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I.

Introdução

O feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa cultivada e consumida na dieta
humana em muitas regiões do mundo há centenas de anos, pois, fornece quantidades apreciáveis
de proteínas, possui um bom teor de hidratos de carbono, fibras, minerais, vitaminas e um teor
reduzido de lípidos. Por essa razão, é um dos alimentos mais favoritos e de maior consumo para
famílias de baixa renda (Diniz, 2006).

Os países maiores produtores do feijão vulgar a nível do mundo são o Brasil, a China, a Índia, a
Birmânia e o México com 65 % da produção global (Chaves, 2011). A produção do feijão vulgar
em Moçambique nos anos 2013 e 2014 a foi em média de 357,1 kg/há e 408,6 kg/ha
respectivamente. Valores baixos, quando comparados com os outros países da região como,
Malawi e Tanzânia com rendimento nédio de 600 a 900 kg/ha. Segundo TIA (2008) as
províncias que mais contribuem na produção do feijão vulgar em Moçambique são: Niassa, Tete
e Zambézia, onde 42 % da produção é proveniente da província de Tete numa área de 9,7285 há
em 2008. Infelizmente há carência de dados sobre a produção na província de Manica.

O feijão vulgar é exigente a nutrientes, principalmente o nitrogénio, fósforo e potássio, pois,


mesmo sendo uma leguminosa com capacidade de fixar o nitrogénio atmosférico por simbiose
com bactérias de género Rhizobium, nem sempre consegue suprir as necessidades da cultura de
modo a elevar a produtividade (CUNHA, 2013).

Segundo Oliveira et al. (2003) isto ocorre por causa da falta de carbohidratos para suportar altas
taxas de fixação de nitrogénio nos nódulos presentes no sistema radicular, na fase posterior ao
início da floração, havendo necessidade de fazer a adubação de fundo e de cobertura em doses e
épocas correctas de modo a propiciar uma boa nutrição da planta no momento em que ainda é
possível aumentar a produtividade.
1.1. Problema e justificação do estudo

A agricultura em Moçambique é a base de subsistência, com mais de 97% da área cultivada pelo
sector familiar (CAP, 2010). Uma das culturas mais cultivas e de maior importância para as
famílias de baixa renda é o feijão vulgar.

Esta cultura apresenta baixos rendimentos, podendo variar de 200 a 500 ton/há condicionado
pela agricultura praticada. De acordo com PNISA (2013-2017) os principais problemas que
influenciam o baixo rendimento das culturas alimentares são: dificuldades em aumentar a
utilização de insumos e tecnologias modernas, limitada disponibilidade de aconselhamento
técnico e serviços de apoio no sector; a dispersão dos produtores entre outros. Segundo a CAP
(2010) somente 4% dos produtores usavam fertilizantes em 2010.

Dados do TIA (2008) sustentados pela FAO (2013) indicam que os países como Tanzânia e
Malawi destacaram-se como maiores produtores do feijão em 2008, chegando a atingir 480.000 e
128.000 toneladas numa área de 749540.00 e 260287.00 m2 com rendimento de 700 e 470 kg/ha
respectivamente, enquanto Moçambique conseguiu produzir apenas 46.000 toneladas numa área
de 470700.00 m2 com rendimento de 270 kg/ha.

Uma das razões que influencia o fraco uso de fertilizantes na cultura de feijão vulgar bem com
várias outras, é a falta de conhecimento por parte dos agricultores acerca das doses de
fertilizantes químicos a aplicar no momento da sementeira e em cobertura, apesar de existir
algumas associações com apoio técnico em algumas zonas, os dados quanto as recomendações
ainda são escasso. Necessitando ainda a realização de alguns estudos aprofundados acerca das
doses a se aplicar na cultura de feijão vulgar.
Segundo Oliveira e Borszowskei (2012) referem que a aplicação da dose eficiente de fertilizantes
químicos no momento da sementeira e em cobertura pode gerar acréscimo de rendimento do
feijão vulgar porque o nitrogénio é responsável pelo desenvolvimento da parte foliar, o fósforo
pela diferenciação dos botões florais e formação de vagens e o potássio pela formação de vagens
e grãos).
Segundo Júnior (2009), as adubações de fundo no solo tendem a favorecer a absorção de fósforo
nos estágios iniciais de crescimento da planta, quando a taxa de absorção é maior. Além disso, as
raízes, em geral, se desenvolvem mais densamente nos pontos em que há maior suprimento de
fósforo e a absorção máxima de fósforo pode ocorrer quando uma fracção intermediária da
profundidade do solo for adubada.
Em Moçambique segundo Sanchez (1978), as respostas de adubação potássica esta abaixo dos
valores disponíveis nos solos que é de 0,2 meq K trocável/100 g.
Os dados mostram a necessidade de realizar pesquisas em Moçambique sobre a interacção entre
adubação de fundo e cobertura na cultura de feijão com vista a elaborar recomendações para o
agricultor com vista a melhorar a produtividade e a competitividade ao nível da região onde
Moçambique está inserido.

1.2. Hipótese

 O uso de diferentes níveis de interacção entre a adubação de fundo e cobertura promove


igual efeito no rendimento do feijão vulgar.

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral

 Avaliar o efeito da interacção entre a adubação fundo e de cobertura na produtividade do


feijão vulgar.

1.3.2. Específicos

 Determinar o Rendimento máximo da cultura de feijão vulgar em função da interacção da


adubação de fundo e de cobertura;
 Determinar o nível de adubação de fundo e de cobertura que proporcionam rendimentos
máximos do feijão vulgar;
 Relacionar o Rendimento do grão com os outros parâmetros agronómicos.
II. Revisão bibliográfica

2.1. História e produção mundial do feijão vulgar

O feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é um dos alimentos mais antigos utilizado desde
primeiros registos da humanidade pois eles contêm propriedades nutricionais: proteína,
carbohidratos, cinzas, lipídios, fibras, vitamina, tiamina, riboflavina, niacina, ácido ascórbico,
minerais entre outros.

O género Phaseolus originou-se nas Américas centrais (México, Guatemala, e Costa Rica) e que
compreende aproximadamente 55 espécies, das quais apenas cinco são cultivadas: Phaseolus
vulgaris L., Phaseolus lunatus L., Phaseoluscoccineus L., Phaseolus acutifolius A. Gray var.
Latifolius Freeman e Phaseoluspolyanthus Greenman. Entre elas, o feijão vulgar, Phaseolus
vulgaris, é o mais importante, por ser a espécie mais antiga e também a mais utilizada nos cinco
continentes (Diniz, 2006).

Segundo os dados registados pela FAO, a produção mundial média no período de 2007 a 2012
foi 22,1 milhões de toneladas. Os 9 (nove) principais países produtores de feijões secos, que
juntos respondem por cerca de 73% da produção média mundial são: Índia (17%), Brasil e
Mianmar (15%), China (8%), EUA (5%), México e Tanzânia (4%) e Kenya e Uganda (2%).

Em Moçambique a produção do feijão vulgar à escala nacional no ano 2014, foi de 51.583
toneladas. A província do Niassa, no norte, produziu 22.028 toneladas, seguida de Tete com
15.175. A província de Cabo Delgado foi a que teve os resultados mais baixos, com apenas 70
toneladas.

2.2. Morfologia do feijão vulgar

O feijão vulgar tem a seguinte classificação: Reino: Vegetal; Ramo: Embryophytae


syphonogamae; Sub-ramo: Angiospermae; Classe: Dicotyledoneae; Subclasse: Archichlamydae;
Ordem: Rosales; Família: Leguminosae; Subfamília: Papilionoideae; Tribo: Phaseolineae;
Género: Phaseolus L. e Espécie: Phaseolus vulgaris L.

É uma planta com sistema radicular formado por uma raiz principal, secundárias e terciárias. O
sistema radicular varia de 20 a 40 cm do solo, o que torna-o bastante sensível à deficiência
hídrica e baixa eficiência em absorver nutrientes, exigindo por isso solos com matéria orgânica
ou boas adubações, de modo que os nutrientes estejam próximos das raízes, em quantidades
suficientes e no momento adequando. O caule é herbáceo, constituído por eixo principal,
formado por uma sucessão de nós (Diniz, 2006).

As folhas são simples e opostas nas folhas primárias; e compostas, constituídas de três folíolos
(trifolioladas), com disposição alterna, características das folhas definitivas. Quanto à disposição
dos folíolos, um é central ou terminal, simétrico, e dois são laterais, opostos e assimétricos
(Diniz, 2006).

O ciclo de vida varia de aproximadamente 65 a 120 dias, dependendo da cultivar e das condições
da época de cultivo. Pode apresentar quatro tipos de hábito de crescimento, sendo um tipo
determinado e os outros três definidos como indeterminados. Ostenta vagens rectas ou
ligeiramente curvas, achatadas ou arredondadas, com bico recto ou curvado, em geral com 9 a 12
cm de comprimento, e com 3 a 7 sementes (PROLLE, 2003).

As sementes podem ter várias formas: arredondada, elíptica, reniforme ou oblonga, e tamanhos
que variam de muito pequenas (<20g/100 sementes) a grandes (>40g/100 sementes) e apresentar
ampla variabilidade de cores, variando do preto, bege, roxo, róseo, vermelho, marrom, amarelo,
até o branco (DINIZ, 2006).

2.3. Condições Edafo-climáticas

2.3.1. Solo

O feijão vulgar cresce melhor em solos com boa disponibilidade de nutrientes, áreas de pouca
inclinação, bem drenadas e não sujeitas à inundação (MOREP, 2012-2015). Os solos devem ser
de textura média, friáveis (soltos e leves), com boa aeração, boa capacidade de retenção de
humidade e o pH do solo deve estar entre 5,0 e 6,0 (EMBRAPA, 2005).

2.3.2. Clima

2.3.2.1. Temperatura

A temperatura ideal deve ser entre 15-23 °C. Durante o crescimento vegetativo, baixas
temperaturas reduzem a altura da planta e o crescimento de ramos, conduzindo à produção de
pequeno número de vagens por planta. Altas temperaturas exercem muita influência sobre o
aborto de flore, sobre o vigamento e a retenção final das vagens no feijoeiro, sendo responsável
pela redução no número de sementes por vagem. As altas temperaturas também afectam o
rendimento de grãos quando a temperatura do ar, na floração, apresentam valores acima de 35°C.
(MOREP, 2012-2015).

2.3.2.2. Humidade

A água é um factor limitante no rendimento da cultura, pois interfere directamente nos processos
básicos da planta, como absorção e translação de nutrientes, fotossíntese e translação de
assimilados, transpiração, respiração e, em última análise, no crescimento e na produção de grãos
(Diniz, 2006 apud GUIMARÃES, 1988).

A cultura do feijão vulgar requer boa disponibilidade de água no solo durante todo o ciclo,
principalmente nas etapas de germinação/emergência, floração e enchimento do grão, as mais
críticas com relação a este aspecto (Diniz, 2006).

2.3.2.3. Exigências hídricas

A cultura exige um mínimo de 300 mm de precipitação pluviométrica bem distribuídos durante o


ciclo (MOREP, 2012-2015). É mais susceptível a deficit hídrico durante a floração e no estádio
inicial de formação das vagens. O período crítico ocorre 15 dias antes da floração. O deficit
hídrico causa redução do rendimento devido ao menor número de vagens/planta e, em menor
escala, à diminuição do número de sementes/vagem (Diniz, 2006).

2.4. Irrigação

O feijoeiro consome cerca de 300 mm de água em todo o ciclo, e tem uma necessidade média
diária de 3,5 mm (CEPEF, 2000). A distribuição destas necessidades também varia nos
diferentes subperíodos da cultura.

Várias pesquisas demonstraram que a suplementação hídrica teve reflexos positivos nos
rendimentos, independente do período em que foram realizadas as irrigações e da população de
plantas, quando comparados por aqueles produzidos por plantas em condições normais de chuva
(CEPEF, 2000).

As quantidades de água a se aplicar para a cultura de feijoeiro dentro da área de experimento


levaram em conta as necessidades hídricas de cada fase da cultura. A rega será efectuada
manualmente, usando regadores de volume de 10 L correspondente a 10 m 3, com intervalo de
rega de 2 em 2 dias.

2.4. Nutrição

O feijoeiro mesmo sendo uma leguminosa é considerado uma planta exigente em nutrientes, para
poder evidenciar todo o seu rendimento. As condições de baixa fertilidade comprometem a
produção, ou, em casos extremos, levam as plantas à morte precoce. O equilíbrio nutricional é,
muitas vezes, o factor mais importante e crítico na determinação da produtividade vegetal
(Tomas, sem ano).

Entre os macronutrientes, elementos químicos exigidos em maiores quantidades pelas plantas


estão o nitrogénio (N), o fósforo (P), o potássio (K), o cálcio (Ca), o magnésio (Mg) e o enxofre
(S). Entre os nutrientes exigidos em pequenas quantidades (micronutrientes) pelas plantas estão o
ferro (Fe), o cobre (Cu), o zinco (Zn), o manganês (Mn), o boro (B) e o molibdénio (Mo).

A absorção de nutrientes pelo feijão é nesta seguinte ordem: N> K> Ca> Mg> S> P, sendo que
N, P, K e S acumulam-se mais nas sementes, o Ca concentra-se mais nas folhas e o Mg está mais
concentrado nas hastes. As quantidades médias de nutrientes exportados por 1.000Kg de grãos
citadas em várias pesquisas são: 35,5Kg de N; 4,0Kg de P; 15,3Kg de K; 3,1Kg de Ca; 2,6Kg de
Mg e 5,4Kg de S (Oliveira, 2003).

No geral, respeitadas as particularidades de cada tipo de solo, as recomendações que atende bem
às exigências da cultura é a fórmula 04-14-08 (NPK) + Zinco (Zn) + Boro (B), utilizando-se
400kg/ha.

2.4.1. Nitrogénio
O nitrogénio é o nutriente essencial e requerido em maior quantidade na cultura de feijão vulgar,
pois ele é componente estrutural de aminoácidos e proteínas, enzimas e coenzimas, bases
nitrogenadas, molécula de clorofila, ácidos nucléicos e outros, sendo fundamental para o
crescimento e o desenvolvimento de todas as plantas cultivadas (REIS, 2013). No geral as
recomendações de adubação variam como tipo de solo. Segundo Reis (2013) refere que a
adubação nitrogenada do feijão vulgar recomendam-se de 20 kg a 40 kg/ha de N no momento da
sementeira e em cobertura vária de 20 kg a 60 kg/ha de N em condições de sequeiro, entre 20 e
30 dias após a emergência das plantas, sem mencionar o rendimento obtido. Para Gurgel (sem
ano) refere que a aplicação de Nem cobertura varia de 60 a 150 kg/ha, sem mencionar o
rendimento. O INIA (1997) recomenda a adubação do feijão vulgar de 30 a 60 kg/ha também
sem mencionar os rendimentos obtidos.

A fase de maior exigência ocorre dos 35 aos 50 dias da emergência da planta, coincidindo com a
época de florescimento. Neste período, a planta absorve de 2,0 a 2,5 kg de N/ha/dia.

Quando ocorre deficiência de N, as plantas ficam atrofiadas, com caule e ramos delgados, as
folhas apresentam coloração entre verde-pálida e amarelo, o crescimento é reduzido, flores,
vagens e sementes são mal formadas e em menor número, além de diminuir a massa das
sementes. As principais fontes de N para a cultura do feijoeiro são o solo, por meio da
decomposição da matéria orgânica, a aplicação de adubos nitrogenados e a fixação biológica de
N2 atmosférico, pela associação do feijoeiro com bactérias do grupo dos rizóbios (REICHERT,
2012 citado por HUNGRIA et al., 1997; MERCANTE et al., 1999).

2.4.3. Fósforo

O P é um elemento importante no processo metabólico das plantas metabolismo, desempenhando


importante função na transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese. É um
nutriente com destaque de deficiência na maior parte dos solos Moçambicanos, é um dos
elementos que de acordo com experiencias já realizadas, proporcionou maior resposta do feijão
vulgar. O período que o feijoeiro mais necessita de fósforo vai de 30 até 55 DAE, ou seja,
período de pré-florescimento até o início da formação das vagens (DINIZ, 2006).
As plantas deficientes em fósforo são raquíticas, com redução do número e do tamanho dos
ramos e das folhas, e possuem menor número de flores e vagens. Como consequência, muita
queda da produção. As recomendações para o fósforo variam segundo Gurgel (sem ano) de 70 a
110 kg/ha de P2O5, sem mencionar o rendimento obtido. Enquanto para Diniz (2006) o fósforo
vário de 60 a 120 k/ha de P2O5, dependendo do teor de fósforo disponível no solo e das
expectativas de produção do grão. O INIA (1997) recomenda a adubação do fósforo no feijão
vulgar de 40 a 50 kg/ha também sem mencionar os rendimentos obtidos.

2.4.2. Potássio

O potássio também é um nutriente bastante importante pois, participa nos processos de abertura e
fechamento dos estómatos, fotossíntese, respiração, transporte de carbohidratos, entre outros
processos. Os períodos de maior demanda de potássio são: entre 25 a 35 DAE e entre 45 e 55
DAE. O primeiro período corresponde à diferenciação dos botões florais e, o segundo período
corresponde ao final do florescimento e início de formação das vagens, quando há aumento
significativo da translação foto-assimilados das folhas para os grãos (DINIZ, 2006).

Quando há deficiência de potássio, o feijão vulgar se desenvolve pouco, apresenta caule pequeno
e delgado, poucas formações de flores e apresenta vagens com poucas sementes. Segundo Diniz
(2006) as recomendações de adubação potássica no feijão vulgar variam de 30 a 90 kg/ha, sem
fazer menção dos rendimentos obtidos. Para o caso de Moçambique, segundo INIA (1997) não
possui dados de recomendação potássica porque os ensaios realizados em Moçambique são
escassos e poucas vezes foram encontradas respostas significativas a adubação potássica. De
acordo com Sanchez (1978) citado por INIA (1997) os níveis de potássio nos solos de
Moçambique são superiores a 0,2 meq trocável/100 g de solo.

2.4.4. Adubação de fundo

A adubação de fundo consiste na aplicação de adubos no momento da sementeira de modo a


fornecer nutrientes a planta nos primeiros dias de vida. A aplicação de adubo composto NPK é
de grande importância pois fornece nitrogénio, fósforo e potássio a planta que são os elementos
requeridos em maior quantidade na cultura do feijão vulgar. O P é o elemento mais essencial
desde os primeiros estágios iniciais da planta, pois ela é importante na transferência de energia
da célula, na respiração e na fotossíntese (GRANT et al., 2001 apud BEMVINDO 2012).
Segundo NAIFF (2007) é através da utilização da energia disponível no fósforo, que a semente
germina, a planta efectua a fotossíntese, absorvem de forma activa os nutrientes do solo e
sintetiza vários compostos orgânicos.

A recomendação da adubação mineral com nitrogénio, fósforo e potássio deve prever a


proporção. Sendo que metade do adubo nitrogenado mais a totalidade do fósforo e potássio
devem ser aplicados ao solo na cova ou no sulco antes da sementeira. A adubação de fundo no
momento da sementeira deve ser feita a uma profundidade de 5 cm (SEAGRI, 2008 citado por
JUNIOR, 2009).

2.4.5. Adubação de cobertura

A adubação de cobertura mo feijoeiro é feita dias após emergência da semente e fornece a


plantas os nutrientes Nitrogénio e Potássio, dependendo da exigência da cultura. Essa adubação é
fundamental para minimizar as perdas de nutrientes que ficaram fora do alcance da zona
radicular das plantas. Esse tipo de adubação pode ser realizado com adubo sólido ou líquido, ao
redor das plantas ou em aplicação contínua ao longo da linha de plantio, sendo em ambos os
casos aconselhável uso do fertilizante com solo para diminuir as perdas de nitrogénio por
volatilização e o carregamento do fertilizante por erosão laminar (REIS, 2013 citado por
CANTARELLA, 2007).

Embora o feijoeiro possa fixar esse nutriente da atmosfera por meio das bactérias fixadoras de
nitrogénio, a quantidade não é suficiente para atender as necessidades da planta. Portanto, há
necessidade de complementação, que deve ser feita aplicando-se uma parte na época de
sementeira e o restante até antes da floração, pois esta é a fase em que o feijoeiro mais necessita
de nitrogénio para a formação das vagens e dos grãos. O parcelamento da adubação nitrogenada
em cobertura pode ser feito em até três vezes, quando viável operacionalmente (BARBOSA et
al., 2012).

2.4.6. Interacção adubação de fundo vs cobertura


Segundo Teixeira (2000) apud Júnior (2009), o fornecimento adequado e equilibrado de
nutrientes para o feijoeiro, pelo uso de adubos minerais, poderá contribuir não só para aumentar
a produtividade, mas também para melhorar o valor nutricional do feijão.

2.5. Pragas e doenças do feijão vulgar

2.5.1. Principais pragas

Dentre as principais pragas com ocorrência generalizada nas regiões produtoras de feijão vulgar
em Moçambique são: Mosca-do-feijão (Ophiomyia spencerella, O. phaseoli), Roscas (Agrotis
spp), Besouros-de-folhas(Ootheca mutabilis, Epicauta velata e monolepta sp.), Lagartas-da-
ferragem(Helicoverpa armigera, Spodoptera Littoralis Plusia sp., Lamprosema indica),
Térmitas(Isoptera) e Nemátodo-da-galha (Meloidogyne spp).

Tecnologias de maneio integrado de pragas do feijoeiro, se bem implementadas, podem reduzir,


em média, 50% a aplicação de químicos, sem aumentar o risco de perdas de produção devido ao
ataque de pragas.

2.5.2. Principais doenças

As doenças mais frequentes na cultura do feijão vulgar em Moçambique são: Antracnose


(Colletotrichum lindemuthianum); Mancha angular (Phaeoisariopsis griseola); Ferrugem
(Uromyces appendiculatus); Mosaico comum (Bean Common Mosaic Virus), Podridao-do-pé e
do-caule (Sclerotium rolfsii, Fusarium oxysporum, Rhizoctonia soani).

Para o controle das doenças acima referidas, existe no mercado vários produtos registados, que
aliados ao bom manejo cultural apresentam bons resultados no controle destas enfermidades.
Além disso, muitos cultivares também apresentam resistência a algumas doenças.

III. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da área de estudo

O ensaio será realizado no campo experimental da Faculdade de Engenharia Ambiental e dos


Recursos Naturais da Universidade Zambeze, localizado na província de Manica, distrito de
Gôndola no bairro 7 de Abril da cidade de Chimoio. O Distrito de Gôndola situa-se na zona
Central a Leste da província de Manica. (MAE, 2005). Os solos predominantes variam de acordo
com a declive. As partes planas e os declives superiores do planalto e da zona de transição são
caracterizados pela ausência de cascalhos e pedras, profundas, avermelhados de textura (franco) -
argilo-arenosos (MAE, 2005). As partes altas de planície têm solos franco-arenosos castanhos ou
arenosos de cores amarelas. As planícies aluvionar dos depósitos do rio Revúe têm solos de
textura franca argilo-limosas de cores acinzentadas escuras (MAE, 2005).

As precipitações médias anuais planálticas são relativamente alta na ordem dos 1000-1500 mm e
evapotranspiração relativamente mais alta. A zona de transição é caracterizada pela ocorrência
de precipitação média anual de 1200 mm, e na zona de planície de 200-300 mm, precipitação
média relativamente mais baixa cerca de 850-1100 mm, com evapotranspiração alta.

Figura 1: Enquadramento geográfico da cidade de Chimoio

Fonte: Sistemas de Informações Geográficas (2015).

3.2. Variedade de feijão vulgar usada no ensaio


A variedade que será usada no ensaio é o PAN 148 que é semente certificada da Pannar, com
tendência de crescimento indeterminado, boa tolerância a ferrugem e ao mosaico do feijoeiro,
período de maturação de 100-120 dias com amadurecimento uniforme.

3.3. Delineamento experimental

O experimento será realizado através de um Delineamento de Blocos Causalizados (DBC), com


tratamentos distribuídos no esquema factorial de (4x4), correspondendo a 4 doses de nitrogénio
em cobertura e 4 doses de adubo de fundo na forma de NPK (12-24-12), com quatro (4)
repetições totalizando 64 parcelas. Cada parcela com 9 m 2 (3.75 m x 2.4 m) totalizando cerca de
826.2 m2, separadas por distância de 0.5m entre parcela e 1 m entre blocos (Anexo 1).

3.4. Descrição dos tratamentos

Serão usados 4 níveis de adubo de fundo NPK na fórmula (12-24-12) aplicado na altura de
sementeira (0, 50, 80, 150 kg/ha) correspondente a N-P2O5-K2O: (0-0-0, 25-50-25, 40-80-40, 75-
150-75) e 4 níveis de ureia em cobertura 0, 40, 90, 120 kg/ha). Se dissermos que a adubação de
findo é igual e F e cobertura igual a C, teremos:

Tratamento Fundo Cobertu Interacção Fundo Quantidade de Quantidade N


ra vs Cobertura NPK (kg/ha) (kg/ha)

0 F0 C0 F0xC0 0 0

1 F0 C0 F1xC0 209 0

2 F0 C0 F2xC0 334 0

3 F0 C0 F3xC0 625 0

4 F1 C1 F0xC1 0 87

5 F1 C1 F1xC1 209 87

6 F1 C1 F2xC1 334 87

7 F1 C1 F3xC1 625 87

8 F2 C2 F0xC2 0 196

9 F2 C2 F1xC2 209 196


10 F2 C2 F2xC2 334 196

11 F2 C2 F3xC2 625 196

12 F3 C3 F0xC3 0 261

13 F3 C3 F1xC3 209 261

14 F3 C3 F2xC3 334 261

15 F3 C3 F3xC3 625 261

Os tratamentos serão alocados nas parcelas aleatoriamente, fazendo casualização dentro de cada
bloco. Conforme o desenho do ensaio (Anexo 1).

3.6. Procedimentos experimentais

Para a realização do experimento foi identificada a área e de seguida colhidas 5 amostras do solo
em formato W na área do ensaio na profundidade de 0-20 cm através de uma sonda ou pá, de
seguida as amostras foram homogeneizadas e determinada uma amostra de 1 kg para análise
laboratorial do solo (química e física). Os parâmetros necessários em análise química foram: %
de macro e micronutrientes, %, Matéria Orgânica, PH do solo. Para a análise física foram:
características físicas do solo (granulometria e classe textual), precipitação média anual na
região, temperaturas médias na região, humidade relativa média do ar.

3.5.1. Preparação do solo

A preparação do solo realizada foi mecanizada. Com uma lavoura 5 dias antes da sementeira e
uma gradagem três dias antes da sementeira. Depois da preparação do solo, foi feita a subdivisão
das parcelas com base no desenho do ensaio (Anexo 1).

3.5.2. Sementeira
A sementeira será realizada de forma manual usando uma semente por cada covacho, com
espaçamento de 0.75 cm entre linhas e 0.4 m entre plantas. A densidade das plantas foi de 30
plantas na área de 9 m2 o que correspondente a 33334 plantas em área de 1hectare.

3.5.3. Adubação
A adubação de base será feita usando N-P2O5-K2O na fórmula (12-24-12). Porque é a mais usada
e de fácil obtenção nos mercados. A fonte de nitrogénio (N) em cobertura que será usada é a
ureia pois, entre as diversas fontes utilizadas para a adubação de cobertura nitrogenada, a ureia é
a mais concentrada (46% de N) e, consequentemente, a de menor custo por unidade de
nitrogénio (NASCIMENTO, 2008).
A adubação de fundo será efectuada no momento da sementeira e a de cobertura no estágio
fonológico V4 a V5,ou seja, 3 a 4 semanas após emergência. Esses estágios foram escolhidos
com base histórica da cultura e experimento já realizados. São períodos em que a cultura mais
necessita do nitrogénio para garantir a eficiência da produtividade do grão.

3.5.4. Controlo de infestantes

O controlo de infestantes visa livrar os campos das infestantes que concorrem com as plantas
pelo consumo de água e nutrientes. Portanto serão realizadas sempre que justificar, em função da
presença na área de ensaio.

3.5.5. Controlo fitossanitário


O controlo de pragas e doenças será através de uso de pesticidas, aplicados com pulverizadores a
dorso, devendo ser aplicados sempre que se justificar em função de cada tipo de doença.

3.6. Variáveis a serem medidas

3.6.1. Produtividade média do grão (kg/ha)

Será feita a colheita manual na área útil de 3 m2 correspondente a 50% da parcela. Posteriormente
efectuada a retirada dos grãos dentro das vagens, onde se obterá o peso total de grãos da parcela
através de uma balança. Após pesagens será feita proporções em áreas de um hectare. A
humidade será convertida a 13 %.

PMGN=∑ PTG∗10000 / Au

Onde:

PMGN é peso médio do grão por cada nível;

PTG é peso total do grão de cada parcela (kg);

Au é a área parcela unidade (m2).

3.6.2. Peso médio de grãos por planta (g/planta)

Com a ajuda da balança foram efectuadas as pesagens dos grãos de 5 plantas escolhidas
aleatoriamente dentro da área útil de cada parcela e determinou-se a média aritmética dos pesos
obtidos nas dez plantas.

3.6.3. Altura média de inserção da primeira vagem

A altura média da planta da inserção da primeira vagem foi determinada através da média
aritmética de 5 plantas escolhidas de forma aleatória na área útil de cada parcela com a ajuda de
fita métrica. As medições foram efectuadas quando as parcelas continham 90 % da emissão da
primeira vagem.

3.5.4. Número médio de grão por vagem

Para esta variável serão escolhidas 5 plantas representativas dentro da área útil de cada parcela.
Serão feitos as contagens de grãos existente em cada vagem.

3.5.5. Número médio de vagem por planta

Também serão escolhidas 5 plantas e de seguidas feitas a contagem do número de vagem que
cada uma das 5 plantas contem.
3.7. Análise estatística dos dados

A análise de dados será feita usando ASSISTAT 7.7 beta para análise de variância (ANOVA)
através do teste *F*. Para mostrar se existe diferença entre as médias dos tratamentos será feita
com base no teste de Tukeys a nível de 5%. Será usado a Microsoft Excel para construir gráficos
e tabelas referentes a análise dos modelos de regressão e correlação.
IV. Cronograma das actividades

Actividades Fevereiro Marco Abril Maio Junho Julho

Semanas Semanas Semanas Semanas Semanas Semanas

1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª

Demarcação da área X X

Preparo do solo X X

Colecta de amostra do X X
solo

Demarcação das parcelas X X

Sementeira X

Sachas (1o, 2o) X X

Controlo: Pragas, Doença X X X X X X X X X X X X

Colecta de dados X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Colheita
Redacção do relatório
final
V. Orçamento dos Recursos Materiais

Tabela 4. Orçamentos dos recursos materiais

Custos

Item Quantidade Preço unitário Total (MT)


(MT)

Enxadas 2 150 300

Sacha 3 450 1350

Transporte 2000 2000

Sementes 1 (kg) 125 125

Fita métrica 1 (10 metros) 100 100

Sacos 2 10 20

Ureia 12 (kg) 350

NPK 4(kg) 200

Plástico 10 10 10

Análise do solo 1100 1100

Dados climáticos

Balança de precisão 1 200 200

Valor total
ANEXO I
Referências bibliográficas

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