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Perícia
Contábil
Autor:
José A. Moura Aranha
Revisora:
Neusa Oviedo Ramirez
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 84
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APRESENTAÇÃO
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UNIDADE 1 - CONCEITOS
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para a sociedade na forma de impostos, remuneração, encargos sociais, eventos
culturais e sociais.
Como podemos perceber neste pequeno relato da evolução histórica da
Contabilidade, seu desenvolvimento está diretamente relacionado com os fatos
históricos e econômicos marcantes no mundo ocidental, donde podemos concluir
que Ela é fruto do Capitalismo.
Ademais, a Contabilidade é reativa e não proativa, Ela sempre responde
aos estímulos dos vários setores da economia ou dos fatos históricos e
econômicos. Portanto, conhecer e entender o passado histórico da Contabilidade é
também entender a evolução das sociedades nos seus aspectos históricos e
econômicos.
Conhecer o passado é que nos possibilita entender o presente e daí,
podemos projetar o futuro para a Ciência da Contabilidade.
A exemplo da contabilidade, a Perícia Contábil é também muito antiga,
existindo desde tempos remotos da humanidade. Alberto (1996, p. 20-21) relata:
Tomando por base o que relata Alberto, podemos imaginar que na Babilônia
na vigência do Código de Hamurabi, monumento monolítico talhado em rocha com
282 leis em 3.600 linhas contendo artigos que fixavam diferentes regras da vida
cotidiana, poderia ter havido a figura do árbitro ou perito na solução das lides.
Ainda segundo Alberto (1996), há registros da atuação de árbitros no Antigo
Egito, na Índia e no primitivo Direito Romano. A figura do árbitro, eleito pelas partes,
fazia o papel de perito e juiz ao mesmo tempo, pois realizava a verificação direta
dos fatos, o exame do estado das coisas e lugares, decidia e homologava a decisão
final.
No direito Pátrio encontramos a primeira Lei que faz menção à figura do
árbitro ou perito. O Decreto nº 737, de 25 de novembro de 1850, em seu artigo 189,
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faz menção ao árbitro ou perito como auxiliar do juiz, em situação em que este
carece de informação para decisão final da lide, conforme a seguir transcrito:
1ATENÇÃO Esta Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, que instituiu o Código de Processo Civil em
1973, foi revogada em 2015 pela Lei 13.105, de 16 de março de 2015, que estando no “vacatio legis”
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CAPÍTULO V - DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Art. 139 - São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições
são determinadas pelas normas de organização judiciária, o
escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador
e o intérprete.
Sobre o perito, o mesmo diploma legal em seu artigo 145, determina que o
perito deve ser profissional de nível universitário, com o devido registro no órgão de
classe competente, portanto, na perícia contábil, cabe exclusivamente ao contador
a sua execução, conforme prescreve o Código de Processo Civil - CPC:
só surtirá efeito em março de 2016. Mas faz parte da história e evolução da sociedade, do processo,
do direito e do homem.
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regulamentando a profissão do contador. Em seu artigo 2º institui os cursos técnicos
de guarda-livros, atuário e de perito, entre outros, a seguir reproduzido:
Dica de aprofundamento
Exercício 1
1. Fibonacci introduziu no ocidente o conceito do zero. Qual era o sistema
numérico utilizado no ocidente?
a) Algarismos gregos
b) Algarismos primos
c) Algarismos arábicos
d) Algarismos romanos
É importante ressaltar que perícia contábil não pode ser entendida como
auditoria contábil, apesar de apresentarem pontos comuns, variam quanto à
natureza das causas e efeitos, de espaço e tempo (SÁ, 1997).
O enfoque no trabalho de auditoria são os registros contábeis, financeiros e
patrimoniais, os controles internos nas organizações, documentos e controles
operacionais e demonstrações contábeis. O trabalho é realizado normalmente por
amostragem observando a materialidade e a relevância.
O trabalho pericial envolve a totalidade dos fatos, dos documentos, das
informações e de todo e qualquer meio que possa ser utilizado como elemento de
prova.
Sem a pretensão de esgotar o assunto, a seguir é apresentado o quadro 1
onde estão resumidas as semelhanças e diferenças entre a perícia contábil e a
auditoria contábil sob o ponto de vista de uma abordagem comparativa externa.
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Artigo 312 da Instrução CVM nº 308, de
14/05/1999
Relaciona- Poder Judiciário (juiz) e as partes (autor e
mento do Com toda a equipe da entidade auditada réu) em processos judiciais e o contratante
trabalho em perícias extrajudiciais.
Divulgação
Divulgação em jornais de grande circulação.
externa do Não há divulgação externa. O laudo ou
Divulgação nos “sites” das empresas
resultado do parecer são restritos aos autos
auditadas.
trabalho
Local de
Escritório da entidade auditada e no escritório
realização do Escritório do Perito.
do auditor
trabalho
Exercício 2
1. Analise os enunciados abaixo e escolha a sequência correta segundo
façam referência à Auditoria ou à Perícia:
1 – Auditoria
2 – Perícia
2 Art. 31-A O prazo estabelecido no art. 31 desta Instrução é de até 10 (dez) anos consecutivos
Três coisas devem ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente
e decidir imparcialmente.
(Sócrates)
2.1 Considerações iniciais
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Contábil. Esta norma foi posteriormente revisada pela Resolução CFC nº 857 de 21
de outubro de 1999; Res. CFC nº. 1050/2005; Res. CFC nº. 1051/2005; Res. CFC
nº. 1056/2005 e Res. CFC nº. 1057/2005. E, foi revogada pela Resolução CFC n°
1.244, de 10 de dezembro de 2009, que também foi revogada pela NBCPP 01 de
19 de março de 2015, que dá nova redação à NBC PP 01 – Perito Contábil.
As alterações introduzidas na Lei 6.404/76 pela Lei 11.638, de 28 de
dezembro de 2007, e a Lei 11.941/2009, possibilitaram ao Comitê de
Pronunciamento Contábil, em parceria com os diversos órgãos normatizadores da
ciência contábil e fiscalizadores da atividade comercial e financeira do Brasil,
promoverem alterações relevantes nas normas de contabilidade com o objetivo de
adequá-las ao padrão contábil internacional. Dentro desse propósito, o CFC vem
atuando de maneira vigorosa revendo todo o seu arcabouço de normas e
adequando-as ao referido padrão.
Como entidade membro associado da Federação Internacional de
Contadores – IFAC, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC, foi autorizado a
traduzir as normas internacionais de auditoria e demais publicações.
Nesse sentido, em consonância com o processo de harmonização contábil,
o CFC está revisando as normas de auditorias com a tradução e implementação
das normas internacionais do International Auditing and Assurance Standards Board
– IAASB, cujo processo se deu a partir do final do ano de 2009, com vigência a
partir do início do ano de 2010.
Para dar início ao processo de tradução e implementação das normas de
auditoria, o CFC julgou necessário rever a técnica legislativa utilizada no
desenvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade, no sentido de adequá-
las à linguagem utilizada nas normas internacionais. Para isso foi aprovada a
Resolução CFC 1.156, de 13 de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a Estrutura
das Normas Brasileiras de Contabilidade, que passou por revisão e foi revogada
pela Resolução CFC 1374 de 08 de dezembro de 2011 que deu nova redação à
NBCTG – Estrutura Conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-
financeiro.
A Resolução CFC 1.156/09, alterou a nomenclatura das Normas Brasileiras
de Contabilidade – NBC’s, passando a adotar as seguintes estruturas, conforme
artigos 4º e 5º a seguir:
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Art. 4º As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se
estruturam conforme segue:
a) Geral – NBC PG – são as normas gerais aplicadas aos
profissionais da área contábil;
b) do Auditor Independente – NBC PA – são aplicadas
especificamente aos contadores que atuem como auditor
independente;
c) do Auditor Interno – NBC PI – são aplicadas especificamente
aos contadores que atuem como auditor interno;
d) do Perito – NBC PP – são aplicadas especificamente aos
contadores que atuem como perito contábil.
Art. 5º As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica se
estruturam conforme segue:
a) Societária – NBC TS – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade convergentes com as Normas Internacionais;
b) do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as
Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público;
c) Específica – NBC TE – são as Normas Brasileiras de
Contabilidade que não possuem Norma Internacional
correspondente, observando as NBC TS;
d) de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica –
NBC TA – são as Normas Brasileiras de Auditoria convergentes com
as Normas Internacionais de Auditoria Independente (ISAs) emitidas
pela Federação Internacional de Contadores (IFAC);
e) de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as
Normas Brasileiras de Revisão convergentes com as Normas
Internacionais de Revisão (ISREs), emitidas pela IFAC;
f) de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são
as Normas Brasileiras de Asseguração convergentes com as
Normas Internacionais de Asseguração (ISAEs), emitidas pela IFAC;
g) de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras
para Serviços Correlatos convergentes com as Normas
Internacionais para Serviços Correlatos (ISRSs) emitidas pela IFAC;
h) de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras
aplicadas aos trabalhos de auditoria interna;
i) de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras aplicadas aos
trabalhos de perícia.
Esta resolução foi revogada pela Resolução CFC 1.298/2010, que também
foi revogada pela Resolução CFC 1328/2011, e foi alterada pela Resolução
1.443/2013. Estas normas dispõem sobre a estrutura das Normas Brasileiras de
Contabilidade, e explicitam que “as Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas
Profissionais ou Técnicas, estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões
e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional. A
estrutura das normas passa a ser Normas Profissionais.
E Normas Técnicas
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O resultado desse trabalho é que a partir do início de janeiro de 2010, os
profissionais de auditoria devem observar um novo conjunto de normas de auditoria,
resultado da atuação do CFC em traduzir as Normas Internacionais, portanto são as
Normas Brasileiras de Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de
Auditoria Independente (ISAs) emitidas pela Federação Internacional de Contadores
(IFAC).
No que é pertinente à perícia contábil, o CFC, diante da constante evolução
e a crescente importância da atividade pericial e considerando que o momento
exige atualização e aprimoramento das normas endereçadas à sua regência,
resolveu revogar a norma profissional NBC P2 e a norma técnica NBC T-3, editando
para isso normas técnicas de perícia e normas profissionais do perito contábil,
respectivamente, pelas Resoluções CFC nº 1.243/09 e 1.244/09, ambas revogadas
pelas NBCTP01 NBCPP01 respectivamente e publicadas no Diário Oficial de 18 de
março de 2015.
Nesse processo de atualização, as normas profissionais e técnicas de
perícia, conforme item IV do art. 3º e item VIII do art. 4º da Resolução CFC
1328/2011, tiveram suas estruturas alteradas para Normas Brasileiras de
Contabilidade – NBC PP, que se refere às normas profissionais do Perito e Normas
Brasileiras de Contabilidade – NBC TP normas técnicas de Perícia, ou seja, NBC
PP – do Perito e NBC TP – da Perícia.
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modelos e vigência. Cada item da norma do profissional contador na função de
perito, será comentado a seguir destacando pontos relevantes.
2.2.1 Objetivo
A Norma Profissional do Perito PP 01 é bastante clara em seu objetivo em
que estabelece o seguinte: “Esta Norma estabelece critérios inerentes à atuação do
contador na condição de perito”.
Cabem aqui algumas considerações bem como reforçar o ponto de vista do
legislador em estabelecer o objetivo acima:
a) Encontramos no Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, em
seus artigos 25 e 26, a definição dos trabalhos técnicos de
contabilidade bem como a quem compete executá-los:
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§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta
pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores
ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a
universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a
indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
2.2.2 Conceitos
A perícia contábil é de exclusividade do contador podendo sua atuação ser
como perito ou perito assistente, portanto é necessário o entendimento de cada
uma dessas atribuições.
O perito contábil é o contador devidamente registrado no Conselho
Regional da classe e possuidor de profundo conhecimento da matéria pericial
contábil. Trata-se do profissional que atua na área de perícia contábil, seja judicial
ou extrajudicial. A NBC PP 01 possui 4 conceitos referentes ao perito, a saber:
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pública ou privada para exercício da perícia contábil. Perito-
assistente é o contratado e indicado pela parte em perícias
contábeis.
2.2.3 Alcance
Aplica-se ao perito o Código de Ética Profissional do Contador, a NBC PG
100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade e a NBC PG 200 –
Contadores que prestam Serviços (contadores externos) naqueles aspectos não
abordados por esta Norma.
Para os profissionais que pretendam ou venham a exercer a perícia, se faz
necessário atender as condições e exigências nomeadas no item anterior. Para os
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requisitos de experiência profissional e conhecimento individual. Isso significa dizer
que nenhum profissional deve assumir uma perícia se não tem conhecimento da
matéria periciada sob pena de se expor e sabotar a própria carreira, por esta razão
a competência técnica e científica não mais faz parte da norma. Para assumir a
responsabilidade de executar a perícia é condição sine qua non o conhecimento
aprofundado da matéria.
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9. Impedimento e suspeição são situações fáticas ou circunstanciais
que impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções
ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial,
inclusive arbitral. Os itens previstos nesta Norma explicitam os
conflitos de interesse motivadores dos impedimentos e das
suspeições a que está sujeito o perito nos termos da legislação
vigente e do Código de Ética Profissional do Contador.
10. Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é
fator determinante que ele se declare impedido, após nomeado ou
indicado, quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma,
nos itens abaixo.
11. Quando nomeado, o perito do juízo deve dirigir petição, no prazo
legal, justificando a escusa ou o motivo do impedimento ou da
suspeição.
12. Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-
assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada
por escrito, com cópia ao juízo.
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13. O perito do juízo deve se declarar impedido quando não puder
exercer suas atividades, observados os termos do Código de
Processo Civil.
14. O perito-assistente deve declarar-se suspeito quando, após
contratado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar
suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e,
dessa maneira, comprometer o resultado do seu trabalho.
15. O perito do juízo ou assistente deve declarar-se suspeito
quando, após nomeado ou contratado, verificar a ocorrência de
situações que venham suscitar suspeição em função da sua
imparcialidade ou independência e, dessa maneira, comprometer o
resultado do seu trabalho em relação à decisão.
2.2.6 Responsabilidade
O exercício profissional exige um comportamento qualitativo que resulta na
perfeição dos serviços, bem como na atenção e responsabilidade que devem ser
dispensadas. Estes são deveres fundamentais do profissional contábil seja como
contabilista, auditor ou perito.
O Código de Ética é enfático ao afirmar no seu artigo 2º, inciso I, que:
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A norma Profissional do Perito (PP) prevê que a legislação cívil determina
responsabilidades e penalidades para o profissional que exerce a função de perito,
as quais consistem em multa, indenização e inabilitação. A legislação penal
estabelece penas de multa e reclusão para os profissionais que exercem a atividade
pericial que vierem a descumprir as normas legais.
Quanto ao Código de Ética, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou a
Resolução CFC n.º 803/96, que prevê no art. 12, Inciso IV como pena mais severa,
a censura pública, a nosso ver, penalidade muito branda, carecendo a classe de
contabilistas de um código com mais rigor na aplicação das penalidades, como a
cassação do registro a exemplo do que é aplicado a outras categorias profissionais.
Essa fragilidade do Código de Ética, para o bem da classe contábil, foi
corrigida com a sanção, pelo Presidente da República, da Lei nº 12.249, de 11 de
junho de 2010, que entre outras providências alterou o Decreto-Lei nº 9.295, de 27
de maio de 1946, no que diz respeito às penalidades em seu artigo 27, passando a
ter a seguinte redação:
DAS PENALIDADES
Art. 27. As penalidades ético-disciplinares aplicáveis por infração
ao exercício legal da profissão são as seguintes: (Redação dada
pela Lei nº 12.249, de 2010)
a) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade do
exercício em curso aos infratores dos arts. 12 e 26 deste Decreto-
Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
b) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes aos profissionais e de 2 (duas)
a 20 (vinte) vezes o valor da anuidade do exercício em curso às
empresas ou a quaisquer organizações contábeis, quando se tratar
de infração dos arts. 15 e 20 e seus respectivos parágrafos;
(Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
c) multa de 1 (uma) a 5 (cinco) vezes o valor da anuidade do
exercício em curso aos infratores de dispositivos não mencionados
nas alíneas a e b ou para os quais não haja indicação de penalidade
especial; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
d) suspensão do exercício da profissão, pelo período de até 2 (dois)
anos, aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no
que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer
falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de
escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas;
(Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano, ao profissional com comprovada incapacidade
técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho
Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porém, ao
interessado a mais ampla defesa; (Redação dada pela Lei nº
12.249, de 2010)
f) cassação do exercício profissional quando comprovada
incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a ordem
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econômica e tributária, produção de falsa prova de qualquer dos
requisitos para registro profissional e apropriação indevida de
valores de clientes confiados a sua guarda, desde que homologada
por 2/3 (dois terços) do Plenário do Tribunal Superior de Ética e
Disciplina; (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
g) advertência reservada, censura reservada e censura pública nos
casos previstos no Código de Ética Profissional dos Contabilistas
elaborado e aprovado pelos Conselhos Federal e Regionais de
Contabilidade, conforme previsão do art. 10 do Decreto-Lei no 1.040,
de 21 de outubro de 1969. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
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contabilidade como colaborador interno da instituição, como colaborador externo e o
código de conduta geral, do profissional.
Em determinado trabalho pericial, o perito nomeado emitiu laudo com
opinião tendenciosa favorecendo a autora, e por isso, foi processado e condenado a
pagar indenização à parte prejudicada.
Exercício 3
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Advertência reservada, censura reservada e censura pública.
Indenização pelos prejuízos que causar à parte, se por dolo ou culpa
prestar informações inverídicas e inabilitação, por 2 (dois) anos, para
funcionar em outras perícias.
Cassação do exercício profissional quando comprovada incapacidade
técnica de natureza grave [...]
ZELO PROFISSIONAL
25. O termo “zelo” para o perito refere-se ao cuidado que o mesmo
deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação à sua
conduta, documentos, prazos, tratamento dispensado às
autoridades, aos integrantes da lide e aos demais profissionais, de
forma que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom
termo e, consequentemente, o laudo pericial contábil e o parecer
pericial contábil sejam dignos de fé pública.
26. O zelo profissional do perito na realização dos trabalhos periciais
compreende:
a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial e nos
termos contratados em perícia extrajudicial, inclusive arbitral;
b) assumir a responsabilidade pessoal por todas as informações
prestadas, quesitos respondidos, procedimentos adotados,
diligências realizadas, valores apurados e conclusões apresentadas
no Laudo Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil;
c) prestar os esclarecimentos determinados pelo juiz ou pelo árbitro,
respeitados os prazos legais ou contratuais;
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d) propugnar pela celeridade processual, valendo-se dos meios que
garantam eficiência, segurança, publicidade dos atos periciais,
economicidade, o contraditório e a ampla defesa;
e) ser prudente, no limite dos aspectos técnico-científicos, e atento
às consequências advindas dos seus atos;
f) ser receptivo aos argumentos e críticas, podendo ratificar ou
retificar o posicionamento anterior.
27. A transparência e o respeito recíproco entre o perito e o perito
assistente pressupõem tratamento impessoal, restringindo os
trabalhos, exclusivamente, ao conteúdo técnico-científico.
28. O perito é responsável pelo trabalho de sua equipe técnica, a
qual compreende os auxiliares para execução do trabalho
complementar do laudo pericial contábil e/ou parecer técnico
contábil.
29. Sempre que não for possível concluir o laudo pericial contábil no
prazo fixado pelo juiz, deve o perito do juízo requerer a sua dilação
antes de vencido aquele, apresentando os motivos que ensejaram a
solicitação.
30. Na perícia extrajudicial, o perito deve estipular os prazos
necessários para a execução dos trabalhos, junto com a proposta de
honorários e com a descrição dos serviços a executar.
31. A realização de diligências durante a elaboração do laudo
pericial, para busca de provas, quando necessária, deve ser
comunicada às partes para ciência de seus assistentes.
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estimativa de tempo que vai ser despendido em termos de horas de serviços e o
pessoal técnico a ser empregado.
O estabelecimento dos honorários deve levar em conta as recomendações
mencionadas, para que o valor não seja vil, fato que compromete a isenção e a
qualidade técnica dos trabalhos, além de favorecer a corrupção e desvalorizar o
profissional. Portanto, a justa remuneração é imprescindível para a independência
do profissional.
Sobre os honorários profissionais a Norma Profissional do Perito menciona
em seus itens 47 a 56, as seguintes orientações:
HONORÁRIOS
33. Na elaboração da proposta de honorários, o perito deve
considerar os seguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a
complexidade, a quantidade de horas, o pessoal técnico, o prazo
estabelecido e a forma de recebimento, entre outros fatores.
Elaboração de proposta
57. O perito deve elaborar a proposta de honorários estimando,
quando possível, o número de horas para a realização do trabalho,
por etapa e por qualificação dos profissionais considerando os
trabalhos a seguir especificados:
a) retirada e entrega do processo ou procedimento arbitral;
b) leitura e interpretação do processo;
c) elaboração de termos de diligências para arrecadação de provas
e comunicações às partes, terceiros e peritos-assistentes;
d) realização de diligências;
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e) pesquisa documental e exame de livros contábeis, fiscais e
societários;
f) elaboração de planilhas de cálculos, quadros, gráficos,
simulações e análises de resultados;
g) elaboração do laudo;
h) reuniões com peritos assistentes, quando for o caso;
i) revisão final;
j) despesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação,
etc.;
k) outros trabalhos com despesas supervenientes.
Quesitos suplementares
35. O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta
não contempla os honorários relativos a quesitos suplementares e,
se estes forem formulados pelo juiz e/ou pelas partes, pode haver
incidência de honorários suplementares a serem requeridos,
observando os mesmos critérios adotados para elaboração da
proposta inicial.
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orçamento ser precedido de um minucioso levantamento, elaborado e demonstrado
com clareza, podendo ser um documento anexo à proposta.
No caso do perito assistente a Norma orienta estabelecer a relação de
serviços mediante Contrato Particular de Prestação de Serviços Profissionais de
Perícia Contábil.
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neste trabalho, o que permite considerar que a classe contábil é a única categoria
profissional que conta com um arcabouço de normas para o pleno exercício de suas
funções na condição de perito.
Esta autorregulação, além de ser uma atitude pioneira, objetiva preservar os
interesses da própria sociedade, uma vez que é a sociedade quem concede à
classe as prerrogativas profissionais para que estas funcionem como medidas
protetoras dos seus interesses diretos, através de uma atuação ética de forma que
os serviços à sua disposição sejam excelentes, eficazes e moralmente inatacáveis,
somente com esse conjunto de conhecimentos científicos é que a perícia contábil
pode ser útil.
Embora devam trabalhar para o esclarecimento da verdade o perito nomeado
e o perito assistente têm funções distintas nos autos. Enquanto que o perito
nomeado como perito do juízo trabalha somente para a causa, não importando a
quem assiste a razão, o perito assistente é compromissado com a parte que o
contratou, concordando ou contestando dentro dos autos, com a posição do perito
nomeado.
Para um melhor entendimento, o quadro 02 resume as características e
funções do perito do juízo e o perito assistente.
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Honorários homologados pelo juiz Honorários contratados
diretamente com a parte
2.2.10 Esclarecimentos
A exemplo do que requer do Perito no que diz respeito ao zelo, este tem o
dever de prestar esclarecimentos quando solicitado pelas partes do processo ou
quando determinado pelo magistrado ou árbitro.
Sobre esclarecimento a Norma define no seu item 41 que:
ESCLARECIMENTOS
41. O perito deve prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do
laudo pericial contábil ou do parecer técnico-contábil, em
atendimento à determinação do juiz ou árbitro que preside o feito, os
quais podem não ensejar novos honorários periciais, se forem
apresentados para obtenção de detalhes do trabalho realizado, uma
vez que as partes podem formulá-los com essa denominação, mas
serem quesitos suplementares.
2.2.11 Sigilo
Sobre o sigilo, é bom lembrar que o CFC aprovou pela Resolução CFC nº
803, de 10 de outubro de 1996 o Código de Ética do Contabilista que prevê em seu
artigo 2° o dever que o profissional contábil deve dispensar na guarda do sigilo em
razão do exercício profissional, conforme a seguir transcrito:
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Cabe ressaltar que a norma olvidou que o sigilo deve abranger também
aqueles que fiscalizam (item 27) as atividades executadas pelos peritos, bem como
leva ao entendimento que os que julgam os processos administrativos e éticos
também devem fazê-lo.
A NBCPP que versa sobre a conduta do perito possui os seguintes modelos
em anexo que fazem parte do documento e auxiliam o contador na elaboração
destes. Modelos exemplificativos:
Modelo n.º 1 – Escusa em perícia judicial;
Modelo n.º 2 – Renúncia em perícia arbitral;
Modelo n.º 3 – Renúncia em perícia extrajudicial;
Modelo n.º 4 – Renúncia à indicação em perícia judicial;
Modelo n.º 5 – Renúncia à indicação em perícia arbitral;
Modelo n.º 6 – Renúncia em assistência em perícia extrajudicial;
Modelo n.º 7 – Petição de honorários periciais contábeis;
Modelo n.º 8 – Petição de juntada de laudo pericial contábil e pedido de
levantamento de honorários;
Modelo n.º 9 – Petição de juntada de laudo trabalhista e pedido de
arbitramento de honorários; e
Modelo n.º 10 – Contrato particular de prestação de serviços profissionais.
Exercício 4
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b) Registro no Conselho Regional de Contabilidade
c) Nível Superior
d) Conhecimento Técnico
Dica de Aprofundamento
Sugiro que você assista ao vídeo Jornal Perícia Contábil DF. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=D-r-3r72VWM&feature=related> Acesso em: 09 nov.
2018.
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22 de outubro de 1992 e alterada pela Resolução CFC nº 858, de 21 de outubro de
1999. Em 10 de dezembro de 2009, em prosseguimento ao processo de revisão
das Normas Brasileiras de Contabilidade, o CFC editou e aprovou pela Resolução
CFC nº 1.243 a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC TP 01 que passou a partir
de 01 de janeiro de 2010 a orientar as regras e procedimentos técnico-científicos a
serem observados pelo perito e perito assistente, quando da elaboração da Perícia
Contábil, seja no âmbito judicial, extrajudicial ou arbitral. Em 2015, a Res. CFC nº
1.243, foi revogada pela NBCTP 01 de 19 de março de 2015, que dá nova redação
à NBC TP 01 – Perícia Contábil.
A NBC TP 01 trata dos objetivos, conceito, execução, procedimentos,
planejamento que possui os subitens: objetivos do planejamento, desenvolvimento,
riscos e custos, equipe técnica, cronograma; Termo de diligência que inclui sua
estrutura, laudo e parecer pericial contábil que inclui diversos outros subitens
pertinentes ao Laudo e Parecer e por fim os modelos e vigência da norma.
Prosseguindo com o escopo do trabalho serão comentados os itens da
referida norma.
2.3.1 Objetivo
As regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo
perito no desenvolvimento da perícia contábil estão consubstanciados no item 01 da
NBC TP 01, que estabelece:
OBJETIVO
1. Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos
a serem observados pelo perito, quando da realização de perícia
contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, mediante o esclarecimento
dos aspectos e dos fatos do litígio por meio de exame, vistoria,
indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e
certificação.
2.3.2 Conceito
Definidos os procedimentos e regras, a NBC TP 01 em seus itens 2 a 5,
define os conceitos de perícia conforme segue:
CONCEITO
2. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-
científicos destinados a levar à instância decisória elementos de
prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou
constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou
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parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas
e profissionais, e com a legislação específica no que for pertinente.
3. O laudo pericial contábil e o técnico-contábil têm por limite o
próprio objeto da perícia deferida ou contratada.
4. A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em
situação regular perante o Conselho Regional de Contabilidade
(CRC) e de sua jurisdição.
5. A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A
perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou
voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de
arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle
de órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada,
espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as
partes.
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Regional de Contabilidade. A condição de que os trabalhos técnicos de perícia é
prerrogativa do contador tem fundamento também do artigo 26 do Decreto-Lei
9.295/46, conforme se observa:
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A perícia administrativa, segundo a opinião de Magalhães et all (1995), é
quando se tratar do exame decisivo de uma situação de contas em caráter
administrativo. É quando o responsável pelos negócios de uma entidade, diante de
uma questão em que tem dúvidas, solicita os subsídios do contador para dirimi-las.
Alberto (1996) define como perícia semijudicial aquela realizada dentro do
aparato institucional do Estado, porém fora do Poder Judiciário, cuja finalidade é ser
meio de prova nos ordenamentos institucionais usuários.
Alberto (1996, p. 54) afirma que:
2.3.3 Execução
A conduta do profissional com relação aos colegas deve ser pautada nos
princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, condição prevista no
artigo 9º do Código de Ética Profissional. Sobre o perito assistente, o item 7 da NBC
TP 01 recomenda como deve ser a sua relação com o advogado da parte que o
contratou, com o objetivo de inteirar-se do processo e obter os subsídios que irão
dar embasamento ao seu trabalho. Dessa forma, os procedimentos do perito
assistente, segundo a Norma devem ser:
13. O perito deve manter registro dos locais e datas das diligências,
nome das pessoas que o atender, livros e documentos ou coisas
vistoriadas, examinadas ou arrecadadas, dados e particularidades
de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada,
quando julgar necessário e possível, juntando o elemento de prova
original, cópia ou certidão.
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14. A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe
técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito
do juízo, que assume a responsabilidade pelos trabalhos, devendo
assegurar-se de que as pessoas contratadas sejam profissionais e
legalmente capacitadas à execução.
15. O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram
de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no
parecer técnico-contábil, quando não juntados aos autos, visando
fundamentar o laudo ou parecer e comprovar que a perícia foi
executada de acordo com os despachos e decisões judiciais e as
Normas Brasileiras de Contabilidade.
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2.3.4 Procedimentos
A Norma, ao referir-se aos procedimentos, é objetiva ao recomendar os
cuidados mínimos que o perito deve tomar na realização dos trabalhos, caso não
observados, pode ter sua atuação dificultada e comprometida.
O que a norma faz é orientar o perito a adotar procedimentos que evitem
ocorrência de falhas que venham a comprometer o trabalho pericial.
Em seu item 16, a NBC TP 01 especifica os procedimentos periciais que
irão fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo ou parecer pericial
contábil, e explicita um a um nos itens 17 a 24 descritos a seguir:
a) Exame: é a análise de livros e registro das transações e documentos;
b) Vistoria: é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de
situação, coisa ou fato, de forma circunstancial;
c) Indagação: é a busca de informações, mediante entrevista com
conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia;
d) Investigação: é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil
ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias;
e) Arbitramento: é a determinação de valores, quantidades ou a solução
de controvérsia por critério técnico-científico;
f) Mensuração: é o ato de qualificação e quantificação física de coisas,
bens, direitos e obrigações;
g) Avaliação: é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos,
obrigações, despesas e receitas;
h) Certificação: é o ato de atestar a informação trazida ao laudo ou
parecer ao parecer pelo perito, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela
fé pública atribuída a este profissional.
Os procedimentos elencados na verdade são as técnicas do trabalho
pericial, de forma sucinta, que definem e indicam a fundamentação do laudo, após
os procedimentos de diligências e coleta dos elementos.
A Lei 13.105/2015 em seu artigo 464 especifica como prova pericial o
exame, vistoria e avaliação, enquanto que o CFC foi inovador ao elaborar norma
pericial com procedimentos condizentes com a realidade econômica, social e
tecnológica atualmente requerida.
Os itens 25 a 29 da NBC TP 01 tratam do relacionamento do perito com o
perito assistente no que diz respeito ao laudo pericial contábil e o parecer pericial
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contábil, cabendo observar que o laudo é de competência do perito nomeado ou
contratado enquanto que o parecer pericial contábil é de competência do perito
assistente.
O relacionamento entre perito e perito assistente deve ser cordial e pautado
pela ética. Posicionamento salutar é a recomendação do item 28 e 66 em que o
perito e o perito assistente assinam em conjunto o laudo pericial contábil, peça
pericial de responsabilidade do perito nomeado ou contratado. Neste caso, entende-
se que o perito pode dar acesso ao perito assistente, e em conjunto discutir o laudo.
A discussão técnica propicia a diminuição das possibilidades de erros, entretanto o
perito assistente ao assinar o laudo não poderá emitir parecer pericial contrário ao
referido laudo. A norma prevê que “Quando se tratar de laudo pericial contábil,
assinado em conjunto pelos peritos, há responsabilidade solidária sobre o referido
documento”, e ainda que o perito assistente, “ao apor a assinatura, em conjunto
com o perito do juízo, em laudo pericial contábil, não pode emitir parecer técnico-
contábil contrário a esse laudo”.
2.3.5 Planejamento
Como em qualquer atividade, o planejamento é essencial, não seria
diferente no caso da perícia. Conhecer o que pretendem as partes, as peças que
compõem os autos são condições básicas para o planejamento.
Ao se referir ao planejamento, a Norma é bastante objetiva ao recomendar
os cuidados e procedimentos mínimos que o perito deve tomar na realização dos
trabalhos, se não observados, pode ter sua atuação dificultada e comprometida. As
orientações e recomendações constam dos itens 31 a 46 da NBC TA 01, que
versam sobre os objetivos, desenvolvimento do planejamento, no planejamento
deve prever os riscos e custos, a equipe técnica e o cronograma de execução da
perícia. De acordo com a NBCTP01 os objetivos do planejamento da Perícia são:
conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a adoção
de procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual
subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito
da lide;
definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a
serem aplicados, em consonância com o objeto da perícia;
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estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo
estabelecido;
identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no
andamento da perícia;
identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que
não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária;
identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;
estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da
equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares;
facilitar a execução e a revisão dos trabalhos.
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encargos de depreciação e manutenção de escritório. Os riscos podem ser a
substituição do perito por parte do Magistrado caso fique evidenciada a falta de
conhecimentos técnicos para a realização do trabalho ou ainda penalidades cíveis
ou criminais. A norma sugere que o perito, na fase do planejamento, com vistas a
elaborar a proposta de honorários, “deve avaliar os riscos decorrentes das suas
responsabilidades e todas as despesas e custos inerentes e ressaltar que, na
hipótese de apresentação de quesitos suplementares, poderá estabelecer
honorários complementares” (NBCTP 01/2015).
A equipe técnica é de reponsabilidade do perito do juízo e quando for
verificada a necessidade de utilização de trabalho de terceiros pela perícia, este
estará constituído por uma equipe de apoio ou de trabalho de especialistas de
outras áreas de conhecimento. A supervisão e responsabilidade pelos trabalhos
serão do perito. A norma estabelece que “quando a perícia exigir a necessidade de
utilização de trabalho de terceiros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou
profissionais de outras áreas de conhecimento), o planejamento deve prever a
orientação e a supervisão do perito, que responderá pelos trabalhos executados,
exclusivamente, por sua equipe de apoio.
A fase de planejamento permite levantar praticamente todas as etapas
necessárias no desenvolvimento da perícia, portanto, na elaboração do cronograma
da atividade pericial o perito deve levar em consideração que o trabalho pericial tem
início antes da formulação da proposta de honorários, uma vez que para isso é
necessário especificar as etapas do trabalho que serão realizados. Um bom
planejamento permite um conhecimento prévio de todas as etapas, salvo aquelas
que somente serão identificadas quando da execução da perícia.
Não obstante um bom planejamento, pode surgir a necessidade de quesitos
suplementares ou de outras condições que somente serão conhecidas no
andamento dos trabalhos. Essa situação requer ajustes no planejamento.
As etapas que contemplam o trabalho pericial compreendem o momento que
antecede a proposta de honorários, ou seja, a análise preliminar, até a entrega do
laudo, devendo o cronograma evidenciar as etapas, as épocas em que os trabalhos
serão executados, bem como todos os itens necessários como: diligências a serem
feitas, deslocamentos, necessidade de trabalho de terceiros, pesquisas que serão
realizadas, elaboração de cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo para
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entrega do laudo e/ou oferecimento do parecer, de forma a assegurar que todas as
etapas necessárias à realização da perícia sejam cumpridas.
Exercício 5
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c) O acesso aos documentos contábeis internos da empresa objeto da perícia está
condicionado aos limites impostos previamente pelo juiz que nomear o perito.
d) O juiz não pode determinar a entrega de documentos contábeis da empresa ao
perito nomeado, pois, como parte interessada, a empresa só disponibilizará o que
lhe for conveniente.
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d) F / F / F / V / F / V
Dica de aprofundamento
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UNIDADE 3 - LAUDO E PARECER PERICIAL
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51. A linguagem adotada pelo perito deve ser clara, concisa,
evitando o prolixo e a tergiversação, possibilitando aos julgadores e
às partes o devido conhecimento da prova técnica e interpretação
dos resultados obtidos. As respostas devem ser objetivas,
completas e não lacônicas. Os termos técnicos devem ser inseridos
no laudo e no parecer, de modo a se obter uma redação que
qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de
Contabilidade.
52. Tratando-se de termos técnicos atinentes à profissão contábil,
devem, quando necessário, ser acrescidos de esclarecimentos
adicionais e recomendada a utilização daqueles consagrados pela
doutrina contábil.
53. O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do
vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões
idiomáticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais
ou extrajudiciais.
54. O laudo e o parecer devem contemplar o resultado final
alcançado por meio de elementos de prova inclusos nos autos ou
arrecadados em diligências que o perito tenha efetuado, por
intermédio de peças contábeis e quaisquer outros documentos, tipos
e formas.
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Critério: é a faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em
torno dos fatos alegados para julgar ou decidir o caminho que deve seguir na
elaboração do laudo e do parecer.
Metodologia: conjunto dos meios dispostos convenientemente para
alcançar o resultado da perícia por meio do conhecimento técnico-científico, de
maneira que possa, ao final, inseri-lo no corpo técnico do laudo e parecer.
Conclusão: é a quantificação, quando possível, do valor da demanda,
podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo e do parecer
ou em documentos. É na conclusão que o perito registrará outras informações que
não constaram na quesitação, porém, encontrou-as na busca dos elementos de
prova inerentes ao objeto da perícia.
Apêndices: são documentos elaborados pelo perito contábil; e Anexos são
documentos entregues a estes pelas partes e por terceiros, com o intuito de
complementar a argumentação ou elementos de prova.
Esclarecimentos: havendo determinação de esclarecimentos do laudo ou
do parecer sem a realização de audiência, o perito deve fazer, por escrito,
observando em suas respostas os mesmos procedimentos adotados quando da
feitura do esclarecimento em audiência, no que for aplicável.
Os peritos devem, na conclusão do laudo e do parecer, considerar as
formas explicitadas nos itens seguintes: omissão de fatos: o perito do juízo não
pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou
diligências, mesmo que não tenha sido objeto de quesitação e desde que esteja
relacionado ao objeto da perícia; a conclusão com quantificação de valores é
viável em casos de: apuração de haveres; liquidação de sentença, inclusive em
processos trabalhistas; resolução de sociedade; avaliação patrimonial, entre outros;
pode ocorrer que, na conclusão, seja necessária a apresentação de alternativas,
condicionada às teses apresentadas pelas partes, casos em que cada uma
apresenta uma versão para a causa. O perito deve apresentar as alternativas
condicionadas às teses apresentadas, devendo, necessariamente, ser identificados
os critérios técnicos que lhes deem respaldo; a conclusão pode ainda reportar-se
às respostas apresentadas nos quesitos; a conclusão pode ser, simplesmente,
elucidativa quanto ao objeto da perícia, não envolvendo, necessariamente,
quantificação de valores.
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A NBC Técnica da Perícia que versa sobre os procedimentos técnicos do
processo pericial possui os seguintes modelos em anexo à NBCTP que fazem parte
do documento e auxiliam o contador na elaboração dos mesmos. Modelos
exemplificativos:
Modelo n.º 1 – Termo de Diligência na Perícia Judicial;
Modelo n.º 2 – Termo de Diligência na Perícia Extrajudicial;
Modelo n.º 3 – Termo de Diligência na Perícia Arbitral;
Modelo n.º 4 – Planejamento para Perícia Judicial.
Exercício 6
1. O documento escrito, que deverá ser produzido pelo perito, reportará
determinados fatos. Quais?
a) Fatos patrimoniais, indagações, arbitramento, censura, interpelações e
admoestação.
b) Fatos patrimoniais, indagações, investigações, avaliações, exames e
arbitramento.
c) Fatos patrimoniais, indagações, interpelações, avaliações, exames e
arbitramento.
d) Fatos patrimoniais, censura, investigações, avaliações, exames e arbitramento.
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UNIDADE 4 - CASOS APLICÁVEIS À PERÍCIA CONTÁBIL
Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que
o criou.
(Albert Einstein)
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pertinentes aos direitos de empregados e litígios entre empregados e empregadores
de diversas espécies.
A Justiça Estadual constitui um campo bastante fértil para o trabalho
pericial, pois a perícia pode ser demandada nas suas mais diversas Varas como:
Varas de Falências e Concordatas pela necessidade de perícias
contábeis para instrução de processos de falência ou de recuperação
judicial;
Varas Cíveis, que envolve várias especialidades de perícias, como por
exemplo, na apuração de haveres em dissolução de sociedades e fundo
de comércio, litígios entre sócios, prestação de contas, ações de
consignações, sistema financeiro, sistema financeiro da habitação,
revogatórias de locação;
Varas Criminais onde o trabalho pericial envolve questões
relacionadas com fraudes e adulteração de documentos contábeis,
desfalques e apropriação indébita, entre outras;
Varas de Órfãos e Sucessões referem-se a perícias na apuração de
haveres e prestação de contas de inventariantes, tutores e curadores, por
exemplo;
Varas da Fazenda Pública: são realizadas perícias relacionadas com
litígios que envolvem o Ente da federação nas questões de direitos
patrimoniais e de reparação de danos ou questionamentos sobre tributos;
Varas de Famílias na produção de provas relativas à apuração de
capacidade econômica para efeito de pensão alimentícia, avaliações
patrimoniais, dentre outras.
Nesses casos, a Justiça recorre ao perito contábil quando o juiz demanda
um laudo pericial contábil especializado ou para atender à solicitação de uma das
partes ou de ambas envolvidas no litígio.
Quando a produção da prova pericial é realizada por determinação do juiz,
a perícia é denominada perícia de ofício, e quando é solicitada pelas partes,
denomina-se perícia requerida.
Em qualquer situação, o perito tem que se ater ao fato de que, além da
condição legal, da capacidade técnica e da idoneidade, tem uma responsabilidade
enorme, uma vez que suas afirmações envolvem interesses e valores
consideráveis.
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4.1.2 Perícia extrajudicial
Ao contrário da perícia judicial, a perícia extrajudicial é aquela realizada fora
da tutela do Poder Judiciário.
A perícia extrajudicial é contratada por necessidade e escolhida pelo
interessado ou de forma consensual entre as partes. Neste caso, ainda não há
litígio.
A perícia extrajudicial, conforme Alberto (1996, p. 54), “subdivide-se,
segundo as finalidades intrínsecas para as quais foram designadas, em
demonstrativas, discriminatórias e comprobatórias”.
As demonstrativas têm a finalidade de demonstrar a veracidade ou não do
fato ou coisa previamente especificada na consulta; enquanto que as
discriminatórias têm a finalidade de colaborar, nos justos termos, com os interesses
de cada um dos envolvidos na matéria potencialmente duvidosa ou conflituosa, e as
comprobatórias têm por objetivo a comprovação das manifestações patológicas da
matéria periciada, por exemplo, fraudes, desvios ou simulações (ALBERTO, 1996).
Essa forma de perícia é mais comum na apuração de haveres de herança
ou em dissolução de sociedades, na resolução de causas que provocam perdas e
danos, ou em outras situações em que a presença do Poder Judiciário não é
requerida.
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Sobre a arbitragem, Gorczevski (1999 p. 41), leciona:
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a
confiança das partes. § 1º As partes nomearão um ou mais árbitros,
sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os
respectivos suplentes.
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes
estão autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não
havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário
a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação
do árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art.
7º desta Lei.
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo
de escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral
institucional ou entidade especializada. § 4º Sendo nomeados vários
árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal
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arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais
idoso. § 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a
aplicação de dispositivo do regulamento do órgão arbitral
institucional ou entidade especializada que limite a escolha do
árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de
árbitros, autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes
da instituição, sendo que, nos casos de impasse e arbitragem
multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento
aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) §
5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar
conveniente, um secretário, que poderá ser um dos árbitros. § 6º No
desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com
imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição.
§ 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o
adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar
necessárias.
Perceba que a lei de arbitragem possui uma atualização de 2015 por meio do
texto legal da Lei nº 13.129.
Para a solução do litígio, as partes podem submeter ao juízo arbitral,
através da câmara de arbitragem, laudos periciais contábeis que devem ser
elaborados observando as normas aplicáveis às demais formas de perícia.
Em qualquer esfera em que a perícia é requerida, diversas são as
motivações para o trabalho pericial, cujo resultado será materializado no laudo
pericial contábil ou no parecer pericial contábil.
Há ainda o que pode ser definido como perícia semijudicial, quando a
perícia é executada sob o controle de órgão do estado, como, por exemplo, a
perícia administrativa das Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI’s, ou
quando se tratar de perícia criminal e do Ministério Público.
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas
requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça
contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
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§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as
razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos
comprobatórios dessa necessidade, se existirem. § 2o Prestadas as
contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar,
prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste
Livro. § 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá
ser fundamentada e específica, com referência expressa ao
lançamento questionado. § 4o Se o réu não contestar o pedido,
observar-se-á o disposto no art. 355. § 5o A decisão que julgar
procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo
de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que
o autor apresentar. § 6o Se o réu apresentar as contas no prazo
previsto no § 5o, seguir-se-á o procedimento do § 2o, caso contrário,
o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz
determinar a realização de exame pericial, se necessário.
Tanto aquele que tem o direito de exigir a prestação de contas como aquele
que tem a obrigação de fazê-la, podem recorrer ao Poder Judiciário e exigir a quem
tiver a obrigação de fazê-la ou aceitá-la.
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Mandatário, Gestor de negócios, Testamenteiro, Herdeiros em posse de bens da
herança, Inventariante, Editor.
A seguir exemplos de trabalho pericial contábil em processo judicial de
prestação de contas.
Tese:
A ré, beneficiária do Plano de Saúde vinculado ao município, solicitou
cobertura para gastos médicos. O Instituto julgou o pedido improcedente. Diante da
negativa, a ré requereu judicialmente a cobertura de gastos médicos, tendo
encontrado amparo e obteve a liberação de R$ 70.764,16, obrigando-se à
prestação de contas em 60 dias. A ré não cumpriu a obrigação assumida na
sentença.
Diante da situação, o instituto, com base nos artigos 914 e 915 do CPC,
impetrou com ação de prestação de contas, por ter o direito de exigi-la.
A ré apresentou as contas, o instituto pronunciou-se pela contestação das
mesmas e solicitou a realização da prova pericial contábil. O juiz nomeia a perita,
profissional contadora e o instituo indica o perito assistente.
Foram apresentados os seguintes quesitos:
Quesito 1:
Como se justificaria a emissão de uma NF do mesmo talão, com numeração
maior e data posterior, no caso, as notas 21038 e 21039 no dia 03.12.98 e as
21040 e 21041 no dia 02.12.98, emitidas pela farmácia VITI VITI e as NFs 446
do dia 16.01.99 e 450 do dia 29.12.98 emitidas pela drogaria DA SAÚDE?
Quesito 2:
No que concerne às NFs constantes dos autos, pode-se determinar que a
mercadoria constante da 1ª via da NF corresponde aos produtos descritos na via
fixa do talonário e, se tais mercadorias foram lançadas no livro de registro de
saídas?
Quesito 3:
O laboratório TAL emitiu declaração dizendo que somente vendia a injeção
LUPRON DEPOT para uma farmácia em Campo Grande, qual seja a drogaria
do ZÉ. Entretanto, existem NFs de venda do referido produto das farmácias DA
SAÚDE e DA DROGONA. Em face disto, é possível verificar a entrada do
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produto no estoque das referidas farmácias ou se existem NFs de compra de tal
produto pelas farmácias supramencionadas e com que data?
Quesito 4:
Se verificar que a injeção LUPRON DEPOT, adquirida pelas farmácias
mencionadas, não foi adquirida do laboratório fabricante, é possível determinar
se tal produto fora adquirido em outra drogaria? Em caso afirmativo, se o fora
feito através de regular emissão de NF, em que data e a que preço?
Quesito 5:
Caso o produto acima tenha sido adquirido de outra drogaria a preço ao
consumidor e vendida à ré pelo mesmo preço ou por um preço infimamente
superior, não estaria inviabilizando a atividade econômica, tendo em vista que
deverá recolher impostos sobre o valor da mercadoria adquirida a preço final ao
consumidor?
Quesito 6:
Relativamente à NF 268565, da drogaria do ZÉ, é possível verificar se havia a
quantidade de produto descrita na nota do controle de estoque da referida
farmácia na data de emissão da nota, ou seja, em 13.11.98? Em havendo, é
possível determinar se a mercadoria constante da via do consumidor
corresponde ao produto descrito na via fixa do talonário?
Quesito 7:
Consta na 1ª via da NF 008 emitida pela drogaria do ZÉ, o preenchimento dos
campos: base de cálculo do ICMS e valor do mesmo. Pode-se depreender que a
4ª via da mesma nota, não tem tais campos preenchidos. Como explicar, então,
a inexistência de exata correspondência fiel de duas vias da mesma NF?
Quesito 8:
Consta dos presentes autos, NF emitida pela empresa PRÓ-X, de um cateter e
de uma sonda foley. Ocorre que a NF emitida já se encontrava vencida. Assim
sendo, é regular a emissão de NF com data posterior ao seu vencimento?
Não foi possível o acesso ao laudo pericial, entretanto, pelos quesitos, há
suspeita da apresentação de documentação fraudulenta na prestação de contas,
motivo que ensejou o trabalho pericial contábil.
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4.2.4 Perícia em ação de lucros cessantes
Lucros cessantes decorrem de prejuízos causados pela interrupção de
qualquer atividade de uma empresa, profissional liberal, autônomo ou de qualquer
outra atividade econômica.
Exercício 7
1. A perícia judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais
do Judiciário. Com relação à perícia judicial, é correto afirmar que:
a) Quanto à espécie pode ser: cívil, criminal, trabalhista ou arbitral.
b) A ocorrência da perícia contábil na Justiça Federal visa a produção de prova
pericial que irá auxiliar na solução de litígio entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios.
c) Varas de Falências e Concordatas pela necessidade de perícias contábeis têm
como exemplos perícias na apuração de haveres em dissolução de sociedades e
fundo de comércio.
d) Varas de Órfãos e Sucessões referem-se a perícias na apuração de haveres e
prestação de contas de inventariantes, tutores e curadores.
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4. Associe corretamente:
I – Perícia Contábil em ação de desapropriação
II – Perícia contábil no Sistema Financeiro da Habitação
III - Perícia contábil em ação de prestação de contas
IV - Ações na Justiça do Trabalho
Situação em que o mutuário requer a revisão do contrato, como, por
exemplo, o exame da retidão da cobrança do coeficiente de equiparação
salarial (CES), do plano de equiparação salarial (PES), da tabela PRICE
ou SAC, das penalidades acima da permitida pela legislação e de outras
proposições pertinentes ao tema.
Competem, nos termos do art. 914 do CPC, a quem tiver o direito de
exigi-las ou a obrigação de prestá-las.
O fato geralmente ocorre no interesse do Ente Público, quando o objeto é
considerado de utilidade pública sendo indenizado o proprietário.
Verificação nas reclamações que são postuladas, como registros de
empregados, salários e direitos inerentes às relações trabalhistas.
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REFERÊNCIAS
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996.
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC. Resolução CFC nº 731 de
22 de outubro de 1992. Disponível em:
<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_731.doc>. Acesso em: 23 mai. 2018.
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
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