Você está na página 1de 17

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Nome: Edrício Cacilda, código: 708192339, Turma I

Tema: Conceito de pessoa (juridicamente, ética, psicológica, personalista, social e


metafísica)

Maputo, 02 de Junho de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Nome: Edrício Cacilda, código: 708192339, Turma I

Tema: Conceito de pessoa (juridicamente, ética, psicológica, personalista, social e


metafísica)

Curso: Licenciatura em Ensino de Português

Disciplina: Introdução a Filosofia

Ano de frequência: 2º Ano

Maputo, 02 de Junho de 2023


Índice

0. Introdução …………………………………………………………………4

1. Conceito de pessoa…………………………………….…………………..5

1.1 Pessoa jurídica………………………..…………………………………..6

1.2 Pessoa psicológica………………………………..……………………….7

1.3 Pessoa como ser sócia………………………………………..……………8

1.4 Pessoa metafísica …………………………………………………………8

1.5 Pessoa ética………………………………………………………………. 9

2. Pessoa em suas relações…………………………………………………….9

2.1 Relação com o mundo…………………………………………………....10

2.2 Relação consigo mesmo …………………………………………….……10

2.3 Relação do homem com Deus ……………………………………………10

2.4 Pessoa relação com o trabalho…………………………………...………..10

3. Consciência moral…………………………………………………………..11

3.1 Graus da consciência moral ………………………………………….……11

3.2 Ética e moral ………………………………………………………………12

3.3 Aspectos da ética individual ………………………………….……………13

4. Resumo………………………………………………………………………14

5.Referências Bibliográficas………………………………………..…………..15
0.Introdução

Este trabalho debruça em torno de pessoa humana, que é considerado como ser
consciente e social nas suas acções. Desde os tempos antigos que esta foi a preocupação
da definição para adequada do conceito pessoa que começaremos por perceber o trabalho
de William Norris Clarke sobre a integração entre a tradição metafísica e tradição
fenomenológica contemporânea sob o conceito de Tomas de Aquino. Torres faz um
desenvolvimento sobre a pessoa jurídica. René Descartes defende que pessoa psicológica
não é definida pela autonomia do ser, mas sim em relação à autoconsciência do
individuo. Kant destaca o carácter racional do ser humano que o diferencia de todas as
outras coisas (incluindo os animais não-humanos), por disporem de desejos e objectivos
autoconscientes. Em outras palavras, os seres humanos são agentes racionais, ou seja,
agentes livres capazes de tomar suas próprias decisões, estabelecer seus próprios
objectivos e guiar suas condutas por meio da razão (CRUZ, 2014). Assevera Xavier
(2009) que o filósofo cristão Santo Tomás de Aquino (1225-1274), ressaltou, sobretudo,
a singularidade da pessoa humana, distinguindo-a de todos os demais seres pela sua
completude, incomunicabilidade, especialidade e racionalidade.
1.Pessoa

Ao definir a pessoa humana, W. Clarke aplica ao conceito de pessoa a dinâmica


Aplicação à pessoa e conceito fundamental da própria da noção de auto-comunicação do
ser. Para Tomás de Aquino, a pessoa é aquilo que há de mais perfeito em toda a natureza,
mas não é um modo especial de ser, como se fosse algo adicionado de fora. A pessoa é
plenitude do ser em si, a existência do próprio ser, aquilo que é plenamente por natureza,
quando não restrita pelas limitações próprias do modo ser. Ou seja, “quando se é
permitido ser plenamente “si mesmo” como presença activa, decorre então que a pessoa
tranforma-se em auto-presença luminosa e auto-controle, ou seja, a auto-consciência na
ordem do conhecimento e da auto-determinação da ordem da acção” (CLARKE, Person
and Being, p.25).
Para se compreender o que o termo pessoa significa precisamente para Tomás de Aquino,
é preciso antes perpassar a longa história que se desenvolveu acerca do termo. Como
visto anteriormente, o termo começa a aparecer, como uma distinção, a partir do direito
romano. Neste período, a distinção é social e jurídica, pois ser “pessoa” significa ser um
ser humano com plenos direitos legais como cidadão romano, como distinguido de
escravos, que eram na verdade seres humanos, mas não pessoas. Embora neste período se
exigisse tal distinção, o termo toma contornos mais evidentes a partir da pressão mais
urgente vinda dos teólogos cristãos para explicar mais precisamente as duas doutrinas
cristãs centrais de Deus como Trindade e da Encarnação. Assim, a distinção entre pessoa
e natureza teve de assumir um significado não mais somente social ou legal, mas a partir
de então ontológico, ou seja, na ordem do próprio ser, (Manuel Cruz: 2014).
Para Clarke apud CRUZ (2014), em termos de sua doutrina metafísica central, da
distinção entre essência (ou natureza) e o ato de existir, de Tomás de Aquino foi capaz de
dar uma explicação mais elegante e precisa da distinção entre pessoa e natureza do que as
dos outros pensadores escolásticos. Para ele, para ser uma pessoa, não basta que se
possua um intelecto completo e individual natural, o qual era um requisito essencial, de
acordo com a clássica definição de Boécio, que diz que a pessoa é uma substância
individual de natureza racional (BOÉCIO, apud CLARKE, Person and Being, p.27). Para
ser uma pessoa em seu próprio direito, tal natureza teria que possuir o seu próprio ato de
existência (esse). Assim, a natureza humana de Cristo, apesar de uma natureza humana
completa, assim como a nossa, não era uma pessoa humana, porque tal natureza foi
apropriada por uma pessoa divina (o Filho ou o Verbo de Deus), que por sua vez é
tecnicamente chamada de união hipostática União de Deus e do homem.
Desta forma, para Tomás de Aquino, a pessoa poderia ser definida como uma natureza
intelectual que possui seu próprio ato de existência, para que ela seja fonte responsável
auto-consciente de suas próprias acções (CLARKE, Person e Being, p.27). Assim, talvez
esta seja uma das melhores descrições de pessoa já dada, uma pessoa é dominus sui, ou
seja, mestre de si mesma, auto-possuidora (na ordem do conhecimento de sua própria
consciência, na ordem da vontade e da acção pela autodeterminação ou livre-arbítrio). A
definição citada acima, “uma natureza intelectual que possui seu próprio acto de
existência” é de fato, de longe, uma expressão acurada do pensamento de Tomás de
Aquino. Mas ela possui uma deficiência: não faz justiça à totalidade da riqueza da
metafísica e originalidade de sua doutrina da existência como ato central e núcleo de toda
perfeição num ser real.

1.2 Pessoa Jurídica

Para Torres, Pessoa Jurídica é uma entidade (empresa, sociedade, organização etc)
formada por uma ou mais Pessoas Físicas, com propósitos e finalidades específicos, e
direitos e deveres próprios e característicos.

De maneira resumida, Pessoa Jurídica é uma entidade com finalidade e propósito


específico, formada por uma ou mais Pessoas Físicas. Por entidade entende-se, por
exemplo, uma sociedade empresarial, que tem direitos e deveres próprios, característicos
e independentes dos direitos e deveres dos seus criadores. Isso quer dizer que, enquanto
cidadão, há uma série de obrigações e responsabilidades legais que precisa cumprir,
assim como existem diversos direitos reservados para você.
A pessoa jurídica é uma entidade geralmente constituída por um grupo de pessoas, a
quem a lei confere personalidade jurídica para actuar na ordem civil, tendo direitos e
obrigações, como uma pessoa natural. Entretanto, embora sendo formada por pessoas, a
personalidade destas não se mistura com a da entidade, que tem sua personalidade própria
independente da dos componentes do grupo, esta é, inclusive, a principal característica da
pessoa jurídica.

1.3 Pessoa Psicológica

O desenvolvimento da reflexão filosófica sobre a pessoa provocou um notável


deslocamento do acento do termo com os modernos. “A partir de René Descartes, a
pessoa define-se não pela autonomia do ser, mas sim em relação à autoconsciência”
(AMATO, p.433). Ele pretende encontrar o “novo curso”, fundação indubitável de
conhecimento que não se dá mais pela adequação do espírito para o real, mas na
consciência. Então há, de fato, uma redução do “eu”: a subjectividade da metafísica da
pessoa humana, que agora equivale à autoconsciência, à subjectividade, ao psicológico.
Trata-se assim, de um ato ou faculdade psíquica da mesma pessoa.
Descartes, impulsionado por sua pretensão de estender seu método apodíctico dedutivo
da ciência geométrica de seu tempo para o método geral de conhecimento também
metafísico, foi em busca daquela verdade “nua e crua”, auto-evidente, irrefutável e
indubitável.
Em busca da verdade apodíctica, Descartes utilizou-se do método da “dúvida metódica”,
submetendo o conteúdo da mente humana para alcançar suas bases indubitáveis,
procurando encontra-lo na certeza da existência e natureza espiritual da alma.

Descartes mostrou certa falta de perspicácia filosófica, preparando o restante do


pensamento moderno (em particular a antropologia filosófica) com base num
“pensamento fraco”, pois não notou dois erros essenciais, que foram destacados, a partir
de Gassendi e tratados posteriormente por Kant, Hegel e Husserl. O ato de consciência,
por si só, prova que há uma consciência, mas não diz nada além disso (BASTI, p.324).
A autoconsciência entendida como modo de pensar universal torna-se assim para Kant o
fundamento transcendental da unidade do objecto do pensamento (conceitos) para cada
homem e, portanto, do seu valor de universalidade-necessidade lógica. Assim, para essa
função transcendental de fundamento de cada tipo de conceituação, o “eu” transcendental
nunca pode ser considerado como uma “substância pensante” de Descartes, objecto de
investigação metafísica, sem cair nas estridentes contradições (antinomias). Cada
procedimento lógico-demonstrativo objectiva demonstrar metafisicamente a existência do
“eu” ou já deveria ser assumido como fundamento da logicidade formal daquela
demonstração (BASTI, p.327).
Assim, para Kant “o ‘eu’ do qual ocorre sempre assumir a existência, pelo simples fato
de pensar, não é aquele da subjectividade metafísica da alma espiritual ou da organização
política.

1.3 Pessoa personalista

A questão que se coloca no personalismo mounieriano está na relação entre pessoa e


indivíduo. Na perspectiva personalista de Mounier, a pessoa não é o indivíduo, porque
esse caracteriza-se pelo egocentrismo e pelo isolamento, atitudes características do
individualismo.
O pensamento de Mounier procura dar um novo significado à pessoa, lutando contra a
reificação fomentada pelos sistemas político, social e económico da época. A saída para
essa crise, de acordo com Mounier, estava na mudança tanto das estruturas económicas
quanto dos valores sociais. Propunha-se, assim, a superar a dicotomia existente entre o
marxismo e o espiritualismo.

. Ao lançar as directrizes básicas da filosofia personalista, Mounier coloca a pessoa como


o núcleo central de suas preocupações. A pessoa passa a ser o centro orientador da
reflexão e da acção do movimento Esprit. Trata-se, segundo Peixoto (2009), de uma
antropologia filosófica que procura compreender o homem como pessoa. Mas essa
dimensão antropológica não pretende apenas uma teorização do universo pessoal. A
elaboração teórica tem a finalidade de se constituir num instrumento prático de afirmação
do carácter absoluto da pessoa, sendo esse absoluto entendido como fim que dá sentido a
toda organização política e social, no que se refere aos direitos da pessoa.
Conforme Peixoto (2017, p. 16), a proposta de Mounier consistia na construção de um
humanismo em constante confronto com os acontecimentos e crises da época.

1.4 Pessoa como ser social

Cada indivíduo, ao nascer, segundo Strey (2002, p. 59), “encontra-se num sistema social
criado através de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-reacções
sociais”. O homem, desde seus primórdios, é considerado um ser de relações sociais, que
incorpora normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade. Assim, a
formação da personalidade do ser humano é decorrente, segundo Savoia (1989, p. 54),
“de um processo de socialização, no qual intervêm factores inatos e adquiridos”.
Entende-se, por factores inatos, aquilo que herdamos geneticamente dos nossos
familiares, e os factores adquiridos provém da natureza social e cultural. O homem é um
animal que depende de interacção para receber afecto, cuidados e até mesmo para se
manter vivo. Somos animais sociais, pois o fato de ouvir, tocar, sentir, ver o outro fazem
parte da nossa natureza social. O ser humano precisa se relacionar com os outros por
diversos motivos: por necessidade de se comunicar, de aprender, de ensinar, de dizer que
ama o seu próximo, de exigir melhores condições de vida, bem como de melhorar o seu
ambiente externo, de expressar seus desejos e vontades.

1.5 Pessoa metafísica

No começo, Immanuel Kant afirma que a antiga filosofia grega dividia a ciência em três:
a lógica, a ética e a física. Para ele, a divisão está correta, mas era preciso apresentar seus
princípios. A intenção de Kant é a fixação do princípio supremo da ética. Além disso, o
objectivo de Kant não é somente especulativo, mas também prático. Ele entende que é
preciso expor o critério para que cada um possa analisar o valor de suas acções. Para
fazer isso, Kant separa a parte empírica das considerações éticas e se volta para a
racionalidade. Ou seja, ele não analisa o que as pessoas estão fazendo, a experiência. Seu
interesse é buscar o fundamento racional e universal da moralidade. É por isso que
fundamentação é metafísica, pois esta palavra na filosofia de Kant se refere ao
conhecimento racional. Para Kant, a moralidade é a submissão da vontade humana a um
dever. E o dever é a necessidade de cumprir uma acção em respeito à lei moral. Kant
define o dever de duas formas: dever por dever e o dever conforme o dever. Somente o
primeiro tem valor moral, pois ele é livre de qualquer interesse, excepto o de cumprir a
lei moral. Já o dever conforme o dever é algo feito visando um retorno. Por exemplo,
defender a própria vida é agir conforme o dever, mas mantê-la mesmo diante de
sofrimentos é um dever pelo dever.

1.6 Pessoa ética

A palavra ética vem do grego, ethos, que significa costume. Kant entende que o ponto
principal da Ética está na boa vontade humana. Para ele, as coisas não são boas ou más
em si mesmas, só a nossa vontade pode ser realmente boa ou má. A boa vontade é
dirigida pela razão e não pelos sentimentos. Além disso, ela é boa por dever e não
conforme o dever. A moralidade, portanto, é fruto de uma boa intenção. O critério da
moralidade de uma acção está no princípio da acção Uma acção só pode ser vista como
ética pelos princípios que orientam a pessoa que a realiza. Ou seja, ela não está no
conteúdo da acção (o que é feito), nem nos efeitos (finalidade), mas pela obediência à lei
moral. Ou seja, uma grande máxima que define Kant seria a boa e velha “o que vale é a
intensão”.

Como o critério para saber se uma acção é moral ou não está na boa vontade, não
podemos saber se as acções que vemos por aí são realizadas por este critério. Deste
modo, a experiência não pode ser o factor principal para basear a ética. Por isso, a lei
moral só pode se basear na razão. Para definir a lei moral, Kant utiliza a definição do
imperativo categórico, que é a forma como ela aparece para nós. Imperativo categórico é
uma obrigação moral incondicional não subordinada a qualquer fim exterior que tem
valor em si e se impõe de maneira absoluta. O imperativo categórico vale em todas as
circunstâncias e independente das consequências.
2. A Pessoa em suas relações

Segundo Soren Kierkegaard (1813 – 1855) citado por ROSA, o elaborador do manual
Introdução a Filosofia da UCM, é um dos filósofos que procurou analisar os problemas
da relação existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus.

2.1 Relação da pessoa com o mondo e outros seres humanos e na natureza

A relação do homem com o mundo - outros seres humanos e na natureza - são dominadas
pela angústia. A angústia é entendida como o sentimento profundo que temos ao perceber
a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que
nossas expectativas sejam realizadas. “No possível, tudo é, possível”, escreve
Kierkegaard. Assim, vivemos num mundo onde tanto é possível a dor como o prazer, o
bem como o mal, o amor como o ódio, o favorável como o desfavorável.

2.2 A relação do homem consigo mesmo é marcada pela inquietação e pelo desespero.
Isso acontece por duas razões: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com
as possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia,
esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.

2.3 A relação do homem com Deus seria talvez a única via para a superação da angústia
e do desespero. Contudo, é marcado pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é
incompreensível pela razão.

2.4 Pessoa relação com o trabalho

Segundo o módulo de I. a Filosofia da UCM, o termo trabalho vem do latim tripalium,


que significa um instrumento de tortura feito de três paus.

O trabalho é toda actividade no qual o ser humano utiliza sua energia física e psíquica
para satisfazer suas necessidades ou para atingir um determinado fim.

Por intermédio do trabalho, o homem acrescenta um “mundo novo” ( a cultura) ao mundo


natural já existente.
O trabalho é, portanto, elemento essencial da relação dialéctica entre o homem e a
natureza, entre o saber e o fazer, entre a teoria e a prática.

Nesse sentido, o trabalho é uma actividade tipicamente humana, porque implica a


existência de um projecto mental que determina a conduta a ser desenvolvida para se
alcançar um objectivo almejado. Pelo trabalho, o homem é capaz de expandir suas
energias, desenvolver sua criatividade e realizar suas potencialidades; pelo trabalho o ser
humano é capaz de moldar a natureza e, ao mesmo tempo, transformar a si próprio. Ou
seja, trabalhando podemos transformar o mundo e a nós mesmos.

Em seu aspecto social, isto é, como esforço conjunto dos membros de uma comunidade,
o trabalho teria como objectivos últimos a manutenção da vida e o desenvolvimento da
sociedade. Assim dentro da visão positiva, o trabalho poderia promover a realização do
indivíduo, a edificação da cultura e a solidariedade entre os homens.

3. Consciência moral

Segundo Platão apud ROSA, a consciência é definida como o diálogo da


alma consigo mesma.

A consciência moral é uma competência avaliadora dos actos pessoais a


capacidade de discriminar entre o que é o bem e o que é o mal. Esta
consciência tem uma base racional. Todos os actos humanos são julgados e
avaliados pela razão, em função de valores livre e racionalmente escolhidos.
É com intervenção do pensamento que tomamos consciência dos problemas
que os compreendemos e criamos soluções que nos parecem possíveis.

3.1 Graus da consciência moral

Para já falaremos de graus de consciência, onde daremos menção a três graus, a saber:
 Consciência passiva: aquela na qual temos uma vaga e uma confusa percepção
de nós mesmos e do que se passa à nossa volta, como no devaneio, no momento
que precede o sono ou o despertar, na anestesia, e sobretudo, quando somos muito
criança ou muito idosos.
 Consciência vivida, mas não reflexiva: é nossa consciência afectiva, que tem a
peculiaridade de ser egocêntrica, isto é, de perceber os outros e as coisas apenas a
partir de nossos sentimentos com relação à elas, como por exemplo, a criança que
bate numa mesa ao tropeçar nela, julgando que a “mesa faz de propósito para
machucá-lo”. Nesse grau de consciência não conseguimos superar o eu e o outro,
o eu e as coisas. É típico por exemplo, das pessoas apaixonadas, para as quais o
mundo existe a partir de seus sentimentos de amor, ódio, cólera, alegria, tristeza,
etc.
 Consciência activa e reflexiva é aquela que reconhece a diferença entre interior e
o exterior, entre si e os outros, entre si e as coisas. Esse grau de consciência é o
que permite a existência da consciência em suas quatro modalidades, que são: o
eu, a pessoa, o cidadão e o sujeito.

3.2 Ética e moral

É a ciência que tem por objecto o fim da vida humana e os meios para alcançá-los.
Historicamente, a palavra ética foi aplicada à moral sob todas as suas formas, quer como
ciência do comportamento efectivo dos homens, quer como arte de guiar o
comportamento. Propriamente a ética deveria ocupar-se do bem como valor primário e
ser assumido pela liberdade como guia das próprias escolhas.

A palavra moral vem do latim, mores, que significa hábitos. Ética e moral, possuem com
efeito, acepções muito próximas uma da outra; se o termo ética é de origem grega, e a
moral, de origem latina, ambos remetem a conteúdos vizinhos, à ideia de costumes, de
hábitos, de modos de agir determinados pelo uso.
Portanto, a grande distinção entre ética e moral está no facto de que a primeira é mais
teórica, pretende-se mais voltada à uma reflexão sobre os fundamentos que esta última. A
ética se esforça por desconstruir as regras de conduta que forma a moral, os juízos do
bem e do mal que se reúnem no seio desta última.

A ética designa uma “metamoral”, uma doutrina que se situa além da moral, uma teoria
raciocinada sobre o bem e o mal, os valores e os juízos morais.

Em suma, a ética desconstrói as regras de conduta, desfaz suas estruturas e desmonta sua
edificação, para se esforçar em descer até os fundamentos ocultos da obrigação.
Diversamente da moral, ela se pretende pois desconstrutora e fundadora, enunciadora dos
princípios ou de fundamentos últimos.

3.3 Aspectos da ética individual

Os aspectos da ética individual são: o Amor, a Indiferença, Ódio e os Sentimentos.

Segundo Japiassú (2001: 12) Amor é o sentimento de inclinação e de atracção ligando os


homens uns aos outros, à Deus e ao mundo, como também o individuo a si mesmo. Para
DESCARTES O amor é uma emoção da alma causada pelo movimento dos espíritos,
levando-a a unir-se voluntariamente aos objectos que lhe parecem ser convenientes.

 Indiferença

Aqui o individuo toma uma posição de ausente em relação ao alheio. Ele” significa uma
ausência em relação a mim, isto é, o Ele é como se não existisse.

 Ódio

É a negação ou a rejeição do Outro enquanto sujeito. O ódio é a rejeição da


subjectividade do outro. No entanto, neste aspecto é necessário que o outro exista, mas
não para o promover, mas sim, para o rejeitar.
 Os Sentimentos

Sentimentos são reacções positivas ou negativas, discretas e suaves, sobre alguém.


Sentimento pode significar: o mesmo que emoção, no significado mais geral, ou algum
tipo ou forma superior de emoção.
4. Conclusão

Deste trabalho constam esclarecimentos sobre a pessoa nas suas diferentes facetas. Na
linguagem do dia-a-dia, a palavra pessoa refere-se a um ser racional e consciente de si
mesmo, com identidade própria. Pois estão neste trabalho apresentadas as circunstâncias
filosóficas em que nasceu e se desenvolveu o conceito de pessoa humana, perpassando a
história ocidental: desde os gregos, romanos, patrística, escolástica, modernos até os
contemporâneos, para poder introduzir o conceito de pessoa abordado por W. Norris
Clarke. São várias as teorias que definem pessoa e suas relações com o universo.
Referências Bibliográficas:

-CRUZ, Manuel Porto (2014) Disponível em:


http://www.historiamais.com/arte_grega.htm. Acesso em: .: 1de Junho de 2023.

-HISTÓRIA MAIS. A Arte Na Grécia Antiga. Disponível em:


http://www.historiamais.com/arte_grega.htm. Acesso em: 1de Junho de 2023.

-MELENDO, T. Metafísica da realidade – As relações entre filosofia e vida. Instituto


Brasileiro de Filosofia e ciência Raimundo Lúlio. São Paulo, 2002.

- Kant, I. (1781), Crítica da Razão Pura, trad. Alexandre F. Morujão e Manuela Pinto

dos Santos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, (2008).

- Kant, I. (1787), A Metafísica dos Costumes, trad. José Lamego, Fundação Calouste

Gulbenkian, Lisboa (2005).

- Kant, I. (1997), Lectures on Ethics, ed. Peter Heath e J. B. Schneewind, Cambridge

University Press, Cambridge.

-MUNDO DOS FILÓSOFOS. São Tomás de Aquino. Disponível em:


http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm#ixzz3K8k0jThi. Acesso em: 21 de
outubro de 2014.

-OCÁRIZ, F.; MATEO SECO, L.; RIESTRA, J. The Mystery of Jesus Christ. 3ed. Four
Courts Press. Inglaterra, 2011.

PONTIFÍCIO CONSELHO DE “JUSTIÇA E PAZ”. Compêndio da Doutrina Social da


Igreja. 6ed. Paulinas. São Paulo, 2010.

Você também pode gostar