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1.

Adam Smith

O filósofo inglês Adam Smith, tido como “Pai da Economia”, viveu durante o período
em que o Iluminismo e a Revolução Industrial se fizeram presentes, logo, várias de
suas ideias são relacionadas a esses dois contextos. Duas de suas principais obras
são: “A Teoria dos Sentimentos Morais” e “Uma investigação sobre a Natureza e as
Causas da Riqueza das Nações”. Na “Riqueza das Nações” fala sobre princípios
econômicos que devem ser seguidos para que haja uma sociedade próspera. De
acordo com ele: A busca dos indivíduos de uma sociedade pelos seus interesses
(ganhar dinheiro; comprar ou vender bens, serviços ou força de trabalho) individuais
pode resultar em competição. A competição define o aprovisionamento da sociedade
com as mercadorias que ela demanda, na quantidade demandada e nos preços que
ela está apta a pagar. Todo mundo se beneficia, as coisas sempre chegariam para
os consumidores com um preço próximo do preço de produção. O interesse próprio
leva os homens a realizarem qualquer trabalho pelo qual a sociedade o recompense.
Se um indivíduo cobra muito caro por seu bem ou serviço, os outros vão procurar
outros fornecedores, e ele será obrigado a baixar os preços para continuar
vendendo. Se o patrão paga muito pouco aos funcionários, em relação a outros
patrões, os funcionários vão mudar de emprego, e ele terá que melhorar o salário
para manter suas atividades. Dessa maneira, todos se beneficiam e os produtos
tendem a chegar ao consumidor próximos do valor de mercado. Os interesses
próprios dos indivíduos acabam por suprir os interesses da maioria. As leis do
mercado também afetam as quantidades de mercadorias: se as pessoas passam a
comprar mais bermudas e menos blusas, as bermudas vão faltar no mercado e seu
preço vai subir. Por outro lado, vão ficar sobrando blusas sem ter quem compre, seu
preço vai cair e a produção de blusas vai ser reduzida. Os funcionários, matérias
primas, fábricas etc que eram usados para fazer blusas serão transferidos para a
indústria de bermudas, porque tá mais lucrativo, até que haja um equilíbrio nas
quantidades demandadas e ofertadas. Ou seja, o mercado tende à homeostase.
Adam Smith também defendia a Acumulação Produtiva: possibilita que o dinheiro
seja investido na geração de empregos e no aumento da produção; enquanto era
contra: restringir importações, subsidiar exportações, governo barrando a
competição e investimento em empreendimentos improdutivos. Adam faleceu em 17
de Julho de 1790.
2. David Ricardo

David Ricardo foi um pensador inglês que nasceu em 18 de abril de 1772 . Seu pai
era um holandês descendente de judeus portugueses. A obra-prima de Ricardo,
Princípios de economia política e tributação, veio a lume em 1817, na cidade de
Londres, muito embora a terceira edição, publicada em 1821, represente
efetivamente a obra acabada. Uma das partes mais importantes de sua obra é a
teoria do valor-trabalho. Para Ricardo, “possuindo utilidade, as mercadorias derivam
seu valor de troca de duas fontes: de sua escassez e da quantidade de trabalho
necessária para obtê-las”. Para que pudesse produzir sua teoria do valor, Ricardo
estudou avidamente a obra de Adam Smith. Há, também, a expressão “teoria dos
rendimentos decrescentes”, que não pode ser encontrada literalmente na obra de
Ricardo. Na verdade, ela provém da interpretação de suas ideias pelos estudiosos.
Terras diferentes possuem características diferentes quanto à qualidade do solo.
Além disso, a disponibilidade de terras não é ilimitada. Assim, terras de qualidade
inferior e de pior localização são postas a produzir em razão do crescimento da
população e do consequente aumento da demanda de alimentos. O uso da terra dá
direito a uma renda a seu proprietário. De acordo com Ricardo, “quando, com o
desenvolvimento da sociedade, as terras de fertilidade secundária são utilizadas
para cultivo, surge imediatamente renda sobre as de primeira qualidade: a
magnitude de tal renda dependerá da diferença de qualidade daquelas duas faixas
de terra”. Além disso, na teoria do Valor de Ricardo: Quanto mais um bem for
demandado pelos consumidores, maior será sua escassez e portanto maior o seu
preço. Ricardo faleceu em 11 de setembro de 1823.

3. Karl Marx

Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo e revolucionário socialista alemão. Criou as


bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu
influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito e
Economia. Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, Renânia, província ao sul da Prússia
- um dos muitos reinos em que a Alemanha estava fragmentada, no dia 5 de maio
de 1818. Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente
de judeu, era perseguido pelo governo absolutista de Guilherme III. Em 1835, depois
de concluir seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, Karl ingressou no curso de
Direito da Universidade de Bonn onde participou das lutas políticas estudantis. No
final de 1836, Karl Marx se transferiu para a Universidade de Berlim para estudar
Filosofia. Nessa época, se propagavam as ideias de Hegel, destacado filósofo e
idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que procuram
analisar as questões sociais, fundamentadas na necessidade de transformações na
burguesia da Alemanha. Entre 1838 e 1840, Karl Marx se dedica a elaborar sua
tese. Doutorou-se em Filosofia em 1841, na Universidade de Jena, com a tese "A
Diferença Entre a Filosofia da Natureza de Demócrito e a de Epicuro". Por motivos
políticos, Karl Marx não consegue a nomeação para lecionar na universidade, que
não aceita mestres que seguem as ideias de Hegel. Com a recusa, Marx passa a
escrever artigos para os Anais Alemães, de seu amigo Arnold Ruge, mas a censura
impede sua publicação. No Segundo Congresso da Liga dos Justos, Marx e Engels
são solicitados para redigir um manifesto. No dia 21 de fevereiro de 1848, com base
no trabalho de Engels, Os Princípios do Comunismo, Marx escreve o "Manifesto
Comunista", onde esboça suas principais ideias com a luta de classe e o
materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário,
e termina com um apelo pela união dos operários no mundo todo. Pouco tempo
depois, Karl e sua mulher são presos e expulsos da Bélgica e se instalam em
Londres. Apesar da crise, em 1864, Marx funda a "Associação Internacional dos
Trabalhadores", que fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a ajuda de
Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O
Capital", em que sintetiza suas críticas à economia capitalista. Karl Marx faleceu em
Londres, Inglaterra, no dia 14 de março de 1883.

4. François Quesnay

François Quesnay (1694-1774), filho de um proprietário de terras, foi o fundador e


líder da escola fisiocrática. Em um artigo de enciclopédia em 1757, François
observou que pequenas fazendas não eram capazes de utilizar os métodos mais
produtivos. Ele era a favor de grandes fazendas gerenciadas por empresários,
antecipando, portanto, os grandes empreendimentos no meio agrícola que surgiram
em nossa época.

De acordo com Quesnay, a sociedade era semelhante ao organismo físico. A


circulação de riqueza e bens na economia era análoga à circulação de sangue no
corpo. Ambos seguiam a ordem natural e ambos poderiam ser compreendidos por
meio de análise cuidadosa.

Seu famoso trabalho Tableau economique mostrou o fluxo circular de bens e


dinheiro em uma economia ideal e livremente competitiva. Essa foi a primeira
análise sistêmica do fluxo de riqueza no que mais tarde passou a ser chamado de
base macroeconômica. Economistas como Smith, Marx e Keynes, que também
descreviam as atividades econômicas em termos de grandes agregados, fizeram um
tributo a Quesnay por dar origem a essa abordagem. Nessa obra, Quesnay assume
que a terra é de propriedade do senhor, mas é cultivada por fazendeiros
arrendatários, que são, portanto, a única classe realmente produtiva. O produto que
os fazendeiros arrendatários criam tem de atender não só às suas próprias
necessidades, mas também às necessidades dos proprietários de terras (incluindo o
rei, a Igreja, os funcionários públicos e outros que dependem da renda dos
proprietários de terras). Além disso, a produção dos fazendeiros atende às
necessidades da classe estéril (fabricantes e mercadores).

O Tableau mostra como o produto líquido circula entre as três classes e como é
reproduzido a cada ano. O Tableau economique de Quesnay foi um prenúncio para
a análise da renda nacional e foi o fundamento do trabalho estatístico para
descrever uma economia. O próprio Quesnay tentou estimar os valores da produção
anual e outros agregados. Quesnay argumentava que "um excesso de luxo na
decoração pode rapidamente arruinar uma nação grandiosa e opulenta". Ele preferia
gastar em matérias-primas. Essa era a linguagem do crescimento econômico em um
momento em que a aristocracia era esbanjadora em seu consumo e a indústria era
muito menos importante do que a agricultura e a mineração, como meio de acumular
riqueza para mais investimento. O pensamento de Quesnay, no entanto, também
tinha um pouco de tom medieval. Isso fica claro em sua glorificação da agricultura e
em sua crença. — contrária à dos outros fisiocratas — de que o governo deveria
fixar a taxa de juros . Quesnay também era favorável à ideia de ''preço justo'', mas
considerava que um mercado livre, em vez de regulamentação por uma autoridade,
poderia atingir isso melhor.

5. William Stanley Jevons

William Stanley Jevons, integrante da escola marginalista, nasceu na Inglaterra.


Jevons publicou vários livros sobre lógica e tornou-se professor de lógica, economia
política e filosofia, primeiro em Manchester e depois na University College, em
Londres.
Jevons afirmava que o valor dependia totalmente da utilidade. Normalmente,
considera-se que o trabalho determina o valor, mas somente de forma indireta,
variando o grau de utilidade da mercadoria por meio de um aumento ou uma
limitação da oferta.
Para explicar a teoria do valor de Jevons, precisamos, portanto, começar com sua
teoria da lei de utilidade marginal decrescente.
A teoria da utilidade marginal decrescente é semelhante às ideias anteriores de
Gossen e de Dupuit. Jevons afirmava que essa utilidade não pode ser medida
diretamente, pelo menos com as ferramentas disponíveis. Esse prazer ou satisfação
subjetiva pode ser estimado apenas observando-se o comportamento humano e
notando-se as preferências humanas. A lei da utilidade marginal decrescente de
Jevons resolveu o paradoxo da água e do diamante que confundia alguns dos
economistas clássicos. Adam Smith acreditava que a utilidade não tem nada a ver
com a grandeza do valor de troca, porque a água é mais útil que o diamante,
embora os diamantes sejam mais valiosos do que a água. O princípio da utilidade
marginal decrescente revela que, embora a utilidade total da água seja maior que a
utilidade total dos diamantes, o "grau final de utilidade" ou a utilidade marginal do
diamante é bem maior que a utilidade marginal da água. Deveríamos preferir ter
toda a água do mundo e nenhum diamante, em vez do contrário; contudo,
preferimos ter um diamante extra a uma unidade extra de água, uma vez que temos
um grande estoque dela.
Escolha racional: a regra equimarginal: Jevons aplicou sua noção de utilidade
final (utilidade marginal) para formalizar uma teoria geral da escolha racional.
O papel da utilidade marginal decrescente é importante aqui. Se a razão entre a
utilidade marginal de X e seu preço for maior que a de outras mercadorias, então o
consumidor racional comprará mais de X e menos dos outros bens. Quando mais X
forem obtidos, sua utilidade marginal cairá; quando menos unidades de bens como
Y e Z forem consumidas, suas utilidades marginais aumentarão.
Consequentemente, as razões entre as utilidades marginais e os respectivos preços
dos bens ficam equiparadas e a utilidade total do consumidor é maximizada.
Teoria da troca: Jevons também utilizou seu princípio de maximização da utilidade
para explicar os ganhos obtidos com as trocas. De acordo com ele, o valor de um
recurso em uma troca é medido de acordo com as necessidades de ambas as
partes.

6. Carl Menger

Carl Menger foi o pioneiro da famosa "Escola Austríaca". A principal obra de Menger
sobre economia foi publicada em 1871, mesmo ano da publicação mais importante
de Jevons, e recebeu o título de Grundsätze der Volkswirtschaftslehre, cuja tradução
em inglês é Principles of Economics. Menger se formou em Viena e Praga e recebeu
seu doutorado pela Universidade de Cracóvia. Um dos pilares de seu pensamento é
a ideia de que valor é essencialmente uma atribuição subjetiva. Porém, para
entender isso, vale a pena analisar com o conceito de "bom" e, em seguida, passar
ao centro da reflexão sobre o determinante dos valores. Segundo Menger, para que
uma coisa qualquer possa ser considerada como um bem, é preciso que contenha
as seguintes características: que a coisa possua qualidades tais que a tornem apta a
ser colocada em nexo causal com a satisfação da referida necessidade; a existência
de uma necessidade humana; o reconhecimento, por parte do homem, desse nexo
causal entre a referida coisa e a satisfação da respectiva necessidade; o homem
pode dispor dessa coisa, de modo a poder utilizá-la efetivamente para satisfazer à
referida necessidade. Uma vez satisfeitos os quatro quesitos descritos, os bens para
Menger podem ser classificados como bens de primeira ordem, que estão em
relação direta e imediata com as necessidades humanas. Nesse caso, podemos
incluir, dentre outros, por exemplo, o pão e a água. Também temos os bens de
segunda ordem, que, por sua vez, possuem nexo indireto e casual com as
necessidades humanas. Aqui podemos classificar, por exemplo, a farinha que faz o
pão e vários bens, que conhecemos nos dias atuais como matérias primas. Temos
ainda, para Menger, os chamados bens de ordem superiores ou os chamados meios
de produção.
7. Léon Walras

Teórico do equilíbrio econômico, Léon Walras nasceu em 1834, em Évreux. Léon


pertence à corrente neoclássica, ele não se restringe a escrever somente sobre a
realidade e sim molda a matemática econômica para mostrar seus mecanismos.
Para ele, a ação principal no sistema econômico não parte da produção, mas sim da
troca. Ele renova a teoria do valor fundado na utilidade, mais precisamente, na
utilidade marginal, isto é, a utilidade da última porção do bem consumido.
Desenvolveu o modelo de mercado de concorrência pura e perfeita. A grande
contribuição de Walras ao pensamento econômico se deve à teoria do equilíbrio
geral. Apesar de fazer parte da corrente liberal, Walras invoca a intervenção do
Estado. Justifica a existência de monopólios naturais, mas defende a nacionalização
das terras. E é favorável a uma regulação estatal da criação monetária. Walras
reformula a teoria do valor. Para Walras, o valor está associado à utilidade do bem
junto ao consumidor. Assim é possível entender as diferenças que Walras fez sobre
as diferenças entre útil e agradável, necessário e supérfluo, desse modo estão
entendidas as necessidades essenciais dos indivíduos. Conforme ele diz, o mercado
concorrencial assegura a regulação do sistema econômico. Os mercados se
dividiam em três grupos: Mercado de bens e serviços que se apresentava através da
satisfação do consumo final dos lares, os distribuidores podem ser comércio
varejista, grandes lojas de departamentos e hipermercados. Era o mercado de
trabalho que permitia o encontro entre a oferta de trabalho e a demanda de trabalho,
nesse caso o trabalho humano é considerado mercadoria. E por último o mercado
do capital faziam parte desse tipo os mercados monetário e financeiro,
estabelecendo uma relação entre a oferta e a demanda de capitais por um curto
prazo, as transações são feitas através de carta de créditos públicas ou privadas, ou
por valores mobiliários, um exemplo muito conhecido é a Bolsa de Valores.

8. Vilfredo Pareto

Vilfredo Pareto foi um cientista político, sociólogo e economista italiano.Wilfried Fritz


Pareto nasceu na França, de pais italianos da Ligúria; sua família detinha o título de
nobreza desde o início do século XVIII. Seu avô, Giovanni Benedetto Pareto, foi
nomeado barão do império por Napoleão Bonaparte em 1811. Seu pai recebeu asilo
em Paris devido às suas ideias republicanas e antipiemontesas. Lá se casou com
Marie Méténier. Em 1867 a família de Pareto voltou à Itália, onde este concluiu os
estudos secundários clássicos e estudos científicos na Universidade Politécnica de
Turim. Durante o período de 1874 a 1892 viveu em Florença, tendo sido engenheiro
ferroviário e diretor-geral das estradas de ferro italianas. Nesta época também
participou da Sociedade Adam Smith em Florença e junto a esta em manifestações
contra o socialismo de estado, o protecionismo e o militarismo do governo
italiano.Era adepto, na época, da democracia e do liberalismo. Em 1882 foi
candidato ao cargo de deputado, sem sucesso. Em 1889 casou com Alessandra
Bakunin. Entre 1892 e 1894 publicou estudos sobre os princípios fundamentais da
economia pura, entre outros pontos da teoria econômica. Em 1892, após contato
com L. Walras, este o indicou para tomar seu lugar na cadeira de economia política
da Universidade de Lausanne. Em 1893 assumiria o cargo. Pareto introduziu o
conceito de ótimo de Pareto e ajudou o desenvolvimento da microeconomia com a
ideia de curva de indiferença. A partir de então, tal princípio de análise, conhecido
com Lei de Pareto, tem sido estendido a outras áreas e atividades, tais como a
industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda
metade do século XX. Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta
disciplina ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário à
ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua
utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não lógicas,
diferentemente do objeto da economia como sendo as ações lógicas. A utilidade é o
objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a
estudar de forma lógica ações não lógicas, que, segundo ele, são as mais comuns
entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas
um ser que raciocina tão somente. Frequentemente este homem tenta atribuir
justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar
pelos sentimentos.
9. Alfred Marshall

Alfred Marshall nasceu em Londres, 26 de julho de 1842, e foi um dos mais


influentes economistas de seu tempo. Marshall cresceu no subúrbio londrino de
Clapham e foi educado na Merchant Taylor's School onde demonstrou aptidão para
a matemática. Seu livro, Princípios de Economia procurou reunir num todo coerente
as teorias da oferta e da procura, da utilidade marginal e dos custos de produção,
tornando-se o manual de economia mais adotado na Inglaterra por um longo
período. Tornou-se professor em 1868, especializando-se em economia política. Ele
desejava melhorar o rigor matemático da teoria econômica e transformá-la numa
disciplina mais científica. A economia de Marshall pode ser entendida como uma
continuação do trabalho de John Stuart Mill, Adam Smith, e David Ricardo. Ele
minimizou a importância da contribuição de outros economistas a sua obra, tais
como Vilfredo Pareto e Jules Dupuit, e só com relutância reconheceu a influência de
William Stanley Jevons. O método de Marshall, o qual influenciou boa parte dos
economistas ingleses posteriores, consistia em utilizar a Matemática aplicada como
meio de investigação e análise de fenômenos econômicos, e o raciocínio lógico e as
aplicações práticas como meio de exposição desses mesmos fenômenos. A
introdução do elemento tempo, por Marshall, na teoria econômica conseguiu unir as
duas mais fortes e antônimas teorias, de sua época, sobre o valor. Segundo a
Economia Política Clássica, o valor é agregado pelo trabalho no processo de
produção; é, por conseguinte, o custo de produção. Por outro lado, a Escola
Marginalista entendia o valor de uma mercadoria através da capacidade da mesma
em satisfazer necessidades humanas, sendo definida pela utilidade marginal. Com a
introdução do fator tempo, na distinção entre longos períodos e curtos períodos,
Marshall conseguiu determinar a importância tanto do custo de produção (para
longos períodos) como da utilidade marginal (para curtos períodos), na formação do
valor das mercadorias.

10. Joan Robinson

Joan Violet Robinson nasceu em 31 de outubro de 1903, em Camberley, Surrey,


Inglaterra e faleceu em 05 de agosto de 1983, em Cambridge, Inglaterra. Nasceu
numa família de classe média e de fortes princípios éticos. Seu bisavô
paterno,Frederick Denison Maurice, envolveu-se em controvérsias religiosas
perdendo, por consequência, a cadeira de Teologia (Filosofia Moral) no King’s
College. Seu pai, Major General Sir Frederick Barton Maurice, acusou publicamente
o Primeiro Ministro Lloyd-George de enganar o Parlamento Britânico e o País, por
recusar-se a reforçar o exército britânico no front ocidental durante a I Guerra
Mundial. O debate que se seguiu ficou conhecido como "questão Maurice" e
custou-lhe a carreira no exército. Para a unanimidade dos biógrafos de Joan
Robinson, estes dois debates públicos, um em torno de questões religiosas, outro
em torno de questões militares - ambos em função de posições de princípios -
marcaram sua personalidade e particularmente sua atuação na vida pública e
acadêmica, caracterizada pelo não-conformismo, pela paixão por desafios e por uma
certa irreverência. Estudou Economia no Girton College da Universidade de
Cambridge de 1921 a 1925 e logo depois de graduada casou-se com Edward Austin
Gossage Robinson, na época um Junior Fellow do Corpus Chisti College de
Cambridge. De 1926 a 1929 os Robinson moraram na Índia, onde E.A.G. Robinson
assumiu o cargo de tutor do Marajá do estado de Gwalior. Durante sua estadia
naquele país, Joan Robinson participou de um grupo que discutia a transferência de
recursos entre os estados semi-independentes do Principado Indiano, a Índia
Britânica e a Coroa Britânica. O estudo coletivo, intitulado The British Crown and the
Indian States, foi levado a Londres por representantes indianos para ser
apresentado em uma reunião que trataria do assunto. Joan Robinson foi
acompanhando o grupo como a única economista treinada e ativamente envolvida
com a apresentação do relatório. Não parece haver dúvidas de que sua experiência
na Índia - e isto é consensual em todas as suas biografias - criou um vínculo afetivo
e intelectual entre ela e aquele país, que se refletiria também na sua permanente
preocupação com os problemas dos países subdesenvolvidos. Seus livros sobre a
concorrência imperfeita, a teoria marxista, a acumulação de capital, e crescimento e
desenvolvimento econômicos marcaram de forma indelével a teoria econômica
contemporânea.Joan Robinson faleceu no dia 5 de agosto de 1983.

11. Thomas Malthus


Thomas Robert Malthus estudou no Jesus College, Cambridge, e em 1797 foi
ordenado sacerdote da Igreja anglicana. A partir de 1805 ensinou economia política
em Haileybury, levando a vida modesta e tranquila de um vigário rural anglicano.
Malthus publicou várias obras de economia política, sobretudo Uma Pesquisa sobre
a Causa do Presente Alto Preço dos Alimentos, em 1800, e Princípios de Economia
Política, tendo-se em vista sua Aplicação Prática, em 1820. Como economista,
Malthus exerceu certa influência sobre David Ricardo e, por outro lado, antecipou
ideias mais tarde desenvolvidas por Keynes. Malthus deve sua celebridade, no
entanto, a uma obra sociológica e demográfica que publicou anonimamente, em
1798: Um Ensaio sobre o Princípio de População. Nela, Malthus tirou das
estatísticas disponíveis em seu tempo a conclusão de que a produção de alimentos
só cresce em progressão aritmética, enquanto a população tem a tendência de
aumentar em progressão geométrica. A consequência inevitável dessa proporção,
segundo Malthus, seria uma crescente miséria das grandes massas de população:
pobreza extrema e fome permanente. Quando esses males chegam ao auge, a
própria natureza intervém, corrigindo-os por meio de guerras, epidemias, etc.,
reduzindo violentamente a população. Malthus recomenda, contudo, não esperar
essas catástrofes. Seus remédios são os seguintes: negar às populações toda e
qualquer assistência (hospitais, asilos, etc.) e aconselhar-lhes a abstinência sexual
para diminuir a natalidade. A origem dessas ideias de Malthus é, em parte,
econômica, em parte, religiosa. O pano de fundo dessa primeira forma do
malthusianismo é a situação social da Inglaterra no começo do século 19: um forte
êxodo rural, de camponeses que se transformaram em operários industriais,
causando crescimento rápido das grandes cidades, e uma agricultura de técnica
obsoleta, incapaz de alimentar a população inglesa. Por outro lado, Malthus era um
calvinista rígido, considerando a má sorte do gênero humano como consequência
irremediável da predestinação que lhe fora reservada pela Providência. Durante o
século 19, as estatísticas não confirmaram as previsões pessimistas de Malthus. Os
progressos da agricultura científica (adubos artificiais) a partir das pesquisas de
Liebig e a possibilidade de importar de países ultramarinos trigo e carne, em
grandes quantidades, melhoraram sensivelmente os níveis de abastecimento e
alimentação. Por outro lado, e apesar do crescimento das grandes cidades, a
população não aumentou em progressão geométrica. Com a melhoria da situação
das massas, a natalidade decresceu e as classes médias utilizaram meios
anticoncepcionais para manter pequeno o número de filhos. Apesar do pessimismo
de suas proposições, Malthus foi um homem gentil e generoso. Ele é considerado o
pai da demografia.

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