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HISTÓRIA DA FILOSOFIA
Universidade Católica de Pernambuco
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Universidade Católica de Pernambuco
HISTÓRIA DA FILOSOFIA
MODERNA
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Prof. Dr. Diogo Villas Bôas Aguiar
Educação a Distância
Universidade Católica de Pernambuco
EaD
UNICAP
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO - UNICAP
Reitor
Prof. Dr. Pe. Pedro Rubens Ferreira Oliveira, S. J.
Pró-reitor Administrativo
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Pró-reitor Comunitário
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Diretor
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Assessor de EaD
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Msc. Flávio Santos
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Prof. Msc. Flávio Dias
Secretário
Msc. Valmir Rocha
____
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Correção Ortográfica
Msc. Rafael José Oliveira Ofemann
Diagramação
Msc. Flávio Santos
EDIÇÃO 2020
Rua do Príncipe, 526 - Bloco C - Salas 302 a 305
Boa Vista - Recife-PE - Cep: 50050-900
Telefone +55 81 2119.4335
PALAVRA
PROFES
SOR
Olá! Vamos começar o último módulo da nossa disciplina de História da
Filosofia Moderna? Até aqui vimos a formação do pensamento moderno,
passando pelo renascimento, a revolução científica e o embate entre
racionalistas e empiristas. No último módulo vimos a síntese kantiana,
que é o primeiro passo para compreendermos a filosofia alemã dos
séculos XVIII e XIX.
Bons estudos!
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OBJE
TIVOS
UNIDADE 4 - O idealismo Alemão e o Materialismo
Histórico
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O idealismo Alemão
Veja alguns exemplos, para nos ajudar a compor e visualizar um pouco mais
concretamente esse cenário: em Berlim víamos uma composição mais
urbana de círculos intelectuais fortemente ligados a uma vertente inglesa e
francesa do iluminismo cujo expoente era a figura de Moses Mendelssohn.
Uma vertente mais acadêmica era a que estava atrelada à herança filosófica
Já deu para perceber como o cenário era variado, não é? E não chegamos
nem perto de esgotar. Havia outras figuras com considerável influência:
Herder, Schulze, Planner etc. Não vamos nos deter nos detalhes, mas
podemos dizer que a filosofia kantiana ainda representava uma novidade
que começava a circular – curiosamente, não a partir dos textos do
próprio Kant, mas com as Cartas sobre a filosofia kantiana de K. L.
Reinhold, série publicada no Allgemeine Literatur-Zeitung. 11
Assim se formava uma primeira geração de leitores kantianos, ocupando-
se mais fortemente dos problemas morais do que dos epistêmicos e
levantando questões sobre a relação entre as três Críticas (lembra quais
são? A da razão pura, da razão prática e do juízo). No fundo, o problema
que eles começam a colocar, e que se torna clássico nos estudos
kantianos, é aquele sobre a unidade sistemática da filosofia crítica.
Esse foi um período de profunda crise. Mas, ao mesmo tempo, como crises
geralmente parecem proporcionar, de muita efervescência filosófica. Assim,
o contexto estava dado para o surgimento do que ficou conhecido como o
idealismo alemão. Algo feito em torno da filosofia kantiana, sem dúvida, mas
não necessariamente como repetição do filósofo de Königsberg. Pelo
contrário, a defesa do kantismo se deu como uma tentativa de superação
das próprias dificuldades e das questões que ele havia deixado em aberto.
LEGENDA
12 1) Schlegel;
2) Tieck;
3) Goethe;
4) Frommann;
5) Schelling;
6) Schiller;
7) Moreau;
8) Hölderlin;
9) Ritter;
10) Steffens;
11) J. G. Fichte;
12) Hegel;
13) Schuetz;
14) Hufeland.
(Mapa da cidade de Jena, 1858, com marcações das residências de filósofos e figuras notáveis. Fonte: AMERIKS, K.
The Cambridge companion to German idealism. Cambridge, Cambridge University Press, 2017, p. xiv)
Mas vamos ficar com apenas dois, os de Fichte e
Schelling, antes de chegarmos a Hegel. Afinal,
esses três, são os grandes expoentes do idealismo
alemão. Comecemos com Fichte (1762 – 1814), cujo
contato com a Crítica da razão prática de Kant foi
responsável por mudar radicalmente seu modo de
pensar. Sua filosofia, em última instância, foi uma
tentativa, sempre retomada, de explicitar uma
filosofia que fosse capaz de reconciliar a liberdade
humana e a necessidade natural, encaixando-se
perfeitamente no contexto que acabamos de
descrever. Aliás, é importante frisar que o posto
ocupado por Reinhold na Universidade de Jena, o
autor das Cartas sobre filosofia kantiana de que
falamos há pouco, foi oferecido a Fichte logo que
ficou vago.
Nesse sentido, podemos dizer que ele se insere no contexto dos filósofos
que tentaram lidar com o problema kantiano da compatibilização entre a
razão teórica e a razão prática, ou seja, entre determinismo e liberdade.
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Esquema da origem do idealismo alemão a partir do problema kantiano
da articulação entre o teórico e o prático.
Fonte: próprio autor.
Hegel
Como você já deve ter imaginado, é claro que Hegel estabelece como
ponto de partida da sua filosofia uma contraposição em relação ao
dualismo kantiano, tal como ele o interpreta. Nesse sentido, o idealismo
absoluto hegeliano defende que o pensamento reflete a natureza da
própria realidade, não da subjetividade.
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Há duas portas de entrada no sistema hegeliano. A primeira delas é a
Fenomenologia do espírito. A segunda, a Ciência da lógica. Vamos ver na
sequência uma introdução a esses dois textos.
Para que você tenha uma noção mais ampla do livro, podemos dizer que
o percurso da consciência é feito a partir de basicamente três figuras
fundamentais que definem a experiência para atingir o conhecimento de
si mesmo. A primeira delas é a da certeza sensível. Trata-se de um saber
que a consciência toma como verdadeiro e considera apenas um “isto” ou
um “aquilo” imediatos.
A segunda figura é a da percepção. Aqui a consciência não visa
unicamente um “isto” vazio, mas também o qualifica, na medida em que
é capaz de perceber certas características dos objetos, seja para afirmá-
las, seja para negá-las. Por fim, há a figura do entendimento. Trata-se da
reflexão por excelência, quando a consciência conhece a si mesma no
objeto refletido. Essa é a etapa fundamental para a consciência de si e
para a formação do Saber Absoluto.
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A Lógica
Filosofia do Direito
O Materialismo
Marx
Continuou seu curso de Direito, mas sua principal preocupação era com
questões de filosofia e história. Assim, entra em cena, como você já devia
esperar, a filosofia de Hegel. O filósofo já havia falecido há seis anos
quando Marx ingressou na Universidade de Berlim, mas sua influência era
dominante nas universidades.
Foi nesse período que Marx iniciou um estudo dedicado ao idealismo. Leu
Hegel do início ao fim, como relatou em carta a seu pai. Sua formação
hegeliana, além das aulas que frequentou na universidade, se
desenvolveu sobretudo no Doktorklub do subúrbio berlinense, onde se
reuniam os chamados “hegelianos de esquerda”. Você já tinha ouvido
falar nesse grupo? Tratava-se de opositores aos hegelianos que ocupavam
as cátedras da universidade e cargos de prestígio do governo. No fundo,
havia uma disputa pela interpretação da filosofia de Hegel.
Isso mesmo, após a morte de Hegel houve uma clara disputa sobre como
interpretar o seu sistema, o que deu origem ao embate entre um grupo
de esquerda e outro de direita. Um dos líderes da esquerda era o
professor Bruno Bauer. Pesquise um pouco mais sobre ele quando puder,
vai te ajudar a compreender um pouco mais do cenário filosófico no qual
Marx estava inserido.
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Sua vida foi uma luta revolucionária contínua, atuando, inclusive, como
redator em periódicos com forte impacto em questões sociais e
econômicas: Gazeta Renana, Anais Franco-alemão, a Nova Gazeta Renana.
Foi exercendo essa função que conheceu Engels, cuja parceria seria
fundamental.
Não vamos entrar aqui nos detalhes dessa relação que podemos
estabelecer entre Hegel e Marx. Você pode explorar isso nos seus estudos
com a leitura de outros textos. Por aqui, basta indicar para você essa
origem hegeliana da noção de alienação que Marx faz uso.
Pois bem, visto isso, podemos dizer que é através da crítica das alienações
que Marx denuncia o mal-estar do homem moderno. A solução para essa
situação, claro, está na recuperação desse homem em seu ser verdadeiro.
Você sabe quais são as situações alienantes das quais Marx trata? Elas são
basicamente quatro: a religiosa, a política, a filosófica e a social.
Nesse sentido, ela está diretamente ligada à alienação religiosa, pois nada
mais seria do que a expressão racional, portanto filosófica, da própria
religião. Isso não deve ser confundido com nenhuma espécie de anti-
hegelianismo. Marx sempre reconheceu o mérito filosófico de Hegel e sua
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filosofia depende diretamente da dialética hegeliana.
RESUMINDO
História da Filosofia Moderna
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Dedicamos um pouco mais da nossa atenção a Hegel. Vimos como ele
busca superar o dualismo gerado pela filosofia kantiana com o idealismo
absoluto e uma discussão em torno do conceito de objetividade. Assim,
passamos pelas duas portas de entrada do sistema hegeliano: a
Fenomenologia do espírito e a Ciência da lógica.
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Referências
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