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“Você tem 61 escravos trabalhando para você”

No Brasil, assim como em vários países do mundo, já ocorreu o banimento da escravidão.


Entretanto, ela continua a atingir mais de 25 milhões de pessoas até os dias de hoje.

A expressão “escravidão moderna” designa as relações de trabalho em que pessoas são


obrigadas a exercer, contra sua vontade, uma atividade, mediante a ameaças, detenções,
violência física ou psicológica.

A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire
dela sua liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão
estão o tráfico de pessoas, o trabalho infantil, a exploração sexual, etc.

A grande maioria das pessoas que se encontram nessa situação são atraídas por falsas
promessas de emprego e melhoria de vida. Entretanto ao chegarem no lugar combinado,
acabam sendo levadas a lugares isolados, onde têm seus documentos retidos e são atrelados a
uma dívida, que deve ser paga com “trabalho gratuito”.

Um estudo da OIT estimou que a escravidão moderna gera mais de 150 bilhões de lucro
todos os anos, o equivalente à soma dos lucros das quatro empresas mais rentáveis do mundo.

A escravidão moderna é diferente da escravidão antiga. A principal diferença é que, no


período da escravidão antiga, praticada na América Portugal, a lei permitia que uma pessoa
fosse propriedade da outra, uma mercadoria. Atualmente o Código Penal Brasileiro proíbe
essa atitude.

Outra forma de distinção é que os custos para adquirir um escravo eram mais altos antes.
Hoje, as pessoas em situação de escravidão são geralmente aliciadas e muitas vezes o patrão
gasta apenas com o transporte até a propriedade.

Por último, a mão de obra escrava nos tempos coloniais e imperiais era determinada por
características étnicas: os escravos eram negros ou indígenas. Hoje essa característica tem
menor importância, são escravizadas as pessoas em situação de pobreza e miséria,
independentemente de sua raça.

Mesmo que você não seja uma vítima, você é afetado por ela. As empresas, por exemplo,
enfrentam a concorrência desleal de companhias sem escrúpulos, que se beneficiam dos
lucros da mão de obra escrava. Isso pode levar à redução de salários ou ao corte de benefícios.
Além disso, os governos perdem receitas tributárias valiosas e tem que arcar com altos gastos
legais para processar casos de escravidão. Estes recursos poderiam ser investidos em serviços
públicos como educação, saúde ou transporte público, coisas utilizadas por toda a população.

Mas isso não significa que ela seja inevitável. Um esforço coordenado entre os governos e os
ativistas ao redor do mundo pode contribuir para acabar com a escravidão moderna de uma
vez por todas. Este é o propósito do Protocolo da OIT sobre trabalho forçado.

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