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A contabilidade constitui um dos conhecimentos mais antigos de que se tem notícia.

Surgiu da necessidade
de controle das posses e riquezas, ou seja, do patrimônio. Há a hipótese de que a contabilidade tenha surgido antes
da escrita, dado a sua importância para o homem.
A importância deste ramo do conhecimento para o progresso dos negócios é indiscutível. Não se pode imaginar
uma entidade, pública ou privada, detentora de patrimônio e desprovida de contabilidade. Pois através de aplicação
de técnicas próprias da contabilidade, é possível controlar o quanto a entidade tem para receber e a pagar, o valor
dos seus bens, enfim todas as variações ocorridas nos elementos componentes do patrimônio durante um período
determinado.

História da Contabilidade

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras
manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos
ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica


acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o
senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou
parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para
quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as


primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida
nas principais cidades da Antiguidade.

A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de
seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros
ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora
rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam
render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização
quando já em maior volume, requerendo registros.

Foi o pensamento do “futuro” que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas
reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia
ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista.
Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento
do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de
informações sobre negócios.

A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas
governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as
despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas
é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO – período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã,
quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL – período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus
de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando
que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que
contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO – período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità
Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche” , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da
Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO – período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.

FREI LUCA PACIOLI

Escreveu “Tratactus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494,
enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a “Summa
de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá”, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado
sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era
utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-
lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de
operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de
armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram “Pro” e “Dano”; sobre correções de erros; sobre arquivamento
de contas e documentos, etc.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:

“Per “ , mediante o qual se reconhece o devedor;

“A “ , pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início
da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu
precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da
Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades
italianas os principais interpostos do comércio mundial.
Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou
a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A
importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos
séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a 4 onsequênci necessidade de se proceder à
determinação das perdas e lucros entre credores e devedores.

A Contabilidade no Brasil

A partir de 1500, com o descobrimento do Brasil, o novo país começaria a escrever uma parte da história da
contabilidade. Entretanto, é somente muitos anos depois, a partir de 1770, que surge a primeira regulamentação da
profissão contábil em terras brasileiras, quando Dom José, rei de Portugal, expede a carta de lei a todos os domínios
lusitanos. Neste documento, dentre outras regulamentações, fica estabelecida a obrigatoriedade de registro da
matrícula de todos os guarda-livros na junta comercial.

Em 1870 acontece a primeira regulamentação brasileira da profissão contábil, por meio do decreto imperial nº 4475.
É reconhecida oficialmente a Associação dos Guarda-Livros da Corte, considerada como a primeira profissão liberal
regulamentada no país.

Nesse período foram dados os primeiros passos rumo ao aperfeiçoamento da área. Na contadoria pública passou-
se a somente admitir guarda-livros que tivessem cursado aulas de comércio. O exercício da profissão requeria um
caráter multidisciplinar. Para ser guarda-livros era preciso ter conhecimento das línguas portuguesa e francesa,
esmerada caligrafia e, mais tarde, com a chegada da máquina de escrever, ser eficiente nas técnicas datilográficas.

Em 1902, o então presidente Rodrigues Alves declara de utilidade pública, com caráter oficial, os diplomas conferidos
pela Academia de Comércio do Rio de Janeiro, Escola Prática de Comércio de São Paulo, Instituto Comercial do
Distrito Federal e Academia de Comércio de Juiz de Fora.

Em 1915 é fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais. No ano seguinte surgem a Associação dos Contadores
de São Paulo e Instituto Brasileiro de Contabilidade, no Rio de Janeiro. Nove anos depois, em 1924, é realizado o 1°
Congresso Brasileiro de Contabilidade e são lançadas as bases para a campanha pela regulamentação de contador
e reforma do ensino comercial no Brasil.

Crescem as articulações para o desenvolvimento da profissão contábil e, em 1927, é fundado o Conselho Perpétuo,
um embrião do que seria, no século XXI, o sistema Conselho Federal e Conselho Regional de Contabilidade. A
instituição abrigava o Regime Geral de Contabilistas no Brasil, concedendo a matricula aos novos profissionais aptos
a desenvolverem a atividade de contadores.

Este período é marcado por turbulência políticas, revoluções e a chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930. Em
1931 vem a primeira grande vitória da classe contábil: é sancionado o decreto federal nº 20.158, que organizou o
ensino comercial e regulamentou a profissão. É criado o curso de contabilidade, que formava dois tipos de
profissionais: os guarda-livros, que cursavam dois anos e perito-contadores, que cursavam três anos.

Daí para frente várias vitórias acontecem. No ano seguinte é sancionado o decreto federal nº 21.033, estabelecendo
novas condições para o registro de contadores e guarda-livros. Com esta lei, resolveu-se o problema dos
profissionais da área que possuíam apenas o conhecimento empírico, pratico, determinando as condições e prazos
para o registro desses profissionais. A partir desse momento, o exercício da profissão contábil passou a estar ligada,
indissoluvelmente, à preparação escolar. Ou seja, quem desejasse abraçar a carreira teria primeiro, que estudar.

Dentre outras, esta vitória marcou a trajetória da profissão no Brasil, sendo bastante comemorada pelas lideranças
da área na época. Com isso, multiplicaram-se as gestões para a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
a exemplo do que já acontecia na engenharia e advocacia, até então as únicas de nível universitário regulamentadas
no país.

Os contabilistas brasileiros não perderam tempo. A imediata criação do Conselho Federal, logo após a edição do
Decreto-Lei nº 9.295 demonstra a pressa que tinham para ver logo em funcionamento seu órgão de classe. Mas, na
verdade, a criação desse órgão já era tardia, quando começou a tramitar o primeiro projeto de lei a respeito.

Tão logo instalado, o CFC já começa a atuar para cumprir a função para qual foi criado. Uma das primeiras
providências do Conselho Federal foi criar as condições para a instalação e funcionamento dos Conselhos Regionais.
Já na terceira reunião, realizada no dia 11 de outubro de 1946, ainda na sala do Ministério do Trabalho, foi criada uma
comissão para organizar os Conselhos Regionais, composta pelos Conselheiros Manoel Marques, José Dell’ Aurea e
Brito Pereira.

Na reunião seguinte, em 4 de novembro do mesmo ano, é aprovada a Resolução nº1/46, que dispões sobre a
organização dos Conselhos Regionais de Contabilidade, criando as condições e estabelecendo as primeiras regras.
Hoje, existe um Conselho de Contabilidade em cada unidade da Federação e no Distrito Federal.
As primeiras ações dos Conselhos Regionais eram direcionadas ao registro de profissionais. Mas, pouco tempo
depois, foram iniciadas as atividades de fiscalização, em alguns Conselhos mais intensificados que em outros, de
acordo com as peculiaridades de cada um. Hoje, a fiscalização é tema de discussão em todas as reuniões de
presidentes do Sistema CFC/CRCs . Os Conselhos Regionais de Contabilidade, atualmente, além de registrar e
fiscalizar o exercício profissional, educação continuada, alguns em parcerias com o Conselho Federal e com
universidades, oferecendo aos profissionais da Contabilidade condições de se qualificarem a e atenderem às
exigências do mercado de trabalho, além de oferecerem à sociedade um serviço de qualidade.

Conceito de contabilidade

Existem muitas definições do que seja contabilidade, vejamos algumas destas definições:

“A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do
patrimônio da empresa” (Osni Moura);

“É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro,
a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial” (Hilário Franco).

Contabilidade é a ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações,
tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza econômico-financeira
que o afetam e estudando suas consequências na dinâmica financeira.

Entretanto, todos esses conceitos convergem nitidamente em seus enunciados para o controle do patrimônio
através das informações prestadas pela Contabilidade.
No Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, em 1924 definiu-se que: Contabilidade é a ciência que estuda e
pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica.

Objeto da Contabilidade

Define-se como objeto da Contabilidade o seu campo de aplicação, ou seja, O PATRIMÔNIO das entidades econômico-
administrativas.
Objetivo e Finalidade da Contabilidade

Como consequência da definição de Contabilidade, observamos claramente que seu objetivo é permitir o controle
e o estudo do patrimônio e de suas variações visando o fornecimento de informações que sejam úteis para tomada
de decisões econômicas.
Cabe ainda definir a finalidade da Contabilidade como sendo fornecer informações econômicas e financeiras acerca
da entidade.
As informações de natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que
geram lucros ou prejuízos, e as variações no patrimônio da entidade. As informações de natureza financeira
abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro das entidades.

Usuários das Informações Contábeis

São todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação e no
desenvolvimento da entidade. Podemos citar como exemplo de tais pessoas: os administradores, os sócios e
acionistas da entidade, o governo, os bancos, etc. Note-se que, nesse aspecto, temos tanto usuários internos como
usuários externos que se interessam, cada um a seu modo, pelas informações contábeis como um todo.

Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de maneira geral

Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus investimentos, que muitas vezes
se mantêm afastadas da direção das empresas, necessitam de informações resumidas que deem respostas claras
e concisas a suas perguntas. Por exemplo: qual a taxa de lucratividade proporcionada a seu investimento em ações
ou quotas-partes da sociedade? Será que a empresa continua a oferecer, a médio e longo prazos, perspectivas de
rentabilidade e segurança para seu investimento? Existe alguma alternativa mais adequada para seus
investimentos? Normalmente, relatórios elaborados pela Contabilidade Geral (também conhecida por Contabilidade
Financeira) e esclarecimentos prestados pela Administração por ocasião das assembleias ou reuniões de sócios
realizadas algum tempo após o encerramento dos exercícios são suficientes para responder a tais perguntas.

Administradores, diretores e executivos dos mais variados escalões


O interesse nos dados contábeis dessas pessoas atinge um grau de profundidade e análise, bem como de
frequência, muito maior do que para os demais grupos. De fato, são eles os agentes responsáveis pelas tomadas
de decisões dentro de cada entidade a que pertencem. Tais decisões visam principalmente ao futuro, mas, para se
preparar para agir no futuro, é necessário não apenas conhecer detalhadamente o que aconteceu no passado,
como também o que está acontecendo no momento* Note-se que as informações fornecidas pela Contabilidade
não se limitam, como julgam muitos, ao Balanço Patrimonial e à Demonstração de Resultados. Além dessas
demonstrações básicas e finais de um período contábil, a Contabilidade fornece aos administradores um fluxo
contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão financeira e econômica das empresas. O
administrador inteligente, que sabe usar a informação contábil e que conhece suas limitações, tem em suas mãos
um poderoso instrumental de trabalho que lhe permite tomar decisões visando ao futuro com maior segurança,
bem como conhecer a situação atual e o grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas.
Alguns autores, em obras de Contabilidade mais especializadas, chegam a distinguir dois grandes ramos ou ênfases
pelos quais a Contabilidade pode desempenhar seu papel informativo. A Contabilidade Financeira, cujos relatórios
finais básicos são o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, teria
maior utilidade ou visaria mais diretamente aos agentes econômicos externos à empresa, assim como aos sócios
desligados da direção, ao passo que a Contabilidade Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo de atuação
também a Contabilidade de Custos, visaria primariamente à administração da empresa.

Finalidades para as quais se usa Informação Contábil

Robert N. Anthony, em seu conhecido livro Management accounting,1 focaliza com bastante propriedade as
implicações deste item.
Embora tais finalidades possam ser catalogadas de várias formas, serão aqui agrupadas em duas básicas:
✓ - Finalidade de planejamento
✓ - Finalidade de controle
✓ - Finalidade de auxílio no processo decisório
Planejamento é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.
Normalmente, o processo de planejamento consiste em considerar vários cursos alternativos de ação e decidir qual
o melhor. Planejamento (que deve ser diferenciado de simples previsão) pode abranger um segmento da empresa
ou toda a empresa. A informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões ou
standards e ao inter-relacionamento da Contabilidade com os planos orçamentários, é de grande utilidade no
planejamento empresarial. Mesmo em caso de decisões isoladas sobre várias alternativas possíveis, normalmente
utiliza-se grande quantidade de informação contábil.
Controle pode ser conceituado como um processo pelo qual a alta administração se certifica, na medida do possível,
de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas traçados pelos donos de capital e
pela própria alta administração. Esta, como estamos vendo, é uma conceituação bem ampla de controle, aceita
pelos autores modernos, em contraste com a definição restrita, que resumia o controle a uma função quase policial
dentro da empresa, única e exclusivamente. Afirma o referido autor que a informação contábil é útil ao processo de
controle das seguintes formas:
a. Como meio de comunicação - Os relatórios contábeis podém ser de grande auxílio, ao informar a
organização a respeito dos planos e políticas da administração e, em geral, das formas de comportamento
ou ação que a administração deseja atribuir à organização.
b. Como meio de motivação - A não ser que a empresa ou negócio seja do tipo individual, não compete à
administração fazer ou executar o serviço. Isto quer dizer que a administração não fabrica e vende
pessoalmente o produto. Pelo contrário, a responsabilidade da administração consiste em gerenciar o
trabalho que está sendo executado pelos outros. Isso requer, em primeiro lugar, que o pessoal seja
contratado e formado dentro da organização, e, em segundo lugar, que a organização seja motivada de
forma que venha a fazer o que a administração quer que se faça. A informação contábil pode auxiliar (e
também, desde que utilizada inadequadamente, prejudicar) esse processo de motivação.
c. Como meio de verificação - Periodicamente, a administração necessita avaliar a qualidade dos serviços
executados pelos empregados. A apreciação desse desempenho pode resultar em acréscimo de salários,
promoções, readmissões, ações corretivas as mais variadas, ou, em casos extremos, demissões. A
informação contábil pode auxiliar esse processo de avaliação, embora o desempenho humano não possa
ser julgado apenas pela informação contida nos registros contábeis.

Processo decisório é o conjunto de ações que faz com que se consiga a obtenção dos objetivos desejados, definidos
pelo planejamento. O processo decisório ocorre pelas tomadas de decisões já planejadas e pelas tomadas de
decisões corretivas quando o controle evidencia que o caminho sendo seguido não era o planejado.
Veja-se que a contabilidade participa do processo de planejamento, quando é indispensável para a fixação de todos
os planejamentos estratégicos, orçamentos operacionais etc. É vital no processo de controle, ou seja, de
acompanhamento do que ocorre e comparação com o que deveria estar ocorrendo. E também indispensável para
prover informações aos gestores.
No que diz respeito aos usuários externos à entidade, credores e investidores principalmente, funciona como o
grande elo de ligação entre essa entidade e tais interessados, levando-lhes informações sobre o estado do
patrimônio e de suas mutações. Também são interessados os empregados, o governo (principalmente na sua função
tributante) e outros.

Curiosidades
AZIENDA: Complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem um patrimônio, representados em
valores ou que podem ser objeto de apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural ou
jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade; fazenda. (Dicionário Aurélio)
CADUCEU – Escudo do curso Graduação em contabilidade no Brasil, também usado nos CRC´s e CFC.

Campo de Aplicação da Contabilidade


A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas pessoas físicas e nas pessoas jurídicas, com
finalidade lucrativa ou não, inclusive as de Direito Público com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Por
seu objeto, o PATRIMÔNIO, e as suas finalidades, é fácil concluir a importância da contabilidade e, como
10consequência, a amplitude de seu campo de atuação. Então, o campo de aplicação da Contabilidade abrange todas
as entidades econômico-administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os
Municípios, as Autarquias etc.

Áreas de Atuação da Contabilidade

A contabilidade pode atuar em várias dentre elas:

Contabilidade Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende todo o
planejamento tributário da entidade.

Contabilidade Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre todos os seus
órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a
Contabilidade pública registrar as transações em função deles, atuando como instrumento de acompanhamento
dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas
gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos.

Contabilidade Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade, através de um
controle adequado do patrimônio.

Contabilidade Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar informações aos
usuários externos.

Contabilidade e Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de


informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão
destes registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.

Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações com problemas
financeiros causados por erros administrativos.

Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, através dos relatórios contábeis, que devem
demonstrar a exata situação patrimonial de uma entidade.

Contabilidade Ambiental: informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente, avaliando os possíveis
riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida local.

Contabilidade Atuarial: especializada na Contabilidade de empresas de previdência privada e em fundos de pensão.

Contabilidade Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua contribuição na
agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.

Contabilidade Agribusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in-loco dos produtos
naturais.

Área de atuação do contador

A área de atuação do profissional contábil é bastante ampla, oferecendo inúmeras alternativas de trabalho. Dentre
algumas áreas, além da tradicional atuação na prática de escrituração contábil, destacam-se:

Perícia Contábil – apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e avaliação de patrimônio líquido.
Auditoria – exame e emissão de pareceres sobre demonstrações financeiras, controles internos e gestão.

Fiscal – fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos.

Gestão de Empresas – administração de finanças, custos e fluxo de caixa e empreendimentos de qualquer porte.

Gestão Pública – atuação em áreas de planejamento, finanças, administração e contabilidade pública.

Atuarial – área estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo Atuarial – área estatística ligada
a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros.

Consultoria – Atua como profissional autônomo. Chamado quando as empresas necessitam de um profissional
qualificado para detectar problemas existentes na entidade.

Controller – Tem quase o poder de prever o futuro. Comanda a controladoria das empresas.Esse profissional é muito
bem remunerado.

Professor – atuação em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade de Custos ou Orçamento
Público.

Pesquisador – Papel do profissional que busca encontrar soluções dentro de um padrão científico da profissão.

Administrador – Todo contador é um administrador nato.

Analista Financeiro - Esse profissional e muito utilizado no mercado, pois um dos pontos mais necessários para as
pessoas jurídicas é o seu controle financeiro, tanto na busca de recursos quanto na aplicação dos excedentes. Em
resumo, o contabilista do século XXI é um profissional multidisciplinar e sua profissão caracteriza-se pela
modernidade e variedade em campos de atuação.

CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE CONTABILIDADE

Para começarmos à entender a contabilidade é necessário entender alguns conceitos.

PESSOA FÍSICA – É a pessoa natural; é todo ser humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção). A existência da
pessoa física termina com a morte. É o próprio ser humano. Sua personalidade começa com o seu nascimento
(artigo 4º do Código Civil Brasileiro). No decorrer da sua vida, a pessoa física constituirá um patrimônio, que será
afastado, por fim, em caso de morte, para transferência aos herdeiros.

PESSOA JURÍDICA – É a existência legal de uma sociedade, associação ou instituição, que aferiu o direito de ter vida
própria e isolada das pessoas físicas que a constituíram. É a união de pessoas capazes de possuir e exercitar direitos
e contrair obrigações, independentemente das pessoas físicas, que através das quais agem. É, portanto, uma nova
pessoa, com personalidade distinta da de seus membros (da pessoa natural). Sua existência legal dá-se em
decorrência de leis e só nascerá após o devido registro nos órgãos públicos competentes (Cartórios ou Juntas
Comerciais).

BENS: Entende-se por bens as coisas capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas, e
suscetíveis de avaliação econômica. Podem ser materiais ou imateriais.

• Bens Materiais: Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis: veículos, imóveis,
estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (moveis de escritórios), ferramentas etc, são objetos
que a empresa tem para uso ou consumo.
• Bens Imateriais: São incorpóreos ou intangíveis aqueles que não possuem existência física. Exemplos:
marcas e patentes, fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais e ponto comercial (fundo de
comércio).

DIREITOS: São todos os valores que as empresas têm para receber de terceiros, tais como duplicatas a receber,
promissórias a receber, aluguéis a receber, etc.

OBRIGAÇÕES: são os valores que as empresas têm a pagar a terceiros, como duplicatas apagar, salários a pagar,
impostos a pagar, etc.

PATRIMÔNIO: é o conjunto de bens, direitos e obrigações avaliados em moeda. Esse conjunto pode pertencer a uma
pessoa física ou jurídica.

EQUAÇÃO PATRIMONIAL

O gráfico em T, quando utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa, denomina-se Balanço
Patrimonial.
Balanço lembra balança. Imagine uma balança de dois pratos em equilíbrio. Para que isso aconteça, é preciso que
cada um dos pratos contenha o mesmo peso. Assim deve ser apresentado o Balanço Patrimonial (BP): em equilíbrio.
Para que o BP reflita adequadamente a situação financeira da empresa, o total do lado do ativo tem de ser igual o
total do lado do passivo.

ATIVO (BENS+DIREITOS) = PASSIVO (OBRIGAÇÔES)

Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos tem o mesmo tamanho das obrigações. Assim, a
diferença entre o Ativo e Passivo denomina-se Situação Líquida.

PATRIMONIO LÍQUIDO: A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-), denomina-se patrimônio liquido que aparece
vinculado ao Passivo, para que haja uma igualdade entre este e o Ativo.

(Bens+Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido

SITUAÇÃO LÍQUIDA OU PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo, ou seja:

SL = A – P

Mas antes de entendermos a situação líquida, precisamos ver mais alguns conceitos.

ATIVO: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo têm saldos devedores, à
exceção das contas retificadoras (como depreciação acumulada e provisões para ajuste ao valor de mercado).

• Ativo Circulante: Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores a receber no prazo máximo de
um ano, ou seja, realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de mercadorias produzidas, etc); aplicações
de recursos em despesas do exercício seguinte.
• Ativo Não Circulante: São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa
finalidade. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos:

✓ Ativo Realizável a Longo Prazo;


✓ Investimentos;
✓ Imobilizado;
✓ Intangível.

PASSIVO: conjunto de obrigações com terceiros.

• Passivo Circulante: Obrigações ou exigibilidades que deverão ser pagas no decorrer do exercício seguinte;
duplicatas a pagar, contas a pagar, títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar,
salários a pagar.

• Passivo Não Circulante: Obrigações da entidade de longo prazo, ou seja, com vencimento superior a 365
dias.

De acordo com os valores que o ativo e o passivo apresentarem, a situação líquida patrimonial pode ser de três
espécies:

Situação Líquida Positiva, Negativa ou Nula.

SITUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVA

Quando o ativo for maior do que o passivo, estaremos diante de uma Situação Líquida Positiva, também chamada
de Situação Líquida Ativa, Favorável ou Superavitária. Isto significa que o total de bens e direitos da empresa, o ativo,
é suficiente para pagar todas as suas obrigações com terceiros, passivo, e ainda sobram recursos para serem
rateados entre os sócios ou acionistas.

Exemplo:
Ativo =500,00
Passivo=300,00
Situação Líquida=200,00 (Patrimônio Líquido)

Consequentemente a fórmula que representa a situação líquida positiva será:


Ativo – Passivo = Situação Líquida

SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA

Quando o ativo for menor que o passivo a empresa estará diante de uma Situação Líquida Negativa, que também
recebe o nome de Situação Líquida Passiva, Desfavorável ou Deficitária, significando que as obrigações da empresa
contraídas junto a terceiros são maiores do que seus bens e direitos. O valor das obrigações que ultrapassa o valor
dos bens e direitos é denominado de Passivo a Descoberto.

Exemplo:
Ativo = 500,00
Passivo = 800,00
Situação Líquida =-300,00 (Passivo a Descoberto)

Para representar esta situação terem os a fórmula:


Passivo = Ativo + Situação Líquida

SITUAÇÃO LÍQUIDA NULA

Quando a soma dos valores dos bens e direitos for igual à soma das obrigações estaremos diante de uma Situação
Líquida Nula, também denominada de Compensada. Nessa situação o capital investido pelos sócios foi
completamente absorvido. Os bens e direitos da empresa são suficientes apenas para efetuar o pagamento das
obrigações contraídas junto a terceiros.

Exemplo:
Ativo = 500,00
Passivo = 500,00
Situação Líquida = 0,00

A fórmula que representa a situação líquida nula será:


Ativo = Passivo

Aspectos Qualitativos e Quantitativos do Patrimônio

ASPECTO QUALITATIVO: Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações.

- Bens: Dinheiro, Veículos, Máquinas.

- Direitos: Duplicatas à Receber. Promissórias à Receber.

- Obrigações: Duplicatas à Pagar; Contas à Pagar, Impostos à Pagar.

ASPECTO QUANTITATIVO: Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores,
levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da Organização.

Dinheiro...........................5.000
Veículos.........................50.000
Máquinas ......................10.000
Duplicatas a receber.........3.000
Promissórias a receber.....2.000
Duplicatas a pagar............8.000
Impostos a pagar.............. 500

Método das Partidas Dobradas

Esse método, que é de uso universal e foi divulgado no século XV (1494) na cidade de Veneza, na Itália, pelo
frade franciscano Luca Pacioli, consiste no seguinte:
Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que a cada débito
corresponde um crédito de igual valor.
A essência do método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação implica que a um débito
numa ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos
valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. "Não há débito (s) sem crédito (s)
correspondente (s).”

Noções de débito e crédito


Mais um alerta para não confundir termos da linguagem comum, quando usados na terminologia contábil.
Débito: na linguagem comum, significa:
• dívida;
• situação negativa;
• estar em débito com alguém;
• estar devendo para alguém etc.
Quando falarmos na palavra débito, procure não ligar o seu significado do ponto de vista técnico com o que
ela representa na linguagem comum.
Na terminologia contábil, essa palavra tem vários significados, os quais raramente correspondem aos da
linguagem comum. Quando o aluno principiante no estudo da Contabilidade não se conscientiza disso, dificilmente
aceita que débito pode representar elementos positivos, o que prejudica sensivelmente a aprendizagem. Portanto,
muito cuidado com a terminologia.
Neste tópico é importante memorizar o seguinte:
a) Na representação gráfica em forma de T, que estamos usando para representar as contas que compõem
o Patrimônio (Balanço Patrimonial), o lado esquerdo é o lado do débito.
b) Na representação gráfica, também em forma de T, que vamos usar para representar as Contas de
Resultado, o lado esquerdo é o lado do débito.
Crédito: na linguagem comum, significa:
• ter crédito com alguém, em uma loja etc.;
• situação positiva;
• poder comprar a prazo etc.
Na terminologia contábil, a palavra crédito também possui vários significados. As mesmas observações que
fizemos para a palavra débito aplicam-se à palavra crédito. Portanto, neste momento é importante memorizar:
a) Na representação gráfica em forma de T, que estamos usando para representar as contas que compõem
o Patrimônio (Balanço Patrimonial), o lado direito é o lado do crédito.
b) Na representação gráfica, também em forma de T, que vamos usar para representar as
Contas de Resultado, o lado direito é o lado do crédito.
Bibliografia

MARION, José Carlos – Contabilidade Básica – Ed. ATLAS.


RIBEIRO, Osni Moura – Contabilidade Básica Fácil – Ed. SARAIVA.
RIBEIRO, Osni Moura – Contabilidade Geral Fácil – Ed. SARAIVA – 5ª edição.
BARROS, Sidney Ferro – Contabilidade Básica – Ed. IOB.
Fontes: http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/perfil_contador.htm
Equipe de Professores da FEA/ USP – Contabilidade Introdutória – Ed. ATLAS.

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