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Arthur Leone
Auditoria Aula 01

Aula 01 – Fraude e erro


Auditoria
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Sumário
SUMÁRIO ................................................................................................................................................ 2

IDENTIFICAÇÃO DE FRAUDES NA ESCRITA CONTÁBIL. .............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

TIPOS DE FRAUDES................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

FATORES INDUTORES DE FRAUDES – NBC TA 240 ...................................................................................... 9

FRAUDES PERPETRADAS PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................... 20

CARACTERÍSTICAS DOS DESFALQUES .................................................................................................... 22

OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DAS FRAUDES E ERROS ................................................................................ 27

QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................................................... 29

LISTA DE QUESTÕES .............................................................................................................................. 49

GABARITO ............................................................................................................................................. 60

RESUMO ............................................................................................................................................... 61

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Querido(a) aluno (a), seja bem-vindo a mais uma aula. Veremos as noções iniciais sobre a fraude. Para
estudar a fraude, é recomendável a leitura da NBC TA 240, pois é um dos referenciais teóricos muito utilizados
para tratar do assunto, não apenas na auditoria independente, mas também em outros ramos como a auditoria
governamental ou fiscal. Outra norma - a NBC TI 01 – também traz conceitos precisos sobre fraude e erro.

Aviso: Em relação à parte teórica do curso e para facilitar a utilização de impressoras e melhor custo
benefício, os diagramas, mapas etc. utilizados na versão PDF 1.0 são mais simples, com menos cores etc, porém,
sem prejuízo de informação.

Na versão 2.0 (Qconcursos), como se trata de versão digital, utilizamos mais coloridos para melhor
experiência na tela.

Vamos à aula...

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Fraude e erro
Responsabilidade por identificar fraude e erro
A possibilidade de fraude e erro nas demonstrações contábeis é real e ponto de constante atenção do
auditor. Não pela fraude ou erro em si, uma vez que o auditor não os estabelece juridicamente e, tampouco, tem
a missão de mitigá-los ou preveni-los, menos ainda tem a missão de punir. A razão do interesse do auditor em
fraudes e erros reside no fato de que tais elementos podem interferir em sua opinião sobre as demonstrações
contábeis.

Já apareceu assim:

Ao definir a responsabilidade do auditor independente de demonstrações contábeis quanto a fraudes e


erros, o Conselho Federal de Contabilidade entende que o auditor não é responsável nem pode ser
responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros relevantes nas demonstrações contábeis.
(AFRF/ESAF/2001)

A base normativa atual (2020) deste entendimento, apesar de ser uma questão “velha”, é o seguinte:

NBC TA 240,4
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da
entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral dos
responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua
ocorrência, e a dissuasão da fraude, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa
da probabilidade de detecção e punição. Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade
e comportamento ético, que pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança.

Fique atento, pois é uma “brincadeira” comum das bancas afirmar que o auditor descobre fraude ou erro.
Isso não é verdade, já que está em busca de distorções independentemente da origem. Veja uma afirmação falsa
a esse respeito:

FALSO - (AFRFB/ESAF/2014) No relatório de auditoria, deve ser divulgado que os procedimentos


selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a estimativa dos riscos de distorção relevante
nas demonstrações contábeis, exclusivamente causadas por erro, sendo de responsabilidade da
administração a ocorrência de fraudes.

Vamos seguindo para finalmente distinguir erro e fraude:

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“O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações,
adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos
físicos quanto monetários.

O termo “erro” aplica-se a ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má


interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários” ( NBC TI 01).

Essas definições estão contidas em uma norma de auditoria interna, mas se trata de definição “genérica”,
que pode ser aplicada na Auditoria Tributária, Auditoria Externa, Auditoria Governamental etc., logo não se
preocupe com a fonte da informação. Ademais, as normas de auditoria, tanto a auditoria interna quanto a externa,
são importantes fontes subsidiárias para outros ramos da auditoria, tais como a auditoria fiscal.

Ao comparar o erro com a fraude percebemos que a consequência nas DC poderá ser igual em ambos, mas
há uma palavrinha chave que separa um do outro: a intenção.

Erro Fraude
• Distorção não intencional • Distorção intencional

Enquanto a diferença entre os institutos é bem delineada, a sua consequência é semelhante: ambas geram
distorções nas demonstrações contábeis ou em outro objeto que esteja sendo avaliado, como por exemplo, a
escrituração fiscal.

Um teste básico para começar...


CESPE-FUB-AUDITOR-2013

A diferença estabelecida entre o erro e a fraude decorre da relevância do ato em termos do impacto que pode
provocar como resultado de omissão que afete registros e relatórios tanto em termos físicos como monetários.
Resolução: A diferença básica está na intenção. A “relevância” não é critério distintivo. Agregue um pouco mais...

NBC TA 240, 3

Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das normas de auditoria, o auditor está preocupado
com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis. Dois tipos de distorções intencionais são
pertinentes para o auditor – distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita
de ativos. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude, ele não estabelece
juridicamente se realmente ocorreu fraude.
Resposta: errado

Devemos destacar que o auditor não estabelece juridicamente se a fraude ou erro tem contornos criminais
como agravantes, exclusões, se foi resultado de dolo ou culpa. O ato de adulterar um documento é simplesmente

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fraude, para efeito na auditoria, independente de sua correta definição penal (sonegação, estelionato etc.). As
demais consequências devem ser perseguidas pelas partes envolvidas por meio do Judiciário ou outras
autoridades, se for o caso.

É possível que as questões que tratem de fraudes sejam ilustradas com um cenário de “ambiente
fiscal/tributário”, envolvendo impostos, notas fiscais etc., como a questão abaixo:

FCC – SEFAZ – RJ – 2014

O gerente financeiro da rede de loja Mais Clara do Brasil S. A., com o objetivo de pagar menos ICMS, adulterou o
valor e o registro de duas notas fiscais de vendas. De acordo com a NBC TI − Auditoria Interna, o ato praticado pelo
gerente configura

a) omissão de receita.

b) omissão de imposto.

c) elisão fiscal.

d) erro intencional.

e) fraude.

Resolução:

Veja que questão interessante. Diante de um questionamento que envolve a possível sonegação de tributos,
vamos ser induzidos a escolher alternativas que tratam de crimes como evasão fiscal, crime contra ordem
tributária, omissão de receitas, sonegação ou outra figura (lícita) como elisão. Mas, na verdade, o examinador
deseja que você classifique a conduta como fraude ou erro. Nesse caso, estamos diante da fraude.

Existe um questionamento clássico sobre o tema nas grandes bancas (Cespe, FCC, FGV e outras) que consiste em
citar situações para que o candidato indique se é caso de fraude ou erro. Devemos analisar a situação descrita
sempre atento ao núcleo da fraude ( a intenção de causar a distorção) ou do erro ( sem intenção).

Resposta: E

Veja mais uma questão com a “temática fiscal”


FCC-Jaboatão dos Guararapes-PE-auditor-2006

Quanto à conceituação de fraude e erro, considere as afirmações abaixo.

I. A empresa programa seu sistema para, na apuração da base de cálculo do ISS, desconsiderar notas fiscais de
prestação de serviços de valores superiores a R$ 5.000,00.

II. O fiscal de tributos ao examinar o livro de registro de notas fiscais de serviços e apuração do ISS percebe que a
empresa não escriturou a nota de número 111, mas o valor do tributo foi recolhido corretamente.

III. A empresa registra os serviços efetivamente formalizados através de contrato, sendo que os serviços de
pequeno valor, recebidos em dinheiro, no caixa da empresa e sem emissão de notas fiscais, ficam em uma conta
em nome do sócio.

As situações I, II e III constituem-se, respectivamente:

(A) fraude, fraude e fraude.

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(B) erro, erro e fraude.

(C) erro, erro e erro.

(D) fraude, erro e fraude.

(E) erro, fraude e erro.

Resolução:

O que difere a fraude do erro é a intenção. A fraude é Ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações
e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em
termos físicos quanto monetários. O erro é Ato não-intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou
má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. Veja cada um dos itens:

Item I- Temos conduta intencional lesiva ao fisco. Fraude.

Item II- Não há intenção de fraudar, tanto é assim que os impostos foram pagos. Há apenas um erro perfeitamente
sanável sem prejuízo ao fisco ou a terceiros.

Item III- “Caixa 2”. Fraude.


Resposta: D

Embora o erro esteja presente em qualquer organização, e assim como a fraude pode resultar em distorções
relevantes nas demonstrações contábeis, a fraude ganha contornos mais agressivos e complexos, uma vez que
tende a envolver esquemas sofisticados para o encobrimento das ações.

O senso comum credita à auditoria o objetivo de identificar ou combater fraudes. Com regularidade
observamos notícias jornalísticas afirmando que foi determinada uma auditoria para identificar fraudes em uma
organização ou em um órgão. Entretanto, lembre-se, pois é bastante cobrado em provas que:

A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros na empresa é da


administração. (ATM/ESAF/Natal/2008)

Uma auditoria independente conduzida de acordo com as normas de auditoria não substitui a manutenção do controle interno
necessário para coibir fraudes e erros. Percebeu? A “melhor auditoria do mundo” não previne fraudes e erros. Essa
responsabilidade será sempre da entidade.

Tipos de Fraude
Apesar de a detecção de fraudes não ser o objetivo primário do auditor, não podemos descartar a
possibilidade de sua ocorrência e seu impacto na auditoria das demonstrações contábeis, já que estão presentes,
em maior ou menor grau, em praticamente a totalidade das organizações.

As espécies de fraudes se distribuem em três grandes grupos segundo a “árvore das fraudes”: (1) apropriação
indevida de ativos, (2) corrupção e (3) divulgação financeira fraudulenta.
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Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeito de auditoria, o auditor se preocupa com
a fraude que causa distorção relevante. Dois tipos de distorções intencionais são pertinentes para o auditor –
distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita de ativos. As normas de
auditoria não contemplam o grupo "corrupção".
Vamos guardar o seguinte: a Auditoria não está em busca da “corrupção”, embora seja um dos três tipos de
fraudes. Isso está expressamente nas normas de auditoria e já apareceu em assertiva de prova, veja:

”O CFC, quando trata da responsabilidade do auditor no contexto da auditoria de demonstrações, explicita


que o auditor se preocupa com a fraude que causa distorção relevante. Dois tipos de distorções intencionais
são pertinentes para o auditor: (1) distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e (2) da
apropriação indébita de ativos.”( FGV - SEFAZ-RJ 2011).

Fatores indutores de fraude

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Fatores indutores de fraudes – NBC TA 240


Mais uma vez vamos recorrer à doutrina para explicar parte da NBC TA 240, que trata da fraude em auditoria.
Essa norma indica que há três elementos que desencadeiam ou favorecem a fraude:

Incentivo + Oportunidade + Racionalização

O que a norma faz é reproduzir a teoria da Pirâmide da Fraude:

A NBC TA 240 enumera uma série de circunstâncias que se enquadram nas três categorias citadas.
Entretanto, é improdutivo você se preocupar em decorar esses elementos, já que as citações da norma têm caráter
exemplificativo e o examinador poderia criar outras situações não listadas na norma. É suficiente que você conheça
os três conceitos para facilmente deduzir sobre eles:

PRESSÃO/ MOTIVAÇÃO: é uma necessidade financeira que não se pode compartilhar. A NBC TA cita que
obrigações financeiras pessoais podem criar pressões sobre empregados ou administradores com acesso a
dinheiro.

Exemplificando:

Um funcionário deve dinheiro a um agiota ou um administrador tem um familiar com doença terminal
necessitando de um transplante muito caro. Essas circunstâncias criaram a “pressão” para nascer o ato
fraudulento. A “pressão” pode surgir ainda de situações menos nobres, como a necessidade de manter um
status financeiro que é incompatível com a realidade.

OPORTUNIDADE: é quando o fraudador percebe o “momento certo” para executar a fraude, pois detectou
uma falha nos controles e a chance de não ser pego.

Exemplificando:

• Grandes quantias de dinheiro em mão ou processadas.


• Itens de estoque com tamanho pequeno, com alto valor ou em alta procura.
• Ativos facilmente conversíveis, tais como títulos ao portador, diamantes ou chips de computador.
• Ativos fixos de tamanho pequeno, comercializáveis ou sem identificação clara de propriedade.
Entretanto, as maiores oportunidades para o fraudador cometer o ilícito decorrem da vulnerabilidade dos
controles internos.

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RACIONALIZAÇÃO/ ATITUDE: o fraudador procura convencer a si mesmo que há uma justificativa para a
fraude. A NBC TA 240 e a teoria da pirâmide da Fraude indicam que a racionalização está associada à situação de
desagrado com a entidade.

Exemplificando:

O funcionário fraudador raciocina do seguinte modo: “A empresa tem altos lucros e me paga tão
pouco, se eu pegar a quantia X no caixa não vai fazer falta”.

São justificativas “morais” para a fraude. Além dessas situações de desagrado e insatisfação de funcionários,
a NBC TA cita os seguintes exemplos:

✓ Falta de consideração em relação a necessidade de monitorar ou reduzir riscos relacionados com


apropriações indevidas de ativos;
✓ Falta de consideração em relação ao controle interno sobre apropriação indevida de ativos por burlar
os controles existentes ou por omissão em tomar medidas corretivas sobre deficiências no controle
interno;
✓ Conduta que indique desagrado ou insatisfação com a entidade ou o tratamento de seus
empregados;
✓ Mudanças na conduta ou estilo de vida que possam indicar que ativos foram indevidamente
apropriados;
✓ Tolerância de pequenos roubos.
Veja de forma esquematizada a confluência dos três fatores indutores de fraude:

Figura: Leone, Arthur. Auditoria para concursos. Ed. Ferreira. Pág. 95

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Observe que os ensinamentos trazidos pela norma de auditoria podem ser facilmente adaptados, mutatis
mutandis, para outros ramos da auditoria ou conhecimento. Vamos fazer as adaptações para lógica da auditoria
fiscal e tributária, executada por auditores fiscais.

Por exemplo:

Por que uma empresa deixaria de pagar os impostos?

Pressão/Motivação: necessidade de caixa

Oportunidade: o fisco é ineficiente, fiscaliza apenas 1 a cada 200.000 contribuintes.

Racionalização: “Sonegar é legítima defesa”.

Não podemos esquecer que a eficácia dos controles internos da entidade tem forte relação com a prevenção
de fraudes e erros. Um dos princípios de controle interno é a segregação de funções: aquele que tem acesso ao
ativo não deve ter acesso simultâneo aos registros contábeis. Caso contrário poderia se apropriar do ativo e efetuar
a baixa deste na contabilidade, tornando o desfalque permanente e sem distorção aparente ao confrontar-se ativo
físico x contabilidade.

Fraude e o auditor
Agora vamos verificar o contexto da fraude nas DC ( ou outros objetos) com alguns enfoques:

O que acontece quando o auditor interno ou externo descobre uma fraude?

No contexto da auditoria interna, o auditor está preocupado em assessorar a administração da entidade


no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira
reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

No contexto da auditoria externa o auditor está preocupado com a fraude e erro que causam distorção
relevante nas demonstrações contábeis. Detectando qualquer fraude, deve comunicar ao nível apropriado da
entidade.

Em ambos os casos, o auditor deve manter uma postura alerta, mantendo o ceticismo profissional em
relação às evidências , informações etc.

Importante:

O auditor independente, não tem obrigação de comunicar ao Fisco, eventual recolhimento a menor de
tributos, planejamentos tributários abusivos ( em tese) e outras situações descobertas na auditoria. Por quê? Em
razão do sigilo profissional. Isso não significa, contudo, que o auditor deve ser conivente. O auditor certamente
relatará o fato em seus relatórios.

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Importante dizer ainda que apesar do sigilo do auditor em relação a terceiros, relativamente às informações
obtidas da auditoria. Há casos, porém, que as suspeitas de fraudes ou atividades ilícitas devem ser comunicadas
ao CFC e ao COAF.

Vejamos uma questão que aborda o dever de comunicação


do auditor...

FCC-TRT 19-ANALISTA JUD-2014

O auditor verificou que houve ato intencional de omissão de informação por parte de funcionários da entidade
auditada. Essa situação obrigou-o a assessorar a administração, informando-a, por escrito e de maneira reservada,
uma vez que, nos termos da Resolução CFC 986/2003, trata-se de

(A) erro.

(B) inconsistência.

(C) desvio.

(D) adulteração.

(E) fraude.

Resolução:

A questão buscou fundamento em norma de auditoria interna, entretanto, trata-se de questão doutrinária e
teríamos a mesma resposta se o enfoque fosse a auditoria independente ou fiscal.

Erro é ato não intencional de alteração de documentos valores etc. enquanto a Fraude é ato intencional. No caso
de Fraude, tanto a auditoria interna quanto a externa tem o dever d comunicar à Administração no seu nível
apropriado. Fique atento que em auditoria temos dois gêneros relevantes (Fraude e erro). As demais
nomenclaturas citadas são espécies ( adulteração, inconsistência etc.), logo estão contidas nas definições de
fraude ou erro.
Resposta: E

Atenção:

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude e erro é dos responsáveis pela governança
da entidade e da sua administração.

O que isso significa?

Significa que uma empresa não contrata um auditor para descobrir fraudes no seu Balanço! Não é esse o
propósito de uma auditoria! Veja o que diz a norma de auditoria.

NBC TA 240, 4.
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da
entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral dos
responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua
ocorrência, e a dissuasão da fraude, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa

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da probabilidade de detecção e punição. Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade
e comportamento ético, que pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança. A
supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do potencial de burlar
controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de informações contábeis, tais
como tentativas da administração de gerenciar os resultados para que influenciem a percepção dos
analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade.

Considerando que não é missão do auditor identificar fraudes, qual seria o objetivo da auditoria?

O objetivo é opinar sobre as DC. E opinar sobre as DC, significa verificar se estas estão livres de distorção
relevante, independentemente se causadas por fraudes ou erros.

FGV – Auditor fiscal – Cuiabá-2016

De acordo com a NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da Auditoria de
Demonstrações Contábeis, assinale a opção que indica o(s) principal (ais) responsável(eis) pela detecção da fraude.

(A) O auditor independente.

(B) O sócio encarregado do trabalho de auditoria.

(C) Os funcionários da entidade.

(D) Os responsáveis pela governança da entidade e sua administração.

(E) O governo, representado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Resolução:

A responsabilidade primária pela detecção e prevenção de fraudes é da administração da entidade.


Resposta: D

Cespe – SEFAZ-DF/2020

A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude compete principalmente à área de gestão de riscos da
organização.

Resolução: A responsabilidade primária é da Administração da entidade. Não é de um setor, uma área etc.
Resposta: errado

Reflita com o conteúdo já disponibilizado sobre se, na sua opinião:

É mais difícil detectar a fraude ou o erro?

Seguramente, você respondeu que é a fraude. Você já percebeu que na Fraude há o dolo, a intenção em
causar a distorção e, naturalmente, como ato planejado, é possível criar disfarces para o ilícito. É justamente isso
que esclarece a norma de auditoria independente NBC TA 240:

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“O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o risco de
não ser detectada uma distorção relevante decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver
esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais como falsificação,
omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas representações ao auditor”
(NBC TA 240).

Uma auditoria costuma empregar o elemento “surpresa” em algumas de suas verificações. Diante da
suspeita de fraude, o efeito “surpresa” torna-se ainda mais relevante em algumas de suas verificações. Por
exemplo: ao contar o caixa ou os estoques sem prévio aviso, pode-se detectar certas distorções que poderiam ser
facilmente camufladas.

CESPE - SEFAZ-DF/2020

Texto associado

O auditor deve, antes de expressar uma opinião, ter obtido segurança razoável de que as demonstrações contábeis
como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente de terem sido causadas por fraude ou erro.

Resolução: As fraudes envolvem esquemas criminosos, conluios e outros artifícios que visam ao seu encobrimento.
O elemento “surpresa” ajuda na detecção de fraudes.

Certo

CESPE-ANAC-ESPECIALISTA-2012

Para identificação e avaliação de riscos de distorção relevantes decorrentes de fraude, é importante incorporar um
elemento de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos de auditoria a serem executados, visto que
empregados da entidade a ser investigada podem estar familiarizados com os procedimentos de auditoria e
conseguir esconder informações contábeis fraudulentas.

Resolução:

As fraudes envolvem esquemas criminosos, conluios e outros artifícios que visam ao seu encobrimento. O
elemento “surpresa” ajuda na detecção de fraudes.

Resposta: Certo

FGV-pref. Recife-auditor do tesouro municipal-2014

Sobre a produção e detecção de fraude, analise as afirmativas a seguir.

I. O auditor, que realiza auditoria de acordo com as normas, deve garantir que as demonstrações contábeis como
um todo não apresentem distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.

II. O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais baixo do que o risco de não
ser detectada uma fraude decorrente de erro.

III. A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da
entidade e por sua administração.
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Assinale:

(A) se somente a afirmativa II estiver correta.

(B) se somente as afirmativas III estiver correta.

(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resolução: Veja os erros dos itens I e II:

Item I- Falso. O auditor oferece uma garantia razoável. Logo, não há a certeza absoluta. devido às limitações
inerentes da auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis
podem não ser detectadas, apesar de a auditoria ser devidamente planejada e realizada de acordo com as normas
de auditoria.

Item II- Falso. A fraude pode envolver esquemas sofisticados, conluios e outros artifícios para seu encobrimento.

Resposta: B

Onde se localizam as fraudes nas demonstrações contábeis?

Intuitivamente você sabe que um Balanço fraudulento contém saldos e divulgações incorretos ( distorções).

Mas como podemos qualificar as distorções?

Didaticamente, as normas de auditoria qualificam as distorções em dois níveis: nível das afirmações e nível
das DC.

Nível das
demonstrações
contábeis

Nível das
afirmações

O que isso significa?

Significa que a distorção (seja fraude ou erro) poderá estar localizada em uma conta específica como
Estoques, por exemplo. Assim, poderíamos dizer que todo o restante das DC está correto, a contaminação por
fraude ocorreu apenas na afirmação Estoques, mas não prejudica o conjunto das DC. Por outro lado, se a fraude
ou o erro contamina muitas afirmações ou então a afirmação estoque é muito relevante em relação ao patrimônio
da entidade, a ponto de prejudicar o entendimento das DC, dizemos que a fraude está no nível das DC.

Vamos ver o exemplo numérico para entender...

Veja o seguinte balanço (ATIVO) de uma entidade que vende produtos eletrônicos:

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ATIVO

CAIXA 100.000,00

BANCOS 300.000,00

INVESTIMENTOS 450.000,00

ESTOQUES 100.000,00

IMOBILIZADO 200.000,00

Total 1.150.000,00

Suponha que o auditor identificou uma fraude nos estoques com apropriação indevida de um smartphone,
por um funcionário, no valor R$ 2000. Logo, o saldo de estoques deveria ser revisado para R$ 98.000.

Um analista do mercado financeiro que analisasse esse Balanço, provavelmente não iria mudar sua opinião
sobre a empresa caso o saldo de estoques fosse R$ 98 mil ou R$ 100 mil. Nem mesmo o auditor iria considerar isso
como algo relevante e certamente opinaria que as DC estão adequadas, mesmo com essa “pequena fraude”.

Por quê?

Porque é uma distorção que está confinada a um saldo específico, não chega a contaminar as DC analisadas
em conjunto. Está no nível das afirmações e tem valor imaterial.

Pensemos de outro modo agora... Imaginemos que um funcionário furtou todos os smartphones.

Nesse caso, o saldo da conta deveria ser zero (0,00) após o ajuste em razão do furto.

Ainda assim, temos uma distorção que está confinada apenas em uma conta, não é mesmo?

Sim...

Mas você consegue perceber que nesse caso prejudica as DC como um todo?

No caso de um furto total dos estoques, já importaria uma distorção de quase 10% do Ativo total da entidade,
o que já interfere significativamente no conjunto das DC. Muitos julgamentos serão afetados.

Fique atento ao seguinte: mesmo estando no nível das afirmações, isto é, mesmo estando a distorção
localizada numa conta isolada ou em algumas poucas contas, poderá ser um saldo material de tal forma que
interfira no julgamento dos usuários das DC de modo que podemos rotular tal distorção como no “nível das DC”.

Assim, para classificar uma fraude quanto ao seu nível (nível das afirmações ou nível das DC como um todo),
não é necessariamente relevante a “quantidade” de contas atingidas, mas o seu impacto relativo. Por exemplo:
se no balanço há 1000 contas com distorção de R$0,01 (um centavo), certamente não atinge as DC. Mas, se houver

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apenas uma conta com distorção de R$ 1 milhão, possivelmente atingirá. Do mesmo modo se há muitas distorções
pequenas que somadas alcancem R$ 1 milhão, poderíamos dizer que prejudica as DC como um todo.

Usamos um exemplo de valor R$ 1 milhão... E aí nos cabe outra reflexão muito importante...

A partir de qual valor uma distorção é considerada relevante?

Não existe regra! Não existe um valor predeterminado! É questão de julgamento profissional do auditor! O
nosso “R$ 1 milhão” utilizado no exemplo é um valor hipotético apenas.

R$ 10 mil é relevante para o Bar do Zé, mas não será para Petrobras, por exemplo.

O que dizer então de uma empresa como a Apple, cujo valor de mercado é US$ 1 trilhão? O que podemos
considerar como relevante para Apple? O mesmo R$ 1 milhão da Petrobrás é relevante no Balanço da Apple?

Veja que isso dependerá de uma ponderação do auditor, o que é possível fazer apenas à luz das
circunstâncias. Cada empresa é um caso diferente. Normalmente o auditor estabelece certas relações como um
percentual X das vendas, do Ativo, do PL etc. para balizar a definição de relevância.

Guarde: a definição da materialidade não é um cálculo mecânico simples

Passemos a tratar da participação da alta Administração em fraudes...

Na fraude exemplo que vimos, sua causa decorreu da ação do funcionário que subtraiu um item do estoque.
Isto é, a motivação foi a satisfação pessoal do funcionário. Mas, a fraude pode ter outros objetivos “mais graves”
como divulgar DC fraudulentas, o que exige participação da alta administração. A divulgação financeira
fraudulenta é também relacionada a outras denominações como: “contabilidade criativa”, “maquiagem de
balanços”, “embelezamento de balanços” e assemelhados. Numa auditoria independente, quando a fraude tem
origem na alta administração, pelo seu poder de manipular controles e a informação contábil, o auditor
independente deve verificar a sua capacidade de continuar os trabalhos.

Isso aconteceu recentemente com a Petrobras, no momento que sucedeu ao grande esquema de fraudes
conhecido como “Petrolão”, quando os auditores independentes fizeram certas exigências para continuar os
trabalhos de auditoria independente na entidade.

Guarde: quando a fraude envolve a alta administração ela se torna mais difícil de detectar por motivos óbvios: a alta
administração “manda” na empresa, faz “o que quiser”, apaga informações, simula operações e lançamentos contábeis, aloca
pessoas etc. Claro que isso pode ser minimizado com um bom processo de governança corporativa, um conselho fiscal ativo,
comitês de auditoria etc. Mas, em tese, a alta Administração tem mais condições para burlar as regras.

Vamos conhecer agora como o auditor independente lida com a fraude:

Caso o auditor tenha identificado fraude ou suspeita de fraude deve (obrigação) comunicar estes assuntos
tempestivamente à pessoa de nível apropriado da administração que têm a responsabilidade primária de prevenir
e detectar fraude de suas responsabilidades.

Vejamos alguns exemplos de fraude, segundo Crepaldi (2012):


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a) Manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo que modifique os registros


de ativos, passivos e resultados; b) Apropriação indébita de ativos; c) Supressão ou omissão de transações nos
registros contábeis; d) Registro de transações sem comprovação; e e) Aplicação de práticas contábeis indevidas

Normalmente, além do conceito de fraude e erro, as provas costumam colocar situações práticas para que o
candidato indique se é caso de fraude ou erro. Para responder essas questões devemos identificar a intenção do
agente. Quando há intenção em levar “vantagem” praticando algo ilícito ou burlando outras normas, teremos a
FRAUDE. Quando a distorção gerada resulta de ato não intencional ou negligência teremos o ERRO.

Atenção:

O auditor não tem responsabilidade primária pela prevenção de fraudes. Isso significa que uma auditoria não tem como
missão principal descobrir fraudes. Uma auditoria é contratada para identificar se há distorções relevantes nas demonstrações
contábeis, sejam elas decorrentes de ERRO ou de FRAUDE.

Auditorias para descoberta de fraudes são exames especiais, não se confundem com o trabalho de Auditoria
propriamente dito, que é chamado de asseguração razoável. O “razoável” utilizado na auditoria é um nível
excelente de segurança, mas não é absoluto (100%). O termo em português pode confundir, porque “razoável”
assemelha-se a algo que não é nem bom nem ruim, algo “meeiro”. As normas de auditoria traduziram literalmente
do inglês “reasonable assurance” ( asseguração razoável)

A fraude e a responsabilidade do auditor são assuntos recorrentes em provas. Com bastante frequência,
aparece em provas a indicação de que cabe ao auditor ou a auditoria identificar fraudes, contudo, trata-se de
inverdade uma vez que: NÃO É OBJETIVO PRIMÁRIO DA AUDITORIA IDENTIFICAR FRAUDES.

Mas, cuidado para não cair em pegadinhas...

Atenção:

A auditoria não tem como missão detectar fraudes, embora deva estar preparada para essa possibilidade.
As normas indicam, apenas, que não é objetivo primário do auditor detectar fraudes. As normas não pregam o
desprezo total às fraudes, cuidado!

Podemos concluir que há um objetivo “secundário”, mas muito importante para a auditoria como um todo,
do auditor em relação à detecção de fraude. Embora não seja a missão “principal” do auditor detectar fraudes, ele
deve estar atento a possibilidade de sua ocorrência por um motivo bem simples, reflita:

Qual a missão do auditor numa auditoria?

Verificar se as DC contêm distorções.

E o que causa distorção?

Fraudes e erros. Logo, a fraude, por via reflexa, é ponto de interesse do auditor. Logo, não pode descuidar-
se ao avaliar riscos de fraude no cliente, ao contrário, deve avaliar se o ambiente favorece a ocorrência de fraudes,
porque a fraude poderá se transformar numa distorção relevante. Quando há possibilidade de fraude o auditor

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deve responder a esse risco com procedimentos capazes de gerar evidências confiáveis, relevantes e suficientes
para suportar suas conclusões.

O auditor independente/interno não possui nenhum poder especial de investigação, tampouco cabe a ele
estabelecer juridicamente a fraude.

Exemplificando:

Se o auditor detectou uma distorção no caixa fruto de uma apropriação indevida no valor de R$ 10.000,00,
pouco importa se foi um furto ou um roubo praticado pelo funcionário. Para o auditor, será “simplesmente” uma
distorção que deverá estar refletida nas demonstrações contábeis. A capitulação jurídica, punições,
ressarcimentos etc. são questões outras não relacionadas à atividade do auditor. Lembre-se que a fraude pode ter
contornos jurídicos complexos, mas para o auditor, a sua importância está no fato de ter conexão com distorções
nas DC. Poderíamos pensar assim: para a Polícia ou Judiciário, é importante saber se o agente cometeu furto ou
roubo. Para o auditor, contudo, é importante saber “apenas” se causou distorção nas DC.

Embora não seja “missão” principal do auditor descobrir fraudes, ele poderá se deparar com uma.

E aí?

Nesse caso, deve comunicar ao nível apropriado da administração para as providências cabíveis. As normas
não afirmam quem é o “nível apropriado” da administração, mas normalmente está um nível hierárquico acima
daquele responsável pela fraude. Muita atenção porque essa comunicação é obrigatória e deve ser feita mesmo
que o assunto seja não relevante.

Fixe o seguinte, tratando-se de auditoria independente:

Detectou fraude?

O auditor comunica ao nível apropriado mesmo que o assunto não seja importante. Logo, comunica SEMPRE.

Deve, também, avaliar os efeitos em seu relatório, no planejamento da auditoria e nas respostas que
pretende obter aos riscos.

NBC TA 240 (2016), 35.


Se o auditor identifica uma distorção, ele deve avaliar se a distorção é indicadora de fraude. Caso exista tal
indicador, o auditor deve avaliar as implicações da distorção relativamente a outros aspectos da auditoria,
em especial a confiabilidade das representações da administração, reconhecendo que dificilmente um caso
de fraude será uma ocorrência isolada.

Fique atento para não cair em uma pegadinha envolvendo a palavra “deve” quando relacionada aos deveres
de comunicação por parte do auditor.

O relatório de auditoria é a principal comunicação do auditor, mas não consta em nosso edital. Entretanto
há pelo menos outros dois deveres de comunicação do auditor que, estes sim, podem aparecer na sua prova, pois
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tem relação com a auditoria dos itens patrimoniais e de resultado, além da fraude. Trata-se das comunicações
relativas ao controle interno e fraude:

1- Quando detecta deficiências significativas de controle interno (CI)

2- Quando descobre fraudes.

Agora a pegadinha com o uso do “deve”:

No caso das deficiências de CI, o auditor comunica se elas forem significativas.

No caso das fraudes, o auditor deve comunicar ao nível apropriado independente da sua relevância. Isto é,
comunica em qualquer caso!

Significativa Comunica
Deficiência de
controle interno
não significativa não comunica
Dever de
Comunicação
Relevante comunica

Fraude

não relevante comunica

NBC TA 240, A60.


Quando o auditor obteve evidências de que existe ou pode existir fraude, é importante que o assunto seja
levado à atenção de pessoa no nível apropriado da administração tão logo seja praticável. Isso é assim,
mesmo que o assunto possa ser considerado não importante (por exemplo, um desfalque mínimo cometido
por empregado em um nível inferior na organização da entidade). A determinação de qual nível da
administração é o apropriado é questão de julgamento profissional e é afetada por fatores como a
probabilidade de conluio e a natureza e magnitude da suspeita de fraude. Normalmente, o nível apropriado
da administração está pelo menos um nível acima das pessoas que parecem estar envolvidas na suspeita
de fraude.

Fraudes perpetradas pela alta administração


A administração da entidade tem meios de produzir fraudes “piores” pela sua capacidade de manipular os
controles internos e a informação contábil. A divulgação financeira fraudulenta, o “embelezamento dos balanços”,
a “contabilidade criativa” normalmente tem a participação da alta administração.

A administração pode burlar controles que estão funcionando através das seguintes “técnicas” conforme a
NBC TA 240 (R1), A4 (2016):

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• Registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a
manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos.
• Ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis.
• Omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações
que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas.
• Ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis.
• Contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial
ou o desempenho da entidade.
• Alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais.

FGV-pref. Angra dos Reis-auditor fiscal-2010

A NBC TA 240 explicita que muitas vezes as informações contábeis fraudulentas envolvem a burla pela
administração de controles que aparentemente estão funcionando com eficácia. A administração pode perpetrar
fraude burlando controles por meio de técnicas como as indicadas nas alternativas a seguir, À EXCEÇÃO DE UMA.
Assinale-a.

(A) registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a manipular
resultados operacionais ou alcançar outros objetivos

(B) ajustar devidamente as premissas e os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis

(C) omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações que
tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas

(D) ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis

(E) contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial ou o
desempenho da entidade

Resolução:

Conforme visto acima.


Resposta: B

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Características dos desfalques


Desfalque temporário: ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo, mas não altera os registros
contábeis. O confronto do registro contábil com o ativo em questão (p. ex.: saldo de caixa, estoques etc.) revela a
fraude.

Desfalque permanente: ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo e também altera os registros
contábeis. É mais difícil detectar porque numa conciliação entre o ativo e a contabilidade não seriam reveladas
distorções. A segregação de funções é importante para impedir tal situação.

A diferença entre os desfalques permanentes e temporários é que, no primeiro caso, o funcionário tem
acesso aos ativos e aos registros contábeis da entidade.

FGV-HEMOCENTRO-SP-AUDITOR-2013

O órgão central de controle interno de uma entidade constata que um funcionário desviou material de consumo
de expediente que estava em estoque e modificou os registros contábeis de forma a que o saldo dessa conta ficasse
conciliado com o apurado pelo inventário físico realizado. Esse tipo de desfalque, em que há a alteração do registro
da contabilidade, é denominado

(A) permanente.

(B) ordinário.

(C) temporário.

(D) circulante.

(E) extraordinário.

Resolução: Essa questão pode ser aplicada no contexto da auditoria independente, interna, governamental ou
tributária. A resposta seria a mesma em ambos os casos pois trata-se de assunto comum a ambos: a fraude. Como
vimos, o desfalque permanente a alteração do Ativo e também do registro, de forma que o registrado sempre
“bate” com o controle físico.

Resposta: A

CESPE – ABIN - 2010

A diferença entre os desfalques permanentes e temporários é que, no primeiro caso, o funcionário tem acesso aos
ativos e aos registros contábeis da entidade.

Resolução:

Vide exposição acima.

Resposta: Certo.

Em síntese:

Desfalque temporário – Há a apropriação indevida de um ativo, mas não há alteração dos registros
contábeis. O confronto do registro contábil com o controle físico revela a fraude.

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Desfalque permanente – Há a apropriação indevida de um ativo e há a concomitante alteração dos registros


contábeis. O controle físico “bate” com o controle contábil tonando mais difícil detectar.

Vamos conhecer alguns desses desfalques:

Vou apresentar dois tipos de desfalques não encobertos - lapping e kiting. Isso não significa que são as únicas
formas de fraude contábil, Por outro lado, já apareceram em questões de duas bancas diferentes (pelo menos FGV
e Cespe já cobraram). O Kitting e o Lapping são duas importantes fraudes do grupo disponibilidades, envolvendo
Caixa, Bancos e equivalentes de Caixa. Teremos oportunidade também de verificar outras fraudes diretamente
aplicadas nos Ativos, Passivos, PL, Receitas e Despesas. Agora, veja o lapping:

No Lapping, ocorre o desvio, por um funcionário, do pagamento efetuado por um cliente e, na sequência,
para compensar o primeiro desvio que está em aberto, este funcionário desvia um segundo pagamento para quitar
o débito em aberto do primeiro cliente, e assim sucessivamente. Teremos o desvio do pagamento 01; depois o
pagamento 02 é desviado para quitar o “furo” deixado pelo desvio 01; na sequência o pagamento 03 é desviado
para quitar o “furo” resultante do desvio 02 e por aí vai. Parece complicado na teoria! Veja o exemplo:

Exemplo:

João trabalha no caixa de uma empresa que vende máquinas por R$ 100,00.

1- O cliente A compra uma máquina e paga à vista R$ 100. João desvia o recurso e indica que o pagamento está em aberto.

2- O cliente B compra uma máquina e paga à vista R$ 100. João lança ese valor para baixar o débito do cliente A e deixa o
cliente B com o débito em aberto nos registros.

3- O cliente C compra uma máquina e paga à vista R$ 100. João lança esse pagamento como se fosse a quitação da dívida do
cliente B e deixa o cliente C com o débito em aberto.

4- Aparentemente está tudo normal, pois apenas o cliente mais recente estaria com um valor em aberto, mas na verdade
João está de posse dos R$ 100 substraídos desde o início.

De forma resumida, o lapping consiste em atribuir um pagamento de um cliente a outro.

CESPE-TJ-CE-analista judiciário-2014

Considere que o auditor tenha obtido evidências de cobranças posteriores que substituem os resultados de
cobranças de contas a receber do período. Nesse caso, o desvio é registrado em relatório como desfalque
encoberto do tipo LAPPING.

Resolução:

A descrição está consistente com o Lapping, porém este é do tipo “não encoberto”

Resposta: errado

Agora conheça o Kiting:

Kiting

O Kiting ou check kiting é uma tentativa de se beneficiar dos prazos de compensação de cheques e outros
fundos para se conseguir dispor de algum capital, mesmo sem possuí-lo. Nesta fraude, a empresa ou o funcionário
envolvido tem a oportunidade de conseguir um “empréstimo gratuito” por alguns dias.

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Veja o exemplo:

1- É emitido um cheque da conta da empresa no Banco do Brasil no valor R$ 1000, embora não haja saldo suficiente nesta
conta.

2 – Este cheque de R$ 1000 é depositado na conta da empresa na Caixa Econômica Federal.

3- Então, algum dinheiro é sacado na conta da Caixa Econômica supostamente por aquele que tem o poder para realizar tais
operações de emissão e registro e cheques.

4- Um cheque da Caixa Econômica de R$ 1000 é então emitido e depositado na conta do Banco do Brasil porque, com o lapso
de tempo para compensação de cheques, a conta no Banco do Brasil terá saldo suficiente para quitar o cheque inicial de R$
1000.

Em breve síntese, o kiting seria uma forma de se aproveitar dos prazos de compensação dos cheques para
encobrir eventuais faltas, movimentando cheques e uma conta para outra. Essa movimentação entre duas ou mais
contas cria a falsa percepção que a empresa tem mais recursos do realmente tem. Nesta prática, são emitidos
cheques com base em um dinheiro que supostamente ainda ingressará na conta. Em nosso exemplo, mesmo sem
dispor de dinheiro em conta, a empresa conseguiria fazer algum saque de recursos com base nos cheques
depositados. Para que a fraude de certo, o dinheiro precisa “chegar” na conta antes da compensação dos cheques.

Os bancos tem mecanismos para evitar essa prática, de modo que nem sempre é factível a sua execução.
Diria até que está em declínio ou possivelmente seja próximo a zero a sua prática Entretanto, é uma fraude
“clássica” que merecemos conhecer sua descrição.

O auditor deverá a valiar a lista de transferencias e cheques interbancos do cliente para detectar indícios da
sua execução.

FGV-TCM-SP-agente fiscalização-2015

O contador está envolvido em um esquema de desfalques no caixa da empresa em que trabalha. A empresa
mantém contas nos bancos X e Y. Com o objetivo de encobrir falta de dinheiro na conta do banco X, o contador
deposita em 31/12 a quantia que faltava nessa conta, por meio de cheque da conta do banco Y. Porém, o cheque
só foi registrado como desembolso na conta do banco Y em janeiro do ano seguinte. Na reconciliação bancária a
falta de dinheiro no caixa é temporariamente ocultada em decorrência do tempo de compensação do cheque. Nos
trabalhos de auditoria, esse tipo de desfalque é denominado:

(A) desfalque encoberto;

(B) desfalque sistêmico;

(C) encaixe;

(D) kiting;

(E) lapping.

Resolução:

Há dois tipos comuns de desfalques não encobertos no caixa: o Lapping e o Kiting. O enunciado descreve o Kiting.
Resposta: D

Agora vamos conhecer mais dois tipos de fraudes contábeis. Apesar dos “nomes” pitorescos consagrados
pela literatura contábil, não é fundamental que você os decore (os nomes), mas veja a mecânica do seu
funcionamento. Vou chamá-los pelo “nome” para diferenciá-los, mas repito, o nosso foco é a mecânica da fraude
nos balanços e não os “nomes” que são até engraçados e originados da literatura americana.

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Cookie jar reserves

Cookie jar significa “vidro (frasco) de biscoito”. A ideia é que seja uma espécie de “lanche rápido” e disponível
sempre que der fome, uma “reserva” sempre disponível. Em termos contábeis, apesar dessa singular
nomenclatura, consiste em criar reservas não divulgadas em um ano, para utilizar em outro que não seja bom em
termos de lucros. Assim, a empresa consegue suavizar anos ruins passando a impressão que mantém receitas
constantes. É uma forma de manipular os balanços para aparentar o atingimento de metas e iludir mercados,
analistas, acionistas etc. Vejamos um exemplo:

No ano X1, a empresa obteve ótimos resultados, com lucros de R$ 10 M. Sabendo que o ano X2 não será tão
bom, a empresa resolve criar o seu “vidro de biscoito” do seguinte modo: constitui um passivo para fazer uma
suposta reestruturação no valor de R$ 4 M com contrapartida em despesas. Assim, reduz o lucro de X1 para R$ 6
M, o que ainda é um bom resultado.

Em X2, consolidando-se os resultados ruins, a empresa resolve baixar o passivo, “desistindo” da


reestruturação que “pretendia” fazer. Assim, faz os lançamentos contábeis inversos, baixando o passivo contra
receitas e, como consequência, aumenta seu lucro de X2, passando a ideia falsa para o mercado de que manteve
receitas constantes ao longo do ano, quando, na realidade, utilizou-se de uma reserva do “vidro de biscoito” criada
artificialmente para esse fim, uma vez que não era sua intenção fazer reestruturação alguma.
Round tripping ou Lady Susans

Round tripping também tem tradução singular, significa viagem de “ida e volta”, de modo que se retorne à
situação inicial. Essa fraude envolve mais de uma empresa que fazem compras e outras aplicações de recursos
recíprocas em valores idênticos ou similares com o objetivo de “movimentar” suas contas de receitas. Vejamos
um exemplo:

A empresa X compra R$ 1 M em produtos da empresa Y. Por sua vez, a empresa Y também compra R$ 1 M
em produtos da empresa X. Ou, então, X vende um bem sem uso para Y por R$ 1 M e compromete-se a comprá-
lo de volta após um prazo combinado também por R$ 1 M ou valor próximo.

Veja que as transações não têm propósito negocial autêntico, a intenção das empresas é mostrar para o
mercado que obtiveram receitas de R$ 1 milhão. Veja que, quando as operações forem liquidadas, ambas as
empresas ficarão no “0 x 0”, assim como na situação inicial, já que nenhum benefício econômico flui para as
empresas em razão dessas “vendas recíprocas”. Apesar de resultar lucro de R$0,00, passarão para o mercado a
ideia de que são empresas ativas com expectativa de receitas.

Folha de pagamento

A folha de pagamento é comumente citada como fonte de fraude, especialmente nas grandes empresas. Em
empresas pequenas, se aparecer um “funcionário fantasma” na folha de pagamento, rapidamente será percebido.
Mas, imagine uma empresa com 60.000 funcionários como a Petrobrás. Algum funcionário com gestão sobre a
folha poderia inserir um funcionário fictício na folha e desviar o recurso em proveito próprio. A inserção de
funcionários inexistentes é fraude relativamente corriqueira em órgãos públicos de menor transparência como
Assembleias ou câmaras legislativas de estados/cidades menores etc.

E os erros/fraudes na escrita fiscal?

Não há muitas diferenças entre a busca de erro/fraude na contabilidade e na escrita fiscal. A “raiz” do
problema e as técnicas são as mesmas. As manipulações “mudarão de lugar”, saindo do razão para um livro fiscal
qualquer e, em alguns casos, contabilidade e escrita fiscal ficarão “bem amarrados”: a empresa poderia tentar
“amarrar” a contabilidade com a escrita fiscal simulando lançamentos, evitando ou manipulando uma conta de

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passivo tipo “ISS a pagar” ou “receitas”. Ao omitir receitas, não emitindo notas fiscais, deverá “ter o cuidado” de
não permitir que a contabilidade revele o fato, dando especial atenção as contas caixa, receitas etc. Enfim, não
podemos analisar isoladamente as fraudes na escrita fiscal, pois vamos utilizar as mesmas técnicas para identificar
distorções na escrita contábil.

Cespe – SEFAZ-DF/2020

A realização de lançamentos contábeis em contas não relacionadas, não usuais ou raramente utilizadas, com
números quebrados e informações de centavos, caracteriza lançamentos fraudulentos.

Resolução: contas não usuais, lançamentos complexos, números quebrados podem ser utilizados para camuflar a
fraude, mas não necessariamente.
Resposta: Errado

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Outras consequências das fraudes e erros


As fraudes ou erros podem exteriorizar suas consequências na contabilidade de diversos modos. Veja os
principais:

Ativo Passivo Ativo Passivo Estouro


Fictício Fictício Oculto oculto de caixa

Ativo oculto – saldos de ativos que existem de fato, mas não constam nas demonstrações contábeis. Ex.:
numerário ou bens recebidos de forma ilícita, propinas, bens não contabilizados por negligência ou falhas etc.

Passivo fictício – Trata-se de um passivo que consta na contabilidade, mas não existe de fato, uma vez que
já fora quitado ou fora forjado. Geralmente a presença de passivo fictício está associada ao “caixa 2” ou o que se
chama de “estouro” da conta caixa.

Exemplificando:

A empresa omite as vendas, consequentemente não registra os recebimentos na contabilidade,


mantendo o numerário a margem de qualquer registro oficial (caixa 2). Ao chegar o momento de quitar os
passivos, a entidade não pode fazê-lo “oficialmente”, pois o seu caixa (oficial) não suportaria um lançamento
a crédito. Como os recursos recebidos não transitam pelo caixa oficial, não há saldo suficiente contabilizado
no caixa, e o lançamento contábil resultaria no “estouro” da conta caixa. Assim, a empresa quita o passivo
com os recursos sonegados da contabilidade (caixa 2) e não faz a baixa para evitar o estouro do caixa na
contabilidade. Em “miúdos”, significa que não há como se fazer o lançamento contábil : Debitar o Passivo e
Creditar o Caixa.

Passivo oculto – São passivos que existem de fato, mas não constam na contabilidade. Conforme Pereira et
al (2001) é “Uma exigibilidade cuja informação acerca de sua existência permanece encoberta ao usuário externo
dos demonstrativos contábeis e em alguns casos até dos próprios dirigentes. A sua existência está sempre ligada
a uma contingência passiva que não foi reconhecida como tal (...).”

Jund (2007) exemplifica que decorre de “omissão de operações de aquisição de ativos a prazo (mercadorias,
móveis e utensílios dentre outros) ou da existência de operações de empréstimos bancários não registrados
oficialmente na contabilidade”.

Estouro de caixa: Também conhecido como saldo credor de caixa. O caixa é uma conta devedora e apenas
comporta lançamentos a crédito até que seu saldo atinja zero.

Exemplificando:

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A entidade auferiu receitas R$ 1000, mas para sonegar tributos resolveu contabilizar apenas R$ 500. O
auditor detectou que a empresa, no período, quitou um passivo de R$ 800. Ao reconstituir o caixa, o auditor
identifica o estouro de caixa, que não se sustenta contabilmente ou matematicamente, pois não existe
“caixa negativo”.

Saldo em caixa..............500

Pagamento efetuado.....800

Saldo de caixa...............(300)

Fica patente que a empresa mantém recursos não contabilizados.

Ao entrarmos no tema auditoria de Ativos, Passivos, PL e resultados, teremos oportunidade de verificar na


prática algumas dessas fraudes ( ou erros).

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Questões comentadas
1. CESPE – Auditor – AGE-ES/2004

Segundo as normas de auditoria independente, fraude é o ato intencional de omissão, manipulação de


transações ou má interpretação de fatos, enquanto erro é o ato não-intencional resultante de omissão, desatenção
ou adulteração de documentos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.

Resolução:

Não precisamos, necessariamente, das normas de auditoria independente para responder. Pode ser
qualquer referencial teórico de auditoria. Vou utilizar a NBCTI para responder:

NBC TI 01

12.1.3.2 – O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de


transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e
demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.3.3 – O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção,


desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos
quanto monetários.
Resposta errado

2. CESPE -POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Perito Criminal/2016

A respeito da detecção de fraudes em auditorias, assinale a opção correta.


A) Em regra, o auditor não deve aceitar como legítimos os registros e documentos da entidade auditada.
B) Toda distorção detectada pelo auditor nas demonstrações contábeis é considerada fraude.
C) A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é primordialmente do auditor.
D) Devido às limitações inerentes à auditoria, é inevitável o risco de que distorções relevantes não sejam
detectadas.
E) A inserção intencional de distorções nas demonstrações contábeis para a obtenção de vantagem injusta
ou ilegal constitui fator de risco de fraude.
Resolução:
Letra A – Errada. Não se pode negar fé a priori, mas deve se manter alerta com a postura de ceticismo
profissional.
Letra B - Errada. Pode ser erro.
Letra C - Errada. A responsabilidade primária é da Administração.
Letra D – Certa. A auditoria oferece garantia razoável, não absoluta
Letra E - Errada. Constitui a fraude propriamente dita, não um fator de risco.
Resposta: D

3. CESPE - Téc. -BACEN/2013

Julgue o item subsecutivo, acerca de prevenção de fraudes e delitos internos.

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Mudanças de comportamento ou de estilo de vida de empregados e fragilidade de controles internos são


alguns indicadores da necessidade de averiguação de possíveis

fraudes.

Resolução:

Três elementos estimulam a consecução de uma fraude: a pressão para executá-la em razão de um problema
que não se pode compartilhar como: um problema de saúde, dívidas, ganância para manter status financeiro etc.;
a racionalização, quando o fraudador justifica moralmente a si mesmo o ato, por exemplo: “essa empresa tem
altos lucros e me paga tão pouco”; e a oportunidade, que é quando o fraudador verifica uma fraqueza no controle
e acredita que não será pego.

Esses três elementos formam o que se denomina triângulo da fraude. Identificamos sua presença no
enunciado da questão, indicando que uma fraude poderia ter ocorrido em razão dos 2 fatores mencionados.
Resposta: Certo

4. CESPE - Analista - BACEN/2013

Ao suspeitar da ocorrência de fraude na entidade sob seu controle, o auditor interno deve levar o fato ao
conhecimento da administração da entidade, realizando essa comunicação em conversa reservada.

Resolução:

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e


erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou
confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

Resposta errado

5. CESPE – Analista – INMETRO/2009

A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é do auditor contratado pela


entidade, que deve comunicá-los imediatamente à administração.

Resolução:

A responsabilidade primária pela prevenção de fraudes é da administração da entidade.


NBC TA 240, 4

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela


governança da entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral
dos responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de
sua ocorrência, e a dissuasão da fraude, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa
da probabilidade de detecção e punição. (...).

Resposta errado

6. CESPE – Auditor – Unipampa/2009

A identificação de erros e fraudes é responsabilidade exclusiva da entidade de auditoria.

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Resolução: a responsabilidade primária é da administração da entidade, porém o auditor deve identificar


distorções relevantes independentemente de serem causadas por fraude ou erro.
Resposta errado

7. CESPE – Auditor – Unipampa/2009

O auditor pode retirar-se do trabalho quando a entidade não tomar as medidas corretivas que ele considera
necessárias às circunstâncias relacionadas com fraude já identificada.
Resolução:

Poderá ocorrer, em algumas circunstâncias, situações que possam colocar em dúvida a capacidade do
auditor em continuar o trabalho, em razão da possibilidade de não ter como responder a possibilidade de fraude.
Por exemplo:
• A entidade não toma a ação apropriada com referência a uma fraude, considerada pelo auditor como
necessária nas circunstâncias, mesmo no caso em que a fraude não é relevante para as demonstrações contábeis.
• A consideração do auditor dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude e dos resultados da
auditoria indica risco significativo de fraude relevante e generalizada.
• O auditor tem preocupação significativa quanto a competência ou integridade da administração ou dos
responsáveis pela governança.
Resposta: certo

8. CESPE – DPU – contador/2016

Se, por erro, a entidade auditada considerar um valor menor para determinada receita, isso não deve ser
considerado como uma distorção pelo auditor, pois, nesse caso, aplica-se o princípio da prudência.

Resolução:

Qualquer diferença de valor ou classificação é uma distorção, independentemente de ser causada por fraude
ou erro. Não há qualquer relação com o princípio da prudência.
Resposta errado

9. CESPE – TJ-CE – analista/2014

Com relação a fraudes e erros no âmbito da auditoria, assinale a opção correta.

A) O auditor não é responsável pela prevenção de fraudes ou erros, contudo, poderá ser responsabilizado se
executar programa de trabalho deficiente ou inconsistente.

B) O auditor deve sempre comunicar formalmente à administração da entidade auditada descobertas


factuais envolvendo fraude, contudo, essa exigência deixa de ser impositiva nas situações em que o efeito
potencial nas demonstrações contábeis for considerado irrelevante.

C) Nos testes de observância, o erro tolerável é o desvio máximo em uma classe de transação que o auditor
está disposto a aceitar, já avaliada a inviabilidade de aplicação na íntegra do procedimento de controle
estabelecido.

D) O auditor pode extrapolar os resultados dos erros da amostra para a população da qual foi selecionada,
contudo, quando o fizer, deve sempre considerar os aspectos quantitativos dos erros encontrados.

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E) Se o auditor concluir que a fraude tem efeito relevante sobre as demonstrações contábeis e que isso não
tenha sido apropriadamente refletido ou corrigido, ele deverá emitir seu parecer com ressalva ou com opinião
adversa.

Resolução:

Letra A – A responsabilidade do auditor depende do resultado do trabalho. Se o trabalho for deficiente, ainda
assim, o auditor poderá contar com a “sorte” e opinar adequadamente sobre as demonstrações contábeis.

Letra B – No caso de fraude, sempre deve ser comunicado.

Letra C – Há uma mistura de conceitos de amostragem com conceitos de testes de auditoria sem sentido
aparente.

Letra D – Deve considerar aspectos quantitativos e qualitativos.

Letra E – Certo.
Resposta E

10. CESPE – Contador –FUNCAP-PA/2004

O auditor pode ser responsabilizado pela não-descoberta de fraude significativa em consequência da


negligência na execução das normas de auditoria, ou em consequência de não tê-las aplicado convenientemente.

Resolução: É imperioso destacar que não é responsabilidade primária do auditor detectar ou prevenir
fraudes. Essa responsabilidade é da administração da entidade, mas não deve ser descuidada pelo auditor, a
possibilidade de sua ocorrência. O auditor assume responsabilidade técnica, inclusive de ordem civil e
eventualmente penal, ao conduzir uma auditoria, devendo observar as normas de auditoria sob pena de tornar o
trabalho indefensável. Embora não tenha obrigação primária de detectar ou prevenir fraudes, deve detectar
distorções relevantes independentemente de serem decorrentes de fraudes ou erros. O descumprimento das
normas de auditoria torna o trabalho indefensável tecnicamente e juridicamente.
Resposta certo

11.CESPE – CORREIOS – Analista contador/2011


No contexto da auditoria de demonstrações contábeis, fraude é ato doloso para obtenção de vantagem
ilegal ou injusta.

Resolução: O que caracteriza a fraude é a intenção em manipular as informações com o objetivo de obter
vantagem ilícita/injusta.

NBC TI 01

12.1.3.2 – O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de


transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e
demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.3.3 – O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção,


desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos
quanto monetários.

Resposta certo

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12. CESPE - FUNPRESP-JUD – ACI/2016

Julgue os próximos itens, que versam sobre fraude e erro.


O dever profissional de manter a confidencialidade das informações prestadas pelos clientes isenta o auditor
independente da responsabilidade de comunicar às autoridades de supervisão a ocorrência de fraude na empresa
auditada.
Resolução:
A regra é manter o sigilo, mas há de se observar a existência de lei em sentido contrário.
NBC TA 240, 43.
Caso o auditor tenha identificado ou suspeite de fraude, deve determinar se há responsabilidade
de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora da entidade. Embora o dever profissional do
auditor de manter a confidencialidade da informação do cliente possa impedir que tais informações
sejam dadas, as responsabilidades legais do auditor podem sobrepor-se ao dever de
confidencialidade em algumas situações (ver itens A65 a A67).
Os auditores e demais contadores devem, por exemplo, comunicar ao COAF atividades suspeitas
relacionadas a eventual lavagem de dinheiro, terrorismo etc.
O CFC pode solicitar os papeis de trabalho de forma fundamentada e escrita para fins de fiscalização
profissional.
Resposta: Errado

13.CESPE – Contador – Docas-PA/2006


O desvio de entradas de caixa para uso próprio do empregado pode ser temporário ou permanente. Essa
prática é favorecida quando uma mesma pessoa recebe valores de clientes e controla o Razão de contas a receber.
Tal circunstância evidencia a inobservância do princípio da segregação de funções.

Resolução:

Quando um mesmo funcionário faz a guarda do Ativo e também é responsável pelo registro, existe a
possibilidade fraudar e encobrir, pois não há segregação de funções. Nessas condições, surge o desfalque do tipo
permanente.

Desfalque temporário – ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo, mas não altera os registros
contábeis. O confronto do registro contábil com o ativo em questão (p. ex.: saldo de caixa, estoques etc.) revela a
fraude.
Desfalque permanente – ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo e também altera os registros
contábeis. É mais difícil detectar porque numa conciliação entre o ativo e a contabilidade não seriam reveladas
distorções. A segregação de funções é importante para impedir tal situação.

Resposta: certo

14. CESPE – Contador – IPAJM/2007

Considere que o empregado responsável pelos estoques da empresa X desvie materiais de consumo e
promova seu ajuste contábil mediante a utilização das contas despesas de manutenção e estoque. Nesse caso,
considerando o princípio da segregação de funções, é correto afirmar que ocorreu um desfalque temporário com
acesso ao ativo e ao registro contábil, realizando-se ajustes em conta de resultado

Resolução:

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Temos um desfalque permanente.

Desfalque temporário – ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo, mas não altera os registros
contábeis. O confronto do registro contábil com o ativo em questão (p. ex.: saldo de caixa, estoques etc.) revela a
fraude.
Desfalque permanente – ocorre quando um funcionário se apropria de um ativo e também altera os registros
contábeis. É mais difícil detectar porque numa conciliação entre o ativo e a contabilidade não seriam reveladas
distorções. A segregação de funções é importante para impedir tal situação.

Resposta: errado

15.CESPE – ACE – TCU/2007


Em um ambiente de processamento eletrônico de dados, o auditor deve proceder a avaliação dos riscos
inerentes de controle nas demonstrações contábeis, dado que erros nessas demonstrações poderão ensejar
aumento de fraudes, comprometendo a estrutura da empresa. Portanto, é competência do auditor cuidar para
que isso não ocorra.

Resolução:

A responsabilidade primária na prevenção de fraudes e erros é da Administração da entidade.

Resposta: errado

16. CESPE - SEFAZ-RS- 2018

Julgue os itens a seguir, acerca de fraudes e erros nas organizações.

I Todos os empregados devem ser igualmente supervisionados, mas deve-se dedicar especial atenção
àqueles que possuem pouco conhecimento, pouca aptidão para o cargo ocupado e que não aceitam assumir
responsabilidades extras.

II Processos e controles automáticos descartam o erro não intencional e, por isso, evitam a fraude.

III A escolha ou mudança nas políticas contábeis da entidade, em especial aquelas subjetivas e em transações
complexas, pode indicar fraude nas informações financeiras.

IV A incorporação de elementos de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos de auditoria ajuda a


reduzir fraudes.

Estão certos apenas os itens

A. I e II.

B. I e IV.

C. III e IV.

D. I, II e III.

E. II, III e IV.

Resolução:

Item I – Errado. Não faz sentido aplicar controle igual em situações que são diferentes. Isso não contribui
com a gestão do risco

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Item II – Errado. Um processo automático também falha, além de poder ser manipulado. Um fraudador
poderia “invadir” um sistema eletrônico, alterar seu código etc.

Item III – Certo. Transações complexas com alta carga de subjetividade na sua valoração podem ser
indicação de fraude na divulgação contábil.

Item IV – Certo. O elemento surpresa é fundamental para detecção de certas fraudes. Por exemplo: se o
auditor avisar que realizará a auditoria no Caixa nada data X, o responsável pelo caixa pode se preparar para repor
as quantias desviadas enquanto o auditor executa o teste.
Resposta: C

17.VUNESP – ISS GRU – 2019


São exemplos de erro e fraude, respectivamente:

(A) erros aritméticos e alteração de registros.

(B) erros aritméticos e interpretação errada das variações patrimoniais.

(C) aplicação incorreta das normas contábeis e interpretação errada das variações patrimoniais.

(D) omissão intencional nas demonstrações contábeis e alteração de registros.

(E) alteração de registros e interpretação errada das variações patrimoniais.

Resolução: erro é não intencional; fraude é intencional. Errar um cálculo aritmético supõe-se ser uma falha,
uma imperícia etc. Alterar um registro é algo deliberado.
Resposta: A

18. VUNESP – Prefeitura de São José do Rio Preto – 2014

Testes de controle são procedimentos de auditoria que têm por objetivo avaliar a existência de erros ou fraudes
nos registros contábeis da entidade.
Resolução: o objetivo é testar os controles. Não há testes especificadamente desenvolvidos para descobrir
fraudes, pois o que se busca é a distorção (fraude ou erro).
Resposta: Errado

19. FCC – SEFAZ-SC – 2018

Considerando os procedimentos de auditoria contábil a serem aplicados por um Auditor Fiscal de ISS ICMS,
podem-se mencionar alguns exemplos de testes e situações de fraudes fiscais encontradas em que se evidenciam
a Superavaliação ou Subavaliação de contas do Ativo Disponível do Balanço Patrimonial. Evidencia super ou
subavaliação a detecção de créditos nas contas do Ativo Disponível que diminuem também as Contas de Passivo
(por exemplo: Créditos em Bancos/Caixa contra Empréstimos – no caso de pagamento/quitação de empréstimos
devidamente comprovados documentalmente).

Resolução:

Temos um lançamento natural. Quitar um passivo a vista. Não há indicio de qualquer irregularidade na
assertiva. Não há nem super/subavaliação alguma. A própria questão afirma que estão “devidamente
comprovados documentalmente”.

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Resposta: Errado

20. FCC-TJ-PI-Analista Jud-2009

Sobre fraude e erro, é correto afirmar:


(A) A fraude é um ato não intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de
documentos, registros e demonstrações contábeis.

(B) Somente a auditoria independente tem condições de detectar erros e fraudes, já que o auditor interno
não pode questionar a conduta de funcionários da companhia.

(C) Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de
comunicá-los à administração da entidade e sugerir medidas corretivas.

(D) O número de erros ou fraudes na companhia auditada guarda correlação positiva com a quantidade e
qualidade dos controles internos.

(E) O erro é um ato intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na


elaboração de registros e demonstrações contábeis.

Resolução: A base para a questão são as definições contidas na NBC TI 01.

12.1.3.1
A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e
erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou
confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.
12.1.3.2
O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações,
adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em
termos físicos quanto monetários.
12.1.3.3
O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má
interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

Letra A- Falso. Conforme item 12.1.3.2.

Letra B- Falso. Ambas têm condições de detectar erros e fraudes, embora este não seja o principal objetivo
da auditoria externa. A auditoria externa está em busca de distorções relevantes, independentemente de serem
causadas por fraudes ou erros. O auditor externo não é um investigador de fraudes, embora as fraudes possam
interessar ao auditor na medida em que gerem distorções nas demonstrações contábeis.

Em relação à auditoria interna, o item 12.1.3.1 nos esclarece.

Quanto a indagar funcionários, não há restrição à auditoria interna. A propósito, lembremos que a Indagação
é um procedimento de auditoria, a ser utilizado por auditores internos e externos.

Letra C- Verdadeiro. Caso o auditor tenha identificado uma fraude ou obtido informações que indiquem a
possibilidade de fraude, o auditor deve comunicar estes assuntos tempestivamente a pessoa de nível apropriado

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da administração que têm a responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no
âmbito de suas responsabilidades.

NBC TA 240, A60.


Quando o auditor obteve evidências de que existe ou pode existir fraude, é importante que o assunto seja
levado à atenção de pessoa no nível apropriado da administração tão logo seja praticável. Isso é assim,
mesmo que o assunto possa ser considerado não importante (por exemplo, um desfalque mínimo cometido
por empregado em um nível inferior na organização da entidade). A determinação de qual nível da
administração é o apropriado é questão de julgamento profissional e é afetada por fatores como a
probabilidade de conluio e a natureza e magnitude da suspeita de fraude. Normalmente, o nível apropriado
da administração está pelo menos um nível acima das pessoas que parecem estar envolvidas na suspeita
de fraude.

Letra D- Falso. Quanto mais eficazes são os controles, a tendência é que menos erros e fraudes ocorram.

Letra E- Falso. Conforme 12.1.3.3.


Resposta: B

21. FCC-TJ-PI-Analista Jud-2009

Um auditor constatou, no decurso de seus trabalhos, que várias obrigações com terceiros da companhia
auditada já tinham sido quitadas, mas seu valor ainda constava do balanço patrimonial da entidade. Esse tipo de
erro ou fraude é denominado

(A) Passivo a descoberto.

(B) Ativo Oculto.

(C) Passivo Real.

(D) Ativo Nominal.

(E) Passivo fictício

Resolução: O passivo mantido escriturado já foi quitado, entretanto, como fora pago com recursos não
escriturados, mantidos à margem da contabilidade (caixa 2), não há como fazer o registro deste pagamento ( C-
Caixa e D- Passivo), uma vez que o caixa “oficial” não tem saldo suficiente para quitar o passivo, o que poderia
ocasionar o estouro da conta caixa ( saldo credor).
Resposta: E

22. FCC- TRE MS Analista Jud.-contabilidade-2007

Fundamentado no conceito de fraude e de erro estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade:

I. O setor financeiro da empresa contratou empréstimo com carência de um ano, com juros de 4% a.a. e a
analista do setor, cadastrou no sistema de reconhecimento dos encargos financeiros 4% ao mês, fazendo com que
o sistema reconhece-se contabilmente, juros durante os doze meses na contabilidade da empresa, reduzindo o
seu resultado.

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II. O Diretor de Recursos Humanos da Empresa, tendo que contabilizar a saída de valores para o pagamento
de funcionário, não registrado na empresa, efetuou um adiantamento de viagem em seu nome para obter os
recursos do pagamento. Posteriormente baixou o adiantamento com notas de combustível e de táxi, visto que o
seu cargo tem o benefício de reembolso destas despesas.

III. O almoxarifado recebeu ordens do departamento de faturamento/vendas, para agilizar a entrega de


mercadorias ao consumidor em situações que o cliente não deseje levar a nota fiscal, recomendando que aquela
unidade administrativa, guarde o documento e utilize-o para outra venda posterior, economizando assim tempo
e gastos com impressos.

Estas afirmações referem-se, respectivamente, a

(A) fraude, erro, fraude.

(B) erro, fraude, fraude.

(C) erro, erro, erro.

(D) erro.erro,fraude.

(E) fraude, fraude, erro.

Resolução:

O que difere a fraude do erro é a intenção.

Item I- Um erro de digitação não intencional.

Item II- Utilizou comprovantes que não representam a real operação, abusou da confiança do cargo,
envolveu um terceiro de boa-fé. Evidente que se trata de fraude.

Item III- Utilizar uma nota fiscal para acobertar uma nova transação para qual não foi emitida nota. Fraude.

Resposta: B

23.FCC – DPE-SP – Contador/2010 - adaptada


O auditor externo que estava realizando o processo de auditoria na empresa Erfra S.A., constatou um desvio
no processo de pagamento de funcionários. Funcionários demitidos continuavam na folha de pagamentos com
contas bancárias de outras pessoas, para as quais eram efetuados os créditos. Neste caso, deve o auditor

(A) relatar em seus papéis de trabalho, informando a administração no encerramento do processo de


auditoria e dependendo da relevância do desvio emitir parecer com ressalva ou adverso.

(B) suspender os trabalhos por tratar-se de ponto de auditoria que limita a conclusão dos trabalhos,
impedindo que o auditor externo possa emitir parecer ou opinião.

(C) comunicar estes assuntos tempestivamente a pessoa de nível apropriado da administração que têm a
responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas
responsabilidades.

(D) informar os responsáveis pela área para avaliação e verificação do processo, de forma a identificar os
responsáveis pelo desvio, que deverão constar dos papéis de trabalho, sendo providenciado os procedimentos
legais.

(E) encerrar os trabalhos, emitindo parecer com abstenção de opinião fundamentada no desvio, incluindo
parágrafo no parecer identificando os desvios e o montante estimado.

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Resolução:

Estamos diante de uma fraude. Ao constatar fraude, o auditor comunica ao nível apropriado da
administração. Normalmente, o nível apropriado é aquele acima do responsável pela fraude.

Letras A, B E – Erradas. A descoberta de fraudes, não significa que o auditor deve, necessariamente
renunciar aos trabalhos. Uma justificativa plausível para renúncia dos trabalhos seria fraude envolvendo a
administração, agindo no sentido de ludibriar o auditor, negando-se a fornecer representações formais, negando
acessos etc.

Letra C – certo.

Letra D – Errado. Não é função adotar ou acompanhar os procedimentos legais, como apurações cíveis e
penais decorrentes do ilícito.

Resposta: C

24. FCC-TRE-CE-Analista Jud.-contabilidade-2012

Um auditor externo ao proceder a auditoria da empresa Grãos e Cia, constata no ano de 2010, na fase pré-
operacional da unidade construída em Palmas, o custo de R$ 18.000.000,00 relativos à terraplanagem do terreno da
fábrica. Foram feitos os testes, que evidenciaram que o contrato de serviços de terraplanagem foi realizado com
empresa devidamente constituída juridicamente e em atividade normal. O pagamento do serviço contratado foi
efetuado à empresa de terraplanagem e comprovado por pagamento eletrônico constante do extrato bancário. O
auditor em procedimento complementar e diante da expressividade dos valores foi até a unidade verificar os serviços.
Ao indagar alguns funcionários foi informado que o serviço de terraplanagem havia sido feito pela prefeitura da cidade,
a qual também doou o terreno a empresa Grãos e Cia. Os funcionários também informaram que nunca esteve na
empresa Grãos e Cia qualquer funcionário da empresa de terraplanagem contratada.

A situação evidencia uma operação de

(A) erro contábil e financeiro.

(B) fraude contábil e financeira.

(C) ato incondicional com distorções contábeis e financeiras.

(D) ato condicional, sem efeitos contábeis e financeiros.

(E) falha de governança, sem impacto na auditoria.

Resolução: Uma operação meticulosamente calculada, com simulação de pagamentos e de operações.


Evidente que se trata de uma fraude, tendo em vista a intenção em criar realidades artificiais. A fraude ocorreu
tanto na contabilidade com simulação de benfeitorias no Ativo (terraplanagem) como na conta bancária com
saque de recursos.
Resposta: B

25.FCC-AFTE-PE/2014
Um cliente pagou uma duplicata da Companhia Distribuidora de Novelas de Pernambuco, no total de R$
88.500,00, sendo que R$ 3.500,00 referiam-se a juros e multas por atraso. A auditoria interna constatou que, por
desconhecimento das normas contábeis, por parte do responsável pelos registros contábeis, os encargos
referentes ao atraso não foram contabilizados como receitas.

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Com relação às normas de auditoria interna, este fato caracteriza

(A) omissão de receita.

(B) redução de lucros.

(C) fraude.

(D) apropriação de ativos.

(E) erro.

Resolução: Ato não intencional é erro.


Resposta: E

26. FCC- SEFAZ-PI – Auditor/2015

A contabilidade criativa efetuada com o propósito de maquiar as demonstrações contábeis, seja para
aumentar ou diminuir valores relacionados com os índices econômico-financeiros, com o valor da empresa, com a
distribuição de lucros e pagamento de tributos sobre a renda, constitui, conforme norma vigente,

(A) reclassificação financeira.

(B) inteligência Competitiva.

(C) erro involuntário.

(D) erro tolerável.

(E) fraude contábil.

Resolução:

O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações,
adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos
físicos quanto monetários. Caracterizando-se então, a “contabilidade criativa” com as famosas “pedaladas”, como
uma manipulação de números para retratar realidade artificial, trata-se de fraude.
Resposta: E

27.FCC- ACE-TCE-GO/2014
Na auditoria realizada na empresa Distribuidora de Tomates do Centro-Oeste S/A, o Auditor independente
constatou

I. adulteração, pelo tesoureiro da empresa, no valor e no registro contábil de notas fiscais, com o objetivo de
obter vantagens financeiras.

II. aplicação incorreta de normas contábeis no que se refere ao cálculo de depreciação.

III. horas extras pagas indevidamente a funcionários já demitidos. Posteriormente, o valor recebido
indevidamente era dividido com o chefe da folha de pagamento.

Com relação às constatações apontadas pelo Auditor, é correto afirmar que houve, respectivamente
(A) fraude, erro e erro.

(B) fraude, inconsistência contábil e erro.

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(C) fraude, erro e fraude.

(D) fraude, inconsistência contábil e erro.

(E) erro, inconsistência contábil e erro.

Resolução:

Vamos nos concentrar na intenção do agente. Havendo intenção de obter uma vantagem indevida será
FRAUDE. Havendo imperícia, negligência e outras ações não intencionais, teremos um ERRO.

Item I – Ação intencional visando obter vantagem ilícita. Fraude.

Item II – Imperícia na aplicação das normas contábeis. Erro.

Item III – Utilização de artifícios e conluios para burlar a folha de pagamento e receber vantagem indevida.
Fraude.

Resposta: C

28. FCC – ACE- TCE-CE/2015

No exame das contas bancárias − Bancos Conta Movimento do Balanço Patrimonial da Empresa de
Distribuição de Gás e Gasolina para os hospitais estaduais, o auditor independente constatou que o encarregado
da tesouraria da entidade desviou R$ 90.000,00 para conta bancária própria. Para justificar-se, foi apresentada ao
auditor a quitação de uma duplicata referente a uma compra fictícia. Segundo as Normas de Auditoria − NBC TAs,
o ato praticado pelo encarregado da tesouraria caracteriza

(A) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do auditor independente.

(B) um roubo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do controle interno da entidade.

(C) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela governança da
entidade e da sua administração.

(D) um desvio de ativo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do conselho fiscal da entidade.

(E) uma evidência de auditoria que produz distorções irrelevantes nas demonstrações contábeis da entidade.

Resolução:

Temos uma ação intencional com a intenção de desviar recursos o que se caracteriza como uma fraude.

O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações,
adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos
físicos quanto monetários.

O termo “erro” aplica-se a ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má


interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de
transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

NBC TA 240, 4
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da
entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral dos
responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua
ocorrência, e a dissuasão da fraude, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa

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da probabilidade de detecção e punição. Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade
e comportamento ético, que pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança. A
supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do potencial de burlar
controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de informações contábeis, tais
como tentativas da administração de gerenciar os resultados para que influenciem a percepção dos
analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade.

Resposta: C

29. FCC – ACI – São Luiz-MA/2015

Nos termos da NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos
responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou
ilegal. Os eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para a ocorrência da fraude são denominados

(A) fatores de risco.

(B) elementos de associação.

(C) aspectos condicionantes.

(D) facilitadores.

(E) causadores.

Resolução:

NBC TA 240,11
Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para que a fraude
seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.

Resposta: A

30. FCC – ACI – São Luiz-MA/2015

O Auditor Interno deve identificar os riscos de distorção relevantes decorrentes de fraude no nível das
demonstrações contábeis e tratá-los como riscos significativos. Nos termos da NBC TA 240, a determinação de
quais tendências e variações específicas podem indicar esse tipo de risco é obtida por meio

(A) do planejamento.

(B) dos papéis de trabalho.

(C) dos achados de auditoria.

(D) do julgamento profissional.

(E) das evidências de auditoria.

Resolução:

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A questão trata do auditor interno (NBC TI) mas quer a resposta com fundamento em norma de auditor
independente (NBC TA). Desprezando essa imprecisão da questão temos:

NBC TA 240,24
Não é fácil classificar os fatores de risco de fraude em ordem de importância. A significação dos fatores de
risco de fraude varia amplamente. Alguns destes fatores estão presentes em entidades nas quais condições
específicas não apresentam riscos de distorção relevante. Portanto, determinar se um fator de risco está
presente e se ele deve ser considerado na avaliação dos riscos de distorção relevante das demonstrações
contábeis decorrente de fraude requer o exercício do julgamento profissional.

Resposta: D

31.FCC-TRT 19-Analista Jud-2013


São formas de burla pela Administração, de controles que aparentemente estão funcionando com eficácia:

I. Registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a
modificar os resultados operacionais ou alcançar outros objetivos.

II. Ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis.

III. Omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações
que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas.

IV. Contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial
ou o desempenho da entidade.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III, apenas.

(B) II, III e IV, apenas.

(C) I, II, III e IV.

(D) III e IV, apenas.

(E) I, III e IV, apenas.

Resolução:

Segundo a NBC TA 240, são exemplos de técnicas utilizadas pela administração para perpetrar fraudes:

✓ Registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a
manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos.
✓ Ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis.
✓ Omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações que
tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas.
✓ Ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis.
✓ Contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial
ou o desempenho da entidade.
✓ Alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais.
Resposta: C

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32.FCC – TRF 3 – Analista – contador/2016


Nos termos da NBC TA 240, considere:

I. Erro que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.

II. Distorção decorrente de informações fraudulentas.

III. Distorção decorrente de apropriação indébita de ativos.

É distorção intencional pertinente para o auditor o que consta em

(A) I e III, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I, II e III.

(D) I e II, apenas.

(E) II e III, apenas.

Resolução:

As nossas premissas são: Erro é ato não intencional. Decorre de imperícia, imprudência etc. Fraude é ato
intencional. Há a intenção de burlar, manipular ou obter vantagem ilícita.
Item I – Erro é não intencional.

Item II – Informação fraudulenta é simplesmente “fraude”. Fraude resulta de ato intencional.

Item III – Apropriação indébita é fraude, decorre da intenção de subtrair ou obter outra vantagem ilícita.
Resposta: E

33.FCC – TRT 23 – analista judiciário/2016


Nos termos da NBC TA 240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar com a fraude

(A) relacionada à constituição societária da entidade auditada.

(B) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.

(C) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.


(D) que configura improbidade administrativa.

(E) que possa configurar lavagem de dinheiro.

Resolução:

O foco do trabalho do auditor são as eventuais distorções constantes nas demonstrações contábeis
independentemente de serem causadas por fraude ou erro. Sendo assim, diante da possibilidade de fraudes, o
objetivo do auditor mantem-se firme em detectar as distorções refletidas nas demonstrações contábeis. Não é
objtivo do auditor punir os envolvidos, tampouco o auditor tem poderes especiais de investigação.

NBC TA 240, 5
O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é responsável por obter segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas

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por fraude ou erro. Conforme descrito na NBC TA 200, devido às limitações inerentes da auditoria, há um
risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis podem não ser
detectadas, apesar de a auditoria ser devidamente planejada e realizada de acordo com as normas de
auditoria

Resposta: B

34. FCC – Auditor - ISS Teresina/2016

Nos trabalhos de auditoria independente na Companhia Distribuidora de Frutas e Legumes do Estado


referente ao exercício de 2015, o auditor constatou que, no mês de novembro de 2015, foram contabilizadas duas
notas fiscais de vendas com valores adulterados, para mais, em R$ 240.000,00. De acordo com as evidências
obtidas pelo auditor, as notas fiscais foram adulteradas, com o objetivo de encobrir desvio de mercadorias no
estoque. Segundo a NBC TA 240, este fato caracteriza

a) burla no controle interno.

b) erro na escrituração contábil.

c) omissão de prejuízos.

d) fraude.

e) aumento de receita de vendas.

Resolução:

Temos a adulteração intencional de documentos de vendas de forma a encobrir distorções nos estoques.
Presente um ilícito e a intenção, estamos diante da fraude.

Resposta: D

35.FCC - SEGEP-MA - Auditor Fiscal/2016


Na auditoria realizada na companhia distribuidora de peças e acessórios para veículos leves e pesados, o
auditor registrou as seguintes constatações:

I. Descontos obtidos pelo pagamento de duplicatas a fornecedores contabilizados como receitas de


aplicações financeiras.

II. Adulteração para mais de valores de créditos de ICMS registrados no livro apuração do ICMS referente a
compras para comercialização.

III. Por desatenção de funcionário da tesouraria recém contratado foi concedido desconto no pagamento
com atraso de duplicatas a receber efetuado pelo cliente.

IV. Registro de notas fiscais fictícias de despesas, com o objetivo de justificar saque na tesouraria da empresa.

Segundo as Normas de Auditoria, as constatações registradas pelo auditor caracterizam, respectivamente,

a) erro, fraude, erro e fraude.

b) fraude, fraude, erro e erro.

c) erro, fraude, fraude e erro.

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d) fraude, erro, fraude e fraude.

e) erro, fraude, fraude e fraude.


Resolução:

Item I - Descontos obtidos pelo pagamento de duplicatas a fornecedores deveriam ter sido registrados como
receitas financeiras (erro).

Item II - Adulteração é ato intencional de manipulação de documentos (fraude).

Item III - Desatenção, negligência, imperícia são não intencionais (erro).

Item IV - Registrar notas fiscais fictícias é ato intencional de adulteração de documentos e fatos (fraude)
Resposta: A

36. FCC - Analista Jud. - TRT 11-2017

De acordo com a NBC TA 240 (R1), no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, a responsabilidade
do auditor em relação à fraude é EXCETO:

a) O ceticismo profissional é um dos requisitos para o trabalho de auditoria considerando o potencial de


burlar os controles pela administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na
detecção de erros podem não ser eficazes na detecção de fraude.

b) A discussão entre os membros da equipe de trabalho para determinar os assuntos que devem ser
comunicados aos membros da equipe, deve enfatizar especialmente como e em que pontos as demonstrações
contábeis da entidade são suscetíveis de distorção relevante decorrente de fraude, inclusive como a fraude pode
ocorrer.

c) Na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude, o auditor deve, com
base na presunção de que há riscos de fraudes no reconhecimento de receitas, avaliar que tipos de receita,
operações ou afirmações de receita geram esses riscos.

d) O auditor deve determinar se, para responder aos riscos identificados da administração vir a burlar os
controles, precisa aplicar outros procedimentos de quando há riscos adicionais específicos de que a administração
possa burlar os controles não cobertos pelos procedimentos já aplicados.

e) Nos casos em que o auditor identifique a ocorrência de fraudes ou obtido informações que indiquem a
possibilidade de fraude, o auditor deve, exclusivamente comunicar estes assuntos de maneira formal ao principal
da entidade, desde que este não seja o responsável pela governança.

Resolução:

No caso de identificação de fraude, o auditor comunica à governança da entidade, em nível superior daquele
responsável pela fraude.
Resposta: E

37.FCC - Analista Jud. - TRT 24-2017


De acordo com a conceituação prevista na NBC TA 240, que trata da responsabilidade do auditor em relação
à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis,

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a) demonstrações contábeis devem ser consideradas fraudulentas apenas quando decorram de


manipulação, falsificação ou alteração de registros contábeis ou documentos comprobatórios que serviram de
base à sua elaboração.

b) fatores de risco de fraude, quando detectados e documentados pelo auditor, devem ser relatados como
evidência da ocorrência de fraude, ou, no mínimo distorção relevante.

c) o dever profissional do auditor de manter a confidencialidade da informação do cliente veda qualquer


espécie de comunicação de identificação de fraude a autoridades de supervisão.

d) fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para que a fraude
seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.

e) a aplicação incorreta, intencional, dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma de
apresentação ou divulgação poderá ensejar distorção significativa decorrente de erro, não caracterizando,
contudo, fraude.

Resolução:

Alternativa A – Errada. O erro está no “apenas”.

Alternativa B – Errada. Vide letra D para sua definição.

Alternativa C – Errada. Há casos de comunicação ao CFC e COAF por exemplo.

Alternativa D – Certo.

Alternativa E – Errada. Havendo intenção é fraude.


Resposta: D

38. FCC – TRT-2ª REGIÃO – 2018

Fatores de risco para a ocorrência de fraude são pressões/incentivos, oportunidades ou


atitudes/racionalizações que ocorrem naturalmente nos mercados, mas que acabam por favorecer o surgimento
de distorções relevantes e intencionalmente causadas nas demonstrações contábeis. A alternativa que contém,
respectivamente, uma pressão/incentivo, uma oportunidade e uma atitude/racionalização reconhecidas nas
normas como fatores de risco é:

a) Demissões previstas de empregados / ativos pequenos sem identificação clara de propriedade / mudança
do estilo de vida de funcionários com acesso a ativos.
b) Tolerância a pequenos roubos / remuneração incompatível com a expectativa / grandes quantias em
dinheiro em mãos.

c) Segregação inadequada de funções / investigação inadequada da vida pregressa de candidatos a


empregos / falta de conciliação completa de ativos.

d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados / obrigações financeiras pessoais /
relacionamentos adversos entre a entidade e empregados com acesso a dinheiro.

e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem de retorno /
garantias pessoais em dívidas da entidade / partes significativas da remuneração atreladas a metas agressivas de
performance.

Resolução: Vejamos um exemplo para concluir:

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Classificando os elementos descritos teríamos:

a) Demissões previstas de empregados(Pressão) / ativos pequenos sem identificação clara de propriedade


(oportunidade)/ mudança do estilo de vida de funcionários com acesso a ativos(racionalização).

b) Tolerância a pequenos roubos (racionalização)/ remuneração incompatível com a expectativa


(racionalização) / grandes quantias em dinheiro em mãos(oportunidade).

c) Segregação inadequada de funções (oportunidade) / investigação inadequada da vida pregressa de


candidatos a empregos (oportunidade) / falta de conciliação completa de ativos (oportunidade).

d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados (Pressão) / obrigações financeiras pessoais
(Pressão) / relacionamentos adversos entre a entidade e empregados com acesso a dinheiro (Pressão).

e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem de retorno
(Pressão) / garantias pessoais em dívidas da entidade (Pressão) / partes significativas da remuneração atreladas
a metas agressivas de performance (Pressão).

Gabarito: A

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Lista de questões
1. CESPE – Auditor – AGE-ES/2004

Segundo as normas de auditoria independente, fraude é o ato intencional de omissão, manipulação de


transações ou má interpretação de fatos, enquanto erro é o ato não-intencional resultante de omissão, desatenção
ou adulteração de documentos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.

2. CESPE -POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Perito Criminal/2016

A respeito da detecção de fraudes em auditorias, assinale a opção correta.


A) Em regra, o auditor não deve aceitar como legítimos os registros e documentos da entidade auditada.
B) Toda distorção detectada pelo auditor nas demonstrações contábeis é considerada fraude.
C) A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é primordialmente do auditor.
D) Devido às limitações inerentes à auditoria, é inevitável o risco de que distorções relevantes não sejam
detectadas.
E) A inserção intencional de distorções nas demonstrações contábeis para a obtenção de vantagem injusta
ou ilegal constitui fator de risco de fraude.

3. CESPE - Téc. -BACEN/2013

Julgue o item subsecutivo, acerca de prevenção de fraudes e delitos internos.

Mudanças de comportamento ou de estilo de vida de empregados e fragilidade de controles internos são


alguns indicadores da necessidade de averiguação de possíveis fraudes.

4. CESPE - Analista - BACEN/2013

Ao suspeitar da ocorrência de fraude na entidade sob seu controle, o auditor interno deve levar o fato ao
conhecimento da administração da entidade, realizando essa comunicação em conversa reservada.

5. CESPE – Analista – INMETRO/2009

A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é do auditor contratado pela


entidade, que deve comunicá-los imediatamente à administração.

6. CESPE – Auditor – Unipampa/2009

A identificação de erros e fraudes é responsabilidade exclusiva da entidade de auditoria.

7. CESPE – Auditor – Unipampa/2009

O auditor pode retirar-se do trabalho quando a entidade não tomar as medidas corretivas que ele considera
necessárias às circunstâncias relacionadas com fraude já identificada.

8. CESPE – DPU – contador/2016

Se, por erro, a entidade auditada considerar um valor menor para determinada receita, isso não deve ser
considerado como uma distorção pelo auditor, pois, nesse caso, aplica-se o princípio da prudência.

9. CESPE – TJ-CE – analista/2014


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Com relação a fraudes e erros no âmbito da auditoria, assinale a opção correta.

A) O auditor não é responsável pela prevenção de fraudes ou erros, contudo, poderá ser responsabilizado se
executar programa de trabalho deficiente ou inconsistente.

B) O auditor deve sempre comunicar formalmente à administração da entidade auditada descobertas


factuais envolvendo fraude, contudo, essa exigência deixa de ser impositiva nas situações em que o efeito
potencial nas demonstrações contábeis for considerado irrelevante.

C) Nos testes de observância, o erro tolerável é o desvio máximo em uma classe de transação que o auditor
está disposto a aceitar, já avaliada a inviabilidade de aplicação na íntegra do procedimento de controle
estabelecido.

D) O auditor pode extrapolar os resultados dos erros da amostra para a população da qual foi selecionada,
contudo, quando o fizer, deve sempre considerar os aspectos quantitativos dos erros encontrados.

E) Se o auditor concluir que a fraude tem efeito relevante sobre as demonstrações contábeis e que isso não
tenha sido apropriadamente refletido ou corrigido, ele deverá emitir seu parecer com ressalva ou com opinião
adversa.

10. CESPE – Contador –FUNCAP-PA/2004

O auditor pode ser responsabilizado pela não-descoberta de fraude significativa em consequência da


negligência na execução das normas de auditoria, ou em consequência de não tê-las aplicado convenientemente.

11. CESPE – CORREIOS – Analista contador/2011


No contexto da auditoria de demonstrações contábeis, fraude é ato doloso para obtenção de vantagem
ilegal ou injusta.

12. CESPE - FUNPRESP-JUD – ACI/2016

Julgue os próximos itens, que versam sobre fraude e erro.


O dever profissional de manter a confidencialidade das informações prestadas pelos clientes isenta o auditor
independente da responsabilidade de comunicar às autoridades de supervisão a ocorrência de fraude na empresa
auditada.

13.CESPE – Contador – Docas-PA/2006


O desvio de entradas de caixa para uso próprio do empregado pode ser temporário ou permanente. Essa
prática é favorecida quando uma mesma pessoa recebe valores de clientes e controla o Razão de contas a receber.
Tal circunstância evidencia a inobservância do princípio da segregação de funções.

14. CESPE – Contador – IPAJM/2007

Considere que o empregado responsável pelos estoques da empresa X desvie materiais de consumo e
promova seu ajuste contábil mediante a utilização das contas despesas de manutenção e estoque. Nesse caso,
considerando o princípio da segregação de funções, é correto afirmar que ocorreu um desfalque temporário com
acesso ao ativo e ao registro contábil, realizando-se ajustes em conta de resultado

15.CESPE – ACE – TCU/2007

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Em um ambiente de processamento eletrônico de dados, o auditor deve proceder a avaliação dos riscos
inerentes de controle nas demonstrações contábeis, dado que erros nessas demonstrações poderão ensejar
aumento de fraudes, comprometendo a estrutura da empresa. Portanto, é competência do auditor cuidar para
que isso não ocorra.

16. CESPE - SEFAZ-RS- 2018

Julgue os itens a seguir, acerca de fraudes e erros nas organizações.

I Todos os empregados devem ser igualmente supervisionados, mas deve-se dedicar especial atenção
àqueles que possuem pouco conhecimento, pouca aptidão para o cargo ocupado e que não aceitam assumir
responsabilidades extras.

II Processos e controles automáticos descartam o erro não intencional e, por isso, evitam a fraude.

III A escolha ou mudança nas políticas contábeis da entidade, em especial aquelas subjetivas e em transações
complexas, pode indicar fraude nas informações financeiras.

IV A incorporação de elementos de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos de auditoria ajuda a


reduzir fraudes.

Estão certos apenas os itens

A. I e II.

B. I e IV.

C. III e IV.

D. I, II e III.

E. II, III e IV.

17.VUNESP – ISS GRU – 2019


São exemplos de erro e fraude, respectivamente:

(A) erros aritméticos e alteração de registros.

(B) erros aritméticos e interpretação errada das variações patrimoniais.

(C) aplicação incorreta das normas contábeis e interpretação errada das variações patrimoniais.

(D) omissão intencional nas demonstrações contábeis e alteração de registros.

(E) alteração de registros e interpretação errada das variações patrimoniais.

18. VUNESP – Prefeitura de São José do Rio Preto – 2014

Testes de controle são procedimentos de auditoria que têm por objetivo avaliar a existência de erros ou fraudes
nos registros contábeis da entidade.

19. FCC – SEFAZ-SC – 2018

Considerando os procedimentos de auditoria contábil a serem aplicados por um Auditor Fiscal de ISS ICMS,
podem-se mencionar alguns exemplos de testes e situações de fraudes fiscais encontradas em que se evidenciam
a Superavaliação ou Subavaliação de contas do Ativo Disponível do Balanço Patrimonial. Evidencia super ou
subavaliação a detecção de créditos nas contas do Ativo Disponível que diminuem também as Contas de Passivo
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(por exemplo: Créditos em Bancos/Caixa contra Empréstimos – no caso de pagamento/quitação de empréstimos


devidamente comprovados documentalmente).

20. FCC-TJ-PI-Analista Jud-2009

Sobre fraude e erro, é correto afirmar:

(A) A fraude é um ato não intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de


documentos, registros e demonstrações contábeis.

(B) Somente a auditoria independente tem condições de detectar erros e fraudes, já que o auditor interno
não pode questionar a conduta de funcionários da companhia.

(C) Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de
comunicá-los à administração da entidade e sugerir medidas corretivas.

(D) O número de erros ou fraudes na companhia auditada guarda correlação positiva com a quantidade e
qualidade dos controles internos.

(E) O erro é um ato intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na


elaboração de registros e demonstrações contábeis.

21. FCC-TJ-PI-Analista Jud-2009

Um auditor constatou, no decurso de seus trabalhos, que várias obrigações com terceiros da companhia
auditada já tinham sido quitadas, mas seu valor ainda constava do balanço patrimonial da entidade. Esse tipo de
erro ou fraude é denominado

(A) Passivo a descoberto.

(B) Ativo Oculto.

(C) Passivo Real.

(D) Ativo Nominal.

(E) Passivo fictício

22. FCC- TRE MS Analista Jud.-contabilidade-2007

Fundamentado no conceito de fraude e de erro estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade:

I. O setor financeiro da empresa contratou empréstimo com carência de um ano, com juros de 4% a.a. e a
analista do setor, cadastrou no sistema de reconhecimento dos encargos financeiros 4% ao mês, fazendo com que
o sistema reconhece-se contabilmente, juros durante os doze meses na contabilidade da empresa, reduzindo o
seu resultado.

II. O Diretor de Recursos Humanos da Empresa, tendo que contabilizar a saída de valores para o pagamento
de funcionário, não registrado na empresa, efetuou um adiantamento de viagem em seu nome para obter os
recursos do pagamento. Posteriormente baixou o adiantamento com notas de combustível e de táxi, visto que o
seu cargo tem o benefício de reembolso destas despesas.

III. O almoxarifado recebeu ordens do departamento de faturamento/vendas, para agilizar a entrega de


mercadorias ao consumidor em situações que o cliente não deseje levar a nota fiscal, recomendando que aquela
unidade administrativa, guarde o documento e utilize-o para outra venda posterior, economizando assim tempo
e gastos com impressos.
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Estas afirmações referem-se, respectivamente, a

(A) fraude, erro, fraude.

(B) erro, fraude, fraude.

(C) erro, erro, erro.

(D) erro. erro, fraude.

(E) fraude, fraude, erro.

23.FCC – DPE-SP – Contador/2010 - adaptada


O auditor externo que estava realizando o processo de auditoria na empresa Erfra S.A., constatou um desvio
no processo de pagamento de funcionários. Funcionários demitidos continuavam na folha de pagamentos com
contas bancárias de outras pessoas, para as quais eram efetuados os créditos. Neste caso, deve o auditor

(A) relatar em seus papéis de trabalho, informando a administração no encerramento do processo de


auditoria e dependendo da relevância do desvio emitir parecer com ressalva ou adverso.

(B) suspender os trabalhos por tratar-se de ponto de auditoria que limita a conclusão dos trabalhos,
impedindo que o auditor externo possa emitir parecer ou opinião.

(C) comunicar estes assuntos tempestivamente a pessoa de nível apropriado da administração que têm a
responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas
responsabilidades.

(D) informar os responsáveis pela área para avaliação e verificação do processo, de forma a identificar os
responsáveis pelo desvio, que deverão constar dos papéis de trabalho, sendo providenciado os procedimentos
legais.

(E) encerrar os trabalhos, emitindo parecer com abstenção de opinião fundamentada no desvio, incluindo
parágrafo no parecer identificando os desvios e o montante estimado.

24. FCC-TRE-CE-Analista Jud.-contabilidade-2012

Um auditor externo ao proceder a auditoria da empresa Grãos e Cia, constata no ano de 2010, na fase pré-
operacional da unidade construída em Palmas, o custo de R$ 18.000.000,00 relativos à terraplanagem do terreno da
fábrica. Foram feitos os testes, que evidenciaram que o contrato de serviços de terraplanagem foi realizado com
empresa devidamente constituída juridicamente e em atividade normal. O pagamento do serviço contratado foi
efetuado à empresa de terraplanagem e comprovado por pagamento eletrônico constante do extrato bancário. O
auditor em procedimento complementar e diante da expressividade dos valores foi até a unidade verificar os serviços.
Ao indagar alguns funcionários foi informado que o serviço de terraplanagem havia sido feito pela prefeitura da cidade,
a qual também doou o terreno a empresa Grãos e Cia. Os funcionários também informaram que nunca esteve na
empresa Grãos e Cia qualquer funcionário da empresa de terraplanagem contratada.

A situação evidencia uma operação de

(A) erro contábil e financeiro.

(B) fraude contábil e financeira.

(C) ato incondicional com distorções contábeis e financeiras.

(D) ato condicional, sem efeitos contábeis e financeiros.

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(E) falha de governança, sem impacto na auditoria.

25.FCC-AFTE-PE/2014
Um cliente pagou uma duplicata da Companhia Distribuidora de Novelas de Pernambuco, no total de R$
88.500,00, sendo que R$ 3.500,00 referiam-se a juros e multas por atraso. A auditoria interna constatou que, por
desconhecimento das normas contábeis, por parte do responsável pelos registros contábeis, os encargos
referentes ao atraso não foram contabilizados como receitas.

Com relação às normas de auditoria interna, este fato caracteriza

(A) omissão de receita.

(B) redução de lucros.

(C) fraude.

(D) apropriação de ativos.

(E) erro.

26. FCC- SEFAZ-PI – Auditor/2015

A contabilidade criativa efetuada com o propósito de maquiar as demonstrações contábeis, seja para
aumentar ou diminuir valores relacionados com os índices econômico-financeiros, com o valor da empresa, com a
distribuição de lucros e pagamento de tributos sobre a renda, constitui, conforme norma vigente,

(A) reclassificação financeira.

(B) inteligência Competitiva.

(C) erro involuntário.

(D) erro tolerável.

(E) fraude contábil.

27.FCC- ACE-TCE-GO/2014
Na auditoria realizada na empresa Distribuidora de Tomates do Centro-Oeste S/A, o Auditor independente
constatou

I. adulteração, pelo tesoureiro da empresa, no valor e no registro contábil de notas fiscais, com o objetivo de
obter vantagens financeiras.

II. aplicação incorreta de normas contábeis no que se refere ao cálculo de depreciação.

III. horas extras pagas indevidamente a funcionários já demitidos. Posteriormente, o valor recebido
indevidamente era dividido com o chefe da folha de pagamento.

Com relação às constatações apontadas pelo Auditor, é correto afirmar que houve, respectivamente

(A) fraude, erro e erro.

(B) fraude, inconsistência contábil e erro.

(C) fraude, erro e fraude.

(D) fraude, inconsistência contábil e erro.

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(E) erro, inconsistência contábil e erro.

28. FCC – ACE- TCE-CE/2015

No exame das contas bancárias − Bancos Conta Movimento do Balanço Patrimonial da Empresa de
Distribuição de Gás e Gasolina para os hospitais estaduais, o auditor independente constatou que o encarregado
da tesouraria da entidade desviou R$ 90.000,00 para conta bancária própria. Para justificar-se, foi apresentada ao
auditor a quitação de uma duplicata referente a uma compra fictícia. Segundo as Normas de Auditoria − NBC TAs,
o ato praticado pelo encarregado da tesouraria caracteriza

(A) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do auditor independente.

(B) um roubo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do controle interno da entidade.

(C) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela governança da
entidade e da sua administração.

(D) um desvio de ativo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do conselho fiscal da entidade.

(E) uma evidência de auditoria que produz distorções irrelevantes nas demonstrações contábeis da entidade.

29. FCC – ACI – São Luiz-MA/2015

Nos termos da NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos
responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou
ilegal. Os eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para a ocorrência da fraude são denominados

(A) fatores de risco.

(B) elementos de associação.

(C) aspectos condicionantes.

(D) facilitadores.

(E) causadores.

30. FCC – ACI – São Luiz-MA/2015

O Auditor Interno deve identificar os riscos de distorção relevantes decorrentes de fraude no nível das
demonstrações contábeis e tratá-los como riscos significativos. Nos termos da NBC TA 240, a determinação de
quais tendências e variações específicas podem indicar esse tipo de risco é obtida por meio

(A) do planejamento.

(B) dos papéis de trabalho.

(C) dos achados de auditoria.

(D) do julgamento profissional.

(E) das evidências de auditoria.

31.FCC-TRT 19-Analista Jud-2013


São formas de burla pela Administração, de controles que aparentemente estão funcionando com eficácia:

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I. Registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a
modificar os resultados operacionais ou alcançar outros objetivos.

II. Ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis.

III. Omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações
que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas.

IV. Contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial
ou o desempenho da entidade.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III, apenas.

(B) II, III e IV, apenas.

(C) I, II, III e IV.

(D) III e IV, apenas.

(E) I, III e IV, apenas.

32.FCC – TRF 3 – Analista – contador/2016


Nos termos da NBC TA 240, considere:

I. Erro que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.

II. Distorção decorrente de informações fraudulentas.

III. Distorção decorrente de apropriação indébita de ativos.

É distorção intencional pertinente para o auditor o que consta em

(A) I e III, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I, II e III.

(D) I e II, apenas.

(E) II e III, apenas.

33.FCC – TRT 23 – analista judiciário/2016


Nos termos da NBC TA 240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar com a fraude

(A) relacionada à constituição societária da entidade auditada.

(B) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.

(C) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.

(D) que configura improbidade administrativa.

(E) que possa configurar lavagem de dinheiro.

34. FCC – Auditor - ISS Teresina/2016

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Nos trabalhos de auditoria independente na Companhia Distribuidora de Frutas e Legumes do Estado


referente ao exercício de 2015, o auditor constatou que, no mês de novembro de 2015, foram contabilizadas duas
notas fiscais de vendas com valores adulterados, para mais, em R$ 240.000,00. De acordo com as evidências
obtidas pelo auditor, as notas fiscais foram adulteradas, com o objetivo de encobrir desvio de mercadorias no
estoque. Segundo a NBC TA 240, este fato caracteriza

a) burla no controle interno.

b) erro na escrituração contábil.

c) omissão de prejuízos.

d) fraude.

e) aumento de receita de vendas.

35.FCC - SEGEP-MA - Auditor Fiscal/2016


Na auditoria realizada na companhia distribuidora de peças e acessórios para veículos leves e pesados, o
auditor registrou as seguintes constatações:

I. Descontos obtidos pelo pagamento de duplicatas a fornecedores contabilizados como receitas de


aplicações financeiras.

II. Adulteração para mais de valores de créditos de ICMS registrados no livro apuração do ICMS referente a
compras para comercialização.

III. Por desatenção de funcionário da tesouraria recém contratado foi concedido desconto no pagamento
com atraso de duplicatas a receber efetuado pelo cliente.

IV. Registro de notas fiscais fictícias de despesas, com o objetivo de justificar saque na tesouraria da empresa.

Segundo as Normas de Auditoria, as constatações registradas pelo auditor caracterizam, respectivamente,

a) erro, fraude, erro e fraude.

b) fraude, fraude, erro e erro.

c) erro, fraude, fraude e erro.

d) fraude, erro, fraude e fraude.

e) erro, fraude, fraude e fraude.

36. FCC - Analista Jud. - TRT 11-2017

De acordo com a NBC TA 240 (R1), no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, a responsabilidade
do auditor em relação à fraude é EXCETO:

a) O ceticismo profissional é um dos requisitos para o trabalho de auditoria considerando o potencial de


burlar os controles pela administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na
detecção de erros podem não ser eficazes na detecção de fraude.

b) A discussão entre os membros da equipe de trabalho para determinar os assuntos que devem ser
comunicados aos membros da equipe, deve enfatizar especialmente como e em que pontos as demonstrações
contábeis da entidade são suscetíveis de distorção relevante decorrente de fraude, inclusive como a fraude pode
ocorrer.

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c) Na identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente de fraude, o auditor deve, com
base na presunção de que há riscos de fraudes no reconhecimento de receitas, avaliar que tipos de receita,
operações ou afirmações de receita geram esses riscos.

d) O auditor deve determinar se, para responder aos riscos identificados da administração vir a burlar os
controles, precisa aplicar outros procedimentos de quando há riscos adicionais específicos de que a administração
possa burlar os controles não cobertos pelos procedimentos já aplicados.

e) Nos casos em que o auditor identifique a ocorrência de fraudes ou obtido informações que indiquem a
possibilidade de fraude, o auditor deve, exclusivamente comunicar estes assuntos de maneira formal ao principal
da entidade, desde que este não seja o responsável pela governança.

37.FCC - Analista Jud. - TRT 24-2017


De acordo com a conceituação prevista na NBC TA 240, que trata da responsabilidade do auditor em relação
à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis,

a) demonstrações contábeis devem ser consideradas fraudulentas apenas quando decorram de


manipulação, falsificação ou alteração de registros contábeis ou documentos comprobatórios que serviram de
base à sua elaboração.

b) fatores de risco de fraude, quando detectados e documentados pelo auditor, devem ser relatados como
evidência da ocorrência de fraude, ou, no mínimo distorção relevante.

c) o dever profissional do auditor de manter a confidencialidade da informação do cliente veda qualquer


espécie de comunicação de identificação de fraude a autoridades de supervisão.

d) fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para que a fraude
seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.

e) a aplicação incorreta, intencional, dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma de
apresentação ou divulgação poderá ensejar distorção significativa decorrente de erro, não caracterizando,
contudo, fraude.

38. FCC – TRT-2ª REGIÃO – 2018

Fatores de risco para a ocorrência de fraude são pressões/incentivos, oportunidades ou


atitudes/racionalizações que ocorrem naturalmente nos mercados, mas que acabam por favorecer o surgimento
de distorções relevantes e intencionalmente causadas nas demonstrações contábeis. A alternativa que contém,
respectivamente, uma pressão/incentivo, uma oportunidade e uma atitude/racionalização reconhecidas nas
normas como fatores de risco é:

a) Demissões previstas de empregados / ativos pequenos sem identificação clara de propriedade / mudança
do estilo de vida de funcionários com acesso a ativos.

b) Tolerância a pequenos roubos / remuneração incompatível com a expectativa / grandes quantias em


dinheiro em mãos.

c) Segregação inadequada de funções / investigação inadequada da vida pregressa de candidatos a


empregos / falta de conciliação completa de ativos.

d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados / obrigações financeiras pessoais /
relacionamentos adversos entre a entidade e empregados com acesso a dinheiro.

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e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem de retorno /
garantias pessoais em dívidas da entidade / partes significativas da remuneração atreladas a metas agressivas de
performance.

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Gabarito
1. E
2. D
3. C
4. E
5. E
6. E
7. C
8. E
9. E
10. C
11. C
12. E
13. C
14. E
15. E
16. C
17. A
18. E
19. E
20. B
21. E
22. B
23. C
24. B
25. E
26. E
27. C
28. C
29. A
30. D
31. C
32. E
33. B
34. D
35. A
36. E
37. D
38. A

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Resumo
CONCEITOS:

Fraude: a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de


documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto
monetários.

Erro: ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na


elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da
entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

Erro Fraude
•Distorção não intencional •Distorção intencional

• O auditor não define juridicamente a fraude.


• O auditor se preocupa com duas fraudes em específico, de acordo com o CFC: a divulgação financeira
fraudulenta e apropriação indébita (exclui-se a corrupção)

-Se detectar fraude, o auditor independente tem o dever de comunicar ao nível apropriado da organização,
seja qual for, a fraude.

O auditor deve guardar sigilo em relação as informações obtidas na auditoria, não deve informar ao Fisco,
por exemplo, eventual detecção de sonegação. Há, contudo o dever de informar ao CFC para fins de fiscalização,
dados solicitados e obrigação de informar ao COAF outras atividades ilícitas.

FATORES QUE INDUZEM A FRAUDE

FRAUDES PERPETRADAS PELA ALTA ADMINISTRAÇÃO:

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A Alta Administração tem capacidade maior de manipular controles e divulgações. Pode se utilizar de
algumas técnicas como:

• Registrar lançamentos fictícios no livro diário, em especial no final do período contábil, de forma a
manipular resultados operacionais ou alcançar outros objetivos.
• Ajustar indevidamente as premissas e alterar os julgamentos utilizados para estimar saldos contábeis.
• Omitir, antecipar ou atrasar o reconhecimento, nas demonstrações contábeis, de eventos e operações
que tenham ocorrido durante o período das demonstrações contábeis que estão sendo apresentadas.
• Ocultar ou não divulgar fatos que possam afetar os valores registrados nas demonstrações contábeis.
• Contratar operações complexas, que são estruturadas para refletir erroneamente a situação patrimonial
ou o desempenho da entidade.
• Alterar registros e condições relacionados a operações significativas e não usuais.

CARATERISTICAS DOS DESFALQUES

Desfalque temporário: apropriação de um ativo sem alteração dos registros contábeis.

Desfalque permanente: apropriação de um ativo sem alteração dos registros contábeis.

Exemplos clássicos de desfalques não encobertos: Lapping e Kiting

CONSEQUÊNCIAS DE FRAUDES E ERROS NAS DC

Ativo Passivo Ativo Passivo Estouro


Fictício Fictício Oculto oculto de caixa

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