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DIREITO PROCESSUAL PENAL

– TEORIA GERAL
Professora mestre Natália Barroca
Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). Pós graduanda lato sensu em Moderna Educação: Metodologias,
Tendências e Foco no Aluno, pela PUC-RS. Pós graduada lato sensu em
Direito Penal e Processual Penal pela Escola Superior de Magistratura de
Pernambuco em convênio com a Faculdade Maurício de Nassau. Graduada
Natália Gonçalves Barroca
em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. Atualmente é professora
universitária na UNIFAVIP Caruaru/PE e na ESTÁCIO Recife/PE. Revisora de
conteúdos na Revista da AGU e na Revista Brasileira de Ciências Criminais.
Professora de cursos de atualização e de pós-graduação na Escola Superior
de Advocacia de Pernambuco - ESA-OAB/PE. Palestrante e escritora.
Orientadora de trabalhos de conclusão de cursos de graduação e
especialização, na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia e
Direito à saúde. Membro-associada da Associação Brasileira de
Pesquisadores em Sociologia do Direito - ABraSD. Membro associada da
Associação de Linguagem e Direito - ALIDI. Membro associada da ANDHEP -
Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação.
Membro associada do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Direito - CONPEDI. Membro associada do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais - IBCCRIM. Articulista. Atuou como Conciliadora pelo Tribunal de
Justiça de Pernambuco, no Juizado Especial Cível. Exerceu o cargo de
Secretária Parlamentar (Chefe de Gabinete) na Câmara Municipal do Recife.
Atuou como Coordenadora do Núcleo de Estudos em Direito Penal da Escola
Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (ESA/OAB-PE).
Professora de Direito Penal da Saúde, na pós graduação lato sensu em
Direito Médico e da Saúde do Instituto dos Magistrados do Nordeste - IMN;
em Direito Processual Penal na Estácio Recife. Atuou como Colunista Endereço para acessar CV Lattes:
semanal sobre Direito da Saúde na Rádio JC News 90,3 FM. http://lattes.cnpq.br/9837159142100471
EMENTA DA DISCIPLINA
PROCESSO PENAL - PARTE GERAL - ARA1053

1. FUNDAMENTOS DO DIREITO PROCESSUAL


PENAL
1.1 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
CONSTITUCIONAIS
1.2 LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO
ESPAÇO, FONTES E SUJEITOS
1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
EMENTA DA DISCIPLINA

2. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
2.1 PERSECUÇÃO PENAL
2.2 PRISÃO EM FLAGRANTE E O INQUÉRITO
POLICIAL
2.3 ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO
DO INQUÉRITO POLICIAL
EMENTA DA DISCIPLINA

3. AÇÃO PENAL
3.1 TEORIA GERAL DA AÇÃO PENAL
3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA
3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA, AÇÃO CIVIL EX DELICTO
E AÇÃO PENAL NOS CRIMES
CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
EMENTA DA DISCIPLINA

4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA PENAL


4.1 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA PENAL
4.2 REGRAS DE FIXAÇÃO E CAUSAS
MODIFICADORAS
4.3 REUNIÃO E SEPARAÇÃO DE
PROCESSOS
EMENTA DA DISCIPLINA

5. LIBERDADE E PRISÃO NO CURSO DO


PROCESSO (CRÉDITO DIGITAL)
5.1 PRISÃO EM FLAGRANTE E AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA
5.2 PRISÃO EM FLAGRANTE E AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA
5. 3 PRISÕES CAUTELARES E MEDIDAS
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO
5.4 LIBERDADE NO CURSO DO PROCESSO
EMENTA DA DISCIPLINA

6. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES


6.1 QUESTÕES PREJUDICIAIS
6.2 QUESTÕES PRELIMINARES
6.3 PROCESSOS INCIDENTES
Sistemática de AVALIAÇÃO

• Avaliação 1 (AV1),
• Avaliação 2 (AV2),
• Avalição Digital (AVD) e
• Avaliação 3 (AV3)
REFERÊNCIAS E
BIBLIOGRAFIA
Sites:
• LEI DE INTRODUÇÃO DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL (decreto-lei n. 3.689, de 3
de outubro de 1941):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decret
o-lei/1937-1946/del3931.htm
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decret
o-lei/del3689.htm
• CONJUR: https://www.conjur.com.br/
• DIZER O DIREITO:
https://www.dizerodireito.com.br/
• JurisWay – Provas do Exame da OAB:
https://www.jurisway.org.br/provasOAB/
• Qconcursos: https://www.qconcursos.com/
Revisão rápida de
direito penal de
teoria do crime
até agora...
DIREITO MATERIAL PENAL X DIREITO PROCESSUAL PENAL

O que aconteceu?
DIREITO PENAL
MATERIAL

O crime

O assassinato de Daniella Perez:


https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig
os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez
CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL E
SEUS ELEMENTOS
*crimes materiais
VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL
Exclusão de ilicitude Supra Legal:
Consentimento do Ofendido
Conduta

Fato Típico Fato


Nexo Causal Antijurídico
Exclusão de ilicitude Legal:
- Legítima Defesa
Resultado Culpabilidade - Estado de Necessidade
- Estrito Cumprimento do Dever
Tipicidade
Legal
Imputabilidade - Exercício Regular de Direito
Penal
Exigibilidade de conduta diversa
INFRAÇÃO
Potencial conhecimento da ilicitude do ato
PENAL praticado
FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS

Conduta
Nexo Fato Fato
Antijurídico
Causal Típico
Cuidado com
situações de
Resultad Culpabilidade
Ausência
de conduta
o
Tipicidad
e

INFRAÇÃO
PENAL
@prof.nataliabarroca
DIREITO PENAL
PROCESSUAL

O procedimento/processo

O assassinato de Daniella Perez:


https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig
os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez
Finalidade:
FASES DA PERSECUÇÃO PENAL aplicação do
Jus Puniendi
INVESTIGAÇÃO AÇÃO PENAL

- Inquérito Policial (arts. 4º ao 23, CPP)


- T. C. O. (Lei 9099/95)
- P.I.C. (Procedimento Investigatório Criminal do
MP)
- Militares (inquérito militar)
- Comissão Parlamentar de Inquérito
- Inquérito nos casos de infrações cometidas na
sede ou dependência do STF (RISTF, art.43)
- Súmula 397 STF: O poder de polícia da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, em caso
de crime cometido nas suas dependências,
compreende, consoante o regimento, a prisão
em flagrante do acusado e a realização do
inquérito.
Serve para demonstrar e
#a depender do crime
Defesa Preliminar: condensar todas as teses de
* 11343/06 defesas e de acusação
* Crimes afiançáveis de responsab. func. púb.

Recebimento ou Alegações
rejeição da D ou QC Finais
Fase pré processual
FATO
CRIME

Citação Aud. Ins. Julg Sent.


Oferecimento da
denúncia ou queixa Resposta à Diligências
crime acusação** Saneamento
Após a RAA, pode haver a
absolv. Sumária 397 CPP
Preliminares e teses de absolvição que não sejam de mérito
**EXCEÇÕES (suspeição, impedimento, incompetência); QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCEDIMENTOS INCIDENTES
EMENTA DA DISCIPLINA
PROCESSO PENAL - PARTE GERAL - ARA1053

1. FUNDAMENTOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


1.1 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
1.2 LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO,
FONTES E SUJEITOS
1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
Introdução e evolução histórica.
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI No 3.914, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1941
Art. 27. Esta Lei entrará em vigor em 1o de janeiro de 1942; revogadas as disposições em
contrário.

CÓDIGO PENAL:
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

LEI DE INTRODUÇÃO DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


(DECRETO-LEI N. 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941)
DECRETO-LEI Nº 3.931, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1941.
Art. 16. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942, revogadas as disposições em
contrário.

CÓDIGO PROCESSO PENAL:


DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1o de janeiro de 1942.


Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que
lhe confere o art. 180 da Constituição, CF de 1937
DECRETA:
Art. 1º O Código de Processo Penal aplicar-se-á aos
processos em curso a 1 de janeiro de 1942, observado o
disposto nos artigos seguintes, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da legislação anterior.
Art. 2º À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os
dispositivos que forem mais favoráveis.
Art. 3º O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a
interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta
não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de
Processo Penal.
Art. 4º A falta de arguição em prazo já decorrido, ou dentro
no prazo iniciado antes da vigência do Código Penal e
terminado depois de sua entrada em vigor, sanará a nulidade,
se a legislação anterior lhe atribui este efeito.
Art. 5º Se tiver sido intentada ação pública por crime que,
segundo o Código Penal, só admite ação privada, esta, salvo
decadência intercorrente, poderá prosseguir nos autos daquela,
desde que a parte legítima para intentá-la ratifique os atos
realizados e promova o andamento do processo.
Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que
lhe confere o art. 180 da Constituição, CF de 1937
DECRETA:
Art. 1º O Código de Processo Penal aplicar-se-á aos
processos em curso a 1 de janeiro de 1942, observado o
disposto nos artigos seguintes, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da legislação anterior.
Art. 2º À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os
dispositivos que forem mais favoráveis.
Art. 3º O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a
interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta
não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de
Processo Penal.

A REGRA É UTILIZADA COMO EXCEÇÕES À APLICAÇÃO


DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)
Art. 6º As ações penais, em que já se tenha iniciado a
produção de prova testemunhal, prosseguirão, até a sentença
de primeira instância, com o rito estabelecido na lei anterior.
§ 1º Nos processos cujo julgamento, segundo a lei anterior,
competia ao júri e, pelo Código de Processo Penal, cabe a juiz
singular:
a) concluída a inquirição das testemunhas de acusação,
proceder-se-á a interrogatório do réu, observado o disposto
nos arts. 395 e 396, parágrafo único, do mesmo Código,
prosseguindo-se, depois de produzida a prova de defesa, de
acordo com o que dispõem os artigos 499 e seguintes;
b) se, embora concluída a inquirição das testemunhas de
acusação, ainda não houver sentença de pronúncia ou
impronúncia, prosseguir-se-á na forma da letra anterior ;
c) se a sentença de pronúncia houver passado em julgado,
ou dela não tiver ainda sido interposto recurso, prosseguir-se-á
na forma da letra a;
d) se, havendo sentença de impronúncia, esta passar em
julgado, só poderá ser instaurado o processo no caso do art.
409, parágrafo único, do Código de Processo Penal;
e) se tiver sido interposto recurso da sentença de pronúncia,
aguardar-se-á o julgamento do mesmo, observando-se, afinal, o
disposto na letra b ou na letra d.
Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no § 1º aos processos da
competência do juiz singular, nos quais exista a pronúncia,
segundo a lei anterior.
§ 3º Subsistem os efeitos da pronúncia, inclusive a prisão.
§ 4º O julgamento caberá ao juri se, na sentença de
pronúncia, houver sido ou for o crime classificado no § 1º ou §
2º do art. 295 da Consolidação das Leis Penais.
Art. 7º O juiz da pronúncia, ao classificar o crime,
consumado ou tentado, não poderá reconhecer a existência de
causa especial de diminuição da pena.
Art. 8º As perícias iniciadas antes de 1º de janeiro de 1942
prosseguirão de acordo com a legislação anterior.
Art. 9º Os processos de contravenções, em qualquer caso,
prosseguirão na forma da legislação anterior.
Art. 10. No julgamento, pelo juri, de crime praticado antes
da vigência do Código Penal, observar-se-á o disposto no artigo
78 do decreto-lei n. 167, de 5 de janeiro de 1938, devendo os
quesitos ser formulados de acordo com a Consolidação das
Leis Penais.
§ 1º Os quesitos sobre causas de exclusão de crime, ou de
isenção de pena, serão sempre formulados de acordo com a lei
mais favorável.
Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)
§ 1º Os quesitos sobre causas de exclusão de crime, ou de
isenção de pena, serão sempre formulados de acordo com a lei
mais favorável.
§ 2º Quando as respostas do juri importarem condenação, o
presidente do Tribunal fará o confronto da pena resultante
dessas respostas e da que seria imposta segundo o Código
Penal, e aplicará a mais benigna.
§ 3º Se o confronto das penas concretizadas, segundo uma
e outra lei, depender do reconhecimento de algum fato previsto
no Código Penal, e que, pelo Código de Processo Penal, deva
constituir objeto de quesito, o juiz o formulará.
Art. 11. Já tendo sido interposto recurso de despacho ou de
sentença, as condições de admissibilidade, a forma e o
julgamento serão regulados pela lei anterior.
Art. 12. No caso do art. 673 do Código de Processo Penal,
se tiver sido imposta medida de segurança detentiva ao
condenado, este será removido para estabelecimento
adequado.
Art. 13. A aplicação da lei nova a fato julgado por sentença
condenatória irrecorrível, nos casos previstos no art. 2º e seu
parágrafo, do Código Penal, far-se-á mediante despacho do
juiz, de ofício, ou a requerimento do condenado ou do Ministério
Público.
Lei de Introdução do Código de Processo
Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941)

§ 1º Do despacho caberá recurso, em sentido estrito.


§ 2º O recurso interposto pelo Ministério Público terá efeito
suspensivo, no caso de condenação por crime a que a lei
anterior comine, no máximo, pena privativa de liberdade, por
tempo igual ou superior a oito anos.
Art. 14. No caso de infração definida na legislação sobre a
caça, verificado que o agente foi, anteriormente, punido,
administrativamente, por qualquer infração prevista na mesma
legislação, deverão ser os autos remetidos à autoridade
judiciária que, mediante portaria, instaurará o processo, na
forma do art. 531 do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a forma
de processo estabelecido no Código de Processo Penal, para o
caso de prisão em flagrante do contraventor.
Art. 15. No caso do art. 145, n. IV, do Código de Processo
Penal, o documento reconhecido como falso será, antes de
desentranhado dos autos, rubricado pelo juiz e pelo escrivão em
cada uma de suas folhas.
Art. 16. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de
1942, revogadas as disposições em contrário.
Direito de punir:
pretensão punitiva e
apresentação da lide
penal
Finalidade:
FASES DA PERSECUÇÃO PENAL aplicação do
Jus Puniendi
INVESTIGAÇÃO AÇÃO PENAL sistema recursal e
execução penal

- Inquérito Policial (arts. 4º ao 23, CPP)


- T. C. O. (Lei 9099/95)
- P.I.C. (Procedimento Investigatório Criminal do
MP)
- Militares (inquérito militar)
- Comissão Parlamentar de Inquérito
- Inquérito nos casos de infrações cometidas na
sede ou dependência do STF (RISTF, art.43)
- Súmula 397 STF: O poder de polícia da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, em caso de
crime cometido nas suas dependências,
compreende, consoante o regimento, a prisão em
flagrante do acusado e a realização do inquérito.
CONCEITO
DO DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
Classicamente, o Direito Processual
Penal pode ser definido como o
“conjunto de princípios e normas que
regulam a aplicação jurisdicional do
Direito Penal, bem como as atividades
persecutórias da Polícia Judiciária, e a
estruturação dos órgãos da função
jurisdicional e respectivos auxiliares”
(MARQUES, 1961, p. 20).

Objeto principal da disciplina é a


regulação da aplicação jurisdicional do
Direito Penal
FINALIDADES DO
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
MEDIATA: alcançar a pacificação social com a
solução do conflito

IMEDIATA: viabilizar a aplicação do direito


penal, concretizando-o
CARACTERÍSTICAS
DO DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
Características:
(1) Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, isto porque tem
princípios e regras próprias e especializantes.
(2) Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal,
consubstanciando o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional
válido. Em outros termos, como aduz Rubens Casara, o processo penal surge “como
resposta à exigência de racionalidade da aplicação do direito material”, vale dizer, como
instrumento, o processo criminal é garantia de provimento penal racional.
(3) Normatividade: é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com
codificação própria (Código de Processo Penal: Dec-Lei nº 3.689/1941).

Fonte:
Nestor Távora
Rosmar Rodrigues Alencar
SISTEMAS
PROCESSUAIS
PENAIS OU TIPOS
DE PROCESSO
PENAL
Sistemas Processuais Penais:
- Sistema Inquisitivo;

- Sistema Acusatório;

- Sistema Misto.

Sistema adotado no BRASIL: SISTEMA ACUSATÓRIO

CPP. Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a


iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI
6.305)
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
“O SISTEMA PROCESSUAL PENAL REFLETE A ESTRUTURA POLÍTICA DO ESTADO EM CONJUGAÇÃO COM O RESPEITO AOS
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS” (Ana Flávia Messa)
ACUSATÓRIO (com respeito
INQUISITÓRIO?! aos direitos e às garantias
fundamentais)?!

FASE DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR PROCESSUAL FASE PROCESSUAL – AÇÃO PENAL

Nos sistemas inquisitórios o Nos sistemas acusatórios o


DENÚNCIA/QUEIXA
réu é tratado como objeto réu é tratado como sujeito
do processo do processo

“A ESTRUTURA DO PROCESSO PENAL É O TERMÔMETRO DOS ELEMENTOS CORPORATIVOS OU AUTORITÁRIOS DA


CONSTITUIÇÃO DE UMA NAÇÃO” (James Goldschmidt)
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS

ACUSATÓRIO (com respeito


INQUISITÓRIO?! aos direitos e às garantias
fundamentais)?!

FASE DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR PROCESSUAL FASE PROCESSUAL – AÇÃO PENAL

DENÚNCIA/QUEIXA
Contraditório real ??? – provas irrepetíveis

Contraditório postergado – provas Nulidade relativa x Devido Processo Legal


cautelares e antecipadas
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
-Sistema Inquisitório
“o órgão judicante prepondera sobre os demais, concentrando as funções de acusar,
julgar e defender”
-Sistema Acusatório
“autor e réu encontram-se em pé de igualdade, pois sua essência está no contraditório
pleno, ficando o juiz longe da colheita da prova”
-Sistema Misto ou Francês
“Napoleão (1808) faz surgir um processo misto, também conhecido como reformado ou
napoleônico. É chamado de misto porquanto se desdobra em duas fases: a primeira
tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem
contraditório. Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a
acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a
oralidade”
SISTEMA
INQUISITORIAL,
DIREITOS
FUNDAMENTAIS E
DIREITOS HUMANOS
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS

Código de Processo Penal de 1941

“Criado sob a égide de uma Constituição outorgada (1937)


advinda de um golpe de Estado, com inspiração fascista, de
caráter marcadamente autoritário, foi promulgado em 03
de outubro de 1941 pelo Decreto-Lei nº 3.689, o Código de
Processo Penal do Brasil”
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS

Em qual sistema processual foi elaborado o Código de


Processo Penal Brasileiro?

Qual o sistema processual penal adotado pela Constituição


Federal de 1988?
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
O artigo 385 do CPP é compatível com qual dos sistemas
existentes?
Seria o art. 385 do CPP compatível com a Carta Maior e
sua sistemática punitiva?

CPP. Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado
pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma
tenha sido alegada.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS RHC 23945 RJ
2008/0142326-4 (STJ)
Data de publicação: 16/03/2009
Ementa: PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. QUADRILHA.
REALIZAÇÃO DE INTERROGATÓRIO POR JUIZ DURANTE A
FASE INQUISITÓRIA, ANTES DO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. ARTIGO 2º,
PARÁGRAFO 3º, DA LEI DE PRISÃO TEMPORÁRIA. AUSÊNCIA DE
PROCEDIMENTO QUE PERMITA AO MAGISTRADO PROCEDER À
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR. RETORNO AO SISTEMA INQUISITÓRIO.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E GARANTIAS DO CIDADÃO. RECURSO
PROVIDO.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
1. Hipótese em que o Juiz, antes de haver, sequer, o oferecimento da
denúncia, estando ainda no curso da investigação preliminar, se imiscuir
nas atividades da polícia judiciária e realizar o interrogatório do réu,
utilizando como fundamento o artigo 2º , § 3º , da Lei 7.960 /1989. 2. A lei
da prisão temporária permite ao magistrado, de ofício, em relação ao
preso, determinar que ele lhe seja apresentado e submetê-lo a exame de
corpo de delito. Em relação à autoridade policial o Juiz pode solicitar
informações e esclarecimentos. 3. A Lei 7.960 /1989 não disciplinou
procedimento em que o Juiz pode, como inquisidor, interrogar o réu.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
4. O magistrado que pratica atos típicos da polícia judiciária torna-se impedido para
proceder ao julgamento e processamento da ação penal, eis que perdeu, com a
prática dos atos investigatórios, a imparcialidade necessária ao exercício da atividade
jurisdicional. 5. O sistema acusatório regido pelo princípio dispositivo e contemplado
pela Constituição da República de 1988 diferencia-se do sistema inquisitório porque
nesse a gestão da prova pertence ao Juiz e naquele às partes. 6. No Estado
Democrático de Direito, as garantias processuais de julgamento por Juízo imparcial,
obediência ao contraditório e à ampla defesa são indispensáveis à efetivação dos
direitos fundamentais do homem. 7. Recurso provido.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989
Dispõe sobre prisão temporária

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação


da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo
de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
(...)
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações
e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de
delito.
“As pessoas creem que o processo penal
termina com a condenação, não é
verdade; as pessoas creem que a pena
termina com a saída do cárcere e não é
verdade. As pessoas creem que o cárcere
perpétuo seja a única pena para toda a
vida; e não é verdade. A pena não
termina nunca. Quem em pecado está
perdido, Cristo perdoa, mas os homens
não”. (CARNELUTTI)
A importância dos princípios (próximo ponto)...

• A condução coercitiva de investigado e o direito de não constituir


prova contra si mesmo.

O princípio do “nemo tenetur se detegere” reflete a expressão


“ninguém é obrigado a constituir prova contra si mesmo”. Este
princípio, que foi fortalecido na Convenção Americana sobre Direitos
Humanos como um direito fundamental do ser humano, restou
descrito no artigo 8º, § 2º, alínea “g”, in verbis: “Garantias judiciais: G)
direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-
se culpada”.
A importância dos princípios...
Vedação da autoincriminação forçada e o artigo 260 do CPP:

“Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,


reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser
realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença”.
Art 260 CPP vs. Art. 457, CPP:

art. 457 do CPP: “O julgamento não será adiado pelo não


comparecimento do acusado solto … que tiver sido regularmente
intimado. §2º.: Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento
será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião,
salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por
ele ou seu defensor”.
JUIZ DAS GARANTIAS
Base legal: arts. 3º-B ao 3º-F, com redação dada pela Lei
13.964/2019/Pacote Anticrime

SUSPENSO: ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305

Decisão: CLICA AQUI

Finalidade: “O juiz das garantias é responsável pelo controle da


legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos
individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do
Poder Judiciário” (art.3º-B, caput, CPP)
PROCESSO E
PROCEDIMENTO
Processo: é o instrumento de atuação da jurisdição

Procedimento em Relação Jurídica


PROCESSO = contraditório + Processual

Procedimento: é a sequência de atos praticados no processo.


Relaciona-se ao aspecto objetivo do processo
Fonte:
Nestor Távora
Rosmar Rodrigues Alencar
Procedimento em Relação Jurídica
PROCESSO = contraditório + Processual

Sujeitos Processuais:
- PARTES: autor, réu e assistente

- Juiz ou Tribunal

Objeto da relação:
- Aspecto material: bem da vida

- Aspecto processual: provimento jurisdicional desejado


PROCESSO

PROCEDIMENTO RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL


Aspecto
material:
PARTES: bem da vida
autor, réu e OBJETO DA
SUJEITOS PRESSUPOSTOS
assistente RELAÇÃO
PROCESSUAIS PROCESSUAIS
Juiz ou Tribunal Aspecto processual:
provimento
jurisdicional
PRESSUPOSTOS PRESSUPOSTOS desejado
SUBJETIVOS OBJETIVOS
RELATIVOS ÀS PARTES:
RELATIVOS AO JUIZ:
- Capacidade de ser INTRÍNSECOS: EXTRÍNSECOS:
parte; Regularidade
- Investidura; Ausência de fatos
- Capacidade de estar formal
- Competência; impeditivos
em juízo;
- Ausência de
- Capacidade
suspeição
postulatória.
FONTES DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
FONTES:

- MATERIAL OU DE PRODUÇÃO - FORMAL OU DE COGNIÇÃO


de competência da União:
• Produção de leis processuais penais - DE COGNIÇÃO IMEDIATA OU DIRETA:
• Antes da EC 45/2004
de competência dos Estados: a) LEI
• Mediante LC da União • Depois da EC 45/2004
• Custas e serviços forenses a) Lei: fonte única do direito penal incriminador interno;
• Juizados Especiais b) Constituição;
• Direito Penitenciário c) Tratados internacionais de DH;
• Procedimentos d) Medidas Provisórias;
e) Jurisprudência.

- DE COGNIÇÃO MEDIATA, INDIRETA OU SUPLETIVA:


a) Costume;
b) Doutrina;
c) Princípios gerais do direito.
PRINCÍPIOS
GERAIS DO
PROCESSO PENAL
Princípios do Processo Penal:

• estado de inocência;
• contraditório;
• verdade real;
• oralidade;
• publicidade;
• obrigatoriedade;
• oficialidade;
• indivisibilidade;
• indisponibilidade;
• juiz natural;
• ampla defesa;
• princípio da ação;
• e impulso oficial.
Princípio da Presunção de inocência

Princípio da presunção de inocência x princípio da não culpabilidade


Declaração de direitos do homem e do cidadão - 1789
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser
severamente reprimido pela lei.
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948) consagrou o princípio da
presunção de inocência ao estabelecer que “toda pessoa acusada de delito tem direito a
que se presuma sua inocência, enquanto não se prova sua culpabilidade, de acordo com a
lei e em processo público no qual se assegurem todas as garantias necessárias para sua
defesa” (art. 11)"
Princípio da Presunção de inocência

Artigo 5º, inciso LVII, CRFB/88:


“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória”

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em
julgado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Princípio da Presunção de inocência

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, entendeu


que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a
confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional
da presunção da inocência (HC n. 126292, julgado no dia 17 de fevereiro de
2016).

“É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações


penais em curso para agravar a pena-base” (Súmula
444/ STJ).
Princípio da Presunção de inocência

Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Agravo Regimental nº 964.246-


SP:
“(…) a reafirmação da atual jurisprudência desta Corte, fixando, para
efeitos de repercussão geral, a tese de que a execução provisória de acórdão
penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio da presunção de
inocência afirmado pelo art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal”

STF; ARE nº 964.246-SP; Plenário; rel. Min. Teori Zavascki; j. 11.11.2016


Princípio da Presunção de inocência

Em ano de 2019, o Supremo Tribunal Federal julgou um caso de grande


importância para o Direito Processual Penal: o julgamento da Ação Direta
de Constitucionalidade de número 43, 44 e 54 que versavam sobre a
constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal.
Sobre o tema execução provisória da pena, posicionamentos do STF
1º momento NÃO CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Art. 5º, LVIII da CRFB/88 e CADH

2º momento CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA


1991 HC 6872/RJ – Mesmo com o advento da CRFB/88, em situações pontuais, a execução provisória era
implementada em razão da inexistência de EFEITO SUSPENSIVO no recurso especial e no rec. Extraord.
3º momento NÃO CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
2009 HC 84078/MG, Ministro Eros Grau afastou a execução provisória

4º momento CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA


2016 Pleno do STF julgou o HC 126292/SP, reconheceu a execução provisória, destacando argumentos a seguir
destacados
5º momento NÃO CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
2019 ADC 43, 44 e 54/DF, onde foi declarada a constitucionalidade do art. 283, do CPP

5º momento até NÃO CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA


agora... Porém.....temos a reminiscência de execução provisória no art. 492, do CPP, em caso de SENTENÇA
CONDENATÓRIA PELO TRIBUNAL DE JÚRI que impõe 15 ou mais anos de reclusão
Para tanto, foi retirado o efeito suspensivo do recurso de apelação em tal hipótese
4º momento CABE EXECUÇÃO PROVISÓRIA
2016 Pleno do STF julgou o HC 126292/SP, reconheceu a execução provisória, destacando argumentos
a seguir destacados:

- O princípio da presunção de inocência não é absoluto (o que não justifica, porque nenhum
princípio é absoluto);
- O recurso especial e o recurso extraordinário não são dotados de efeitos suspensivos

Observação de pressupostos para esse entendimento do STF:


- Confirmação da condenação por um tribunal;
- Esgotamento das vias ordinárias de impugnação, ou seja, do acórdão só caber recurso
especial ou recurso extraordinário
PRINCÍPIO DO
CONTRADITÓRIO
E
PRINCÍPIO DA
AMPLA DEFESA
Princípio do contraditório:
Base legal: art. 5º, LV, da CFRB/88

Princípio da ampla defesa:


Base legal: art. 5º, LV, da CFRB/88

Compreende AUTODEFESA (que é disponível/facultativa) + DEFESA TÉCNICA (que é indisponível/obrigatória)

• Direito de calar-se • Capacidade de se defender de


• Direito de presença nas audiências forma técnica
• Direito de ser ouvido • Necessário padrão mínimo de
• Trazer qualquer elemento de qualidade
convicção, ainda que não jurídico, • A ausência de advogado
ao processo, especialmente em constituído gera nulidade
audiência perante o Tribunal do
Júri
https://www.conjur.com.br/2021-jan-05/audiencia-virtual-anulada-defesa-nao-receber-link-acesso
https://www.conjur.com.br/2019-out-29/stj-anula-julgamento-advogado-adiamento
REFERÊNCIA JURISPRUDENCIAL

HC 419.157/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe
04/12/2017.

Ementa do julgado:

HABEAS CORPUS. VIAS DE FATO, AMEAÇA E RESISTÊNCIA. CONDENAÇÃO. APELAÇÃO. RAZÕES RECURSAIS APRESENTADAS
PELA DEFENSORIA PÚBLICA. PEÇA TOTALMENTE GENÉRICA E QUE FAZ MENÇÃO A OUTRO CRIME. AUSÊNCIA DE DEFESA
TÉCNICA. NULIDADE. RECONHECIMENTO. CONCESSÃO, EM MENOR EXTENSÃO.
1. Hipótese em que as razões de apelação foram oferecidas pela Defensoria Pública em peça totalmente genérica, sem
qualquer menção a fato ou circunstância relativa ao caso concreto. O documento serviria para qualquer processo, limitando-
se a requerer a absolvição por falta de provas. O único trecho que seria específico menciona o crime de violação de direito
autoral, que não corresponde ao crime a que foi condenado o paciente. O próprio Ministério Público requereu a devolução
dos autos para regularização da defesa, mas o Desembargador relator não acolheu o pleito.
2. A garantia da ampla defesa biparte-se na autodefesa e na defesa técnica, sendo esta última irrenunciável. Nesse diapasão,
revela-se nulo o processo no qual são apresentadas razões de apelação genéricas, com menção a crime diverso daquele
tratados nos autos.
3. Até a formulação das alegações finais, não se constata ilegalidade, pois tal peça processual indicou circunstâncias do caso
concreto e argumentos que demonstram o estudo do processo e a existência de suficiente defesa. O vício somente ocorreu
com a formulação das razões recursais.
4. Ordem concedida, em menor extensão, para anular a ação penal a partir do oferecimento das razões recursais, inclusive.
Súmula Vinculante 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Súmula 523 STF

No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a


sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
PRINCÍPIO DA
VERDADE REAL
VERDADE REAL x
VEROSSIMILHANÇA

Reconstituição oficial do caso Mércia Nakashima na


represa de Nazaré Paulista, no interior do estado de
São Paulo
“Como nunca teremos todas
as informações possíveis no
Artigo: Para você que acredita dispositivo do processo penal,
mostra-se ilusório acreditar
em verdade real, em "verdade real" como
um abraço sinônimo de obtenção do que
"verdadeiramente" aconteceu
Por Alexandre Morais da Rosa no caso penal, a saber, há um
resto desconhecido por
definição. Sabe-se que o
Disponível: discurso da verdade real é
https://www.conjur.com.br/20 acolhido de boa-fé por muitos,
18-fev-16/limite-penal-voce- preocupados em não condenar
acredita-verdade-real-abraco um inocente e descobrir o que
de fato ocorreu”.
PRINCÍPIO DA
ORALIDADE,
PUBLICIDADE;
OBRIGATORIEDADE;
OFICIALIDADE;
INDIVISIBILIDADE;
INDISPONIBILIDADE;
PRINCÍPIO DA AÇÃO;
E IMPULSO OFICIAL.

Relacionados ao tema AÇÃO PENAL, analisaremos dentro deste assunto de AÇÃO PENAL
PRINCÍPIO DO NEMO
TENETUR SE
DETEGERE
ou VEDAÇÃO À
AUTOINCRIMINAÇÃO
FORÇADA
ou PROIBIÇÃO DE
PRODUZIR PROVA
CONTRA SI MESMO.

Será analisado dentro do assunto de INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR e do assunto AÇÃO PENAL


PRINCÍPIO DO
JUIZ NATURAL

PRINCÍPIO DA
IMPARCIALIDADE
DO JULGADOR
Base Legal:
Art. 5º, CRFB/88:
"XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção";
"LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente".

O artigo 8.1 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São


José da Costa Rica) estabelece que “toda pessoa tem o direito de ser ouvida
[…] por um juiz ou tribunal… estabelecido anteriormente por lei […]”
• Reflexos deste princípio no CPP:

✓ impedimentos e suspeições (artigos 252 e 254)

✓ identidade física (artigo 399, parágrafo 2º )

✓ desaforamento e impedimentos dos jurados (artigos


427, 448 e 449)
• Reflexos deste princípio no CPP:

✓ impedimentos e suspeições (artigos 252 e 254)


• CPP. Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
• I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado,
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
• II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
• III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato
ou de direito, sobre a questão;
• IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
• Reflexos deste princípio no CPP:
✓ impedimentos e suspeições (artigos 252 e 254)
• CPP. Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer
das partes:
• I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
• II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato
análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
• III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,
sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das
partes;
• IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
• V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
• Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
• Reflexos deste princípio no CPP:

✓ identidade física (artigo 399, parágrafo 2º )


• CPP. Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público
e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
• (...) § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
• Reflexos deste princípio no CPP:
✓ desaforamento e impedimentos dos jurados (artigos
427, 448 e 449)
• CPP. Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
• I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
• V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
•Reflexos deste princípio no CPP:
✓ desaforamento e impedimentos dos jurados
(artigos 427, 448 e 449)
• CPP. Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
• (...)
• § 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que
mantenham união estável reconhecida como entidade familiar.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• § 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a
suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
• Reflexos deste princípio no CPP:
✓ desaforamento e impedimentos dos jurados (artigos
427, 448 e 449)
• CPP. Art. 449. Não poderá servir o jurado que: (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
• I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo,
independentemente da causa determinante do julgamento posterior; (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
• II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença
que julgou o outro acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
• III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado .
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
JUIZ NATURAL COMO PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO:

PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE (ou da necessidade)

Jurisdição penal juiz natural

É o poder do Estado em dizer o Direito a um caso concreto;


constitui função típica do Poder Judiciário, delimitada por
porções, instituídas de COMPETÊNCIA
HABEAS CORPUS. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. CRIAÇÃO DE NOVA VARA. REDISTRIBUIÇÃO DO
FEITO PARA IGUALAR OS ACERVOS ENTRE OS JUÍZOS COMPETENTES. INEXISTÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA E DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ORDEM DENEGADA. 1. A redistribuição do
feito decorrente da criação do nova vara com idêntica competência - com a finalidade de
igualar os acervos dos Juízos e dentro da estrita norma legal - não viola o princípio do juiz
natural, mormente quando ocorre ainda na fase de inquérito policial, como na espécie.
Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 2. O Supremo Tribunal Federal já se manifestou
no sentido da inexistência de violação ao princípio do juiz natural pela redistribuição do feito
em virtude de mudança na organização judiciária, uma vez que o art. 96, 'a', da Constituição
Federal, assegura aos Tribunais o direito de dispor sobre a competência e o funcionamento
dos respectivos órgãos jurisdicionais.
HABEAS CORPUS Nº 102.193 - SP (2008/0057879-2) RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ
CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL

(Aprovado na 68ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça, do dia 06 de agosto de


2008, nos autos do Processo nº 200820000007337)

Art. 1ºO exercício da magistratura exige conduta compatível com os preceitos deste Código
e do Estatuto da Magistratura, norteando-se pelos princípios da independência, da
imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da transparência, do segredo
profissional, da prudência, da diligência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade,
da honra e do decoro.
JUIZ NATURAL X JUIZ IMPARCIAL

CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL

(Aprovado na 68ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça, do dia 06 de agosto de


2008, nos autos do Processo nº 200820000007337)

(...)
Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos
fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo
uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento
que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.
O POSTULADO DO PROMOTOR NATURAL NOS TEMPOS ATUAIS:

“consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger


o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o
exercício pleno e independente do seu ofício, quanto a tutelar a
própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando,
em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se
justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados,
estabelecidos em lei” (STF. 2ª Turma. HC 103038, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, DJ 27/10/2011).
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL E
PROCESSUAL PENAL. NULIDADE DO JULGAMENTO PROFERIDO PELO
TRIBUNAL DO JÚRI E INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DO PROMOTOR
NATURAL. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, CONTENDO
DUPLO FUNDAMENTO: LEGAL E CONSTITUCIONAL. NÃO INTERPOSIÇÃO
SIMULTÂNEA DE RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 283 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL. ALEGAÇÃO DE
CABIMENTO SOMENTE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR ENTENDER
QUE O TRIBUNAL DE ORIGEM TERIA ADOTADO O TEMA RELACIONADO À
OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL COMO FUNDAMENTO
AUTÔNOMO E SUFICIENTE PARA DECIDIR A CONTROVÉRSIA.
ARGUMENTAÇÃO INSUBSISTENTE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
(...)
(...) . 2. In casu o acórdão recorrido assentou (folha 642): “Júri. Duplo homicídio
duplamente qualificado. Atuação em plenário de julgamento de promotor de
justiça estranho à comarca e ao feito. Ferimento ao princípio do promotor natural.
Nulidade reconhecida. Embora não previsto expressamente em lei, o
Princípio do Promotor Natural decorre de dispositivos constitucionais e é
admitido na doutrina e na jurisprudência, ainda que comportando alguma
relativização. (...)
(...) 4. A reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido
de que “o princípio do Promotor Natural, tendo presente a nova disciplina
constitucional do Ministério Público, ganha especial significação no que
se refere ao objeto último decorrente de sua formulação doutrinária: trata-
se de garantia de ordem jurídica destinada tanto a proteger o membro da
Instituição, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e
independente de seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem
se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o
Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e
pré-determinados, estabelecidos em lei” (Habeas Corpus nº 67.759-2/RJ,
Plenário, relator Ministro Celso de Mello, DJ de 01.07.1993). 5. Agravo
regimental não provido. (RE 638757 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
Turma, julgado em 09/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-078 DIVULG
25-04-2013 PUBLIC 26-04-2013)
Nem sempre foi este o posicionamento de aceitação do princípio do promotor natural...

Princípio do Promotor Natural e Designação por Procurador-Chefe - 1


(...). Inicialmente, asseverou-se que, conforme a doutrina, o princípio do promotor
natural representa a impossibilidade de alguém ser processado senão pelo órgão de
atuação do Ministério Público dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de
absoluta independência e liberdade de convicção, com atribuições previamente fixadas e
conhecidas. Entretanto, enfatizou-se que o STF, por maioria de votos, refutara a tese de
sua existência (HC 67759/RJ , DJU de 1º.7.93) no ordenamento jurídico brasileiro,
orientação essa confirmada, posteriormente, na apreciação do HC 84468/ES (DJU de
20.2.2006). Considerou-se que, mesmo que eventualmente acolhido o mencionado
princípio, no presente caso não teria ocorrido sua transgressão. HC 90277/DF , rel. Min.
Ellen Gracie, 17.6.2008. (HC-90277) (grifos nossos)
JUIZ DAS
GARANTIAS
JUIZ DAS GARANTIAS
Base legal: arts. 3º-B ao 3º-F, com redação dada pela Lei 13.964/2019/Pacote
Anticrime

SUSPENSO: ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305

Finalidade: “O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da


investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha
sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário” (art.3º-B, caput, CPP)

ANALISAREMOS ESTE PONTO JUNTO AO ASSUNTO “JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA”, APÓS FALARMOS DO TEMA “AÇÃO PENAL”
JUIZ DAS GARANTIAS
SUSPENSÃO:
Base legal: arts. 3º-B ao 3º-F, com redação dada - Juiz das garantias;
pela Lei 13.964/2019/Pacote Anticrime - Arquivamento do IP interna corporis (dentro
do MP) – caput APENAS do art. 28, do CPP;
- Relaxamento da prisão pela não realização da
SUSPENSO: ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305 audiência de custódia, dentro do prazo legal
(24h) (ilegalidade da prisão; §4º, do art. 310,
CPP);
Finalidade: “O juiz das garantias é responsável - Impedimento do juiz que tem contato com
pelo controle da legalidade da investigação prova ilícita (§5º, art. 157, CPP)
criminal e pela salvaguarda dos direitos
individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário” (art.3º-B,
caput, CPP)
ANALISAREMOS ESTE PONTO JUNTO AO ASSUNTO “JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA”, APÓS FALARMOS DO TEMA “AÇÃO PENAL”
EMENTA DA DISCIPLINA
PROCESSO PENAL - PARTE GERAL - ARA1053

1. FUNDAMENTOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


1.1 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
1.2 LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO
ESPAÇO, FONTES E SUJEITOS
1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
NO TEMPO
CPP. Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
(princípio da aplicação imediata ou do efeito imediato ou sistema do isolamento dos
atos processuais) – princípio tempus regit actum
Súmula STJ 501: "É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis".
Exceção: DECRETO-LEI Nº 3.931, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1941. Lei de Introdução do
Código de Processo Penal (decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941) Art. 3º O prazo já
iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei
anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal.
CPP. Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Informativo Jurisprudencial STJ 654: A companheira, em união estável
homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal,
possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. STJ. Corte Especial. APn
912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019.
NORMAS PROCESSUAIS DE CARÁTER MATERIAL, MISTO OU HÍBRIDO
Norma processual penal pura: Observa-se a regra do tempus regit actum, conforme o art. 2º,
do CPP

Norma material penal pura: Observa-se as regras de extratividade penal (ultratividade ou


retroatividade, conforme art. 2º, do CP)

Norma processual penal material, mista ou híbrida: ex. art. 366, do CPP, de acordo com
corrente doutrinária majoritária, aplica-se a regra da norma material pura

Norma heterotópica: constitui regra penal que pode estar contida em contexto processual ou
norma processual contida em contexto penal, será observado a natureza da regra
independente de onde está contida
VIGÊNCIA, REVOGAÇÃO E REPRISTINAÇÃO

Vigência = indeterminada, a partir do marco inicial da


aplicação da lei

Salvo disposição específica na lei, observa-se a Lei de


Introdução às normas do Direito brasileiro:
Decreto-Lei n° 4.657, de 4 de setembro de 1942
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,
decreta:
Art. 1º - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e
cinco) dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º - Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando admitida, se inicia
3 (três) meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º - A vigência das leis, que os governos estaduais elaborem por autorização do Governo
Federal, depende da aprovação deste e começará no prazo que a legislação estadual fixar.
§ 3º - Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste Artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação.
§ 4º - As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2º - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1º - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
§ 2º - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Espécies de revogação da norma

EXPRESSA Ocorre quando a revogação for declarada na lei revogadora

TÁCITA Ocorre quando a lei posterior regulamenta, de modo diverso, a


matéria regulamentada na lei anterior/antiga
PARCIAL Também denominada derrogação

TOTAL Também denominada ad-rogação

AUTO Ocorre quando cessa a situação emergencial de lei excepcional ou o


REVOGAÇÃO prazo fixado na lei temporária
SUCESSÃO DE LEIS PROCESSUAIS
PENAIS NO TEMPO
Artigo 5º, inc. XL da CF, “a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu” (princípio da irretroatividade da lei penal).

Regra contida também no art. 2º, parágrafo único do CP, “a lei


posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado”.
Conflito intertemporal de leis processuais:

a) sistema da unidade processual: que não é adotado no Brasil e tem por fim estabelecer
que a lei vigente no início do processo o regerá até o final, mesmo outra sobrevenha.
b) sistema das fases processuais: também não é adotado no Brasil, utilizando-se neste
caso, a lei vigente para cada fase processual até o final (fases: postulatória, instrutória e
decisória). Se houver, por exemplo, na fase instrutória, nova lei processual promulgada
sobre a matéria, apenas terá incidência na fase seguinte. c) sistema do isolamento dos atos
processuais: É o sistema adotado pelo Código de Processo Penal, no art. 2º. Estabelece o
princípio do efeito imediato ou princípio do tempus regit actum. A lei processual aplica-se
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos praticados sob a vigência da lei anterior.
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
TERRITORIALIDADE (Lex fori ou
locus regit actum)
Código de Processo Penal
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este
Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); O dispositivo citado no presente inciso
refere-se à Constituição da República Federativa do Brasil de 1937.
III - os processos da competência da Justiça Militar;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
Aplicação do Código de Processo Penal Militar (Decreto Lei 1002/1969) e do Código Penal
Militar (Decreto Lei 1001/1969).
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); O
dispositivo citado no presente inciso refere-se à Constituição da República Federativa do
Brasil de 1937.
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
O dispositivo citado no presente inciso refere-se à Constituição da República Federativa do
Brasil de 1937.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e
V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
PRÓXIMOS ASSUNTOS...
2. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
2.1 PERSECUÇÃO PENAL
2.2 PRISÃO EM FLAGRANTE E O INQUÉRITO
POLICIAL
2.3 ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DO
INQUÉRITO POLICIAL

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