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Excludentes:
a) Coação moral irresistível; (gerente do bco tem sua
família sequestra e exige que ele pegue o dinheiro do bco e entregue a ele).
b) Obediência hierárquica há ordem não
manifestamente ilegal.
Potencial, Consciência da Ilicitude
(capacidade de saber que o ato contraria o Direito)
.
Excludentes:
a) Erro de Proibição Escusável (turista holandês
maconheiro que vem visitar o Brasil em posse de maconha)
.
a) Ação ou omissão: Significa que o crime sempre é praticado através de uma conduta
positiva (ação), comissiva. Ou, através de de uma conduta negativa (omissão). É o não
fazer. A inércia. Tanto é criminoso o fato do marginal esfaquear uma pessoa até matá-la
(ação), como o fato de uma mãe, por preguiça ou comodidade, não retirar de cima da
mesa de sua casa (omissão) o veneno para matar baratas, que foi posteriormente
ingerido pelo seu filho de três anos, provocando-lhe a morte, enquanto aquela, assistia
sua novela preferida.
b) típica: Significa que a ação ou omissão praticada pelo sujeito, deve ser tipificada. Isto
é, descrita em lei como delito. A conduta praticada deve se ajustar a descrição do crime
criado pelo legislador e previsto em lei. Pois, pode a conduta não ser crime, e, não sendo
crime, denomina-se: conduta atípica (não punida, tendo em vista que não existe um
dispositivo penal que a incrimine).
IV - DOLO
1 - Conceito
V - CULPA
1 - Conceito
Culpa, em sentido estrito, é a conduta voluntária, que produz resultado ilícito, não
desejado, mas previsível, e excepcionalmente previsto e que podia, com a devida
atenção, ser evitado.
A teor do art. 18, II, do CP, o crime diz-se culposo "quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia".
3.3.1. CONCAUSAS
As concausas são as causas que atuam em conjunto com outra causa.
São divididas em absoluta e relativamente independentes, preexistentes, concomitantes
ou supervenientes.
1
O art. 13, § 1º, do CP, excepcionalmente, adota a teoria da causalidade adequada em relação às
causas supervenientes relativamente independentes que, por si só, provocam o resultado. Como efeito,
há a exclusão do nexo causal, imputando-se ao agente apenas os fatos anteriores.
2
Queiroz, Paulo de Souza. Boletim de Instituto de Ciências Penais, Belo Horizonte, n. 11. p. 3, dez. 2000.
As causas absolutamente independentes surgem independentemente
ou sem ser provocadas pelo agente de forma preexistente, concomitante ou
superveniente.
a) Causa absolutamente independente preexistente:
“A” desfecha um tiro em “B” que vem a falecer em virtude do veneno
ingerido antes de ser alvejado. “A” responde tão somente pelos atos anteriores, isto é,
homicídio tentado.
b) Causa absolutamente independente concomitante:
“A” atira em “B” no mesmo instante que este está sendo atacado por
um leão faminto, sendo que óbito de “B” é decorrente apenas dos ferimentos
provocados pelo leão. “A” responde apenas pelos atos anteriores, ou seja, homicídio
tentado.
“A” fere “B” no mesmo momento em que este vem a falecer
exclusivamente por força de um ataque cardíaco.
c) Causa absolutamente independente superveniente:
“A” atira em “B” numa jangada. “B” vem a morrer em virtude de um
tufão que o atinge em alto mar. “A” responde apenas pelos atos anteriores – homicídio
tentado.
Já nas causas relativamente independentes existe uma relação de
dependência ou influência entre a conduta do agente e uma outra causa que pode ser
preexistente, concomitante ou superveniente.
i) Causa relativamente independente preexistente:
“A” atira em “B”, hemofílico, que vem a morrer em virtude do
agravamento da doença que já possuía. A conduta de “A” é causa da morte “B”,
portanto, responde por homicídio consumado.
ii) Causa relativamente independente concomitante:
“A” atinge “B” numa noite extremamente gelada, vindo “B” a morrer
em razão do processo de aceleração da hemorragia provocada pelo frio. “A” responde
por homicídio consumado.
iii) Causa relativamente independente superveniente:
É dividida em duas espécies:
a) que “não produziu o resultado por si só”. “A” desfere uma facada
em “B” que vem a morrer em virtude de uma infecção hospitalar. “A” responde por
homicídio consumado.
b) que “por si só produziu o resultado” (art. 13, § 1º, do CP)
O CP adota aqui, excepcionalmente, a teoria da causalidade
adequada.
É considerado causa o acontecimento que contribui para o resultado
de forma eficaz.
Assim, se “A” desfere uma facada em “B”, que vem a morrer em
virtude do capotamento da ambulância ou do teto do quarto do hospital cair em sua
cabeça. “A” responde apenas pelos atos anteriores, ou seja, homicídio tentado.
A diferença entre tais causas (a e b) é que na primeira a ação de “A”
não provocou, por si só, o resultado morte, enquanto que na segunda houve um
desmembramento da linha causal, surgindo um fato que não se encontrava na ordem
natural das coisas que por si só provocou o resultado.
A expressão “por si só” indica autonomia da causa superveniente, que
não se encontra na mesma linha de deslocamento físico da conduta do agente. Inaugura-
se um curso causal autônomo, fora do perigo provocado pela conduta do agente. Assim,
este responde apenas pelos atos anteriores a ocorrência do resultado.
3.4. TIPICIDADE
Como concretização do princípio da reserva legal, a tipicidade formal
consiste no amoldamento, enquadramento ou subsunção da conduta à norma penal
incriminadora.
A subordinação da conduta à norma penal pode ser imediata ou direta
e mediata ou indireta.
A adequação típica imediata ocorre quando o comportamento humano
se amolda diretamente à norma penal, independentemente de outra norma.
Por sua vez, a adequação típica indireta ou mediata exige uma norma
de extensão ou complementar para que possa haver tipicidade. Está presente nos casos
de:
1) tentativa (art. 14, II, CP) – norma de extensão temporal;
2) participação (art. 29 do CP) – norma de extensão pessoal; e
3) omissão penalmente relevante nos crimes omissivos impróprios
(art. 13, § 2º, do CP) – norma de extensão da conduta.
A diretriz dominante adota o conceito de tipicidade indiciária, oriunda
de Max Ernst Mayer, no sentido de que a presença do fato típico configura um indício
da ilicitude, que pode ser afastada na existência de uma descriminante.
Ganha espaço no direito penal pátrio a teoria da tipicidade
conglobante, cujo maior expoente é Eugenio Raul Zafaroni, que exige além da
tipicidade legal (formal e material) a antinormatividade da conduta.
A tipicidade conglobante tem como requisitos:
1) tipicidade formal;
2) tipicidade material; e
3) antinormatividade
A tipicidade material consiste na efetiva lesão ao bem jurídico
tutelado pelo crime. Assim, lesões de bagatela dão ensejo, em regra, ao princípio da
insignificância.
No que tange à antinormatividade da conduta, aponta Rogério Greco,
que “não é possível que no ordenamento jurídico, que se entende como perfeito, uma
norma proíba àquilo que outra imponha ou fomente. (...) casos que hoje são tratados
quando da verificação da sua ilicitude podem ser resolvidos já no estudo do primeiro
dos elementos da infração penal – o fato típico.”3
Dessarte, as condutas impostas pelo ordenamento jurídico, como a do
oficial de justiça que invade casa do devedor para cumprir mandado de penhora, ou do
carrasco que executa pena de morte no caso de crime militar cometido por agente no
período de guerra declarada, são consideradas atípicas, em face da tipicidade
conglobante.
Da mesma forma, as condutas, embora não impostas pelo Estado, mas
fomentadas, como a intervenção cirúrgica com finalidade curativa, também são
consideradas atípicas.
Por consequência, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício
regular do direito que funcionavam como excludentes da ilicitude, passam a ter natureza
jurídica de excludentes da tipicidade.
3
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 6ª Ed. P. 166/167