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Batata Doce Projecto
Batata Doce Projecto
A batata-doce é o sexto alimento mais importante no mundo, perdendo apenas para arroz,
trigo, batata, milho e mandioca (CIP, 2018). Em 2014, 118 países cultivaram batata-doce,
sendo que aproximadamente 75% da produção teve origem na Ásia, 21% na África e 4% no
restante do mundo (FAO, 2015).
Estudos recentes com cultivares de batata-doce mais produtivos têm mostrado respostas a
doses de N variando de 102 a 183 kg · ha – 1 (Foloni et al. 2013;Leonardo et al.
2014; Oliveira et al. 2006; Santos Neto et al. 2017).
No entanto, existe uma preocupação quanto à aplicação de altas taxas de N na cultura da
batata-doce. O excesso de N aumenta o índice de área foliar, diminui o desenvolvimento do
armazenamento raízes e o índice de colheita (IH), favorecendo o crescimento dos órgãos
vegetativos, além de prolongar o cultivo ciclo (Fernandes et al. 2018; 2020). Portanto, evitar
o crescimento vegetativo excessivo é importante para obter um alto rendimento. O uso de
reguladores de crescimento de plantas é uma abordagem para reduzir o crescimento excessivo
da parte aérea das plantas (Mabvongwe et al.2016).
Um dos factores de muitos produtores moçambicanos não obter o rendimento satisfatório que
possam comprar os insumos agrícolas, faz com que a batata-doce seja uma cultura importante
no sistema de produção, dado que esta cultura possui capacidade de produzir altos
rendimentos em solos marginais e sem grandes investimentos (Mulatu et al., (2004), citado
por Mazuze (2004).
Apesar de apresentar grande potencial de uso para a alimentação humana, animal e industrial
e ter um custo de produção relativamente baixo, a espécie ainda deve ser melhor estudada e
se torna importante conhecer a adaptação de diferentes acessos em cada região de cultivo, a
fim de explorar ao máximo seu potencial. A razão pela qual propõe-se esse trabalho com o
objectivo de avaliar o rendimento de produção das ramas e o efeito de adubação foliar em
diferentes variedades de polpa alaranjada e roxa de batata-doce.
Definição do problema
Esta iniciativa do presente trabalho tem como objectivo global reduzir de forma sustentável a
pobreza, e a fome e melhorar o estado nutricional das populações sobretudo nas zonas rurais.
Contudo, produzir sementes de qualidade e quantidades suficientes para uma população em
crescimento. Para responder a este desafio será necessário apoiar e desenvolver inovações
tecnológicas que aumentem a produtividade agrária de forma sustentável para o ambiente e
que respondam à necessidade de alimentos de alto valor nutritivo, como a BDPA e BDPR.
Este estudo, que na sua essência permitirá contribuir com informação relevante sobre o
sistema de produção de BDPA (Batata-doce de polpa alaranjada), de polpa roxa ao nível das
comunidades beneficiárias do material de propagação, as quantidades produzidas em cada
zona da área de estudo, o destino normalmente dado aos resultados da produção, assim como,
de algumas actividades promocionais no âmbito de educação nutricional e marketing.
Objectivos
Objectivo geral
Objectivos específicos
Hipóteses
A batata-doce é uma planta que produz raízes de reserva doces e suculentas. É uma herbácea
de caule rastejante que alcança 2-3 m de comprimento, com rama de coloração verde ou
rosada e pecíolos longos (Kay, 1973, Rossel et al., 2008).
O cultivares difere umas das outras pela cor da epiderme radicular (branca, creme, amarela,
vermelha), na cor da polpa das raízes, no tamanho e forma das raízes, período de maturação,
resistência a pragas e doenças e textura das raízes (Kay, 1973, Rossel et al., 2008).
Seu sistema radicular é composto por dois tipos de raízes: raízes absorventes e de reserva. As
raízes absorventes são caracterizadas por serem finas e possuírem a função de absorver água
e nutrientes do solo, enquanto as raízes de reserva ou tuberosas, são de maior espessura e com
a função de armazenamento, sendo considerado o órgão de interesse comercial da planta
(SILVA; LOPES; MAGALHÃES, 2008; FREITAS, 2018).
As raízes tuberosas são compostas por uma pele fina, casca e polpa. Normalmente a raiz pode
apresentar diferentes formas, podendo ser redonda, oblonga, fusiforme ou alongada. A pele
pode ser lisa ou rugosa e conter veias ou dobras. Tanto a pele, quanto a casca e a polpa
podem possuir diferentes colorações, em alguns casos pode haver acúmulo de antocianina
(arroxeada) e/ ou betacaroteno (amarela alaranjada) (SILVA; LOPES; MAGALHÃES, 2008;
FREITAS, 2018).
A reprodução da batata-doce pode ser realizada por meio das batata-sementes, ramas-semente
ou estacas e mudas. Normalmente o método mais utilizado é por ramas-semente, que consiste
na retirada de uma ou duas estacas da parte mais nova da haste, por enraizarem com maior
facilidade e posteriormente, planta-las. Outra forma, é pelo uso da própria raiz tuberosa,
quando retirada da planta mãe, ocorre a formação de gemas para brotação. Por fim, as mudas
são obtidas em viveiros através da brotação de gemas (NÓBREGA, 2015).
A cultura de batata-doce é tolerante a seca quando comparada com outras culturas, mas a
falta de humidade na fase inicial de formação das raízes de reserva pode reduzir o
rendimento. A fase crítica de disponibilidade de humidade no solo ocorre na primeira semana
após o plantio, pois as ramas não possuem ainda um sistema radicular para explorar a
humidade contida no solo, tornando-se necessário fazer pelo menos duas regas. Quanto ao
regime pluviométrico, a cultura deve ser implantada em regiões com média anual de 750 a
1000 mm de chuva, onde 500 mm são necessários durante a fase de crescimento (Andrade et
al., 2010; Mayhew e Penny, 1988).
A batata-doce pode ser cultivada com êxito em diferentes tipos de solos, desde os francos
arenosos até os mais argilosos produzindo melhor em solos franco-argilosos. Entretanto,
quando os solos são muito pesados os rendimentos são baixos porque há formação de raízes
de reserva pequenas, com formatos irregulares e não aptas para a comercialização. Por outro
lado os solos leves (arenosos) facilitam o crescimento lateral das raízes, evitando a formação
de raízes tortas ou dobradas, facilitando a colheita. Porém, nestes mesmos solos, quando
chove os caules e as raízes ficam expostos e são facilmente infestados por gorgulho (Braga,
2005; Maroto, 1995; Santos, 2008).
Segundo Andrade et al. (2010) e Da Silva (2008), a batata-doce pode ser considerada como
tolerante à acidez do solo, sendo mais tolerante que a maioria das outras hortícolas. Porém
pode crescer e produzir bem em solos com pH na faixa de 4.5 a 7.7.
Apesar de ser uma cultura rústica e apresentar bons rendimentos em baixas fertilidades, há
indícios que a batata-doce possa ser responsiva à adubação. Estudos apontam que a adubação
balanceada afeta a qualidade e produção de raízes, pois, esses nutrientes estão envolvidos nos
processos bioquímicos e fisiológicos da raiz (OLIVEIRA et al., 2017).
A cultura da batata-doce necessita de uma grande quantidade de nitrogênio durante seu ciclo
de desenvolvimento, visto que de acordo com Ferreira (2017), este foi o nutriente mais
acumulado nas raízes e parte aérea, seguido por elementos como K e Ca, respectivamente.
Dessa forma, destaca-se que definir uma recomendação de nitrogênio para a cultura,
constitui-se em um desafio, pois, apesar de ser um nutriente importante para as hortaliças,
não existem uma recomendação adequada estabelecida para atingir altas produtividades
(SANTOS NETO et al., 2017).
Produção da Batata-Doce
A batata-doce é o sexto alimento mais importante no mundo, perdendo apenas para arroz,
trigo, batata, milho e mandioca (CIP, 2018). Em 2014, 118 países cultivaram batata-doce,
sendo que aproximadamente 75% da produção teve origem na Ásia, 21% na África e 4% no
restante do mundo (FAO, 2015). Em Moçambique, a batata-doce é a terceira cultura
alimentar mais importante depois do milho e da mandioca (Álvaro et al., 2017).