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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA MEDIEVAL I
PROFESSOR: JOÃO AZEVEDO
ALUNOS: AMANA MARTINS FAGUNDES -10813646
FLAVIANA PAULINO DA SILVA - 10923582
JANIFFER MARIANNE - 10926105
STEVÃO PINHEIRO DE ALMEIDA - 10923600
FERNANDO ALMEIDA - 10923576

MENDONÇA, Sônia Regina de. O Mundo Carolíngio. Ed. Brasiliense, São Paulo:
1985. Coleção Tudo é História. ( pp.11-64)

1- Como se organizava o domínio senhorial?

O regime dominial era caracterizado como uma grande ou enorme propriedade rural
que variava de dezenas de hectares a 18600 hectares. O domínio era “um organismo em
constante movimento”, pois doações de terras tomadas ou partilhas e fragmentações
faziam-no aumentar ou diminuir rapidamente. Assim, o melhor aspecto pelo qual se
deve ver o Domínio é a estrutura do seu funcionamento, a exploração do mesmo e a
divisão deste entre camponeses e o senhor. Pela deficiência de instrumentos de
produção e técnicas mais aprimoradas de manuseio da terra, a exploração agrícola era
feita em grandes terrenos. Assim, a produtividade do trabalho era baixa e exigia mao de
obra maciça. O domínio se dividia em duas partes. Eram elas a reserva senhorial e as
tenências (ou mansos) camponesas. A reserva era a maior fração de terra, em que havia
as terras cultiváveis (1/3 e ¼ da superfície total), a corte e a terra inculta. As tenências
(2/5 a 2/3 da reserva senhorial) eram unidades de exploração camponesas, que à título
hereditário, satisfaziam as necessidades de um casal de cultivadores. O regime senhorial
necessitava da sua união com as tenências que a cercavam pois era preciso aumentar a
população demográfica que era escassa desde a queda do Império Romano aumentando
a mão de obra e para compensar os efeitos do esgotamento da escravidão com uma
grande quantidade de trabalhadores. Havia uma distinção jurídica entre o manso servil e
o livre. O manso livre deveria ser maior que o servil e eram incumbidos de obrigações
menores que o servil. Este, pelo contrário, detinham uma serie de trabalhos braçais e
permanentes juntos da reserva. Ainda assim, todos os mansos eram dependentes do
senhor e tinham obrigação de pagar o censo, como aluguel da terra usada.

2- O que era a vassalagem e qual o seu papel na sociedade carolíngia?

A vassalagem surgiu como ato espontâneo e pessoal, de características militares,


derivada da antiga fidelidade dos reinos germânicos e os seus seguidores guerreiros.
Essa solidariedade entre rei e súdito era legitimada com um juramento de fidelidade, em
que ambas as partes cumpriam seu papel: os vassalos protegiam o reino militarmente e
o soberano auxiliava o súdito na garantia de seu sustento (na qual a terra era doada
como benefício pelos serviços prestados e o rei fortalecia seu poderio militar). No
período Carolíngio, no qual se acentuou a aceleração do processo de hierarquização da
sociedade, o processo de vassalagem consolidou essa hierarquia social e elevou-a. “A
vassalagem, que até então se constituía num ato pessoal e espontâneo, foi
deliberadamente fomentada pelos soberanos carolíngios, desejosos de incorporarem ao
Estado o compromisso tradicionalmente privado.” (p.33) Isso se deve ao fato de tentar
resolver o problema de como manter a centralização da monarquia, que se fragmentava.
Assim, o poder dos grandes proprietários era necessário para haver uma ligação de
autoridade entre os monarcas e a grande população dispersa. “Foi com esse tipo de
objetivo, visando a garantir ordem e unidade, que os carolíngios patrocinaram as
políticas do juramento e da vassalização.” (p. 34) Porém, se essa hierarquização militar
da sociedade significava a força centralizadora da monarquia, também era a sua própria
negação, pois, a terra se tornou, na negociação, o real fundamento daquela relação de
fidelidade, sendo que nos séculos VIII e IX, havia uma associação automática entre
vassalagem e benefício, que implicava na fragmentação política e no esgotamento da
fonte de poder dos soberanos – a terra. Além disso, a sociedade carolíngia incidiu na
mudança do aspecto transitório das doações de terra, pois, estas foram se tornando
hereditárias ao longo do século IX. A nova prática de doar terras à altos funcionários,
originou uma mistura de honra com benefício que concentrou grandes poderes nas mãos
da aristocracia fundiária. Enfim, “a política vassálica implicou um ambíguo processo de
reforço-desgaste do poder público” (p. 36), mas também fez com que o regime senhorial
desenvolvesse seus traços essenciais.

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