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Muralismo mexicano: características, artistas

e obras
Conceito de Muralismo

O mural é uma representação de uma imagem, normalmente em uma parede ou


muro. Durante séculos, os murais estiveram situados nas igrejas, embora desde a
pré-história os homens desenhassem sobre pedras todo o tipo de imagem,
geralmente relacionadas à vida cotidiana. Apesar da longa tradição na história da
arte, hoje em dia o muralismo se manifesta principalmente nos espaços urbanos,
onde as imagens artísticas de diferentes temas são representadas. As paredes
das cidades são o cenário desta forma de expressão artística

Muralismo é o tipo de arte que tem como suporte paredes e painéis permanentes.

Também conhecido como pintura mural ou arte mural, o muralismo propicia uma
relação de proximidade com o público. Isso acontece na medida em que suas obras
são encontradas nas ruas e exploram problemas sociais, bem como temas
históricos.

A arte muralista desempenha um papel social bastante forte, já que ela se aproveita
da exposição pública para manifestar-se de forma crítica.

As primeiras manifestações do que viria a se tornar o muralismo são as pinturas


rupestres.

Marcando forte presença no México, onde ganhou destaque, normalmente esse


movimento artístico é lembrado como "muralismo mexicano".

Assim, pode-se dizer que o Muralismo é associado à arte mexicana e que se


fortaleceu na primeira metade do século XX no México.

É nessa altura também que tem início a Revolução Mexicana (1910), momento
histórico que inspirou os artistas a expressar seus pensamentos críticos.

Por isso, essa manifestação artística revela muito do que se vivia no México. Era um
momento em que, sem dúvida, o povo carregava um sentimento forte
de compromisso libertário.
Um movimento artístico de cunho político e social

O Muralismo é um movimento artístico que teve origem no México, no


início do século XX. A prática, refere-se às pinturas feitas em painéis
permanentes ou paredes. Esse tipo de arte que busca se relacionar com
a arquitetura é conhecido desde a Antiguidade. A técnica do afresco,
utilizada pelos pintores muralistas, também foi usada durante o
período do Renascimento e Cubismo. 

Mas no muralismo mexicano ela ganha novas características, sendo a


principal delas o cunho político e social. O Muralismo surgiu logo após
a Revolução Mexicana. Na época em que o país estava sob o controle
do ditador Porfirio Díaz, houve vários movimentos e revoltas exigindo
mudanças no quadro político. Mestiços, classe média e baixa uniram-se
para derrotar o ditador. 

Na mudança de governo, algumas resoluções foram incorporadas.


Álvaro Obregón, que se tornou o presidente do México entre os anos de
1920 e 1924 foi responsável pela redistribuição de terras para os
camponeses e pelo incentivo à educação e à arte. Foi nesse período
que os muralistas passaram a receber dinheiro não só para expressar
suas habilidades artísticas, mas para utilizá-la como um meio de educar
as massas. 

Os muralistas tinham orgulho da sua história e expressavam isso nas


obras pintadas que destacavam seus antepassados. (Imagem:
Wikimedia)

Uma arte nacional e popular

A escolha dos pintores pelos murais em grandes dimensões está


relacionada ao contexto político e social do país. Após 30 anos de
ditadura militar, surge a Revolução Mexicana, que ocorreu entre 1910 a
1920.
Esse movimento revolucionário foi criado a partir de uma aliança
entre setores de classes sociais diferentes, camponeses, intelectuais,
artistas, classe média, todos, desejavam uma sociedade democrática. 

Embora moderna, a nova nação mexicana não deixava os


antepassados das antigas civilizações indígenas para trás. Muito pelo
contrário, tinham orgulho de seu passado.
Uma das mudanças significativas durante a instituição do novo governo
foi nomeação do filósofo e escritor José Vasconcelos como Presidente
da Universidade e Ministro da Educação, que desenvolveu o Programa
Mural. 

O novo ministro tinha objetivos bem definidos: nova política cultural e


combate ao analfabetismo. Vasconcelos também foi Secretário de
Educação Pública, nesse cargo ele descobriu que 90% da população
era analfabeta, por isso os programas de pinturas culturais também
tinha o objetivo de fazer as pessoas entenderem a própria história de
uma forma mais simples. 
 
Além disso, as artes estavam cheias de narrativas que contavam a
história do país, seu passado indígena, o poder revolucionário do povo,
a luta contra a opressão, a crítica à ditadura militar. Nesse período foi
fundado o Centro Artístico da Cidade do México, um espaço para que
os artistas pudessem elaborar seus murais e desenvolver uma arte
essencialmente mexicana. 

Foi aí que jovens artistas começaram a surgir, nomes como o de Diego


Rivera, Roberto Montenegro, David Alfaro Siqueiros e tantos outros.
Esses pintores tiravam suas inspirações de povos antigos,
como astecas, no folclore mexicano, na arte maia, na cultura popular e
também em elementos da vanguarda, principalmente
do Expressionismo.

Características do Movimento

Entre os pontos centrais do muralismo mexicano, estão:

Alcance social - a arte devia ser acessível ao povo. Por isso, os artistas
utilizavam os morais e iam para lugares públicos em vez de galerias ou
museus. 

Cultura original – embora tenha influências do expressionismo e outros


movimentos artísticos da Europa, o muralismo tinha como principais
referências as antigas culturas maia e asteca, o folclore mexicano do
período colonial e a arte popular.

Papel didático – diferente da arte acadêmica, praticada no século XIX,


o muralismo se comprometia com a educação das massas. Os painéis
tinham fortes críticas ao capitalismo e passavam mensagens
revolucionárias, em sua maioria, de cunho socialista. As pinturas
também revelavam acontecimentos históricos, com a combinação de
elementos antigos e mais atuais. 

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