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CONTABILIDADE

FINANCEIRA

José Paulo Azevedo Rafael


Escola Superior Comunicação, Administração e Turismo
Instituto Politécnico Bragança
Bacharelato em Contabilidade
Licenciado em Contabilidade e Administração
Mestre em Gestão
ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA
1- INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS ............................................................. 6
3. CONTABILIDADE FINANCEIRA ........................................................ 42
4. CASOS PRÁTICOS .................................................................................. 85
5. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 102
ANEXO ......................................................................................................... 103
QUADRO DE CONTAS DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
CONTABILISTICA ................................................................................ 103

SEPARATA
SNC – Análise e Exemplificação das NCRF’s
NOTA INTRODUTÓRIA

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização.


Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de protecção à
posse e de perpetuação e interpretação dos factos ocorridos com o objecto material de
que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio.


A organização económica acerca do direito do uso do solo acarretou em separabilidade,
rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada
pessoa criava a sua riqueza.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado
como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais denominou-se
património. O termo passou a ser utilizado para qualquer valor, mesmo que estes não
tivessem sido herdados.

A origem da Contabilidade está ligada à necessidade de registos do comércio. Há


indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do
comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da
Antiguidade.

A actividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o


acompanhamento das variações de seus bens quando cada transacção era efectuada. As
trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registos ou relatórios sobre o facto.
Mas as cobranças de impostos, na Babilónia já se faziam com escritas, embora
rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efectuados pelo governo de
seu país no ano 2000 a.C.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores,


preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar
as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior
volume, requerendo registos.

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registos a fim de
que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a


necessidade de controlo, que não poderia ser feito sem o devido registo, a fim de que se
pudesse prestar conta da coisa administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as


compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore
assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e
do cálamo (pena de escrever) no Egipto antigo facilitou extraordinariamente o registo de
informações sobre negócios.
À medida que as operações económicas se tornam complexas, o seu controlo
refina-se. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam
receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos
itens salários, perdas e diversões.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por


governos locais e pela igreja. Mas é somente em Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência da Contabilidade da seguinte forma:

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO – período que se inicia com as


primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, da
autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano.

A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objecto o


Património, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adoptado para
o controlo dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais,
escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL – período que vai de 1202 da Era


Cristã até 1494.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência


natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O
processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-
se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado,
tornando os registos mais complexos.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital",


representando o valor dos recursos injectados nas companhias pela família proprietária.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem em Itália, embora não se possa
precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adopção de outros livros que
tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de
Custos.

O comércio com o exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos,


surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro de caixa que recebia
registos de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma
rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e
referindo-se, inicialmente, a pessoas.

No início do Século XIV, já se encontravam registos explicitados de custos


comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte
e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período decorrido entre a aquisição, o
transporte e a laboração; mão-de-obra directa agregada; armazenamento, etc., o que
representava uma apropriação bastante analítica para a época. A escrita já se fazia nos
moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra
directa a ser agregada e custos indirectos de fabricação.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO – período que vai de 1494 até
1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni
Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria.
Obra marcante na história da Contabilidade.

Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:

Em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios
bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;

Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um


enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;

Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa,


emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controlo das


inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contabilística nos negócios privados foi uma contribuição


dos comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os
investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que
reflectissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis
aos comerciantes, nas suas relações com os consumidores e os empregados.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo


de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca
o início da fase moderna da Contabilidade.

Escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis"


(Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494,
enfatizando que a teoria contabilística do débito e do crédito
corresponde à teoria dos números positivos e negativos.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou


muitas obras, destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et
Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre
Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das
Partidas Dobradas. O método já era utilizado em Itália, principalmente na Toscana,
desde o Século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir


conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial,
diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registos de operações: aquisições,
permutas, sociedades, etc. sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de
armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correcções
de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia
adaptada:

"Per ", mediante o qual se reconhece o devedor;

"A ", pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se
usa até hoje.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO – período que se inicia em 1840


e continua até aos dias de hoje.

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores


consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com a sua
obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova
fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento


contabilístico:

A primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda;

A segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e

A terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse
inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da
Administração, e o património definia-se como um direito, segundo postulados
jurídicos.

Nessa época, em Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A


Contabilidade começou a ser leccionada com a aula de comércio da corte, em 1809.

A obra de Francesco Villa foi escrita para participar num concurso sobre
Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra
natal do autor. Além do prémio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os


quais escrituração e guarda-livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente.
Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis
e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o património. Era o
pensamento patrimonialista.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre, demonstrando o


elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir património
como objecto da Contabilidade.
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923,
definiu património como objecto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade
como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito
incontestável de chamar atenção para o facto de que a Contabilidade é muito mais do
que meros registos; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto a escola Europeia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações


práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado
das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária,
principalmente, na Contabilidade de Gestão, preocupando-se demais em demonstrar que
a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de
grupo.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-


americana dentro da Contabilidade. O surgimento do American Institut of Certield
Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e
dos princípios contabilísticos; várias associações empreenderam muitos esforços e
grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos.

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por


exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos accionistas, foi a causa primeira do
estabelecimento das teorias e práticas da contabilidade, que permitissem correcta
interpretação das informações, por qualquer accionista ou outro interessado, em
qualquer parte do mundo.

No início do século XX, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado


ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de
desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram e ainda
experimentam, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas
contabilísticas, ainda que em oposição aos pensadores patrimonialistas dos países
latinos, como Lopes de Sá.

Adaptado de Portal da Contabilidade


O ENSINO DA CONTABILIDADE EM PORTUGAL

O ensino de contabilidade e administração em Portugal, remonta ao tempo do Rei


D. José I. Com efeito, foi criada, pelo Marquês de Pombal em 1759, a "Aula do
Comércio", com a finalidade de formar indivíduos competentes para a organização de
negócios.

Em 1970 é criado em Coimbra o curso de Contabilidade, a funcionar então no


Instituto Comercial e Industrial. Em 1974, por separação entre os ramos de "Indústria" e
"Comércio", são criados o Instituto Industrial de Coimbra e o Instituto Comercial de
Coimbra.

Posteriormente, em 1976, os Institutos Comerciais de Lisboa, Coimbra e Porto dão


lugar aos Institutos Superiores de Contabilidade e Administração, cujas escolas vieram
a ser integradas no subsistema Politécnico do Ensino Superior

A história da contabilidade em Portugal passa pelos contributos de autores como


Gonçalves da Silva ou Lopes Amorim. Do pensamento contabilístico em língua
portuguesa não podemos deixar de focar o papel preponderante do brasileiro António
Lopes de Sá.
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

1- INTRODUÇÃO

O que é uma Empresa / Organização Económica?

É o todo devidamente organizado, resultante da conjunção de pessoas e bens, que visa a


produção de bens materiais ou a prestação de serviços.

Evolução histórica da empresa:

► 4.000 aC, Mesopotâmia, sinais de existência de exploração agrícola; normas relativas aos
contratos.

► Antigo Egipto, existência de documentos de diversas unidades produtivas ligadas ao


Faraó.

► Grécia, existência da letra de câmbio, do cheque, moeda e do crédito.

► Roma, existência de grandes companhias.

► Explorações artesanais:

► Feudalismo

► Idade Média:

└ Produção auto-suficiente

└ Florescimento do comércio.

► Descobrimentos portugueses

► A empresa capitalista:

└ Revolução industrial

└ Maximização do lucro.

└ Empresas públicas e empresas de economia mista

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└ O negócio individual;

└ A oficina artesanal familiar;

└ O pequeno investimento (micro - empresas, pequenas empresas);

└ As grandes empresas (monopólios, multinacionais)

└ Intervenção do estado na economia, (empresas públicas e semi-públicas)

As principais funções económicas e / ou sociais da empresa:

▓ PRODUÇÃO: A finalidade principal das empresas é produzir bens, ou prestar


serviços.

▓ INVESTIMENTO: Aumento da quantidade ou melhoria da qualidade dos meios


de produção.

A produção e o investimento são funções económicas interdependentes.

▓ INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO:

Resultado do trabalho sistemático efectuado para alargar o conhecimento científico e


técnico, ou seja, o resultado da investigação estará na base do desenvolvimento.

Dada a sua estreita ligação representa-se por I&D.

A satisfação das necessidades humanas:

└ Segundo Maslow:
Realização pessoal
Dignidade
Integração social
Segurança
Necessidades fisiológicas

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└ Tipologia das necessidades:

Necessidades: Necessidades:

Alimentação; Individuais
(alimentação, habitação);
Vestuário;
Colectivas
Habitação; (segurança, cultura)
Educação;
Cultura;
Segurança.

└ Tipologia dos bens:

Bens:
Meios que o homem dispõe para satisfação das suas necessidades.

Bens livres:
Meios que a natureza oferece, que podem ser limitados ou ilimitados.

Produtos ou bens económicos:


Bens transformados, que requerem a actividade humana.

└ Ciclo de satisfação das necessidades humanas:

Trabalho: Meios de produção:


Objectos de trabalho
Aplicação humana de (matérias primas, subsidiárias)
esforços de ordem Meios de trabalho
intelectual ou física. (máquinas, ferramentas, edifícios)

Produção:
Transformação dos recursos em bens que satisfaçam as necessidades humanas.

Distribuição: Consumo:
Transporte de produtos do Utilização dos bens, por parte do
local de produção para o homem, para satisfação das suas
local de consumo. necessidades.

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└ O circuito económico (simplificado):

Rendimento das famílias

Trabalho
Vencimentos e subsídios Impostos+contribuições+consumo
Trabalho Bens e serviços
FAMÍLIAS ADMINISTRAÇÃO EMPRESAS
Bens e serviços PÚBLICA Bens e serviços

Impostos+contribuições+consumo Vencimentos e subsídios


Bens e serviços

Consumo de bens e serviços

└ A ligação da empresa ao circuito económico:

Fluxos Reais
Recebidos do exterior Fornecidos ao exterior

Matérias-primas e subsidiárias
Produtos fabricados
Mercadorias
Empresa Mercadorias
Maquinaria e equipamento
Serviços vários
Serviços vários
Prestação à própria empresa
Prestação à própria empresa
Outros
Outros

Fluxos Monetários
Entrada de fundos Saída de fundos
monetários monetários
Meios monetários Meios monetários
Empresa

Meios monetários Meios monetários

Meios monetários Meios monetários

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└ Sincronismo no circuito económico:

Entrega de moeda

Compra a pronto pagamento

Vendedor Comprador

Bens e serviços

Venda a pronto

└ Não existência de sincronismo no circuito económico:

Pagamento diferido

Compra a prazo

Vendedor Comprador
(Fornecedor) (cliente)

Bens e serviços

Venda a prazo

Crédito:

É o direito que assiste ao vendedor de receber, em data posterior à da venda, o valor dos
bens que recebeu ou dos serviços que prestou.

Débito:

É a obrigação que o comprador tem de pagar, em data posterior à de aquisição, o valor dos
bens e dos serviços que adquiriu.

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2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

As funções da Contabilidade:

☼ REGISTO:

Registo de todos os factos que provocam alterações no património da empresa. Esta função
da contabilidade depende de outras secções da empresa que tem de fornecer a informação
clara e precisa para a realização dos registos contabilísticos. Esta função pode dividir-se em
duas fases:

1ª Fase, montagem da empresa, onde se devem escolher os modelos de cada impresso a


utilizar, adquirir e registar os livros obrigatórios de acordo com Código Comercial.

2ª Fase, funcionamento da empresa, onde pelos registos se deve apurar claramente e a


qualquer momento a situação da empresa e os resultados obtidos.

☼ CONTROLO:

A contabilidade deve permitir o exame e a crítica das operações realizadas pela empresa.

☼ AVALIAÇÃO:

A contabilidade deve permitir conhecer com exactidão os custos dos produtos vendidos e
assim determinar os preços de venda, determinar a quantidade e qualidade das matérias,
analisar a produtividade dos colaboradores da empresa.

☼ PREVISÃO:

A previsão é feita pelos chamados orçamentos, elaborados a partir dos dados da


contabilidade, podem ser gerais, quando abrangem toda a organização e parciais, quando
abrangem determinados sectores.

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Algumas definições da Contabilidade:

GONÇALVES DA SILVA, BESTA,


“Contabilidade é uma “Contabilidade é a ciência
técnica de relevação do controlo económico”.
patrimonial”.

LOUSÃ / MAGALHÃES, ZAPPA,


“Contabilidade à a ciência “Contabilidade é a
que tem por objecto o disciplina que estuda os
estudo do património das processos seguidos nas
empresas, dando a unidades económicas para
conhecer, em qualquer relevação da gestão”.
momento, a sua
composição qualitativa e MASI,
quantitativa”. “Contabilidade é a ciência
do património”.

As Divisões da Contabilidade:

CONTABILIDADE GERAL/FINANCEIRA: abrange as operações de natureza comercial


ou financeira.

CONTABILIDADE ANALÍTICA/GESTÃO: abrange as operações de carácter interno que


permitem a transformação das matérias-primas em produtos acabados.

CARACTERISTÍCAS DA CONTABILIDADE GERAL/FINANCEIRA:

Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;

Permite conhecer em qualquer momento, a situação patrimonial da empresa;

Dá a conhecer, período a período, os resultados derivados da exploração;

Possibilita análises de ordem económica e financeira.

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CARACTERISTÍCAS DA CONTABILIDADE ANALÍTICA/GESTÃO:

Fornece custos totais e unitários dos produtos;

Permite hierarquizar responsabilidades no seio da empresa;

Possibilita a elaboração de estudos de rentabilidade;

Permite a tomada de decisões mais esclarecidas, seguras e eficazes.

O património individual:

Damos o nome de património individual ao conjunto dos bens, direitos e obrigações


pertencentes a um indivíduo, em determinado momento.

└ Exemplo:

O Património do Sr. Afonso é constituído em 01.01.n, pelos seguintes elementos:

- Uma casa;

- Um carro;

- Mobiliário diverso;

- Depósito à ordem no banco C;

- Dinheiro;

- Empréstimo obtido no banco D.

Devido a diversos factores, o património de hoje, pode ser diferente amanhã, a isto
chamamos o dinamismo do património. Assim, surge a necessidade de datarmos, sempre
um património. Para além da data, um património deve ser sempre valorizado:

└ Exemplo:

O Património do Sr. Afonso é constituído em 01.01.n, pelos seguintes elementos:

- Uma casa, no valor de 100.000,00 euros;

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- Um carro, no valor de 20.000,00 euros;

- Mobiliário diverso, no valor de 5.000,00 euros;

- Depósito à ordem no banco C, no valor de 50.000,00 euros;

- Dinheiro, no valor de 625,00 euros;

- Empréstimo obtido no banco D, no valor de 10.000,00 euros.

O conjunto dos bens, direitos e obrigações, representa o património do Sr. Afonso.

O Património do Sr. Afonso é constituído em 01.01.n, pelos seguintes elementos:

BENS E DIREITOS: OBRIGAÇÕES:


- Uma casa, no valor de 100.000,00 euros; - Empréstimo obtido no banco D, no
- Um carro, no valor de 20.000,00 euros; valor de 10.000,00 euros.
- Mobiliário diverso, no valor de 5.000,00
euros,
- Depósito à ordem no banco C, no valor de
50.000,00 euros;
- Dinheiro, no valor de 625,00 euros;

Valor do património = (bens + direitos) – obrigações

Valor do património = 175.625,00 – 10.000,00 = 165.625.00 euros

Elementos patrimoniais constituintes:

A empresa, sendo um ente com individualidade própria, a composição do seu património é


um espelho da actividade a que se dedica.

Tal como no património individual, o património das empresas é constituído por bens,
direitos e obrigações.

Aos BENS E DIREITOS, damos o nome de ELEMENTOS PATRIMONIAIS ACTIVOS. O


seu conjunto constitui o ACTIVO.

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Às OBRIGAÇÕES, damos o nome de ELEMENTOS PATRIMONIAIS PASSIVOS. O seu


conjunto constitui o PASSIVO.

Os elementos patrimoniais apresentam duas características agregadoras:

1º - São redutíveis a valores monetários;

2º - Estão afectos à mesma gestão.

PATRIMÓNIO:

Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa, em determinada data, devidamente


valorados e utilizados para atingir determinados objectivos.

Valor do património da empresa:

O património da empresa é então a soma dos bens e direitos, subtraídos às obrigações.

Dito de outra forma:

Bens + Direitos = Activo e,

Obrigações = Passivo

Então,

Valor do património = Activo – Passivo

Ao Valor do património dá-se tradicionalmente o nome de SITUAÇÃO LÍQUIDA ou


CAPÍTAL PRÓPRIO, pois dá-nos a conhecer a posição em que a empresa ficaria, se, nesse
momento, tivesse de liquidar todo o seu património.

CAPITAL PRÓPRIO ou SITUAÇÃO LIQUIDA = ACTIVO – PASSIVO

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Agregação dos elementos patrimoniais em contas:

Da análise aos elementos patrimoniais de uma empresa, vimos que há elementos


patrimoniais com características semelhantes, que se poderiam agrupar. O seu agrupamento
permite uma melhor arrumação e facilita o estudo do património empresarial.

Cada agrupamento de elementos patrimoniais com características semelhantes formam um


subconjunto de todos os elementos patrimoniais da empresa, a cada subconjunto, damos o
nome de CONTA.

Conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes, expressos em unidades


de valor.

A CONTA deve satisfazer dois requisitos:

1º- Homogeneidade, cada conta deve conter elementos que tenham características
comuns;

2º- Integralidade, todos os elementos que apresentam características comuns devem


fazer parte da mesma conta.

CONTA:

Conjunto de elementos patrimoniais que apresentam uma certa coerência e homogeneidade


entre si e se encontram expressos em unidade de valor. Toda a conta apresenta um título e
uma extensão ou valor.

REPRESENTAÇÃO DA CONTA:

Por convenção e tradição, a CONTA poderá apresentar o traçado, em forma de T.

Este traçado permite a divisão do espaço, reservado aos registos, em duas colunas:

-coluna da esquerda (1ª coluna);

-coluna da direita (2ª coluna).

Por convenção, à coluna da esquerda deu-se o nome de (DEVE), e à da direita de (HAVER).

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Assim, se uma conta recebe uma inscrição do lado esquerdo, diz-se que está a ser debitada;

Se uma conta recebe uma inscrição do lado direito, diz-se que está a ser creditada.

D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H

DÉBITOS CRÉDITOS

À diferença entre a soma dos DÉBITOS e dos CRÉDITOS, apresentados por uma conta
damos o nome de SALDO.

S=D–C

O saldo de uma conta traduz o seu valor em determinado momento.

Os saldos apurados podem apresentar natureza diferente:

Se D > C, o saldo diz-se Devedor,

A natureza do saldo recebe o nome do lado mais forte.

Se D = C, o Saldo diz-se Nulo,

Se D < C, o Saldo diz-se Credor.

Esquematicamente: D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H


Débitos Créditos
Se D > C -> Saldo Devedor
= +
Saldo Devedor
D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H

Se D = C -> Saldo Nulo Débitos Créditos


=

D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H


Se D < C -> Saldo Credor Débitos Créditos
+ =
Saldo Credor

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Movimentação da Conta:

Antes de efectuar qualquer registo, temos que saber em que coluna se efectuará o registo.

O primeiro registo a efectuar será a extensão inicial da conta evidenciada pelo Balanço.

Podemos ver a seguir no quadro de variação de contas que no activo a extensão inicial se
regista na 1ª coluna, o equivalente ao lado esquerdo do Balanço. A coluna do lado esquerdo
corresponde ao débito, o que equivale a dizer que as contas do Activo DEBITAM PELA
EXTENSÃO INICIAL.

Balanço
Contas Activo
+ - Equivalente a: Activo
Ext. Inic. Ext.
Inic.

Podemos ver no quadro de variação de contas que no Passivo a extensão inicial se regista na
2ª coluna, o equivalente ao lado direito do Balanço. A coluna da direita equivale ao crédito,
o que equivale a dizer que as contas do Passivo se CREDITAM PELA EXTENSÃO
INICIAL.

Balanço
Contas Passivo
- + Equivalente a: CPP
Ext.
Ext. Inic.
Inic.

- As contas do activo são debitadas pela extensão inicial


- As contas do capital próprio e passivo são creditadas pela extensão inicial

Se analisarmos ao pormenor, facilmente chegamos às seguintes conclusões:

1º - Movimentação das contas do ACTIVO:

Já sabemos que a extensão inicial de regista a débito, mas sabemos que uma conta pode
sofrer aumentos e diminuições de valor, como se realiza o respectivo registo?

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Analisamos o quadro de variação de contas:

Contas Activo D Conta do Activo C


+ -
Equivalente a: Ext. Inicial
Ext. Inic. Aumentos Diminuições
Aumento Diminuição

Regra de movimentação das contas do ACTIVO:


As contas do Activo são debitadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos de
extensão e creditadas pelas diminuições de extensão.

Nota Histórica:

A escola Contista, no século XV, explicava assim:

… quem recebe deve (tem um débito) , por isso o Activo foi considerado devedor.

… quem entrega tem a haver (tem um crédito), caracterizando um direito de


terceiros em relação à empresa.

2º - Movimentação das contas do CAPITAL PRÓPRIO e PASSIVO:

Nota Histórica:

A escola Contista, no século XV, explicava assim:

… a conta de capital representa um divida da empresa para com o proprietário


(sócios / accionistas), por isso a equiparação a Passivo.

Já sabemos que a extensão inicial de regista a CRÉDITO, mas sabemos que uma conta pode
sofrer aumentos e diminuições de valor, como se realiza o respectivo registo?

Analisamos o quadro de variação de contas:

Contas CP e Passivo D Conta do CPP C


- +
Ext. Inic. Equivalente a: Extensão Inicial
Diminuições
Aumentos
Diminuição Aumento

Regra de movimentação das contas do PASSIVO e CAPITAL PRÓPRIO:


As contas do passivo são creditadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos
de extensão e debitadas pelas diminuições de extensão.

EDIÇÃO 2014 14
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

3º - Movimentação das contas de GASTOS:

No quadro de variação de contas, as contas de gastos registam-se sempre na primeira coluna,


que equivale ao lado do DÉBITO, salvo algumas situações especiais.

Contas Gastos Conta de Gastos


D C
+ - Valor do
Equivalente a:
Valor do gasto
gasto

Regra de movimentação das contas de GASTOS:


As contas de gastos são debitadas, sempre que a empresa suporta um gasto
(relação Gasto – Passivo).

4º - Movimentação das contas de RENDIMENTOS:

No quadro de variação de contas, as contas de rendimentos registam-se sempre na segunda


coluna, que equivale ao lado do CRÉDITO, salvo algumas situações especiais.

Contas Rendimentos Contas de Rendimentos


D C
- +
Equivalente a: Valor do
Valor do Rendimento
Rendimento

Regra de movimentação das contas de RENDIMENTOS:


As contas de rendimentos são creditadas, sempre que a empresa obtém um
rendimento (relação Rendimento – Activo).

Cada fluxo económico registado pela empresa provoca alterações no seu património.

Ora a empresa está permanentemente a efectuar operações, operações que serão registadas
nas diversas contas de acordo com as características de homogeneidade e coerência.

Surge, assim a CONTA como um quadro de registo e de análise dos fluxos económicos da
empresa.

Podemos então definir CONTA como:

Quadro que permite seguir a evolução das aplicações e dos recursos de uma empresa.

EDIÇÃO 2014 15
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Contas colectivas e divisionárias:

Já constatamos ao longo do estudo efectuado da necessidade que a empresa tem em agrupar


os elementos patrimoniais em contas.

Desdobramento das contas:

DEPÓSITOS À ORDEM:

Sabemos o valor que a empresa tem à guarda das instituições financeiras, mas não sabemos
em qual ou em quais, temos por isso que desdobrar a conta de DO em contas divisionárias
ou sub-contas.

Contas do 1º Grau Depósitos à Ordem

Contas do 2º Grau Banco A Banco B Banco C

CLIENTES:

Sabemos o que significa o saldo de Clientes, mas não sabemos quais os clientes que nos
devem, surge agora a necessidade de a classificação contabilística, ser mais precisa. Temos
assim que dividir a conta clientes em contas subsidiárias. Assim, designamos a conta de
Clientes de conta colectiva ou acumulativa, uma vez que se pode dividir noutras – contas
divisionárias ou subcontas.
Contas do 1º Grau Clientes

Contas do 2º Grau Clientes Conta Clientes Títulos


Corrente Gerais a receber Gerais

Contas do 3º Grau A B C A B C

CONTAS DE INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS:

De acordo com a classificação económica das empresas, podemos ter mercadorias (empresas
comerciais) e matérias-primas (empresas industriais).

EDIÇÃO 2014 16
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Contas do 1º Grau Mercadorias Matérias-Primas

Contas do 2º Grau A B C A B C

CONTAS DE GASTOS:
Fornecimentos e Serviços
Externos

Subcontratos Serviços Especializados Serviços Diversos

Trabalhos Especializados Rendas O. Serviços

Honorários Seguros
Comissões

CONTAS DE RENDIMENTOS:

Vendas

Mercadorias Dev. Vendas Desc. Abat. VND

O INVENTÁRIO:

Aos documentos onde constam as listagens dos elementos patrimoniais da empresa, em


determinado momento, damos o nome de Inventário.

O INVENTÁRIO, pode ser classificado em:

1º - Quanto à ordenação:

- Inventário simples ou corrido, quando os seus elementos se apresentam


indiscriminadamente, sem a menor preocupação de ordem ou selecção;

EDIÇÃO 2014 17
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

- Inventário classificado ou selectivo, quando os seus elementos activos e passivos aparecem


separados e agrupados nas respectivas contas, obedecendo a uma certa ordem.

2º - Quanto ao conteúdo:

-Inventário total ou geral, quando nele estão inscritos todos os elementos patrimoniais da
empresa, em determinado momento;

- Inventário parcial, quando apenas são listados determinados elementos do património da


empresa.

3º - Quanto à apresentação:

- Inventário analítico, quando, além do título da conta, nele são apresentados todos os seus
elementos integrantes, devidamente valorados.

- Inventário sintético, quando nele apenas surgem as contas integrantes com o respectivo
título e extensão (valor).

Elaboração do inventário:

Na elaboração de um inventário, há a considerar, em geral, quatro fases:

1º- Arrolamento, consiste em fazer a listagem dos elementos patrimoniais


constituintes do património da empresa;

2º- Classificação, agrupamento em contas, dos elementos com características


semelhantes ou comuns;

3º- Descrição, consiste em indicar os elementos patrimoniais integrantes de cada


conta;

4º- Avaliação consiste na valoração dos elementos patrimoniais.

Inventário:

Relação, referida a uma determinada data, de elementos patrimoniais da empresa,


devidamente quantificados e valorizados.

EDIÇÃO 2014 18
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

VARIAÇÕES PATRIMONIAIS:

Variações Permutativas ou Qualitativas:

VARIAÇÕES PERMUTATIVAS OU QUALITATIVAS, SÃO PROVOCADAS POR


OPERAÇÕES QUE APENAS MODIFICAM A COMPOSIÇÃO DO PATRIMÓNIO, MAS
NÃO O SEU VALOR.

Variações Modificativas ou Quantitativas:

VARIAÇÕES MODIFICATIVAS OU QUANTITATIVAS, SÃO PROVOCADAS POR


OPERAÇÕES QUE MODIFICAM NÃO SÓ A COMPOSIÇÃO DO PATRIMÓNIO DA
EMPRESA, MAS TAMBÉM O SEU VALOR.

BALANÇO:

O Activo de uma empresa é constituído pelos BENS e DIREITOS de que é titular;

O Passivo de uma empresa é constituído pelas OBRIGAÇÕES que tem para com terceiros.

Situação Líquida resulta da diferença entre o ACTIVO e o PASSIVO, em determinado


momento.

Generalizando:

Se A > P

A situação Líquida diz-se Activa e A = P + SLA

Esquematicamente:

Situação Líquida Activa


Activo +
=
Passivo

Se A = P

EDIÇÃO 2014 19
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

A situação Líquida diz-se Nula e A = P

Esquematicamente:

Activo = Passivo

Se A < P

A situação Líquida diz-se Passiva e A + SLP = P

Esquematicamente:

Activo
+
Passivo
Situação Líquida =
Passiva

Em qualquer dos três casos apresentados, chegamos sempre a uma igualdade.

Por convenção, esta igualdade pode ser representada em forma de T, no qual do lado
esquerdo, representamos a Activo da empresa e do lado direito o Passivo da empresa. A
Situação Líquida registar-se-á, do lado mais fraco, de forma a mantermos uma igualdade.

À igualdade entre dois membros, representados desta maneira damos o nome de


BALANÇO.

Balanço

Activo Passivo
+ +
Situação Líquida Situação Líquida
Passiva Activa

A + SLP = P + SLA
A esta equação, damos o nome de, EQUAÇÃO GERAL DO BALANÇO

EDIÇÃO 2014 20
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Qualquer Balanço deverá:

- Indicar, especificamente a que empresa se refere;

- Apresentar, a data de elaboração (a empresa mantém permanentemente relações


com o espaço em que se insere, pelo que está em permanente mutação, o Balanço é uma
representação estática do Património, dever-se-á, indicar sempre a data a que se refere);

- Ser, sempre uma igualdade entre dois membros;

- Representar o Património:

- Representa o Património em composição, uma vez que nele estão inscritos


em extensão o Activo e o Passivo de uma empresa, em determinado momento;

- Representa o património em valor.

Balanço:

Uma igualdade entre dois membros, referida a uma determinada data e referente a uma dada
empresa, que nos representa o seu Património, quer em composição, quer em valor.

Apresentação do Balanço:

Na apresentação do Balanço, devemos respeitar os seguintes princípios básicos:

- A contabilidade da empresa deve fornecer dados claros, precisos e concisos;

- As rubricas integrantes do balanço devem ser escritas por determinada ordem:

- Os valores activos devem apresentar-se de cima para baixo, por ordem


crescente de liquidez, devendo, portanto, ser representados em primeiro lugar os que se
destinam a permanecer na empresa durante vários anos.

- Os valores do passivo e da situação líquida são agrupados de cima para


baixo por ordem decrescente de prazos de exigibilidade, devendo, portanto, ser
representadas em primeiro lugar as entradas dos sócios para a sociedade.

- A organização contabilística em Portugal está sujeita a regras, nomeadamente à


disciplina do Sistema de Normalização Contabilística.

EDIÇÃO 2014 21
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Representação do Balanço:

BALANÇO ANALITICO E SINTÉCTICO:

└ Balanço Analítico, as contas encontram-se desdobradas em sub-contas;

└ Balanço Sintético, as contas não se encontram desdobradas em sub-contas.

A DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS:

Já vimos que uma empresa realiza operações, que na óptica da Contabilidade, podem ser
permutativas ou modificativas. São as operações modificativas que vão levar aos objectivos
finais da empresa, a rentabilização dos investimentos, proporcionando o almejado lucro.

Já vimos que para determinado período as operações contabilísticas têm por base um
eventual Balanço Inicial, durante o ano a empresa labora e ocorrem alterações no seu
património, no fim desse período é elaborado um novo Balanço, denominado Balanço Final.
Ao tempo que decorre entre o Balanço Inicial e o Balanço final, damos o nome de período
económico, que em Portugal coincide em regra com o ano civil.

A partir da elaboração dos Balanços Inicial e Final é possível calcular o Resultado Líquido
do Exercício da empresa, basta então calcular:

Capital Próprio Final – Capital Próprio Inicial

Se esta diferença for positiva, a empresa obteve lucro;

Se a diferença for negativa, a empresa teve um prejuízo.

Tal como fizemos no estudo do Balanço, em que agregamos os elementos com


características homogéneas e coerentes entre si, na mesma conta, assim vamos fazer para a
elaboração da Demonstração dos Resultados. Agregaremos os elementos componentes dos
rendimentos e dos gastos da empresa em contas, segundo o Sistema de Normalização
Contabilística.

Para a elaboração do Demonstração de Resultados por Naturezas, teremos ainda que agrupar
cada uma das contas apresentadas, nas contas de resultados.

EDIÇÃO 2014 22
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

RESULTADO ANTES DE DEPRECIAÇÕES, GASTOS DE FINANCIAMENTO E


IMPOSTOS: Agrega as contas: (71 + 72 +73 + 74 + 75 + 78) – (61 + 62 + 63 + 66 + 67 +
68)

RESULTADOS OPERACIONAIS: Agrega o resultado anterior bem como as contas: (76) –


(64 + 65)

RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS: Agrega o resultado anterior, bem como as contas:


(79) – (69)

IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO PERÍODO:

Implica a determinação do valor do imposto, nos termos das disposições legais aplicáveis.

RESULTADO LIQUIDO DO PERÍODO =

RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS – IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DO


PERÍODO

O Resultado Liquido do Período resulta assim da diferença entre os RENDIMENTOS e os


GASTOS, liquido dos impostos que tributem os respectivos rendimentos.

Existem gastos e rendimentos que resultam da actividade normal e corrente que a empresa
desenvolve, bem como gastos e rendimentos de financiamento.

Daqui decorre a necessidade de decompormos a conta de RESULTADO LIQUIDO DO


PERIÍODO de acordo com a sua natureza, ou seja, de acordo com as operações que lhe
deram origem.

EDIÇÃO 2014 23
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA:

MODELOS CONTABILÍSTICOS:

Actualmente realça-se cada vez mais o papel social da empresa na medida em que a sua
ligação ao mundo que a rodeia é cada vez mais intensa. Diz-se mesmo que a empresa é um
agente económico que a todo o momento é atravessado por fluxos:

Fluxos externos: quando resultam de operações realizadas que colocam a empresa em


contacto com outros agentes económicos. (compras, vendas, empréstimos);

Fluxos internos: quando resultam de operações efectuadas no interior da própria


empresa. (trabalhos para a própria entidade).

O conhecimento preciso destas operações e do seu valor é feito através de documentos como
facturas, recibos, notas de débito e de crédito. Como uma das actividades básicas da
contabilidade é a de registar documentos, compete-lhe, por um lado, receber, seleccionar e
classificar tais documentos e, por outro, fornecer dados que permitam cálculos de
rentabilidade, solvabilidade, autonomia e análise dos desvios, possibilitando julgamentos
sobre a situação da empresa, sua evolução e perspectivas futuras.

O papel da contabilidade, não se fica por aqui, é cada vez mais um precioso instrumento de
elaboração de estatísticas e das contas nacionais.

A contabilidade, para desempenhar todas as tarefas expostas, deve resumir e sumariar os


dados obtidos para que possam ser inscritos em documentos, a que damos o nome de
modelos.

Assim,

Modelo contabilístico: é uma maneira simples de representar a realidade complexa,


de modo a que terceiros a possam compreender.

Os modelos contabilísticos facilitam a gestão empresarial na medida em que permitem


planificar, medir e controlar, de modo científico, as actividades desenvolvidas ou a
desenvolver, na empresa.

EDIÇÃO 2014 24
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Os modelos, em geral, e os contabilísticos em particular, são elaborados com base em três


tipos de orientações:

1 – Princípios: são tão importantes que determinam a natureza básica do modelo. São
universalmente aceites, permitindo obter uma imagem verdadeira e apropriada da situação
patrimonial, bem como dos resultados das operações realizadas pela empresa.

2 – Tradições: incidem sobre aspectos contabilísticos menos importantes, permitindo,


por um lado, a uniformização do modelo dentro de um país mas possibilitando, por outro,
que os mesmos variem de país para país.

3 – Leis: destinam-se a reforçar os princípios e as tradições existentes no país, ou a


estabelecer regras a que as empresas devem aderir.

Destinam-se fundamentalmente a:

- Obrigar à divulgação das demonstrações financeiras;

- Dar segurança a terceiros, que contactem com a empresa, uma vez que se destinam
ou a fazer com que as contas anuais apresentadas sejam correctas;

- Permitir a consistência ou permanência dos métodos, isto é, a assegurar que os


resultados obtidos de ano para ano sejam comparáveis.

Os princípios, as tradições e as leis, reunidos em modelos contabilísticos, implicam que estes


variem de país para país, de acordo com a sua estrutura política e as suas instituições,
tornando-se por vezes, extremamente difícil, fazer comparações entre países.

Pode-se, mesmo afirmar que as tradições conduziram à criação de três grandes escolas
contabilísticas:

- Nas economias liberais, nestes países, as Associações de Profissionais,


desempenham um papel fundamental, uma vez, que são elas que elaboram disposições sobre
dados a apresentar no Balanço, nas Demonstrações de Resultados e no Relatório de Gestão,
sempre considerando que a contabilidade, deve dar a qualquer momento uma imagem
verdadeira e fiel da situação patrimonial da empresa.

EDIÇÃO 2014 25
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

- Nas economias de tendência planificadora, em que existem planos contabilísticos, o


que permite que a contabilidade fique sujeita a um modelo geral uniforme.

- Nas economias planificadas, em que a economia da empresa se encontra integrada


na planificação global, pelo que à empresa são fixados objectivos em quantidades físicas e
em valor, o que permite obter dados para cálculo de índices, que servem de base de análise
de desvios em relação ao planificado e de orientação para o futuro.

No que respeita aos países da Europa ocidental, após a criação da CEE, verificou-se um
esforço de parte dos seus membros para que as divergências se esbatessem.

Deste modo, foi elaborada a IV Directiva do Conselho, de acordo com o disposto no Tratado
de Roma, que teve por objectivo harmonizar a estrutura, o conteúdo e o modo de avaliação
das contas anuais das sociedades de capitais. Esta tendência era inevitável, as empresas mãe,
passaram a abrir filiais noutros países membros, e a criação de uma zona económica livre,
levou a que a concorrência passasse a exigir equivalência de informações.

Apesar de se terem feito significativas aproximações com as disposições constantes da 4ª


Directiva da CEE, mantiveram-se determinadas características próprias do nosso contexto
jurídico – económico e das características das nossas empresas. A 7ª Directiva introduziu
novos ajustamentos ao POC de 1989, que consistiram em algumas modificações e no
aditamento respeitantes a normas de consolidação de contas e demonstrações financeiras
consolidadas, respectivamente.

O Plano Oficial de Contabilidade, apresentava, uma filosofia e uma estrutura própria, o que
lhe conferia uma aptidão particular para, aplicando critérios tradicionalmente portugueses,
resolver questões específicas do nosso universo económico – financeiro.

O Regulamento (CE) n.º 1606/2002 veio estabelecer a adopção e a utilização, na


Comunidade, das normas internacionais de contabilidade — International Accounting
Standards (IAS) e International Financial Reporting Standards (IFRS) e interpretações
conexas — International Financial Reporting Interpretations Committee (SIC/ IFRIC).

A aplicabilidade das normas internacionais de contabilidade às empresas cotadas em bolsa é


a expressão mais recente dos esforços internacionais de normalização contabilística que
resultou na substituição do Plano Oficial de Contabilidade pelo Sistema de Normalização
Contabilística.

EDIÇÃO 2014 26
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Evolução histórica do conceito de Normalização Contabilística:

No início do século XX, a actividade económica caracterizava-se pela existência de um


grande mercado, sujeito à lei da livre concorrência. Cada empresa definia a sua própria
organização contabilística. Após a I Guerra Mundial (1917), assistiu-se por todo o mundo, à
formação de médias e grandes empresas, resultantes da fusão e associação de pequenas
empresas. O Estado, que até então estava afastado do mercado, decide intervir na economia,
não só nacionalizando as grandes empresas, como também orientando o mercado. Esta
intervenção por parte do Estado levou a que a Contabilidade, passa-se a ter um carácter
colectivo, sentindo-se assim a necessidade de uniformizar os métodos contabilísticos.

As primeiras tentativas de uniformização do conteúdo e terminologia das normas


contabilísticas foram feitas nos EUA. Paralelamente em Inglaterra, surgiram as “Chartered
Accountants”, associações de contabilistas, que estabelecem normas de contabilização, para
cada ramo de actividade. São estes os primeiros passos conducentes à internacionalização
das normas contabilísticas. Em 1937, surge na Alemanha o primeiro Plano Contabilístico.

A internacionalização dos negócios levou à uniformização dos procedimentos


contabilísticos.

O plano de contas, objectivos:

Com a existência de um plano nacional de contabilidade, pretende-se conseguir uma


uniformização dos princípios contabilísticos nas empresas, de modo a permitir a obtenção de
informações precisas, claras e úteis, não só às próprias empresas, mas também a todas as
entidades interessadas na obtenção dos seus dados contabilísticos. Este objectivo só é
possível, existindo um plano contabilístico, aplicável a todas as organizações com
características similares.

Estas necessidades incluem:


(a) Investidores – Os fornecedores de capital de risco e os seus consultores estão ligados ao risco
inerente aos, e ao retorno proporcionado pelos, seus investimentos. Necessitam de informação para
os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os accionistas estão também
interessados em informação que lhes facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos.

EDIÇÃO 2014 27
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

(b) Empregados – Os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na


informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão também
interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar
remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego.
(c) Mutuantes – Os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita determinar se os
seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos.
(d) Fornecedores e outros credores comerciais - Os fornecedores e outros credores estão
interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes são devidas serão
pagas no vencimento. Os credores comerciais estão provavelmente interessados numa entidade
durante um período mais curto que os mutuantes a menos que estejam dependentes da
continuação da entidade como um cliente importante.
(e) Clientes - Os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma entidade,
especialmente quando com ela têm envolvimentos a prazo, ou dela estão dependentes.
(f) Governo e seus departamentos – O Governo e os seus departamentos estão interessados na
alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigem informação a fim
de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de tributação e como base para
estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes.
(g) Público - As entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar uma
contribuição substancial à economia local de muitas maneiras incluindo o número de pessoas que
empregam e patrocinar comércio dos fornecedores locais. As demonstrações financeiras podem
ajudar o público ao proporcionar informação acerca das tendências e desenvolvimentos recentes na
prosperidade da entidade e leque das suas actividades.

Antecedentes do plano em Portugal:

A primeira tentativa de uniformização a nível sectorial surgiu nas companhias de seguros e


nos bancos, como recomendação do Congresso Internacional de Contabilidade, realizado em
Barcelona, em 1929, surgindo anos depois o Plano Internacional de Contabilidade, relativo
ao sector. As reformas fiscais implementadas pelos governos, vêm acentuar a necessidade de
um plano de contabilidade, que permitisse controlar a tributação dos rendimentos obtidos
pelas empresas. Na década de 60 do século XX, é nomeada a 1ª comissão pelo Ministério
das Finanças, encarregada da elaboração do 1º projecto de um Plano português de
Contabilidade, tornado público em Maio de 1970, intitulado Plano Geral de Contabilidade.
Tratava-se da adaptação do Plano Contabilístico francês de 1957. Em 1973, o Ministério das
Finanças, divulga o 2º projecto de Plano Português de Contabilidade. Em 1975 é
apresentado pela Sociedade Portuguesa de Contabilistas o Plano Oficial de Contabilidade.
Com a adesão de Portugal à CEE, e por efeitos da Directiva n.º 78-660-CEE, houve

EDIÇÃO 2014 28
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

necessidade de reformular o plano em vigor, introduzindo-lhe melhorias de forma a adapta-


lo, quer à realidade nacional quer à europeia. Desde então, tem havido sucessivas
actualizações ao POC que resultaram na sua revogação e consequente substituição pelo
Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA1:

Estrutura conceptual2:

Pressupostos subjacentes:

- Regime do Acréscimo (periodização económica):


A fim de satisfazerem os seus objectivos, as demonstrações financeiras são preparadas de
acordo com o regime contabilístico do acréscimo. Através deste regime, os efeitos das
transacções e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não
quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo registados
contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo
informam os utentes não somente das transacções passadas envolvendo o pagamento e o
recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos que
representem caixa a ser recebida no futuro. Deste modo, proporciona-se informação acerca
das transacções passadas e outros acontecimentos que seja mais útil aos utentes na tomada
de decisões económicas.
- Continuidade:
As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que uma
entidade é uma entidade em continuidade e de que continuará a operar no futuro previsível.
Daqui que seja assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade de
liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações; se existir tal intenção ou
necessidade, as demonstrações financeiras podem ter que ser preparadas segundo um regime
diferente e, se assim for, o regime usado deve ser divulgado.

1
Aprovado pelo DL 158/2009 de 13/07
2
Aviso 15652_2009

EDIÇÃO 2014 29
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Características qualitativas das demonstrações financeiras:


As características qualitativas são os atributos que tornam a informação proporcionada nas
demonstrações financeiras útil aos utentes. As quatro principais características qualitativas
são a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade.
- Compreensibilidade
Uma qualidade essencial da informação proporcionada nas demonstrações financeiras é a de
que ela seja rapidamente compreensível pelos utentes. Para este fim, presume-se que os
utentes tenham um razoável conhecimento das actividades empresariais e económicas e da
contabilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência. Porém, a
informação acerca de matérias complexas, a incluir nas demonstrações financeiras dada a
sua relevância para a tomada de decisões dos utentes, não deve ser excluída meramente com
o fundamento de que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
- Relevância
Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. A
informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dos
utentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar,
ou corrigir, as suas avaliações passadas.
- Fiabilidade
Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a qualidade da
fiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos, e os utentes dela
possam depender ao representar fidedignamente o que ela ou pretende representar ou pode
razoavelmente esperar-se que represente.
Se a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros acontecimentos
que tenha por fim representar, é necessário que eles sejam contabilizados e apresentados de
acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a sua forma legal.
Para que seja fiável, a informação contida nas demonstrações financeiras tem de ser neutra,
isto é, livre de preconceitos.
Os preparadores das demonstrações financeiras têm, porém, de lutar com as incertezas que
inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, tais como a cobrabilidade
duvidosa de dívidas a receber, a vida útil provável de instalações e equipamentos e o número
de reclamações de garantias que possam ocorrer.
Para que seja fiável, a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa adentro
dos limites de materialidade e de custo.

EDIÇÃO 2014 30
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

- Comparabilidade:
Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma entidade ao
longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu
desempenho. Os utentes têm também de ser capazes de comparar as demonstrações
financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa a sua posição
financeira, o seu desempenho e as alterações na posição financeira. Daqui que a mensuração
e exposição dos efeitos financeiros de transacções e outros acontecimentos semelhantes
devam ser levados a efeito de maneira consistente em toda a entidade e ao longo do tempo
nessa entidade e de maneira consistente para diferentes entidades.
Porque os utentes desejam comparar a posição financeira, o desempenho e as alterações na
posição financeira de uma entidade ao longo do tempo, é importante que as demonstrações
financeiras mostrem a informação correspondente dos períodos precedentes.

Conjunto completo de demonstrações financeiras:

As demonstrações financeiras fazem parte do processo do relato financeiro. Um conjunto


completo de demonstrações financeiras inclui normalmente um balanço, uma demonstração
dos resultados, uma demonstração das alterações na posição financeira e uma demonstração
de fluxos de caixa, bem como as notas e outras demonstrações e material explicativo que
constituam parte integrante das demonstrações financeiras. Elas podem também incluir
mapas suplementares e informação baseada em tais demonstrações ou derivada delas, e que
se espera que seja lida juntamente com elas. Tais mapas e informações suplementares podem
tratar, por exemplo, de informação financeira de segmentos industriais e geográficos e de
divulgações acerca dos efeitos das variações de preços.
As demonstrações financeiras não incluem, porém, elementos preparados pelo órgão de
gestão, tais como relatórios, exposições, debate e análise e elementos similares que possam
ser incluídos num relatório financeiro ou anual.

Objectivo das demonstrações financeiras:


O objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição
financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja
útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

EDIÇÃO 2014 31
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Posição financeira, desempenho e alterações na posição:


As decisões económicas que sejam tomadas pelos utentes das demonstrações financeiras
requerem uma avaliação da capacidade da entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa
e da tempestividade e certeza da sua geração. Esta capacidade determina em última
instância, por exemplo, a capacidade de uma entidade pagar aos seus empregados e
fornecedores, satisfazer pagamentos de juros, reembolsar empréstimos e fazer distribuições
aos seus proprietários. Os utentes ficam mais habilitados para avaliar esta capacidade de
gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes for proporcionada informação que foque a
posição financeira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade.
A posição financeira de uma entidade é afectada pelos recursos económicos que ela controla,
pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua capacidade de se
adaptar às alterações no ambiente em que opera. A informação acerca dos recursos
económicos controlados pela entidade e a sua capacidade no passado para modificar estes
recursos é útil na predição da capacidade da entidade para gerar no futuro caixa e
equivalentes de caixa. A informação acerca da estrutura financeira é útil na predição de
futuras necessidades de empréstimos e de como os lucros futuros e fluxos de caixa serão
distribuídos entre os que têm interesses na entidade; é também útil ao predizer que sucesso a
entidade provavelmente terá em conseguir fundos adicionais. A informação acerca da
liquidez e solvência é útil na predição da capacidade da entidade para satisfazer os seus
compromissos financeiros à medida que se vencerem. A liquidez refere-se à disponibilidade
de caixa no futuro próximo depois de ter em conta os compromissos financeiros durante este
período. A solvência refere-se à disponibilidade de caixa durante prazo mais longo para
satisfazer os compromissos financeiros à medida que se vençam.

Através da análise gráfica poderemos conhecer e comparar o desenvolvimento das diferentes


rubricas do Balanço em vários períodos.

A elaboração dos gráficos deve ser feita de modo a podermos relacionar os capitais
permanentes (passivo não corrente + capitais próprios) com o activo não corrente e o passivo
corrente com o activo corrente.

EDIÇÃO 2014 32
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Activo Corrente Meios Financeiros Líquidos Passivo Contas a Pagar

Contas a Receber Corrente (no curto prazo)

Inventários e Activos Biológicos

Activo não Investimentos Passivo não Contas a Pagar


Corrente Corrente
(no médio e longo
prazo

Capital Capital Reservas


e Resultados
Próprio
Transitados

Podemos concluir que:

1- Os passivos não correntes, a existirem, devem servir para financiar o activo não corrente
que não esteja «coberto» por capitais próprios.

2- O activo corrente deve cobrir os passivos correntes, mas deve existir sempre uma margem
de segurança, denominado de, Fundo de Maneio, entre o activo corrente e os passivos
correntes, para fazer face a possíveis dificuldades de tesouraria.

FUNDO DE MANEIO = ACTIVO CORRENTE – PASSIVOS CORRENTES

ou,

FUNDO DE MANEIO = ACTIVO NÃO CORRENTE – [CAPITAL PRÓPRIO +


PASSIVO NÃO CORRENTE]

A análise gráfica do Balanço deverá ter em conta o tipo de empresa e o seu enquadramento
dentro do ramo de actividade em que se situa. A estrutura patrimonial ideal de uma empresa
varia em relação ao tipo de actividade por ela desenvolvida, condicionando, esta, toda a sua
estrutura patrimonial, nomeadamente os valores investidos em activos não correntes.

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

A informação acerca do desempenho de uma entidade, em particular a sua lucratividade, é


necessária a fim de determinar as alterações potenciais nos recursos económicos que seja
provável que ela controle no futuro. A informação acerca da variabilidade do desempenho é,
a este respeito, importante. A informação acerca do desempenho é útil na predição da
capacidade da entidade gerar fluxos de caixa a partir dos seus recursos básicos existentes. É
também útil na formação de juízos de valor acerca da eficácia com que a entidade pode
empregar recursos adicionais.
A informação respeitante às alterações na posição financeira de uma entidade é útil a fim de
avaliar as suas actividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o
período de relato.
Esta informação é útil ao proporcionar ao utente uma base para determinar a capacidade de
uma entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da entidade para
utilizar esses fluxos de caixa. Ao construir uma demonstração de alterações na posição
financeira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como todos os recursos
financeiros, capital circulante, activos líquidos ou caixa.
Esta estrutura conceptual não assume nenhuma definição específica de fundos.
A informação acerca da posição financeira é principalmente proporcionada num balanço. A
informação acerca do desempenho é principalmente dada numa demonstração de resultados.
A informação acerca das alterações na posição financeira é proporcionada nas
demonstrações financeiras por meio de uma demonstração separada.
As partes componentes das demonstrações financeiras inter-relacionam-se porque reflectem
aspectos diferentes das mesmas transacções ou outros acontecimentos. Se bem que cada
demonstração proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhuma só por si
sirva um propósito único ou proporcione toda a informação que satisfaça as necessidades
particulares dos utentes. Por exemplo, uma demonstração de resultados proporciona uma
imagem incompleta do desempenho a menos que seja usada juntamente com o balanço e a
demonstração das alterações da posição financeira.

Elementos das demonstrações financeiras:


Posição financeira:
Activo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e
do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros;

EDIÇÃO 2014 34
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da


liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos;
Capital próprio é o interesse residual nos activos da entidade depois de deduzir todos os seus
passivos.
Desempenho:
Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio;
(b) Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que resultem
em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos
participantes no capital próprio.

Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras:


Um item que satisfaça a definição de uma classe deve ser reconhecido se:
(a) For provável que qualquer benefício económico futuro associado com o item flua para ou
da entidade, e
(b) O item tiver um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade.

Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras:


Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das
demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na demonstração
dos resultados.
São utilizadas diferentes bases de mensuração em graus diferentes e em variadas
combinações nas demonstrações financeiras.
Elas incluem as seguintes:

(a) Custo histórico. Os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixa
paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da sua aquisição.
Os passivos são registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação, ou
em algumas circunstâncias (por exemplo, impostos sobre o rendimento), pelas quantias de

EDIÇÃO 2014 35
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

caixa, ou de equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o
passivo no decurso normal dos negócios.
(b) Custo corrente. Os activos são registados pela quantia de caixa ou de equivalentes de
caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um activo equivalente fosse correntemente
adquirido. Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa, ou de
equivalentes de caixa, que seria necessária para liquidar correntemente a obrigação.
(c) Valor realizável (de liquidação). Os activos são registados pela quantia de caixa, ou
equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender o activo numa alienação
ordenada. Os passivos são escriturados pelos seus valores de liquidação; isto é, as quantias
não descontadas de caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para
satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.
(d) Valor presente. Os activos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros
influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso normal dos negócios. Os
passivos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidos de
caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos
negócios.
(e) Justo valor. Quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entre
partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamento
entre elas.

A base de mensuração geralmente adoptada pelas entidades ao preparar as suas


demonstrações financeiras é o custo histórico.

A selecção das bases de mensuração e do conceito de manutenção do capital determina o


modelo contabilístico usado na preparação das demonstrações financeiras. Modelos
contabilísticos diferentes exibem diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, como
noutras áreas, tem de procurar-se um balanceamento entre relevância e fiabilidade.

Notas às demonstrações financeiras:


As demonstrações financeiras também contêm notas e quadros suplementares e outras
informações.
Por exemplo, elas podem conter informação adicional que seja relevante para as
necessidades dos utentes acerca dos itens do balanço e da demonstração dos resultados.
Podem incluir divulgações acerca dos riscos e incertezas que afectem a entidade e quaisquer

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

recursos e obrigações não reconhecidos no balanço (tais como recursos minerais). A


informação acerca dos segmentos geográficos e industriais e os efeitos na entidade das
variações de preços é também muitas vezes proporcionada na forma de informação
suplementar.

Aplicabilidade do SNC:
O SNC é obrigatoriamente aplicável às seguintes entidades, excepto quando sejam aplicáveis
as normas internacionais de contabilidade.
a) Sociedades nacionais e estrangeiras abrangidas pelo Código das Sociedades
Comerciais;
b) Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
c) Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;
d) Empresas públicas;
e) Cooperativas;
f) Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse
económico;
g) Outras entidades que, por legislação específica, se encontrem sujeitas ao POC ou
venham a estar sujeitas ao SNC.

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Quadro Síntese de Contas3:

3
Portaria 1011_2009

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro4:

NCRF

NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações


Financeiras

NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa

NCRF 3 - Adopção pela primeira vez das NCRF

NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas


Estimativas Contabilísticas e Erros

NCRC 5 – Divulgações de Partes Relacionadas

NCRF 6 - Activos Intangíveis

NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis

NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e


Unidades Operacionais Descontinuadas

NCRF 9 – Locações

NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos

NCRF 11 - Propriedades de Investimento

NCRF 12 – Imparidade de Activos

NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e


Investimentos em Associadas

NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresarias

4
Aviso 15654_2009 e Aviso 15655_2009

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação

NCRF 16 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

NCRF 17 – Agricultura

NCRF 18 – Inventários

NCRF 19 - Contratos de Construção

NCRF 20 – Rédito

NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos


Contingentes

NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e


Divulgação de Apoios do Governo

NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

NCRF 24 - Acontecimentos Após a Data do Balanço

NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento

NCRF 26 - Matérias Ambientais

NCRF 27 - Instrumentos Financeiros

NCRF 28 - Benefícios dos Empregados

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Demonstrações Financeiras5:

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro:

Balanço Geral (Individual ou Consolidado);

Demonstração das Alterações no Capital Próprio (Individual ou Consolidado);

Demonstração dos Fluxos de Caixa (Individual ou Consolidado)

- Método Directo.

- Método Indirecto (opcional).

Demonstração de Resultados (Individual ou Consolidado);

- por Natureza;

- por Funções (opcional).

Anexo Geral.

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro – Pequenas Entidades6:

Aplicável às entidades que optem pela sua aplicação e que não ultrapassem dois dos três
limites seguintes: Total de Balanço: 1 500 000€; Total de Vendas Líquidas e Outros
Rendimentos: 3 000 000€; N.º médio de trabalhadores: 50:

Balanço;

Demonstração de Resultados (Individual ou Consolidado);

- por Natureza;

- por Funções (opcional).

Anexo

5
Portaria 986_2009
6
Lei 20/2010 de 23/08

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

3. CONTABILIDADE FINANCEIRA:

Estudo das Classes:

CLASSE 1 – MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS


Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer o dinheiro e
depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.

11 Caixa

A conta Caixa é constituída por todos os meios líquidos de pagamento à disposição da


empresa, ou seja, notas, moedas, cheques e vales.

O saldo final da conta Caixa é sempre devedor ou nulo, e será inscrito no Balanço na rubrica
Activo Corrente.

Os valores em moeda estrangeira devem ser actualizados à taxa de câmbio7 à data de relato:

- Se diferença de câmbio positiva: o rendimento será registado na conta 7861;


- Se diferença de câmbio negativa: o gasto será registado na conta 692x.

12 Depósitos à ordem

De acordo com os interesses da empresa os depósitos bancários podem ter longevidade


diferente:

Depósitos à Ordem: O dinheiro da empresa está à ordem, quando se encontra depositado


numa instituição financeira por tempo indeterminado, podendo a empresa movimentá-lo
sempre que necessite. Nos casos em que as empresa trabalhem com mais que um Banco, a
contabilidade deve registar separadamente os respectivos movimentos criando para o efeito
as subcontas que entender necessárias.

13 Outros depósitos bancários

Depósitos a Prazo: Quando as empresas dispõem de excedentes financeiros, podem aplicá-


los por prazos mais longos. O desdobramento da conta será feito de acordo com os Bancos
em que a empresa é cliente.

7
Ver NCRF 23 Efeitos da alteração das taxas de câmbio

EDIÇÃO 2014 42
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Outros Depósitos Bancários: Depósitos bancários, que não se devam registar nas contas
anteriores.

Todas as contas de depósitos bancários serão evidenciadas no Balanço, na rubrica Activo


Corrente.

8
14 Instrumentos financeiros *
141 Derivados
1411 Potencialmente favoráveis
São alterações que registam ganhos por aumentos do justo valor (a registar em 771)

1412 Potencialmente desfavoráveis


São alterações que registam perdas por reduções do justo valor (a registar em 661)
142 Instrumentos financeiros detidos para negociação
1421 Activos financeiros
1422 Passivos financeiros
143 Outros activos e passivos financeiros (justo valor através dos resultados)
Inclui todos os Activos e Passivos financeiros que não sejam nem Derivados nem Detidos
para Negociação

1431 Outros activos financeiros


1432 Outros passivos financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam caixa (conta 11) ou
depósitos bancários que não incluam derivados (contas 12 e 13) que sejam mensurados ao justo
valor cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados. Consequentemente,
excluem-se desta conta os restantes instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo,
custo amortizado ou método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).

8
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros

EDIÇÃO 2014 43
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

CLASSE 29 – CONTAS A RECEBER E A PAGAR

Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal,
Estado e outros entes públicos, financiadores, accionistas, bem como outras operações com
terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas. Incluem-
se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos rendimentos nos
períodos a que respeitam) e as provisões.
10
21 - Clientes
Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de serviços.

Todas as transacções com os clientes independentemente do seu recebimento devem ser


registadas na conta clientes, subconta respectiva.

- Clientes Conta Corrente: Registam-se nesta conta os créditos da empresa não


titulados por letra ou outro qualquer título a receber.

- Clientes Títulos a Receber: Registam-se nesta conta os créditos da empresa


titulados por letra ou qualquer outro título.
218 - Adiantamentos de clientes
Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, a
efectuar a terceiros. Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas
subcontas da rubrica 211 – Clientes c/c.
11 12 13 14
219, 229 , 239 , 269 e 279 – Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem da
aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 2, podendo
ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantias
líquidas.
As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 651 – Perdas por imparidade – Em
dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as
perdas) são registadas nas contas 7621 – Reversões de perdas por imparidade – Em dívidas a
receber. Quando se verificar o desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as
contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.

15
22 - Fornecedores

9
Ver NCRF 5 Divulgação de partes relacionadas
Ver NCRF 13 Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
Ver NCRF 14 Concentrações de Actividades Empresariais
10
Ver NCRF 23 Os Efeitos de alterações em taxas de câmbio
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros
11
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a fornecedores essa imparidade existe
apenas no que diz respeito a Adiantamentos a Fornecedores (registado na conta 228/2713)
12
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a pessoal essa imparidade existe apenas
no que diz respeito a Adiantamentos ou Outras Operações (registado na conta 232/238)
13
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a Accionistas/Sócios essa imparidade
existe apenas no que diz respeito a saldos devedores registados nas contas 263/264/266/268
14
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a Outras Contas a pagar essa imparidade
existe apenas no que diz respeito a Adiantamentos (registado nas contas 278)
15
Ver NCRF 23 Os Efeitos de alterações em taxas de câmbio
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com excepção dos destinados
aos investimentos da entidade.

A conta de fornecedores, deve incluir todos os registos das compras de bens e serviços,
efectuadas pela empresa, independentemente do respectivo pagamento. Esta conta deve ser
desdobrada conforme o número de fornecedores e as necessidades da empresa.
- Fornecedores Conta Corrente: Regista todos os débitos da empresa provenientes de
fornecimentos que não se encontrem titulados por letras ou outros títulos.
- Fornecedores Títulos a Pagar: Regista todos os débitos titulados por letras ou outros
títulos.

225 - Fornecedores – Facturas em recepção e conferência


Respeita às compras cujas facturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da conta 221
por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada
por crédito da conta 221, aquando da contabilização definitiva da factura.
228 - Adiantamentos a fornecedores
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a efectuar por
terceiros. Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontas
da conta 221.

Diferenças de câmbio16:
Se negativas, os gastos resultantes das actualizações monetárias das transacções será
registada na conta 692. Se a diferença for positiva, será registada na conta 7861.

17
23 Pessoal
231 - Remunerações a pagar
O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:
1ª Fase – pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro do mês a
que respeitem: débito, das respectivas subcontas de 63 – Gastos com o pessoal, por crédito de 231,
pelos valores líquidos apurados no processamento e normalmente das contas 24 – Estado e outros
entes públicos (nas respectivas subcontas), 232 – Adiantamentos e 278 – Outros devedores e
credores, relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efectuados
(parte do pessoal);
2ª Fase – pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal), dentro do mês a
que respeitem: débito da respectiva rubrica em 635 – Gastos com o pessoal – Encargos sobre
remunerações, por crédito das subcontas de 24 – Estado e outros entes públicos a que respeitem
as contribuições patronais;
3ª Fase – Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas 231, 24 e 278,
por contrapartida das contas da classe 1.

24 - Estado e outros entes públicos


Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes públicos que
tenham características de impostos e taxas.
18
241 - Imposto sobre o rendimento
Esta conta é debitada pelos pagamentos efectuados e pelas retenções na fonte a que alguns dos
rendimentos da entidade estiverem sujeitos.

16
Ver NCRF 23 Efeitos da alteração das taxas de câmbio
17
Ver NCRF 28 Benefícios dos Empregados
18
Ver NCRF 25 Imposto sobre os Rendimentos

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

No fim do período será calculada, com base na matéria colectável estimada, a quantia do respectivo
imposto, a qual se registará a crédito desta conta por débito de 8121 – Imposto estimado para o
período.
242 - Retenção de impostos sobre rendimentos
Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente a
rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser subdividida de acordo com a
natureza dos rendimentos.
243 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do Imposto sobre
o Valor Acrescentado.

VENDAS COMPRAS (mercadorias ou


bens e serviços)
IVA Liquidado IVA Dedutível

Credita Debita

IVA Regularizações
A favor do Estado A favor da Empresa
Credita Debita

IVA Apuramento

IVA Dedutível IVA Liquidado

IVA Regularizações a IVA Regularizações a


favor do Empresa favor do Estado

Se S. Devedor, IVA a recuperar /reportar


Se S. Credor, imposto a entregar ao Estado
245 Contribuições para a Segurança Social
Lei 110/2009 de16 de Setembro Código Contributivo da Segurança Social

EDIÇÃO 2014 46
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

19
25 Financiamentos obtidos

Frequentemente, as empresas recorrem a financiamentos (empréstimos obtidos).


251 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2511 Empréstimos bancários
2512 Descobertos bancários
20
2513 Locações financeiras
252 Mercado de valores mobiliários
2521 Empréstimos por obrigações *
253 Participantes de capital
254 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
258 Outros financiadores

26 Accionistas/sócios
261 – Accionistas c/subscrição e
262 – Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do Balanço, os saldos destas contas são deduzidos ao Capital nos
termos da NCRF 27 – Instrumentos financeiros (§ 8).

27 Outras contas a receber e a pagar

271 – Fornecedores de investimentos


Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos investimentos da
entidade.
2712 – Facturas em recepção e conferência
Respeita às aquisições cujas facturas, recebidas ou não, estão por lançar na conta 2711 –
fornecedores de investimentos – contas gerais por não terem chegado à entidade até essa data ou
não terem sido ainda conferidas.
Será debitada por crédito da conta 2711, aquando da contabilização definitiva da factura.
2713 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, de
investimentos a efectuar por terceiros. Pela recepção da factura, estas verbas serão transferidas
para as respectivas contas na rubrica 2711 – Fornecedores de investimentos – contas gerais.
272 – Devedores e credores por acréscimos
Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser reconhecidos
no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita ou despesa só
venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.
273 – Benefícios pós-emprego
Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a sociedade
gestora de um fundo autónomo.
274 – Impostos diferidos
São registados nesta conta os activos por impostos diferidos que sejam reconhecidos para as
diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF 25 – Impostos sobre
o Rendimento.
275 - Credores por subscrições não liberadas
Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, acções, obrigações e outros títulos, por
contrapartida das respectivas contas de investimentos financeiros.
276 – Adiantamentos por conta de vendas
Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços cujo preço
esteja previamente fixado. Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas para as
respectivas contas da rubrica 211 – Clientes c/c.

19
Ver NCRF 10 Custos dos Empréstimos Obtidos
20
Ver NCRF 9 Locações

EDIÇÃO 2014 47
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

28 - Diferimentos
Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos seguintes.
281 Gastos a reconhecer
282 Rendimentos a reconhecer
283 - Subsídios para investimentos
Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base sistemática,
para a conta 7883 – Imputação de subsídios para investimentos, à medida em que forem
contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.

Em conformidade com o regime da periodização dos exercícios (Acréscimo), os


rendimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos, independentemente
do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos
períodos a que respeitam. Geralmente a empresa suporta gastos ou realiza rendimentos no
próprio exercício e que dizem respeito ao exercício seguinte, são os gastos diferidos e/ou
rendimentos diferidos.

21
29 - Provisões
Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e que
à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data
de ocorrência.
As suas subcontas devem ser utilizadas directamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
291 Impostos
292 Garantias a clientes
293 Processos judiciais em curso
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
22
295 Matérias ambientais
296 Contratos onerosos
297 Reestruturação
298 Outras provisões

21
Ver NCRF 21 – Provisões, passivos contingentes e activos contingentes
22
Ver NCRF 26 – Matérias ambientais

EDIÇÃO 2014 48
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

CLASSE 3 – INVENTÁRIOS23 E ACTIVOS BIOLÓGICOS24

Noções básicas:

São Inventários e Activos Biológicos todo o bem armazenável que foi adquirido ou
produzido pela empresa e que se destina a ser vendido ou a ser incorporado no processo
produtivo.

Os bens adquiridos ou produzidos podem ser:

- Matérias – primas: bens adquiridos para serem transformados durante o processo


produtivo e que aparecem materialmente nos produtos finais;

- Matérias Subsidiárias: bens que se adquirem para serem utilizados no processo


produtivo, mas que não se incorporam materialmente no produto final;

- Produtos e trabalhos em curso: bens que se encontram em fase de transformação no


processo produtivo da empresa, não estando por isso, em condições de ser armazenados ou
vendidos;

- Produtos acabados: bens principais resultantes do processo produtivo da empresa,


estando, portanto, em condições de serem armazenados ou vendidos.

- Subprodutos, desperdícios resíduos e refugos: produtos secundários que resultam do


processo produtivo juntamente com o produto principal, tendo em geral, um valor comercial
baixo;

- Mercadorias: bens adquiridos para venda, não sendo, objecto de qualquer


transformação de natureza industrial.

- Activos Biológicos: Animais ou Plantas.

23
Ver NCRF 18 Inventários
24
Ver NCRF 17 Agricultura

EDIÇÃO 2014 49
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

A movimentação das contas de Inventários e Activos Biológicos visa três objectivos


essenciais:

- Conhecer o valor de existências de que a empresa é detentora;

- Determinar o custo das existências vendidas;

- Apurar o resultado obtido com a transacção das suas existências.

As entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidade


adoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o sistema de inventário permanente na
contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
a) Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do exercício, ou, ao
longo do exercício, de forma rotativa, de modo a que cada bem seja contado, pelo menos,
uma vez em cada exercício;
b) Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e globais, por
forma a permitir a verificação, a todo o momento, da correspondência entre as contagens
físicas e os respectivos registos contabilísticos.
Esta obrigação não se aplica às entidades que não ultrapassem, durante dois exercícios
consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do Código das
Sociedades Comerciais:
a) Total do balanço: 1500000 euros;
b) Total das vendas líquidas e outros proveitos: 3000000 euros;
c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50.
Ficam também dispensadas as entidades relativamente às seguintes actividades:
a) Agricultura, produção animal, apicultura e caça;
b) Silvicultura e exploração florestal;
c) Indústria piscatória e aquicultura;
d) Pontos de vendas a retalho que, no seu conjunto, não apresentem, no período de um
exercício, vendas superiores a € 300 000 nem a 10 % das vendas globais da respectiva
entidade.
Ficam ainda dispensadas as entidades cuja actividade predominante consista na prestação de
serviços, considerando-se como tais, as que apresentem, no período de um exercício, um
custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas que não exceda € 300000 nem 20
% dos respectivos custos operacionais.

EDIÇÃO 2014 50
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Os objectivos anteriores podem ser alcançados:

- Utilizando alguns métodos de custeio: FIFO (First in First Out); ou Custo Médio
Ponderado [(Custo Inventários Iniciais + Custo Inventários Adquiridos) / (Quantidades
Inventários Iniciais + Quantidades Inventários Adquiridos)].

As entidades dispensadas poderão utilizar o Sistema de Inventário Intermitente, neste


sistema não é possível saber a qualquer momento o CMVMC, este só é calculado após
inventariação física das existências no fim do período considerado.

CMVMC = Inventário Inicial + Compras – Inventário Final +/- Reclassificação e


Regularização de Inventários e Activos Biológicos

Para laborar, as empresa têm de adquirir bens para colocarem no mercado e assim gerar
rendimentos que mantenham o negócio rentável. As empresas industriais adquirem matérias-
primas, matérias subsidiárias, embalagens, e outros serviços, que serão transformados em
produtos finais, as empresas comerciais, adquirem já o produto acabado, para posterior
venda.

Ao fazer uma compra, a empresa terá que registar o preço de compras dos bens, assim como
as despesas inerentes à compra, como é o caso dos fretes, seguros, transportes, direitos
alfandegários, entre outros. As compras são registadas ao custo de aquisição, ou seja, pelo
preço de compra das mercadorias, acrescido das despesas adicionais, tidas com a compra.

O registo contabilístico da compra é efectuado mediante a factura do fornecedor.

A conta compras, será dividida em várias subcontas, de acordo com as necessidades das
empresas. Esta divisão permite o conhecimento com clareza e precisão, do valor dos
diferentes tipos de bens adquiridos.

Sobre a aquisição das mercadorias, incide o Imposto sobre o Valor Acrescentado. A base de
incidência é o valor líquido dos bens adquiridos, isto é, os descontos e abatimentos incluídos
na factura, dão origem a que o IVA incida sobre o valor líquido resultante.

EDIÇÃO 2014 51
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

O IVA, em geral não gera custos para a empresa, uma vez que este imposto é registado a
débito de uma conta de Estado e Outros Entes Públicos, IVA – Dedutível (conta 2432),
tornando-se a empresa credora do Estado, pelo imposto suportado na compra.

Descontos e Abatimentos Comerciais:

Os descontos e abatimentos comerciais de natureza comercial concedidos através de


documentos que não a factura podem revestir a forma de:

- Abatimentos de revenda, feitos pelos produtores aos armazenistas;

- Bónus de quantidade, concedidos porque o cliente ultrapassou um determinado


volume de compras;

- Abatimentos acidentais, resultantes de atrasos ou da má qualidade da mercadoria


entregue.

Estes abatimentos registam-se na conta Descontos e Abatimentos em Compras (conta 318),


esta operação, requer a regularização do IVA, através do registo na conta IVA
Regularizações (conta 2434).

Devoluções de compras:

Poderá acontecer que os bens comprados, não cheguem em boas condições, ou não se
encontrem de acordo com as amostras, o que leva o comprador a proceder à sua devolução
total ou parcial, após ter registado a respectiva factura.

O valor da devolução é registado na conta Devoluções de Compras (conta 317), a operação


requer a regularização IVA.

Descontos de natureza financeira:

Para além dos descontos de natureza comercial, existem ainda os descontos de natureza
financeira, que dizem respeito a descontos obtidos em pagamentos, nomeadamente de pronto
pagamento e antecipação de pagamento, efectuados nas compras.

Estes descontos não afectam o custo de aquisição das mercadorias compradas, pelo que são
registados na classe 7, conta 782 Descontos de pronto pagamento obtidos.

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Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos:

È uma conta de informação, nela se registam as variações de existências, não derivadas de


compras, vendas ou consumos.

Os aumentos de existências (rendimentos registados na conta 784), não derivados de


compras, podem ser devidos fundamentalmente a:

- Ofertas de fornecedores;

- Sobras.

As diminuições em existências (gastos registados na conta 684), não derivados de vendas ou


de consumos, podem ser devidos fundamentalmente a:

- Ofertas a clientes;

- Quebras.

Em resumo, movimenta-se pelas seguintes ocorrências:

Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos (38)

Ofertas de fornecedores Ofertas a


+ Clientes
Sobras +
Quebras

Outras normas pertinentes:

NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos;

NCRF 21 Provisões, Passivos contingentes e Activos contingentes

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CLASSE 4 – INVESTIMENTOS25

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a ser
vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam de sua
propriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende os investimentos
financeiros, as propriedades de investimento, os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, os
investimentos em curso e os activos não correntes detidos para venda.
No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos activos fixos tangíveis e activos intangíveis,
poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção e as revalorizações
(positivas ou negativas).
Se a revalorização originar uma diminuição do valor do activo essa diminuição deve ser reconhecida
em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na parte em que seja superior ao excedente
de revalorização que porventura exista. Se originar um aumento do valor do activo esse aumento é
creditado directamente na conta apropriada do capital próprio (58 - Excedentes de revalorização de
activos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo esse aumento será reconhecido em resultados
(subcontas da conta 762) até ao ponto que compense um decréscimo de revalorização
anteriormente registado em gastos.

Na rubrica INVESTIMENTOS, agrupam-se todos os bens da empresa, que aí


permanecem de uma forma durável e são indispensáveis à actividade que desenvolvem, bem
como as aplicações financeiras de carácter permanente.
Desta noção ressaltam três características:
- A posse, só se podem classificar na rubrica imobilizações de uma empresa os bens
de que é proprietária (ressalva para os bens adquiridos em Leasing).
- A permanência, esta característica permite distinguir O INVESTIMENTO do
INVENTÁRIO. Os inventários destinam-se a ser vendidas com ou sem transformação, os
investimentos não se destinam a venda mas a serem utilizadas de uma maneira durável como
meio de produção.
- A indispensabilidade, o papel desempenhado pelo investimento é determinante,
porque, sem o adequado activo não corrente (investimentos), os bens não serão produzidos
ou se-lo-ão a custos tão elevados que não será rentável a sua produção.

25
Ver NCRF 6 Activos intangíveis
Ver NCRF 7 Activos fixos tangíveis
Ver NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas
Ver NCRF 9 Locações
Ver NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos
Ver NCRF 11 Propriedades de Investimentos
Ver NCRF 12 Imparidade de Activos
Ver NCRF 13 Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos
Ver NCRF 14 Concentração de Actividades Empresariais
Ver NCRF 15 Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
Ver NCRF 16 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais
Ver NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros

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O Activo não Corrente pode ser classificado em três categorias principais:


- Activos fixos tangíveis:
Integra os elementos móveis ou imóveis adquiridos ou fabricados pela própria empresa
e que não se destinam a ser transformados, vendidos ou aplicados financeiramente, mas a
permanecer na empresa por prazo superior a um ano.
- Activos intangíveis:
Integra os elementos patrimoniais não materiais, que se mantém na empresa, com
carácter de permanência.
- Investimentos financeiros:
Integra as participações sociais de capital noutras empresas, aquisições de títulos para
rendimento ou controlo de outras empresas, empréstimos de financiamento, investimento em
imóveis e outras aplicações financeiras.

Todos estes elementos têm a característica comum de se destinarem a permanecer na


empresa de forma duradoura, permitindo que esta obtenha, rendimentos.
As operações inerentes às aquisições de bens do imobilizado estão sujeitas a IVA de
acordo com o CIVA.

41 – Investimentos financeiros
Os investimentos financeiros que representem participações de capital são mensurados de acordo
com os métodos indicados no quadro seguinte, conforme NCRF 13 – Interesses em
empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas, NCRF 15 – Investimentos em
subsidiárias e consolidação e NCRF 27 – Instrumentos financeiros:

Na aplicação destes métodos deverá, ainda, ter-se em atenção o seguinte:


• O uso do método da equivalência patrimonial nas contas individuais de uma empresa-mãe
que elabore contas consolidadas deve ser complementado com a eliminação, por inteiro, dos saldos
e transacções intragrupo, incluindo rendimentos e ganhos, gastos e perdas e dividendos. Os
resultados provenientes de transacções intragrupo que sejam reconhecidos nos activos, tais como
inventários e activos fixos, são eliminados por inteiro. As perdas intragrupo podem indicar uma
imparidade que exija reconhecimento nas demonstrações financeiras consolidadas.
• A participação numa entidade conjuntamente controlada poderá ser mensurada ou pelo
método da consolidação proporcional ou pelo método da equivalência patrimonial se o
empreendedor não tiver de elaborar contas consolidadas. Se o empreendedor elaborar contas

EDIÇÃO 2014 55
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

consolidadas, então terá de, nas suas contas individuais, mensurar a participação na entidade
conjuntamente controlada pelo método da equivalência patrimonial.

De acordo com o método da equivalência patrimonial, o custo de aquisição de uma participação


será acrescido ou reduzido:
• da quantia correspondente à proporção nos resultados líquidos da entidade participada;
• da quantia correspondente à proporção noutras variações nos capitais próprios da
entidade participada;
• da quantia dos lucros distribuídos à participação; e
• da quantia da cobertura de prejuízos que tenha sido deliberada.
• Aquando da primeira aplicação do método da equivalência patrimonial, devem ser
atribuídas às partes de capital as quantias correspondentes à fracção dos capitais próprios que elas
representavam no início do período, por contrapartida da conta 5711 - Ajustamentos em activos
financeiros – Relacionados com o método da equivalência patrimonial – Ajustamentos de transição.
Para as entidades que optem por aplicar, de acordo com o § 2 da NCRF 27, a IAS 39, os activos
financeiros que sejam designados como disponíveis para venda, e cujas alterações de valor são
imputadas a capital próprio, podem ser distribuídos pelas diversas contas da classe 4 criando as
subcontas apropriadas.

419, 429, 439, 449, 459 e 469 – Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem da
aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 4, podendo
ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantias
líquidas.
As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suas reversões
(quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas subcontas
da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos activos a que respeitem as
imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas
da classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas em função das contas respectivas.

42 Propriedades de investimento
43 Activos fixos tangíveis
431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo

436 – Equipamentos biológicos


Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e não se enquadrem na actividade agrícola.

438 Depreciações acumuladas

44 Activos intangíveis
441 Trespasse (goodwill)
442 – Projectos de desenvolvimento
Serão registados nesta conta os dispêndios que, nos termos do § 57 da NCRF 6 – Activos
intangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como activos intangíveis.
443 Programas de computador
444 Propriedade industrial

448 Amortizações acumuladas

45 Investimentos em curso

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

454 – Adiantamentos por conta de investimentos


Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja previamente
fixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a conta 2711 –
Fornecedores de investimentos – contas gerais.

46 Activos não correntes detidos para venda


Esta conta destina-se a registar os activos a que se refere a NCRF 8 – Activos não correntes
detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos associados a activos não
correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser identificados para
efeitos de divulgação.

Depreciação / Amortização:
Os bens/direitos de investimentos, nomeadamente os activos fixos tangíveis e
intangíveis com período de vida útil limitado, por várias razões, estão sujeitas a perdas de
valor, a deperecimento, nomeadamente devido a:
- Factores de ordem física, devido ao desgaste funcional do bem (uso), depreciação
espontânea, provocada por corrosão ou inundações, etc.
- Factores de ordem económica, devido ao progresso tecnológico que leva à
obsolescência, à alteração das preferências dos consumidores, etc.

A depreciação/amortização deve, exercício a exercício ser o espelho fiel da


depreciação/amortização real sofrida pelo investimento.
Métodos de depreciação/amortização:
¬ Método das Quotas Constantes ou linha recta:
Depreciação/Amortização = Custo do Investimento/ Vida Útil
¬ Método do Saldo Decrescente ou soma dos dígitos dos anos:
1º Passo: Soma dos algarismos que compõem o número de anos da vida útil·
do bem: Exemplo para um investimento com período de vida útil de 4 anos,
resulta: (1+2+3+4 = 10)
2º Passo: A depreciação de cada ano é uma fracção em que o denominador é a
soma dos algarismos e o numerador será o n.º de anos de vida útil
remanescente:
Depreciação/Amortização (1º ano) = Custo do Investimento x (4/10)
Depreciação/Amortização (2º ano) = Custo do Investimento x (3/10)
Depreciação/Amortização (3º ano) = Custo do Investimento x (2/10)
Depreciação/Amortização (4º ano) = Custo do Investimento x (1/10)
¬ Método das unidades de produção ou horas de trabalho:

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Depreciação/Amortização = Quantia depreciável x


Número de unidades produzidas no ano Número de horas de trabalho no ano
Número total de unidades estimadas Número total de horas de trabalho estimado
A avaliação da depreciação/depreciação destes activos é muito subjectiva, pelo que
geralmente se recorre às disposições fiscais para a sua contabilização, o diploma legal que
estabelece as taxas de depreciação/amortização anual dos activos de investimentos é o
Decreto Regulamentar 25/2009 de 14 de Setembro.
Alienação de bens de investimento:
A qualquer altura os bens de investimento de uma empresa podem ser alienados,
fundamentalmente por duas razões:
- É preferível substituir por um modelo que proporcione maior produtividade;
- O custo de manutenção é elevado, excedendo os benefícios da sua utilização.
Na alienação de investimentos podem acontecer duas situações, mais-valia (ganho) ou
menos-valia (perda).

A (+/-) Valia = Valor de venda – (Custo activo – Depreciações/Amortizações


Acumuladas activo +/- Excedentes Revalorização/Perdas Imparidade)

No caso de existir uma mais valia será movimentada a conta 7871. Se existir uma
menos valia, será registada a conta 6871.

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CLASSE 5 – CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

O financiamento dos Capitais Próprios:


Podemos considerar como principais fontes de financiamento dos capitais próprios da
empresa, os seguintes:
- As contribuições dos sócios,
- Contribuições iniciais, entradas feitas pelos sócios no inicio da actividade da
empresa. As contribuições podem ser em dinheiro ou em bens, direitos ou obrigações, estas
entradas, denominam-se de capital inicial;

51 - Capital
Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido, para efeitos de elaboração do
Balanço, o eventual saldo da conta 261 – Accionistas c/subscrição ou 262 – Quotas não liberadas.
52 - Acções (quotas) próprias
A conta 521 – Valor nominal é debitada pelo valor nominal das acções ou quotas próprias
adquiridas.
Ainda na fase de aquisição, a conta 522 – Descontos e prémios é movimentada pela diferença entre
o custo de aquisição e o valor nominal.
Quando se proceder à venda das acções ou quotas próprias, para além de se efectuar o respectivo
crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de venda e o valor
nominal.
Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 599 – Outras
variações no capital próprio – Outras, de forma a manter os descontos e prémios correspondentes
às acções (quotas) próprias em carteira.

- Contribuições adicionais, têm lugar quando os sócios chegam à conclusão


que o valor do capital próprio existente se mostra insuficiente para o financiamento da sua
actividade.

53 - Prestações suplementares e outros instrumentos de capital próprio


Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer outros
instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na definição de passivo
financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as suas componentes) se
identifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se rubrica apropriada das contas 25 –
Financiamentos obtidos ou 26 – Accionistas/sócios.

- Prémios de emissão: resulta da diferença entre o valor de subscrição das acções


emitidas pela empresa e o respectivo valor nominal. (fonte de financiamento própria das
sociedades anónimas).

54 Prémios de emissão
55 Reservas
551 Reservas legais
552 Outras reservas

EDIÇÃO 2014 59
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

As Reservas:
São definidas tradicionalmente, como lucros não distribuídos, só podendo criar-se,
consequentemente, nos exercícios em que houver lucros. As Reservas incluem ainda as
reavaliações do imobilizado, bem como as ofertas de bens do imobilizado.
Têm por finalidade a consolidação da situação económico-financeira da empresa,
constituindo o seu montante um aumento do seu património real.
Tipos de reservas:
- Reservas obrigatórias:
- Reservas legais, obrigatórias por força do Código das Sociedades
Comerciais, as empresas terão que criar uma dotação anual para reserva legal no montante
de 5% dos RLE obtidos, até ao montante mínimo de 1/5 do capital social. (obrigatórias para
as Sociedade por Quotas e Sociedades Anónimas).
- Reservas estatutárias, constituídas por força dos estatutos das sociedades.
- Reservas contratuais, constituídas por força dos contratos de que a empresa
é signatária.
- Reservas especiais, podem ter origem em:
- Subsídios: constituem reservas que são destinadas a acréscimos do capital
próprio.
- Doações: regista as ofertas de bens destinadas ao imobilizado da empresa.
- Reservas de reavaliação: são constituídas para registar a diferença entre o valor
contabilístico de elementos do activo e o valor real desses mesmos elementos.
- Reservas livres, são criadas ou reforçadas por deliberação da assembleia-geral.

56 Resultados transitados

- Lucros retidos: resulta do facto de não serem distribuídos pelos sócios os lucros
gerados pela empresa;

Aplicação dos lucros do exercício:


Os lucros do exercício, podem ser destinados a:
-constituição de reservas, distribuição pelos sócios/accionistas, gratificações ao
pessoal e aos órgãos sociais.

57 - Ajustamentos em activos financeiros


Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da equivalência
patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.

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5711 – Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da equivalência


patrimonial – Ajustamentos de transição
Quando da transição para a aplicação do método da equivalência patrimonial, esta conta regista a
diferença entre as quantias atribuídas às partes de capital, correspondentes à fracção dos capitais
próprios que representavam no início do período, e as quantias por que se encontravam expressas.
5712 - Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da equivalência
patrimonial – Lucros não atribuídos
Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e os lucros que
lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a conta 56 – Resultados
transitados.
5713 - Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da equivalência
patrimonial – Decorrentes de outras variações nos capitais próprios
Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à participante na
variação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a resultados.

58 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis


Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos activos fixos e vai sendo debitada por
contrapartida da conta 56 – Resultados transitados, em função da realização da revalorização. Essa
realização ocorre pela depreciação, abate ou venda do bem.
As diminuições de um activo por revalorização serão debitadas na conta em epígrafe até ao
montante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o saldo existente será
considerada gasto do período (subconta apropriada da conta 65), conforme NCRF 6 e 7. Se a
revalorização do bem originar a reversão de uma perda reconhecida em períodos anteriores, essa
reversão será levada aos rendimentos do período (subcontas da conta 762).
Relativamente a reavaliações, após o registo na conta 5811 do valor do aumento do imobilizado
líquido, a conta 5612 será debitada por contrapartida da conta 2742 – Passivos por impostos
diferidos pelo montante do imposto correspondente à fracção do excedente de reavaliação não
relevante para a tributação. Aquando da realização do excedente de reavaliação, a subconta 5812
será creditada pela correspondente fracção do imposto sobre o rendimento, por contrapartida da
conta 56 – Resultados transitados. Simultaneamente, a conta 2742 – Passivos por impostos
diferidos será debitada por contrapartida da conta 241 – Imposto sobre o rendimento. Para efeitos
de apresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da conta 5812 – Impostos diferidos, será
abatida ao saldo da conta 5811 – Antes de impostos.

59 Outras variações no capital próprio


591 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional estrangeira
(nos termos da NCRF 23 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio).
593 — Subsídios26
Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base sistemática,
para a conta 7883 — Imputação de subsídios para investimentos, à medida em que forem
contabilizadas as depreciações/ amortizações do investimento a que respeitem.

26
Ver NCRF 22 Contabilização dos subsídios do governo e divulgação dos apoios do governo

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CLASSE 6 – GASTOS

Esta classe inclui os gastos e as perdas respeitantes ao período.

61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas


611 Mercadorias
612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
613 – Activos biológicos (compras)
Recolhe as aquisições de activos biológicos efectuadas durante o ano, transferidas da conta 313 –
Activos biológicos.
62 Fornecimentos e serviços externos
621 Subcontratos
622 Serviços especializados
623 Materiais
624 Energia e fluidos
625 Deslocações, estadas e transportes
626 Serviços diversos

Fornecimentos e serviços externos:


Esta conta inclui:
- Subcontratos, trabalhos necessários ao processo produtivo próprio, relativamente
aos quais se obteve a cooperação de outras empresas.
- Fornecimentos e serviços, gastos respeitantes aos serviços e fornecimentos que se
destinam a ser consumidos de imediato ou a curto prazo, não sendo portanto armazenados.
Cada conta será subdividida em várias de acordo com o tipo de fornecimentos ou
serviços a registar:
A maior parte dos fornecimentos e serviços estão sujeitos a IVA, que será,
regra geral dedutível e registado na conta, EOEP – IVA Dedutível – Outros bens e serviços.
Alguns serviços poderão estar sujeitos a retenção na fonte para efeitos de Imposto sobre o
Rendimento das pessoas Singulares (IRS) e será registado na respectiva subconta da conta
242.

63 Gastos com o pessoal27


631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal
633 Benefícios pós-emprego
6331 - Prémios para pensões
Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim de que estas
venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao pessoal.
6332 Outros benefícios
634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal

27
Ver NVRF 28 Benefícios dos Empregados

EDIÇÃO 2014 62
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Gastos com o pessoal:


A conta Gastos com o Pessoal, está decomposta em várias subcontas de acordo com os
tipos de gastos com o pessoal suportados pela empresa:
- Remunerações aos órgãos sociais: regista as remunerações que a empresa paga aos
elementos dos seus órgãos dirigentes. Essas remunerações englobam, vencimentos,
gratificações, ajudas de custo, senhas de presença, verbas de representação, subsídios de
férias e de natal, etc. È conveniente a criação de sub contas para cada um dos tipos de
remunerações.
- Remunerações do pessoal: regista os salários brutos pagos, bem com as remunerações
adicionais.
- Pensões, complementos de reforma concedidos pela empresa aos trabalhadores.
- Prémios para pensões: regista encargos relativos a prémios que a empresa paga
nomeadamente a seguradoras, para que estas procedam ao pagamento das pensões de
reforma, invalidez e velhice ao pessoal da empresa.
- Encargos sobre remunerações: regista o valor das contribuições à Segurança Social,
que é encargo da empresa. (aplicação de uma taxa ao vencimento bruto)
- Seguros de acidentes de trabalho e doenças profissionais: regista os prémios de
seguro, obrigatório.
- Custos de acção social: regista custos com creches, infantários, lactários, centros
recreativos desportivos e culturais, subsídios para refeições, serviços médicos próprios.
- Outros custos com o pessoal: regista os custos não contemplados nas contas
anteriores, nomeadamente, acções de formação do pessoal, bolsas de estudo, indemnizações
por despedimentos.
Descontos e encargos sobre remunerações:
Os descontos sobre as remunerações dos trabalhadores, são efectuados pela empresa,
que posteriormente terá que os entregar ao estado, regra geral, são o desconto para a
Segurança Social e as retenções na fonte para efeitos de IRS.

64 Gastos de depreciação e de amortização


641 Propriedades de investimento
642 Activos fixos tangíveis
643 Activos intangíveis.

65 Perdas por imparidade


651 Em dívidas a receber
6511 Clientes
6512 Outros devedores
652 Ajustamentos em inventários
653 Em investimentos financeiros

EDIÇÃO 2014 63
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654 Em propriedades de investimento


655 Em activos fixos tangíveis
656 Em activos intangíveis
657 Em investimentos em curso
658 Em activos não correntes detidos para venda
66 Perdas por reduções de justo valor
661 Em instrumentos financeiros
662 Em investimentos financeiros
663 Em propriedades de investimento
664 Em activos biológicos

28
67 – Provisões do período
Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza esteja
claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas
quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
671 Impostos
672 Garantias a clientes
673 Processos judiciais em curso
674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
675 Matérias ambientais
676 Contratos onerosos
677 Reestruturação
678 Outras provisões

68 Outros gastos e perdas


681 Impostos
6811 Impostos directos
6812 Impostos indirectos:
6813 Taxas

A empresa terá que pagar impostos e taxas, considerados como gastos nos exercícios a
que respeitem. O Imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, coercivamente imposta
pelo Estado. A taxa, apesar de ser uma prestação pecuniária, o cidadão usufrui de
determinado serviço prestado pelo Estado.
As empresas pagam diversos tipos de Impostos, que se podem dividir em dois grandes
grupos, impostos directos e impostos indirectos.
- Imposto directo, é aquele que atinge o rendimento do contribuinte ou o seu
património directa e imediatamente (IRS, IRC, IMI).
- Imposto indirecto, é aquele que atingindo o rendimento, fá-lo indirectamente, através
da despesa, pelo consumo. (IVA, IEspeciais).
A conta 681 debitará sempre que a empresa suporte um custo desta natureza.
A conta 24 do POC, é registada pelas obrigações de pagamento, enquanto a conta 681,
é movimentada sempre que exista um encargo.

682 Descontos de pronto pagamento concedidos


683 – Dívidas incobráveis
Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cuja
incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em
situação de imparidade.
684 – Perdas em inventários

28
Ver NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
Ver NCRF 26 Matérias Ambientais

EDIÇÃO 2014 64
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se


verificarem no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em situação de
imparidade.
6841 Sinistros
6842 Quebras
6848 Outras perdas

685 Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos


6851 Cobertura de prejuízos
6852 – Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos –
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da aplicação
do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os resultados
dessas entidades.
6853 Alienações
6858 Outros gastos e perdas

686 - Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros


Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos financeiros contabilizados nas
contas 414 e 415.
6861 Cobertura de prejuízos
6862 Alienações
6868 Outros gastos e perdas

687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros


6871 Alienações
6872 Sinistros
6873 Abates
6874 Gastos em propriedades de investimento
6878 Outros gastos e perdas

688 Outros *
6881 Correcções relativas a períodos anteriores
6882 Donativos
6883 Quotizações
6884 Ofertas e amostras de inventários
6885 Insuficiência da estimativa para impostos
6886 – Perdas em instrumentos financeiros
Regista as perdas relacionadas com a conta 14 – Instrumentos financeiros
6888 Outros não especificados

69 Gastos e perdas de financiamento


691 Juros suportados
6911 Juros de financiamentos obtidos
6918 Outros juros
692 Diferenças de câmbio desfavoráveis
6921 Relativas a financiamentos obtidos
6928 Outras
698 Outros gastos e perdas de financiamento
6981 Relativos a financiamentos obtidos
6988 Outros

EDIÇÃO 2014 65
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

CLASSE 7 – RENDIMENTOS29

Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes ao período.

71 - Vendas
As vendas, representadas pela facturação, devem ser líquidas do IVA e de outros impostos e
incidências nos casos em que nela estejam incluídos.

711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Activos biológicos
716 IVA das vendas com imposto incluído
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas

Sabemos que:

- As empresas comerciais vendem aos seus clientes mercadorias;

- As empresas industriais vendem produtos acabados, subprodutos, desperdícios, resíduos


e refugos.

Tal como nas compras a factura é o documento básico que permite efectuar o registo
contabilístico das vendas.

Na conta vendas, registam-se os rendimentos resultantes das alienações a terceiros de bens


que resultam de actividades correntes da empresa. Esses bens estão em geral, sujeitos ao
Imposto sobre o Valor Acrescentado (conta 2433) este imposto, apesar de recebido pela
empresa, não é seu rendimento, ficando a empresa devedora do estado por essa importância.
A conta de EOEP – IVA Liquidado, credita, dada a sua natureza devedora.

De acordo com a natureza do bem transaccionado a conta Vendas terá as subcontas que
forem aplicáveis a cada transacção.

Descontos e Abatimentos:

Se os descontos forem de natureza comercial e concedidos aos clientes, por meio de


documentos que não a factura, devem ser registados na conta Vendas – Descontos e

29
Ver NCRF 20 Rédito
Ver NCRF 19 Contratos de construção

EDIÇÃO 2014 66
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

abatimentos em vendas (conta 718). Sobre esta operação incide IVA, por débito da conta
IVA Regularizações (conta 2434).

Como consequência do desconto concedido, a conta clientes, creditará.

São exemplos de descontos e abatimentos de natureza comercial:

- Abatimentos acidentais: quando há reclamação da parte do cliente;

- Abatimentos de revenda: quando a empresa estabelece um preço diferente para


armazenistas, retalhistas, etc.

- Bónus de quantidade: quando a empresa deseja premiar determinados clientes, quer


devido ao volume de compras, quer devido à sua fidelidade.

Um desconto concedido constitui uma decisão comercial que é usada com vista a oferecer,
não só melhores condições de crédito, mas também vantagens comerciais sobre os
concorrentes da empresa.

Devoluções de Vendas:

Após a recepção da factura, o cliente pode proceder à devolução de mercadorias ou porque


apresentam características erradas ou se danificaram. Nestes casos haverá lugar à emissão de
uma Nota de Devolução, por parte do vendedor e da qual constará o valor das mercadorias
devolvidas e a correspondente regularização do IVA. Em Sistema de Inventário Permanente,
devemos registar a anulação do custo, que antes tinha sido considerado proveito, no registo
da venda.

Descontos de natureza financeira:

São descontos que não afectam o proveito obtido nas vendas, uma vez que são
contabilizados na conta Descontos de Pronto Pagamento Concedidos (conta 682).

Movimentação das contas Vendas e Custo das Mercadorias Vendidas:

Proveito Líquido das Vendas = Vendas brutas – Devoluções de Vendas – Descontos e


Abatimentos em Vendas

EDIÇÃO 2014 67
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

VENDAS

Devoluções de Vendas Vendas


+ Brutas
Descontos e
Abatimentos em
Vendas

Quanto ao custo da Vendas:

Mercadorias C. Mercad. Vendida MC


Ex. Inicial Custo da Venda Custo da Venda Custo da
+ Devolução
Compras
+
Custo das
Devoluções

Existem ainda empresas que não transaccionam mercadorias, mas prestam serviços, assim, o
proveito será registado na conta Prestação de Serviços (conta 72).

Existem empresas, que prestam serviços e simultaneamente, vendem mercadorias,


registando-se neste caso as duas contas de proveitos (conta 71 e 72).

72 - Prestações de serviços
Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objectivos ou
finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes não
serem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em facturação
emitida ou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não deixando de registar os
réditos relativamente aos quais não se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes
externos.

73 – Variações nos inventários da produção


No caso de ser adoptado o sistema de inventário permanente considera-se conveniente subdividir
cada uma das suas contas divisionárias em rubricas de “Produção” e de “Custo das vendas” as
quais serão movimentadas por contrapartida das respectivas contas da classe 3.
731 Produtos acabados e intermédios
732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
733 Produtos e trabalhos em curso

EDIÇÃO 2014 68
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

734 Activos biológicos

74 Trabalhos para a própria entidade


741 Activos fixos tangíveis
742 Activos intangíveis
743 Propriedades de investimento
744 Activos por gastos diferidos

75 – Subsídios à exploração
Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido na NCRF 22 –
Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
76 Reversões
761 De depreciações e de amortizações
7611 Propriedades de investimento
7612 Activos fixos tangíveis
7613 Activos intangíveis

762 De perdas por imparidade


7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores
7622 Ajustamentos em inventários
7623 Em investimentos financeiros
7624 Em propriedades de investimento
7625 Em activos fixos tangíveis
7626 Em activos intangíveis
7627 Em investimentos em curso
7628 Em activos não correntes detidos para venda

763 De provisões
7631 Impostos
7632 Garantias a clientes
7633 Processos judiciais em curso
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
7635 Matérias ambientais
7636 Contratos onerosos
7637 Reestruturação
7638 Outras provisões

77 Ganhos por aumentos de justo valor


771 Em instrumentos financeiros
772 Em investimentos financeiros
773 Em propriedades de investimento
774 Em activos biológicos

78 Outros rendimentos e ganhos


781 Rendimentos suplementares
7811 Serviços sociais
7812 Aluguer de equipamento
7813 Estudos, projectos e assistência tecnológica
7814 Royalties
7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas
7816 Outros rendimentos suplementares

782 Descontos de pronto pagamento obtidos

783 Recuperação de dívidas a receber

784 Ganhos em inventários


7841 Sinistros
7842 Sobras
7848 Outros ganhos

785 Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos


7851 Aplicação do método da equivalência patrimonial *
7852 – Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos –
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os rendimentos e ganhos relativos às participações de capital derivados da
aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os
resultados dessas entidades.
7852 Alienações

EDIÇÃO 2014 69
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

7858 Outros rendimentos e ganhos

786 Rendimentos e ganhos nos restantes investimentos financeiros


7861 Dividendos
7862 Juros
7863 Diferenças de câmbio favoráveis
7864 Alienações
7868 Outros rendimentos e ganhos
787 Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros
7871 Alienações
7872 Sinistros
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento
7878 Outros rendimentos e ganhos

788 Outros
7881 Correcções relativas a períodos anteriores
7882 Excesso da estimativa para impostos
7883 Imputação de subsídios para investimentos
7884 – Ganhos em instrumentos financeiros
Regista os ganhos relacionados com a conta 14 – Instrumentos financeiros.

7888 Outros não especificados

79 Rendimentos e ganhos de financiamento


791 Juros obtidos
7911 De aplicações de financiamentos obtidos
7918 Outros

792 Diferenças de câmbio favoráveis


7921 Relativas a aplicações de financiamentos obtidos
7928 Outras

798 Outros rendimentos e ganhos de financiamento


7981 Relativos a aplicações de financiamentos obtidos
7988 Outras

EDIÇÃO 2014 70
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

CLASSE 8 – RESULTADOS

Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser utilizada para auxiliar à
determinação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das Alterações no Capital
Próprio.

81 Resultado líquido do período


811 - Resultado antes de impostos
Destina-se a concentrar, no fim do período, os gastos e rendimentos registados, respectivamente,
nas contas das classes 6 e 7.

812 Imposto sobre o rendimento do período 30


8121 - Imposto estimado para o período
Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os resultados
corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 – Estado e outros entes públicos –
Imposto sobre o rendimento.
8122 Imposto diferido

818 Resultado líquido


89 Dividendos antecipados

30
Ver NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

EDIÇÃO 2014 71
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS:

Entidade:.........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N
(VALORES EUROS) (1)
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS N N-1

Vendas e serviços prestados


Subsídios à exploração
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de activos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos

Gastos/reversões de depreciação e de amortização


Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Juros e rendimentos similares obtidos


Juros e gastos similares suportados

Resultado antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluído no resultado


líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)


Detentores do capital da empresa-mãe
Interesses minoritários

Resultado por acção básico

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de
euros
(2) Esta informação apenas será fornecida no caso de contas consolidadas

EDIÇÃO 2014 72
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade:.........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N
(VALORES EUROS) (1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS N N-1

Vendas e serviços prestados


Custo das vendas e dos serviços prestados

Resultado bruto

Outros rendimentos
Gastos de distribuição
Gastos administrativos
Gastos de investigação e desenvolvimento
Outros gastos

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Gastos de financiamento (líquidos)

Resultados antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluído no resultado


líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)


Detentores do capital da empresa-mãe
Interesses minoritários

Resultado por acção básico

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em
milhares de euros
(2) Esta informação apenas será fornecida no caso de contas consolidadas

EDIÇÃO 2014 73
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade:.........................................
BALANÇO (INDIVIDUAL ou CONSOLIDADO) EM XX DE YYYYYYY DE 200N
(VALORES EUROS) (1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS 31 DEZ N 31 DEZ N-1
ACTIVO

Activo não corrente


Activos fixos tangíveis
Propriedades de investimento
Goodwill
Activos intangíveis
Activos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial
Participações financeiras - outros métodos
Accionistas/sócios
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos

Activo corrente
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários

Total do activo

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizado
Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais
Outras reservas
Resultados transitados
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período

Interesses minoritários

Total do capital próprio

EDIÇÃO 2014 74
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Passivo

Passivo não corrente


Provisões
Financiamentos obtidos
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar

Passivo corrente
Fornecedores
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar
Diferimentos
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda

Total do passivo
Total do capital próprio e do passivo

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de


expressão das quantias em milhares de euros

EDIÇÃO 2014 75
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N
UNIDADE MONETÁRIA (1)
Capital Próprio atribuido aos detentores do capital da empresa-mãe
Outros Outras
Acções instrumentos Prémios Ajustamentos Excedentes variações Resultado Total do
Capital (quotas) de capital de Reservas Outras Resultados em activos de no capital liquído do Interesses Capital
DESCRIÇÃO NOTAS realizado próprias próprio emissão legais reservas transitados financeiros revalorização próprio período Total minoritários Próprio

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO N-1 1

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Primeira adopção de novo referencial contabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações
Ajustamentos por impostos diferidos
Outras alterações reconhecidas no capital próprio
2

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 3

RESULTADO INTEGRAL 4 = 2+3

OPERAÇÕES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERÍODO


Realizações de capital
Realizações de prémios de emissão
Distribuições
Entradas para cobertura de perdas
Outras operações
5

POSIÇÃO NO FIM DO PERÍODO N-1 6=1+2+3+5

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

EDIÇÃO 2014 76
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N

Capital Próprio atribuido aos detentores do capital da empresa-mãe


Prestações
suplementares
e outros Outras
Acções instrumentos Prémios Ajustamentos Excedentes variações Resultado Total do
Capital (quotas) de capital de Reservas Outras Resultados em activos de no capital liquído do Interesses Capital
DESCRIÇÃO NOTAS realizado próprias próprio emissão legais reservas transitados financeiros revalorização próprio período Total minoritários Próprio

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO N 6

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Primeira adopção de novo referencial contabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações
Ajustamentos por impostos diferidos
Outras alterações reconhecidas no capital próprio
7

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 8

RESULTADO INTEGRAL 9=7+8

OPERAÇÕES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERÍODO


Realizações de capital
Realizações de prémios de emissão
Distribuições
Entradas para cobertura de perdas
Outras operações
10

POSIÇÃO NO FIM DO PERÍODO N 11=6+7+8+10

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

EDIÇÃO 2014 77
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade:.........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N
(VALORES EUROS) (1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS N N-1

Fluxos de caixa das actividades operacionais – método directo


Recebimentos de clientes
Pagamentos a fornecedores
Pagamentos ao pessoal
Caixa gerada pelas operações
Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento
Outros recebimentos/pagamentos
Fluxos de caixa das actividades operacionais (1)

Fluxos de caixa das actividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros activos
Recebimentos provenientes de:
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros activos
Subsídios ao investimento
Juros e rendimentos similares
Dividendos
Fluxos de caixa das actividades de investimento (2)

Fluxos de caixa das actividades de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos
Realizações de capital e de outros instrumentos de capital próprio
Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos
Juros e gastos similares
Dividendos
Reduções de capital e de outros instrumentos de capital próprio
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3)

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3)


Efeito das diferenças de câmbio
Caixa e seus equivalentes no início do período
Caixa e seus equivalentes no fim do período

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de


expressão das quantias em milhares de euros

EDIÇÃO 2014 78
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade:.......................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N
(VALORES EUROS) (1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS N N-1

Fluxos de caixa das actividades operacionais – método indirecto


Resultado líquido do exercício
Ajustamentos:
Depreciações e amortizações + +
Imparidades (perdas/reversões) +/- +/-
Justo valor (reduções/aumentos) +/- +/-
Provisões (aumentos/reduções) +/- +/-
Diferenças de câmbio não realizadas (ganhos/perdas) +/- +/-
Juros e rendimentos similares obtidos + +
Juros e gastos similares suportados - -
Alienação de activos fixos tangíveis (ganhos/perdas) +/- +/-
Outros gastos e rendimentos +/- +/-
Activos biológicos (aumento/diminuição) +/- +/-
Inventários (aumento/diminuição) +/- +/-
Contas a receber (aumentos/diminuições) +/- +/-
Gastos diferidos (aumentos/diminuições) +/- +/-
Contas a pagar (aumentos/diminuições) -/+ -/+
Rendimentos diferidos (aumentos/diminuições) -/+ -/+
Outros activos correntes (aumentos/diminuições) +/- +/-
Outros passivos correntes (aumentos/diminuições) -/+ -/+
Fluxos de caixa das actividades operacionais (1)

Fluxos de caixa das actividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros activos
Recebimentos provenientes de:
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros activos
Subsídios ao investimento
Juros e rendimentos similares
Dividendos
Fluxos de caixa das actividades de investimento (2)

Fluxos de caixa das actividades de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos
Realizações de capital e de outros instrumentos de capital próprio
Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos

EDIÇÃO 2014 79
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Juros e gastos similares


Dividendos
Reduções de capital e de outros instrumentos de capital próprio
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3)

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3)


Efeito das diferenças de câmbio
Caixa e seus equivalentes no início do período
Caixa e seus equivalentes no fim do período

(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de


expressão das quantias em milhares de euros
EXCLUÍDA DA OBRIGAÇÃO DE ELABORAÇÃO NOS TERMOS DA PORTARIA 986-2009 de 7/9

ANEXO31
O presente documento não constitui um formulário relativo às notas do Anexo, mas tão só uma
compilação das divulgações exigidas pelas NCRF.
Assim, cada entidade deverá criar a sua própria sequência numérica, em conformidade com as
divulgações que deva efectuar, sendo que as notas de 1 a 3 serão sempre explicitadas e ficam
reservadas para os assuntos identificados no presente documento. A partir da nota 4, inclusive, é
utilizada uma numeração sequencial correspondente à das NCRF. Para melhor enquadramento dos
textos constantes dessas notas, deve-se recorrer à leitura das normas respectivas.

1. Identificação da entidade
2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras
3. Principais políticas contabilísticas
4. Fluxos de caixa
5. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
6. Partes relacionadas
7. Activos intangíveis
8. Activos fixos tangíveis
9. Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas
10. Locações
11. Custos de empréstimos obtidos
12. Propriedades de investimento
13. Imparidade de activos
14. Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
15. Concentrações de actividades empresariais
16. Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
17. Exploração e avaliação de recursos minerais
18. Agricultura
19. Inventários
20. Contratos de construção
21. Rédito
22. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes
23. Subsídios do Governo e apoios do Governo
24. Efeitos de alterações em taxas de câmbio
25. Acontecimentos após a data do balanço
26. Impostos sobre o rendimento
27. Matérias ambientais
28. Instrumentos financeiros
29. Benefícios dos empregados
30. Divulgações exigidas por diplomas legais
31. Outras informações

31
Consultar Portaria 986-2009 de 7 de Setembro

EDIÇÃO 2014 80
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

NORMALIZAÇÃO CONTABILISTICA PARA MICRO-ENTIDADES

Nos termos DL 36A/2011 e da Lei 35/2010 de 2 de Setembro,

Artigo 2.º
Conceito de micro entidades
Para efeitos da presente lei consideram-se micro entidades as empresas que, à data do
balanço, não ultrapassem dois dos três limites seguintes:
a) Total do balanço - (euro) 500 000;
b) Volume de negócios líquido - (euro) 500 000;

c) Número médio de empregados durante o exercício - cinco.

CÓDIGO DE CONTAS PARA MICROENTIDADES (Portaria 107/2011)

Quadro síntese de contas

EDIÇÃO 2014 81
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Norma Contabilística para micro entidades (Aviso n.º 6726-A/2011)

Demonstrações Financeiras para micro entidades (Portaria 104/2011)

EDIÇÃO 2014 82
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO


LUCRATIVO

Nos termos do DL 36/A de 2011 de 9 de Março,


Artigo 1.º
Objecto

2 — É aprovado no anexo II ao presente decreto -lei, do qual faz parte integrante, o regime
da normalização contabilística para as entidades do sector não lucrativo (ESNL), que integra
o Sistema de Normalização Contabilística, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 158/2009, de 13
de Julho.

CAPÍTULO III
Regime da normalização contabilística para as entidades do sector não lucrativo
Artigo 5.º
Entidades do sector não lucrativo
1 — A normalização contabilística para as ESNL aplica-se às entidades que prossigam a
título principal uma actividade sem fins lucrativos e que não possam distribuir aos seus
membros ou contribuintes qualquer ganho económico ou financeiro directo, designadamente
associações, fundações e pessoas colectivas públicas de tipo associativo.
2 — Exceptuam -se do disposto no número anterior as cooperativas e as entidades que
apliquem as normas internacionais de contabilidade nos termos do artigo 6.º

CÓDIGO DE CONTAS ESPECÍFICO PARA AS ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

1 — Quadro síntese de contas (Portaria 106/2011)

EDIÇÃO 2014 83
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Norma contabilística e de relato financeiro para as entidades do sector não lucrativo (Aviso
6726-B/2011)

Demonstrações Financeiras para entidades do sector não lucrativo (Portaria 105/2011)

EDIÇÃO 2014 84
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

4. CASOS PRÁTICOS
Ficha de Trabalho nº 1

Classifique o património do comerciante J. Silva, em 30/06/N, composto pelos seguintes


elementos patrimoniais:

Descritivo Valor Bem/Direito/Obrigação Activo / Passivo


Numerário 100,00
Dívida a pagar aos fornecedores 300,00
Mercadorias diversas 10 800,00
Mobiliário diverso 500,00
Créditos a receber de clientes 250,00
Empréstimos bancários 1 000,00
Depósitos bancários 500,00
Acções da empresa Beta, S.A 1 500,00
 Calcule o valor do património em 30/06/N.

Na tabela seguinte:
Determine a natureza das variações patrimoniais (Permutativa ou qualitativa/ Modificativa
ou quantitativa) provocadas pelos seguintes factos patrimoniais:

Descritivo Valor Variação Patrimonial


Aquisição de serviços de comunicação 400,00
Pagamento de uma factura ao fornecedor “X” 30,00
Venda de mercadorias a prazo, que custaram 120,00 200,00
Depósito de numerário, no Banco “A” 25,00
Recebimento de juros de depósitos 25,00
Salários do pessoal 840,00
Recebimento de créditos sobre clientes 200,00

EDIÇÃO 2014 85
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 2

O património da empresa J. Silva, Lda., em 31/03/N é composto pelos seguintes elementos

patrimoniais (em u. m.):

Descritivo Valor B/D/O Ativo / Passivo Conta (SNC)


Numerário 10
Depósitos à ordem 185
Depósitos a prazo 500
Edifício industrial 10.000
Viaturas 2.500
Equipamento administrativo 1.000
Créditos sobre clientes 3.000
Mercadorias em armazém 3.500
Financiamento contraído no BBI 7.000
Dívidas a fornecedores 2.500
Dívidas ao Estado 3.000
Saques sobre clientes 500
Equipamento industrial 5.000
Empréstimo de sócios 1.000
Marca comercial 500
Dívida à segurança social 2.000

Identifique os elementos patrimoniais, nas classificações solicitadas na tabela anterior.


Calcule o valor do Património.

EDIÇÃO 2014 86
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 3

Em Maio do ano N, a empresa em questão efectuou os seguintes factos patrimoniais (em


u.m.):
Descritivo Valor Contas (SNC) Variação Patrimonial
(D) (C)
1º Compra das Mercadorias
 Fluxo Real...................................... 4.500 _____ _____ __________________
 Fluxo Monetário............................. 4.500 _____ _____ __________________
2º Venda a clientes:
 Fluxo Real....................................... 8.500 _____ _____
_____ _____ __________________
 Fluxo Monetário.............................. 8.500 _____ _____ __________________
3º Recebimento de clientes...................
Fluxo ______________ 4.200 _____ _____ __________________
4º Pagamentos efectuados:
Fluxo ______________
 a fornecedores........................................... 3.000 _____ _____
 ordenados líquidos.................................... 1.750 _____ _____
 à segurança social..................................... 600 _____ _____ _______________

 amortização do financiamento obtido …. 600 _____ _____

5º Gastos do período:
Fluxo ______________
 energia eléctrica........................................ 450 _____ _____

 renda do escritório.................................... 100 _____ _____


30 _____ _____
 seguros……………………….…............
50 _____ _____ _______________
 telefone……….........................................
180 _____ _____
 juros do financiamento obtido .................
6º Juros cobrados a clientes por atraso no
pagamento........................................................ 80 _____ _____ __________________
7º Juros de depósitos bancários....................... 200
8º Financiamento bancário obtido………...... 2.000

 Identifique os elementos patrimoniais, nas classificações solicitadas na tabela anterior.

EDIÇÃO 2014 87
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 4

1. Meios Financeiros Líquidos


Se uma entidade adquirir 100 USD ao balcão do banco “A”:
Considere que a moeda estrangeira foi comprada ao câmbio do dia: 1 € = 1,3794
U.S.D., em 31/12/”n” a cotação era: 1 € = 1,3525 U.S.D., da operação resultou uma:
i) Diferença de câmbio favorável, ou desfavorável? De que valor.
Considere que a entidade adquiriu 1 000 acções de uma sociedade cotada em
mercado regulamentado pelo valor unitário de 5€. Na data de fecho das contas da entidade, a
cotação da acção detida era de 6,50€
ii) Mensure o Activo no reconhecimento inicial e subsequente.

2. Contas a receber e a pagar (Custo Amortizado)


a) Considere que determinada entidade adquiriu em 30/06/”n” uma máquina pelo valor
global de 100 000€. Das condições de pagamento sabe-se que ocorrerá de uma só vez ao fim
de 12 meses, tendo sido negociada uma taxa de juro de 8%.

Mensuração do passivo no reconhecimento inicial e no reconhecimento subsequente:


30/6/n 31/12/n 30/6/n
Fluxo Caixa 100.000,00 €
VAL 96.225,04 € 98.094,37 €
Juro 3.774,96 €

8,00%
Taxa Semestral Equivalente (1+i)^(1/n)-1
3,92%

b) Considere que determinada entidade se dedica ao comércio de Máquinas para a Industria


Têxtil. Em 01/01/”n”, vendeu um conjunto de Máquinas pelo valor global de 100 000€. Das
condições de recebimento sabe-se: 50% do valor global a receber no acto da entrega e 25%
em cada 31/12 seguintes, tendo sido negociada uma taxa de juro de 10%.

Mensuração do Activo no reconhecimento inicial e no reconhecimento subsequente:


10,00% 1/1/n 31/12/n 31/12/n+1 31/12/n+2 31/12/n+3
Fluxo Caixa 50.000,00 € 12.500,00 € 12.500,00 € 12.500,00 € 12.500,00 €
VAL 39.623,32 € 31.085,65 € 21.694,21 € 11.363,64 € 0,00 €
Juro 3.962,33 € 3.108,56 € 2.169,42 € 1.136,36 €

EDIÇÃO 2014 88
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

3. Inventários
Considere que uma entidade se dedica à comercialização de equipamentos de ar
condicionado, no final período “n-1” tinha no armazém 100 unidades adquiridas ao preço
unitário de 200€. Em Abril/”n”, adquiriu 500 unidades ao preço unitário de 125€.
Os equipamentos apresentam características idênticas, produzidas pelo mesmo produtor e do
mesmo modelo.
Em Maio/”n”, a entidade vendeu 250 unidades de equipamentos pelo preço global de
75000€.
a) Classifique conforme a portaria n.º 1011/2009 de 09 de Setembro o activo
adquirido pela entidade no período “n”.
b) Determine o Custo da Mercadoria Vendida, utilizando o método de custeio:
i) FIFO (fórmula primeira entrada, primeira saída);
ii) Custo Médio Ponderado.
c) Considere que na data de fecho do período “n” os inventários na posse da entidade
devido ao aparecimento de um produto substituto não poderão ser vendidos por um
preço superior a 75€. Mensure os activos, releve os efeitos da eventual perda.
d) A entidade é nos termos legais obrigada a prestar garantia aos equipamentos
vendidos pelo prazo de 2 anos.
i) Deve a entidade constituir uma provisão?
ii) Classifique conforme a portaria n.º 1011/2009 de 09 de Setembro a
provisão a constituir no período “n”.
iii) Ao abrigo de que principio contabilístico deve a entidade constituir
provisões?

EDIÇÃO 2014 89
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

4. Investimentos
a) Considere que determinada entidade adquiriu 40% do capital social de uma outra
entidade, que classifica de Associads, pelo valor de 45 000€. Sabe-se da entidade adquirida é
detentora dos seguintes Activos e Passivos:
Quantias escrituradas Justo Valor
Investimentos 85 000€ 100 000€
Inventários 22 500€ 22 500€
Outros Activos 7 500€ 7 500€
Passivos 30 000€ 30 000€
i) Ignorando a incidência de impostos sobre o rendimento, da operação resultou Goodwill?
ii) No reconhecimento subsequente qual o método de mensuração do Activo Financeiro
b) Considere que uma entidade que se dedica à actividade vinícola adquiriu no período “n”
uma máquina para engarrafamento com um custo total de 100 000€, o produtor da máquina
informou a entidade que tem uma capacidade de engarrafamento no decorrer da sua vida útil
de 100 000 000 garrafas. Nos termos do contrato de compra e venda da máquina são
exigíveis inspecções importantes a cada 25 000 000 de unidades engarrafadas com custo
estimado de 2 000€ / inspecção, descontadas a uma taxa de 5%. Estima-se que ocorrerão à
passagem do 3º ano, 8º ano, e 12º ano de vida útil do Activo. A entidade estima que o
desmantelamento da máquina no final da sua vida útil, que se estima de 15 anos implica um
custo no valor de 10 000€, descontada a uma taxa de 10%.
a) Classifique conforme a portaria n.º 1011/2009 de 09 de Setembro o activo
adquirido pela entidade no período “n”.
b) Mensure o custo no reconhecimento inicial do activo.

No período “n” a entidade com o uso da referida máquina engarrafou 10 000 000 de
garrafas.
c) Determine o consumo de benefícios económicos do Activo pelo uso no período
“n”, pelo método das Unidades de Produção. Seria aconselhável reconhecer o
gasto com a Depreciação do activo usando o método da linha recta. Justifique a
diferença na aplicação dos dois métodos.

Sabe-se que o activo no final do período “n” apresentava:


- Justo Valor do Activo – Custos de Vender:
Preço de mercado do Activo: 80000€
Custos de Vender: Custos de Desmantelamento do Activo (a valores de
31/12/”n”)

EDIÇÃO 2014 90
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

- Valor de Uso:
Estimativas dos fluxos de caixa futuros remanescente do Activo: 10 000€/ano
Vida útil estimada remanescente: 14 anos
Taxa de desconto: 12%
(para determinação do Valor de Uso considere 10 000 x a n i ou seja 10 000 x (1 –
n
1/(1+i) )/ i))
f) Considerando que a entidade optou pela aplicação do modelo do custo na
mensuração do Activo, determine se o Activo demonstra imparidade no final do período “n”.

EDIÇÃO 2014 91
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 5

Atente na seguinte Demonstração Financeira:

EDIÇÃO 2014 92
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Determine:
Indicador de Liquidez “n”
Indicador de Solvabilidade “n-1”
Evolução do Indicador de Liquidez
Evolução do Indicador de Solvabilidade
Fundo de Maneio Corrente “n”
Fundo de Maneio Não Corrente “n-1”
Evolução do Fundo de Maneio
Rendibilidade do Capital Social “n”
Evolução da Rendibilidade do Capital Social
Dividendos*
*A Assembleia Geral a sociedade realizada em 3/”n+1”, deliberou a seguinte distribuição de
Resultados do período “n”:
i) Cobertura de prejuízos transitados;
ii) Constituição de Reserva Legal: Nos termos do CSC
iii) Constituição de uma Reserva Livre: 50%
iv) Distribuição aos sócios: Restante se possível nos termos do CSC, a não ser
possível a parte dos RLP não distribuível será integrada em Resultados Transitados.
Outras Informações:
Código das Sociedades Comerciais:

EDIÇÃO 2014 93
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

EDIÇÃO 2014 94
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 6

Atente na seguinte demonstração financeira:


Entidade: "SolTua, SA"
BALANÇO (INDIVIDUAL) EM 31 DE DEZEMBRO DE 200N
(VALORES EUROS)(1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS 31 DEZ N 31 DEZ N-1
ACTIVO

Activo não corrente


Activos fixos tangíveis 1.200.000,00 800.000,00
Propriedades de investimento 500.000,00 750.000,00
Goodwill
Activos intangíveis 50.000,00 50.000,00
Activos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial 250.000,00 250.000,00
Participações financeiras - outros métodos
Accionistas/sócios
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
2.000.000,00 1.850.000,00
Activo corrente
Inventários 350.000,00 400.000,00
Activos biológicos
Clientes 50.000,00 200.000,00
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários 150.000,00 50.000,00
550.000,00 650.000,00
Total do activo 2.550.000,00 2.500.000,00

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizado 750.000,00 750.000,00


Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais 150.000,00 150.000,00
Outras reservas
Resultados transitados -100.000,00 -80.000,00
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período 250.000,00 20.000,00

Interesses minoritários

Total do capital próprio 1.050.000,00 840.000,00

Passivo

Passivo não corrente


Provisões 100.000,00 100.000,00
Financiamentos obtidos 450.000,00 500.000,00
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar 350.000,00 640.000,00
900.000,00 1.240.000,00
Passivo corrente
Fornecedores 400.000,00 350.000,00
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos 10.000,00 15.000,00
Accionistas/sócios 120.000,00
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar 20.000,00 55.000,00
Diferimentos 50.000,00
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
600.000,00 420.000,00
Total do passivo 1.500.000,00 1.660.000,00
Total do capital próprio e do passivo 2.550.000,00 2.500.000,00

EDIÇÃO 2014 95
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

a) Analise a evolução do equilíbrio financeiro da entidade na ótica de:


i) Fundo de Maneio;
ii) Liquidez;
iii) Solvabilidade.

EDIÇÃO 2014 96
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 7

Considere as seguintes Demonstrações Financeiras da sociedade por quotas “Y, Lda”:


Entidade: "Y, Sociedade Agrícola e Turística, Lda"
BALANÇO INDIVIDUAL EM 31 DE Dezembro DE 200N
(VALORES EUROS)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS 31 DEZ N 31 DEZ N-1
ACTIVO

Activo não corrente


Activos fixos tangíveis 100000 80000
Propriedades de investimento 50000
Goodwill
Activos intangíveis 25000 5000
Activos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial
Participações financeiras - outros métodos
Accionistas/sócios
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
175000 85000
Activo corrente
Inventários 30000 28000
Activos biológicos 50000 45000
Clientes 80000 35000
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários 25000 30000
185000 138000
Total do activo 360000 223000

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizado 50000 50000


Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais 2000 2000
Outras reservas
Resultados transitados 66500 81500
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período 45000 -15000

Interesses minoritários

Total do capital próprio 163500 118500

Passivo

Passivo não corrente


Provisões
Financiamentos obtidos 125500 75000
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar
125500 75000
Passivo corrente
Fornecedores 64250 29500
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos 6750
Accionistas/sócios
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar
Diferimentos
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
71000 29500
Total do passivo 196500 104500
Total do capital próprio e do passivo 360000 223000

EDIÇÃO 2014 97
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Entidade:"Y, Sociedade Agrícola e Turistica, Lda"


DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM 31 DE Dezembro DE 200N
(VALORES EUROS)
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS N N-1

Vendas e serviços prestados 200000 92000


Subsídios à exploração 7000 20000
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas 75000 48000
Fornecimentos e serviços externos 25000 30000
Gastos com o pessoal 30000 25000
Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de activos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos 750 4250
Outros gastos e perdas 2500 2750

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos ? ?

Gastos/reversões de depreciação e de amortização 12000 17500


Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) ? ?

Juros e rendimentos similares obtidos 1000


Juros e gastos similares suportados 12500 8000

Resultado antes de impostos ? ?

Imposto sobre o rendimento do período 6750

Resultado líquido do período ? ?

Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluido no resultado


líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)


Detentores do capital da empresa-mãe
Interesses minoritários

Resultado por acção básico

Analise as Demonstrações Financeiras da sociedade por quotas “Y, Lda”:


a) Balanço na óptica do Fundo de Maneio.
b) Calcule na Demonstração de Resultados por Naturezas os campos assinalados com
“?”.
c) Comente os resultados obtidos comparativos, para os dois períodos em análise.
d) Elabore a Demonstração de Fluxos de Caixa (conforme modelo SNC geral). 32

32
Considere que os Gastos com Depreciações dizem respeito a Activos Fixos Tangíveis

EDIÇÃO 2014 98
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

Ficha de Trabalho nº 8

Considere a seguinte informação financeira da sociedade por quotas “Registrex, Comércio


de Artigos Informáticos, Lda” em 31/12/”n”:

Conta (SNC) €
Gastos
61 Custos da Mercadoria Vendida e Matérias Consumidas 100000
62 Fornecimentos e Serviços Externos 20000
63 Gastos com o Pessoal 80000
64 Gastos de depreciação e de amortização 10000
65 Perdas por imparidade 1000
66 Perdas por reduções de justo valor 500
67 Provisões do período 5000
68 Outros gastos e perdas 5000
69 Gastos e perdas de financiamento 5000

Total de Gastos 226500

Rendimentos
71 Vendas 200000
72 Prestações de serviços 50000
73 Variações nos inventários da produção 5000
74 Trabalhos para a própria entidade 3000
75 Subsídios à exploração 7000
76 Reversões 3000
77 Ganhos por aumentos de justo valor 2000
78 Outros rendimentos e ganhos 5000
79 Juros, Dividendos e Outros Rendimentos Similares 3000

Total de Rendimentos 278000

Resultados
811 Resultados antes de impostos 51500
812 Imposto sobre o rendimento do período 12875
818 Resultado Líquido 38625

Atendendo às seguintes informações, elabore a Demonstração de Resultados por Funções


(conforme modelo SNC geral).
Considere as seguintes % de imputação teórica:
- Custo das Vendas: 100% x [61] + 25% x [62] + 45% x [63] + 40% x [64];
- Custo dos Serviços Prestados: 25% x [62] + 25% x [63]
- Gastos de Distribuição: 25% x [62] + 15% x [63] + 50% x [64];
- Gastos de Administração: 25% x [62] + 15% x [63] + 10% x [64];
- Gastos de Investigação e Desenvolvimento: 50% [65]

EDIÇÃO 2014 99
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

5. BIBLIOGRAFIA

Legislação Sistema de Normalização Contabilística (SNC):


Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho aprova o SNC
Aviso 15652-2009 SNC Estrutura Conceptual
Aviso 15653-2009 SNC Normas Interpretativas
Aviso 15654-2009 SNC Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades
Aviso 15655-2009 SNC Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro
Portaria 986-2009 SNC Demonstrações Financeiras
Portaria 1011-2009 SNC Código Contas

Esperança, José Paulo, Matias, Fernanda, Finanças Empresariais, Dom Quixote, Lisboa 2005

Rafael, José, Análise e exemplificação da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros, Jornal de


Contabilidade – n.º 419, APOTEC fevereiro de 2012

Rafael, José, Investimentos Financeiros, Jornal de Contabilidade – n.º 422, APOTEC maio
de 2012

Rafael, José, Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas, erros e


acontecimentos após a data do balanço, Jornal de Contabilidade – n.º 437, APOTEC
março/abril 2014

Rafael, José, Benefícios dos empregados, Jornal de Contabilidade – n.º 442, APOTEC
janeiro/fevereiro 2015

Santos, Luís Lima, Fluxos de Caixa, Vida Económica, Porto 2004

EDIÇÃO 2014 100


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

ANEXO

QUADRO DE CONTAS DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILISTICA:


1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS *
11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros instrumentos financeiros *
141 Derivados
1411 Potencialmente favoráveis
1412 Potencialmente desfavoráveis
142 Instrumentos financeiros detidos para negociação
1421 Activos financeiros
1422 Passivos financeiros
143 Outros activos e passivos financeiros (justo valor através dos resultados)
1431 Outros activos financeiros
1432 Outros passivos financeiros

2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR *


21 Clientes *
211 Clientes c/c
2111 Clientes gerais
2112 Clientes - empresa-mãe
2113 Clientes - empresas subsidiárias
2114 Clientes - empresas associadas
2115 Clientes - empreendimentos conjuntos
2116 Clientes - outras partes relacionadas
……
212 Clientes - títulos a receber
2121 Clientes gerais
2122 Clientes - empresa-mãe
2123 Clientes - empresas subsidiárias
2124 Clientes - empresas associadas
2125 Clientes - empreendimentos conjuntos
2126 Clientes - outras partes relacionadas
... …
218 Adiantamentos de clientes *
219 Perdas por imparidade acumuladas *
22 Fornecedores *
221 Fornecedores c/c
2211 Fornecedores gerais
2212 Fornecedores - empresa-mãe
2213 Fornecedores - empresas subsidiárias
2214 Fornecedores - empresas associadas
2215 Fornecedores - empreendimentos conjuntos
2216 Fornecedores - outras partes relacionadas
... …
222 Fornecedores - títulos a pagar
2221 Fornecedores gerais
2222 Fornecedores - empresa-mãe
2223 Fornecedores - empresas subsidiárias
2224 Fornecedores - empresas associadas
2225 Fornecedores - empreendimentos conjuntos
2226 Fornecedores - outras partes relacionadas
... …
225 Facturas em recepção e conferência *
... …
228 Adiantamentos a fornecedores *
229 Perdas por imparidade acumuladas *
23 Pessoal
231 Remunerações a pagar *
2311 Aos órgãos sociais
2312 Ao pessoal
232 Adiantamentos
2321 Aos órgãos sociais
2322 Ao pessoal
……
237 Cauções

EDIÇÃO 2014 101


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

2371 Dos órgãos sociais


2372 Do pessoal
238 Outras operações
2381 Com os órgãos sociais
2382 Com o pessoal
239 Perdas por imparidade acumuladas *
24 Estado e outros entes públicos *
241 Imposto sobre o rendimento *
242 Retenção de impostos sobre rendimentos *
243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) *
2431 IVA - Suportado
2432 IVA - Dedutível
2433 IVA - Liquidado
2434 IVA - Regularizações
2435 IVA - Apuramento
2436 IVA - A pagar
2437 IVA - A recuperar
2438 IVA - Reembolsos pedidos
2439 IVA - Liquidações oficiosas
244 Outros impostos
245 Contribuições para a Segurança Social
246 Tributos das autarquias locais
... …
248 Outras tributações
25 Financiamentos obtidos
251 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2511 Empréstimos bancários
2512 Descobertos bancários
2513 Locações financeiras
... ...
252 Mercado de valores mobiliários
2521 Empréstimos por obrigações *
... ...
253 Participantes de capital
2531 Empresa-mãe - Suprimentos e outros mútuos
2532 Outros participantes - Suprimentos e outros mútuos
... ...
254 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
……
258 Outros financiadores
26 Accionistas/sócios
261 Accionistas c/ subscrição *
262 Quotas não liberadas *
263 Adiantamentos por conta de lucros
264 Resultados atribuídos
265 Lucros disponíveis
266 Empréstimos concedidos - empresa-mãe
… ...
268 Outras operações
269 Perdas por imparidade acumuladas *
27 Outras contas a receber e a pagar
271 Fornecedores de investimentos *
2711 Fornecedores de investimentos - contas gerais
2712 Facturas em recepção e conferência *
2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos *
272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica) *
2721 Devedores por acréscimos de rendimentos
2722 Credores por acréscimos de gastos
273 Benefícios pós-emprego *
274 Impostos diferidos *
2741 Activos por impostos diferidos
2742 Passivos por impostos diferidos
275 Credores por subscrições não liberadas *
276 Adiantamentos por conta de vendas *
... …
278 Outros devedores e credores
279 Perdas por imparidade acumuladas *
28 Diferimentos *
281 Gastos a reconhecer
282 Rendimentos a reconhecer
29 Provisões *
291 Impostos
292 Garantias a clientes
293 Processos judiciais em curso
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
295 Matérias ambientais

EDIÇÃO 2014 102


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

296 Contratos onerosos


297 Reestruturação
298 Outras provisões

3 INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS *


31 Compras
311 Mercadorias
312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
313 Activos biológicos
……
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras
32 Mercadorias
... ...
325 Mercadorias em trânsito
326 Mercadorias em poder de terceiros
... ...
329 Perdas por imparidade acumuladas
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
331 Matérias-primas
332 Matérias subsidiárias
333 Embalagens
334 Materiais diversos
335 Matérias em trânsito
... ...
339 Perdas por imparidade acumuladas
34 Produtos acabados e intermédios
... ...
346 Produtos em poder de terceiros
... ...
349 Perdas por imparidade acumuladas
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
351 Subprodutos
352 Desperdícios, resíduos e refugos
... ...
359 Perdas por imparidade acumuladas
36 Produtos e trabalhos em curso
37 Activos biológicos
371 Consumíveis
3711 Animais
3712 Plantas
372 De produção
3721 Animais
3722 Plantas
……
38 Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos
382 Mercadorias
383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
384 Produtos acabados e intermédios
385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
386 Produtos e trabalhos em curso
387 Activos biológicos *
39 Adiantamentos por conta de compras *

4 INVESTIMENTOS *
41 Investimentos financeiros *
411 Investimentos em subsidiárias
4111 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4112 Participações de capital - outros métodos
4113 Empréstimos concedidos
... ...
412 Investimentos em associadas
4121 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4122 Participações de capital - outros métodos
4123 Empréstimos concedidos
... ...
413 Investimentos em entidades conjuntamente controladas
4131 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4132 Participações de capital - outros métodos
4133 Empréstimos concedidos
... ...
414 Investimentos noutras empresas
4141 Participações de capital
4142 Empréstimos concedidos
... ...
415 Outros investimentos financeiros

EDIÇÃO 2014 103


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

4151 Detidos até à maturidade


……
4158 Outros
... ...
419 Perdas por imparidade acumuladas *
42 Propriedades de investimento
421 Terrenos e recursos naturais
422 Edifícios e outras construções
……
426 Outras propriedades de investimento
……
428 Depreciações acumuladas
429 Perdas por imparidade acumuladas *
43 Activos fixos tangíveis
431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo
436 Equipamentos biológicos *
437 Outros activos fixos tangíveis
438 Depreciações acumuladas
439 Perdas por imparidade acumuladas *
44 Activos intangíveis
441 Goodwill
442 Projectos de desenvolvimento *
443 Programas de computador
444 Propriedade industrial
... ...
446 Outros activos intangíveis
……
448 Amortizações acumuladas
449 Perdas por imparidade acumuladas *
45 Investimentos em curso
451 Investimentos financeiros em curso
452 Propriedades de investimento em curso
453 Activos fixos tangíveis em curso
454 Activos intangíveis em curso
455 Adiantamentos por conta de investimentos *
……
459 Perdas por imparidade acumuladas *
46 Activos não correntes detidos para venda *
……
469 Perdas por imparidade acumuladas *

5 CAPITAL, RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS *


51 Capital *
52 Acções (quotas) próprias *
521 Valor nominal
522 Descontos e prémios
... …
53 Outros instrumentos de capital próprio*

54 Prémios de emissão

55 Reservas
551 Reservas legais
552 Outras reservas
……
56 Resultados transitados
57 Ajustamentos em activos financeiros *
571 Relacionados com o método da equivalência patrimonial
5711 Ajustamentos de transição *
5712 Lucros não atribuídos *
5713 Decorrentes de outras variações nos capitais próprios das participadas *
……
579 Outros
58 Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis *
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
5811 Antes de imposto sobre o rendimento
5812 Impostos diferidos
……
589 Outros excedentes
5891 Antes de imposto sobre o rendimento
5892 Impostos diferidos
59 Outras variações no capital próprio

EDIÇÃO 2014 104


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

591 Diferenças de conversão de demonstrações financeiras *


592 Ajustamentos por impostos diferidos
593 Subsidios*
594 Doações
……
599 Outras

6 GASTOS *
61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
611 Mercadorias
612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
613 Activos biológicos (compras)*
62 Fornecimentos e serviços externos
621 Subcontratos
622 Serviços especializados
6221 Trabalhos especializados
6222 Publicidade e propaganda
6223 Vigilância e segurança
6224 Honorários
6225 Comissões
6226 Conservação e reparação
……
6228 Outros
623 Materiais
6231 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido
6232 Livros e documentação técnica
6233 Material de escritório
6234 Artigos para oferta

6238 Outros
624 Energia e fluidos
6241 Electricidade
6242 Combustíveis
6243 Água

6248 Outros
625 Deslocações, estadas e transportes
6251 Deslocações e estadas
6252 Transportes de pessoal
6253 Transportes de mercadorias

6258 Outros
626 Serviços diversos
6261 Rendas e alugueres
6262 Comunicação
6263 Seguros
6264 Royalties
6265 Contencioso e notariado
6266 Despesas de representação
6267 Limpeza, higiene e conforto
6268 Outros serviços
63 Gastos com o pessoal
631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal
633 Benefícios pós-emprego
6331 Prémios para pensões *
6332 Outros benefícios
634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal
64 Gastos de depreciação e de amortização
641 Propriedades de investimento
642 Activos fixos tangíveis
643 Activos intangíveis.
65 Perdas por imparidade
651 Em dívidas a receber
6511 Clientes
6512 Outros devedores
652 Em inventários
653 Em investimentos financeiros
654 Em propriedades de investimento
655 Em activos fixos tangíveis
656 Em activos intangíveis
657 Em investimentos em curso

EDIÇÃO 2014 105


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

658 Em activos não correntes detidos para venda


66 Perdas por reduções de justo valor
661 Em instrumentos financeiros
662 Em investimentos financeiros
663 Em propriedades de investimento
664 Em activos biológicos
67 Provisões do período *
671 Impostos
672 Garantias a clientes
673 Processos judiciais em curso
674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
675 Matérias ambientais
676 Contratos onerosos
677 Reestruturação
678 Outras provisões
68 Outros gastos e perdas
681 Impostos
6811 Impostos directos
6812 Impostos indirectos:
6813 Taxas
682 Descontos de pronto pagamento concedidos
683 Dívidas incobráveis *
684 Perdas em inventários *
6841 Sinistros
6842 Quebras
……
6848 Outras perdas
685 Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
6851 Cobertura de prejuízos
6852 Aplicação do método da equivalência patrimonial *
6853 Alienações
……
6858 Outros gastos e perdas
686 Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros *
6861 Cobertura de prejuízos
6862 Alienações
……
6868 Outros gastos e perdas
687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros
6871 Alienações
6872 Sinistros
6873 Abates
6874 Gastos em propriedades de investimento
……
6878 Outras gastos e perdas
688 Outros *
6881 Correcções relativas a períodos anteriores
6882 Donativos
6883 Quotizações
6884 Ofertas e amostras de inventários
6885 Insuficiência da estimativa para impostos
6886 Perdas em instrumentos financeiros *
……
6888 Outros não especificados
69 Gastos e perdas de financiamento
691 Juros suportados
6911 Juros de financiamentos obtidos
……
6918 Outros juros
692 Diferenças de câmbio desfavoráveis
6921 Relativas a financiamentos obtidos
……
6928 Outras
……
698 Outros gastos e perdas de financiamento
6981 Relativos a financiamentos obtidos
……
6988 Outros

7 RENDIMENTOS *
71 Vendas *
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Activos biológicos
... ...

EDIÇÃO 2014 106


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

716 IVA das vendas com imposto incluído


717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas
72 Prestações de serviços *
721 Serviço A
722 Serviço B
... …
725 Serviços secundários
726 IVA dos serviços com imposto incluído
... …
728 Descontos e abatimentos
73 Variações nos inventários da produção *
731 Produtos acabados e intermédios
732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
733 Produtos e trabalhos em curso
734 Activos biológicos
74 Trabalhos para a própria entidade
741 Activos fixos tangíveis
742 Activos intangíveis
743 Propriedades de investimento
744 Activos por gastos diferidos
……
75 Subsídios à exploração *
751 Subsídios do Estado e outros entes públicos
752 Subsídios de outras entidades
76 Reversões
761 De depreciações e de amortizações
7611 Propriedades de investimento
7612 Activos fixos tangíveis
7613 Activos intangíveis
762 De perdas por imparidade
7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores
7622 Em inventários
7623 Em investimentos financeiros
7624 Em propriedades de investimento
7625 Em activos fixos tangíveis
7626 Em activos intangíveis
7627 Em investimentos em curso
7628 Em activos não correntes detidos para venda
763 De provisões
7631 Impostos
7632 Garantias a clientes
7633 Processos judiciais em curso
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
7635 Matérias ambientais
7636 Contratos onerosos
7637 Reestruturação
7638 Outras provisões
……
77 Ganhos por aumentos de justo valor
771 Em instrumentos financeiros
772 Em investimentos financeiros
773 Em propriedades de investimento
774 Em activos biológicos
78 Outros rendimentos e ganhos
781 Rendimentos suplementares
7811 Serviços sociais
7812 Aluguer de equipamento
7813 Estudos, projectos e assistência tecnológica
7814 Royalties
7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas
7816 Outros rendimentos suplementares
782 Descontos de pronto pagamento obtidos
783 Recuperação de dívidas a receber
784 Ganhos em inventários
7841 Sinistros
7842 Sobras

7848 Outros ganhos
785 Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
7851 Aplicação do método da equivalência patrimonial *
7852 Alienações
……
7858 Outros rendimentos e ganhos

EDIÇÃO 2014 107


Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA

786 Rendimentos e ganhos nos restantes activos financeiros


7861 Diferenças de câmbio favoráveis
7862 Alienações
……
7868 Outros rendimentos e ganhos
787 Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros
7871 Alienações
7872 Sinistros
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento
……
7878 Outros rendimentos e ganhos
788 Outros *
7881 Correcções relativas a períodos anteriores
7882 Excesso da estimativa para impostos
7883 Imputação de subsídios para investimentos
7884 Ganhos em outros instrumentos financeiros *
7885 Restituição de impostos
……
7888 Outros não especificados
79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares
791 Juros obtidos
7911 De depósitos
7912 De outras aplicações de meios financeiros liquídos
7913 De financiamentos concedidos a associadas e empreendimentos conjuntos
7914 De financiamentos concedidos a subsidiárias
7915 De financiamentos obtidos
……
7918 De outros financiamentos concedidos
792 Dividendos obtidos
7921 De aplicações de meios financeiros liquidos
7922 De associadas e empreendimentos conjuntos
7923 De subsidiárias
……
7928 Outras
… ……
798 Outros rendimentos similares
……

8 RESULTADOS
81 Resultado líquido do período
811 Resultado antes de impostos *
812 Imposto sobre o rendimento do período
8121 Imposto estimado para o período *
8122 Imposto diferido
……
818 Resultado líquido
……
89 Dividendos antecipados

EDIÇÃO 2014 108

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