Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Faculdade de Economia
•
•
•
Programa
• UNIDADE VI. A ECONOMIA ANGOLA PÓS-INDEPENDÊNCIA
• 6.1. O Período da Economia Planificada de Estado (1975-1991)
• 6.1.1. O Sistema Económico de Direcção Centralizada e Planificada em Angola (Adesão à ONU
1976)
• 6.1.3. O Papel do Estado no Processo de Confisco e Nacionalização do património
• 6.1.4. O Redimensionamento Empresarial e a Criação das U.E.E.
• 6.1.5. As Políticas e Estratégias do Partido Único para o Sector Agrário
• 6.1.6. O Saneamento Económico e Financeiro (1987)
• 6.1.7. Adesão ao FMI (1989)
• 6.1.8. O Surto do Mercado Paralelo em Angola
• 6.2. O Período da Transição da Economia Planificada para Economia de Mercado (1992-2001)
• 6.2.1. A Era do multipartidarismo e a construção de um Estado Democrático e de Direito
• 6.2.2. Liberalização do Comércio e o Processo de Privatização.
• 6.3. Período da Mini-idade de Ouro (2002-2008)
• 6.3.1. A conquista da paz e a Nova era da Economia
• 6.3.1. Novo Paradigma de Cooperação Económica Exterior
• 6.3.2. O Quadro Macroeconómico
Programa
• 6.4. A Economia Angolana depois da Mini-idade de Ouro: Da desacerelação à Tentativa de
Superação (2009-2016)
• 6.4.1. A criação do Fundo Soberano ()
• 6.4.2. 4.2 A crise Económica e Financeira de 2008/2009, Repercursões para Angola
• 6.4.3. O PND (2013-2017)
• 6.4.4. A Crise Económica e Finaceira Angolana de 2014: Causas, consequências e estratégias
para mitigar os efeitos da crise
• 6.4.5 O censo populacional de 2014 e suas implicações na Economia
• 6.4.6. Processo de aceleração da Diversificação Económica e tentativa de superação:
• - (PlanaGeo,)
• - Forum internacional de comércio Angola China
• -. Programa do Governo de relansamento da Agro-industria ( Pólos de d. Agro-industrial,
Capanda, Equimina) (RE. Pg 73)
• - Emergência da Criação da Administração Geral e Tributária (AGT)
• 7 - A posição de Angola na Região, (SADC, UA, CEDEAO)
•
UNIDADE I: INTRODUÇÃO A HESA
1.1.Definição de História Económica e Social de
Angola
História = aquele que vê, testemunha, que sabe…
procurar saber. (Heródoto séc. V. a.C. )
Estudo das acções realizadas pelos homens
História - estuda toda produção humana (…) sucinta de
constituir mudanças importantes de vida social e de
uma memória histórico – colectiva
A Economia - ciência social cujo objecto de estudo são
os fenómenos económicos tais como: produção,
distribuição, consumo, repartição do rendimento,
acumulação de capital.
O uso racional dos recursos escassos para satisfação das
necessidades ilimitadas
Ciência das opções… entre abdicar e prescindir de Algo.
1.1. História Económica e Social de Angola.
COMPREENDER O PRESENTE
CONHECER-NOS A NÓS CONHECENDO OS OUTROS
nesta época
mais exportado
seja o diamante
diamante, embora
mais divisas que o
Omilho rendia
1. KHOISAN
Primeiros Habitantes: desde há, pelo menos 12.000 A.C anos
Habitavam todo território hoje Rep. de Angola antes dos Bantu
Remanescentes dos habitantes das zonas de savanas ao
extremo sul do Continente
Formação: Khoisan =
Hotentote ou Khoi/Khoin
Bochimane ou Vakankala / Kamussekele ou San
● Kedes; Kazamas
2.3.1. Os Khoisan
Derivação: Cruzamento Biológico entre chineses ou asiáticos
e africanos “Kung” antes da expansão Bantu
Relações de Classes
A Divisão de Bens era desigual:
• O Reino fora fundada no séc. XIV, por Ngola-a- Njinga e vassalo do R. Kongo até
1565.
• 1º contacto se deu em 1519, na sequência do pedido feito por Ngola Inene a D.
Manuel de Portugal, por intermédio de D. Afonso I do Kongo, de enviar sacerdotes
e comerciantes para se converter e comerciar, como se fazia no Kongo, fazendo
acompanhar o pedido duma oferta de prata e ouro proveniente, talvez de
Matamba.
• A vitória definitiva sobre Ngola-Ari II, filho de Ngola-Ari, em 1671 e que havia
subido ao trono em 1664 facilitou o fim do estado independente e dominação
e estabelecimento de monopólio comercial efectivo no Ndongo e Matamba.
COLÓNIA: TODAS AS
EXPORTAÇÕES SERIAM
DESTINADAS EXCLUSIVAMENTE A
METRÓPOLE
METRÓPOLE. FIXAVA OS PREÇOS
DE SEUS PRODUTOS EM NÍVEIS
MAIS BAIXOS POSSÍVEIS
O primeiro carregamento de escravos transatlântico foi em 1441 pelos portugueses. Mas foi em
1444 que se realizou o primeiro grande carregamento com o transporte de cerca de 200 escravos
mouros para Lisboa.
• Em 1510, sob exigência da Coroa espanhola, uma Bula Papal de Nicolau V, autorizou “atacar,
submeter, reduzir a condição de escravatura os sarracenos, pagãos e outros inimigos do Cristo ao
sul do cabo Bojador.
• Na ambição de enriquecimento fácil, entidades de renome mundial, defendem uma falsa
antropologia:
Em 1514, o Frei Bartolomeu Las Casas, propôs a substituição dos Índios por escravos negros de
África.
• O Comércio de escravos ultramarino passou a ser o centro do “Tráfico e Exploração Colonial”
durante o “Mercantilismo”
• De princípio, os escravos do Kongo e Angola eram levados para Lisboa, e de
seguida para as Ilhas de S. Tomé. Com o início da colonização do Brasil em
1520 se vai denotar um salto qualitativo nas relações Portugal - Angola;
• Tomaram parte activa, alguns Reinos africanos com a conivência dos chefes
tradicionais tais como os Reinos de Oyo, Daomé e Achanti, situados no
Golfo da Guiné e da Nigéria; Kongo, Ndongo, Matamba e Kassanje.
4.2.1. O sistema de escravatura nas sociedades africanas
•Além das rotas tradicionais, abriram-se outras, por exemplo, a que ligava Mbanza
Kongo à Luanda passando por Mbamba e outra que atingia a região do Kuango.
• Durante o séc. XVIII, várias correntes abolicionistas lançam campanha contra a escravatura:
• O Avanço da revolução industrial capitalista que vai injectar uma industrialização cada vez
mais tecnicista e automatizada provocando a substituição progressiva da elevada
necessidade de mão-de-obra.
• Necessidade de mercados de escoamento de
produtos e de consumo; de fornecimento de
matéria -prima; de fornecimento de mão- de -
obra; e mercado de instalação de fábricas.
• A produção exigia um tipo de mão-de-obra
afincada, para tal assalariada
• Para tal, realizou-se o Congresso de Viena em
1815, que vai tomar medidas abolicionistas
• 1772, a Inglaterra proibia a escravatura no seu território.
Mais tarde, em 1807, proibia o tráfico de escravos nas suas
colónias. Em 1834 concedia a liberdade a todos os
escravos do Império.
• Em 1836, a Inglaterra e Portugal chegaram a um acordo
sobre a abolição do tráfico de escravos.
• A França abole em 1848.
• Nos E.U.A., Abraham Lincoln decreta o fim da escravatura
no fim da Guerra de Secessão (1861-1865).
• Nas colónias espanholas aconteceu em 1879.
• Em 1888 foi a vez do Brasil.
• Portugal, terminou definitivamente com o tráfico em
1878.
Abolição do tráfico negreiro e da escravatura no Território
• Essas medidas amputaram os direitos históricos evocados por Portugal em função da sua fragilidade técnica
, económica e militar, uma vez que a ocupação passou a ser feita ou pela força das armas ou pela forma
pacífica , o que significou necessidade de consagrar uma série de acordos de protectorados (como o de
Simulambuco) e acordos bilaterais entre potências europeias que definiram a s actuais fronteiras de Angola
(Convenção entre Portugal e associação internacional do Congo de 14 de Fevereiro de 1885 e de 25 de Maio
de 1891; Convenção Luso-francesa de 12 Maio de 1886; convenção Luso-alemã de 30 de Dezembro de 1886
e a Convenção Luso-Britânica de 30 de Maio de 1905). Em nome de suas debilidades económicas e
institucionais, o plano de ocupação de Portugal foi frustrado diante de rivais colossais projectos como o de
Cécil Rodes que a 11 de Janeiro de 1890, pela retirada de suas tropas nas regiões de Chire e Machona. No
entanto, perdeu a Norte, a bacia do Congo e áreas circunvizinhas em benefício dos franceses e Belgas, a
Leste, perdeu a vasta região dos Lundas sob o controle dos Ingleses, a Sul, parte importante da grande nação
Ovambo a favor dos Alemães.
• Pese embora o carácter racial de que se incorporava a colonização europeia, a permente necessidade da mão-de-obra
nativa foi sempre uma condição sine qua non para a exploração capitalista e sempre se deparou com acontecimentos
de realce em Angola.
• A inserção/importância da mão-de-obra na economia de Angola é decorrente das várias tentativas fracassadas do
Estado português em utilizar, para exploração das colónias, mão-de-obra europeia. Para ultrapassar tal situação,
pensou-se no recrutamento forçado de africanos para rentabilizarem as terras aráveis.
• A recusa de milhares de portugueses em emigrar para Angola, desde o séc. XVII, tida como colónia penal, túmulo do
homem branco, de onde iam legiões de degredados com propósito de limpar Portugal e Brasil de judeus, jesuítas e
ciganos, terra de elevada mortalidade, infestada de insectos, animais selvagens perigosos e africanos hostis.
• Razão pela qual até 1846, existissem apenas 1830 brancos. Entre 1900 à 1936, chegaram 35000 portugueses. Esses
eram formados de assassinos, incendiários, violadores e ladrões. Ao contrário do que se desejava, eram essencialmente
comerciantes e não agricultores . Tomavam muitas vezes o lugar dos africanos em ofícios que não requeriam formação
profissional como sapateiros, ferreiros, alfaiates, porteiros. Regra geral, esses eram colonos iletrados e pobres, sem
capital para investir. Os poucos agricultores foram incapazes de se adaptar às novas colheitas e diferentes métodos
exigidos em África. Concorda Douglas Wheeler, acrescentando que eram pequenos comerciantes, cujas ambições se
limitavam a possuir uma taberna ou armazém. Na verdade, não estavam preparados para o capitalismo imperialista,
pois, não existia nesses, um forte espírito de proprietário. Apesar da fundação da colónia de brancos livres na
Catumbela em 1836, a colonização não fora bem sucedida devido a assistência técnica e financeira do governo
tornando difícil, a principal razão dessa emigração, a transplantação de camponeses portugueses e do seu modo de vida
para Angola rural, que em conformidade a convicção de Bender «era o melhor meio de garantir a soberania portuguesa,
de civilizar as populações indígenas e de desenvolver as economias coloniais»4
• o Governo português, através de António Eanes que denota a importância do nativo na economia
colonial, se vê obrigado a fazer recurso a mão-de-obra nativa para exploração da colónia. António
Eanes assegurava que o africano poderia ser um elemento importante da colonização portuguesa,
se cultivasse em pequenas parcelas de terra mandioca, milho, feijão, amendoim, tabaco, batata-
doce, abóboras, melancias e melões para suprir a falta de produtos que provocava agitações sociais
e perturbações políticas. Enfatizava que a dinamização da conomia colonil não se podia fazer sem a
existência da mão-de-obra barata e abundante dos africanos. Para vtal, promulgou-se a
institucionalização do trabalho forçado em 1889. (LOPES, Júlio Mendes e CAPUMBA, Pedro
Almeida: História, 11º Classe, Texto Editores, Luanda, 2006, pg. 86).
• Em 1899, foi instituído o código dos Indígenas, que obrigava os governos a recrutar jovens ,
crianças, mulheres forçosamente para o trabalho de obras públicas (pontes, estradas, caminhos-de-
ferro, aeroportos e outras infra-estruturas) como para as grandes plantações agrícolas dos colonos
e foi reprimida a vadiagem e o imposto de palhota o que implicou a introdução os trabalho
regulamentado, obrigatório, correccional e sentenciado. Na regulamentação do trabalho, foi
aplicado o método indirecto procurando coagir o africano a obter rendimentos monetários para
poder pagar o imposto ou comprar bens. O directo compelia o nativo ao trabalhar para o seu bem ,
ou para fins de interesse público. (Ibdem, pg. 87)
O indigenato
• estrutura fundamental da economia e da sociedade colonial foi o Indigenato, concebido pelo trabalho indígena e
constituído por indivíduos de raça negra (indígenas) obrigados a trabalharem nas fazendas e campos de minas dos
brancos.
• O êxito da exploração capitalista colonial devia-se pela mão-de-obra barata e abundante afim de maximizar os lucros.
Mas para aumentar cada vez mais a mão-de-obra para a produção agrícola e exportação mineira, a aposta seria o
trabalho escravo pelo recrutamento dos indígenas. Por este motivo, os colonos pressionaram a administração colonial a
permitir a continuidade das práticas severas de exploração e acantonar as leis.
• É bem verdade que depois da abolição da escravatura, ainda muitos africanos foram obrigados a trabalhar para os
europeus pura e simplesmente à forca
• De acordo com o Artigo 2º do estatuto dos indígenas portugueses da Guiné, Angola e Moçambique, Decreto Lei nº
39666, de 20 de Maio de 1954, «São considerados indígenas nas referidas províncias, os indivíduos de raça negra que
nelas tendo nascido ou vivendo habitualm ente ainda não possuem a cultura e os hábitos individuais e sociais exigidos
pela integral aplicação do direito público e privado dos cidadãos portugueses»
• Indígenas, eram todos os indivíduos de raça preta ou dela descendem que pela ilustração e costumes se não
distinguem do comum da sua raça. Marcelo Caetano, Princípios e Métodos da Colonização portuguesa, Agência Geral
do Ultramar, Lisboa, 1951, pg. 30
• Implica com isso dizer que os indígenas tinham de assimilar a cultura e civilização lusitana.
• Para aludir a opinião pública nacional e internacional, o escravo tinha sido transformado em servente 9. Em 1875
elaborava-se o primeiro regulamento do trabalho indígena promulgado pelo Ministro Andrade Corvo a 20 de Dezembro
de 1875, uma legislação que introduzira a Cláusula de “Vagabundagem” destinada à todos os nativas não produtivos e,
por conseguinte sujeitos a “Contratos” de trabalho sem pagamento, controlados pelos chefes de postos administrativos.
• No Decreto de 9 de Novembro de 1899, o Governo português promulgava um novo Código de trabalho indígena segundo a qual o seu Artigo 1º Reza que
«todos os indígenas das Províncias Ultramarinas são sujeitos à obrigação moral e legal de procurar e adquirir pelo trabalho os meios que lhes faltam, de
subsistir e de melhorar a própria condição social. Tem plena liberdade para escolher o modo de cumprir essa obrigação; mas, se a não cumprem de modo
algum, a autoridade pública pode impor-lhes o seu cumprimento» 10
• No seu Art. 2, aponta estarem isentos de obrigações de trabalho
• a) os indígenas possuindo capitais ou bens suficientes pata assegurar a sua subsistência ou os que procuram os meios de existência praticando
regularmente o comércio ou uma profissão, etc;
• b) os agricultores que cultivam por conta própria terras cuja superfície mínima é fixada pelos regulamentos locais ou produzem pela exportação de gêneros
em quantidades prescritas pelos tais regulamentos;
• c) os indígenas que trabalham cada ano em qualidade de salários durante um número mínimo de meses fixados pelos regulamentos de aplicação local.
• Entre esses encontramos os proprietários de capitais ou de bens e outros voluntários assalariados, os cipaios, os regedores e os chefes e mais tarde os
assimilados, constituíam, as categorias de africanos isentas desta obrigação.
• É a partir desse código que é institucionalizado Trabalho Forçado e consigo , o recrutamento forçado de jovens, crianças, mulheres para os trabalhos de
obras públicas e para as grandes plantações e minas de colonos
• O Trabalho Forçado é um contrato assinado entre o empregador e o empregado mediante um salário, por isso se diz também “Trabalho assalariado
obrigatório” ou ainda “Contrato”. É ainda uma mão-de-obra barata quase gratuita. Baseava-se essencialmente na exploração racional e coordenadas das
riquezas do solo e do subsolo, mas sobretudo no trabalho de centenas de milhares de africanos de maneira permanente, porém, graças ao trabalho
forçado, foi possível a construção de pontes, barragens, de estradas, caminhos-de-ferro e a exploração em massa dos diamantes e do ferro como das
grandes e médias plantações de café e açucar.8
• O trabalho forçado constituiu o motor da economia colonial. Depois de 1836, introduziu-se a agricultura de exportação que exigia abundante mão de obra .
A metrópole impossibilitada de se dispor numa altura que as colónias já não podiam fornecer mão-de-obra escrava, as economias coloniais em crise, não
viam outro recurso senão converter a mão-de-obra indígena numa disfarçada escravatura, o Trabalho Forçado.
• A comissão presidida por António Eanes, através do Despacho de 26 de Outubro de 1899, foi encarregada de analisar as possibilidades de instaurar um
regime de trabalho destinado aos indígenas do Ultramar. Os indígenas Considerados selvagens, essa, entendeu que o Estado na qualidade de entidade
soberana sobre as colónias, deveria impor, pela força de obrigação, o trabalho aos indígenas das colónias.
•
• Em 1903, é publicado no diário do Governo em Lisboa, um Decreto promulgado a 29 de Janeiro para o recrutamento de mão-de-obra angolana destinada
às outras províncias portuguesas, tais como a Guiné, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé. O mesmo fixava a duração do Contrato a cinco anos renovável
(segundo seu Art. 57 do Código de trabalho). Enquanto que para os indígenas da Guiné e de Moçambique esta duração foi encurtada para dois ou três
anos.
• Em 1913, o General Norton de Matos, criou a secretaria dos Negócios Indígenas para assegurar a curatela e a tutela dos indígenas enviados nas plantações
sobre o regime de contrato. Reformada entre 1919 à 1933 tomou a designação de repartição dos Negócios Indígenas. Norton de Matos, suspende os
castigos corporais contra os indígenas, encoraja o sistema de “contrato livre”, e estabelece salários para os indígenas que até aí não existia.
• Com a ascensão do Estado Novo de Salazar, o Governo fez algumas modificações e subtilezas às leis do trabalho contratado. Por Decretos de 1926 e 1928
estabeleceu novas “leis indígenas” que em teoria aboliu-se a cláusula de vagabundagem, mas acrescentou a estipulação de que os africanos deviam
trabalhar por salários pagos durante um período de cada ano. Caso se recusassem a trabalhar de livre vontade poderiam ser contratados pelo Estado. Uma
“Cláusula de Protecção” do Código de trabalho de 1928 determinava que os africanos só poderiam ser forçados a trabalhar em serviços de premente
interesse público; todavia, o “interesse público” incluía legalmente as fazendas privadas dos brancos, garantindo assim ao colono o fornecimento de mão-de
obra barata.11 Eram passíveis de 90 à 180 dias de trabalho para administração, também à requisição gratuita de famílias para o trabalho usando suas próprias
enxadas e comidas.
• Este Novo código do Trabalho Indígena, instituía:
• a) o Trabalho Correccional, que consistia no envio dos indígenas criminosos como mão-de-obra nas colónia penais agrícolas, fundadas como
estabelecimentos de criminosos portugueses do direito comum;
• b) o trabalho Obrigatório, em conformidade com Lucas Ngonda, (História económica e social de Angola1) em função do espírito eurocêntrico, as actividades
quotidianas dos indígenas não eram considerados como trabalho, mas sim como simples práticas ancestrais, não havendo no trabalho social dos africanos a
divisão social do trabalho tal como era na Europa, daí que eram obrigados a trabalhar (homens, mulheres e crianças e velhos quando houvesse necessidade
de substituir os jovens), como único meio de civilizá-los, na construção de estradas, de pontes, nos caminhos –de-ferro, e de outras infra-estruturas sociais,
como trabalho de interesse público e consequentemente não remunerado. Os nativos eram obrigados a abandonar as suas aldeias e trabalhar, muitas vezes
bem longe, sobre contratos ;
• C) o trabalho sob Contrato, era regulamentado num acordo entre os colonos que solicitavam a mão-de-obra e a administração que se encarregava de
distribuir os indígenas aos plantadores e comerciantes da colónia;
• d) o trabalho Voluntário, uma justificação forjada dos teóricos do trabalho forçado para aludir a opinião internacional. É bem verdade que, em nenhum
momento da história colonial portuguesa, nunca o trabalho foi voluntário, pois que o recrutamento foi sempre a força mediante medidas coercivas exercidas
pelas administração sobre uma população nativa quase indefesa. A única condição para a sua isenção, só seria feita quando transformado em assimilado.
• Em 1954, é definido, devido as pressões dos organismos pro-descolonização, o Estatuto jurídico do Indígena “o Estatuto dos Indígenas Portugueses da
Guiné, Angola e Moçambique”.
• A condição do “indígena-objecto do Estado Português, que reservava o direito de comercializar o seu trabalho com os plantadores e comerciantes privados,
estendeu-se até 1961, com a extinção do trabalho forçado”, apesar de na prática for efectivada apenas em 1974
• . Num pensamento de Kamabaya, tomada pelo Pe. Almeida Kanga, compreende-se que «dificultava a vida do empresariado nativo com o objectivo de
obrigar a fornecer a sua força de trabalho aos brancos como assalariado (...) não lhe era permitido ter meios para trabalhar por conta própria, sendo,
portanto, tal prática , a responsável pelo atraso técnico e económico da camada negra» 14
• Sem sombras de dúvidas que o Estatuto do indigenato legitimava uma nova condição de escravatura desfalçada.
• O indigenato, será, portanto, o agente do progresso económico e fonte da prosperidade colonial. Lucas Benguy Ngonda, História Económica e Social de
Angola (Apontamentos para o 1º ano do ensino Superior em Economia), UAN, Luanda, 2008.
• Aldeias inteiras eram queimadas, bem como etnias completas eram repartidas pelos plantadores que procuravam
trabalhadores para as suas fazendas, acompanhados pelos funcionários da administração colonial, os quais convocavam os
sobas das aldeias sob pena de castigos corporais até a morte
• Os africanos, para além do Trabalho Forçado, estavam também sobrecarregados de várias obrigações (impostos e outras
obrigações serventis). No código de trabalho dos indígenas revisto em 1928, foi instituída a “Caderneta”, instrumento de
controlo laboral e policial que permitia controlar não só os períodos e as regiões de trabalho, mas também o pagamento de
“Imposto”, das “Multas” e outras penas. . (Ao fim de um ano de trabalho suportando as piores condições de alimentação e de
alojamento, o trabalhador trazia para casa, entre 500 a 1200 escudos, o suficiente para comprar apenas um par de panos
para a mulher e um par de botas e como se não bastasse, os 80 a 200 (ou 300, noutros casos) escudos ganhos por mês ficava
na cantina do patrão e no pagamento da alimentação e do imposto, o que representava cerca de três meses de trabalho.) 1
• Como as obrigações eram cada vez mais sobrecarregadas, a situação criara, como consequência, um grande descontentamento
que veio a motivar milhares de angolanos a migrarem nas colónias vizinhas no período de 1930 à 1950. Calcula-se que cerca de
5% da população angolana – 100 a 200 mil – teria emigrado antes de 1961, sendo dos Bakongo para as minas do Kongo belga
(Catanga e Leopoldville), dos Ovimbundu para as minas do Sudoeste africano (Namíbia ou para África do Sul), dos Tucokwe e
Lwena (Luvale) para o Catanga e Rodésia, os Cabinda para o Kongo francês. Com efeito as oportunidades de trabalho eram ai
melhor remuneradas e em melhores condições, podendo mesmo prosperar como comerciantes e pequenos industriais, ter
acesso à escola e ter uma qualificação profissional. Estes, já social e culturalmente diferentes, serão aqueles que de volta ao
país, exercerão papel determinante na eclosão do movimento nacionalista, nos anos 1955-1961 15 (Edmundo Rocha, Angola,
Contribuição ao Estudo do Nacionalismo Moderno Angolano (Período 1950-1964) Testemunho e Estudo Documental, Luanda,
2002).
• 13 Cfr. Almeida Kanga, 2005, p. 25, o enviu de trabalhadores a S. Tomé durava 5 anos afim de trabalhar nas plantações ou roças
de cacau e café. Muitos contratados, porém, nunca mais voltaram. A 2º forma de Trabalho consistia em prestar serviço sob a
forma de contrata de um ano a dezoito meses às empresas públicas ou privadas de café, algodão, cana-de-açucar, etc, dentro
de Angola. A 3º forma, previa em prestar algum serviço à Administração Colonial sem qualquer remuneração ou compromisso
laboral da parte empregadora. 14 Cfr. KAMABAYA, Moisés, O Renascimento da Personalidade Africana, Ed. Nzila, Luanda 2003,
86-87. In Cfr. KANGA, almeida, repensar a história de angola, manual de história de angola II, edição do Sedipu, Uije-Angola,
2005. P. 26.
• 15
porque em muitos casos o pessoal da administração recusava aos nativos a qualificação ao “status” de
assimilados afim de manterem um amplo repositório de potenciais contratados. A estatística de 1950 aponta
como número de nativos assimilados, não superior a 1% da população negra de toda Angola.
• 16
Cfr. BENDER, G, J., Angola Sob o Domínio Português, Ed. Nzila, Luanda 2004, p. 255; KANGA, almeida,
repensar a história de angola, manual de história de angola II, edição do Sedipu, Uije-Angola, 2005. P.28)
• 17
Caetano, M., A Constituição de 1933, Estatuto de Direito Político, Lisboa 1956, p. 23, in KANGA, almeida,
Repensar a História de Angola, Manual de História de Angola II, edição do Sedipu, Uije-Angola, 2005. P.29.
• As más condições impostas pelo trabalho forçado tinha obrigado os nativos a emigrar para o Congo belga e na
Rodésia, outros ainda para a Namíbia.
• Apesar dos protestos e denúncias, o Governo continuou com prontidão a recrutar abertamente e fornecer
aos colonos mão-de-obra indígena não remunerada. Alguns autores, afirmam que a administração ganhava
cerca de 12 USD por cabeça posta a disposição do colono seu proprietário. incapacidade física do assalariado
que podia levar-lhe ao seu total esgotamento, pouco importava o patrão. Segundo fontes, a taxa de
mortalidade dos nativos fornecidos pelo Governo atingia a percentagem de 35% durante o período de
contratos de dois anos. Não obstante o sistema de Trabalho forçado vir a ser abolida em 1961 através do
Início da Guerra de Libertação, a prática de forçar directamente os negros a trabalhar continuou em Angola
até 1974 com o advento da Independência.12 A pressão de recrutamento forçado de trabalhadores sob
contrato era cada vez maior para compensar a ausência de mecanização. No entanto, para satisfazer as
necessidades de mão-de-obra barata, a administração procedia a rusgas tanto nos musseques como nas
sanzalas e até nas escolas.
• Conclusivamente, dizer que o Trabalho forçado na colónia de Angola, era praticada por três formas distintas:
1º, o Desterro para S. Tomé e Príncipe; 2º, o Contrato serventuário dentro do próprio território; 3º, o Trabalho
forçado local do Município prestado ao então Administrador do Concelho ou ao chefe do posto.13
trabalhadores recenseados (1935-1939)
Gráfico pg. 104
• 5.4. Regime de Desigualdade Social e Política (para consolidação )de exploração Colonização
• A “civilização” dos nativos, constituiu a mais importante justificação ideológica para atingir o objectivo político da completa
soberania. Portanto, teria que se basear numa prática racial, pois, ainda em conformidade com Bender « (...) O legado mais
notável do povoamento planificado foi a introdução da competição e do conflito inter-raciais quanto às terras e à Produção» 5.
5
BENDER, p. 222,223; FERREIRA, V., Estudos Ultramarinos, Vol. IV, Ed. Agência Geral do Ultramar, Lisboa 1955, p.215
• O colonato de tipo racista, declinou-se num Regime de Desigualdade de amplitude social e política. Este Regime surge como
uma forma de consolidação do sistema de exploração colonial. «Desde 1850 que o colonialismo português vem arquitectando
para a sociedade angolana uma dualidade sócio-cultural distintas: uma era a sociedade de colonos brancos que comandava o
aparelho repressivo e explorador dos territórios e outra, era a sociedade dos nativos, a fornecedora da mão-de-obra barata».6
6
Cfr. KANGA, almeida, repensar a história de angola, manual de história de angola II, edição do Sedipu, Uije-Angola, 2005. P.
21)
• Este regime de desigualdade sócio-político, apoiou-se na justificação teórica da superioridade racial, uma concepção
portuguesa que data desde o séc. XV e que prevaleceu durante as três primeiras décadas do Estado Novo. Os angolanos
continuavam a ser considerados como sub-humanos. Bender afirma que, de acordo com essa visão, “o negro era ainda
homem selvagem, homem da idade do ferro, cheio de virtudes simples como um animal qualquer”. Nesta lógica , a tarefa do
branco seria a de dirigir e ensinar os negros a trabalhar, mais do que trabalhar juntamente com eles nos campos. 7
• Moisés Kamabaya, assegura a distinção da sociedade colonial entre o Centro e a periferia. O estado da periferia, a sociedade
dos africanos, era tudo de desagradável e desprezível, sendo as suas experiências e patrimónios culturais ou simplesmente,
valores culturais, próprios de um homem explorado. Pretendiam apenas fazer do negro simplesmente um serviçal colocado a
disposição dos colonos.
A Lei Orgânica sobre a administração civil das províncias ultramarinas promulgada no advento da República de 1910,
distinguia a sociedade dos nativos por duas categorias: indígenas-civilizados e indígenas não civilizados. Os não civilizados
ficaram sob a autoridade directa da administração colonial. A legislação que assegurou a constituição dessas sociedades ,
permitiu a publicação de vários Decretos para definição do estatuto do Indigenato.
O Modelo assimilacionista da colonização Portuguesa
• A suposta selvagaria como condição social do negro na visão eurocêntrica, fora imposta numa tentativa
moderada pela teoria evolucionista de colonização durante o séc. XIX.
• Alguns defensores portugueses dessa teoria eram unânimes de que o método de inculcar o sistema de
colonização mental dos africanos através da mestiçagem forçada e pelo transformismo cultural e social
desses, seria a via mais adequada.
• O modelo da assimilação, foi introduzida na prática com a ascensão ao poder de António de Oliveira Salazar e
a criação do Estado Novo.
• Percebe-se como assimilação, um processo legal pelo qual o africano fora imposto a abandonar a sua
condição de selvagem, impuro e a assimilar padrões culturais ocidentais, considerados puros como a língua,
religião, hábitos e costumes. Assim, o assimilado, é todo o nativo que saísse legalmente do estatuto da
civilização portuguesa, ou assimilado da cidadania portuguesa.
• Ela, baseava-se na divisão dos angolanos em nativos indígenas e nativos assimilados.
• Eram considerados indígenas, os indivíduos da raça preta e seus descendentes e que não possuíam ainda a
iluminação espiritual pessoal e os hábitos sociais que pressupõem as condições para o requisito integral da
lei pública e privada dos cidadãos portugueses. Enquanto assimilado, é todo o nativo que saísse legalmente
do estatuto da civilização portuguesa, ou assimilado da cidadania portuguesa.
• Podemos mesmo dizer que, a mais evidente ideologia imperial e racista foi a política de assimilação dos
indígenas.
• Não existia no homem português o desejo de assimilar muito menos civilizar o africano. Era objectivo a longo
prazo das autoridades coloniais o desaparecimento gradual da raça negra. (Valentim Alexandre, Origens do Colonialismo
Português Moderno (1822-1891), Lisboa, Sá da Costa, 1979, citando o historiador Oliveira Martins, a Civilização Africana – O Brasil e as Colónias
Portuguesas, Lisboa, Ed. 1880, 1953, pp. 261-265, refer: «a ideia de uma edução dos negros é, portanto absurda não perante a história, como
também perante a capacidade mental dessas raças inferiores. Só um lento e longo cruzamento com sangue mais fecundo podera gradualm ente ir
transformando-as; e é exactamente isso o que de um modo espontâneo veio sucedendo desde uma idade em que ainda os europeus não se
preocupavam com a África. (…) a civilização da raças negras só pode caminhar pelo cruzamento com os negróides islamitas do Oriente: o Ocidente
não lhes dará como espécies por elas assimiláveis, mais do que panos para se vestirem, aguardentes para se embriagarem, pólvora para se
exterminarem».
• Da mesma maneira que aconteceu com a comunidade negra brasileira, destruída culturalmente e
desfocalizada socialmente, perdendo o reconhecimento como detentor de uma identidade própria (a
africanidade) e sem ganhar a identidade euro-brasileira, seria a mesma prevista para o homem negro de
África. Em conformidade com Bender, esse processo ocorreria por três fases: a destruição das
sociedades tradicionais; a inculcação da cultura portuguesa; e a integração dos africanos destribalizados
e lusitanizados na sociedade portuguesa.
• segundo publicação do diploma legislativo nº 237 de 1931, eram definidas os seguintes critérios para a
aquisição do estatuto de assimilado e cidadão português consequentemente:
• Com a perda do Brasil e com o fim do comércio de escravos, Portugal iniciou o grande
povoamento branco de Angola
• Empreendeu uma política de obras de fomento e de fixação de colonos no litoral do
interior.
• No final do séc. XIX a população indígena estava reduzida a 2.700.000 habitantes com
uma população branca não acima de 1830 representando apenas 0,6% da população.
• A primeira colónia foi instalada em Moçâmedes poucos anos depois de 1786, iniciada
por pernambucanos degredados, por açorianos e madeirenses. Tinham como
instruções de incrementarem as culturas agrícolas de primeiras necessidade,
hortaliças, frutos cana-de-açucar, café algodão, cação, tabaco, palmeiras, jinguba ou
amendoim e a criação de gado bovino.
• Em 1880 o planalto da Huila recebeu um grande contingente de cerca de 300 Boers.
• Na impossibilidade de estimular a imigração em massa de portugueses para Angola,
Portugal teve que recorrer a continuação de povoamento de degredados de vários
países da Europa mesmo depois de maus resultados económicos.
• Iniciou a fundação de colónias penais agrícolas.
• Em 1884, fundou-se em Malanje com o nome de esperança a primeira colónia penal agrícola
• Em Benguela, criou-se a segunda colónia penal em 1885, chamada de Ribeiro da Silva.
• Entre 1883 e 1898 haviam entrado em Angola 4.114 condenados dentre portugueses, italianos e
outros europeus.
• No princípio do séc. XX a população branca de Angola era predominantemente constituída por
degredados.
• O colonato português teve também dissabores. O facto de a maioria dos colonos ter vindo dos mais
indesejados reclusos das prisões portuguesas, pois quase na sua totalidade não instruídos ou sem
qualificação, com raras excepções, os esquemas de povoamento foram gravosos fracassos
económicos e, em muitos casos, o deslocamento dos africanos da área ocupada por um colonato
originou uma descida real da produtividade rural.
• O desejo de tornar a colónia numa casa de cidadãos portugueses honestos e trabalhadores fundou-
se na Catumbela em 1836. mas será efectivada, a substituição por portugueses livres, após o
derrube da primeira República em 1926.
• Em 1932 um decreto encerrava o depósito dos degredados em Luanda, abrindo o de Forte
Roçadas, em 1936.
• Esse sistema, só foi totalmente abolido em 5 de Junho de 1954 e consigo a criação de grandes
colonatos agrícolas.
• A sua actividade económica era o comércio e
não a agricultura.
• Os poucos agricultores foram incapazes de se
adaptarem as novas colheitas e diferentes
métodos exigidos em África
• o Governo foi incapaz de fornecer assistência
técnica e financeira necessária.
• Este quadro inviabilizou os esperados sucessos
económicos.
Criação de colonatos agrícolas
• O fundamento político do povoamento de colonos nas zonas rurais era o de assegurar a soberania portuguesa em
todo o território afim de se criar a sociedade multicultural segundo o modelo “Luso - Tropicalismo”.
• . Embora este fenómeno ter-se acelerado durante a metade do Séc XIX, este fenómeno é muito antigo para a
história da colonização portuguesa3. Este, encerrava em si razões como: transformar os camponeses portugueses
rurais indigentes em pequenos proprietários agrícolas, sob pena de não se tornarem revoltados; disciplinar a
produção e o emprego obrigatório de processos técnicos mais aperfeiçoados em relação aos tradicionais; e ocupar
as terras aráveis ainda desocupadas e até mesmo as ocupadas pelos naturais. Por isso, a emigração e a colonização
deviam ser dirigidos e não expontâneas, portanto, não ser confiada à iniciativa individual ou privada. Em
conformidade com Bender, a principal razão dessa emigração, apoiava-se na convicção de que a transplantação de
camponeses portugueses e do seu modo de vida para Angola rural «era o melhor meio de garantir a soberania
portuguesa, de civilizar as populações indígenas e de desenvolver as economias coloniais»4. A “civilização” dos
nativos, constituiu a mais importante justificação ideológica para atingir o objectivo político da completa
soberania.
• O fracasso da colonização penal obrigou Portugal tomar medidas de povoamento e colonização planificadas
• Nos anos cinquenta do séc. XX surgem dois grandes colonatos agrícolas: o colonato da Cela e o de Matala com 8.400
famílias.
• Houve discussão entre a colonização planificada e a livre na necessidade de encorajar a elevada emigração Brasileira
e portuguesa
• Apesar de todo esforço de atrair número considerável de portugueses para Angola, só depois da luta de libertação, o
número de portugueses que emigrava para Angola passava de 172 529 em 1960, para 600 000 em 1974
• Para assegurar a política de ocupação de terras e de povoamento branco foi criada, em 1962 a Junta Provincial de
Povoamento de Angola (J.P.P.A.) evoluindo para 335 000, apesar de se ver mais uma vez obrigada de empreender o
povoamento por degradados
A economia de fazendeiros brancos