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TRABALHO DE FILOSOFIA
O DOCENTE
TURNO: TARDE | SALA Nº 12
CURSO: CIENECIAS ECONOMICAS E JURIDICAS
O DOCENTE
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Adolfo Jorge Catamba
TEMA: A
Nome:
DIMENSÃ
1. Mariana Mendonça Alcino
O DO
HOMEM
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Índice
1. Introdução pg .4
2. O conceito de pessoa e ser humano sob a ótica da antropologia filosófica pg. 5
3. A importância do conceito de pessoa para o direito pg. 7
4. Conclusão pg. 10
5. Referencias. Bibliográficas pg. 11
6.
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1. Introdução
Cuida-se de trabalho em que se pretende investigar as teses controvertidas sobre os
conceitos de homem, pessoa e ser humano, essencialmente sob os enfoques
antropológico-filosófico e jurídico, cuja compreensão é indispensável tanto para
resoluções dos dilemas no campo da Bioética, quanto para a disciplina referente à
proteção jurídica ao indivíduo.
O que temos claro, todavia, é que nem sempre as concepções de ordem antropológico
filosóficas estão em consonância os próprios princípios bioéticos, bem como com as
normas vigentes na ordem jurídica.
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2. O conceito de pessoa e ser humano sob a ótica da antropologia filosófica
Consoante aduz Rachels (2006, p. 132), Kant acreditava que os seres humanos
ocupam um lugar especial na criação. Para ele, os seres humanos possuem um valor
intrínseco, isto é, dignidade, o que os torna valiosos acima de tudo. Outros animais, por
outro lado, possuem valor apenas enquanto servem os propósitos humanos. Os humanos,
todavia, nunca podem ser usados como meio para se alcançar um fim, ainda que vise o
bem-estar da maioria. Trata-se, portanto, de formulação importante do imperativo
categórico kantiano, princípio moral fundamental do qual todas as nossas obrigações e
responsabilidades devem derivar.
Kant destaca o caráter racional do ser humano que o diferencia de todas as outras
coisas (incluindo os animais não-humanos), por disporem de desejos e objetivos
autoconscientes. Em outras palavras, os seres humanos são agentes racionais, ou seja,
agentes livres capazes de tomar suas próprias decisões, estabelecer seus próprios
objetivos e guiar suas condutas por meio da razão (RACHELS, 2006).
Como destaca Ferreira (2005), Locke expressa que o “homem nasce com direito à
liberdade de sua pessoa”. A pessoa, porém, não nasce com o homem. A qualidade de
pessoa deve ser adquirida; é um status a ser alcançado. O homem desenvolve-se para
pessoa; do ser humano passa ao ser inteligente, racional e responsável, que se reconhece
como um si mesmo em diferentes tempos e lugares. Do homem chega-se à pessoa
responsável por seus atos e que, como tal, se reconhece no presente e no passado e da
mesma forma é reconhecida por outras pessoas (FERREIRA, 2005).
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“A questão de saber se um ser pertence a determinada espécie pode ser
cientificamente determinada por meio de um estudo da natureza dos cromossomas das
células dos organismos vivos. Neste sentido, não há dúvida que, desde os primeiros
momentos da sua existência, um embrião concebido a partir de esperma e óvulo humanos
é um ser humano; e o mesmo é verdade do ser humano com a mais profunda e irreparável
deficiência mental — até mesmo de um bebé anencefálico (literalmente sem cérebro)”
(SINGER, 2000).
a)Autoconsciência
b)Autodomínio
c)Sentido do futuro
d)Sentido do passado
g)Comunicação
h)Curiosidade
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importantes para a forma como respondemos a perguntas como ‘Será que o feto é um ser
humano?’”
Desse modo, embora se possa filosoficamente acreditar que os porcos são pessoas,
o fato é que os seres humanos não têm nenhuma razão para tratá-los do mesmo modo
como tratam uns aos outros. No domínio da antropologia filosófica, a categoria de pessoa
não pode ser pensada para além do humano e de que a própria compreensão de pessoa
(DWORKIN, 2003 apud FERREIRA, 2005)
O conceito atual de homem para direito está ligada a concepção filosófica de valorização
da humanidade enquanto capacidade de autonomia, ambas constitutivas do humanismo
moderno. De acordo com Renaut (2004, p. 10):
“(…) o que define intrinsecamente a modernidade é, sem dúvida, a maneira como o ser
humano nela é concebido e afirmado como fonte de suas representações e de seus atos,
seu fundamento (subjectum, sujeito) ou, ainda, seu autor: o homem do humanismo é
aquele que não concebe mais receber normas e leis nem da natureza das coisas, nem de
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Deus, mas que pretende fundá-las, ele próprio, a partir de sua razão e de sua vontade.
Assim, o direito natural moderno será um direito ‘subjetivo’, criado e definido pela
razão humana (voluntarismo jurídico), e não mais um direito ‘objetivo’, inscrito em
qualquer ordem imanente ou transcendente do mundo.”
O direito deve ser enxergado, portanto, como instrumento feito pelo homem para o
homem. E, como tal, deve assegurar a este o status jurídico compatível a sua existência
humana. Tal estatuto advém de sua consideração como pessoa: ser digno de proteção e
respeito.
Consoante adverte Tasca (2009), a princípio pode parecer estranho o teor desse artigo
sexto da DUDH, pois no presente a idéia de ser humano está indissociavelmente ligada à
idéia de pessoa. Todavia, a história do homem comprova que nem sempre foi assim. A
escravidão é um exemplo claro de que o ser humano nem sempre foi pessoa. Referido
instituto legitimou durante séculos a coisificação do homem enquanto ser passível ser
comercializado, explorado e destruído por outros homens. Daí a necessidade de
afirmação permanente dos direitos do homem, além de sua efetiva proteção ou
efetivação.
De acordo com Supiot (2007, p. 236), “os direitos do Homem são os herdeiros dessa
concepção, que vê em cada pessoa um espírito único, o qual vai desenvolver-se ao longo
de toda a sua vida e lhe sobreviverá através de suas obras”. E, ao tratar sobre os
fundamentos jurídicos da pessoa, ele chama a atenção o fato de que em toda sociedade
adota certa concepção do homem que dá sentido à vida humana, bem como que, “sob o
ponto de vista jurídico, nós o consideramos como sujeito, dotado de razão e titular de
direitos inalienáveis e sagrados”. (idem, 2007, p. 12)
A idéia de que o homem é um sujeito dotado de razão não passa por uma demonstração
científica, mas é fruto de uma afirmação dogmática, própria da história do Direito e não
da história das ciências (SUPIOT, 2007).
Por esta razão, o direito deve buscar conciliar toda a ambivalência do homem e
todas as suas dimensões, uma vez que é sua função antropológica instituir o ser humano,
o que significa.
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Nesse sentido, Xavier (2009) ressalta, em termos jurídicos, como sinônimas as
palavras pessoa e sujeito de direito:
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4. Conclusão.
Concordamos com a visão kantiana de que os seres humanos ocupam um lugar especial
na criação, bem como que estes possuem “um valor intrínseco”, isto é, “dignidade”, o que
os torna valiosos “acima de tudo”. E que tratar o ser humano não dotado de
autoconsciência como um animal, subtrai-lhe seu valor, bem como promove um
nivelamento por baixo em relação às outras espécies vivas, na medida em que lhe retira
sua singularidade e importância.
Nada justifica tratar os seres humanos como aos animais, mesmo que se tenha a
boa intenção de valorizar estes últimos.
Embora o conceito filosófico de pessoa seja sempre mais amplo que o do Direito,
este não pode perder vista o valor do homem enquanto distinto e superior a qualquer
outra espécie animal. E que, por isso, deve ampliar cada vez mais seu espectro de
proteção sobre os direitos da pessoa, salvaguardando não só ser biológico dotado de
autoconsciência, mas também a pessoa em potencial (nascituro, embriões); a pessoa em
sua integridade física e psíquica; e a pessoa enquanto corpo humano indisponível.
É esse o tratamento adequado que o direito deve dar a ser humano. Tratá-lo o mais
breve e integralmente como pessoa, conferindo-lhe a proteção necessária que a dignidade
decorrente de sua condição com ser único, irrepetível exige.
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Referências bibliográficas:
BALLONE, GJ – O Indivíduo, o Ser Humano e a Pessoa – in. PsiqWeb Psiquiatria Geral,
Internet, 2001 – disponível em http://gballone.sites.uol.com.br/voce/pessoa.html.
Acessado em 03/05/2010.
CAMPOS, Diogo Leite de; BARROS, Stella. O início da pessoa e da pessoa jurídica.
Extraído de http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/LCamposSBarbas.pdf. Acessado em
24/04/2010.
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