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1.Contextualização ..................................................................................................................... 2
Ao longo da história, os filósofos têm se preocupado com o significado do trabalho para o ser
humano, assim como com a explicação da função do trabalho na sociedade. Atualmente o
trabalho que deveria, como no início da humanidade, transformar o mundo para melhorar as
condições de vida do homem, tornou-se fonte de lucro e exploração, chegando a ser mais
importante que o próprio ser humano. A razão pela qual o objectivo principal deste trabalho é
a pessoa como um ser de relações (alienação do trabalho).
1.2 Objectivos
1.2.1 Geral
Estudo da pessoa como um ser de relações, (relação com o trabalho).
1.2.2 Específicos
Definir a pessoa como o ser de relações;
Perceber a pessoa como o ser de relações;
Relacionar a pessoa como o ser de relações com o trabalho.
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CAPÍTULO II. REVISÃO LITERÁRIA
Por Pessoa entende-se o ser humano como fruto das relações e valores vividos por ele e
pertença da sua experiência interior. As relações que estabelece são as seguintes: as relações
estabelecidas com os outros (o outro individual, a família, o grupo de amigos, os colegas, os
vizinhos, ou desconhecidos, ctc.); as relações estabelecidas com o mundo que o rodeia, no
sentido da sua relação com as diversas instituições humanas (a sociedade e cultura em que vive,
o estado que o rege e a sua politica e sistema Legal Direito - as instituições religiosas, as
comercias e laborais, entre outras) e também com a Natureza circundante. Em suma, o ser
humano é Pessoa no sentido em que é um cidadão responsável com direitos e deveres
(FLÁVIO, 2017).
A pergunta sobre o que é o ser humano é eterna e caracteriza o próprio ser humano enquanto
“ser em busca”, mas por outro lado recebe respostas historicamente situadas. Isso significa que
o ser humano pode ser compreendido, em primeiro lugar, como um ser que, desde que se
reconhece como tal, pergunta-se a si mesmo o que ele é. As respostas a essa pergunta, no
entanto, foram elaboradas e reelaboradas de diversas maneiras através dos tempos e
apresentadas sob as mais diversas perspectivas. O cristianismo, ao longo de sua história,
buscará uma resposta que articule e integre certos dados essenciais da fé, como a concepção do
ser humano como pessoa ou ainda como “ser de relação”, com todas as implicações desses
conceitos.
Além dessas características, devemos perceber que a pessoa, pela dimensão de imanência, ou
seja, pela dimensão que a coloca em relação consigo mesma, é chamada a ser dona de si mesma
(auto-possessão), a ser livre e responsável (autorresponsabilidade) e a ser dotada de finalidade
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própria, isto é, a perceber que cada pessoa humana tem valor em si mesma (auto-finalidade),
não sendo, portanto, destinada a um fim que não seja o fato de ser ela mesma (RUBIO,2001).
A auto-possessão é o chamado que o ser humano tem para assumir que pertence a si mesmo
enquanto ser; de fato, essa concepção demonstra como o ser humano deve ser senhor de si – e
com isso nega-se, obviamente, qualquer tipo de escravidão ou senhorio de um homem sobre o
outro. Por outro lado, pelo termo autorresponsabilidade destacam-se a liberdade e a
responsabilidade inerentes ao ser humano; em outras palavras, é inerente à própria humanidade
o fato de se poder decidir livremente, bem como a necessidade de se assumir as
responsabilidades que forem consequências dessas decisões. Outra especificidade da dimensão
de imanência é a auto-finalidade, que indica o valor que o ser humano tem pelo simples fato
de o ser (perseidade/ansiedade) – e com isso, nega-se que o ser humano tenha uma utilidade,
ou que exista para uma finalidade diferente daquela de simplesmente existir para si e por si
(RUBIO,2001).
Portanto, além de sua dimensão de imanência, há também essa abertura constitutiva do ser
humano, que é exatamente a sua dimensão relacional, ou transcendente. Essas relações do
homem que se abre se dão, além desse relacionamento consigo mesmo, em três diferentes
níveis, a saber: o relacionamento com o mundo, com outros e com Deus. Pela abertura ao
mundo, embora perceba-se qualitativamente diferente do restante da natureza, a pessoa humana
descobre-se como criatura entre as criaturas – o que a coloca no nível da racionalidade com
tudo à sua volta. Esse chamado a relacionar-se com Deus, que lhe apresenta uma proposta, e
consequentemente um convite ao diálogo, coloca o ser humano como um ser de acolhimento,
resposta e relação. Essa dimensão de abertura a Deus leva à plenitude o conceito de ser humano
como um “ser de relações”, e, portanto, de abertura e de diálogo com o diferente (RUBIO,
VERCESI, et al 2009).
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2.1 A relação com o trabalho
O trabalho é visto como “uma relação de dupla transformação entre o homem e a natureza,
geradora de significado”. Trata-se de uma actividade que visa a transformação de algo,
mediante o uso do corpo e de instrumentos. Por isso, o trabalho humano é o resultado da
intervenção, por outro de condições internas (temperamento, carácter, intelecto,
comportamento), inerentes ao próprio sujeito; por outro lado, encontrarmos as condições
físicas, técnicas, económicos e sociais, que são de natureza interna em relação ao sujeito que
trabalha (BUENO,2017).
Segundo o (BATTISTA, 1981), Antropologia filosófica, para que uma actividade possa ser
considerada trabalho, é necessário que seja útil “ (O Homem que ele é?) ":
Assim, na sua relação com o trabalho, o Homem é chamado não apenas a transformar o mudo
em mundo para si, mas, fundamentalmente, a humaniza-lo, Por outras palavras, o Homem, na
sua qualidade de Pessoa é chamado a tornar o mundo cada vez mais habitável, hospitaleiro e
confortável. Aqui encontramos o valor cósmico do trabalho. Mediante o trabalho, o Homem
rejeita viver num mundo organizado pelo natural e transforma-o, submetendo-o ao seu controlo
e humanizando-o, Pelo trabalho, o Homem dignifica-se, pois este possui, para si, um valor
personalista, ou seja, antropológico: a natureza humana não nasce perfeita […], ela aperfeiçoe-
se afina-se e enriquece-se através do seu trabalho (BATTISTA, 1981).
Vamos neste sentido perceber o quão complexo é o distanciamento causado pelo processo de
transformação do ser humano junto ao trabalho, ao longo de sua história. Há muitas políticas
em questão, políticas sociais, ambientais e culturais, que nos dão a dimensão da relação ser
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humano e trabalho. E que nos levam a repensar as variadas “fórmulas e soluções” para os
problemas ambientais que vivemos no trabalho, porém é válido ressaltar que como bem
destaca, não há desenvolvimento nem sustentabilidade sem o fim da “exploração de um ser
humano para com outro” (REIS 2004, P. 40).
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III. CONCLUSÃO
Em suma chegado ao fim do presente trambalho conclui-se que ser humano vista como a eterna
e caracteriza o próprio ser humano enquanto “ser em busca”, mas por outro lado recebe
respostas historicamente situadas. Isso significa que o ser humano pode ser compreendido, em
primeiro lugar, como um ser que, desde que se reconhece como tal, pergunta-se a si mesmo o
que ele é. O trabalho é visto como uma relação de dupla transformação entre o homem e a
natureza, geradora de significado. Além dessas características, devemos perceber que a pessoa,
pela dimensão de imanência, ou seja, pela dimensão que a coloca em relação consigo mesma,
é chamada a ser dona de si mesma (auto-possessão), a ser livre e responsável
(autorresponsabilidade) e a ser dotada de finalidade própria.
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IV:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Maputo. 2010 Longman Moçambique, Lda., 1." Edição
CODO, W. Por uma psicologia do trabalho: ensaios recolhidos. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2006.