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Jenipapo (Genipa americana L.): uma


revisão narrativa

Lívia Valquiria Raposo Dickson

10.37885/210805895
RESUMO

O jenipapo é uma fruta exótica nativa da região amazônica, mas também pode ser en-
contrada em outras regiões tropicais e subtropicais na América Latina. Tradicionalmente
o jenipapo pode ser usado de várias formas: fresco, em preparações (compotas, doces
cristalizados e sorvete) e bebidas (especialmente licores, sucos, vinho e aguardente). O je-
nipapo quando não está maduro é amplamente utilizado por vários grupos indígenas
brasileiros para obter um pigmento azul, expondo o interior dos frutos ao ar. Na medicina
popular, essa fruta possui propriedades promotoras de saúde. Os principais compostos
presentes no jenipapo são os iridóides, que são monoterpenóides e são encontrados
na família Rubiaceae. Estudos in vitro e in vivo tem demonstrado que estes compos-
tos possuem efeito neuroprotetivo, anti-inflamatório, imunomodulador, hepatoprotetivo,
cardioprotetivo, anticancer, antioxidante, hipoglicêmico, colerético, antiespasmódico e
purgativo. Em recente pesquisa ficou comprovada a biodisponibilidade de iridoides pre-
sentes no jenipapo e seu potencial efeito em humanos. As frutas exóticas, consumidas
na Amazônia estão ganhando popularidade no mercado devido ao seu valor nutritivo
e terapêutico. Tendo em vista o potencial desta fruta para mais estudos que possam
estabelecer suas propriedades funcionais, o objetivo desta revisão narrativa é fornecer
informações completas sobre a botânica, o mercado, a composição, os compostos bioa-
tivos presentes nessa fruta e as propriedades biológica do jenipapo.

Palavras-chave: Jenipapo, Fruta Exótica, Iridoides, Rubiaceae.

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INTRODUÇÃO

A Amazônia possui uma grande variedade de frutas nativas e consumidas principal-


mente no mercado local. São fonte de compostos bioativos, que são substâncias vitais que
possuem a capacidade de modular processos metabólicos e de proteger o organismo contra
o aparecimento de doenças (ROGEZ et al., 2004). Fontes naturais de compostos bioativos,
como frutas, devem ser investigadas mais de perto para garantir seu benefício a saúde
humana. O jenipapo (Genipa americana L.) é uma fruta pertencente à família Rubiaceae,
nativa da Amazônia e amplamente distribuída por todo o tropical úmido e partes de áreas
subtropicais das Américas (BENTES et al., 2014). A medicina popular usa essa fruta como
diurético, digestivo, laxante, anti-séptico e cicatrizante. Também é usado para tratar anemia,
câncer uterino e sarampo (ALVES; MING, 2015; CONCEIÇÃO et al., 2011).
A literatura relata atividades in vitro do fruto do jenipapo, como anticâncer (LI et al.,
2018; SHANMUGAM et al., 2018), regulação da célula placentária (CONCEIÇÃO et al.,
2011), neuroprotetor (LIU et al., 2009), imunomodulador e antioxidante (HWA et al., 2011;
SON et al., 2015). A investigação experimental usando modelo animal também revelou ati-
vidades anticâncer (LI et al., 2018; SHANMUGAM et al., 2018), antiinflamatória (KOO et al.,
2004; VILJOEN; MNCWANGI; VERMAAK, 2012), colerética (MIKAMI; TAKIKAWA, 2008),
hepatoprotetora e hipoglicêmica (WU et al., 2009) da fruta jenipapo. Estudos publicados
recentemente (DICKSON et al., 2018, 2020) mostraram a biodisponibilidade de compostos
bioativos do jenipapo e os biomarcadores de sua exposição. Sugerindo que o mesmo pode
ser usado em estudos epidemiológicos para ajudar a entender o uso natural para tratar
algumas doenças na região amazônica. Além disso, o jenipapo apresenta potencial para
desenvolver alimentos funcionais ou nutracêuticos bem como outros produtos alimentícios.
Levando em consideração a relevância de se explorar o potencial do jenipapo, esta revisão
tem como objetivo fornecer informações completas sobre a botânica, o mercado, a composi-
ção, os compostos bioativos presentes nessa fruta e as propriedades biológica do jenipapo.

DESENVOLVIMENTO

Descrição Botânica

Genipa americana L. popularmente conhecido como jenipapo ou genipapo em alguns


lugares no Brasil e Colômbia; genipa, jagua or caruto em Porto Rico; chipara ou chibara ou
guanapay entre índios colombianos; carcarutoto, caruto rebalsero, ou guaricha na Venezuela;
tapoeripa no Suriname; lana em Guiana; bi, bicito or totumillo na Bolívia; huitoc, vito, vitu ou
palo colorado no Peru; maluco no Mexico; crayo, irayol de montaña, ou guali na Guatemala;
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guaitil or tapaculo na Costa Rica; irayol, tambor or tiñe-dientes em El Salvador; guayatil
colorado ou jagua blanca no Panama, e marmalade box nas Índias Ocidentais Britânicas
(DICKSON et al., 2020; MORTON, 1987).
Esta fruta é nativa da Amazônia, pertence à família Rubiaceae e é amplamente dis-
tribuída na América nas áreas húmidas tropical e subtropical. Seu formato é elíptico ou
arredondado a oval, afinando brevemente na haste com um tubo oco curto no ápice, seu
tamanho varia entre 6 e 15 cm de comprimento e 4 a 9 cm de diâmetro. Sua casca parece
enferrujada, coberta por minúsculos flocos, de cor marrom acastanhada ou amarelada,
membranosa, fina e enrugada, cada fruta pesa entre 90 e 400 g. A polpa apresenta-se
com coloração amarela ou marrom, é suculenta, doce e macia. Seu sabor é característico
e muito pronunciado, comparável ao de maçã seca, mas é mais forte e o aroma é mais pe-
netrante. Dentro da fruta estão as sementes, até 300 sementes por fruta. As sementes são
duras, achatadas, marrom-escuras, medindo de 6 a 12 mm de comprimento, cobertas com
o mesocarpo interno fibroso (DICKSON et al., 2018; FIGUEIREDO et al., 1986) (Figura 1).

Figura 1. Jenipapo (Genipa americana L.) fruto (baga) inteiro e cortado ao meio.

Fonte: arquivo pessoal da autora.

A fruta madura é coletada no solo após cair da árvore. Segundo Figueiredo et al.
(FIGUEIREDO et al., 1986), o rendimento da polpa de jenipapo é de 73,81% e segundo
Hamacek et al. (HAMACEK et al., 2013) 48%. Esse rendimento está relacionado a fatores
como colheita, maturação do fruto, se é fresco ou coletado há alguns dias, origem, caracte-
rísticas genéticas, condições de transporte e como o fruto é despolpado.
As árvores são de porte médio e podem apresentar de 6 a 8 m de altura por 4 a 6 m do
diâmetro da copa, com flores brancas ou amareladas suavemente aromáticas. Na Amazônia
brasileira, o período de floração ocorre em novembro quase na mesma época que a frutifi-
cação que se estende de novembro a fevereiro. As árvores começam a dar frutos quando
têm cerca de 6 a 8 anos, e cada uma pode produzir de 200 a 1000 frutos. Em solos de baixa
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fertilidade em Belém (Pará), a produção de plantas com oito anos de idade chega a 18 kg
por planta. Em 100 árvores por hectare por ano, a produção chega a 1,8 toneladas. A pro-
dução é distribuída em todos os meses do ano, concentrando-se nos meses de dezembro
e janeiro (ORWA et al., 2009; REVILLA, 2002).
O jenipapo é encontrado principalmente na parte ‘várzea’ da floresta amazônica, que
fica próxima a rios e é inundada anualmente por vários meses. Também se estende para
a zona de transição floresta aberta/savana. Na maioria dos lugares, é restrito às terras bai-
xas. É comum em florestas secundárias em locais abandonados pela agricultura itinerante.
Embora razoavelmente representado nesses tipos de vegetação, sua presença é um pouco
dispersa, exceto onde plantada (ORWA et al., 2009). Cresce em solos com boa drena-
gem, bem como em solos de matas ciliares periodicamente inundadas por águas límpidas.
Desenvolve-se em zonas com precipitação pluviométrica entre 1.500 e 4.500 mm/ano ou
mais e com temperaturas médias entre 22 e 30 ° C (VILLACHICA et al., 1996).
Os frutos verdes fornecem suco amarelo que escurece gradativamente até ficar azulado
e quase preto, muito utilizado pelos nativos em suas pinturas ou para tingir os cabelos e o
corpo (VILLACHICA et al., 1996). O jenipapo maduro pode ser utilizado de diversas formas:
in natura, geleias, doces, sorvetes, bebidas como licores, sucos, refrescantes, xarope, geni-
papada, vinho e conhaque. Além disso, pode ser utilizado como fruta medicinal para tratar
doenças, sendo considerado afrodisíaco em alguns locais (BENTES et al., 2015; BENTES;
MERCADANTE, 2014; CONCEIÇÃO et al., 2011).

Mercado

A comercialização da fruta em feiras livres na Amazônia brasileira pode ser feita por
unidade ou kg. Na época da colheita, o quilo custa cerca de cinco reais, mas fora de época
chega a 15 reais. As frutas maduras devem ser vendidas (e usadas) até uma semana de-
vido à deterioração, para aumentar a vida útil as frutas devem ser mantidas sob refrigera-
ção. Sob refrigeração, os frutos podem ser conservados por aproximadamente seis meses
(REVILLA, 2002).

METODOLOGIA

Para identificar e selecionar os artigos de interesse a presente revisão, as bases de


dados Medline, LILACS, Google acadêmico e SciELO - Scientific Electronic Library foram
consultadas utilizado os termos: “jenipapo”; “genipap”; “genipa americana”; “rubiaceae”;
“compostos bioativos”, “biactive compounds”.

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As pesquisas de literatura foram realizadas no período de 2017 a agosto de 2021, um
período específico de publicação não foi selecionado pois o objetivo foi agregar o maior
número de informações possíveis. Foram incluídos artigos disponíveis em texto completo
nos idiomas português, inglês ou espanhol, revisão de literatura, estudos in vitro e in vivo.
Foram excluídos trabalhos cujo objetivo era apenas a investigação do pigmento azul formado
após a exposição da polpa do fruto verde ao ar.
Um refinamento dos trabalhos foi realizado tendo como finalidade a avaliação da coe-
rência e congruência metodológica, a credibilidade, confiabilidade dos resultados, e a re-
levância dos achados. A partir da leitura dos resumos e avaliação crítica os trabalhos que
atendiam aos objetivos desta revisão, foram selecionados e lidos na integra aqueles consi-
derados relevantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Composição

Característica físico-química

O perfil físico-químico do jenipapo é mostrado na Tabela 1. O teor de umidade em mé-


dia é de 77,53%, que é semelhante à umidade das polpas de frutas da Amazônia segundo
Canuto et al. (CANUTO, ET AL., 2010) (75 - 97,5%). A acidez titulável é de 0,37-1,41%,
está relacionada tanto aos ácidos nativos quanto aos ácidos formados como resultado da
deterioração. A acidez do jenipapo permite um curto período de conservação (máximo de
uma semana) no qual não torna o sabor desagradável. O jenipapo tem em média pH 3,65
que é ácido e reduz a deterioração microbiana, além de permitir que seja submetido a mé-
todos de preservação com tratamento térmico moderado. Os sólidos solúveis presentes no
jenipapo têm uma taxa de variação de 3,3 a 20,0. O valor calórico do jenipapo pode variar
de 21,6 kcal a 113 kcal.

Tabela 1. Análise físico-química em polpa de jenipapo por diferentes autores.


Parâmetros Hansen et al., Silva et al., Souza et al., Dickson et al.,
Villachica 1996 Pacheco et al., 2014 Porto et al., 2014
físico-químicos 2008 2009 2012 2018
Umidade % 83.9 - - 93.48 70 75 77.32
Acidez titulável
- 1.41 - 0.37 0.4 - 0.85
(% ácido cítrico)
Sólidos solúveis
- 16.99 - 3.3 15.2 - 20.32
(°Brix)
pH - 3.42 - 3.18 3.9 - 3.95
Cinzas % 0.8 0.39 2.20 3.26
Valor calórico 90.7/ 99/
55 Kcal - - 21.60 Kcal
Kcal/Kj 385.1 415

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Macronutrientes

A composição dos macronutrientes do jenipapo é mostrada na Tabela 2. Os carboidratos


da polpa do jenipapo representam em média 16% do peso fresco. Os açúcares redutores
predominam (em média 9,4%) em relação aos açúcares não redutores (4,57%) e o açúcar
total representa 3,89 a 12,44%. O teor de proteína no jenipapo tem uma variação significa-
tiva, de 0,5 a 5,2% com média de 1,48%.
Os lipídios variam de 0 a 1,6%. Figueiredo et al. (FIGUEIREDO et al., 1986), identifica-
ram cinco ácidos graxos na polpa de jenipapo, com predomínio dos ácidos graxos saturados
(52,3%) em relação aos ácidos graxos insaturados (25,65%). Os ácidos graxos identificados
foram: 37,20% palmítico, 25,65% oleico, 5,36% esteárico, 5,26% mirístico, 2,52% caprílico
e 2,25% láurico. Costa et al. (COSTA et al., 2010) também determinaram o perfil de ácidos
graxos da polpa de jenipapo: 25,63 ± 0,74% de ácidos graxos saturados, 3,67 ± 0,13% de
ácidos graxos monoinsaturados, 61,19 ± 3,32% de ácidos graxos poliinsaturados e 2,01 ±
2,00% de ácido linoléico/ ácido α-linolênico. Segundo este autor, a polpa de jenipapo apre-
senta um bom perfil de ácidos graxos quanto à relação ácido linoléico/ácido α-linolênico.
Costa et al. (COSTA et al., 2010) determinaram o conteúdo de fitoesteróis e toco-
feróis na polpa de jenipapo e detectaram 216,0 mg.100g-1 de fitosterol total; 1,00 ± 0,00
campesterol, 8,00 ± 0,00 estigmasterol, 150,00 ± 0,00 β-sitosterol + sitostanol, 21,00 ± 0,00
Δ5-avenasterol + Δ7-estigmasterol e 4,00 ± 0,00 Δ7-avenasterol (mg 100 g-1).

Tabela 2.Análise físico-química em polpa de jenipapo por diferentes autores.


Açúcares reduto- Açúcares não redu- Açúcar total
Autor Carboidratos % Proteínas % Lipídios %
res % tores % %
Porto et al., 2014 20.53 - - - 0.67 1.6
Pacheco et al., 2015 21.1 - - - 0.5 0
Hamacek et al., 2013 14.57 - - - 1.59 1.6
Souza et al., 2012 4.43 - - 3.89 0.21 0.34
Hansen et al., 2008 - 9.10 3.35 12.44
Orwa et al., 2009 11.21 - - 4.30 0.51 -
Villachica, 1996 14.0 - - - 1.2 -
Morton, 1987 25.7 - - - 5.2 0.3

Micronutrientes

Existem poucos dados sobre o perfil mineral do jenipapo. Três autores relacionaram
a concentração de cálcio, ferro e fósforo e tiveram resultados diferentes para cada mineral
(Tabela 3). Souza et al. (DE SOUZA et al., 2012) encontraram 92,55 mg/100g de potássio, o
que corresponde a 1,97% da Ingestão Diária Recomendada (RDI), e 8,17 mg/100g de mag-
nésio, o que corresponde a 2,04% do RDI. As vitaminas do complexo B na polpa do jenipapo
são tiamina (0,30 - 0,04 mg/100g), riboflavina (0,33 - 0,04 mg/100g) e niacina (0,54 - 0,50
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mg/100g) (Tabela I-3). O jenipapo pode corresponder a 17 - 8,5% da tiamina, 37 - 18,5% da
riboflavina e 5,2 - 3,4% da niacina da ingestão diária para o adulto. De acordo com Souza
et al. (DE SOUZA et al., 2012), o nível de vitamina C no jenipapo pode ser considerado baixo
(<30 mg/100g), mas Morton (MORTON, 1987) relacionou 33,0 mg/100g de ácido ascórbico
em frutos de jenipapo do Brasil. Por existir uma diferença entre os resultados, o jenipapo
não pode ser considerado uma fonte dessa vitamina.

Tabela 3.Composição de micronutrientes da polpa fresca de jenipapo.

Micronutriente Villachica Morton Figueiredo et al., Hansen et Silva et Souza et Pacheco et Porto et
mg/100 g 1996 1987 1986 al., 2008 al., 2009 al., 2012 al., 2014 al., 2014

Cálcio 69.0 40.0 45.82 - - 13.23 -


Ferro 0.5 3.6 0.80 - - 0.22 -
Fósforo 21.0 58.0 33.50 - - 0.59 -
Potássio - - - - - 92.55 -
Magnésio - - - - - 8.17 -
Tiamina 0.30 0.04 - - - - -
Riboflavina 0.33 0.04 - - - - -
Niacina 0.54 0.50 - - - - -
Ácido ascórbico 1.10 33.0 traço 2.76 e 2.65 21,27 27.01 22.5
β-caroteno - - - - - 0.93 -
Licopeno - - - - - 0.63 -
Antocianinas (mg-
- - - - - - - 4.6
cy-3-glu.100 g–1)
Flavonoides (mg.
- - - - - - - 728
100-1g)

Fibras dietéticas

O teor de fibra na polpa de jenipapo varia de 1,09 a 9% (Tabela 4).

Tabela 4.Conteúdo de fibra do jenipapo (Genipa americana L.) por diferentes autores.

Autor Conteúdo de fibra %


Pacheco et al., 2014 6.3
Hamacek et al., 2013 1.09
Souza et al., 2012 1.15
Villachica, 1996 1.6
Morton, 1987 9.4
Figueiredo et al., 1986 2.03

Uso tradicional do jenipapo

Na medicina popular, diferentes partes do jenipapo são usadas de diferentes maneiras


para tratar doenças (Tabela 5). As plantas e frutas da Amazônia são utilizadas pelos indí-
genas no preparo de chás, sucos, maceração, infusão ou frutas frescas para tratar doenças
e promover a saúde. A fruta madura pode ser utilizada de diferentes formas: in natura,
geléias, sorvetes, bebidas como licores, sucos, refrigerantes, xarope, genipapada, vinho e
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conhaque. O uso tradicional pode mudar de acordo com a localização geográfica e cultura
(BENTES; MERCADANTE, 2014; CONCEIÇÃO et al., 2011).

Tabela 5.Uso tradicional do jenipapo (Genipa americana L.).

Partes da planta Uso/ação Autores


Para o tratamento de icterícia, feridas venéreas, faringite,
anemia, asma, sífilis, reumatismo, bronquite e problemas de
fígado e baço.
Também é usado como diurético, anti-séptico, antipirético, (ALVES; MING, 2015b; BENTES;
cicatrizante, adaptogen, fortificante, vermífugo e afrodisíaco. MERCADANTE, 2014; CONCEIÇÃO et
Fruto maduro Sucos: anemia, câncer uterino, diurético, digestivo, laxante, al., 2011b; MITRA; MITCHELL; GRAY,
sarampo, anti-séptico e cicatrizante. 2007; MORTON, 1987; ORWA et al., 2009;
Chá: antiinflamatório do trato respiratório, inflamação vaginal, REVILLA, 2002)
contusão, diarréia e urticária.
Xarope: antiinflamatório do trato respiratório, bronquite e
tosse.
(ALVES; MING, 2015b; BENTES et al.,
Suco: antisséptico, cicatrizante, diarreico, em tintura e como
2015; BENTES; MERCADANTE, 2014;
Fruto não maduro repelente.
ORWA et al., 2009; REVILLA, 2002;
Polpa: extração de dente
VILLACHICA et al., 1996)
(BENTES et al., 2015; CONCEIÇÃO et
Sementes Emético e para tratar a alopecia al., 2011b; MORTON, 1987; ORWA et al.,
2009; REVILLA, 2002)
(ALVES; MING, 2015b; CONCEIÇÃO et
Folhas Febrífugo e para tratar a sífilis al., 2011b; MORTON, 1987; ORWA et al.,
2009)
Seiva: para tratar infecção de fungos na pele, feridas venéreas,
(ALVES; MING, 2015b; MORTON, 1987;
Casca faringite, colírio, aliviar opacidades da córnea
ORWA et al., 2009)
Chá: hemorragia
(MITRA; MITCHELL; GRAY, 2007;
Flores Tônico e febrífugo
MORTON, 1987; ORWA et al., 2009)
(CONCEIÇÃO et al., 2011b; ORWA et al.,
Raiz Chá: Purgativo e para tratar a gonorréia
2009)

Compostos bioativos

Os principais compostos bioativos relatados presentes no jenipapo são iridoides,


que são monoterpenóides e estão presentes na família Rubiaceae. Iridoides representam
um grande grupo de monoterpenóides ciclopenta [c] pirano que são caracterizados por
um anel de seis membros contendo oxigênio ligado a um anel ciclopentano (VILJOEN;
MNCWANGI; VERMAAK, 2012).
Estudos in vitro e in vivo mostraram que alguns iridoides têm efeitos neuroprotetores,
antiinflamatórios, imunomoduladores, hepatoprotetores, cardioprotetores, anticâncer, antio-
xidantes, hipoglicêmicos, coleréticos, antiespasmódicos e purgativos (CONCEIÇÃO et al.,
2011; VILJOEN; MNCWANGI; VERMAAK, 2012).
Alguns estudos demonstraram efeito na saúde de iridóides bioativos de plantas como
a vinblastina e vincristina produzida por Catharanthus roseus e usada como medicamento
anticâncer (MIETTINEN et al., 2014). Os iridóides da casca e do fruto de Rothmannia wittii
mostraram atividade antimicobacteriana e citotoxicidade contra a linha de células cancerosas
(CHAIPUKDEE et al., 2016) e os glicosídeos iridóides de Gardenia jasminoides melhoraram
a capacidade de memória de curto prazo (YU et al., 2009). O jenipapo também tem sido
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estudado para saber se os iridóides presentes nessa fruta são capazes de ter atividade
biológica, mas há poucos dados. Essas pesquisas serão melhor abordadas no subtópico
“Atividades biológicas e propriedades farmacológicas do jenipapo”.
Outra classe de compostos com potencial efeito biológico também destacada no je-
nipapo, são os compostos fenólicos. Os compostos fenólicos são o maior grupo entre os
compostos bioativos em plantas e têm sido frequentemente associados a benefícios para
a saúde (GABRIELA COSTA LIMA PORTO et al., 2014). Bentes e Mercadante (BENTES;
MERCADANTE, 2014) avaliaram a composição de compostos fenólicos totais do jenipapo
por HPLC-DAD-MS e encontraram 4,17 ± 0,07 mg/g de amostra seca em frutos verdes e
0,00 mg/g de amostra seca em frutos maduros. Outros autores quantificaram o conteúdo
fenólico total pelo método colorimétrico de Folin-Ciocalteu. Porto et al. (GABRIELA COSTA
LIMA PORTO et al., 2014) extraíram amostras secas com metanol/acetona (1:12, v/v) e o
resultado (857,10 mgGAE.100-1 g) foi superior à maioria das polpas de frutas consumidas
no Brasil, eles afirmaram que o jenipapo tem maior teor de fenólicos totais do que a acerola
(Malpighia emarginata) (580,1 mgGAE/100g), camarinha (Gaylussacia brasiliensis) (492,87
mgGAE.100-1 g) e manga (544 mgGAE.100-1 g). Omena et al. (OMENA et al., 2012) utili-
zaram as amostras secas para obter o extrato etanóico para análise do polifenol total, e o
resultado foi 61,6 ± 3,6 mg GAE g-1. Pacheco et al. (PACHECO et al., 2015) utilizou tanto
frutas frescas quanto secas para a obtenção do extrato etanóico. Os resultados foram me-
nores do que o relatado por Porto et al., 2014 (176,3 mg GAE/100g e 587,7 mg GAE/100g
respectivamente). Souza et al. (DE SOUZA et al., 2012) classificou o jenipapo como uma
fonte baixa de polifenol (<100 mg GAE/100g) após análise de amostra fresca extraída com
metanol/água (50:50 v:v) e acetona/água (70: 30 v / v). A comparação do polifenol total do
jenipapo com outras frutas da Amazônia mostra que o conteúdo é superior ao da Bysonima
crassifolia (0,8 mg GAE/g de massa fresca (SILVA et al., 2007); 2,9 mg GAE/g matéria seca
(SOUZA et al., 2008)), Eugenia patrisii (2,6 mg GAE/g peso fresco), Inga edulis (0,7 mg
GAE/g peso fresco (SILVA et al., 2007); 2,4 mg GAE / g matéria seca 109). Os resultados
reportados na literatura são muito diferentes, algumas explicações possíveis podem ser o
tipo de amostra (fresca ou seca), o método de extração, ou mesmo o tipo de solvente utili-
zado. No entanto, há também fatores relacionados com a amostra, como a origem do fruto,
a qualidade e tamanho da amostra. Ainda assim, o jenipapo parece ser uma boa fonte de
polifenóis totais.
Outros compostos bioativos encontrados no jenipapo são: flavonóides (728,00 mg.
100-1g), antocianinas (4,6 mgcy-3-glu.100 g-1) (GABRIELA COSTA LIMA PORTO et al.,
2014), β-caroteno (0,93 mg/100g) e licopeno (0,63 mg / 100g) (GORDON et al., 2011).

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Outros compostos que já foram relatados no jenipapo saõ: genipina, ácido genípico,
ácido genipínico, ácido geniposídico, geniposídeo, genamesídeo A, genamesídeo B, gena-
mesídeo C, genamesídeo D, genipina-gentiobiosídeo, gardenosídeo, gardendiol, shanzhiside,
éster metílico desacetilasperulosídico, genipacetal, genipaol, genipamida, ácido cafeoilge-
niposídico, ácido p-coumaroilgenipossídico, feruloil gardosídeo, escandosídeo metil éster,
gardosídeo, ácido cafeoilquínico, ácido dicafeoilquínico, p-cumaroilgenipina gentiobiosídeo.
(ONO et al., 2005, 2007). O teor total de iridóides no jenipapo maduro é baixo (0,25 ± 0,00
mg/g de polpa seca) quando comparado ao de frutos verdes (128,07 ± 1,09 mg/g de polpa
seca) (BENTES; MERCADANTE, 2014).
Dentre os metabólitos identificados em urina humana após o consumo do suco de jeni-
papo estão duas classes principais, os iridóides e aos ácidos hidroxicinâmicos, que possuem
atividade biológica conhecida. Dickson et al., (DICKSON et al., 2018, 2020) identificaram
como iridoides o ácido genípico, ácido genípico glucuronídeo, ácido genípico isômero 14-ácido
desoxigenipínico, ácido 11-desoxigenipínico, ácido 3 (4) -desidrogenípico, isômero do ácido
11-desoxigenípico, ácido 12-desmetilado-8-hidroxigenipínico, 3 ( Ácido 7) -desidrogenipínico,
isômero do ácido 3 (4) -desidrogenipínico, isômero do ácido 3 (7) -desidrogenipínico, ácido
8-hidroxigênico e hidroximetil-ciclopenta [c] furan-1,3-diol. Este estudo relatou pela primeira
vez a biodisponibilidade desses iridoides.
Considerando as propriedades farmacológica dos iridoides presentes no jenipapo as-
sim como seu conteúdo de compostos bioativos ainda não identificados em outras frutas e
a existência de biomarcadores de consumo, o jenipapo se torna de grande interesse para
pesquisa e desenvolvimento.

Atividade biológica e propriedades farmacológicas do jenipapo

Capacidade antioxidante

A capacidade antioxidante é um dos testes essenciais amplamente utilizados na ava-


liação da capacidade de frutas em inibir processos de oxidação. Essa ação é resultado da
sinergia de compostos bioativos presentes nas frutas, como polifenóis e tocoferóis. Existem
diferentes métodos de avaliação da capacidade antioxidante, o que torna a comparação de
resultados muitas vezes inviável e um desafio.
A importância de investigar a capacidade antioxidante das frutas se deve ao fato de que
seu consumo pode ter efeitos protetores contra as doenças causadas pelos radicais livres,
contribuindo para a promoção da saúde. Os radicais livres são átomos instáveis gerados
durante os processos metabólicos essenciais no corpo humano. A produção descontrolada
desses átomos é influenciada por fatores externos, como dietas não saudáveis, produtos
547
Ciência e Tecnologia de Alimentos: pesquisa e práticas contemporâneas - Volume 2
químicos industriais, tabagismo e poluentes atmosféricos. Como resultado do excesso de
radicais livres, produzem-se danos celulares e perturbações homeostáticas, e desenvol-
vem-se doenças como o câncer e processo degenerativo associado ao envelhecimento,
aterosclerose e outras doenças.
O interesse pelos antioxidantes naturais presentes nas frutas representa uma alter-
nativa aos antioxidantes sintéticos. A indústria alimentícia tem investido em pesquisa e
desenvolvimento para descobrir antioxidantes. Eles podem ser usados em produtos com
comprovação de origem natural, como suplementos dietéticos, nutracêuticos e ingredientes
alimentares funcionais. Esta é uma resposta à demanda dos consumidores por produtos
seguros e 100% naturais.
A capacidade antioxidante do jenipapo foi testada por Souza et al. (DE SOUZA et al.,
2012), utilizando o método 2,2-azinobis (ABTS) e o resultado foi de 7,31 µmol TEs/g de
amostra fresca, o menor entre os frutos analisados no mesmo estudo.
Pacheco et al. (PACHECO et al., 2015) e Porto et al. (GABRIELA COSTA LIMA PORTO
et al., 2014), utilizou o 2,2-difenil-1-picril-hidrazil-hidrato (DPPH) como método, o resultado foi
70,2% e 54% da atividade antioxidante respectivamente. Esses valores são baixos quando
comparados aos frutos da Amazônia Euterpe oleracea (DE SOUZA et al., 2012; GABRIELA
COSTA LIMA PORTO et al., 2014; PACHECO et al., 2015).
Porto et al. (GABRIELA COSTA LIMA PORTO et al., 2014) mostraram que extratos
de jenipapo são antioxidantes menos eficazes que as frutas do Cerrado brasileiro. Omena
et al. (OMENA et al., 2012), utilizaram diferentes métodos para determinar a capacidade
antioxidante em extratos secos, DPPH: 10,17 ± 0,36%; ABTS: 0,40 ± 0,00 mmol TE/g; FRAP:
1,02 ± 0,11 mmol Trolox. g− 1 e CUPRAC (capacidade antioxidante redutora do cobre): 1,04
± 0,13 mmol Trolox. g−1.
O teste de capacidade antioxidante relatado pela literatura apresenta divergência entre
os resultados. Não permitindo determinar a real capacidade antioxidante do jenipapo. No en-
tanto, outro parâmetro importante da capacidade antioxidante total é o conteúdo fenólico
total, e o jenipapo pode ser considerado uma boa fonte desses compostos. Então podemos
considerar que o jenipapo pode ter boa capacidade antioxidante.

Atividade antibiótica

A pesquisa por compostos naturais com atividade antibiótica tem como objetivo ex-
plorar uma alternativa para o tratamento de patógenos, principalmente com resistência aos
antibióticos sintéticos já existentes. A ingestão de frutas e vegetais com atividade antibió-
tica pode prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde gerados por microrganis-
mos e suas toxinas.
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Ciência e Tecnologia de Alimentos: pesquisa e práticas contemporâneas - Volume 2
Dois iridóides do fruto do jenipapo (ácido genípico e ácido genipínico) foram descritos
pela primeira vez como antibióticos monoterpenos ciclopentanóides isolados de Genipa
americana L. capazes de inibir o crescimento in vitro de uma ampla variedade de bactérias
Gram-negativas e Gram-positivas, um fungo (Trichophyton menrugruphytes), uma alga
(Chlorella uulguris) e um protozoário (Tetruhymena gelleii). A suposição de que o jenipapo
teria atividade antibiótica foi motivada pela observação da resistência do fruto ao apodreci-
mento (TALLENT, 1964).

Antitumoral

Um tumor é um crescimento anormal em qualquer tecido do corpo. Pode ser classifi-


cado como benigno (não câncer) ou maligno (câncer). O câncer é um desafio para a saúde
pública em todo o mundo. Portanto, os esforços têm se concentrado na busca de plantas
com atividade antitumoral. Ueda et al. (UEDA; IWAHASHI; TOKUDA, 1991), descreveu o
isolamento de alguns glicosídeos iridóides de folhas e frutos de jenipapo nativo das Índias
Ocidentais e sua atividade antitumoral. Dos frutos foram isolados geniposídeo, ácido geni-
posídico e genipina. Dos tecidos do calo induzidos a partir das mudas ou das folhas foram
isolados tarenosídeo, ácido geniposídico e gardenosídeo. A atividade inibitória de iridoides
contra a ativação do vírus Epstein-Barr (EBV) induzida por 12-o-tetradecanoilforbol-3-acetato
(TPA) em uma linha de células Raji não produtora foi examinada por um ensaio in vitro de
curto prazo. O resultado mostrou a eficácia dos iridóides como antitumorais. O tarenosídeo
de glucosídeo iridóide foi o mais ativo, e a genipina foi notavelmente ativa contra o EBV
induzido por TPA.

Atividade antiproliferativa

Finco e Graeve (ABADIO FINCO; BÖSER; GRAEVE, 2013) testaram os efeitos anti-
proliferativos de extratos de jenipapo (Genipa americana) usando quatro ensaios diferentes:
MTT (3- (4,5-dimetil-tiazol-2- il) -2,5-brometo de difeniltetrazólio), MUH (4-metilumbeliferil
heptanoato), azul de metileno e azul de tripano. Eles escolheram células HepG2 (linha de
células de câncer de fígado humano) para o teste, uma vez que essa linha de células é um
excelente modelo para abordar o metabolismo das células do fígado. O extrato fenólico
da fruta de genipapo inibiu significativamente a proliferação de células HepG2 de maneira
dose-dependente em todos os ensaios realizados.
Foi investigado o efeito do extrato etanólico da fruta G. americana sobre os mecanis-
mos de proliferação e diferenciação celular da placenta utilizando células BeWo em modelo
in vitro. Trata-se de mecanismos fusogênicos para estudar a diferenciação trofoblástica,
e as células BeWo são células endócrinas trofoblásticas humanas (CONCEIÇÃO et al., 549
Ciência e Tecnologia de Alimentos: pesquisa e práticas contemporâneas - Volume 2
2011). Os resultados mostraram que o extrato da fruta de jenipapo não foi tóxico para as
células BeWo em concentrações de 1000 µg/mL ou menos, não teve um efeito direto na
diferenciação das células BeWo através da liberação de gonadotrofina coriônica humana ou
formação sincicial. No entanto, o extrato da fruta G. americana influencia a via de sinalização
celular e a inibição da proliferação celular semelhante ao trofoblasto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As diferentes metodologias utilizadas para analisar o jenipapo não nos permite fazer
uma comparação fidedigna de sua composição entre os resultados obtidos. Alguns estu-
dos apontam o jenipapo como uma boa fonte de compostos bioativos. No entanto, o que
mais chama a tenção são os resultados recentes que mostram que os iridóides presentes
no jenipapo são biodisponíveis. Ou seja, há um grande potencial desta fruta na atividade
biológica e propriedade farmacológica que merece atenção e o desenvolvimento de mais
estudos. Portanto conclui-se que o jenipapo é uma fruta exótica com nutrientes e compostos
bioativos de interesse para a saúde humana que merece fazer parte do consumo cotidiano
das pessoas e ser mais explorada para conhecer seus benefícios.

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