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Índice

1 Introdução ................................................................................................................................ 2

1.1 Objectivos......................................................................................................................... 2

1.1.1 Objectivo Geral ......................................................................................................... 2

1.1.2 Objectivos específicos .............................................................................................. 2

1.1.3 Metodologia .............................................................................................................. 2

2 A PESSOA HUMANA À LUZ DA FÉ CRISTÃ ................................................................... 3

2.1 A Dignidade da pessoa humana ........................................................................................... 3

2.2 A dignidade da pessoa humana baseada na declaração universal dos direitos humanos . 6

2.3 O verbo Encarnado ........................................................................................................... 7

2.4 Homem como um ser de consciência ............................................................................. 10

3 Conclusão .............................................................................................................................. 11

4 Bibliografia ............................................................................................................................ 12
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1 Introdução
Nos últimos anos, é notório o rápido e crescente interesse no estudo sobre a dignidade humana
pois, a dignidade da pessoa humana é um tema profundo que toca o homem na sua essência,
envolve tanto a nossa reflexão cognitiva como também nos leva a encontrar maneiras de vivermos
e pormos em prática os frutos desta reflexão.

Na história pessoal de cada um de nós, começamos a viver e a respeitar a dignidade da pessoa


humana antes de sabermos o que era, pelo menos falo por mim. como diria Platão uma vida não
examinada não merece ser vivida para tal, o modo como o homem se vê marca o modo como ele
se relaciona consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus.

O académico trabalho apresente, consiste na apresentação de várias questões relacionadas com a


dignidade da pessoa humana a partir do verbo encarnado e a sua consciência. Tendo como
abordagem do tema central: a pessoa humana à luz da fé cristã.

1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
❖ Compreender a pessoa humana na luz da fé cristã através da sua dignidade a partir da
encarnação do verbo.

1.1.2 Objectivos específicos


❖ Conceitualizar a dignidade humana e a encarnação do verbo;

❖ Identificar e demonstrar os paradoxos da fé e da encarnação;

❖ Reflectir sobre o engajamento da pessoa humana na fé crista.

1.1.3 Metodologia
Para tanto, este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica que segundo Santos
(2013) abrange "o conjunto de materiais escritos/gravados, mecânica ou electronicamente, que
contêm informações já elaboradas e publicadas por outros autores.

Nesse sentido, a metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho envolverá também uma
abordagem teórico-reflexiva, a partir da pesquisa bibliográfica.
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2 A PESSOA HUMANA À LUZ DA FÉ CRISTÃ


A pessoa humana é uma criatura de Deus, justificada por Jesus Cristo e prometida à divinização.
A visão cristã do ser humano supõe uma estrutura própria de quem crê, espera e ama. Essas são 3
operações reunidas têm significação religiosa e designam à verdadeira relação ao Deus verdadeiro,
o Deus de Jesus Cristo. A relação dos homens a Deus é sempre de ordem activa, da classe do fazer
e introduz sempre uma dinâmica. O cristianismo confessa que a condição humana é, como tal,
vocação a crer, esperar e amar. O cristianismo aprende a olhar a Jesus Cristo e descobrir quem é o
ser humano e o que está chamado a ser. (BRIGHENTI, 2005)

Na visão do autor, na história humana, “Jesus é o único homem, o único verdadeiro, que foi
sempre verdadeiro com a sua humanidade, Jesus foi desde a sua encarnação do princípio ao fim
de sua vida totalmente homem e verdadeiro com a sua humanidade”. Brighenti (2005), reafirma
que Jesus é o único de entre todos, Ele é o único por todos, ele não é o solitário, mas o solidário.

Deste modo, pode se afirmar que Jesus Cristo é protótipo do Homem justamente no momento em
que é tentado. Jesus permanece homem, permanece filho na sua relação com Deus e nos mostra
que, ser homem é ocupar o seu lugar na criação sem jamais se cansar de ser filho e de se relacionar
correctamente de modo a compor com o universo e com os outros.

2.1 A Dignidade da pessoa humana


O termo dignidade advém da palavra latina “dignus” que significa aquele que merece estima e
honra, aquele que é importante19, embora no passado, mais concretamente no Renascimento, a
dignidade era vista como algo que o homem adquiria e que poderia perder, face à vicissitudes da
vida, hoje porem, num contexto jurídico ou ético a dignidade é tida como inerente ao homem, isto
é, independente da sua situação presente, por ser vista como inerente ao homem esta é tida por
todos os homens por igual. (ROCHA, 2012)

Para este autor, A dignidade humana é um tema que em Moltmann assume um papel muito
importante, a sua história leva-o a pensar, reflectir sobre quem é homem, nesta caminhada que faz
encontra a História de um povo que caminha com Deus, de Deus que caminha na história do
homem. Este é um ponto importante, pois para Moltmann a teologia é fruto da experiência, que
ela seja individual ou colectiva, de Deus.
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A teologia surge como a reflexão sobre a presença de Deus na história do homem, pensar no
homem é também pensar em Deus, e vice-versa. O homem é digno porque foi criado à imagem de
Deus. (ROCHA, 2012)

O autor em locução acredita que Primeiro, é desenvolvido a temática da pessoa humana e da sua
dignidade, alicerceando-a na fé cristã, demonstra que a dignidade humana encontra a sua raiz, no
relato do Génesis, o homem criado à imagem de Deus”. A dignidade do homem está ligada aos
direitos, estes não são apenas individuais, mas também sociais.

Ao passo que para Rabenhorst (2008) citado em Rocha (2012), originado do latim dignitas, o termo
“dignidade designa tudo aquilo que merece respeito, consideração ou estima, representando uma
categoria moral da condição humana, sendo, portanto, um conceito, historicamente, construído a
partir de uma consciência humanista da dignidade humana que foi sedimentada desde os filósofos
da Antiguidade”.

O autor afirma que a ideia de dignidade era uma qualidade intrínseca ao homem para os filósofos
estoicistas na medida em que permitia sua “distinção perante os demais seres vivos” onde essa
visão de dignidade da pessoa humana era avaliada de acordo com a posição do indivíduo na
sociedade, dependendo também da forma como ela o reconhecia.

De tal modo que Brighenti (2005) elucida que a Dignidade da pessoa Humana é:

um conjunto de princípios e valores que tem a função de garantir que cada


cidadão tenha seus direitos respeitados pelo Estado. A motivação mais
profunda da dignidade da pessoa humana está na revelação oferecida pelo
Verbo encarnado. O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se
da escravidão das paixões, tendem para o fim pela livre escolha do bem e
procura a sério e com diligente iniciativa os meios convenientes.
Nesse sentido, (Rocha, 2012) refere que;

“A dignidade do homem está ligada aos seus direitos, por isso a dignidade possui três dimensões:
a pessoal, a social e a jurídica. A dimensão jurídica está ligada ao papel que o estado tem em
defender os direitos do homem”.

No mesmo contexto o autor elucida que o Moltmann, demonstrou que “a dignidade alcança o seu
horizonte máximo dentro do cristianismo.” O modo simples como o homem moderno define a sua
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liberdade, de tudo e de todos, inclusivamente de Deus, não lhe facilitou em nada, porque ao perder
a noção de relação perdeu-se o sentido da liberdade para o agir.

Tanto que, o convite da luta pela dignidade da pessoa humana, feita pela fé cristã, parte da relação,
primeiro da relação de Deus com o homem, e consequentemente da relação entre os homens, por
este motivo a liberdade não é tido como a liberdade de, mas como liberdade para. (Idem)

Na visão do autor em referência, A dignidade do homem “é inviolável, um princípio e um direito


que é promovido e defendido na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no entanto nem
sempre é respeitado. Ainda hoje, há homens que vivem em condições que são indignas de um ser
humano”.

De acordo com as precisas conclusões de Souto (2019), baseado com as ideias de (Sarlet, 2009).
Conceitualmente, a dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca e distintiva de cada
ser humano que implica respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando,
neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto
contra todo e qualquer acto de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existentes mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua
participação activa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão
com os demais seres humanos (p.2)

A dignidade humana, observa Bobbio (2002, p. 54) referenciado por Souto (2019. p.10):

“é um princípio que possui características de irrenunciabilidade e intransmissibilidade e retreta o


reconhecimento de que o indivíduo há de constituir o “objectivo primacial da ordem jurídica”.

Em conformidade com as citações, pode-se afirmar que a dignidade da pessoa humana é um


conjunto de valores que exprime os direitos individuais, sociais e políticos de todos os cidadãos.

Por sua vez, Rocha (2012) pontua que na obra de Marco Túlio Cícero, filósofo romano fortemente
influenciado pela Escola Estoicista, considerado como precursor da dignidade humana actual, o
termo “dignitas”, apesar de denotar o status elevado de alguns indivíduos, já apontava para o
sentido de honra.
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Portanto, em Rocha (2012) observamos que; Cícero conseguiu desenvolver um entendimento de


dignidade diferenciado, pois desvinculou a referida ideia de uma noção de “status” social, tornando
possível a identificação da “coexistência de um sentido moral e sociopolítico de dignidade”.
Assim, entendia esse “sentido moral” da dignidade como sendo aquele inato, que todo ser humano
traz consigo desde seu nascimento, pelo motivo de ser o único ser racional existente na natureza.
E, já no que se pode dizer de um “sentido sociopolítico”, admitia a existência de uma vinculação
da dignidade à posição social do indivíduo, sendo que esta poderia sofrer modificações ao longo
da vida.

Brighenti (2005), fundamentando-se na teoria de Kant, nos relata que;

a dignidade da pessoa não consiste apenas no fato de ser ela,


diferentemente, das coisas um ser considerado e tratado em si mesmo,
como um fim em si, e nunca como meio para consecução de determinado
resultado. Ela resulta também do fato de que, por sua vontade racional, só
a pessoa vive em condições de autonomia, isto é, como um ser capaz de
guiar-se pelas leis que ele próprio edita.
O autor complementa este conceito dizendo que tratar a humanidade como um fim em si implica
o dever de favorecer, tanto quanto possível, o fim de outrem, pois sendo um sujeito um fim em si
mesmo, é preciso que os fins de outrem sejam considerados também pelo outro como dele.

2.2 A dignidade da pessoa humana baseada na declaração universal dos direitos


humanos
Nesse diapasão, Nunes (2009) elucida que “a dignidade da pessoa humana é uma conquista da
razão ético-jurídica, fruto da reacção à história de atrocidades, que marcou a experiência do
homem” Dessa forma, tendo como base o princípio da dignidade, os direitos humanos têm sido
incorporados em Constituições nacionais servindo de fonte para decisões judiciais nacionais, em
que o termo ‘direitos fundamentais’ significa os direitos positivados em nível interno, ao passo
que o termo ‘direitos humanos’ designa os direitos naturais positivados nas declarações e
convenções internacionais, relacionados à dignidade, liberdade e a igualdade de todos, assumindo
assim, um carácter supra estatal, uma vez que são direitos positivados. (p. 50-51).

Para Souto Maior (2011), a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, obteve
grande expressão devido às repercussões da Revolução Francesa, tanto que a Constituição
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Francesa de 1791 a incorpora e, a partir daí os direitos do homem ingressam no constitucionalismo


moderno, expressos nos direitos do cidadão. Nesse sentido, é ressaltado o perfil liberal dos direitos
consagrados nas constituições burguesas, iniciando assim a fase histórica contemporânea de
preocupação formal com os direitos e liberdades individuais.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 objetiva delinear uma ordem política
mundial que é baseada no respeito à dignidade humana, sendo assim consagra valores básicos
universais onde Souto (2019) atrelacado a Declaração dos direitos Humanos reafirma que;

“A dignidade é inerente a toda pessoa humana, titular de direitos iguais e inalienáveis; introduz a
indivisibilidade desses direitos; conjuga aos direitos civis e políticos, direitos económicos, sociais
e culturais; e une o valor da liberdade com o valor da igualdade” (p.7).

Assim, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo Souto (2019), se impõe como um
código de conduta para os Estados integrantes da comunidade internacional e consolida um
parâmetro internacional para a protecção desses direitos, que têm sido incorporados em
Constituições nacionais, servindo de fonte para decisões judiciais nacionais e servindo de
parâmetro para o cumprimento do princípio da dignidade da pessoa humana no Estado
Democrático de Direito.

2.3 O verbo Encarnado


A Encarnação do Verbo segundo Praxedes & Nolito (2014), é o mistério central da nossa fé pelo
qual o Filho de Deus assumiu a nossa natureza humana e nela operou a obra de nossa. Este mistério
desvela a grandeza da dignidade e da vocação do homem, pois nele se encerra o plano benevolente
de Deus em relação à humanidade. (p.26)

Na visão do autor a palavra “encarnação” (do latim incarnatio, em grego en-sarkôsis) se torna o
conceito mais usado na teologia ocidental, enquanto “en-hominização” (em grego
“enanthropêsis”) a expressão mais frequente na teologia oriental. Nos primórdios da teologia
“encarnação” é termo utilizado por Santo Inácio de Antioquia e, principalmente, por Santo Ireneu
em referência ao Prólogo de São João (Jo 1, 14): “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. O
significado do termo, porém, não se limita. apenas ao momento histórico em que o Verbo desce
ao seio da Virgem Maria, mas deve ser compreendido em modo mais amplo compreendendo um
sentido histórico, ontológico e soteriológico.
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O mistério da encarnação é revelação do plano salvífico de Deus a favor do homem. Este projecto
divino se origina no seio da Trindade, manifesta-se no envio do Filho e tem sua finalidade na
divinização do homem pelo Espírito Santo.

A Encarnação é a plenitude da auto-comunicação de Deus, ou seja, de sua


economia, é mistério de condescendência divina e estabelece a união
perfeita entre Deus e o homem. “Encarnando-se o Filho de Deus se fez
presente como homem no meio dos homens para comunicar-se com eles e
realizar a união com eles. Assumindo a natureza humana Ele se uniu a
cada homem (PRAXEDES & NOLITO, 2014)
Nesse diapasão, o autor elucida que realização plena da finalidade da encarnação é a auto-
comunicação de Jesus aos homens até as últimas consequências. Para ele, o que se segue após a
ascensão de Cristo até o fim dos tempos é a expectativa de sua consumação, que compreende a sua
extensão e prolongamento em nós e em toda a Igreja, por meio da Santíssima Eucaristia. A
Encarnação continua até o fim dos tempos, pois é um acto pelo qual Cristo se une aos homens, em
sua humanidade redentora. Sendo assim, a auto-comunicação de Jesus continua estendendo-se e
ampliando-se na Igreja e através da Igreja. (p.5)

Segundo o Catecismo da Igreja Católica recitado na formação da pessoa Humana de Praxedes &
Nolito (2014. p. 8), o Verbo de Deus se fez homem para nos salvar, reconciliando-nos com Deus
e para que conhecêssemos seu amor. E ainda, para ser nosso modelo de santidade, Ele que é o
caminho, a verdade e a vida pelo que temos acesso ao Pai a norma da Nova Lei e o modelo das
Bem-aventuranças. O fim último da encarnação, segundo Santo Irineu, é nos tornar participantes
da natureza divina. Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho
do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a
filiação divina, se torne Deus.

De acordo com Bavaresco, Marcos & Fernandes (2018), A doutrina cristã nos ensina que toda a
vida de Cristo é revelação do Pai; mistério de redenção e de recapitulação. Na visão destes, “Tudo
o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por meta estabelecer o homem caído em sua vocação primeira”.
Em Cristo toda a história humana e mesmo toda a criação encontram sua recapitulação a sua
consumação transcendente.

De tal modo que para Santo Irineu citado por Bavaresco, Marcos & Fernandes (2018), aponta a
recapitulação como acção salvífica de Cristo, iniciada na Encarnação, pela qual regenerou o
homem em sua santidade original. A recapitulação foi operada durante todo o curso da vida terrena
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de Jesus, na qual santificou todas as etapas da vida humana a fim de nos restabelecer na comunhão
com Deus, segundo a finalidade da encarnação:

Quando ele se encarnou e se fez homem, recapitulou em si mesmo a longa


história dos homens e, em resumo, nos proporcionou a salvação, de sorte
que aquilo que havíamos perdido em Adão, isto é, sermos à imagem e à
semelhança de Deus, o recuperamos em Cristo Jesus. É, aliás, por isso que
Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo com isto a todos os
homens a comunhão com Deus (IRINEU apud CIC, 518).
O autor em destaque salienta que à luz do mistério do Verbo Encarnado, nos foi revelado que Deus
não é solidão, mas relação. É um Deus Trindade, em três Pessoas: Pai, Filho-Espírito Santo – uma
comunidade de amor: “Deus é Amor”, diz São João (1Jo 4,8). Por sua vez, o ser humano, criado à
sua imagem e semelhança, criatura co-criadora, dotado de liberdade e capacidade para amar, é
também essencialmente relação: relação com Deus, vocacionado a ser filho; relação com os
demais, vocacionado a ser irmão; e relação com a natureza, vocacionado a ser senhor e não escravo
do ter, daquilo que foi dado “tudo para todos”

Do mesmo modo Brighenti (2005) suscinta que no cristianismo, à luz do mistério da Encarnação
do Verbo, Jesus de Nazaré é “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”: o plenamente
humano é divino e o divino é o autenticamente humano. Na aurora da modernidade, com a irrupção
do humanismo, que em grande medida se erigiu contra a Igreja, místicos medievais, entretanto,
colocaram em evidência a congruência entre o humano e o divino: enquanto São João da Cruz
diviniza o humano, Santa Tereza de Ávila humaniza o divino. (p. 32)

Entretanto, percebe-se que apresentar o mistério da encarnação como paradigma da formação da


pessoa humana é o mesmo que atestar o núcleo cristológico de todo o processo formativo, seu
fundamento e desenvolvimento em relação ao mistério de Cristo pois o mistério de Cristo ilumina
o horizonte teológico e antropológico no qual o ser humano descobre e recupera sua identidade
ontológica e a sublimidade de sua vocação.

Podemos afirmar que há uma comunhão real entre os mistérios de Jesus e a vida de cada pessoa
humana. Desde a sua encarnação tudo o que Jesus Cristo viveu está destinado a enriquecer a cada
homem e constitui o bem de cada um ou seja, tudo o que Cristo viveu foi para que pudéssemos
viver nele e para que ele o vivesse em nós. Por sua Encarnação o Filho de Deus, de certo modo, se
uniu a cada homem” Nós somos chamados a ser uma só coisa com ele, partilhamos (comungamos)
como membros de seu corpo de tudo o que Ele viveu em sua carne.
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2.4 Homem como um ser de consciência


A consciência é o núcleo mais secreto e o santuário da pessoa. Ela não é uma função, mas é a
estrutura do ser humano e pode ser identificada com a essência do ser humano. Ela revela, de modo
admirável, a lei do imperativo categórico, que se cumpre pelo amor a Deus e ao próximo.
(BRIGHENTI, 2005)

Para o autor, a consciência é uma faculdade moral. A consciência é elemento que “manifesta aos
homens as suas obrigações morais e os impele a cumpri-las” a pessoa humana é receptora de
normas que deve executar na intimidade da sua consciência onde descobre uma lei que lhe é
imposta. É importante sublinhar a individualidade da pessoa humana na descoberta e execução da
tal lei o que concorre para a explicação da responsabilidade pessoal do sujeito ao cometer qualquer
acto humano. Quando a consciência se encontra de acordo com a norma moral objectiva chama-
se consciência certa; no caso contrário chama-se consciência errónea. A formação errada da
consciência designa-se ignorância invencível e o mal cometido por causa da ignorância invencível,
é um mal, embora não possa ser imputado á pessoa que o comete. A consciência é certa quando é
capaz de formular um juízo moral sem medo de se enganar. Quando, porém, existe alguma
possibilidade de se enganar no juízo que se emite, então está-se perante uma situação de
consciência duvidosa. (p.78)
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3 Conclusão
Conclui se que a pessoa humana é uma criatura de Deus, justificada por Jesus Cristo e prometida
à divinização. É evidente que os princípios permanentes da doutrina social da Igreja constituem os
verdadeiros pilares do ensinamento social católico. Eles radicam no princípio da dignidade da
pessoa humana e podem ser desenvolvidos em temas referentes à vida em sociedade. Porem,
percebemos que a dignidade humana é um princípio que possui características de
irrenunciabilidade e intransmissibilidade. conforme consta dos estudos de Souto (2019), também
observamos que a Dignidade Humana é calcada nos princípios de todos os direitos fundamentais
(civis, políticos ou sociais), em que cada indivíduo possui sua liberdade e, especificamente, o
princípio da dignidade estabelece não só os direitos individuais, mas também os de natureza
económica, social e cultural.

Neste sentido, concluímos que na perspectiva cristã o homem possui uma dignidade que não foi
conquistada, mas tem origem em Deus, é desta dignidade pessoal que nasce uma dignidade
colectiva onde homem, que ao reconhecer a sua dignidade luta pela dignidade de todos que estão
à sua volta. Mas, é preciso ter esperança, não só porque Deus está ao nosso lado, mas também
porque age em nós.

Portanto, de acordo com as teorias elucidadas no presente trabalho percebemos e concluímos que
a consciência é o núcleo mais secreto e o santuário da pessoa. Ela não é uma função, mas é a
estrutura do ser humano e pode ser identificada como a essência do ser humano.

Contudo, acredita-se que a perspectiva cristã tem um contributo valiosa estima a dar pois, o cristão
vê em Deus a fonte da sua dignidade, é chamado a respeitar a sua dignidade e consequentemente
a cuidar da dignidade do seu próximo. Desta feita, é através da perspectiva cristã que entendemos
e concluímos que a dignidade do homem de uma forma dinâmica. onde o desejo pelo poder leva
o homem a por em causa a sua dignidade, e a dos outros, por isso, só com as virtudes teologais o
homem reencontra o seu caminho.
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4 Bibliografia
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BRIGHENTI, A. (2005). O IDEAL DA CONVIVENCIA HUMANA "A LUZ DA FE


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Noleto, G. F. (2014). A FORMACAO DA PESSOA HUMANA A LUZ DO MISTERIO DA


ENCARNACAO. ASPECTOS TEOLOGICOS E ANTROPOLOGICOS. Retrieved Agosto
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ROCHA, N. A. (2012, Abril). A Dignidade da pessoa Humana. Exposicao critica sobre um texto
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