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FEDERAIS - FENAPFF
TRABALHO
Docente:
Discente: JAILSON
Nascimento: ?????
Curso:
era definir os conceitos principais, para que a partir deles, pudessem ser estabelecidos objetivos de
resolução dos problemas, como por exemplo, uma das definições surgidas nesta época, foi a de delito,
que era uma conduta que romperia com o contrato social – contrato no qual cada indivíduo faz ao
viver em sociedade.
A partir do momento em que foram estabelecidas as principais definições sobre a
criminologia, o foco passou a ser o estudo da essência dos crimes, ou seja, o motivo pelo qual os
delitos aconteciam na sociedade. Encontradas as essências, poderiam ser construídas as leis que seriam
aplicadas tanto no desenvolvimento das penas sobre os delitos, quanto nas estratégias de prevenção
para a sociedade, além da readaptação do criminoso. Destaca-se neste estudo que, naquela época,
pouco se falava sobre prevenir um crime, dado a forma como as sociedades lidavam com o assunto, no
entanto, percebe-se a importância disto, visto que é muito mais fácil e econômico para o Estado lidar
com as causas, transformando os hábitos, costumes, ideologias, e etc. que tendem a estimular o
cometimento dos delitos do que lidar com as consequências que são geradas a partir do ato nefasto,
sendo que estas podem afetar diversas frentes na sociedade, como o patrimônio; a liberdade e a
dignidade humana; a segurança pública; e até mesmo a dificuldade de reinserção do criminoso na
sociedade, tornando este um membro ocioso e hostil. Além disso, ressalta-se que neste mesmo período
da história, surgiram os Direitos Humanos como forma de garantir mundialmente todos estes pontos
supracitados. Ainda sobre o assunto, percebe-se que mesmo hoje, com todos os estudos e tecnologias
desenvolvidos, o foco na prevenção dos delitos na sociedade pouco é discutido, sendo que a
criminalidade, principalmente no Brasil, é um dos maiores problemas enfrentados pelo Estado.
Neste sentido, juntamente ao estudo da sociologia no crime têm-se a origem do sistema
prisional que, anteriormente aos conhecimentos positivistas predominava-se a tortura e todas as
formas de humilhação e execução dos indivíduos. Sendo assim, o objetivo positivista, determinado
para as prisões, ou seja, sua razão de existir, passava a ser uma forma de evitar que o criminoso
pudesse causar mais danos à sociedade e impedi-lo de cometer o mesmo crime, por meio do
afastamento social, como forma de garantir a reflexão pelo tempo e a mudança da mentalidade desses
indivíduos. Portanto, o castigo deixou de ser focado apenas sobre o corpo do criminoso, mas
principalmente sobre a mente, sendo este uma importante transformação do sistema prisional. Além
disso, dado essas definições sobre os objetivos da prisão, surgiram nesta época novos escopos de
prisões que seriam construídas com base nesta perspectiva, aprimorando o sistema de fiscalização,
controle e administração dos servidores.
Pontos importantes que vieram de encontro com todos estes conhecimentos desenvolvidos
neste estudo foram: a Teoria Situacional do Crime, que fugiu da ideia de criminalidade como opção de
cada um, ou seja, entendeu como foco principal para a solução dessa patologia social, os hábitos,
costumes, fatores sociológicos, de renda, entre outros, e não somente o fato do indivíduo desviar-se da
cidadania por simples e livre vontade, confrontando, assim, ideias de meritocracia; a Vitimologia,
sendo o estudo das evidências sobre as vítimas nos delitos para a identificação de padrões que podem
ser mudados a fim de evitar tais delitos. Destaca-se neste último que, a despeito de poder trazer
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informações relevantes para a compreensão dos delitos, este estudo pode ser negativo à resolução real
dos problemas gerados à medida em que a culpa é direcionada à vítima e não ao crime cometido.
Trazendo o assunto para os dias atuais, percebe-se no Brasil a enorme presença deste fator,
principalmente, no julgamento de crimes de feminicídio e de violência doméstica contra a mulher por
parte da sociedade, que tende a culpar as mulheres pelos trajes utilizados, ou mesmo por condutas
individuais, sendo que o principal causador do problema não foi a vitima apresentar estas
individualidades, mas o criminoso não agir de acordo com a lei, por diversos fatores, como baixo
caráter, estudo e compreensão, entre outros.
Alinhado ao desenvolvimento da sociedade brasileira na compreensão do crime, tem-se o
desenvolvimento da Polícia Municipal, que, no país, seu surgimento tem um marco simbólico durante
o período em que se fez a chegada da Família Real Portuguesa no Brasil, que nesse período ainda era
colônia. Sendo assim, em 1831, com a missão de promover o bem social, surgiu no país a Guarda
Municipal, que rapidamente ganhou o respeito daquela sociedade e permitiu a consolidação de um
sistema desenvolvido de policiamento em todo o país. Ao passar dos anos, por conta do grande
território que o Brasil possuí, a Guarda Municipal teve de ser desmembrada, gerando segmentações
com base em uma hierarquia, de forma que haveria uma Guarda Nacional responsável pelo Comando
do policiamento nos estados e estes últimos no município. Este sistema perdurou durante mais de um
século, sendo aos poucos transformado novamente, principalmente durante a Ditadura Militar que
ocorreu em 1964 e as mudanças na Constituição Federal (CF), até chegar no sistema que é conhecido
atualmente, com várias divisões entre Federação, Estado e Município, além das missões de cada tipo
de instituição desenvolvida.
Sendo assim, a antiga Guarda Municipal criada no Brasil Colonial, atualmente, é
correspondida na Polícia Municipal que tem sua estrutura determinada por Lei na CF de 1988, no
artigo 144 e inciso oitavo, facultando a criação desse órgão em face de cada município. Sendo assim, a
missão da Policia Municipal é: “Salvaguardar a integridade física e moral dos municípios, do meio
ambiente e do patrimônio, segurança e fluidez no trânsito, a dignidade da pessoa humana e
incolumidade pública”. Percebe-se, portanto, a grande evolução do estudo da sociologia no crime,
dado todos os tópicos desenvolvidos somente na missão definida ao órgão municipal.
No entanto, sabe-se que o Brasil está demasiadamente atrasado na conquista deste objetivos
primários, determinados muitos séculos antes, sendo destaque para o fato, o Sistema Prisional
Brasileiro, que está na quarta posição com a maior população carcerária do mundo, além de possuir
baixa estrutura, o que é estimulada ainda mais, dada maior quantidade de presos em relação a
quantidade de vagas, sendo quase o dobro no ano de 2018, segundo dados de pesquisas do IBGE.
Além disso, fatos importantes contidos nesta pesquisa evidenciam os dados sobre esta população
carcerária que em sua grande maioria é composta de negros, jovens, pobres, de baixa escolaridade,
cometendo, principalmente, crimes contra o patrimônio, e contra as leis em relação às drogas, como
tráfico e porte. Portanto, percebe-se que a desigualdade social contribui de várias formas ao problema
e uma das soluções necessárias é o investimento na escolaridade e nas campanhas contra as drogas no
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país. Além disso, destaca-se que o preço para se manter um presidiário é maior que o de um aluno para
o Estado, e, dado que os recursos são escassos, quanto maior for o investimento necessário para este
problema, menor serão os recursos destinados ao desenvolvimento do país na educação, saúde pública,
segurança, entre outros.
Outro fator de extrema importância que é pouco visualizado no país, dado, principalmente, a
sua cultura que deprecia esses indivíduos na sociedade, é a assistência ao preso, que foi determinada,
também, nos estudos da sociologia do crime como missão de readaptação do preso à sociedade,
conforme supracitado. Sendo assim, embora esta assistência esteja determinada por lei – Lei de
Execução Penal (lei nº7210/1984), em seu artigo 10º que aplica o dever ao Estado de prover esta
assistência, com o objetivo de prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade – a
situação que se encontram os presídios atualmente é altamente insatisfatória, com população acima do
suportado pelo espaço físico; saúde pública ineficiente; direitos dos presos muitas vezes ignorados;
evidências de tortura e maus-tratos, corrupção e negligência; constantes rebeliões e atentados nos
estabelecimentos, dado a disputa de facções que são estimulados no pequeno espaço físico; além da
baixa tecnologia provida.
Sendo assim, percebe-se que enquanto estes pontos não forem corrigidos, o Brasil jamais
sairá da situação que está atualmente no sistema carcerário. Para isso, muitas ideias foram
desenvolvidas ao longo da história no mundo, como o surgimento do uso de penas alternativas na
Rússia com base na especificação do crime cometido, podendo ser cumpridas por meio de trabalhos
voluntários, entre outros, que permitiriam a diminuição da população dentro das prisões; a criação de
prisões alternativas que atuassem de forma muito mais ordenada para garantir em sua plenitude a
assistência ao preso, por meio da promoção de assistência médica satisfatória, incentivo à educação,
oferta de trabalho remunerado, muito mais dignidade nos estabelecimentos, fazendo com que os custos
com o preso aumentem, porém o índice de reincidência, que, atualmente, está na faixa de 70%,
diminua para 7%; além de outras formas como a terceirização da administração das prisões, que
facilitaria o controle do Estado sobre estes estabelecimentos e diminuiria os custos à União. Para que
todas essas estratégias possam ser implantadas de forma eficiente no Brasil, se faz necessário o
investimento em pesquisas e estudo sobre a viabilidade dessas ações, prevendo de forma assertada à
realidade brasileira o impacto dessas ações sobre os índices de criminalidade do país e também dos
custos envolvidos, para que no longo prazo, este problema possa ser sobrepujado da melhor forma.
Por fim, o policiamento, especialmente, municipal, dado que a segurança pública começa no
município, deverá manter o constante aprimoramento e preservação dos estudos voltados à sociologia
no crime de forma a compreender melhor os princípios que levam ao cometimento do delito e, a partir
disso, trazer planos de ação que possam prevenir estes atos. Garantindo, assim, o investimento público
bem direcionado aos principais focos do país no seu desenvolvimento, a aplicação dos Direitos
Humanos e a cidadania presente em todos os indivíduos da população. O Estado por sua vez, deverá
aprimorar os investimentos sobre o Sistema Prisional Brasileiro de forma a reverter a situação caótica
ainda evidenciada no cenário contemporâneo.