Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Plantação da mandioca
Plante a mandioca em Outubro – Novembro. A mandioca doce pode ser
plantada em qualquer altura do ano, isto é sempre que se colhe a mandioca
para consumo diário. São precisos 10.000 a 12.000 estacas/ha
Exigências edáfoclimáticas
Temperatura
A Temperatura afecta as diferentes fases de desenvolvimento da raiz, onde a mesma pode favorecer a iniciação da raiz
de reserva, ou pode reduzir o crescimento da raiz na maturidade. Temperaturas baixas da noite favorecem a iniciação
da raiz reserva, isto é, maior número de raízes de reserva são produzidos em temperaturas baixas da noite, do que em
temperaturas altas do dia (29 oC) que aumentam ligeiramente a fotossíntese devido altas taxas de respiração .
De acordo Cock (1984), a temperatura afeta a brotação da haste, a formação e tamanho da folha, a formação das
raízes de reserva e consequentemente o crescimento geral da planta. Segundo Conceição (1979), o comportamento da
mandioca, sob variações de temperatura normalmente ocorrem onde a mandioca é cultivada, no entanto, o seu
crescimento é favorecido quando a temperatura média anual varia de 25º C a 29ºC, mas pode tolerar de 16º C a 38 oC.
Segundo CABI (2007) a faixa ideal para o crescimento e desenvolvimento da cultura é de 20 a 30 °C, e para um
cultivo bem sucedido alguns genótipos necessitam de uma temperatura média de 20 °C.
Cont…
Fotoperiodo
O aumento ou diminuição da radiação solar irá afectar o tamanho da planta e, consequentemente o rendimento. Existe uma
relação antagónica entre o crescimento da parte aérea e o desenvolvimento das raízes de reserva, em resposta à variação do
fotoperíodo, de uma forma geral, a condição de dias curtos promovem aumento do volume da raiz de reserva possivelmente
porque uma substância indutora de tubérculo é formada sob este fotoperíodo e reduz a parte aérea sem influenciar a matéria seca
total, e dias longos
promovem o crescimento da parte aérea e diminuem o desenvolvimento das raízes de reserva. O aumento da matéria seca na
parte aérea sob dias longos é resultado de incrementos significativos da altura da planta, da área foliar, do número de ápices por
planta e do número de folhas por ápice. Na asserção de Hershey (1987), devido às diferenças mínimas na duração do dia nos
trópicos (10-12 durante todo ano), o fotoperíodo podem não desempenhar um papel importante na produtividade da mandioca,
pois, o fotoperíodo óptimo para mandioca está em torno de 12 horas com prováveis diferenças nos genótipos com relação ao
fotoperíodo crítico.
Cont…
Humidade relativa do ar
A mandioca responde a mudanças ao défice de pressão de vapor do ar. Fecha os seus estômas e
consequentemente reduzindo a taxa fotossintética. Como o estoma é o caminho pelo qual o CO2 entra na folha, a
diminuição da abertura estomática causada pelo défice de pressão de vapor do ar, pode limitar a taxa de difusão
do CO2 para dentro da folha e consequentemente a taxa fotossintética (Hershey, 1987).
Necessidades hídricas
A planta da mandioca é extremamente tolerante ao défice hídrico, mas um longo período de seca pode reduzir seriamente o
rendimento. Os padrões de precipitação diferem acentuadamente de região para região, e sem dúvida resulta em diferenças
no rendimento. No entanto, parece possível encontrar variedades com uma resposta a rendimento estável aos diferentes
padrões de disponibilidade de água (Connor et al., 1981). Segundo Oliveira et al. (1982), normalmente a mandioca é
cultivada em áreas que recebem menos de 800 mm de chuva por ano, todavia precipitação anual óptima é de 1000-1500 mm
com uma estação seca de quatro a seis meses. Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), as precipitações anuais que variam de
500 a 1500 m são muito boas para o cultivo da mandioca em Moçambique, desde que estejam devidamente distribuídas num
período de seis a oito meses durante a época de produção.
Solo
Mandioca é cultivada em solos de textura arenosa ou média (Mattos & Cardoso, 2013). A mandioca mais comumente
encontrado nos solos que tendem a ser ácidos e de baixa fertilidade. Esta cultura é extremamente estável em termos de
resposta ao pH no intervalo de 4-7.5. Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), em Moçambique a mandioca desenvolve-
se melhor em solos areno-argilosos, profundos, soltos e bem drenados, com pH entre 5.5 a 7, sendo 7 o ideal.
A cultura da mandioca extrai grandes quantidades de potássio (K) do solo. Estima-se que cerca de 70 kg/ha são
necessários para se obter um rendimento de 30 ton / ha das raízes de reserva.
A mandioca requer uma quantidade considerável de nitrogénio. No entanto, o nitrogénio abundante favorece o
crescimento vegetativo superior em relação ao desenvolvimento das raízes de reserva
Fósforo (P)
A quantidade de fósforo absorvido por mandioca é relativamente pequena, mesmo que tenha um papel importante na
fosforilação de reservas de amido. Contudo, teor de amido é reduzido de 32% para 25% na ausência de P.
Adubação
• a) Ao aplicar estrume, este pode ser feito a lanço e incorporado antes do plantio, ou aplicar directamente no
sulco ou então localizado durante o plantio. 250 g ou uma palma da mão de estrume por covacho é aplicado.
• b) A adubação química é feita com a dosagem de 30 – 60 – 40 kg/ha de NPK.,
• aplicando o N aos 30 e 60 dias depois de brotado (pode-se fazer 2 aplicações). O P é todo aplicado no
covacho ou fundo do sulco durante o plantio e o K metade no plantio junto com P e metade em cobertura
junto com a segunda aplicação de N (60 dias depois de brotar).
• c) Caso se tenha só o adubo 12-24-12 pode-se fazer aplicação de fundo com 150 kg/ha.
• d) Também se pode fazer calagem com 1 ton de cal/ha, a lanço e incorporado antes do plantio.
• e) A sideração com plantas leguminosas (crotalária, feijão-nhemba, f. boer, Dolichos Lab-Lab, mucuna, etc.).
Semear e enterrar na fase de floração destas culturas.
Espaçamento
O espaçamento recomendado actualmente é de 1 m x 1 m, isto é, 1 planta de
mandioca por m2. Este espaçamento resulta em 10.000 plantas por hectare.
Para variedades que crescem muito em altura e sem alargamento da copa
(ao contrário de variedades mais baixas e com mais ramos laterais), uma
densidade superior de, por exemplo, 1 m x 0.5 m ou 1 m x 0.75 m poderá
ser adoptada. Para fim de multiplicação de estacas, em vez da produção de
tubérculos, um espaçamento inferior de 0.5 m x 0.5 m poderá ser usado.
Pestes e Doenças
a) A mandioca é atacada pelo Vírus do Mosaico Africano é transmitido pela mosca branca.
Pode ser disseminada pelo uso de estacas atacadas. As folhas ficam pequenas, com rugas,
manchas acastanhadas, amareladas e por vezes pretas.
Cochonilha da mandioca (Phenacoccus manihoti)
A praga é mais abundante e a gravidade do dano causado pela mesma é maior na estação seca
do que na estação chuvosa (Nwanze, 1982). Segundo ITTA (1990), a cochonilha suga seiva
do floema, e inicialmente ataca os ápices dos brotos, depois alastra-se para o pecíolo e as
folhas. Acredita-se que a atrofiamento do ápice e o encurtamento dos entrenós sejam
causados por uma substancia tóxica presente na seiva do insecto. No caso de infestação
severa, os brotos verdes morem, e podem não ocorrer a reversão.
• b) Plantar mandioca resistente à virose (mandioca chinhembwe), arrancar
e queimar todas as plantas doentes, não plantar mandioca vinda de zonas
com virose e não plantar mandioca por mais de dois anos seguidos
• c) Temos também o Vírus da Podridão Radicular da Mandioca, cujas
variedades tolerantes foram desenvolvidas. São os casos de Mualeia,
Nashinhaya e Nikwaha. Estas variedades são também tolerantes à pragas
como as de cochonilha, doenças do mosaico africano, queima bacteriana e
listrado castanho do tubérculo
Colheita
Para a colheita manual da mandioca deve proceder-se da seguinte maneira:
•Cortar o caule entre a altura do joelho e a altura da cintura (como preferir). •Usar uma
enxada ou catana para separar as raízes.
• Evitar causar danos às raízes de mandioca.
• Arrancar as raízes manualmente.
•Observar a base da mandioca a fim de detectar quaisquer raízes cortadas deixadas no solo
e escave a terra de forma a retira-las para fora. Existe uma ferramenta especial para a
colheita mecânica, que funciona como uma “alavanca” e que torna a colheita dos tubérculos
muito mais fácil. Existe também uma máquina de colher mandioca operada por tractor.
Batata reno
(Solanum tuberosum L.)
A batata precisa de um clima fresco, isto é, máximo de 32o C para crescimento
e temperaturas nocturnas abaixo de 20o C para o desenvolvimento do
tubérculo. Acima de 35o C não há formação de tubérculo. É cultivada em
Moçambique de Março a Julho embora em Tsangano e Angónia possa também
ser cultivada em Out./Nov., em sequeiro, isto é, em Tete há batata praticamente
todo o ano. Os solos argilosos e pesados são pouco indicados para a cultura da
batata por darem rendimentos mais baixos do que solos ligeiros. Os solos mais
apropriados são os arenosos, mas com rigor, as terras areno argilosas, ricas em
húmus e sãs, são as que dão os melhores resultados.
sementes
As Os tubérculos são caules subterrâneos adaptados para armazenar
substâncias alimentares e também para a reprodução. Nos tubérculos
aparecem brotos que são gemas comummente chamados “olhos”
As variedades mais cultivadas em Moçambique incluem: Rosita; BP1;
Mondial e Mnandi. Actualmente no mercado temos a variedade Atlas, da
França. De referir que dentre estas, a Rosita é a mais cultivada,
principalmente no planalto de Angónia a semente está disponível em
tamanhos diferentes: grandes, médios e pequenos.
Adubação
Batata reno é uma cultura muito consumidora. Composto e fertilizantes devem ser suficientemente
aplicadas de acordo com os resultados de análise do solo e as
Recomenda-se por hectare aplicar 120 kg de N + 72 kg P2 05 + 200 kg de K20 para se obter altos
rendimentos.
Todo fósforo, 48 kg de potássio e 48 kg de N são aplicados como adubação de fundo através do uso de
400 kg/ha do adubo 12-24-12.
O nitrogénio deve ser complementado com 200 kg/ha de ureia aplicando-se em duas adubações de
cobertura, aos 30 e 60 dias após a emergência. O restante de potássio é adicionado juntamente com
nitrogénio na 1ª adubação de cobertura aplicando 350 kg/ha de sulfato de potássio.
É preciso regar depois da adubação ou adube com humidade no solo.
Batata reno
MÉTODO DE PROPAGAÇÃO
A batata é uma cultura que se propaga, em geral, por meio de tubérculos semente. O tamanho de tubérculo semente
recomendado para a produção comercial, varia de 30 a 55 mm de diâmetro. Caso o produtor decidir fazer a sementeira usando
a semente produzida a partir do campo para batata consumo, é recomendado seleccionar plantas sadias, vigorosa com bom
aspecto vegetativo e fazer uma colheita separada do resto da cultura num processo chamada selecção positiva. O uso de
sementes verdadeiras ou botânica tem importância para trabalhos de melhoramento e não recomendado para a produção
comercial devida a sua variabilidade genética que não irá permitir uma uniformidade das plantas no campo e qualidade
uniformidade dos tubérculos na colheita. 4. REQUISITOS CLIMÁTICOS E DO SOLO A cultura de batata cresce bem em
áreas com solos profundos e bem drenados e temperaturas frescas As melhores produções de batata têm sido observadas em
regiões de temperaturas de 15 °C a 20 °C durante a estação de crescimento. A cultura da batata requer temperaturas amenas
para que ocorra tuberização
abundante, que garanta boa produtividade aliada à qualidade de tubérculos. A batata pode ser cultivada em solos que
ofereçam condições para o adequado crescimento do sistema radicular e dos tubérculos. O sistema radicular da planta da
batata é relativamente delicado e raso, podendo desenvolver-se até 1,0 m de profundidade; porém, com maior concentração na
camada de 0 a 30 cm.