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Infração Penal:

Direito Penal

Teoria geral
Sistemas de Classificação
a) Sistema tripartido:
Crimes, delitos e contravenções.
Ex: França e Espanha.

b) Sistema bipartido:
Crimes ou delitos e contravenções.
Ex: Alemanha, Itália e Brasil.
Crime X Contravenção Penal
• Diferença quanto ao grau de ofensividade;
• Critério político-criminal.
Crime X Contravenção Penal
“Considera-se crime a infração penal que a lei
comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou
cumulativamente com a pena de multa [...]”
(art. 1º, LICP)
Crime X Contravenção Penal
“[...] contravenção, a infração penal a que a lei
comina, isoladamente, pena de prisão simples
ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente.” (art. 1º, LICP)
Crime X Contravenção Penal
• Espécies de penas (restritivas de direitos);
• Espécies de penas privativas de liberdade;
• Regime de cumprimento da pena privativa
de liberdade;
• Limite máximo de cumprimento (30 X 05
anos);
Crime X Contravenção Penal
• Tipo de ação penal;
• Extraterritorialidade;
• Punibilidade da tentativa;
• Elemento subjetivo (dolo ou culpa X
voluntariedade).
Crime: Conceitos
a) Plano material
b) Plano formal (direito penal positivo)
c) Plano analítico (estruturas dogmáticas)
Conceito Material
Conduta humana, indesejada pela sociedade,
intencional ou descuidada, que lesa ou expõe
a perigo bem jurídico-penal (isto é, bens
jurídicos penalmente relevantes).
Conceito Formal
Toda conduta humana descrita pela norma
penal incriminadora como passível de
punição.
Conceito Analítico
a) fato típico e ilícito;
b) fato típico, ilícito e culpável;
c) fato típico, ilícito e punível;
d) fato típico, ilícito, culpável e punível.
Fato Típico
• Teoria da tipicidade (Ernst von Beling -
1906): Não há crime sem tipo;
• “Direito tipológico” (Luiz Régis Prado).
Tipicidade e Teorias do Delito
a) Causalismo (Beling/1906);
b) Neokantismo (Mayer/1915, Mezger/1930);
c) Finalismo (Hans Welzel/1945);
Tipicidade e Teorias do Delito
d) Funcionalismo Moderado ou Teleológico
(Claus Roxin/1970);
e) Teoria da Tipicidade Conglobante (Eugenio
Raúl Zaffaroni).
Conduta Humana
Teoria Causalista (Liszt e Beling):
Comportamento humano voluntário e capaz
de produzir sensível modificação no mundo
exterior.
Conduta Humana
Teoria Neoclássica (Mezger e Sauer):
• Conduta como manifestação externa e
voluntária do comportamento humano;
• Relativização da neutralidade típica,
apresentando viés normativo.
Conduta Humana
Teoria Finalista (Welzel):
Comportamento humano voluntário e
consciente tendente a um fim.
Conduta Humana
Teoria Social (Jescheck):
Análise da relevância social do
comportamento: lesão ao padrão axiológico
de certa sociedade em determinada época.
Conduta Humana: Espécies
a) Ação:
• Conduta positiva do agente;
• “Fazer” proibido pela norma penal;
• Tipo penal incriminador proibitivo;
• Delitos de ação (ou de atividade) ou crimes
comissivos.
Conduta Humana: Espécies
b) Omissão:
• Conduta negativa do agente;
• “Não fazer” exigido pela norma penal;
• Total inatividade ou atividade diversa;
• Tipo penal incriminador mandamental /
imperativo.
Conduta Humana: Espécies
b.1) Crimes omissivos próprios
Ex: art. 135 do CP.

b.2) Crimes omissivos impróprios


Ex: art. 13, § 2º, do CP.
Omissivo Impróprio
Art. 13, §2º, CP: A omissão é penalmente relevante
quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem: a)
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância; b) de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado; c) com
seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado.
Conduta Ausente
• Atos reflexos;
• Atos inconscientes;
• Coação física irresistível;
• Caso fortuito e força maior.
Resultado
a) Conceito naturalístico: Modificação
sensível no mundo exterior.

b) Conceito jurídico: Ofensa ou exposição a


perigo de bem jurídico.
Classificação de Crimes: Resultado
a) Crime material:
Ex: Homicídio (art. 121, CP).
b) Crime formal:
Ex: Extorsão (art. 158, CP).
c) Crime de mera conduta:
Ex: Desobediência (art. 330, CP).
Nexo de Causalidade
Noção Geral:
Relação entre conduta (antecedente) e
resultado (consequente).
Nexo de Causalidade
Teoria da Equivalência das Condições (Buri
ou Glaser):
• Teoria da “conditio sine qua non” ou da
equivalência dos antecedentes causais;
• Causalidade simples (final séc. XIX);
Nexo de Causalidade
Art. 13, caput, CP. [...] Considera-se causa a
ação ou omissão humana sem a qual o
resultado não teria ocorrido.
Nexo de Causalidade
• Amplitude conceitual / risco do “regressus
ad infinitum”;
• “Processo hipotético de eliminação de
Thyrén” (1894): anulação mental de certo
evento (pretensa causa) para verificação da
ocorrência (ou não) do resultado.
Nexo de Causalidade
Lembrar:
Apesar da amplitude da imputação objetiva, a
responsabilização criminal depende também
da imputação subjetiva (dolo/culpa).
Nexo de Causalidade
Teoria da Causalidade Adequada (Von Kries):
• Causa apenas a condição idônea à produção
do resultado segundo juízo abstrato e
estatístico de aferição;
• Juízo causal: contribuição efetiva +
idoneidade particular (“por si só”);
Nexo de Causalidade
Art. 13, § 1°, CP. A superveniência de causa
relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o
resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou.
Nexo de Causalidade
• “por si só”: ruptura nexo causal anterior /
nova cadeia de causalidade;
• Princípio de aplicação geral às concausas:
imputação do resultado pela causa idônea
para a produção (isolada) do evento
criminoso.
Adequação Típica
Noção Geral:
Subsunção da conduta do agente (fato
concreto / mundo fenomênico) ao tipo legal
(hipótese abstrata / lei penal incriminadora).
Adequação Típica
Espécies:

a) Imediata ou por subordinação direta:


• Dispositivo legal único;
• Homicídio consumado (art. 121, CP).
Adequação Típica
b) Mediata ou por subordinação indireta:
• Conjugação dos dispositivos legais;
• Homicídio tentado (art. 121 c.c. 14, II, CP).

Normas de extensão da tipicidade:


Arts. 14, II, e 29, ambos do Código Penal.
Infração Penal:
Direito Penal

Teoria geral

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