Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2024
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
A presente monografia tem como objectivo avaliar a adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas
condições agro-ecólogicas do planalto de Lichinga, no entanto, sua adaptabilidade a diferentes
condições ambientais é fundamental para garantir o sucesso do cultivo. A Batata reno (Solanum
tuberosum L) é originária na América do Sul, Peru (Cordilheiras dos Andes), sendo o 4° alimento
mais consumido no Mundo, depois de Arroz, Trigo e Milho (Black, 2008).
Segundo FAO (2008)A, a batata reno foi introduzida na região do Vale do Zambeze, a partir do
Malawi, por volta de século 19 por missionários e colonialistas Europeus, de onde se espalhou
para todo o país através dos produtores locais.
A avaliação da adaptabilidade é crucial para selecionar variedades de batata reno que possam
prosperar em diferentes condições ambientais e contextos agrícolas, com ênfase em sua
capacidade de produção e resistência a estresses ambientais.
A avaliação da adaptabilidade das variedades de batata Reno assume uma importância crucial
diante do contexto descrito. Como mencionado, a introdução de novas variedades pelo Instituto
de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) visa lidar com a degeneração das variedades
tradicionais e mitigar os desafios enfrentados pelos produtores, como a limitação imposta pelo
míldio durante a época chuvosa. No entanto, a comparação entre as novas variedades introduzidas
e as variedades importadas da África do Sul revela um desafio em termos de rendimento,
conforme indicado por Carolino et al. (2017).
Essa discrepância nos rendimentos destaca a necessidade de uma abordagem abrangente para
selecionar variedades de batata Reno que possuam não apenas boa adaptabilidade às condições
agroecológicas do planalto de Lichinga, mas também alto potencial produtivo.
Segundo Collares et. al. (2002), o cultivo da batata no País é caracterizado por uma grande
dependência da importação de sementes de cultivares de origem europeia, que representam cerca
de 70% da área plantada. Para atender a demanda e preferência por novos cultivares de batata, o
programa de melhoramento genético da Embrapa tem priorizado obtenção de clones com alto
potencial produtivo, resistência à patógenos e aparência de tubérculos e qualidade de fritura
O trabalho está estruturado em cinco capítulos. No Capítulo I, apresentamos uma visão geral do
estudo e suas motivações. O Capítulo II aborda o referencial teórico que embasa nossa pesquisa.
No Capítulo III, descrevemos as metodologias utilizadas. No Capítulo IV, apresentamos,
analisamos e discutimos os resultados obtidos. Por fim, no Capítulo V, apresentamos as
conclusões e recomendações, sintetizando o trabalho e oferecendo sugestões para resolver o
problema identificado. As referências bibliográficas utilizadas são listadas ao final do trabalho.
1.2. Problema
Em Moçambique, existem várias variedades de batata Reno utilizadas pelos produtores, com mais
destaque a Rosita, Rosetta, Hollanda, Ammesthyst, Diamante e Semoc, das quais apresentam
diversos nomes locais. No entanto, estas variedades se encontram degeneradas. Actualmente,
novas variedades (Calinga, Lulimile, Angónia, Kholophete e Chitukuko) foram aprovadas e
propagadas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que apresentam boa
adaptabilidade nas zonas frescas do planalto de Lichinga e o rendimento médio varia de 20 a 30
Ton/ha, para além de tolerância ao míldio, uma das doenças que tem limitado a produção de
batata na época chuvosa. A variedade Calinga é mais produzida no Planalto Lichinga e é também
conhecida como uma variedade de alta produção e produtividade em comparação com as outras
variedades produzidas na região. Mesmo assim, apresenta baixo rendimento em comparação com
outras variedades produzidas no mundo, como as variedades importadas da África Do Sul, a BP1
e Mondial que os seus rendimentos variam de 30 a 40 ton/ha, (Carolino et al.,2017). Esforços
estão sendo criados pelo CIP e IIAM na busca da melhor variedade de batata que tenham boas
adaptabilidade e aceitabilidade por parte das comunidades locais, no entanto, surge a necessidade
de testar oito clones (Clone 1 - 398098.70, Clone 2 - 304350.100, Clone 3 - 398208.570, Clone 4
- 398190.59, Clone 5 - 3992797.23, Clone 6 - 398098.99, Clone 7 - 396033.102 e Clone 8 -
398190.605) provenientes de Peru, de modo avergoar o melhor clone para a produção massiva da
mesma. Diante do cenário surge a seguinte questão:
Qual dos 8 clones de batata reno se adapta melhor nas condições agro-ecólogicas do planalto
de Lichinga?
1.3. Justificativa
Entender a adaptabilidade dos clones de batata reno é crucial para maximizar a produtividade e a
qualidade dos cultivos de batata. A capacidade de adaptar e seleccionar variedades adequadas
para este tipo de ambiente é essencial para os produtores, contribuindo para a segurança alimentar
e a criação de oportunidades económicas sustentáveis. Isso fornecerá informações valiosas para
produtores, agrónomos e pesquisadores, permitindo a tomada de decisões mais embaçadas no que
diz respeito à selecção de clones viáveis para o cultivo.
O presente estudo contribuirá para o conhecimento científico e práticos relacionados à produção
de batata Reno, fornecendo dados confiáveis sobre a adaptação e o desempenho das variedades
nesse ambiente. Os resultados obtidos poderão ser utilizados para melhorar a produtividade e a
rentabilidade das produções.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
1.4.2. Específicos
Nesse capítulo são abordadas as bases teóricas, e a origem de ideias e teorias nas quais a pesquisa
se baseia para dar suporte a mesma.
A origem da batata reno (Solanum tuberosum L.), é nativa da América do Sul, Peru e foi
consumida por populações nativas em tempos remotos há mais de 8000 anos.
Segundo Pavek, et al. (2019), A batata Reno desempenha um papel crucial na segurança
alimentar global, proporcionando uma fonte rica em nutrientes e calorias para milhões de pessoas
em todo o mundo. Sua adaptabilidade a uma variedade de condições climáticas e sua capacidade
de cultivo em diversos tipos de solo a tornam uma cultura agrícola valiosa e amplamente
cultivada em várias regiões.
A batata Reno é uma importante fonte de nutrientes na dieta humana, oferecendo uma variedade
de benefícios nutricionais. Rica em carboidratos complexos, vitaminas (como vitamina C e
vitamina B6) e minerais (incluindo potássio e manganês), a batata reno fornece energia
sustentável, fortalece o sistema imunológico e ajuda na regulação da pressão arterial. Além disso,
sua fibra dietética contribui para a saúde digestiva e a regulação dos níveis de açúcar no sangue
(Smith & Johnson, 2020).
Segundo Perreira et al. (2003), a batata é uma planta dicotiledónea, pertencente a família
Solanaceae, género Solanum, na qual contém mais de 2000 espécies, das quais mais de 150
produtoras de tubérculos. Cerca de 200 espécies silvestres de batata e 20 cultivadas são
conhecidas, embora se acredite que existem muitas silvestres que, mesmo sendo espécies
tuberíferas, nem sempre formam tubérculos.
2.2.1. Tubérculo-semente
O tubérculo-semente é o principal insumo e, talvez, aquele de maior custo relativo, mas também
fundamental para o bom rendimento e retorno financeiro da cultura. O plantio do tubérculo
semente de qualidade inferior pode vir a comprometer uma safra, mesmo que todas as outras
condições sejam altamente favoráveis ao cultivo, portanto a utilização do tubérculo-semente com
boa sanidade, estado fisiológico e brotação adequada, são fundamentais para o sucesso da cultura
(Furomoto, 2010)
De acordo com Lovato (2012), a raiz da batata reno se origina a partir de gemas subterrâneas e
surge entre o tubérculo-semente na superfície de solo. Apresenta um rápido crescimento nos
primeiros estágios de desenvolvimento da planta até o momento que começa a formação de
tubérculos. O sistema radicular é fibroso, ramificado estende-se mais superficialmente, podendo
penetrar até 80 centímetros de comprimento.
Para Letzenberguer (2005), o caule da batata reno tem duas partes (uma aérea e a outra
subterrânea). A parte aérea é herbácea, com altura que varia de 30 a 90 cm e, a altura da batata
reno depende das condições ambientais (precipitação, humidade relativa, fertilidade de solos e
variedade) podendo variar de 40 a 70cm.
O maior número de hastes ou maior número de folhas da batata reno proporciona maior número
de foto assimilados que são translocados para o crescimento da cultura subsequente maior será
altura. A planta da batata reno é constituída por folhas compostas, formadas por folíolos
irregulares, alguns profundamente recortados, em número e tamanho variáveis, de acordo com a
variedade e até mesmo com as condições de crescimento (Pereira, 2003).
A cultura apresenta registo de número considerável de doenças, das quais algumas são de
purificação e propagação rápidas pois reduzem de forma drástica o rendimento da cultura.
As pragas mais importantes registadas nessa cultura são: besouro de colorado da batata, os
afídeos e as cigarras. As principais doenças são míldio tardio, a podridão anelar bacteriana, a
murcha do fusarium, também os que podem causar danos na produção de batata são os rematados
e os vírus (TANZO, 2005).
A batata reno é considerada a terceira espécie mais importante entre as batatas em Moçambique.
O País produz, por ano, mais de cem mil toneladas (Fao, 2013).
2.4. Adaptabilidade
2.5. Clone
De acordo com Webber (1903) um clone é definido como uma população de moléculas, células
ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original e entre
elas.
Os clones correspondem ao conjunto dos descendentes gerados a partir de uma única planta, por
meio de métodos de reprodução assexuada. Quando a semente germina e se estabelece, poderá
tornar-se uma futura variedade devido à alta heterozigose dessa espécie. Essa nova variedade
poderá ser superior ou inferior em relação aos seus genitores. As características superiores em
relação aos pais, em geral, estão relacionadas à resistência às doenças, aumento da produtividade,
da capacidade de armazenamento e melhoria da qualidade de fritura ( Icb, 2018)
De acordo com Martinho et al, (2011), foram libertadas 7 novas variedades de batata reno, pelo o
IIAM-Centro Zonal Noroeste, com as seguintes características:
a) Angónia
Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca e creme,
de tamanho grande, com o formato redondo, boa para a mesa e para fabrico de chips, que é
produzido ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 29 toneladas/há
b) Calinga
Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca, de tama-
nho grande,com o formato redondo, boa para a mesa, resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais
de 19 toneladas/há.
c) Chitukuku
Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor vermelha de polpa
creme de tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e tem
um bom armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio
de mais de 14 toneladas/há.
d) Kholophethe
Esta variedade apresenta um ciclo de vida até 4 meses, de cor branca de polpa amarela de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais
de 17 toneladas/há.
e) Laldas
Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oblongo, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.
f) WaKaya
Esta variedade apresenta um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 18 toneladas/há
g) Lulimile
Esta variedade apresenta um ciclo de vida de 3 a 4 meses, de cor branca de polpa creme de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser cultivado em ambientes
frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
O ensaio foi realizado na cidade Lichinga no bairro de Massenger, nos campos de produção do
Senhor Tivane, que se localiza no extremo norte do Município de Lichinga na berma da estrada
nacional nº 361. Na província do Niassa ela encontra se no planalto, entre 13º 1425.8"S latitude
norte e 35º 13´14.7"E - longitude este.
A temperatura varia pouco nesta área, sendo mais quente em Setembro /Outubro, com uma média
diária de 21,5°C e mais frio em Julho com uma média diária de 15,7°C. A humidade relativa é
alta nos meses de Janeiro e Fevereiro atingindo 85% e a baixa em Agosto/Outubro (MAE, 2017).
Dados Meteorológicos
80 18
70 16
60 14
12
50
10
40
8
30
6
20 4
10 2
0 0
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Temp. Media HR. Média Preci. Media
3.2.1. Hidrologia
3.2.2. Solo
O solo da área em que o experimento foi conduzido, é solo argiloso vermelho. estes que são solos
profundos, de boa drenagem e de matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas limitações
agro-ecólogicas são a fixação de fósforos e a baixa fertilidade. Nas formações geológicas com
predomínio de superfícies montanhosas, ondulações superiores a 30% e zonas erosionadas
ocorrem solos líticos (leptossolos, solos franco-arenosos, castanhos e pouco profundos (0-30 cm),
possuem uma drenagem excessiva e matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas principais
limitações são a pouca profundidade e o risco maior de erosão (Caomba, 2018).
3.3. Materiais
Para montar e executar o experimento, precisamos de vários materiais importantes. Foram usadas
as sementes básicas do IIAM para garantir que as plantas fossem de boa qualidade. Adubou-se o
solo com nutrientes como N-P-K e ureia para ajudar as plantas a crescerem saudáveis. Marcamos
o campo com estacas e medimos a altura das plantas com uma régua. Um tractor nos ajudou a
preparar o solo e uma moto-bomba retirava água da represa para irrigar as plantas. Usamos
etiquetas para identificar cada tipo de planta. Na colheita, usou-se enxadas para tirar as batatas do
chão e catanas para cortar arbustos. Foram guardadas as batatas em sacos plásticos e as pesamos
com uma balança. Cestos nos ajudaram a transportar as batatas. Com todos esses materiais,
conseguimos fazer nosso experimento e colectar dados importantes sobre o crescimento das
plantas de batata Reno no planalto de Lichinga.
3.4. Métodos
Para o ensaio, usou-se o delineamento de Blocos Completos Casualizados (DBCC). A área total
do ensaio foi de 426.69 m2, com (3) blocos, 9 tratamentos e 3 repetições. Cada tratamento teve 4
linhas das quais 2 uteis e 2 bordaduras. cada linha com 10 covachos, que corresponde na
totalidade 40 plantas por tratamento, perfazendo assim 120 plantas por tratamento e 20 uteis por
cada bloco. Todo o experimento foi semeado 1320 tubérculos. Para o presente estudo foi aplicado
em campo o compasso de 90 cm × 30 cm.
3.4.2. Tratamentos
Os tratamentos usados no ensaio consistiram em 8 clones de batata reno e uma variedade local
que serviu de tratamento controlo no ensaio de adaptabilidade, para determinação dos clones
como tratamento submeteu-se a uma atribuição aleatória aos clones, (Anexo 1).
O ensaio foi instalado numa área de 12.96 metros de largura e 33 metros de comprimento
totalizando 426.69 m2.
Para a preparação do terreno, usou-se tractor para fazer duas lavouras mecânicas e duas
gradagem. A pois a gradagem ser feita, foi feita também a arrumação dos camalhões e abertura de
sulcos (com 15 cm de profundidade).
3.5.1. Adubação
No ensaio foram efectuadas duas adubações sendo a 1ª de fundo, que consistiu em colocar o
adubo NPK, nos seus respectivos talhões e envolve-lo com o solo antes da sementeira.
A 2ª adubação que foi de cobertura, que consistiu em colocar o adubo por cima dos camalhões,
isto depois da sementeira. A adubação foi feita com Ureia.
3.5.2. Sementeira
A sementeira foi feita com base em cordas para uniformizar as linhas e estacas graduadas para
uniformizar o compasso entre as plantas e linhas, para cada covacho foi lançado um (1)
tubérculo-semente.
Amontoa consistiu em formar uma espécie de camalhões por volta das plantas de modo a criar
condições do bom desenvolvimento dos tubérculos e evitar que eles fiquem expostos a radiação
solar.
3.5.4. Rega
Consistiu em fornecer água para as plantas de forma regular para suprir as suas necessidades
hídricas, a irrigação foi feita 3 vezes por semana ou quando necessário até a saturação dos solos.
3.5.5. Pulverização
O controle fitossanitário foi feito por meio de aplicação do fungicida denominado Rodimil e para
o maneio de insetos praga foi feita aplicação do insecticida Lambda.
3.5.6. Colheita
A colheita foi feita meses após a sementeira, com ajuda de uma enxada. Foram colectados para
avaliação apenas os tubérculos oriundos dos 8 clones e 1 testemunho da linha destinada à
avaliação de produtividade. Tomaram-se, então, a quantidade de tubérculos total, comercias e não
comercias, e peso de tubérculos comercias e não comercias.
3.6.8. Rendimento
Os dados do presente estudo serão organizados no Microsoft Excel 2010, em seguida, importados
para o pacote estatístico Rstudio versão 4.0.5 para análise de variância (ANOVA) e o teste de
Tukey para a comparação das médias a 5% de significância, e para a normalidade dos resíduos
recorrendo ao teste de Shapiro-Wilk. Como forma de analisar a relação dependente entre as
variáveis submeter-se-á ao teste de correlação de Pearson.
Tabela. Tabela de Analise de variancia
Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo
a 5% de probabilidade pelo teste F; AP - (altura da planta), NH - (número de hastes), NC -
(número de caule). CV – Coeficiente de variação.
Segundo a tabela de análise de variância, os resultados mostram que, para as variáveis número de
hastes e número de caules, o P-valor é maior que o nível de significância de 5%. Isso significa
que as diferentes variedades ou clones de batata Reno não são diferentes entre si em termos de
crescimento, ou seja, o factor clones de batata Reno não tem um efeito significativo sobre o
número de caules e hastes na região do planalto de Lichinga.
Por outro lado, a altura da planta apresentou um P-valor menor que o nível de significância de
5%. Isso indica que as variedades ou clones de batata Reno diferem em termos de altura das
plantas, de acordo com o teste F.
Quanto ao factor bloco, o P-valor também é maior que o nível de significância de 5%, sugerindo
que os blocos não têm um efeito significativo sobre as variedades de crescimento.
Comparando com estudos anteriores, como o de Bekele (2018), que encontrou uma média de
altura máxima de 83,6 cm e uma mínima de 52,8 cm, nossos resultados mostram uma variação
semelhante na altura das plantas entre as variedades de batata. Essas diferenças podem ser
atribuídas a fatores genéticos, condições de crescimento e ambientais.
Diferentemente dos outros estudos, como o de Simões (2015), que encontrou a maior média de
hastes no tratamento (Rosita), e Bekele (2018), que identificou variações consideráveis no
número médio de hastes entre as variedades de batata reno testadas, os resultados do presente
estudo divergem em termos de padrões de hastes observados.
Além disso, Alfredo (2021) observou diferenças significativas entre as variedades de batata,
destacando que a variedade Lulimile apresentou as maiores médias de hastes. Este estudo
também entra em concordância com a ideia de Alves et al. (2010) de que o número médio de
hastes pode variar consideravelmente dependendo da variedade e do tamanho dos tubérculos
utilizados.
Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
4.1.3. Número de caule
Os resultados deste estudo diferem com as pesquisas anteriores, como a de Bekele (2018), que
encontrou a variedade Jalanie com o maior número médio de caules, sendo estatisticamente
semelhante à variedade Gudanie. Essas descobertas diferem das observadas neste estudo,
conforme ilustrado no gráfico 6. A produção de um maior número de caules por cova pode ser
atribuída ao potencial genético da variedade para a capacidade de brotação. Por outro lado, a
produção de um menor número de caules pode ser influenciada por vários fatores, como a
variedade usada na clonagem, a genética, o tempo de formação e a intensidade de maturação.
Resultados discordantes também foram observados por Alfredo (2021), que encontrou diferenças
significativas na interação entre concentrações e variedades para o comprimento do caule. Esses
resultados diferem com os obtidos neste estudo. Além disso, Flores et al. (2014) destacaram a
importância de um material de propagação de qualidade para um melhor desempenho do
diâmetro do caule, o que pode influenciar os resultados obtidos.
Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo a
5% de probabilidade pelo teste F; CV – Coeficiente de variação.
De acordo com a tabela acima da análise de variância, os resultados indicam que em relação as
variáveis número de tubérculos comerciais (NTC), número de tubérculos não comerciais
(NTNC), Peso de tubérculos comerciais (PTC), Peso de tubérculos não comerciais (PTNC) e
Rendimento (RDH), o P-valor é maior que o nível de significância de 5%, e pode se afirmar que
as variedades ou clones de batata reno não diferem entre se em relação as variáveis de rendimento
ou seja, o factor clones de batata reno (tratamentos) tem um efeito não significativo sobre o NTC,
NTNC, PTC, PTNC e RDH em relação a sua adaptabilidade no planalto de Lichinga.
Em relação ao coeficiente de variação (CV), os resultados indicam que o CV das variáveis NTC,
NTNC, PTC, PTNC e RDH foi de 59.66 %, 44.01 %, 48 %, 48.38% e 21.92 % respectivamente,
é classificado como muito alto, e isso significa que a precisão do experimento é muito baixa para
as variáveis em questão.
Segundo Simões (2015), no seu estudo, para o parâmetro número de tubérculos comerciais
mostraram uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo com o somatório
de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento pode se observar
que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos comerciais. Comparativamente
aos resultados obtidos no presente estudo, estes resultados diferem do presente estudo. A aparente
variação pode ser devida à diferença no potencial genético entre as variedades de batata. Este
facto explica-se pelo facto que durante a pesquisa houve algumas pragas biológicas fisiológicos,
físicos e químicos, os quais são determinados pelas condições ambientais (clima, solo e água) e
por factores genéticos da semente que contribuíram para a redução da produtividade.
Onde: As médias seguidas pela mesma letra minúscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
O rendimento da batata reno depende de muitos factores, incluindo a condição da semente, época
de plantio, período entre a plantação e emergência, percentagem de emergência, número de
caules por planta, desenvolvimento foliar, estádio de crescimento dos tubérculos e sua maturação,
reacção vegetativa com as extremas condições da temperatura, doenças e ataques de pragas
(Baeukema e Van Der Zaag, 1990).
Segundo Placide et al (2022). Na pesquisa que tem como tema Desempenho produtivo,
adaptabilidade e qualidades de processamento de clones de batata pré-liberados sob diferentes
agroecologias, no parâmetro que expressa (NTNC), na produtividade de tubérculos não
comercializáveis os resultados não foram significativos em que a maior média foi de 84 e a
menor foi de 34. A variação na composição genética dos genótipos testados e a variação nas
características dos solos e nutrientes, Os genótipos de culturas possuem diferentes capacidades de
absorver e utilizar dos nutrientes disponíveis no solo. Estes resultados não vãos de acordo com os
do presente estudo, com forme mostra o gráfico 8.
Segundo Simões (2015), para o número de tubérculos não comercialização o tratamento (Rosita)
foi o tratamento que apresentou maior número de tubérculos não comerciais e o tratamento T2 foi
o que teve menor número de tubérculos não comerciais.
Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
Resultados diferentes foram encontrados por Simões (2015), afirma que o peso de tubérculos
comercializáveis mostrou uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo
com o somatório de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento
pode se observar que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos
comercializáveis. tubérculos seguidos do tratamento.
De acordo com Simões (2015), referente ao peso de tubérculos não comerciais, verificou-se que o
tratamento T4 foi o que obteve maior peso de tubérculos na sua média e o tratamento T7 foi o que
obteve o menor peso de tubérculos não comerciais.
Comparativamente aos resultados obtidos no presente estudos, estes não vão de acordo com os
resultados achados no presente estudo.
4.2.5. Rendimento
Os resultados deste estudo divergem de pesquisas anteriores, como a de Kara et al. (2018), que
encontrou clones de batata com rendimentos superiores à cultivar controle, enquanto Bekele
(2018) identificou duas variedades com alto potencial produtivo. No entanto, estas conclusões
não se alinham com os achados do presente estudo, onde os clones (304350.100), (398098.99) e a
variedade (Calinga) demonstraram os maiores rendimentos em comparação com outras
variedades e clones testados.
Além disso, Simões (2015) relatou que apenas quatro clones apresentaram o melhor rendimento
em seu estudo, contradizendo os resultados obtidos aqui. Da mesma forma, Angwenyi et al.
(2016) observaram instabilidade nos rendimentos dos clones avaliados, enquanto este estudo
identificou uma consistente superioridade de rendimento nos clones mencionados.
Essas divergências podem ser atribuídas a factores como a variabilidade das condições de cultivo,
qualidade das sementes e características fisiológicas das plantas, como destacado por Hegney et
al. (1990). Contudo, com base nos resultados obtidos sob as condições específicas do planalto de
Lichinga, os clones (304350.100), (398098.99) e (Calinga) demonstraram uma maior
adaptabilidade e rendimento em comparação aos demais, embora estatisticamente não tenham
sido observadas diferenças significativas entre eles, como evidenciado pelo teste de Tukey.
Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusão
Com base nos resultados obtidos e nas análises feitas pode-se concluir o seguinte:
Em relação a hipótese de estudo pode se afirmar que os diferentes clones testados não se
adaptam as condições agro-ecológicas no planalto de Lichinga.
5.2. Recomendações