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FICHAMENTO SIMPLES DO TEXTO:

EUROPA EN LA TRANSICIÓN DE LA ANTIGÜEDAD AL


FEUDALISMO: EL MARCO GENERAL DE LA HISTORIA Y
LA PANORÁMICA DE LA HISTORIOGRAFÍA RELATIVA AL
PERÍODO
JOSEP W SALRACH MARES

Escravismo

Pode-se entender a escravidão como um sistema socioeconômico responsável por


mercantilizar um indivíduo ou um grupo o qual sob estes e principalmente sob o viés do estado
é validado judicialmente uma relação de poder baseada na exploração direta de seu ser. Tal
sistema não se estendia apenas ao capturados de guerra, mas a todos os que não possuíam direito
reconhecido sobre sua pessoa e descendência, estando estes submetidos ao processo escravista
e ao não reconhecimento de seus direitos como indivíduo e cidadão (no sentido mais amplo da
palavra). A escravidão perpetuava não só os pequenos domínios como também as grandes
fazendas, podendo haver escravizados para trabalho no campo bem com para trabalhos
domésticos e devido a esse fator, é muito difícil fazer uma estimativa da real relevância que
esse sistema de produção teve na sociedade sob o viés econômico.

O sistema escravista perpetuou durante todo o império romano e é por muitos


considerado a força motriz do império, porém, é válido ressaltar que este não foi o único sistema
presente. A modalidade feudal de produção conviveu com o escravismo e diferenciou-se dele
em diversos aspectos (Pág. 2 – 3).

Sistema de Produção Feudal

O sistema de produção feudal passou a existir quando um camponês passava a ter posse
de uma terra, permitindo que estes tenham alguns direitos reconhecidos (diferente dos
escravizados) sobre o seu indivíduo, descendência e meios de produção. A sua força de trabalho
passa a ser parcialmente própria. Ainda sobre as terras, esse sistema possui a presença da
particularidade na relação com o dominus (senhor/ proprietário). Ao invés da tributação como

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forma de extração de excedentes, esse sistema é adepto a renda, um acordo de caráter e valor
único pré-estabelecido entre o senhor das terras e os trabalhadores (Pág 4 – 5).

O Estado

O estado é a organização social e política que funcionava como um sindicato de


extorsão, onde os membros pertencentes eram representantes militares e entidades do setor
administrativo. O poder não vinha diretamente da esfera econômica como era de se pensar, mas
sim, da organização política, uma vez que os participantes da conjuntura eram estratificados em
uma hierarquia de honras ou dignidades que correspondiam a cargos ocupados no âmbito
religioso, civil e militar. Eram das cidades que emanavam as orientações judiciárias, político e
econômicas, bem como, era o centro de toda a arrecadação fiscal. A tributação massiva no
império possuía como forma de justificativa o mantimento da ordem pública, a segurança e a
garantia da manutenção das cidades (estradas, prédios e outros). Em função do sistema de
decretos, precificação e principalmente da onipresença da tributação, o estado foi o primeiro
agente econômico a intervir em tosos os processos de produção e distribuição. (Pág 3 – 6).

A Tributação/ Imposto

O império romano como um todo sofreu diversas modificações em seu sistema


econômico, antes partindo do ponto, onde a riqueza pública da cidade era inicialmente baseada
na terra e eventualmente vindo a se tornar o imposto sobre os proprietários do campo/ sobre a
terra (também denominado de annona), iugatio/capitalio (avaliado na terra que era possuída) e
outros sobre a propriedade dos comerciantes) ou seja, um modo de produção baseado na
apropriação de excedentes. O imposto era cobrado diretamente a todos os agricultores
considerados livres e aos senhores, caso os camponeses fossem escravos. Os altos impostos a
serem pagos resultaram no aumento dos sistemas denominados como pseudo-feudos, uma vez
que, o estado ainda era majoritariamente influente bem como a tributação imposta, contudo os
primeiros modelos não estatais (enquanto uma figura centralizada) surgiam gradativamente à
medida que o campesinato se incomodava com a forma de cobrança dos excedentes, tornando
preferível para os camponeses a adesão de um sistema não estatal (Pág 4 – 5).

O Fim da Escravidão

O processo de escravização começou a ter indícios do fim durante os períodos de crise


do império. Graças a estas, o estado não conseguia fazer a manutenção do seu sistema
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econômico o que permitia eventualmente um baixo rendimento no trabalho e as rebeliões e fuga
dos escravizados. A forma encontrada pelo império para remediar as revoltas foi a difusão de
uma fórmula denominada de “casamento”. Esta permitia o estabelecimento de famílias de
escravos em unidades de exploração, o que possibilitou a atribuição de casas e terras, sendo
ainda, a autorizados a formar mais famílias, porém, tal proposta se tornou ineficaz e acentuou
ainda mais o caminhar do fim escravista. O que caracteriza um escravizado é justamente a sua
existência enquanto mercadoria, e não como indivíduo. A prática de casar-se com um escravo
não o emancipava de sua condição de servil, porém, economicamente postulando, torna-se
inquilino. Para que possa possível se tornar inquilino, é necessário um documento ou um
contrato consensual na qual o senhor reconhece os direitos sobre a terra, família e meios de
produção, contentando-se apenas com a renda. Logo, o casamento permitia ao escravizado uma
condição de inquilinismo, onde parte dos seus direitos como indivíduos eram reconhecidos,
retirando sob este, o rótulo de escravo, mas também, não o enquadrando socialmente em uma
posição hierárquica (Pág. 5 – 7).

O estabelecimento do serviço doméstico facilitou também a emancipação da condição


servil, tornando estes agora um grupo submetido ao pagamento de aluguéis, o que
eventualmente culminou em uma certa libertação da escravidão Tal fenômeno também é
possível de se perceber durante o império carolíngio, onde foi implementado o sistema de
Cultivo de Reserva, que se baseava na divisão do tempo para o cultivo de posse (cultivo para a
própria subsistência) e o cultivo de reserva (trabalho para o senhor). É afirmado nesse sistema
que a força de trabalho (corveas) e o produti (renda) eram extraídas regularmente pelo senhorio,
contudo, não se tem uma exata certeza se era imposto um teto de exigências a serem cumpridas
ou uma obrigação quantitativa (o mínimo ou máximo) a serem feitas (Pág 11 – 13).

Mudança da Conjuntura Econômica

A economia do sistema feudal era totalmente diferente do modelo econômico baseado


no sistema antigo, e pode-se dizer que isso é em função de uma contração demográfica (uma
diminuição da população) o que permitiu uma análise e uma gestão que mostrava ser mais fácil
a aquisição dos recursos naturais silvestres disponíveis ao homem, o que possibilitou uma dieta
rica e variada, uma melhora na agricultura e no uso da “indústria”. Ocorre neste período um
sacrifício da pecuária em função da predominância de cereais armazenáveis a serem

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produzidos. Neste período a densidade demográfica poderia variar de acordo com a região,
sendo elas ou mais povoadas ou menos povoadas (Pág 9 – 11).

Crise Social e do Estado

O período entre os séculos X e XII foram marcados por diversas crises sociais e
políticas, ainda que separadas por suas peculiaridades, foram estas responsáveis por diversas
transformações no campo. Disputas entre os influentes, aumentando a violência e
consequentemente levando à saques e roubos nas propriedades dos campesinatos. Bem como a
apresentação de acusações abusivas e ilegais, com o intuito de adquirir suas terras. Como
formas de sobrevivência, o campesinato recorria aos senhores da terra a fim de pedir uma
mediação e eventualmente obter uma intervenção a seu favor, enfrentando a violência e
garantindo a paz. Fora nesse período que houve manifestações da igreja a fim de evitar
conflitos, a fim de proteger os fiéis e a si mesma, por meio do movimento “Paz e Trégua de
Deus”. Tal movimento consistia na ameaça da excomunhão a todos os que permanecessem em
conflitos. Estes ainda conseguiram decretar o fim da violência durante as festividades litúrgicas
presentes em dias específicos (Pág 15 – 16).

Bibliografia:

SALRACH MARÉS, J.M . Europa en la Transición de la Antiguedad al Feudalismo: El Marco


General de la Historia y la Panorámica de la Historiografía Relativa al Período. VII Semana de
Estudos Medievais, Nájera, p. 11-26, jun./abr. 1996.

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