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Tecla Geraldo Linda

AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE DE 8 CLONES DE BATATA RENO NAS


CONDIÇÕES AGRO-ECÓLOGICAS DO PLANALTO DE LICHINGA

(Licenciatura em Agro-pecuária com habilidades em Extensão Rural)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades

A presente monografia tem como objectivo avaliar a adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas
condições agro-ecólogicas do planalto de Lichinga, no entanto, sua adaptabilidade a diferentes
condições ambientais é fundamental para garantir o sucesso do cultivo. A Batata reno (Solanum
tuberosum L) é originária na América do Sul, Peru (Cordilheiras dos Andes), sendo o 4° alimento
mais consumido no Mundo, depois de Arroz, Trigo e Milho (Black, 2008).

Segundo FAO (2008)A, a batata reno foi introduzida na região do Vale do Zambeze, a partir do
Malawi, por volta de século 19 por missionários e colonialistas Europeus, de onde se espalhou
para todo o país através dos produtores locais.

Esta cultura é produzida em nove províncias de Moçambique, com os distritos de Angónia e


Tsangano, na província de Tete, a contribuírem com cerca de 90% da produção nacional. A
província do Niassa, particularmente o planalto de Lichinga é segunda produtora, seguida
da província de Zambézia. Na província de Manica a produção é feita no distrito de
Chimoio, Sussedenga, Barué e Mossurize. Na província de Maputo, a produção é feita nos
distritos de Moamba, Namaacha. Outras províncias que produzem batata incluem
Nampula (distrito de Malema), Inhambane, Gaza e Sofala (distrito de Gorongoza).

A avaliação da adaptabilidade é crucial para selecionar variedades de batata reno que possam
prosperar em diferentes condições ambientais e contextos agrícolas, com ênfase em sua
capacidade de produção e resistência a estresses ambientais.

A avaliação da adaptabilidade das variedades de batata Reno assume uma importância crucial
diante do contexto descrito. Como mencionado, a introdução de novas variedades pelo Instituto
de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) visa lidar com a degeneração das variedades
tradicionais e mitigar os desafios enfrentados pelos produtores, como a limitação imposta pelo
míldio durante a época chuvosa. No entanto, a comparação entre as novas variedades introduzidas
e as variedades importadas da África do Sul revela um desafio em termos de rendimento,
conforme indicado por Carolino et al. (2017).
Essa discrepância nos rendimentos destaca a necessidade de uma abordagem abrangente para
selecionar variedades de batata Reno que possuam não apenas boa adaptabilidade às condições
agroecológicas do planalto de Lichinga, mas também alto potencial produtivo.

Segundo Collares et. al. (2002), o cultivo da batata no País é caracterizado por uma grande
dependência da importação de sementes de cultivares de origem europeia, que representam cerca
de 70% da área plantada. Para atender a demanda e preferência por novos cultivares de batata, o
programa de melhoramento genético da Embrapa tem priorizado obtenção de clones com alto
potencial produtivo, resistência à patógenos e aparência de tubérculos e qualidade de fritura

Com a introdução de novas variedades de batata Reno em Moçambique, os produtores têm


adotado várias opções que exibem resistência a diferentes condições ambientais. No entanto, é
observado que muitas dessas variedades estão atualmente em estado degenerado. Actualmente,
novas variedades (Carlinga, Lulimile, Angónia, Kholophete e Chitukuko) foram aprovadas e
propagadas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que apresentam boa
adaptabilidade nas zonas frescas do Planalto de Lichinga e o rendimento médio varia de 20 a 30
ton/ha, para além de tolerância ao míldio, uma das doenças que tem limitado a produção de batata
na época chuvosa.

O trabalho está estruturado em cinco capítulos. No Capítulo I, apresentamos uma visão geral do
estudo e suas motivações. O Capítulo II aborda o referencial teórico que embasa nossa pesquisa.
No Capítulo III, descrevemos as metodologias utilizadas. No Capítulo IV, apresentamos,
analisamos e discutimos os resultados obtidos. Por fim, no Capítulo V, apresentamos as
conclusões e recomendações, sintetizando o trabalho e oferecendo sugestões para resolver o
problema identificado. As referências bibliográficas utilizadas são listadas ao final do trabalho.
1.2. Problema

Em Moçambique, existem várias variedades de batata Reno utilizadas pelos produtores, com mais
destaque a Rosita, Rosetta, Hollanda, Ammesthyst, Diamante e Semoc, das quais apresentam
diversos nomes locais. No entanto, estas variedades se encontram degeneradas. Actualmente,
novas variedades (Calinga, Lulimile, Angónia, Kholophete e Chitukuko) foram aprovadas e
propagadas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que apresentam boa
adaptabilidade nas zonas frescas do planalto de Lichinga e o rendimento médio varia de 20 a 30
Ton/ha, para além de tolerância ao míldio, uma das doenças que tem limitado a produção de
batata na época chuvosa. A variedade Calinga é mais produzida no Planalto Lichinga e é também
conhecida como uma variedade de alta produção e produtividade em comparação com as outras
variedades produzidas na região. Mesmo assim, apresenta baixo rendimento em comparação com
outras variedades produzidas no mundo, como as variedades importadas da África Do Sul, a BP1
e Mondial que os seus rendimentos variam de 30 a 40 ton/ha, (Carolino et al.,2017). Esforços
estão sendo criados pelo CIP e IIAM na busca da melhor variedade de batata que tenham boas
adaptabilidade e aceitabilidade por parte das comunidades locais, no entanto, surge a necessidade
de testar oito clones (Clone 1 - 398098.70, Clone 2 - 304350.100, Clone 3 - 398208.570, Clone 4
- 398190.59, Clone 5 - 3992797.23, Clone 6 - 398098.99, Clone 7 - 396033.102 e Clone 8 -
398190.605) provenientes de Peru, de modo avergoar o melhor clone para a produção massiva da
mesma. Diante do cenário surge a seguinte questão:

Qual dos 8 clones de batata reno se adapta melhor nas condições agro-ecólogicas do planalto
de Lichinga?

1.3. Justificativa

Entender a adaptabilidade dos clones de batata reno é crucial para maximizar a produtividade e a
qualidade dos cultivos de batata. A capacidade de adaptar e seleccionar variedades adequadas
para este tipo de ambiente é essencial para os produtores, contribuindo para a segurança alimentar
e a criação de oportunidades económicas sustentáveis. Isso fornecerá informações valiosas para
produtores, agrónomos e pesquisadores, permitindo a tomada de decisões mais embaçadas no que
diz respeito à selecção de clones viáveis para o cultivo.
O presente estudo contribuirá para o conhecimento científico e práticos relacionados à produção
de batata Reno, fornecendo dados confiáveis sobre a adaptação e o desempenho das variedades
nesse ambiente. Os resultados obtidos poderão ser utilizados para melhorar a produtividade e a
rentabilidade das produções.

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

Avaliar a adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas condições agro-ecólogicas no


planalto de Lichinga.

1.4.2. Específicos

 Comparar os parâmetros de crescimento (Número de hastes, caules e altura por planta)


 Determinar os parâmetros de rendimento (Número de tubérculos comercias e não
comercias, peso de tubérculos comercias e não comercias e rendimento)
1.5. Hipóteses

 Hipótese nula H0: os diferentes clones testados não se adaptam, as condições


agroecólogicas de Lichinga.
 Hipótese alternativa H1: pelo menos um clone responderá melhor a adaptabilidade as
condições agro-ecólogicas de Lichinga
CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo são abordadas as bases teóricas, e a origem de ideias e teorias nas quais a pesquisa
se baseia para dar suporte a mesma.

Além de explorarmos as bases teóricas, também abordamos especificamente os conceitos


relacionados à avaliação da adaptabilidade de variedades de batata Reno. Esta seção examina os
princípios fundamentais da adaptabilidade das plantas às condições ambientais. Além disso,
discutimos estudos anteriores que investigaram a adaptação de culturas semelhantes em
ambientes de altitude, como o planalto de Lichinga, e exploramos as estratégias e metodologias
utilizadas para avaliar a adaptabilidade de variedades de batata Reno em condições
agroecológicas específicas. Esta revisão teórica é essencial para contextualizar e fundamentar a
análise dos resultados obtidos na pesquisa.

2.1. Origem e importância

A origem da batata reno (Solanum tuberosum L.), é nativa da América do Sul, Peru e foi
consumida por populações nativas em tempos remotos há mais de 8000 anos.

Segundo Pavek, et al. (2019), A batata Reno desempenha um papel crucial na segurança
alimentar global, proporcionando uma fonte rica em nutrientes e calorias para milhões de pessoas
em todo o mundo. Sua adaptabilidade a uma variedade de condições climáticas e sua capacidade
de cultivo em diversos tipos de solo a tornam uma cultura agrícola valiosa e amplamente
cultivada em várias regiões.

A batata Reno é uma importante fonte de nutrientes na dieta humana, oferecendo uma variedade
de benefícios nutricionais. Rica em carboidratos complexos, vitaminas (como vitamina C e
vitamina B6) e minerais (incluindo potássio e manganês), a batata reno fornece energia
sustentável, fortalece o sistema imunológico e ajuda na regulação da pressão arterial. Além disso,
sua fibra dietética contribui para a saúde digestiva e a regulação dos níveis de açúcar no sangue
(Smith & Johnson, 2020).

2.2. Descrição botânica da cultura da batata reno

Segundo Perreira et al. (2003), a batata é uma planta dicotiledónea, pertencente a família
Solanaceae, género Solanum, na qual contém mais de 2000 espécies, das quais mais de 150
produtoras de tubérculos. Cerca de 200 espécies silvestres de batata e 20 cultivadas são
conhecidas, embora se acredite que existem muitas silvestres que, mesmo sendo espécies
tuberíferas, nem sempre formam tubérculos.

2.2.1. Tubérculo-semente

O tubérculo-semente é o principal insumo e, talvez, aquele de maior custo relativo, mas também
fundamental para o bom rendimento e retorno financeiro da cultura. O plantio do tubérculo
semente de qualidade inferior pode vir a comprometer uma safra, mesmo que todas as outras
condições sejam altamente favoráveis ao cultivo, portanto a utilização do tubérculo-semente com
boa sanidade, estado fisiológico e brotação adequada, são fundamentais para o sucesso da cultura
(Furomoto, 2010)

2.2.2. Raiz, caule e folhas

De acordo com Lovato (2012), a raiz da batata reno se origina a partir de gemas subterrâneas e
surge entre o tubérculo-semente na superfície de solo. Apresenta um rápido crescimento nos
primeiros estágios de desenvolvimento da planta até o momento que começa a formação de
tubérculos. O sistema radicular é fibroso, ramificado estende-se mais superficialmente, podendo
penetrar até 80 centímetros de comprimento.

Para Letzenberguer (2005), o caule da batata reno tem duas partes (uma aérea e a outra
subterrânea). A parte aérea é herbácea, com altura que varia de 30 a 90 cm e, a altura da batata
reno depende das condições ambientais (precipitação, humidade relativa, fertilidade de solos e
variedade) podendo variar de 40 a 70cm.

O maior número de hastes ou maior número de folhas da batata reno proporciona maior número
de foto assimilados que são translocados para o crescimento da cultura subsequente maior será
altura. A planta da batata reno é constituída por folhas compostas, formadas por folíolos
irregulares, alguns profundamente recortados, em número e tamanho variáveis, de acordo com a
variedade e até mesmo com as condições de crescimento (Pereira, 2003).

2.2.3. Inflorescência e flores

A inflorescência é do tipo cimeiro. As flores são hermafroditas e se localizam na extremidade


superior do caule. Podem ser de coloração branca, rosada ou arroxeada e possuem as quatro
partes essenciais de uma flor: cálice, corola, androceu (estames) e gineceu (pistilo). O cálice, em
geral de cor verde, piloso e persistente, possui cinco sépalas que se unem na base em forma de
sino de baixo da corola (Empraba, 2016).

2.2.4. Pragas e doenças

A cultura apresenta registo de número considerável de doenças, das quais algumas são de
purificação e propagação rápidas pois reduzem de forma drástica o rendimento da cultura.

As pragas mais importantes registadas nessa cultura são: besouro de colorado da batata, os
afídeos e as cigarras. As principais doenças são míldio tardio, a podridão anelar bacteriana, a
murcha do fusarium, também os que podem causar danos na produção de batata são os rematados
e os vírus (TANZO, 2005).

2.3. Produção da batata reno em Moçambique

Em Moçambique a batata reno é produzida em todas regiões (norte, centro e sul),


maioritariamente em pequenas explorações que cobrem uma área de 26 136 ha em todo território
nacional, com destaque para as províncias da Tete com 22 950 ha, Niassa com 1 168 ha,
Zambézia com 628 ha, Maputo Província 528 ha, Gaza com 318 ha, Nampula com 251 ha e
Manica com 140 ha respectivamente (Mader, 2020).

A batata reno é considerada a terceira espécie mais importante entre as batatas em Moçambique.
O País produz, por ano, mais de cem mil toneladas (Fao, 2013).

Em Moçambique, o cultivo da batata é feito em duas épocas, uma no sequeiro e a outra em


regadio (nas baixas ou horta). Nos meses de Novembro a Março, tendo em conta a humidade do
solo. Em regadio a sementeira vai de Maio a Agosto, em que a semente utilizada é geralmente
local (Martinho et al., 2006).

2.4. Adaptabilidade

Avaliação da adaptabilidade é definida como o processo de análise e comparação de


características fenotípicas e genéticas de clones de plantas. Essa avaliação permite a identificação
de clones com características úteis como resistência a doenças, pragas, crescimento, a capacidade
de formação de tubérculos e a taxa de produção.
Adaptabilidade é a capacidade de uma planta ou organismo de se ajustar e prosperar em
diferentes ambientes e condições, garantindo sua sobrevivência e sucesso reprodutivo em
diversas circunstâncias, (Garcia et al, 2020).

2.5. Clone

De acordo com Webber (1903) um clone é definido como uma população de moléculas, células
ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original e entre
elas.

Os clones correspondem ao conjunto dos descendentes gerados a partir de uma única planta, por
meio de métodos de reprodução assexuada. Quando a semente germina e se estabelece, poderá
tornar-se uma futura variedade devido à alta heterozigose dessa espécie. Essa nova variedade
poderá ser superior ou inferior em relação aos seus genitores. As características superiores em
relação aos pais, em geral, estão relacionadas à resistência às doenças, aumento da produtividade,
da capacidade de armazenamento e melhoria da qualidade de fritura ( Icb, 2018)

2.6. Caracterização das variedades mais adoptadas em Moçambique

As variedades de batata reno mais utilizadas desde a introdução da cultura em Moçambique


foram desenvolvidas na Europa e seleccionadas para as características climáticas do continente.
Por tanto o clima de Moçambique varia de tropical e subtropical, por isso o clima é quente com
solos com fertilidade baixa (USAID, 2018). Em Moçambique, a batata reno é produzida em
grandes quantidades nas províncias de Tete, Niassa, Nampula, Zambézia e Manica, com as
seguintes variedades: Rosita, Rosetta, Hollanda, Ammesthyst, Diamante, Semoc, Angónia,
Calinga, Chitukuku, Kholophethe, Laldas, WaKaya e Lulimile. Essa variedade tem tolerância em
zonas frias, são tolerantes a míldio, a doença que é muito limitante na época chuvosa para a
produção de batata, o seu rendimento em Lichinga ronda entre 20 a 30ton (Nhate, 2008).

2.7. Caracterização de novas variedades e clones experimentais

De acordo com Martinho et al, (2011), foram libertadas 7 novas variedades de batata reno, pelo o
IIAM-Centro Zonal Noroeste, com as seguintes características:
a) Angónia

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca e creme,
de tamanho grande, com o formato redondo, boa para a mesa e para fabrico de chips, que é
produzido ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 29 toneladas/há

b) Calinga

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca, de tama-
nho grande,com o formato redondo, boa para a mesa, resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais
de 19 toneladas/há.

c) Chitukuku

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor vermelha de polpa
creme de tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e tem
um bom armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio
de mais de 14 toneladas/há.

d) Kholophethe

Esta variedade apresenta um ciclo de vida até 4 meses, de cor branca de polpa amarela de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais
de 17 toneladas/há.

e) Laldas

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oblongo, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.
f) WaKaya

Esta variedade apresenta um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 18 toneladas/há

g) Lulimile

Esta variedade apresenta um ciclo de vida de 3 a 4 meses, de cor branca de polpa creme de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser cultivado em ambientes
frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Nesse capítulo são abordadas as classificações e procedimentos metodológicos adoptados neste


estudo. Detalhamos as etapas envolvidas na avaliação da adaptabilidade dos oito clones de batata
Reno nas condições agroecológicas do planalto de Lichinga. O estudo foi conduzido em diversas
etapas, desde a seleção dos clones até a coleta de dados relevantes. Além disso, foram realizadas
análises estatísticas para avaliar a significância das diferenças observadas entre os clones
testados. Essa abordagem metodológica abrangente proporcionou uma base sólida para a
condução do estudo e a análise dos resultados obtidos.

3.1. Descrição da área de estudo

O ensaio foi realizado na cidade Lichinga no bairro de Massenger, nos campos de produção do
Senhor Tivane, que se localiza no extremo norte do Município de Lichinga na berma da estrada
nacional nº 361. Na província do Niassa ela encontra se no planalto, entre 13º 1425.8"S latitude
norte e 35º 13´14.7"E - longitude este.

Figura 1: Mapa de localização do bairro de Massenger-Lichinga


3.2. Características climáticas

A temperatura varia pouco nesta área, sendo mais quente em Setembro /Outubro, com uma média
diária de 21,5°C e mais frio em Julho com uma média diária de 15,7°C. A humidade relativa é
alta nos meses de Janeiro e Fevereiro atingindo 85% e a baixa em Agosto/Outubro (MAE, 2017).

Os dados climáticos da região, durante o período do experimento (Agosto a Dezembro de 2023),


foram colectados na estação climatológica composta por termómetros e pluviómetro, sendo a
colecta feita diariamente. Os dados climáticos colectados encontram-se ilustrados nos gráficos 1,
2 e 3.

Gráfico 1, 2 e 3: Temperaturas médias mensais (ºC), Humidade relativa (%) e Precipitação


médias (%), durante o período de Agosto a Dezembro de 2023 do IIAM-Lichinga.

Dados Meteorológicos

80 18
70 16
60 14
12
50
10
40
8
30
6
20 4
10 2
0 0
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Temp. Media HR. Média Preci. Media

Fonte: Autora (2023).

3.2.1. Hidrologia

O balanço hídrico do planalto de Lichinga apresenta um valor médio anual da precipitação


superior a 1200 mm podendo exceder este valor e atingir os 1400 mm de chuva. É caracterizada
pela ocorrência de solos argilosos vermelhos das zonas planálticas, embora possam ainda
aparecer associados a solos ferralíticos de cores alaranjadas, amarelas e cinzenta dependendo da
sua posição do terreno. As deficiências hídricas são geralmente baixas (um a três meses) e a
evapotranspiração potencial é igual ou inferior a 1300 mm. Compreende as terras altas, acima dos
1000 metros de altitude onde se encontram as zonas altiplanalticas e montanhosas com destaque
para o planalto de Lichinga, (MAE, 2017).

3.2.2. Solo

O solo da área em que o experimento foi conduzido, é solo argiloso vermelho. estes que são solos
profundos, de boa drenagem e de matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas limitações
agro-ecólogicas são a fixação de fósforos e a baixa fertilidade. Nas formações geológicas com
predomínio de superfícies montanhosas, ondulações superiores a 30% e zonas erosionadas
ocorrem solos líticos (leptossolos, solos franco-arenosos, castanhos e pouco profundos (0-30 cm),
possuem uma drenagem excessiva e matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas principais
limitações são a pouca profundidade e o risco maior de erosão (Caomba, 2018).

3.3. Materiais

Para montar e executar o experimento, precisamos de vários materiais importantes. Foram usadas
as sementes básicas do IIAM para garantir que as plantas fossem de boa qualidade. Adubou-se o
solo com nutrientes como N-P-K e ureia para ajudar as plantas a crescerem saudáveis. Marcamos
o campo com estacas e medimos a altura das plantas com uma régua. Um tractor nos ajudou a
preparar o solo e uma moto-bomba retirava água da represa para irrigar as plantas. Usamos
etiquetas para identificar cada tipo de planta. Na colheita, usou-se enxadas para tirar as batatas do
chão e catanas para cortar arbustos. Foram guardadas as batatas em sacos plásticos e as pesamos
com uma balança. Cestos nos ajudaram a transportar as batatas. Com todos esses materiais,
conseguimos fazer nosso experimento e colectar dados importantes sobre o crescimento das
plantas de batata Reno no planalto de Lichinga.

3.4. Métodos

3.4.1. Delineamento experimental

Para o ensaio, usou-se o delineamento de Blocos Completos Casualizados (DBCC). A área total
do ensaio foi de 426.69 m2, com (3) blocos, 9 tratamentos e 3 repetições. Cada tratamento teve 4
linhas das quais 2 uteis e 2 bordaduras. cada linha com 10 covachos, que corresponde na
totalidade 40 plantas por tratamento, perfazendo assim 120 plantas por tratamento e 20 uteis por
cada bloco. Todo o experimento foi semeado 1320 tubérculos. Para o presente estudo foi aplicado
em campo o compasso de 90 cm × 30 cm.

3.4.2. Tratamentos

Os tratamentos usados no ensaio consistiram em 8 clones de batata reno e uma variedade local
que serviu de tratamento controlo no ensaio de adaptabilidade, para determinação dos clones
como tratamento submeteu-se a uma atribuição aleatória aos clones, (Anexo 1).

3.4.3. Condução do ensaio

O ensaio foi instalado numa área de 12.96 metros de largura e 33 metros de comprimento
totalizando 426.69 m2.

3.4.4. Colecta de Dados

Foram colectadas 10 plantas de cada tratamento com auxílio de ferramentas manuais,


seleccionadas e colocadas em sacos plásticos devidamente identificados e fechados. Ao final da
colecta, as amostras foram contadas e pesadas.

3.5. Preparo da área

Para a preparação do terreno, usou-se tractor para fazer duas lavouras mecânicas e duas
gradagem. A pois a gradagem ser feita, foi feita também a arrumação dos camalhões e abertura de
sulcos (com 15 cm de profundidade).

3.5.1. Adubação

No ensaio foram efectuadas duas adubações sendo a 1ª de fundo, que consistiu em colocar o
adubo NPK, nos seus respectivos talhões e envolve-lo com o solo antes da sementeira.

A 2ª adubação que foi de cobertura, que consistiu em colocar o adubo por cima dos camalhões,
isto depois da sementeira. A adubação foi feita com Ureia.
3.5.2. Sementeira

A sementeira foi feita com base em cordas para uniformizar as linhas e estacas graduadas para
uniformizar o compasso entre as plantas e linhas, para cada covacho foi lançado um (1)
tubérculo-semente.

3.5.3. Sacha e Amontoa

A sacha compreende em eliminar as ervas daninhas existentes no campo de modo a diminuir a


competição com a cultura em termos de nutrientes, luz solar e água.

Amontoa consistiu em formar uma espécie de camalhões por volta das plantas de modo a criar
condições do bom desenvolvimento dos tubérculos e evitar que eles fiquem expostos a radiação
solar.

3.5.4. Rega

Consistiu em fornecer água para as plantas de forma regular para suprir as suas necessidades
hídricas, a irrigação foi feita 3 vezes por semana ou quando necessário até a saturação dos solos.

3.5.5. Pulverização

O controle fitossanitário foi feito por meio de aplicação do fungicida denominado Rodimil e para
o maneio de insetos praga foi feita aplicação do insecticida Lambda.

3.5.6. Colheita

A colheita foi feita meses após a sementeira, com ajuda de uma enxada. Foram colectados para
avaliação apenas os tubérculos oriundos dos 8 clones e 1 testemunho da linha destinada à
avaliação de produtividade. Tomaram-se, então, a quantidade de tubérculos total, comercias e não
comercias, e peso de tubérculos comercias e não comercias.

Deve incluir os parâmetros que tirou durante a condução do ensaio exemplo

3.6. Processamento de dados

3.6.1. Altura da planta

Número de haste e explicar como fez este processo


3.6.2. Número de hastes

3.6.3. Número de caule

3.6.4. Variáveis número de tubérculos comerciais

3.6.5. Número de tubérculos não comerciais

3.6.6. Peso de tubérculos comerciais

3.6.7. Peso de tubérculos não comerciais

3.6.8. Rendimento

3.7. Análise de dados

Os dados do presente estudo serão organizados no Microsoft Excel 2010, em seguida, importados
para o pacote estatístico Rstudio versão 4.0.5 para análise de variância (ANOVA) e o teste de
Tukey para a comparação das médias a 5% de significância, e para a normalidade dos resíduos
recorrendo ao teste de Shapiro-Wilk. Como forma de analisar a relação dependente entre as
variáveis submeter-se-á ao teste de correlação de Pearson.
Tabela. Tabela de Analise de variancia

Fonte de Graus de Soma de Quadrado


variação liberdade quadrado medio F calculado
Tratamento GLt= t-1 SQt QMt QMtrat/QMe
Erro GLe=t(r-1) SQe QMe
Total GLT=t.r-1 SQT
t-tratamento, r-repetição.
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados os resultados do estudo conforme os objetivos propostos.


Inicialmente são apresentados os dados que se referem à parâmetros de crescimento, na
sequência, os resultados das amostras de altura da planta, número de hastes e número de caule,
seguidamente com os parâmetros de rendimento, número de tubérculos comerciais, número de
tubérculos não comerciais, peso de tubérculos comerciais, peso de tubérculos não comerciais e
rendimento.

4.1. Parâmetros de crescimento

Tabela 2. Resumo da análise de variância para as variáveis de crescimento.

Análise de Variância (ANOVA)


FV GL Quadrados médios das Variáveis

Altura da Planta N-° Hastes N-° Caule


Tratamentos 8 227.223 0.76454 0.61750
Bloco 2 21.905 0.29148 1.06778
Resíduo 16 20.797 0.41440 0.46903
Total 26

Shapiro-Wilk à 5% (p-Valor) 0.2503608 * 0.4328058 * 0.5039615*

p-Valor para tratamentos 0.00003* 0.14141 NS 0.30351NS

P-Valor para blocos 0.37178NS 0.50958NS 0.13487NS

CV = 17.56 % 42.81 % 38.77 %

Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo
a 5% de probabilidade pelo teste F; AP - (altura da planta), NH - (número de hastes), NC -
(número de caule). CV – Coeficiente de variação.

Segundo a tabela de análise de variância, os resultados mostram que, para as variáveis número de
hastes e número de caules, o P-valor é maior que o nível de significância de 5%. Isso significa
que as diferentes variedades ou clones de batata Reno não são diferentes entre si em termos de
crescimento, ou seja, o factor clones de batata Reno não tem um efeito significativo sobre o
número de caules e hastes na região do planalto de Lichinga.

Por outro lado, a altura da planta apresentou um P-valor menor que o nível de significância de
5%. Isso indica que as variedades ou clones de batata Reno diferem em termos de altura das
plantas, de acordo com o teste F.

Quanto ao factor bloco, o P-valor também é maior que o nível de significância de 5%, sugerindo
que os blocos não têm um efeito significativo sobre as variedades de crescimento.

Em relação ao coeficiente de variação (CV), os resultados indicam que o CV das variáveis


número de hastes e número de caule foi de 42.81 e 38.77 % respectivamente, é classificado como
muito alto, e isso significa que a precisão do experimento é muito baixa para as variáveis em
questão. Encontra partida o CV da altura da planta foi de 17.56 %, e é classificado como médio e
isso significa que a precisão do experimento também é media.

4.1.1. Altura da planta

De acordo com os resultados do teste de Tukey, os tratamentos (398190.605) e (Calinga) tiveram


a maior média de altura das plantas e não diferiram estatisticamente de outros tratamentos, como
(398190.59), (3992797.23), (398098.99) e (396033.102). No entanto, diferiram
significativamente dos tratamentos (398098.70), (304350.100) e (398208.570), que tiveram as
menores médias. Isso sugere que certas variedades de batata cresceram mais em altura do que
outras.

Comparando com estudos anteriores, como o de Bekele (2018), que encontrou uma média de
altura máxima de 83,6 cm e uma mínima de 52,8 cm, nossos resultados mostram uma variação
semelhante na altura das plantas entre as variedades de batata. Essas diferenças podem ser
atribuídas a fatores genéticos, condições de crescimento e ambientais.

A disponibilidade de nutrientes no solo, a intensidade da luz solar e a densidade de plantio são


alguns dos fatores que influenciam o crescimento das plantas. Em condições ideais, com solo rico
em nutrientes e boa exposição à luz, as plantas tendem a crescer mais. Por outro lado, em
condições de alta densidade de plantio, a competição por recursos pode limitar o crescimento
individual das plantas.
Portanto, a diferença na altura das plantas entre os clones (398190.605) e (398208.570) pode ser
explicada pela interação complexa entre fatores genéticos e ambientais que afetam o crescimento
das plantas de batata.

Segundo SANTI (2020) avaliando o efeito de diferentes fontes de adubação nitrogenada na


cultura de batata reno observou que a maior altura foi registada na adubação com NPK (24.85
cm). Resultados diferentes também foram obtidos por TAIZ et al. (2017), o fornecimento
insuficiente de nutrientes às plantas pode provocar distúrbios fisiológicos ocasionando reduções
nas taxas fotossintéticas, podendo até mesmo prejudicar seu desenvolvimento.

Gráfico 4: Médias dos tratamentos da altura da planta

Onde: As médias seguidas pelas letras minúsculas estatisticamente não

diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

4.1.2. Número de hastes

Os resultados obtidos neste estudo demonstram variações significativas em relação ao número de


hastes entre os clones testados. O clone (398098.99) apresentou a maior média de hastes,
enquanto o clone (304350.100) teve o menor número médio. No entanto, estatisticamente, não
houve diferenças significativas entre os clones em relação a esse parâmetro, como ilustrado no
gráfico 5.

Diferentemente dos outros estudos, como o de Simões (2015), que encontrou a maior média de
hastes no tratamento (Rosita), e Bekele (2018), que identificou variações consideráveis no
número médio de hastes entre as variedades de batata reno testadas, os resultados do presente
estudo divergem em termos de padrões de hastes observados.

Além disso, Alfredo (2021) observou diferenças significativas entre as variedades de batata,
destacando que a variedade Lulimile apresentou as maiores médias de hastes. Este estudo
também entra em concordância com a ideia de Alves et al. (2010) de que o número médio de
hastes pode variar consideravelmente dependendo da variedade e do tamanho dos tubérculos
utilizados.

Gráfico 5: Médias dos tratamentos do número de hastes.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
4.1.3. Número de caule

De acordo com os resultados do teste de Tukey, os tratamentos (396033.102) e (Calinga)


apresentaram a maior média e estatisticamente não diferiram significativamente dos demais
tratamentos em relação ao número de caules, conforme evidenciado pelo gráfico. Esses resultados
sugerem que, embora haja variações entre as variedades e clones testados, algumas não
demonstraram diferenças estatisticamente significativas em relação ao número de caules. Isso
ressalta a importância de considerar outros fatores, além das características genéticas das
variedades, na determinação do número de caules produzidos por cova.

Os resultados deste estudo diferem com as pesquisas anteriores, como a de Bekele (2018), que
encontrou a variedade Jalanie com o maior número médio de caules, sendo estatisticamente
semelhante à variedade Gudanie. Essas descobertas diferem das observadas neste estudo,
conforme ilustrado no gráfico 6. A produção de um maior número de caules por cova pode ser
atribuída ao potencial genético da variedade para a capacidade de brotação. Por outro lado, a
produção de um menor número de caules pode ser influenciada por vários fatores, como a
variedade usada na clonagem, a genética, o tempo de formação e a intensidade de maturação.

Resultados discordantes também foram observados por Alfredo (2021), que encontrou diferenças
significativas na interação entre concentrações e variedades para o comprimento do caule. Esses
resultados diferem com os obtidos neste estudo. Além disso, Flores et al. (2014) destacaram a
importância de um material de propagação de qualidade para um melhor desempenho do
diâmetro do caule, o que pode influenciar os resultados obtidos.

Gráfico 6: Médias dos tratamentos do número de caule.


Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2. Parâmetros de rendimento

Tabela 3. Resumo da análise de variância para as variáveis de rendimento

Analise de Variância (ANOVA)


FV GL Quadrados médios das variáveis

NTC NTNC PTC PTNC RDH


Tratamentos 8 1.4159 7.6943 0.01717 0.002247 0.040117
Bloco 2 1.1748 1.1248 0.01177 0.000454 0.022355
Resíduo 16 0.6469 4.3123 0.01509 0.001269 0.020963
Total 26
Shapiro-Wilk à 5% (p- 0.7767586* 0.8344387 * 0.1662 0.7449502 * 0.2379648
Valor)
p-Valor para tratamentos 0.086786 NS 0.15432 NS 0.391NS 0.15718 NS 0.12812NS
P-Valor para blocos 0.194 0.774 0.4755 0.687 0.36748
6
CV = 59.66 % 44.01 % 48 % 48.38 % 21.92 %

Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo a
5% de probabilidade pelo teste F; CV – Coeficiente de variação.

De acordo com a tabela acima da análise de variância, os resultados indicam que em relação as
variáveis número de tubérculos comerciais (NTC), número de tubérculos não comerciais
(NTNC), Peso de tubérculos comerciais (PTC), Peso de tubérculos não comerciais (PTNC) e
Rendimento (RDH), o P-valor é maior que o nível de significância de 5%, e pode se afirmar que
as variedades ou clones de batata reno não diferem entre se em relação as variáveis de rendimento
ou seja, o factor clones de batata reno (tratamentos) tem um efeito não significativo sobre o NTC,
NTNC, PTC, PTNC e RDH em relação a sua adaptabilidade no planalto de Lichinga.

Em relação ao coeficiente de variação (CV), os resultados indicam que o CV das variáveis NTC,
NTNC, PTC, PTNC e RDH foi de 59.66 %, 44.01 %, 48 %, 48.38% e 21.92 % respectivamente,
é classificado como muito alto, e isso significa que a precisão do experimento é muito baixa para
as variáveis em questão.

4.2.1. Número de tubérculos comerciais

Segundo Simões (2015), no seu estudo, para o parâmetro número de tubérculos comerciais
mostraram uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo com o somatório
de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento pode se observar
que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos comerciais. Comparativamente
aos resultados obtidos no presente estudo, estes resultados diferem do presente estudo. A aparente
variação pode ser devida à diferença no potencial genético entre as variedades de batata. Este
facto explica-se pelo facto que durante a pesquisa houve algumas pragas biológicas fisiológicos,
físicos e químicos, os quais são determinados pelas condições ambientais (clima, solo e água) e
por factores genéticos da semente que contribuíram para a redução da produtividade.

De acordo com Amaliyyah (2021), demostrou que os tubérculos comerciais responderam de


maneira positiva e directamente proporcional às doses de NPK testadas. A média máxima de
tubérculos comerciais por plantas alcançadas foi de 4.3, e a menor média observada foi de 3.4
sem a aplicação de fertilizante.
Os resultados a cima citados diferem dos obtidos no presente estudo, onde a maior média e de
2,66 e a menor média e de 0,6 com forme mostra o gráfico 7.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos (398098.99) e


(Calinga) tiveram a maior média e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) (398098.70), (304350.100), (398208.570), (398190.59), (3992797.23), (396033.102)
e (398190.605) respectivamente, em relação ao Número de tubérculos comerciais, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 7: Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra minúscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.2. Número de tubérculos não comerciais

O rendimento da batata reno depende de muitos factores, incluindo a condição da semente, época
de plantio, período entre a plantação e emergência, percentagem de emergência, número de
caules por planta, desenvolvimento foliar, estádio de crescimento dos tubérculos e sua maturação,
reacção vegetativa com as extremas condições da temperatura, doenças e ataques de pragas
(Baeukema e Van Der Zaag, 1990).

Segundo Placide et al (2022). Na pesquisa que tem como tema Desempenho produtivo,
adaptabilidade e qualidades de processamento de clones de batata pré-liberados sob diferentes
agroecologias, no parâmetro que expressa (NTNC), na produtividade de tubérculos não
comercializáveis os resultados não foram significativos em que a maior média foi de 84 e a
menor foi de 34. A variação na composição genética dos genótipos testados e a variação nas
características dos solos e nutrientes, Os genótipos de culturas possuem diferentes capacidades de
absorver e utilizar dos nutrientes disponíveis no solo. Estes resultados não vãos de acordo com os
do presente estudo, com forme mostra o gráfico 8.

Segundo Simões (2015), para o número de tubérculos não comercialização o tratamento (Rosita)
foi o tratamento que apresentou maior número de tubérculos não comerciais e o tratamento T2 foi
o que teve menor número de tubérculos não comerciais.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos (398190.605) e


(Calinga) tiveram a maior média e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) (398098.70), (304350.100), (398208.570), (398190.59), (3992797.23), (398198.99)
e (396033.102) respectivamente, em relação ao número de tubérculos não comerciais, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme a gráfico abaixo:

Gráfico 8: Médias dos tratamentos do número de tubérculos não comerciais.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.3. Peso de tubérculos comerciais

Resultados diferentes foram encontrados por Simões (2015), afirma que o peso de tubérculos
comercializáveis mostrou uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo
com o somatório de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento
pode se observar que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos
comercializáveis. tubérculos seguidos do tratamento.

Segundo Bekele (2018). Estudo de adaptabilidade de variedades melhoradas de batata (Solanum


tuberosum L.), afirma que nas batatas, o peso dos tubérculos tem um papel importante no
rendimento. A produção de maior número de hastes por cova em variedade 1 provavelmente se
deveu ao maior número de brotos observados em variedade 2 no plantio, o que pode ter resultado
de seu potencial genético para capacidade de brotação. Este resultado está em linha no presente
estudo, o peso médio máximo do tubérculo foi registrado para a variedade Belete 79,53 g. No
entanto, a variedade 3 apresentou menor peso médio de tubérculo 39,42 g. Estes resultados não
vao de acordo com os obtidos neste estudo com forme mostra o gráfico acima. A variação pode
ser atribuída à variação genética inerente ao tubérculo
De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que o tratamento (398098.70) teve a
maior média e estatisticamente não diferem dos tratamentos (variedades) (304350.100),
(398208.570), (398190.59),(3992797.23), (398098.99), (396033.102), (398190.605) e (Calinga)
respectivamente, em relação ao Peso de tubérculos comerciais a 5% de probabilidade pelo teste
de Tukey. Conforme a figura abaixo:

Gráfico 9 : Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais.


Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.4. Peso de tubérculos não comerciais

De acordo com Simões (2015), referente ao peso de tubérculos não comerciais, verificou-se que o
tratamento T4 foi o que obteve maior peso de tubérculos na sua média e o tratamento T7 foi o que
obteve o menor peso de tubérculos não comerciais.

Comparativamente aos resultados obtidos no presente estudos, estes não vão de acordo com os
resultados achados no presente estudo.

Segundo Bekele (2018). Estudo de adaptabilidade de variedades melhoradas de batata (Solanum


tuberosum L.), O maior rendimento não comercializável foi de 6,65 No entanto, o menor
rendimento não comercializável foi de 0,98 para as variedades testas. Estes resultados não vao de
acordo com os resultados encontrados neste estudo. Estes resultados não vao de acordo com os
resultados encontrados neste estudo.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos (3992797.23),


(398190.605) e (Calinga) tiveram a maior média e estatisticamente estes não diferem dos
tratamentos (variedades), (398098.70), (304350.100), (398208.570), (398190.59), T6(398098.99)
e (396033.102) respectivamente, em relação ao Número de tubérculos não comerciais, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 10 : Médias dos tratamentos do Peso de tubérculos não comerciais.


Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.5. Rendimento

Os resultados deste estudo divergem de pesquisas anteriores, como a de Kara et al. (2018), que
encontrou clones de batata com rendimentos superiores à cultivar controle, enquanto Bekele
(2018) identificou duas variedades com alto potencial produtivo. No entanto, estas conclusões
não se alinham com os achados do presente estudo, onde os clones (304350.100), (398098.99) e a
variedade (Calinga) demonstraram os maiores rendimentos em comparação com outras
variedades e clones testados.

Além disso, Simões (2015) relatou que apenas quatro clones apresentaram o melhor rendimento
em seu estudo, contradizendo os resultados obtidos aqui. Da mesma forma, Angwenyi et al.
(2016) observaram instabilidade nos rendimentos dos clones avaliados, enquanto este estudo
identificou uma consistente superioridade de rendimento nos clones mencionados.

Essas divergências podem ser atribuídas a factores como a variabilidade das condições de cultivo,
qualidade das sementes e características fisiológicas das plantas, como destacado por Hegney et
al. (1990). Contudo, com base nos resultados obtidos sob as condições específicas do planalto de
Lichinga, os clones (304350.100), (398098.99) e (Calinga) demonstraram uma maior
adaptabilidade e rendimento em comparação aos demais, embora estatisticamente não tenham
sido observadas diferenças significativas entre eles, como evidenciado pelo teste de Tukey.

Gráfico 11: Média dos diferentes tratamentos para o Rendimento.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusão

Com base nos resultados obtidos e nas análises feitas pode-se concluir o seguinte:

 Em relação a hipótese de estudo pode se afirmar que os diferentes clones testados não se
adaptam as condições agro-ecológicas no planalto de Lichinga.

5.2. Recomendações

Para o IIAM recomenda-se:

 Repetição do mesmo ensaio preliminares;


 Continuação de mais estudos referentes a adaptabilidade de clones em diversas zonas
agro-ecológicas da região e do país.

Para a comunidade científica recomenda-se:

 Fazer estudos relacionados com outras variedades utilizando os mesmos tratamentos no


planalto de Lichinga e outras regiões de Niassa;
 Fazer o mesmo estudos com a variável altura de modo a verificar o nível de significância
da variável em diferentes variedades de batata reno.

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