por exemplo, é imprescindível instaurar várias mudanças estruturais, com vistas a


melhorar o apoio à iniciativa empreendedora. Os organismos e os ministérios que oferecem
programas de apoio são muitos, mas não podem recrutar pessoas que realmente conheçam os
assuntos e tenham uma formação suficientemente sólida na matéria.

Os técnicos que oferecem apoio, os funcionários dos órgãos como o SEBRAE,


aqueles dos ministérios e organismos governamentais vinculados à economia, os graduados de
todas as áreas que farão carreira nas grandes organizações devem, cada vez, mais sua
evolução à compreensão de que a grande maioria de sua clientela é composta de trabalhadores
autônomos, pequenos empreendedores e pequenos, médios empresários.

Aprofundando os estudos sobre empreendedorismo podemos verificar, na realidade,


que os pesquisadores sobre empreendedorismo concordam em dizer que a origem desse
conceito esta nas obras de Cantillon, que era um banqueiro no século XVIII. Porém, hoje seria
qualificado de investidor em capital de risco.

O interesse de Cantillon era pelos empreendedores não era um fenômeno isolado na


época. Interesse este que se harmonizava com o ideário dos pensadores liberais da época que
exigiam, entre outros, liberdade plena para que cada um pudesse tirar o melhor proveito dos
frutos de seu trabalho.
Também existe uma corrente de pensamento que antecedeu aos fisiocratas, como
Quesnay, Turgot, Morellet, Trudaine.

Cantillon vivia em Paris, mas era irlandês. No Reino Unido, onde nascia a Revolução
Industrial, Cantillon buscava na época nichos de mercado para investimentos lucrativos. Diante
deste cenário, a análise do risco era o centro para que pudesse tomar a decisão. “Para ele, o
empreendedor era aquele que comprava matéria-prima por um preço certo para revendê-la a 11
preço incerto”. Ele entendia, no fundo, que se o empreendedor lucrava além do esperado, isto
ocorrera porque ele havia inovado: fizera algo de novo e de diferente.

O tema empreendedorismo foi utilizado pela primeira vez na língua francesa no início
do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação de operações militares.
Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado na França para designar aquelas
pessoas que se associavam com proprietários de terras e trabalhadores assalariados.

Contudo, era utilizado também nessa época, para denominar outros aventureiros tais
como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos.

Um século depois, Say estabeleceu uma diferença entre os lucros do empreendedor e


aqueles do capitalista. O economista francês Jean Baptiste Say (1796), grande admirador da
revolução industrial britânica, fenômeno que ele gostaria de ter visto aplicado na França, pôde
ser identificado como o pai do que hoje se convencionou chamar de empreendedorismo.

Devemos, porém, creditar a Schumpeter a consolidação do conceito dessa disciplina -


o empreendedorismo - à inovação, ao fato de se criar coisas novas e diferentes. Schumpeter tem
pouco a ver com os empreendedores hoje em dia. Este último tem o papel de atuar como
empreendedor dentro de uma organização, e o denominamos "intra-empreendedor".

Aliás, com Baumol (1993), ficou claro a diferença entre empreendedor organizador de
empresa e o empreendedor inovador. Como já havíamos colocado no início desta obra, vários
economistas tais como Knight, apresentaram sistemas de transferência do conhecimento que
nos fazem entrar na era da sociedade do aprendizado.

Com a moderna forma de implantar os sonhos de que se torna uma realidade dentro
dos conceitos acima descritos, podemos ainda, colocar que hoje o empreendedorismo é uma
ciência estudada dentro dos melhores campos universitários do Brasil e fora dele.
No Brasil uma eclosão empreendedora como poucas vezes se viu na história. Mesmo
no interior do país, existem culturas empreendedoras muito diversas de uma região para a outra.
O empreendedorismo não é praticado da mesma forma em São Paulo, no Rio de Janeiro, em
Porto Alegre, em Recife, Ouro Preto e assim por diante.

As culturas empreendedoras são regionais e locais. No entanto, vivemos no mundo,


um período de grande urbanização. Não é certo que a configuração das camadas sociais no 12
meio urbano propicie uma transmissão da cultura empreendedora de melhor qualidade.

Após esta parte de esclarecimentos e colocação dos vultos da criação do tema


empreendedorismo como cadeira acadêmica, podemos dar continuidade nos tópicos:

- um empreendedor é motivado pela auto-realização;

- o empreendedor assume responsabilidades e independência, buscando não


somente a satisfação econômica, considerando irresistíveis os novos empreendimentos; e

- está sempre propondo novas idéias, que serão seguidas pelas ações.

O empreendedor está sempre se auto-avaliando, se autocriticando e controlando seu


comportamento em busca do autodesenvolvimento. Para tornar-se um empreendedor de
sucesso, o indivíduo precisa reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, de liderar
pessoas e de conhecer tecnicamente as etapas e processos do seu negócio.

Convém lembrar que estamos vivendo um clima de mudanças no Brasil que mostra no
dia a dia a batalha entre as forças inovadoras e as forças conservadoras. Se não formos atores
do processo, seremos figurantes. Não há como escapar, é melhor atuar, criar, viver não apenas
por viver, apenas respirando, mas sempre mantendo dentro da alma a certeza de que estamos
vivendo com progresso, garantindo o futuro próprio e de toda a família.

Ser empreendedor na concepção da psicologia é ter alta necessidade de realização,


além das características comportamentais, e não implica necessariamente em atuações
empresarial.
O empreendedor deve realizar tarefas com metas e objetivos bem-definidos, resolver
problemas com decisão e iniciativa, e enfrentar desafios, enfim deve saber desafiar padrões e ir
além do pensamento comum que caracteriza a maioria das pessoas.

Por volta de 1800, Jean Baptiste Say utilizou o termo empreendedor em seu livro
“Tratado de Economia Política”. Segundo Say, o empreendedor é o responsável por “reunir todos
os fatores de produção e descobrir no valor dos produtos a reorganização de todo capital que ele 13
emprega o valor dos produtos, o juro, o aluguel que ele paga, bem como os lucros que lhe
pertencem”.

Segundo Drucker, o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela e a


explora como sendo uma oportunidade. Embora muitas vezes a maioria dos conceitos, estudos e
pesquisas efetuadas sobre empreendedores refiram-se a área de negócios, é importante frisar
que este deve ser vislumbrado em todos os ramos de atividade humana como as artes, o
esporte, a política, a música entre outras.
1.2 Perfil do Empreendedor – características comuns que proporcionam o sucesso do
empreendedor

 Objetivo definido – Os objetivos funcionam como um motor que impulsiona a 14


empresa e as pessoas que nela trabalham, sem os objetivos definidos, dificilmente nos moverá
na direção certa;

 Visão global – Enxergar as oportunidades que pessoas normais não enxergam,


é ficarem atentos as mudanças do mundo dos negócios;

 Velocidade – O aspecto velocidade poderá ser determinante para o êxito da


atividade não se deixa para amanhã o que poderá ser feito agora, este é o lema do
empreendedor. Porque amanhã ele estará envolvido com outro projeto planejado;

 Iniciativa – Ter iniciativa para solucionar os problemas e falhas antes delas


acontecerem;

 Planejamento – O planejamento é fundamental para o empreendedor através


dele, fica atento aos riscos, e sabe da viabilidade ou não da sua idéia;

 Persistência – Os empreendedores não desistem facilmente, sempre procuram


uma forma de continuar apesar das eventuais dificuldades, pois nem sempre as coisas vão
andar as mil maravilhas, mas o importante é persistir em busca de nossos sonhos e não desistir
nunca;

 Ousadia – É a busca de fazer coisas diferentes, que ninguém ainda fez, é


quebrar padrões, o importante é quebrar regras de trabalho em busca de maior produtividade;
 Persuasão – É saber mostrar que todos podem ganhar com sua idéia, é saber
vender a idéia aos outros;

 Competência – Ter competência é bastante importante para colocar as idéias


em prática, pois é necessário disciplina, preocupação, perfeição e cuidados com detalhes para
que tudo possa correr da melhor maneira possível; 15

 Autoconfiança – O empreendedor tem que acreditar nos seus objetivos, no seu


sonho, o empreendedor tem a consciência de que seu sucesso depende da sua confiança.

Também é essencial levar em conta a importância dos itens:

Dados e características da comunicação


Este tema é muito importante em qualquer momento da vida de uma empresa. A
comunicação segura e bem trabalhada vai garantir boa parte do sucesso do empreendedor,
tanto no que diz respeito à comunicação com os empregados como com fornecedores e até
mesmo concorrentes: Tudo é possível de ser resolvido com uma boa conversa.

16
Conhecer o rumo de atividade

Através da experiência própria ou através de revistas, informativos, livros, pesquisas


em universitários, com outros empreendedores, etc., para aproveitar e identificar oportunidades,
sempre pesquisando nas melhores fontes, promovendo sua curiosidade por novos caminhos que
levam ao progresso da empresa.

Liderança

Administrar é planejar, executar e controlar. Você precisará, muito mais do que ser um
chefe, ser um líder, legitimando suas ordens e decisões para que o grupo trabalhe seguindo
sempre os objetivos gerais da organização. Você vai precisar dar ordens, mas sempre que o
empregado compreender de forma transparente porque aquela decisão foi tomada, não ocorrerá
nenhuma situação mais traumática, a ordem vai sair como algo natural e necessário. O líder é
um facilitador do trabalho do grupo e deverá também promover a união do mesmo.

Organização

O espaço físico da empresa, os documentos, as pessoas, as máquinas, enfim, tudo


aquilo que está interagindo para um objetivo final, seja um produto ou serviço, precisa estar bem
ordenado, limpo, transmitir uma boa impressão ao cliente ou ao fornecedor. Todos os recursos
da empresa precisam estar muito bem ordenados para aperfeiçoar o processo que leva ao
produto final ou à prestação do serviço.

Planejamento
Imprevistos sempre podem acontecer, mas um bom planejamento estratégico, de
curto e longo prazo, vai lhe proporcionar uma maior segurança, você estará mais bem
amparado, principalmente se você destinar uma reserva mensal para contingências, para
situações não previstas.

Crie o seu plano, coloque no papel todas as suas idéias já a partir do momento em
que decidiu optar por abrir um negócio próprio. Inclua no seu planejamento estratégico itens, 17
informações tais como:

 Tipo de produto que você irá produzir ou serviço que irá prestar, determinando
assim o seu ramo de atividade.Exponha no papel várias idéias, várias razões práticas e pessoais
que justifiquem a sua escolha;

 Local onde você desenvolverá suas atividades: em muitos empreendimentos, a


melhor escolha do ponto é um dos principais fatores do sucesso, sempre aliado a um ótimo
atendimento. É muito importante estar onde está o seu cliente e, se possível, distante de um
concorrente direto.

o Verifique todos os detalhes, como, por exemplo, se o ponto tem fácil acesso,
se tem estacionamento, segurança.
o Verifique na Prefeitura o com os moradores se existe alguma obra prevista
para aquela região.
o Analise também se a dimensão do ponto atende às necessidades da sua
atividade.
o Verifique as instalações elétricas e hidráulicas, veja quais reformas serão
necessárias e qual a periodicidade de obras de conservação.

 Seus consumidores, qual o seu mercado consumidor potencial. Faça pesquisas


que lhe informem vários dados estatísticos dos moradores do bairro, o mesmo da cidade e
estado onde você iniciará suas atividades, principalmente no que diz respeito à idade, sexo,
renda e grau de instrução.
o Utilize questionários, faça entrevistas, analise o ambiente.
o Converse também com parentes e amigos, fornecedores e até mesmo com
concorrentes;
Com os concorrentes, busque informações, faça uma análise detalhada de seus
produtos e serviços, verifique suas qualidades, anote possíveis defeitos, veja como você pode 18
fazer melhor, crie diferenciais.

 Faça a avaliação de todas as possibilidades de fornecedores; e um catálogo


com o maior número possível de informações sobre todos os fornecedores de produtos ou
serviços ligados ao seu ramo de atividade.

As características do novo empreendedor normalmente dependem de mudanças. A


única coisa constante na vida é a mudança. A mudança que costuma causar desconforto (por
que nos leva ao desconhecido) é a mola propulsora da sociedade. É a mudança que resolve os
problemas, mudando paradigmas, evolui, é a melhora que adapta e avança.

Vivemos há alguns anos um clima de mudança no Brasil que mostra todo dia a
batalha entre as forças inovadoras e as forças conservadoras. Se não formos atores do processo
seremos figurantes. Não há como escapar, é melhor atuar, criar, viver não apenas por viver,
apenas respirando, mas sempre mantendo dentro da alma a certeza de que estamos vivendo
com progresso, garantindo o futuro próprio e de toda a família.
2 O QUE É EMPOWERMENT

É um novo estilo gerencial que prima pelo fortalecimento do poder decisório dos
funcionários. 19

Com o empowerment, concedem-se às pessoas que trabalham em uma empresa,


oportunidades de participarem ativamente dos processos e escolhas organizacionais.

Por que é importante aderir ao empowerment?

Para sobreviver num mundo de negócios marcado, atualmente, por forças intensas e
por mudanças rápidas.

Não confundir empowerment ...

 Com pura e simples participação;


 Com mera constituição de equipes; com caos.

Etapas para a implementação do empowerment

Existem seis etapas que orientam a implementação de um programa de empowerment


com sucesso. São elas:

 Tolerância a erros;
 Desenvolvimento de confiança;
 Visão;
 Fixação de metas;
 Avaliação;
 Motivação.

 Tolerância a erros:
Faz parte da essência do empowerment a tolerância a erros por parte da empresa.
Contudo, isto não quer dizer que a empresa deva tolerar toda a sorte de erro.

Existem erros que podem e precisam ser tolerados, se a empresa realmente objetivar 20
o comprometimento de seus funcionários, e existem erros impossíveis de se tolerar.

 Desenvolvendo confiança:
Empowerment é antes de tudo uma questão de confiança. Somente haverá
funcionários desejosos de contribuírem para o sucesso organizacional, se houver confiança na
relação entre empresa e seu pessoal.

 Visão:
Empowerment não é sinônimo de caos. Por isso, todo projeto de empowerment, para
gerar efeitos positivos, precisa estar alicerçado sobre uma “visão”.
 Fixação de metas:
De igual modo, metas precisam ser estabelecidas.

As metas concentram os objetivos idealizados para o cumprimento da missão.

 Avaliação: 21
Uma organização que implementa o empowerment quer mudar sua forma de gerenciar
seu pessoal. Como todo projeto, portanto, o empowerment precisa de avaliações para medir a
distância entre o planejado e o alcançado.

 Motivação:
A motivação é parte indissociável de qualquer projeto de empowerment, uma vez que
apenas empregados motivados são capazes de se comprometer com a missão organizacional.

A motivação passa pelo reconhecimento. Uma empresa pode reconhecer o esforço de


seus funcionários, premiando-os, oferecendo-lhes bons salários, segurança no emprego e
oportunidades de crescimento profissional.

2.1 Porque empowerment, às vezes, não dá certo?

1. Porque os programas orientados para o uso da técnica são cheios de


contradições;
2. Porque os executivos e gerentes sabotam os programas de empowerment,
ainda que não percebam que o fazem;
3. Porque os funcionários têm dúvidas quanto ao que venha a ser a técnica;
4. Porque é sempre difícil mudar. As coisas não acontecem num passe de mágica.
Inserimos essa parte sobre o empowerment para a vida do empreendedor,
exatamente para que todos os que estão fazendo este curso possam, de forma exata,
aprofundar seus conhecimentos e noção do que um empreendedor de sucesso necessita
conhecer para alcançar o sucesso na vida como empresário.

De alguma sorte no passado se dizia, “o tal empresário chegou ao topo porque teve
sorte”. Isso porque não era tratada como ciência como ocorre hoje, onde mérito é dado a devida 22
pesquisa, pois, sem a mesma não existe condições de alcançar o sucesso.

Portanto, se faz necessário o planejamento, controle financeiro, o controle emocional,


e principalmente o conhecimento do ramo de atividade no qual se propõe investir seu tempo,
seus recursos ou do grupo que vão investir no seu sonho. Deve o futuro empreendedor ter acima
de tudo, condições e se encontrar motivado e motivar as pessoas que irão fazer parte do seu
sonho.

Deve o mesmo, sempre buscar informações sobre o mercado, seus concorrentes e o


que os mesmos estão fazendo, para se manter no mercado, ou seja, utilizando uma técnica
conhecida nos programas de qualidade que é o Benchmarking: comparar o que está sendo
feito e melhorar, descartando o que não se faz necessário, para seu investimento, que se
encontra planejado e sempre buscando alcançar o sucesso. No mundo globalizado e altamente
competitivo, as empresas no mundo inteiro estão realizando.

Para que todos tenham a verdadeira noção do significado da técnica de


benchmarking, segue abaixo:

É uma estratégia de gestão voltada para o aprendizado. Através do benchmarking,


uma organização procura identificar as melhores práticas empresariais para aplicá-las a sua
realidade. O resultado é o aperfeiçoamento da organização que se propõe a elaborar o estudo
de benchmarking.

Trata-se de um evento contínuo, ou seja, a organização que o faz não pode acreditar
que benchmarking é um evento único no tempo, que dispensa modificações e reavaliações.

Também possui as características:

 É um processo de coleta de informações valiosas;


 É um aprendizado;
 Requer disciplina;
 Implica em permanência, ou seja, as organizações precisam reconhecer a sua
importância e viabilidade como ferramenta de auxílio, devendo promover estudos de
benchmarking sempre.

23
24

3 CRIANDO A EMPRESA

O Processo de criação da empresa de algumas etapas que precisam ser estudadas


previamente e de forma objetiva, permitindo assim levar o negócio a atingir o objetivo de sucesso
esperado pelos seus idealizadores. As principais etapas que podem ser considerados, neste
momento, envolvem os seguintes tópicos:

 Motivação
 Decisão
 Busca de Oportunidade
 Idéia
 Elaboração do Projeto
 Busca de informação
 Negociação do Projeto
 Sócios e
 Agentes Financeiros
 Instalações e Formalização da Empresa
 Legislação
 Local
 Formação da Equipe Básica
 Lançamento das Operações
 Penetração no Mercado
 Fornecedores
 Clientes
 Consolidação da Empresa 25
 Desenvolvimento da Equipe
 Consolidação da Imagem no Mercado
 Aprimoramento Tecnológico.

Estas são as etapas que o futuro empreendedor deve ter como um caminho a ser
seguido, para que seu empreendimento obtenha o sucesso necessário para que no futuro possa
expandir sem medo de enfrentar os concorrentes de igual para igual, pois com o diferencial você
planejou suas ações como empreendedor.

3.1 Ser Empreendedor

São muitos os motivos pelos quais as pessoas decidem montar sua própria empresa,
podemos citar algumas depois dos caminhos colocados no primeiro módulo desta obra, são os
seguintes:

 Sensação de liberdade;
 Provar que é capaz;
 Certeza do sucesso;
 Disposição para desenvolver idéias;
 Vontade de ser seu próprio patrão;
 Desejo de ganhar mais dinheiro;
 Para aplicar os recursos disponíveis, e
 Por estar desempregado.

Abrir sua própria empresa é um desafio, é um risco que o empreendedor deve assumir
dificuldades nos aspectos emocionais quanto à necessidade de aceitação, afeto,
reconhecimento e dificuldades em assumir erros, podem levar a um sentimento de insegurança
com relação às decisões a serem tomadas. 26

Para tanto, existe necessidade de um ato de vontade direcionada à solução destas


dificuldades. É preciso enfrentá-las até que se alcance o equilíbrio, harmonia e persistência para
começar novamente quando errar ou fracassar.
Criar um negócio, mantê-lo e expandi-lo, só se consegue ao longo do tempo. Os
aspectos da personalidade do empreendedor são capazes de influenciar o sucesso da empresa.
É preciso que ele conheça suas características psicológicas no sentido de desenvolvê-las na
direção do perfil do empreendedor bem-sucedido.
Dentro do mercado globalizado em que hoje vivemos, o empreendedor deve estar
atento ao fato que a globalização da economia e a abertura dos mercados a concorrência,
ampliando desafios e perspectivas para novos empreendimentos, bem como o crescimento dos
sistemas de parceria como franquia, terceirização e formação de pólos empresariais têm
contribuído para criação de novos negócios.
Além disso, novas tecnologias avançadas, sobretudo de informática, comunicação e
produção afetam cada vez mais as empresas e suas operações.
O empreendedor de hoje também precisa ser ético nos negócios, se preocupar com a
qualidade, buscar e dominar informações, entender o que deseja o cliente e preservar o meio
ambiente e as ações sociais na comunidade circunvizinha da empresa.
3.2 Passo a passo para a busca de oportunidade de negócios

A busca de oportunidades de negócios é dedicar-se às pesquisas de dados e


informações que possibilitem identificar um ramo ou setor da economia que seja propício ao
investimento de novos negócios. Significa envolver-se num processo de descoberta dos 27
melhores caminhos para a concretização de empreendimentos que tenham possibilidades de
sucesso.
Uma oportunidade pode ser entendida como uma circunstância, ocasião ou rumo da
ação que vale a pena ser seguida e explorada, para se criar um núcleo de atividades de uma
empresa, segundo os critérios de grupos de clientes almejados, necessidades atendidas e
tecnologias utilizadas.

1º. Passo – organização das atividades:


Para iniciar qualquer atividade, é imprescindível que exista um planejamento prévio
para facilitar a execução das tarefas a que se propõe o empreendedor. Inicialmente, ele deve
definir se pretende conduzir seu negócio sozinho ou em sociedade e, neste caso, o perfil do(s)
sócio(s) que deseja ter. É importante, também, atentar para uma infra-estrutura mínima de apoio
(local para reuniões/estudos, compra de material de escritório/revistas/livros, telefone, etc.,) e
para os prazos definidos.

2º- Passo – direcionamento estratégico:


Empreendedor deve escolher algumas áreas de ataque para centrar seus esforços e
não dispensar energias atirando para todos os lados. Os pontos indicados para compor o
direcionamento estratégico são:
 Estabelecer objetivos, levando em conta seus anseios, a fim de balizar a
escolha do negócio de acordo com sua satisfação ou conveniência.
 Análise de pontos fortes e fracos – o empreendedor deve considerar suas
forças e fraquezas, baseando-se em algumas áreas principais, como: Formação
educacional formal, habilidades, interesses, relacionamento com outras
pessoas, conhecimentos e experiências.
 Avaliação de recursos e capacidades - o que, efetivamente dispõe o
empreendedor para abrir sua empresa: capital, capacidade administrativa e
gerencial, acesso à mão-de-obra, acesso a terrenos, imóveis e tecnologia
denominados.
 Concepção dos princípios norteadores da busca de oportunidades que são
a essência do direcionamento estratégico e que foram apontados a partir dos
objetivos, pontos fracos, fortes, recursos e capacidades identificadas pelo
empreendedor. 28

3º- Passo – Identificação do nicho de oportunidades:


Oportunidades existem em toda a parte. Dessa forma, cada empreendedor pode
identificar um determinado nicho, isto é, o local onde estão as suas oportunidades específicas,
estritamente vinculadas à sua capacidade competitiva em que ele desfruta uma vantagem
diferencial. Assim, o nicho de oportunidades estabelece áreas mercadológicas que se coadunam
com as peculiaridades do empreendedor:

4º- Passo – análise das fontes de oportunidades:


Existem inúmeras fontes de idéias sobre oportunidades, que podem ser divididas nos
seguintes grupos:
 Fontes no ambiente interno de empresas – geralmente se relacionam a uma ou
várias necessidades de determinadas empresas de um ramo;
 Fontes relacionadas ao ambiente externo nacional, como necessidades não
satisfeitas, deficiências, “hobbies” ou modismos, imitação criativa, patentes e licenças, feiras
nacionais, entre outras;
 Fontes relacionadas ao ambiente externo internacional – novidades trazidas do
exterior, câmaras de comércio, agentes de comércio exterior, catálogos e feiras internacionais.
 Fontes relacionadas ao ambiente futuro – são as dos negócios que exploram
conceitos vanguardistas, ligados a futuras mudanças.
29

3.3 Análise dos Riscos

O conhecimento de alguns aspectos da vida das empresas deve permitir a avaliação o


grau de atratividade do empreendimento, subsidiando a decisão do futuro empresário na escolha
do negócio que pretende desenvolver. Basicamente, os riscos do negócio referem-se a:

 Sazonalidade:
Caracteriza-se pelo aumento ou redução significativas da demanda pelo produto em
determinada época do ano. Os negócios com maior sazonalidade são perigosos e oferecem
riscos que obrigam os empreendedores a manobras precisas. Quando em alto grau, é
considerado fator negativo na avaliação do negócio.

 Efeitos da economia:
Análise da situação econômica é questão importante para a avaliação da oportunidade
de negócio, já que alguns deles são gravemente afetados, por exemplo, por economias em
recessão.

 Controles Governamentais:
Setores submetidos a rigorosos controles do governo, nos quais as regras podem
mudar com freqüência, oferecem grande grau de risco e são atraentes para pequenos
investidores.
 Existência de Monopólios:
Alguns empreendedores podem enfrentar problemas por atuar em áreas em que haja
monopólios formados por “mega organizações”, que dominam o mercado, definido as regras do
jogo comercial. No Brasil, a comercialização de pneus, produtos químicos em geral e tintas são
exemplos típicos de segmentos fortemente monopolizados.

 Setores em estagnação ou retração: 30


Estes setores há uma procura menor que a oferta de bens/serviços, o que torna a
disputa mais acirrada. Nas épocas de expansão e prosperidade de negócios, ao contrário, novos
consumidores entram no mercado, promovendo a abertura de novas empresas.

 Barreiras à entrada de empresas:


Referem-se a obstáculos relacionados com: exigência de muito capital para
investimento; alto e complexo conhecimento técnico: Dificuldades para obtenção de matéria-
prima; Exigência de licenças especiais; Existência de contratos, patentes e marcas que
dificultam a legalização da empresa e outras.
4 DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO

O empreendedor deve definir seu negócio, que consiste na descrição sumarizada dos
três elementos fundamentais de qualquer empreendimento:

31
1- As necessidades do cliente – por que os clientes buscam o produto/ serviço?
Que necessidade ou desejo eles apresentam em relação à área de atividade da empresa
(alimentação, lazer, etc.);

2- Os grupos de clientes – quem são eles?

3- A forma de atendimento das necessidades dos clientes – que tecnologia ou


processo produtivo deve ser utilizado para satisfazer as necessidades dos clientes?

4.1 Plano de Negócio

O plano de negócio é um documento escrito que tem o objetivo de estruturar as


principais idéias e opções que o empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da
empresa a ser criada. Numa visão mais ampliada, o plano de negócio tem as seguintes funções:
 Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico,
financeiro, jurídico e organizacional;
 Avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para cada
um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor poderá comprar o previsto com
o realizado;
 Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu
capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais. 32

Alguns pontos devem ser observados na elaboração do plano:


 Equilibrar tanto interesse próprio quanto de terceiros, sobretudo quanto há apoio
financeiro de terceiros;
 Determinar um prazo para a conclusão dos estudos;
 Fazer, num prazo determinado, uma agenda de trabalhos;
 Relacionar entidades e profissionais a serem consultados;
 Dar extensão adequada ao plano de negócios, sem resumir ou estender
demasiadamente as informações;
 Analisar todos os aspectos componentes da estrutura do plano com informações
de natureza quantitativa e qualitativa;
 Adotar, quanto à divulgação do plano de negócio, posturas adequadas nos
momentos oportunos, como, por exemplo, não divulgar informações antes da operacionalização
da idéia.

Negociação:

Tendo em vista o montante de recursos necessários à implantação do negócio, o


empresário deverá providenciá-los, seja através da formação societária ou até mesmo, de linhas
de crédito de apoio à criação e ao desenvolvimento de micro e pequenas empresas, oferecidos
pelas instituições financeiras.

 A sociedade:

São muitos e freqüentes os problemas gerados com a formação de “sociedade”:


 Formação de sociedade com pessoas que não se complementam, podendo
gerar no futuro disputa pelos mesmos espaços;
 Constituição de sociedade entre sócios, amigos e/ou parentes sem os dados
conhecimentos tecnológicos, habilidades administrativas e objetivos comuns;
 Não definição de um planejamento estratégico e operacional, discutindo antes
de dar início ao negócio, itens que possam surgir como fatores de atrito no futuro;
 Identificação da forma de distribuição de lucros; 33
 Identificação dos papéis exercidos pelos integrantes da sociedade, bem como o
limite de autonomia.

- Aspectos importantes para encontrar o sócio ideal:

Após alguns conceitos descritos nesta obra, até agora podemos verificar que todo
caminho traçado para o empreendedor, que por ventura necessite de ajuda financeira de
terceiros, deve tomar as seguintes providências, para que seu sonho seja um empreendimento
de sucesso:

Analise se os objetivos dos sócios são os mesmos, tendo em vista o grau de


ambição de cada um e a dimensão que aspiram para o negócio;
Divida as tarefas antes de montar a empresa. Defina o campo de atuação de cada
sócio e escolha os funcionários em conjunto, principalmente quando se trata do contador;
A participação de capital de cada sócio deve ser igual, caso contrário, as cotas
devem ser bem-definidas;
Defina com antecedência a retirada “pró-labore”, a distribuição dos lucros e o quanto
será reinvestido na própria empresa (durante quanto tempo), caso um dos sócios entre apenas
com o capital, esse item se torna mais importante ainda;
Determine o horário de trabalho de cada sócio. Estabeleça quem trabalha em
feriados e quando cada tira férias;
Estabeleça o grau de autonomia de cada sócio e até que ponto um dos envolvidos
pode tomar uma decisão sozinha; 34
Determine se os familiares poderão ser contratados e quanto por parte de cada
sócio;
Defina o que acontece com a sociedade quando um dos sócios morrerem ou não
puder mais trabalhar;
Determine o esquema de sucessão da empresa;
Escreva esses e outros pontos que possam gerar atritos futuros em um contrato
assinado por todos os sócios.

 Plano financeiro:

Com relação às linhas de crédito disponíveis no mercado, as mesmas deverão ser


analisadas devendo o empreendedor observar as condições oferecidas (carência, prazo para
pagamento, encargos e limite). A maioria das instituições financeiras exige garantia (real e/ou
aval) no total de 130 a 150% do fator financiado, ou seja, 30 a 50% acima do montante liberado.
Exemplo: num financiamento de uma máquina de 100.000,00 Reais, a empresa deverá
oferecer entre R$ 130.000,00 e R$ 150.000,00 como garantia real (bens da empresa ou dos
sócios), desde que não sejam considerados bens de família.
 Instalações e formalização

Percebendo a instalação e a formalização da empresa, faz-se necessário uma série de


providências e observações, quais sejam:

o Verificar se o local atende às especificações do projeto, em termos de


área adequada à produção e/ou serviços prestados, proximidade com 35
os mercados consumidores e fornecedores e existência de mão-de-
obra especializada nas imediações do local;
o Solicitar a busca prévia junto à prefeitura a fim de verificar possíveis
impedimentos em relação à montagem do negócio, tendo em vista o
plano diretor urbano do município;
o Existem atividades cujo negócio depende de formalização de
sociedade, não sendo permitido o registro como firma individual. É o
caso das prestadoras de serviços de profissão regulamentada e do
serviço de representação comercial por conta de terceiros. Os
estrangeiros que não possuem o visto permanente, também estão
sujeitos a algumas restrições quanto a formação da empresa (sua
natureza jurídica) e atividade explorada;
o Verificar a existência de áreas industriais na prefeitura do município
onde pretende instalar-se, pois, na maioria das vezes, estas áreas são
financiadas e/ou subsidiadas, além de possuírem infra-estrutura
adequada para a instalação;
o A formalização da empresa prevê uma série de procedimentos
burocráticos de registros, sendo estes diferentes de acordo com a
atividade da empresa, seja ela indústria, comércio o serviço.

 Operacionalização:

O entendimento das questões aos aspectos técnicos do empreendimento, o futuro


empresário deve considerar os seguintes tópicos:
 A localização – em nível macro e micro;
 As instalações, os equipamentos e os mobiliários;
 A descrição técnica do produto/ serviço; processo produto/ operacional – tecnologia,
arranjo físico e controle de qualidade;
 A equipe de recursos humanos;
 Os aspectos técnicos do negócio constituem a parte mais peculiar de um
empreendimento, pois é este campo que permite a diferenciação entre uma e outra
empresa.

36
 Estratégia Competitiva:

A empresa está inserida num ambiente de negócios dinâmico que precisa ser
continuamente monitorado pelo empreendedor. Só assim estará mais bem preparado para a
tomada de decisões estratégicas relacionadas à implantação do novo negócio quanto aos
aspectos mercadológicos, técnicos, financeiros, jurídicos e operacionais:

 Aspectos Mercadológicos – mudanças que afetam o comportamento do público da


empresa. Com relação à concorrência, em que aspectos o novo negócio poderá
superá-la: produto, preço, propaganda ou distribuição;

 Aspectos Técnicos – mudanças que influenciam a localização da empresa;


maquinário, tecnologia utilizada e processos operacionais;

 Aspectos Financeiros - Linhas de financiamento oferecidas: políticas governamentais,


qual será o montante de recurso próprio que será investido, margem de lucro desejável;

 Aspectos Jurídicos – mudanças nas normas e instrumentos jurídicos que dificultam ou


facilitam a abertura de novas empresas;
 Aspectos Organizacionais – novas posturas sindicais, gerenciais, relações de
parceria, definição do perfil dos integrantes da equipe.
37

4.1 Elaboração do Plano de Negócio

O plano de negócios abrange os diversos aspectos do empreendimento: analisa as


oportunidades que originam a idéia do negócio; examinam o Mercado, os aspectos técnicos e
financeiros; analisa os aspectos jurídicos e organizacionais da abertura do empreendimento e,
finalmente, avalia a viabilidade da implantação da idéia.
Para cumprir esta ampla gama de análise e funções, o Plano de Negócio deve ter uma
estrutura seqüenciada e lógica, que permite ao empreendedor planejar o seu próprio esforço
pessoal para elaboração dos estudos necessários: levantamento de dados, análise das
informações, consulta a terceiros, decisões a serem tomadas entre outras ações.
A estrutura do Plano de Negócio é composta por três partes principais, antecedidas por
um Sumário Executivo e pela Qualificação dos Empreendedores e finalizada por uma Conclusão.
Caso precise, poderá ser incluído um anexo contendo documentos de natureza técnica e
jurídica.
4.2 Estrutura do Plano de Negócio

Sumário Executivo:
Qualificação Pessoal do (s) Empreendedores

38
Parte 1- Aspectos Mercadológicos:

 A busca e seleção das oportunidades;


 A definição do negócio;
 O estudo de mercado:
1- Clientela;
2- Concorrentes (diretos e indiretos);
3- Fornecedores.

Parte 2- Aspectos Operacionais Administrativos e Jurídicos:

 Aspectos Operacionais:
1- Localização (em nível macro/micro),
2- Processo operacional, Tecnologia, Instalações;
3- Equipamentos, máquinas, mobiliário, material de consumo, serviços técnicos.
 Aspectos Administrativos:
1 - Estrutura organizacional;
2- Descrições das funções principais e atividades de controle;
3 - Definições da equipe de recursos humanos (quantitativa e qualitativa).

 Aspectos Jurídicos:
1- Regime jurídico da empresa;
2- Estrutura societária;
3- Aspectos fiscais e tributários;
4- Registro de nome da empresa e de patentes tecnológicas;
5- Aspecto burocrático de abertura da empresa.

Parte 3- Aspecto Econômico – Financeira


 Estimativa de investimento de capital;
 Análise econômica – financeira do investimento;
 Projeção de fluxo de caixa;
 Estimativa de capital de giro; 39
 Estrutura dos custos e formação do preço de venda.

Conclusão:
 Estratégia competitiva do negócio;
 Avaliação final do empreendimento.

Anexos:
 Documentos de natureza jurídica.

O Sumário Executivo é uma versão condensada do Plano de Negócios, devendo


comportar um texto com, no máximo, duas laudas. Não se trata de uma introdução ou
justificativa do projeto e, sim, de um sumário das definições principais do Plano de Negócio.

É conveniente, logo após o Sumário Executivo, apresentar a Qualificação Resumida


do(s) Empreendedor (es), destacando sua experiência empresarial e formação acadêmica; não
se trata de um Curriculum Vitae tradicional e, sim, um resumo, pois o empreendedor não está à
procura de empresa.

Na primeira parte do Plano de Negócios, os Aspectos Mercadológicos envolvem três


estudos principais:

 A busca e a seleção das oportunidades;


 A definição do negócio;
 O estudo do mercado consumidor – concorrentes- fornecedores.

Na segunda parte do plano de negócios, analisam-se os Aspectos Operacionais,
Administrativos e Jurídicos.

Na terceira parte do Plano de Negócios, depois de analisar os aspectos


mercadológicos e técnicos do negócio, deverão ser avaliados os Aspectos Econômico –
Financeiros.
Após desenvolver os estudos das três partes do Plano de Negócios, o empreendedor 40
deverá elaborar uma conclusão sobre o seu projeto: definir a estratégia competitiva do negócio,
com a preocupação de orientar as principais decisões estratégicas para entrar no Mercado-
política de preço, de distribuição, de propaganda e promoção de parcerias com outras empresas,
de atração e manutenção das pessoas que comporão a equipe inicial, entre outras decisões.
5 ABERTURA DE EMPRESA

O tempo tem mostrado que a abertura de novos negócios, baseados na criatividade e


no dinamismo do cidadão brasileiro, é fundamental para o desenvolvimento do nosso País.
No entanto, apenas vontade e coragem não são suficientes para o sucesso de um 41
empreendimento. Para encarar tão grande responsabilidade, o novo empresário precisa
conhecer os aspectos e fases que envolvem a abertura de um negócio, as características e o
tamanho do mercado no qual pretende atuar, a legislação pertinente, os padrões de qualidade e,
não menos importante, como obter o capital necessário para a instalação e a operação do
empreendimento. Estes fatores, aliados à afinidade com a atividade a ser desenvolvida e à
competência gerencial, são essenciais para o sucesso do negócio.
Este material visa orientar o futuro empresário sobre os fatores que determinam o
sucesso de um empreendimento, bem como sobre a rotina burocrática para o registro da nova
empresa.

Decisão quanto à forma jurídica:

Apresentamos a seguir, as formas jurídicas mais comuns na construção de uma Micro


ou Pequena Empresa, bem como comentários a respeito de empresas com participação de
capital estrangeiro, produtor rural e autônomo.

 Firma individual:

É aquela constituída por uma única pessoa responsável ilimitada e individualmente


pela Empresa (ou pelos seus atos), onde o nome da firma será o do titular. Este tipo de forma
jurídica se aplica a atividades de indústria e/ou comércio, sendo que o ativo e o passivo
(estoques, máquinas, contas a pagar, etc.), podem ser transferidos a outra Pessoa Jurídica,
porém a Empresa em si, por se firmar individual, é intransferível. Cabe destacar, portanto, que a
Firma Individual não pode ser vendida nem admite sócios.

 Sociedade Comercial por Quotas de Responsabilidade Limitada (Ltda.).


Neste caso, a Empresa será constituída por dois ou mais sócios, com atividade
industrial e/ou comercial, e a responsabilidade de cada um é limitada à importância do capital
social, dividido em quotas e distribuído proporcionalmente entre eles.

 Sociedade Civil (S/C Ltda.)


42
É a empresa constituída, obrigatoriamente por duas ou mais pessoas, tendo por objeto
apenas a prestação de serviços. As Sociedades Civis, reguladas pelo Código Civil, não podem
praticar atos de comércio.

 Sociedade Civil de Profissão Regulamentada.

As Sociedades Civis podem ser de profissão regulamentada, desde que, todos os


sócios exerçam, através da empresa, atividades de profissões legalmente regulamentadas. A
sociedade pode ser constituída por sócios com profissões diferentes, desde que cada um
desempenhe as atividades próprias de sua profissão e que devem constar como objeto social da
empresa.
Exemplos:
a - Dois médicos montam uma Clinica Médica S/C Ltda., desde que não realizem
serviços próprios de hospitais,
b- Um engenheiro se associa a um arquiteto e constituem uma S/C Ltda.

Algumas atividades estão excluídas deste regime fiscal, tais como as sociedades de
representação comercial; de administradoras de bens móveis e imóveis; prestadoras de serviços
de propaganda e publicidade; estabelecimentos de ensino, e hospitais.
Neste caso, na esfera do Governo Federal temos:
- De acordo como Lei nº. 9.430, de 27/12/96, a partir de janeiro de 1997, as sociedades
civis de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente
regulamentada passaram a ser tributadas pelo Imposto de Renda de acordo com as normas
aplicáveis às demais pessoas jurídicas, ficando extinto o regime especial de não incidência do
IRPJ previsto para elas no decreto-lei de nº. 2.397/87. Passaram a contribuir também, para a
seguridade social – COFINS – com base na receita bruta da prestação de serviços auferida a
partir do mês de abril de 1997.

 Sociedade Civil de Uniprofissionais.

A Prefeitura do Município de São Paulo também concedeu benefícios às Sociedades


Civis de Profissões Regulamentadas, uniprofissionais, ou seja, quando dois ou mais sócios 43
exercem a mesma atividade em profissões legalmente regulamentadas. O Decreto nº. 22.470 de
18 de julho de 1996, §, I, Inc. I a VIII e artigos 22 e 24, determina quais os profissionais que
podem constituir uma Sociedade Uniprofissional.

Exemplos:
a) Dois ou mais engenheiros constituem uma empresa de prestação de
serviços de engenharia;
b) Dois ou mais advogados constituem uma empresa de prestação de
serviços na área de advocacia.

Nestes casos, o ISS é recolhido anualmente com base na quantidade de UFIR


determinada pela Prefeitura, multiplicado pelo número de profissionais habilitados, sócios,
empregados ou não, que prestem serviços em nome da sociedade ( Artigos 22 e 24, §, 2º.).
Exemplo: 166, 9436 UFIR X 2 sócios.
Obs.: Desde 01/01/96 a UFM foi extinta e substituída pela UFIR (Lei 11.960/95). Este
tipo de empresa está dispensado da emissão de notas fiscais e da escrituração dos livros fiscais
de Prefeitura, emitindo somente recibos.

 Empresa Binacional no Mercosul.

O tratado de Empresas Binacionais estabelecido entre Brasil e Argentina, promulgado


através do Decreto- Lei nº. 619 e 29 de julho de 1992 permitem a criação de empresas com
objetivo de explorar qualquer atividade econômica autorizada pela legislação do país de sua
sede, ressalvadas as limitações estabelecidas por disposição constitucional.
As empresas Binancionais terão sede, necessariamente, na República Federativa do
Brasil o na Sede Social, devendo agregar à sua denominação ou Razão Social as palavras
“Empresa Binacional Brasileiro- Argentina” ou as iniciais “E.B.B.A”. As Empresas Binacionais
com sede, em um dos dois países poderão estabelecer, no outro, filiais, sucursais ou
subsidiárias, obedecendo as respectivas legislações nacionais quanto ao objeto, forma e
registro.

 Produtor Rural.
O Produtor Rural que explore o imóvel com criações (rãs, peixes, minhocas, escargots, 44
camarão, etc.,), ou cultivos (feijão, frutas, cogumelos, milho, soja, hortaliças, flores, etc.,), não
precisa abrir uma empresa, bastando providenciar um registro como Produtor Rural no Posto
Fiscal da Secretaria da Fazenda que jurisdiciona o seu estabelecimento rural. A própria
Secretaria da Fazenda deverá ser consultada quanto ao fornecimento do talão de Notas Fiscais
do Produtor, cuja emissão é obrigatória na circulação de mercadorias. Cabe lembrar que,
quando o Produtor Rural passa a transformar um produto em um produto manufaturado
(agroindústria), há necessidade de se abrir uma empresa.

 Autônomo.

O registro de autônomo para prestação de serviços pessoais, ambulantes, bancas de


jornal e uma série de outras atividades da mesma natureza, poderá ser feito na Prefeitura do
Município onde reside o interessado. O autônomo prestará serviço como Pessoa Física,
podendo emitir recibo próprio de profissional autônomo ou nota fiscal tributada, caso a Prefeitura
do Município autorize, estará sujeito ao Imposto Sobre Serviços (ISS) e ao recolhimento
previdenciário para o INSS através de carnê.

5.1 Classificação da Empresa

1- Setor da Economia
 Primário;
 Secundário;
 Terciário.
2- Setor de Atividade
 Agrícola;
 Pecuária;
 Industrial;
 Comercial;
 Prestadora de Serviços;
 Financeira; 45
 Transporte e Comunicação.

3- Formalidade Jurídica
 Sociedade Civil;
 Sociedade Mercantil;
 Firma Individual.

4- Ramo de Atividade
 Diversos

5- Porte
 Microempresa;
 Empresas de Pequeno Porte;
 Empresa de Médio Porte;
 Empresa de grande Porte.
6 GESTÃO EMPRESARIAL

46

As áreas abaixo representam, de forma sintetizada, a composição de uma estrutura de


gestão empresarial.

Administração e Finanças.

Tem como principal objetivo o planejamento, controle e gerenciamento da estrutura da


empresa, envolvendo as áreas: contábil, financeira, compras, contas a pagar/receber, serviços
gerais, entre outras.

Comercial.

Tem como principal objetivo definir as estratégias de marketing, vendas, atendimento a


clientes, comercialização, publicidade e divulgação do produto/serviços.

Tecnologia de Informação.
Tem como principal objetivo acompanhar o lançamento e implantação de novas
tecnologias, visando a melhoria contínua dos produtos e serviços, bem como criar condições
para o gerenciamento e disseminação das informações.

Recursos humanos.

Tem como principal objetivo criar políticas que contribuam para contratar e reter 47
talentos, desenvolver programas de treinamento e capacitação de funcionários.
7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Comercial
Administração
Financeira
48
GESTÃO
ADMINISTRATIVA

Recursos Humanos
Tecnologia da
Informação
8 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

O conceito de administração estratégica tem evoluído através do tempo e continuará


evoluir. Como resultado, é perceptível a falta de consenso sobre o que precisamente o termo
significa. Apesar do impasse, a administração estratégica é executada em muitas organizações 49
atualmente – e muitas delas se beneficiam significativamente.

Podemos com isso, definir que o processo de administração estratégica pode


acontecer das seguintes formas:

 O Processo de administração estratégica:


 Análise do ambiente:
- Interno;
- Externo.

Estabelecendo a Diretriz Organizacional:


 Missão
 Objetivo

Formulação da Estratégica
 Implementação da Estratégia;
 Controle estratégico.
8.1 Decisões estratégicas

No dia a dia de uma empresa, dois tipos de decisão são tomados pelos seus
dirigentes:

50
 Decisões de natureza operacional:

Referem-se a questões ligadas às operações corriqueiras da empresa. Exemplo:


- a decisão de prolongar o horário de trabalho durante certo período para concluir um
serviço do cliente;
- a aprovação do Currículo de um profissional a ser contratado;
- a autorização de uma compra de material de consumo e assim por diante.
Estas decisões operacionais caracterizam-se por influir apenas no fluxo normal das
atividades da empresa, sendo a maioria delas de natureza rotineira e burocrática, e, portanto,
facilmente delegáveis.

 Decisões de natureza estratégica:

Referem-se aos problemas cujas soluções influenciam os negócios da empresa por um


período de médio e longo prazo, ou seja, tomadas hoje, não produziram apenas efeitos
imediatos, mas que se estenderam pelos próximos anos. Por exemplo:
- a decisão de lançar um novo produto ou serviços;
- a adoção de nova tecnologia ou mudança no processo operacional;
- a entrada em um novo mercado, entre outras.
Devido aos altos riscos, as decisões estratégicas são responsabilidade dos dirigentes,
embora se recomende a participação da equipe de empregados, visando comprometê-la com a
busca dos resultados esperados.

Assim podemos representar graficamente os níveis estratégicos para ser analisado e


colocado em prática no dia a dia de um empreendedor de sucesso:
51

O gráfico de planejamento pode ser visto da seguinte forma:

Após a análise, ainda podemos colocar que o planejamento para o empreendedor é


uma estratégia de gestão empresarial que compreende as organizações como projetos a serem
construídos através da elaboração de seus principais componentes. O projeto final, além de
primar pela otimização de cada elemento organizacional, precisa garantir a harmonia entre as
partes constituintes.
Essa estratégia encontrou na arquitetura física alguns princípios importantes que foram
adotados, como:

 Finalidade do projeto;
 Criação de uma “moldura” para a realização da vida;
 Concepção de projetos à frente da própria época; 52
 O projeto é fruto do trabalho de muitos;
 Primado da finalidade;
 Adequação arquitetônica;
 Materiais estruturais;
 Disponibilidade de tecnologias colaterais necessárias.

Finalidade do projeto
 Criação de uma “moldura” para a realização da vida;
 Concepção de projetos à frente da própria época;
 O projeto é fruto do trabalho de muitos;
 Primado da finalidade;
 Adequação arquitetônica;
 Materiais estruturais;
 Disponibilidade de tecnologias colaterais necessárias.
53

Este modelo afirma a natureza sistêmica das organizações. Segundo o modelo de


congruência, os componentes organizacionais que fazem parte do projeto de concepção
organizacional devem guardar completa harmonia entre si. São considerados elementos cruciais
a serem objetos da congruência:
 Trabalho;
 Pessoal;
 Organização formal;
 Organização informal.

Dez passos para o planejamento estratégico:

 Introdução dos novos conceitos relativos à arquitetura organizacional;


 Diagnóstico;
 Estabelecimento de propósitos, valores e missão;
 Identificação de fatores influenciadores externos;
 Finalização da visão de futuro;
 Período de transição;
 Consenso e alinhamento entre os membros da organização;
 Ação;
 Celebração de vitórias e correção de erros;
 Construção de um clima favorável à mudança.

Podemos observar através dos Dez passos que os empreendedores podem


desenvolver as ações para atingir o sucesso e superar a concorrência após aprender como se
realizar as mudanças com o planejamento em busca do sucesso sem muitos cortes do seu 54
pessoal.
Portanto, para nós este não é o caminho mais correto a ser adotado por qualquer
empreendedor que investe em seu corpo de funcionários com suas habilidades profissionais
mais aforados. A seguir, o gráfico nos mostra como atingirmos o sucesso tão desejado.

Agora que temos algumas ferramentas para melhorar nossa estratégia de melhorar o
investimento de nossa vida, podemos desenvolver o planejamento estratégico para colocar as
partes do sucesso da empresa.
55

Com esta medida de melhorar as fases de diagnósticos estratégicos para realizar um


bom desempenho para implementar as ações de análise do ambiente da empresa, mas quando
estamos formando uma empresa para chegarmos onde desejamos com nosso empreendimento.
No primeiro módulo, colocamos que deve o novo empreendedor realizar estudos antes
da implantação dos processos de montar investimentos de longo e médio prazo. Devemos
deixaras emoções de lado, mas não muito distante. Coloque a razão na proporção de 80 a 20%,
do planejamento, onde podemos verificar os pontos fortes e fracos do nosso investimento. Após
muita pesquisa do ambiente mercadológico e os demais métodos de melhoria do caso de montar
antes o seu investimento, podemos observar muito os estudos profundos (como bem colocam os
mestres do empreendedorismo como ciência) e não iniciar antes do estudo profundo sobre o 56
ramo ou atividade, na qual queira desenvolver.
Segue mais um gráfico que pode e deve ampliar os horizontes como empreendedor no
mundo globalizado, no qual estamos vivenciando e competindo para os mercados abertos onde
o que pesa são os produtos, os serviços prestados depois das vendas e muito mais.
O novo empresário deve ter em mente a sempre busca de informações precisas e
bem-orientadas.

Os pontos fortes e neutros da análise interna podem observar dentro das análises mais
profundas, que devem ser orientadas de muita pesquisa e muito estudo, sem desistir do seu foco
principal que é o investimento da nova empresa.
9 A PESQUISA SOBRE EMPREENDEDORISMO

Iniciar-se na pesquisa no campo do empreendedorismo, é como entrar em um imenso


bazar. Encontra-se de tudo, para todos. Mas como encontrar o que mais nos convém e que 57
elementos serão de maior utilidade para o projeto que se quer realizar? A maioria dos
pesquisadores especializou-se em outras disciplinas.

Foi somente a partir dos anos 80 que se formaram doutores em empreendedorismo


propriamente dito. Observando-se o campo do empreendedorismo, constata-se que a grande
maioria dos pesquisadores está classificada dentro de uma das três categorias seguintes, de
acordo com o cliente de sua pesquisa:

1) O cliente é um pesquisador universitário;

2) O cliente é um empreendedor operacional;

3) O cliente concebe políticas públicas (organismos de estado e para-estatais).

A origem de sua clientela pode ser explicada não apenas pela trajetória do
pesquisador, mas também pela disciplina que ele escolheu estudar.

Por exemplo, os pesquisadores do empreendedorismo oriundos das ciências


econômicas contam geralmente com mais clientes que concebem políticas públicas que os
pesquisadores que provêm de outras disciplinas.

Quando se escuta dizer que um pesquisador considera hermética determinada


pesquisa e pergunta a quem se destina, trata-se provavelmente de um pesquisador cujo cliente
principal é um empreendedor operacional, mas que está fazendo um comentário sobre uma
pesquisa realizada por um pesquisador cujo cliente é um pesquisador universitário ou um
concebedor de políticas públicas.

Quando se escuta dizer que uma pesquisa está mal-estruturada, trata-se


provavelmente do comentário de um pesquisador cujo cliente habitual é um pesquisador
universitário ou um concebedor de políticas públicas, mas que está comentando uma pesquisa
cujo cliente é um empreendedor operacional.

No caso do cliente objeto da pesquisa é uma pessoa que deseja se tornar ou já é


empreendedora, mas quer melhorar a sua performance. Nesse caso, a tese a ser privilegiada
pode se resumir da seguinte maneira: "Como pensa o empreendedor que organiza seu sistema
de atividades?" Como se estrutura seu pensamento para definir um sistema de atividades 58
empreendedoras?"

Várias grades permitem categorizar as pesquisas sobre ciências humanas e


administrativas. Aquela criada por Burrell e Morgan (1979) é particularmente útil.

Ela divide os pesquisadores em quadrantes: o humanismo radical, o estruturalismo


radical, o funcionalismo e o interpretativo. Esta grade estabelece uma distinção entre os métodos
de análise das teorias sociais, separando as abordagens subjetivas das objetivas. O que é
"objetivo" apresenta geralmente menos riscos, pois pode ser mais facilmente medido. Tal
circunstância permite definir as categorias subjetivas, maximizando, assim, as possibilidades de
teorização. Como quase todo mundo se dedicava a esse tipo de pesquisa quando resolvi fazer
um estudo sobre empreendedorismo, decidi pesquisar outra coisa.

De fato, já existiam várias excelentes pesquisas sobre o mundo do empreendedor,


pesquisas que nos informam e melhoram nosso conhecimento, mas quase nenhuma delas tinha
como tema o modo de pensar do empreendedor.

Na época, buscava-se identificar uma maneira de abordar o tema que permitisse ao


futuro empreendedor melhor estruturar seu pensamento de modo que seu potencial fosse
otimizado na prática do empreendedorismo. Buscava-se uma abordagem que permitisse
elaborar estruturas de pensamento que facilitassem o aprendizado de uma profissão, mais
especificamente, da profissão de empreendedor.

Isto permitiria também integrar e melhor utilizar os conhecimentos e o saber oriundos


das pesquisas positivistas, em benefício da prática daquela profissão.

A meta era encontrar uma ou mais maneiras, de abordar o tema que fossem
complementares àquelas tradicionalmente utilizadas em nosso campo de estudo.
A metodologia dos sistemas flexíveis, desenvolvida por Peter Checkland na Inglaterra,
me pareceu permitir uma abordagem interessante para melhor estruturar os meios utilizados no
empreendedorismo. A metodologia de Checkland, comumente chamada SSM ("Soft Systems
Methodology"), foi concebida para estruturar um método de ação para situações complexas e
difíceis. Ela engloba sete etapas interligadas, sendo 2 - as etapas de nº. 3 e 4 se apóiam em
modos de pensamento sistêmico. Essas (7) Sete etapas aparecem no quadro abaixo.
59

Sete etapas da metodologia dos sistemas flexíveis de Checkland:

1. A situação ainda não estruturada que traz o problema

2. A situação problemática expressa

3. Enunciados de base dos sistemas pertinentes

4. Modelos conceituais

5. Comparação entre 4 e 2

6. Mudanças desejáveis e possíveis

7. Ação para melhorar a situação problemática Checkland, 1981: 163

Esta metodologia é útil, sobretudo para que administradores possam estabelecer


correlações em situações complexas e difíceis. Ela foi concebida como sistema de auto-
aprendizado. Este método não havia servido, até então, outros fins que aquele para o qual havia
sido concebido: propiciar a um agente organizacional, um instrumento de reflexão para melhor
organizar seu pensamento e eventualmente a ação seguinte. Esse método foi utilizado de modo
empírico, com vistas a reconstituir os fatores que são a base dos sistemas dos empreendedores
e de sua evolução.

Tratava-se de cartografar posteriormente o modelo sistêmico, implícito ou explícito, que


havia sido elaborado para conceber e instaurar um sistema de atividade empreendedora. Foi
assim que fui levado a circunscrever um processo visionário (Filion, 1990b; 1991; 1993b). Hoje,
os processos empreendedores e visionários tornaram-se domínios comuns da pesquisa. Mas o
que foi encontrado até aqui a esse respeito permanece embrionário, mesmo que o tema esteja
na moda.

Das centenas de artigos publicados sobre visão empreendedora, apenas alguns


decorrem de pesquisas um pouco mais aprofundadas. Aliás, existe uma confusão no que diz
respeito à definição do termo "visão". A maioria das pessoas que utilizam o termo "visão" o faz
no sentido da imagem, maneira de ver ou de conceber determinado fenômeno e não no sentido
60
de uma projeção de uma imagem desejada e buscada para o futuro.

Além da concepção de uma metodologia de pesquisa empírica, minha principal


contribuição reside, eu penso, nas demonstrações inter-relacionadas entre os elementos do
pensamento sistêmico dos atores estudados e como eles se relacionam entre si para explicar
seu aprendizado e sua progressão. De fato, a análise minuciosa das atividades dos atores
empreendedores e sua classificação em categorias revelaram as inter-relações entre essas
atividades e três níveis relacionais distintos: primário, secundário e terciário. O nível primário é
aquele do círculo de pessoas próximas: é o da influência exercida sobre as pessoas.

O nível secundário é o da rede dos negócios: a rede trabalha para que as coisas se
realizem. Mas os empreendedores dedicam muito tempo a relacionamentos que não podem ser
enquadrados nem no primeiro, nem no segundo nível.

Por exemplo, eles discutem com os clientes e fornecedores, participam de exposições


industriais. Assim o terceiro nível de relacionamento é o do aprendizado: o que prepara para
conceber a ação.

Existem graus de influência de um nível a outro. O que parece ser muito particular aos
empreendedores em crescimento, é o aprendizado por antecipação, isto é, eles aprendem e
procuram aprender o que necessitam saber em função daquilo no qual, prevêem que farão.

Assim, o sistema de atividades do empreendedor não consiste apenas em definir


contextos e encontrar fios condutores para o que desejam realizar, mas também em adquirir
conhecimentos que lhe permitam trabalhar melhor.

Se, durante vários anos realizou-se estudos sobre particularmente o caso dos
empreendedores de sucesso e em plena evolução, estudou-se também, várias pesquisas sobre
outras categorias de empreendedorismo e os trabalhadores autônomos.
Quanto mais as pesquisas sobre empreendedores avançavam, mais se descobria a
importância das categorias e das tipologias necessárias para melhor compreender os sistemas
de atividades em questão (Filion, 1998c; 1999a).

Por exemplo, a grande confusão que cerca a definição dos trabalhadores autônomos
atribui-se em grande parte, ao fato de não distinguirmos os autônomos voluntários dos
involuntários. 61

Se esta distinção fosse estabelecida claramente pelas pessoas que trabalham em


organismos de apoio, seria muito mais fácil interagir e organizar sistemas de apoio e estruturar
os quadros necessários.

Considerado do ponto de vista do sistema de atividade, o empreendedor é aquele que


define contextos organizacionais em torno de fios condutores por ele estabelecidos.

Existe uma grande demanda de pesquisas sobre os modelos reflexivos e cognitivos


que nos permitirão melhor compreender tanto os fundamentos quanto as diversas etapas da
evolução do empreendedor.

As abordagens sobre sistemas, cartografia cognitiva e outros paradigmas subjetivistas,


oferecem possíveis caminhos. Pode-se antecipar também, caminhos no futuro dentro da
concepção de novas linguagens, como a da "metamodelização".

Existe ampla gama de assuntos que levam à pesquisa em empreendedorismo,


assuntos tão elementares como o que se refere às ferramentas necessárias para progredir
melhor e mais rapidamente no campo das análises setoriais. Devemos também aumentar o
conhecimento sobre temas como a identificação de oportunidades de negócios, um assunto
fundamental para o empreendedor, mas que, paradoxalmente, inspirou muito poucas pesquisas
até hoje. Outro exemplo ilustrativo diz respeito ao fato de que, dos 500 artigos publicados desde
1981, apenas um artigo sobre a cultura organizacional das empresas dirigidas por
empreendedores foi resgatado nas das Atas do famoso colóquio de Babson.

Desafios não faltam para os pesquisadores emergentes, particularmente para aqueles


que estarão aptos a integrar, em suas abordagens e metodologias de pesquisa, a cultura e as
características empreendedoras que representam a inovação e o componente de risco que
inevitavelmente acompanha esta última.
Há nesse terreno possibilidades promissoras. Do contrário, ao persistir na utilização
das mesmas ferramentas, continuaremos a encontrar os mesmos resultados.

O ensino e o empreendedorismo.

62

A maneira de encarar uma matéria varia, sem dúvida, de uma pessoa a outra, mas a
vivência da disciplina também faz a diferença.

Em empreendedorismo, algumas questões quase sempre surgem: pode-se ensinar o


empreendedorismo? É possível aprender a ser um empreendedor na Universidade? Quem é o
melhor professor da matéria, um pesquisador universitário ou aquele que pratica o
empreendedorismo?

A pesquisa mostra que os "modelos de influência" são de grande importância para


explicar os comportamentos empreendedores. Dessa forma, a maioria dos empreendedores se
tornou empreendedor graças à influência de um modelo no seu meio familiar ou próximo, um
modelo com o qual ele quis se identificar.

Os empreendedores adquiriram, então, uma cultura empreendedora pela prática, por


assim dizer, no seio da família.

Mas o que caracteriza o empreendedor e o diferencia dos outros atores


organizacionais e sociais? Desde Schumpeter, a teoria diz que o empreendedor é uma pessoa
apta a realizar inovações, fazer coisas diferentes. Isso exige um comportamento proativo e
criativo. O empreendedor deve estar apto a definir os parâmetros do que pretende realizar e os
meios utilizados para alcançar o resultado desejado.

Uma das grandes diferenças entre o empreendedor e as outras pessoas que trabalham
em organizações é que o empreendedor define o objeto que vai determinar seu próprio futuro
(Filion, 1999c).

O empreendedor é com freqüência, considerado uma pessoa que sabe identificar as


oportunidades de negócios, os nichos do mercado e que sabe se organizar para progredir.
Assim, a essência do trabalho do empreendedor consiste em definir contextos, o que exige uma
análise e imaginação, um equilíbrio entre as funções do lado direito e do lado esquerdo do
cérebro.

No entanto, nosso sistema escolar é concebido para aprender a dominar as questões


analíticas, aquelas que estão ligadas, ao lado esquerdo do cérebro.

63
O estudante passa anos, do primário à Universidade, numa relação quase de
passividade com relação ao aprendizado. Dessa forma, ele evolui dentro de um sistema onde os
pontos de referência foram tão bem estabelecidos que ele sente-se inseguro no momento em
que se encontra, dentro de um sistema onde tudo não está claramente definido.

Além disso, o "savoir-vivre”, ou seja, o conhecimento tácito existente na empresa


(intuição, regras não escritas,...) e o "savoir-faire", ou o conhecimento explícito de uma
organização (projetos técnicos, manuais, bancos de dados,...) são à base da decisão e do
sucesso empreendedor. No entanto, como o nosso sistema escolar valoriza apenas o
aprendizado do saber, o aprendizado do "savoir-être" e do "savoir-faire" fica relegado a um
segundo plano.

Contudo, os estudantes de empreendedorismo que seguem um curso para a criação


de empresa têm decisões a tomar a cada semana, o que exige muita reflexão e, na maioria das
vezes, um acompanhamento pessoal.

Para saber se o empreendedorismo pode ser ensinado, devemos adaptar a


abordagem pedagógica à lógica de cada disciplina ou campo de estudo.

Não se pode ensinar empreendedorismo como se ensina outras matérias (Filion,


1994). Mas o empreendedorismo se aprende. É possível conceber programas e cursos como
sistemas de aprendizado adaptados à lógica desse campo de estudo. A abordagem aqui deve
levar o aluno a definir e estruturar contextos e compreender várias etapas de sua evolução.
Estes são desafios pedagógicos interessantes.

Os estudantes que se matriculam nesses cursos não querem todos, se tornar


empreendedores, mas vários querem simplesmente descobrir o mundo do empreendedor.
Assim, estabeleçamos distinções entre as categorias de cursos que tratam ora da
sensibilização, ora das práticas de gestão. Portanto, estamos hoje aptos a instituir certificados e
diplomas nesse campo. Mas é difícil fazê-lo sem um bom sistema de acompanhamento. Por
outro lado, encontramos em diversos cursos sobre empreendedorismo, estudos de casos,
trabalhos de campo e suas inter-relações com aqueles que praticam o empreendedorismo.

Devemos também considerar que o empreendedorismo se tornou um campo de estudo 64


que se subdivide em áreas como PME e gestão da PME, empresa familiar, trabalho autônomo,
práticas intra-empreendedoras, criação e início de operação de empresas, apoio ao
empreendedorismo e outros.

O empreendedorismo parte de contextos culturais que se desenvolvem em torno de


empreendedores que dirigem pequenas empresas. Para que os estudantes sejam mais bem
preparados para assumirem o papel de empreendedores, eles deveriam manter contatos
freqüentes com empreendedores de seu círculo próximo, durante o primário e o segundo grau.
Há cem anos, a criação de escolas e o fenômeno da educação para as massas teve como
resultado separar o aprendizado de seu contexto e de sua aplicação prática.

No entanto, uma sociedade empreendedora supõe necessariamente ligações estreitas


entre os meios culturais e suas pequenas empresas, ligações entre professores de todos os
níveis com aqueles que praticam o empreendedorismo, para que sejam concebidos cursos a
partir de modelos mais facilmente compreensíveis.

Dessa forma, se nos perguntamos quem, do pesquisador àquele que pratica o


empreendedorismo está mais bem preparado para ensinar a disciplina, eu diria: uma mistura dos
dois. Aliás, vários pesquisadores se interessaram pela questão.

Eles acharam que, entre professores universitários e empreendedores, os interesses e


os estilos de aprendizado eram muito diferentes. Dessa forma, os universitários tendem a
privilegiar elementos de conceitualização e de abstração, enquanto que os empreendedores
preferem geralmente o mais concreto.

As pesquisas mostram que não existe nenhuma ligação entre o nível de aprendizado
escolar e o sucesso nos negócios. De fato, algumas pesquisas revelaram até uma correlação
inversa: quanto mais aumenta o nível escolar, mais diminui o nível de sucesso. Mas essas
pesquisas não são conclusivas, sobretudo porque boa parte dos empreendedores com muita
escolaridade trabalha em áreas vinculadas à tecnologia nas quais as condições de sucesso e de
fracasso são muito variadas.

A questão exige, portanto prudência, pois as noções de sucesso e de fracasso são


definidas hoje dentro de critérios extremamente variáveis. Por exemplo, a medida do sucesso de
20% a 25% dos trabalhadores autônomos voluntários estudados durante os cinco últimos anos 65
está fundamentada em critérios diferentes daqueles que são geralmente reconhecidos na nossa
sociedade.

De fato, o sucesso está freqüentemente ligado a sinais tangíveis de riqueza e de status


como o lugar onde mora (residência principal ou secundária), a marca do carro, as relações
sociais, etc. Hoje, a tendência entre os universitários, particularmente, é definir o sucesso de
acordo com critérios de realização própria, onde as palavras-chave não são mais acumulação e
status, mas equilíbrio de qualidade de vida.

Nenhuma pesquisa apontou para uma relação de causa e efeito entre o plano de
negócios e o sucesso de uma nova empresa. No entanto, é preciso fazer algumas nuances.
Pesquisas sobre vários milhares de criadores de empresas mostraram que, das pessoas que se
lançaram nos negócios rapidamente, atrás de uma oportunidade bem identificada, mas sem
grande preparação, somente 40% ainda controlavam seus negócios cinco anos depois.

Por outro lado, 80% daquelas que dedicaram ao menos seis meses de preparação a
seu projeto, também continuavam com seu negócio cinco anos depois. No Centro da Empresa e
da Inovação de Montreal, essa porcentagem atinge os 85% dos indivíduos que passaram por
todas as etapas de preparação para a criação da empresa, sobretudo porque seu projeto estava
mais bem concebido.

Esses empreendedores dedicaram tempo para trabalhar os cenários e entrar em


falência, no papel várias vezes, com vistas à melhor elaborar um plano que minimiza o risco ao
enfrentar momentos difíceis. Cabe mencionar também que a maior segurança de sucesso está
na experiência dos negócios, sobretudo no conhecimento do assunto no qual se está lançando.
O ensino do empreendedorismo apresenta desafios fascinantes nos próximos anos.
Um dos principais desafios está na necessidade de aplicar ao ensino e às etapas do
aprendizado, aquilo que é o cerne de nossa atividade: a inovação.

É preciso introduzir cada vez mais, graduações nos sistemas de aprendizado


vinculados às atividades empreendedoras. Há dez ou quinze anos atrás, a educação
empreendedora centrava-se no plano dos negócios. Já nos dias de hoje o plano dos negócios é 66
utilizada cada vez mais como etapa conclusiva.

Os Centros de empreendedorismo Outra particularidade do empreendedorismo reside


no fato de que se trata na maioria dos casos de uma prática na qual uma pessoa acrescenta
àquela que adquiriu como competência e habilidade de base, ou que ela já pratica.

Assim, um número cada vez maior de pessoas e de estudantes interessa-se pelo


assunto, número este certamente maior que aqueles que estão inscritos em cursos.

Estes são motivos que levaram os especialistas da área a encontrar outros meios,
além dos cursos e programas, para ir de encontro à demanda dos estudantes.

Foi assim que os centros de empreendedorismo nasceram nos Estados Unidos, nos
anos 60, e não mais cessaram de se multiplicar desde então.

Já durante os anos 80, um grande número de Universidades na Escandinávia e na


Grã-Bretanha havia montado centros semelhantes. Estes últimos visam dois grandes objetivos:
sensibilização para o empreendedorismo e apoio aos estudantes e aos funcionários das
instituições envolvidas que querem se lançar no campo dos negócios.

Estima-se que a sensibilização para o empreendedorismo através de conferências,


sessões de informações e outros, atinja 10% dos estudantes que ingressarão no mundo dos
negócios nos dez anos que se seguem à obtenção do diploma.

Pode-se imaginar o potencial empreendedor que representa uma instituição que acolhe
50.000 estudantes!

Citando como exemplo um primeiro centro do gênero para a rede da Universidade do


Quebec, no início dos anos 80. O programa que foi imaginado para financiá-lo chamava-se
"ferramentas de gestão". Consistia em organizar estágios para os graduados em PME.
Em 1986, um outro modelo foi concebido, mas nasceu em 1989 e se chamava Centro
de Empreendedorismo "Coeur du Quebec". Ao longo de todos esses anos, foram organizadas
sessões de trabalho durante o colóquio anual do CCPME, onde convidávamos pessoas que
dirigiam tais centros em outras cidades para trocar experiências.

Aprendemos muito sobre as estruturas e atividades desses centros e, sobretudo que


eles precisam, para funcionar bem, de mecanismos de coordenação que os integrem às 67
instituições das quais são oriundos.

Exigem também o envolvimento de empresários formados pelas instituições


envolvidas.

Uma das vantagens é que são financiados por ministérios da área econômica e não
por ministérios da área de educação, os quais tiveram seus orçamentos diminuídos nos últimos
anos. Encontramos hoje 33 centros de empreendedorismo entre os estabelecimentos
universitários canadenses.

Estes centros revelaram-se um apoio útil para as pessoas que querem se lançar nos
negócios, mas, por outro lado, muitas vezes não conseguem desenvolver, nos atores, aptidões
para o empreendedorismo. Foi o que levou a maior parte deles a implantar atividades mais
específicas, para que sejam conhecidos no próprio meio em que atuam, como por exemplo, "o
dia do empreendedor" e até mesmo "a semana do empreendedorismo".

O regionalismo:

O regionalismo é um fenômeno ultrapassado em tempos de globalização, .(Filion,


1990b; 1999a). O conhecimento dos empreendedores pelo mundo é uma observação
enriquecedora.

Foi escrito por um professor universitário um artigo sobre o tema intitulado "o princípio
da lupa".
Existem níveis de ver as coisas aplicáveis a um tema de estudo. Quanto mais o terreno
é estranho a um pesquisador, tanto mais o terreno oferece efeitos enriquecedores (Filion, 1989).

De qualquer forma, o estudo de empreendedores oriundos de diferentes contextos traz


muitos benefícios, pois permite identificar elementos essenciais e fundamentais da prática
empreendedora, comuns a todos os empreendedores.

68
Por exemplo, os empreendedores no Nepal devem organizar um meio de vida para as
tecelãs de tapete que empregam. Assim, para 20 trabalhadoras de uma empresa, encontramos
facilmente de 50 a 100 pessoas que vivem no local de trabalho: das crianças aos avôs.

Essas pessoas falam quase todo o dialeto das montanhas; eles se entendem pouco
entre eles e cada um vive em um pequeno território, em cima do telhado ou no interior durante a
estação das chuvas.

No campo, no Bangladesh e na Índia, o empreendedor tem um papel de apoio social,


pois uma parte importante de seu tempo é dedicada à organização da vida comunitária.

Na África negra, o mundo empresarial é dominado pelas mulheres, no Japão, os


homens dominam a vida das empresas. Os empreendedores japoneses são verdadeiros
kamikazes da indústria: Raras vezes encontramos seres humanos tão determinados.

Além da Ásia, duas outras regiões chamam a atenção pelo crescimento da cultura
empreendedora na última década: o Brasil e algumas regiões da Europa Central.

Se a educação empreendedora fosse bem organizada, poderíamos ver no Brasil uma


eclosão empreendedora como poucas vezes se viu na história. Mesmo no interior do país,
existem culturas empreendedoras muito diversas de uma região para a outra.

O empreendedorismo não é praticado da mesma forma em São Paulo, no Rio de


Janeiro, em Porto Alegre, em Recife, Ouro Preto e assim por diante.

As culturas empreendedoras são regionais e locais. No entanto, vivemos no mundo,


um período de grande urbanização. Não é certo que a configuração das camadas sociais no
meio urbano propicie uma transmissão da cultura empreendedora de melhor qualidade.
É um fenômeno que precisa ser estudado mais de perto. Outro aspecto a ser
considerado: os empreendedores imigrantes. Em quase todos os países, o número de
empreendedores imigrantes é duas vezes maior que o da população autóctone.

Como regra geral, os grupos mais empreendedores se encontram nas minorias.


Parece ser um mecanismo de proteção e de autodefesa.

69
A cultura do Brasil é a do empreendedor espontâneo. Este está onipresente.

Ele só precisa de estímulo, como uma flor precisa do sol e um pouco de água para
brotar na primavera.

O Brasil contém uma das maiores riquezas natural do mundo, ainda relativamente
pouco explorada: o potencial empreendedor dos brasileiros. Atualmente é um dos países onde
poderia haver uma grande explosão empreendedora. Para tanto, deve-se superar certo número
de obstáculos.

Pode-se identificar pelo menos seis deles (na verdade, não tão particulares ao Brasil,
pois são encontrados também em todos os países latinos, inclusive na província do Quebec.
Esses obstáculos existiam na Europa e nos Estados Unidos no início do século).

O primeiro deles é o da autoconfiança. Os brasileiros são capazes de tudo se eles


querem.

Senna foi campeão do mundo de automobilismo, Pelé foi um dos melhores jogadores
de futebol do mundo. Vimos brasileiros serem campeões em todas as áreas. Para entrar na
sociedade empreendedora, os brasileiros precisam melhorar sua autoconfiança.

O segundo obstáculo é uma conseqüência do primeiro e consiste na falta de


confiança que existe entre os brasileiros.

O brasileiro não confia no brasileiro. Mais a autoconfiança aumenta em cada um, mais
aumenta a confiança dos outros. O terceiro é a necessidade de desenvolver abordagens
próprias ao Brasil, que correspondem às características profundas da cultura brasileira.
Os modelos organizacionais e sociais são primeiramente culturais. Os modelos
brasileiros não virão dos Estados Unidos nem da Europa, mas do Brasil.

O quarto diz respeito à disciplina.

Ela se torna a condição da superação dos três primeiros obstáculos. Um grande 70


número de brasileiros é capaz disso.

É uma questão de tempo e de método.

O quinto se refere à necessidade de compartilhamento. Existe ainda um grande


número de pessoas que pensam que tem que enriquecer a qualquer custo.

É necessário saber compartilhar. Se não dividimos, todo o mundo perde, pois as


diferenças de riquezas acabam por justificar o roubo e a violência nas camadas mais pobres.

Os mais ricos têm um preço enorme a pagar que é a perda da segurança pessoal e da
qualidade de vida que a acompanha.

Percebe-se que a educação constitui o principal meio para vencer os obstáculos e


também é, em outros níveis do sistema educacional que o trabalho deve intensificar-se, pois
geralmente os obstáculos são vencidos por pessoas que têm formação superior.

O último obstáculo é o da burocracia. As pessoas acreditam que foram os Governos


que criaram esta última, mas os Governos são compostos por pessoas que representam
culturas, maneiras de relacionarem-se aos outros.

O sexto obstáculo está ligado aos cinco primeiros e, em parte, é a conseqüência deles.

O Brasil deve se libertar deste obstáculo, que permanece ainda como herança
européia, quanto mais às pessoas serem autoconfiantes e confiar naqueles que as cercam,
menos sentirão a necessidade de burocracia e de controle que as acompanha.
Algumas ações mais precisas que poderiam ser implementadas, para apoiar o
desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. Este programa sobre empreendedorismo
aparece abaixo. Segue um detalhamento do processo.

71

9.1 Detalhes do Programa sobre empreendedorismo para o Brasil:

1. Programa nacional de sensibilização ao empreendedorismo

2. Programa nacional de educação empreendedora para todos os níveis escolares

3. Fundação de amparo ao ensino do empreendedorismo

4. Empresa estatal de amparo ao desenvolvimento do empreendedorismo

5. Entidades de classe empreendedora

1. Programa nacional de sensibilização ao empreendedorismo.

O Presidente da Finlândia convocou um grupo de trabalho a desenvolver uma série de


ações com vistas a estimular e apoiar o empreendedorismo. Iniciativas semelhantes foram
desenvolvidas por outros Chefes de Estado.

Desde a Segunda Guerra mundial, quase todos os Presidentes americanos


propiciaram a realização de colóquios nacionais para apoiar a criação e o desenvolvimento das
pequenas empresas.

A Sra. Thatcher fez o mesmo na Grã Bretanha seria interessante apresentar ao


Presidente brasileiro um projeto que vise à convocação de um colóquio nacional no âmbito no
qual todos os grandes grupos patronais, sindicais e outros sejam convidados a desenhar um
plano de ação, com vistas a implementar uma série de medidas capazes de dar sustentação ao
desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil.

2. Programa nacional de educação empreendedora para todos os níveis


72
escolares.
O Brasil precisa promover um programa nacional de educação empreendedora que
abarque todos os níveis escolares.

É preciso preparar os jovens desde o primário a desempenharem papéis de


empreendedores.

O desenvolvimento do empreendedorismo começa pela educação, em todos os níveis


do sistema escolar, como é o caso, aliás, de toda mudança de valores que diz respeito às
atividades humanas.

No primário e no segundo grau, é preciso formar pessoas que sejam mais autônomas,
mais criativas e capazes de liderar-si, e que realmente quer valorizar seu potencial
empreendedor.

A expressão empreendedora não se aplica somente à prática dos negócios, mas a


todas as esferas das atividades humanas. Vêem-se programas escolares onde os jovens do
terceiro ou quarto ano primário concebem e realizam projetos. Eles aprendem a definir contextos
e realizam projetos concretos.

Na Grã Bretanha, por exemplo, os professores primários e do segundo grau foram


convidados a trabalhar em conjunto com empreendedores e dirigentes de PME. Estes visitam as
escolas, descrevem seu trabalho e convidam os professores e estudantes a visitarem suas
empresas. Os professores fazem estágios em pequenas empresas.

É assim que se formam quadros de profissionais empreendedores. Quanto mais os


estudantes são expostos a experiência empreendedora e as pequenas empresas na sua
juventude, maior será o referencial com o qual eles buscarão se identificar e, mais significativo
será o seu potencial empreendedor. Todos se beneficiam do estímulo que terá sido dado ao
empreendedorismo antes que o estudante chegue à Universidade.

Todos os estabelecimentos de ensino deveriam contar com um programa de estudos


em empreendedorismo, em particular nos campos da formação técnica e do nível superior.

Trata-se do meio mais econômico e seguro de promover o desenvolvimento.


73

3. Fundação de amparo ao ensino do empreendedorismo.

A criação de uma Fundação brasileira de amparo a educação de empreendedores


facilitaria o trabalho e propiciaria a manutenção de níveis de qualidade comparáveis nos
diferentes Estados da Federação.

A fundação teria por mandato promover um grande colóquio anual sobre o ensino do
empreendedorismo em todos os níveis escolares. Ademais, a fundação produziria material
educativo. Ela teria também como objetivo apoiar as instituições de ensino interessadas em
implantar cursos e programas de empreendedorismo.

Poderia igualmente conceber e gerir programas de aconselhamento. Fundações


semelhantes existem em vários países. Nos Estados Unidos existem as fundações Kaufman e
Coleman, para mencionar apenas duas delas.

A Fundação do empreendedorismo do Quebec tem um papel de apoio, organizando


concursos sobre empreendedorismo anuais, em todos os níveis escolares.

4. Empresa estatal de amparo ao desenvolvimento do empreendedorismo.


Os Estados Unidos contam com os SBA (Small Business Administration), a França com
a APCE (Agência para criação de empresas), a Suécia conta com uma empresa estatal para
apoiar a criação e o desenvolvimento das PMEs.

Outros países criaram ministérios ou organismos de fomento à atividade em questão.


Cabe ao Brasil criar um organismo semelhante.
Seria útil estabelecer legislação como a que existe nos EUA ou em outros países para
privilegiar as PME no que se refere às compras governamentais.

A empresa que ora se propõe poderia estabelecer um sistema nacional de


credenciamento de conselheiros em gestão para as PME e de trabalhadores autônomos.

Os empreendedores apreciam ser aconselhados e apoiados por pessoas que têm


74
experiência e que veiculam uma cultura empreendedora.

Assim, é possível propiciar a transferência de know-how entre Universidades, a quem


caberia promover cursos de curta duração, conselheiros em gestão, que tem experiência prática
e empreendedores. Portanto, o conhecimento passaria dos empreendedores aos pesquisadores
universitários, passando pelos conselheiros em gestão.

Esses últimos poderiam até ser credenciados como instrutores em determinados


assuntos, dessa forma, eles receberiam treinamento específico durante 2 ou 3 dias sobre
assuntos, para os quais estariam habilitados a atuar como instrutores, 50% dos custos de cada
participante seriam subvencionados pela empresa estatal que gerenciaria tais programas.

Os temas contemplados poderiam incluir a criação, o início das operações, o


desenvolvimento estratégico, a exportação, o financiamento, o desenvolvimento de produtos,
etc.

Obtém-se assim um sistema extremamente flexível e muito mais econômico, se


comparado a uma estrutura burocrática.

São exemplos de práticas que refletem uma cultura organizacional e uma sociedade
aberta ao aprendizado.

5. Entidades de classe empreendedora.

Cabe implantar entidades de classe empreendedora. O empreendedorismo encontra-


se em plena evolução em todo o mundo. Essa evolução será tanto mais ricos quanto mais
intensos forem os intercâmbios entre os atores envolvidos.
É preciso implantar um ICSB ("International Council for Small Business" - Brasil) que
será o foro apropriado para encontros e intercâmbios entre representantes do mundo acadêmico,
entidades da classe empresarial e organismos de apoio ao empresariado.

O ISCB-Brasil deve promover ao menos uma reunião anual de âmbito nacional.

Caberá, igualmente, encorajar e apoiar a implantação de associações de dirigentes de


75
pequenas empresas e de trabalhadores autônomos.

Propiciar-se-á não apenas o foro para intercâmbios, como também a criação de grupos
de pressão para defender os interesses desses pequenos atores sociais que, considerados
isoladamente, não dispõem de poder de pressão, mas que são aqueles que fazem o
desenvolvimento de um país.

Em suma, o trabalho do professor de empreendedorismo requer um comprometimento


e um empenho que ultrapassam o papel tradicional do professor universitário. Neste momento,
cabe conceber estruturas que facilitarão e acelerarão o processo de implantação de uma
sociedade onde será possível realmente permitir a eclosão do potencial empreendedor brasileiro.

Conclusão

Neste tópico, destacou-se as particularidades do campo do empreendedorismo e suas


conseqüências para a pesquisa e o ensino universitário. Trata-se de um campo em plena
evolução, dentro do qual se encontram especialistas de todas as disciplinas.

Muito mais que isso, tendo em vista a importância da PME e do trabalho exercido por
trabalhadores autônomos em nossa sociedade, todas as disciplinas envolvidas. Por exemplo,
cabe mencionar a importância do papel do contador que é o único conselheiro do setor privado
de mais de 85% dos trabalhadores autônomos e dos proprietários-dirigentes de PME.

A necessidade de abordagens e ferramentas de marketing e de sistemas de


informação é considerável e se reproduzem nas demais disciplinas.
O empreendedorismo é um campo de pesquisa emergente, onde não existe ainda uma
teoria estabelecida. Podemos contar, no entanto com aportes teóricos úteis derivados das
disciplinas próximas ou vizinhas. Em empreendedorismo, é conveniente falar de configurações
reflexivas ou cognitivas que podemos chamar mais comumente de "soluções mágicas". Estas
exigem boa técnica de pesquisa, e bom conhecimento do campo e dos dados empíricos a serem
privilegiados.
76
Elas fazem a diferença entre operar a partir do bom senso ou recorrer a um
instrumental de reflexão para tanto. Pois o empreendedorismo não é apenas a intuição, é uma
maneira de pensar.

Para alguns, é até mesmo uma maneira de ligar-se ao universo. Muitos pesquisadores
podem estar ligados tanto a um druida quanto a um teórico. Existem caminhos promissores para
construções teóricas, tanto em abordagens positivistas quanto subjetivistas. Nesse último caso,
devemos distanciar-nos ainda mais do paradigma da física e conceber linguagens de "meta-
modelização".

O empreendedorismo é um campo de ensino novo, onde a natureza do tema engloba


mais que a simples aquisição do saber, ela integra o "savoir-être" e o "savoir-faire".

O caminho do futuro empreendedor consiste em aprender a definir os contextos e a


tomar decisões de compromisso para melhor definir o conceito sobre si mesmo. Isto implica que
o aluno deve desenvolver uma relação proativa com o aprendizado. Tal circunstância demanda
um conjunto de inter-relações estimulantes, tanto para as faculdades analíticas quanto para a
intuição e a imaginação.

Estamos num campo em que as abordagens do ensino podem variar muito de um


curso para outro, por causa dos objetivos pedagógicos que são muito diversificados. Algumas
escolas de comércio optaram por equipes de formadores que incluem um professor e um
operador que interagem entre eles, e com os alunos na sala de aula.

Não importa qual seja a abordagem, estamos em um campo de ensino onde as inter-
relações com o contexto próprio da atividade tornaram-se praticamente a norma: os
empreendedores vêm à sala de aula e nossos estudantes vão estudar os empreendedores e
suas empresas.
A engenharia pedagógica aparece como fundamental e parece fazer a diferença
quanto ao nível de aprendizagem dos modos de pensamento dos empreendedores.

Na economia dos países desenvolvidos as empresas são cada vez menores, os


trabalhadores autônomos cada vez mais numerosos. Parece tratar-se aí mais de tendências de
longo prazo do que de ondas passageiras. Várias razões podem explicar o fenômeno, mas é
certo que as empresas precisam de mais flexibilidade, o que justifica o recurso à contratação de 77
prestadores de serviço.

Estamos evoluindo em direção à formação de redes de empresas. Necessitamos


ajustar o conjunto das infra-estruturas de nossas sociedades à dos novos dados que emergem.

Todo o sistema de educação é concebido como se empregos esperassem pelas


pessoas no final do percurso. Vivemos dentro de um contexto onde mais de 50% das pessoas
devem procurar um emprego se quiserem trabalhar.

A concorrência internacional aumenta em particular a que vem da Ásia.

Dentro desse contexto, ao menos uma pessoa em cada duas deverá aprender a
assumir o papel de empreendedor se ela pretende encontrar um emprego.

É preciso desenhar sistemas de apoio sob medida, onde se estabeleçam ligações


pessoais e se construam camadas sociais em torno de culturas de divisão e de transferência de
conhecimento.

Nós desenvolvemos "know-how" e uma capacidade de formar atores empreendedores,


mas a variedade desses atores, empreendedores em crescimento, trabalhadores autônomos,
proprietários dirigentes de PME e outros, necessitam de abordagens variadas e ajustadas a cada
um desses segmentos.

Os programas escolares, da escola primária à Universidade, deveriam ser elaborados,


não somente em função de empregos existentes, mas também desenvolvendo o interesse
empreendedor dos alunos.

Mesmo que exista uma espécie de euforia em torno do empreendedorismo, não se


trata de uma moda, mas de uma evolução e de uma transformação profunda de conceber o ser
humano que tirou seus fundamentos do pensamento liberal.
Esta concepção chega até nós através de Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau,
Voltaire e vários outros filósofos que estudaram a natureza humana.

A pessoa humana por trás deste homo entrepreneurius tem o dever moral de melhor
dominar a matéria e seu meio para oferecer melhores condições de aprimoramento para sua
própria alma.

78
As possibilidades de sucesso da sociedade empreendedora só podem plenamente se
realizar quando há divisão justa dos resultados da atividade empreendedora.

Efetuando uma previsão, podemos imaginar alguns conceitos de gestão que


aparecerão durante os próximos anos. Futuramente, emergirá algo que ainda não foi associado
à gestão, mas que dentro de 10 ou 20 anos, ocupará um lugar preponderante, sobretudo em
empreendedorismo.

É o que denomino espaço de si mesmo. É relevante observar que os empreendedores


visionários souberam em primeiro lugar definir o conceito de si mesmos para, em seguida,
construir um espaço ao seu redor. Este espaço lhes conferiu a latitude psicológica necessária
para conceber e fazer coisas diferenciadas.

Vários deles souberam transferir essa prática cultural na qual haviam desenvolvido
para si próprios para um contrato psicológico original com as pessoas que integraram ao sistema
social que construíram e que, em última análise, é o de sua empresa.

Vamos seguir evoluindo do conceito da organização do aprendizado para, em breve, o


da sociedade do aprendizado.

A visão é um conceito maior nesse nível, pois ela explica muito bem o sistema de
aprendizado de um indivíduo.

Entramos em uma era onde o conceito de si mesmo ganha a cada dia mais espaço.

A gestão do espaço de si mesmo e a negociação com o espaço dos outros vai


gradativamente substituir as relações tradicionais de poder dentro dos sistemas sociais
piramidais que conhecemos. Para ceder lugar às constelações de intercâmbios do saber e da
informação, em que a gestão dos espaços de si mesmo se tornará elemento axial.
Determinará enfim novas formas de propriedades emergentes que emanarão dessas
constelações sociais e organizacionais. Várias pessoas têm um papel importante no Brasil, no
que diz respeito à introdução do empreendedorismo.

Cabe ressaltar o trabalho excepcional produzido por quatro pessoas que dedicaram
tempo e energia ao assunto e às quais manifesto aqui meu apreço e reconhecimento.

79
São eles os quatro mineiros de Belo Horizonte com quem venho tendo a oportunidade
de trabalhar a dez anos, Cheng C. Lin e Gledson Luís Coutinho, da Escola de Engenharia da
UFMG, Sérgio Costa do SEBRAE/MG e Fernando Dolabela da UFMG. Meus parabéns e
agradecimentos a todos.
10 AMBIENTE DO SISTEMA – CONCEITO

Conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, possa conceber


como tendo alguma influência sobre a operação do sistema, o qual corresponde ao foco do 80
estudo.

Após análise profunda sobre o tema de empreendedorismo podemos ampliar cada vez
mais, dentro das cadeiras acadêmicas do curso de Administração de empresa, com a nova
grade curricular que colocaram a cadeira de empreendedorismo e a Teoria Geral da
Administração. Podemos observar ainda os níveis de empresas e sua grafologia demonstrando
na íntegra como se processa a ciência do Empreendedorismo.
81

As questões que o empreendedor deve saber responder dentro do seu planejamento


estratégico, em busca do sucesso do seu empreendimento, pois, o mundo comercial ou
industrial, não existe mais espaço para o eu acho, QUE VAI DAR CERTO, com a
competitividade atual. E, as quebras de barreiras entre os portos e os incentivos para a
exportação, o empreendedor, deve estar ciente do que o mundo empresarial está querendo do
empresário, como segue abaixo o questionamento sobre seu negócio.
82

Este processo nos leva para o universo de que para ser empreendedor devemos
sempre pesquisar, a fim de que nosso concorrente não saia na frente e que nosso
empreendimento fique para traz. O mercado empresarial é um resultado de muita pesquisa e
estudo sobre os pontos fortes e fracos dos nossos concorrentes, e imediatamente deve ser
observado para dentro da empresa que estamos gerindo e refazer os passos aqui expostos nos
quatro módulos apresentados dentro da filosofia de que o conhecimento é de suma importância
para o autodesenvolvimento empresarial.
Nossa visão deve estar pautada na abordagem ampla e que representa o que a nossa
empresa deseja ser no futuro próximo ou distante.

Dentro de uma sustentabilidade e com sensibilidade e a criatividade do empreendedor,


suas experiências desafiando as fortes e novas situações dentro da evolução da empresa.
Sempre buscando entender as questões que seguem abaixo:

83

Assim que você tiver condições de responder estas questões, estabeleça sua visão do
seu empreendimento, sempre utilizando os fatores críticos da sustentação da frase estabelecida
como um ponto forte para seu negócio.

Os princípios fundamentais das crenças e valores da empresa, bem como fornecem


sustentação para todas as principais decisões; suas aplicações são sempre em:

 Melhoria da forma de gestão da empresa;


 Sustentação de todas as questões estratégicas;
 Despertar do pensamento estratégico;
 Slogan comercial;
 Envolver as questões éticas e morais;
 Sustentação da vantagem competitiva da empresa;
 Interação com as macro políticas e a política da empresa.

Podemos com estas ferramentas filosóficas ampliar nossos conhecimentos sobre a


melhor forma de gerir nosso empreendimento, de forma científica e que nada possa impedir de
84
chegar ao topo como empresário que se preocupa com desenrolar no cotidiano da empresa.

Como rotina da empresa e do seu gestor, podemos colocar um gráfico que melhora o
nosso entendimento, como empreendedor que monta seu planejamento estratégico, podendo
levar a sua empresa para o ramo de exportação não tendo erro algum, caso isto aconteça, pode
ser redirecionado seu plano de gestão.

Este ponto tem como roteiro as aplicações do planejamento como o gráfico abaixo,
onde podemos entender melhor como o planejamento e o controle empresarial se relacionam
com o sistema de informações, buscando o desenvolvimento e manutenção dos sistemas de
informações através dos relatórios gerenciais, planejamento das ações de informações (dentro
da filosofia de levantamento dos pontos fortes e fracos da ação empresarial):
85

Ainda assim, o planejamento deve ser levado muito a sério, pois é dele que a empresa
pode chegar a algum ponto de concorrer de igual para igual com as empresas do mesmo porte e
ramo de atividades. O pequeno modelo de planejamento pode fazer a diferença em todos os
pontos entre as empresas que hoje participam do mercado comum entre os continentes e com a
busca da redução dos custos de operacionalização.

Tudo que vimos até o momento é para que o futuro empresário possa escolher melhor
a sua ferramenta de trabalho, e que logicamente possa ampliar ainda mais a empresa, a qual
muitas vezes, é o que sempre desejamos para nossa vida.

Sabemos que, mesmo com todas as técnicas disponíveis no mundo educacional,


passamos por momentos de dificuldades e que se não houver o planejamento correto podemos
chegar ao fracasso. Não podemos tê-lo como companheiro, mas, não devemos e não podemos
nos esquecer dele. Para isso é que o planejamento estratégico e suas ferramentas devem ser
levados a sério o tempo todo em nossas tomadas de decisões. Podemos buscar, para nosso
auxílio, a seguinte ferramenta administrativa: a técnica de análise externa do ambiente externo
da empresa e o mercado competitivo:
86

Quando podemos lançar mãos desta ferramenta e temos auxiliares altamente


comprometidos com o desenvolvimento da empresa, podemos desenvolver, nos capacitar a fim
de se buscar o melhor para nós e nosso empreendimento.

Melhor ainda quando podemos realizar uma análise das oportunidades e ameaças
sobre o empreendimento, pois assim, pode-se analisar se é viável ou não, o investimento.

Para que não ocorra prejuízo da análise profunda dos impactos dentro do mercado
competitivo, todos os empreendedores podem e devem ter como meta analisar as oportunidades
e ameaças, dentro do mundo globalizado. Um exemplo é a possibilidade de ter lucro ou altos
prejuízos com as leis do direito do consumidor que o mundo todo coloca em prática e cobra dos
empreendedores:
Após essa análise, podemos tomar como meta a forma na qual podemos dispor no
mundo de estudosl. Agora mais do que nunca, o empreendedor do futuro, deve ter conhecimento
sobre o que deve ser gerido e de que forma o seu empreendimento pode chegar ao topo do
sucesso. Sem preocupações pela falta de conhecimentos da ciência de como gerir seu negócio,
e até onde pode o mesmo alcançar quando for buscar investimentos de terceiros. Saber até
onde, pode endividar seu patrimônio, sem perder as rédeas do seu empreendimento.
87
Agora, podemos classificar as ameaças e as oportunidades do seu negócio de forma
acadêmica e muito simples para que o futuro empreendedor possa tomar conhecimento e que
todos os meios de que possam levá-los ao sucesso. É só seguir o gráfico e talvez ampliá-lo sem
medo de tomar a decisão correta e dentro da realidade de sua região onde, o mundo empresarial
muda de história para história de empresa para outra.

Com esta técnica de identificação do assunto básico a ser considerado em todo o


processo de planejamento estratégico. O fator pode ser: externo (não podendo ser controlado
pela empresa), e interno (controlado pela empresa):

Dentro deste conceito, podemos levar em conta que o diagnóstico estratégico e análise
da concorrência podem ser efetuados da seguinte forma:
QUE, DENTRO DE UM LIMITE

ESPECÍFICO, SE POSSA CONCEBER COMO


EMPRESA TENDO
CONCORRENTE

INFLUÊNCIA SISTEMA, O QUAL

BAIXO RISCO
CORRESP ALTO
ESTRATÉGICO CONHECIMENTO
O 88

A vantagem competitiva é real, sustentada e duradoura pode ser identificada


estruturada pelos produtos e serviços e dos mercados pelos quais a empresa está realmente
preparada para atuar de forma diferenciada com relação aos seus concorrentes.

Dentro deste contexto podemos, sem dúvida, fazer com que o ambiente empresarial
possa ter o seguinte aspecto:
FOCO

Sendo assim, podemos visualizar que os desafios existem a todo instante dentro e fora
do ambiente da empresa, podemos desta forma, desenvolver técnica de melhoria no
planejamento, pois este não pode ser feito para ser fixo, ele pode e deve ser modificado para
atender as expectativas do mercado. Pode o empreendedor, colocar as técnicas filosóficas em
prática, para só assim, poder tirar proveito com relação aos seus concorrentes que muitas vezes,
por já estarem estabelecidos há muito mais tempo, que o novo empreendedor.
89
Pode ser uma forma de se praticar as ferramentas disponíveis de seu conhecimento,
pois em momento algum pode o empreendedor de futuro se descuidar ou deixar as mesmas
técnicas de lado. Se assim proceder seu concorrente pode colocá-las ao seu dispor como uma
ameaça, ao invés de ser sua aliada. Tenha cuidado e não deixe jamais de lado sem que seja
parte integrante da rotina saudável para o sucesso do seu empreendimento.

10.1 Administração do tempo

O bom empreendedor deve saber administrar melhor seu tempo. Utilizando as técnicas
dispostas desde o módulo I, II e III, podemos instituir um organograma para melhor distribuir
suas atividades do dia-a-dia.
90

Dentro da escola de administração destacam-se as filosofias e técnicas da teoria


clássica e neoclássica:

a) Escola Clássica;

b) Escola de Relações Humanas;

c) Abordagem Estruturalista;

d) Abordagem de Sistemas Abertos;

e) Abordagem Contingencial;

f) Tendências da Teoria das Organizações.

Este modelo afirma a natureza sistêmica das organizações. Segundo o modelo de


congruência, os componentes organizacionais que fazem parte do projeto de concepção
organizacional devem guardar completa harmonia entre si. São considerados elementos cruciais
a serem objetos da congruência:

 Trabalho;
 Pessoal;
91
 Organização formal;
 Organização informal.

Podemos colocar que a divisão dos trabalhos sempre leva as formas de que o novo
empreendedor deve estar colocando em prática da seguinte forma:

a) divisão do trabalho;

b) relação superior subordinado;

c) trabalho desenvolvido pelas frações organizacionais;

d) análise organizacional facilitada.


A administração do tempo passa por alguns mitos acerca do tema abordado agora pelo
novo empreendedor:

O primeiro é que quem administra o tempo torna-se escravo do relógio. A verdade é


bem o contrário. Quem administra o tempo coloca-se sob controle, torna-se senhor dele. Quem
92
não administra é por ele dominado, pois acaba fazendo as coisas ao sabor das pressões do
momento, não na ordem e no momento em que desejaria.

Este mito se alimenta do fato de que muitas pessoas que tentam administrar o tempo
acreditam (pelo menos no início) que é possível programar 100% do seu tempo. Administrar o
tempo para elas acaba sendo, por causa disso, como vestir uma camisa de força e não mais tirá-
la.

A verdade é que administrar o tempo não é programar a vida nos mínimos detalhes: é
adquirir controle sobre ela. É necessário planejar, sem dúvida. Mas é preciso ser flexível, saber
fazer correções de curso. Se você está fazendo algum trabalho e está inspirado, produzindo
bem, não há razão para parar, simplesmente porque o tempo alocado àquela tarefa expirou. Se
a tarefa que virá a seguir; em seu planejamento, puder ser reagendada, sem maiores problemas,
não interrompa o que você vem fazendo bem.

Administrar o tempo é fazer o que você considera importante e prioritário, é ser senhor
do próprio tempo, não é programá-la nos mínimos detalhes e depois tornar-se escravo dele.

O segundo mito é que a gente só produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob
pressão. Esse é um mito criado para racionalizar a preguiça, a indecisão, a tendência à
procrastinação. Não há evidência que o justifique, até porque os que assim agem poucas vezes
tentam trabalhar sem pressão para comparar os resultados – sobre si mesmos e sobre os que os
circundam. A evidência, na verdade, justifica o contrário daquilo que expressa o mito.

Em contextos escolares, por exemplo: quem estuda ao longo do ano, com calma e sem
pressões, sai geralmente muito melhor do que quem deixa para estudar nas vésperas das
provas e, por isso, vê-se obrigado a passar noites em claro para fazer aquilo que deveria fazer
durante o tempo todo. Nada nos impede de concluir que o que vale no contexto escolar, não
valha em outros contextos.

O terceiro mito que é administrar o tempo é algo que se aplica apenas à vida
profissional. Falso! Certamente há muitas coisas em sua vida pessoal e familiar que você
93
reconhece que deve e deseja fazer, mas não faz por falta de tempo.

Você pode estar querendo, há anos, reformar algumas coisas em sua vida, escrever
um livro ou um artigo. Aprender uma língua estrangeira, ou então a dançar, desenvolver algum
hobby, tirar duas semanas sem perturbações nas montanhas, curtir os filhos que estão
crescendo, tudo isso sem conseguir. A culpa vai sempre à falta de tempo. A administração do
tempo poderá permitir que você faça essas coisas em sua vida pessoal e familiar.

O quarto mito é que ter tempo é questão de querer ter tempo. Você certamente já
ouviu muita gente dizer isso. De certo modo essa afirmação é verdadeira – até aonde ela vai.
Normalmente damos um jeito de arrumar tempo para fazer. Mas a afirmação não diz tudo não
basta simplesmente querer ter tempo para tê-lo. É preciso também querer o meio indispensável
de obter mais tempo – e esse meio é a administração do tempo.

Contraria a esses mitos, a verdade é que administrar o tempo é saber usá-lo para fazer
aquelas coisas que consideram importantes e prioritárias, profissional ou pessoalmente.
Administrar o tempo é organizar a sua vida de tal maneira que você obtenha tempo para fazer as
coisas que realmente gostaria de estar fazendo, profissional e pessoalmente, e que
possivelmente não faz porque anda tão ocupado com tarefas urgentes e de rotina (muitas delas
não tão urgentes nem tão prioritárias) que não sobra tempo.

Quem tem tempo não é quem não faz nada: é quem consegue administrar o tempo
que tem. Todos nós conhecemos pessoas (um tio idoso, uma prima) que (pelos nossos padrões)
não fazem nada o dia inteiro e, no entanto, constantemente se dizem sem tempo.
Empecilhos à Administração do Tempo:

Com exceção de alguns poucos que se pretendem defensores da liberdade irrestrita e


assim se posicionam contrários a todo tipo de administração, inclusive do tempo, a maior parte
das pessoas reconhece que não sabe administrar seu tempo.Gostaria de fazê-lo, mas se vê
94
diante de uma série de empecilhos que dificultam e parecem mesmo impossibilitar o bem uso do
tempo.

Esses empecilhos são de várias naturezas, os principais são de ordem institucional


(excesso de tarefas, de papéis, de interrupções, de telefones, de reuniões). Geralmente,
concluímos (erradamente) que o problema está mais nos outros do que em nós mesmos.

Ao final discutiremos alguns empecilhos de natureza pessoal: a tendência à


procrastinação, a indecisão, a tentativa de esconder a verdade de nós mesmos. Estes são os
empecilhos mais difíceis de vencer. Mesmo que os obstáculos institucionais sejam removidos,
nossas possibilidades de administrar o tempo serão poucas se os empecilhos pessoas não
forem conquistados.

Excesso de Tarefas: Um empecilho famoso é o excesso de tarefas. Grande parte das


pessoas, e certamente a maioria daquelas que estarão lendo este trabalho, têm coisas demais
para fazer. O excesso de tarefas freqüentemente paralisa a pessoa que não sabe por onde
começar e acaba ficando imobilizada.

Excesso de Papéis: Junto do excesso de tarefas, e parcialmente gerado por elas, há


o excesso de papéis. O excesso de papéis, porém, têm causas independentes do excesso de
tarefas. Muitas pessoas e instituições nos mandam papéis não solicitados que nada têm a ver
com nossas tarefas. As malas diretas geradas por computador agravaram sensivelmente o
acúmulo de correspondência que nada significa, mas que freqüentemente é olhada antes de ser
jogada fora (ou, pior, antes de ser colocada de lado para uma eventual necessidade).
Excesso de Interrupções: A maior parte das pessoas não consegue trabalhar por um
período razoável de tempo sem interrupções de colegas ou de estranhos – exceto, talvez,
aquelas pessoas que, pela sua posição e estilo de trabalho, ou por terem uma secretária ciente
de seus deveres, conseguem controlar o acesso à sua sala.

95
Excesso de Telefonemas: Algo semelhante acontece com telefonemas –
principalmente para quem tem que atender seu próprio telefone, sem o filtro de uma secretária
eficiente. Na verdade, telefonemas é uma forma especial de interrupção.

Muitas firmas não têm rotinas e procedimentos bem estabelecidos para responder as
perguntas ou pedidos de informação, de sorte que vários tipos de telefonemas acabam tendo
que ser atendidos por pessoas cujo tempo seria muito mais bem empregado em outras tarefas.
Um telefonema inconveniente, ou num momento inconveniente, pode estragar um dia do
empreendedor.

Excesso de Reuniões: O problema do excesso no número e na duração das reuniões


no Brasil é dos mais sérios. Temos muito mais reuniões do que seriam necessárias, elas duram
muito mais do que seria sensato esperar, e muito mais gente participa delas do que seria
preciso. No Brasil há essa noção esquisita de que a importância de uma pessoa de certa forma
se mede pelo número de reuniões para as quais ela é convocada.

Com estes alertas o novo empreendedor deve ter muito cuidado com o que ele faz ou
que irá fazer com o seu tempo. Cuidado para não chegar ao cúmulo de falar que não tem mais
tempo para nada, e que bom se o dia fosse de 48 horas, pois o dia só tem 24 horas e é
inelástico e você deve dividi-lo em três partes iguais, para realizar dentro de sua divisão das
tarefas, afim de não se tornar um estressado sem cura.
REFERÊNCIAS

ARGYRIS, Chris. Empowerment: the emperor’s new clothes. Harvard Business Review, may-
june, 1998, p.98-105. 96

ARTIGOS DIVERSOS; “O Espírito Criativo”. São Paulo: Cultrix, 1999.

ARTURO. Jordan. Goni- Seminário – Oficina de Iniciação e Gestão Empresarial- Projeto


Banco do Nordeste / PNUD.Brasília - DF - 1999.

BALLESTERO- Alvarez, M. E. Manual de Organização , Sistemas e Métodos: Abordagem-


Teórica e Pratica da Engenharia da Informação, São Paulo, Atlas, 2000;

BARTLET C. A Ghoshal, J. Mudança do Papel da Alta Gerência: As Pessoas Além dos


Sistemas- São Paulo- SP-- Editora Atlas- 2000.

CARMEM. Cardoso e Francisco Cunha, Gerenciando Processos de Mudanças- Editora INTG -


São Paulo- SP – 1999.

CARR D.K, et Alii, Redesenhando o Processo do Negócio; Ponto de Ruptura, Rio de Janeiro
Qualitymark, 1994;

CONTADOR, J. C. el alii- Gestão de Operações , a Engenharia da Produção e Serviço da


Modernização da Empresa, São Paulo- Edgerd Blucher/Fundação Vanzolini, 1998;
DANIEL Golinan, Trabalhando Inteligência Emocional- Editora Objetivo- São Paulo- SP- 2000.

DAVID H. Jr. Planejamento de Negócios- Editora Nobel- São Paulo- SP – 2001.

DAVID H. Jr. Guia Prático de Como Montar Seu Próprio Negócio, Editora Nobel- São Paulo -
97
SP- 2002.

EDGARD da Silva, Contabilidade Pública – Técnica Orçamentária- Editora Aurora- Minas


Gerais – MG – 1999.

FERNANDO Dollabela- Oficina do Empreendedor- A Metodologia de Ensino que Ajuda a


Transforma Conhecimento em Riqueza- Editora Cultura- São Paulo- SP – 1999.

HAMMER, M, Champy, J. Reengenharia- revolucionando a Empresa em função dos


Clientes, da concorrência e das Grandes Mudanças da gerência, Rio de Janeiro; Campos,
1997;

IAIN Maitland- Administre seu Tempo – Editora Nobel – São Paulo - SP – 1999.

IN CHAMPY, J. Nohria. N. Avanço Rápido as Melhores Idéias Sobre o Gerenciamento dos


Negócios - Editora Campos - Rio de Janeiro – RJ – 1997.

JERFESON Davidson, Marketing Pessoal e Profissional- Editora Madras- São Paulo – SP-
2001.

KAPLAN, R.S. Norton, D.P. Organização Orientada para a Estratégia, Rio de Janeiro; Campos
2000;
KERRY M. Jonhson, Excelência em Vendas - Editora Maltessi- São Paulo- SP- 2002.

MAXIMIANO. A. C. A. Teoria Geral da Administração da Escola Cientifica à Competitividade


na Economia Globalizada- Editora Atlas - São Paulo-SP- 2000.

98
MICHEL Porter, Competição on Compettion- Editora Campus- Rio de Janeiro - RJ- 2002.

MILLS, Daniel Quinn. Empowerment - um imperativo - seis passos para se estabelecer uma
organização de alto desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

MONTANA P.J. Charnon. B.H. Administração, São Paulo, Saraiva, 1998;

NORREN, E, Smith, D. Mackey, J. T., Teoria das Restrições e suas Implicações na


Contabilidade Gerencial – Editor Educator - São Paulo _ SP- 1996.

PERREIRA, Heitor José “Criando seu Próprio Negócio/ Como desenvolver o Potencial
Empreendedor – Brasília- DF, SEBRAE, 2000.

ROTHSTEIN, Lawrence R. The empowerment effort that came undone. Harvard Business
Review, January-February, 1995, p.20-31.

SILVIO Aparecido dos Santos – Criação de Empresa de Alta Tecnologia Capital de Risco e
os Bancos de Desenvolvimento – Editora Pioneira- São Paulo-SP- 1987.

Sites: www. sebrae.com. br

TARCÍSIO Costa, Qual o Futuro para Área de Recursos Humanos nas Empresas - Editora
McGraw - São Paulo-SP- 2000.

TOM Peters, Talento Executivo, Editora Pioneira- São Paulo- SP- 2002.

Você também pode gostar