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Centro Educativo Mira Flores

FICHA DE HISTÓRIA/9ºANO LETIVO 20__/20___


O feudalismo tem início com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente
(Europa).
Conceito:
Feudalismo - sistema social e político que surgiu no início da Idade Média (Século V-XV) desenvolvido e instalado
na Europa durante vários séculos, mas em constante evolução.
Caraterísticas do Feudalismo:

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ESTRUTURA POLÍTICA DO FEUDALISMO

O período de invasões provocou um clima de insegurança e de medo, o que


Levou os reis a pedir auxilia militar aos senhores nobres e eclesiásticos. Esta
situação provocou em grande parte da Europa o estabelecimento de laços de
dependência entre os senhores. Membros da nobreza e do clero menos poderosos
colocaram à disposição de grandes senhores as suas armas e homens, tornando-se
assim, seus vassalos.
Como recompensa dos serviços prestados e fidelidade recebiam feudos (terras,
cargos ou direitos vitalícios) e proteção do senhor. Os grandes senhores por sua
vez eram vassalos do rei, considerado o suserano dos suseranos.
O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo (quem recebia a terra).
, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano.
O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no
sistema de produção. O vassalo não era proprietário do feudo – ele podia usufruir desse bem, mas
estava proibido de vender a terra. A partir do século IX, o feudo tornou-se um bem hereditário. Ao
receber as terras o vassalo tornava-se senhor das terras, que recebia.Ele podia então doar parte dessas
terras a um outro homem, e assim tornar-se também suserano ou senhor.Tal procedimento poderia
ocorrer diversas vezes.portanto era comum um homem ser senhor e vassalo de diferentes pessoas.
As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os
poderes, jurídico, económico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de
terras (feudos).
PODER LOCAL
Os senhores feudais tinham mais forças do que o rei.Os reis que já não conseguem honrar suas obrigações
para com os nobres doam-lhes grandes domínios com todos os direitos sobre eles.Tal procedimento
enfraquece o poder real e fortalece o poder regioanl originando uma total descentralização política.Os
senhores feudias dispunham de riqueza e poder militar passam a gozar, nos domínios senhoriais, de
poderes que deveriam ser exclusivo dos reis:cobrança de impostos às populações, aplicação da jstiça,
cunhagem de moeda e posse de terras.
Cada feudo possuía seu próprio exército, composto principalmente pelos cavaleiros nobres, que eram
guerreiros regulares, e por servos convocados, se houvesse necessidade.
A cavalaria medieval, constituía um verdadeiro exército particular, fundada nos ideais de honra, lealdade
e heroísmo. Ser cavaleiro era ambição de todos os jovens nobres.
O treinamento começa a partir dos sete anos de idade, quando serviam de pajens de um senhor, momento
em que aprendiam montaria e manejo de armas. Em seguida, tornavam-se escudeiros, acompanhando os
senhores cavaleiros nas guerras e nas caçadas.
O CONTRATO DE VASSALAGEM
O contrato de vassalagem realizava-se através de uma cerimónia religiosa, que compreendia três
momentos distintos:
 Homenagem – o vassalo, ajoelhado e sem armas, declarava a vontade de entrar para a
clientela do senhor, ou seja, exprimia por gestos e palavras que desejava ficar na dependência do mais
poderoso, o senhor ou suserano.
 Juramento de fidelidade- momento em que o vassalo
com as mãos sobre a Bíblia jurava fidelidade e obediência
ao senhor.
 Investidura- momento em que o suserrano entregava ao

vassalo um objeto que simbolizava o feudo.


O contrato feudo-vassálico unia para sempre vassalo e suserano.
Impunha obrigações e direitos a ambas as partes:
 O vassalo devia ao senhor fidelidade, conselho,
ajuda económica e militar.
 O suserano devia ao vassalo proteção e sustento através
1.Celeiro; estábulo. 2. Igreja. 3.Ferraria. 4.Campos de
 da concessão do feudo. pastagens comuns. 5.campos cultivados senhoriais.
6.pantanos. 7.Fornos. 8.Solo improdutivo.9.Terra de
Este conjunto de relações de dependência pessoal originou pousio. 10.Bosques. 11.Campos cultivados pelos
camponeses.12.Pomar. 13.Prado. 14.Moinho.15.Castelo.
o nascimento da sociedade feudal. 16.casa do pároco. 17.Aldeia.
ORGANIZAÇÃO DOS FEUDOS

• Domínio senhorial –
onde ficava o castelo
com terras de uso
exclusivo do senhor.
.Terras servil – composto
por vários lotes,
arrendados aos servos.

Dominio Senhorial
-Terras comuns –
Terra Comunal
composto por bosques e
pastos usados tanto pelo Terra servil

senhor como pelos


servos

O SENHORIO era a típica unidade de produção feudal. Concedido pelo Rei a um senhor, consistia em
um domínio formado pelas terras e pela autoridade sobre seus habitantes para fazer justiça, cobrar
impostos e organizar a defesa militar.

SOCIEDADE FEUDAL

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada (as pessoas estavam
ordenadas de acordo com a sua importância social).
Era tripartida , constituída por três ordens, cada qual Os que oram

com a sua função: O Clero (os que oram), a Nobreza (Os que lutam)
e o Povo (camponeses, comerciantes e artesões), os que trabalhavam.
O Clero e a Nobreza, em minoria, eram os grupos privilegiados, Os que lutavam

detentores do poder e da riqueza. O Povo era o grupo maioritário,


vivia pobremente e na dependência dos grupos privilegiados. Os que
trabalhavam
O Clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois
era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de
impostos e arrecadava o dízimo. O Clero subdividia-se em duas
categorias: o Alto Clero (Abades e Bispos) privilegiado e dos quais muitos são senhores feudais, e o
Baixo Clero (Monges, Presbítero e Diáconos), de condições bastante modesta, que partilha dos sofrimento
e miséria do povo miúdo. Geralmente dedicavam-se à questões religiosas e culturais (ensino em
particular), mas também administrativas.
A Nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e
arrecadava impostos dos camponeses. A Nobreza também subdividia-se em Alta Nobreza e Pequena
Nobreza. Além de administrar os seus domínios, os nobres tinham como principal atividade a guerra,
muitas vezes privadas, e ocupavam seus tempos livres em banquetes, torneios de combate e caça no
bosque da reserva.
A terceira camada da sociedade era formada pelo Povo: os servos (camponeses) comerciantes e pequenos
artesãos.
Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como:
- corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção para o senhor
feudal), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

ECONOMIA FEUDAL
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém
eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era
a base económica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder, riqueza e prestigio social.
O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho
agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
Caraterísticas: Natural, agrária, fechada e de subsistência.
Razões ou Fatores da Fraca Produtividade da Terra:
• Instrumentos agrícolas eram rudimentares e fabricados
de madeira;
• Não se fazia adubação das terras e deixavam as terras de
pousio ou descanso, para outros anos agrícolas;
• O solo era demasiado utilizado, o que não permitia colheita
superior a 3 a 4 vezes aquilo que se semeava;
• Instabilidade climática.

RELIGIÃO
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso.
Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de
pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder
económico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. A sua importância
advinha das seguintes funções: religiosas (a oração e celebração de cerimónias), culturais (era o grupo
social mais instruídos, tendo a seu cargo o ensino ministrados nas igrejas e nos mosteiros) e sociais
(prestava assistência aos doentes e aos pobres).
A partir do século VI, o movimento de renovação da Igreja partirá dos mosteiros Os mosteiros são os locais
em permanente crescimento. em que vivem, em comunidade,
A primeira ordem religiosa do Ocidente europeu foi a Ordem Beneditina, religiosos (monges), sob a
fundada pelo monge italiano S.Bento de Núrsia, no início do século VI.autoridade de um superior ou abade.
Segundo a regra beneditina, os monges deviam dedicar o seu tempo, de uma
forma equilibrada, à oração, ao estudo e também ao trabalho manual, incluindo,
se necessaário, o trabalho dos campos.Possuindo extensas propriedades bem cultivadas mas também escolas e
bibliotecas, os mosteiros tormaram-se centros de desenvolvimento económico e cultural.
No fim do século VI, um monge foi escolhido pela primeira vez como Papa. Foi Gregório Magno, o
Grande, o qual apoio o movimento monástico e, através dele, procurou reorganizar a Igreja.Por sua
iniciativa, não só é feita a missionação das zonas que continuavam pagãs. Dessa forma foram cristianizadas ,
em grande parte, a Grã-Bretanha pelo monge Agostinho e a Irlanda por S. Patrício, de onde, pouco tempo
depois, sairão os monges que vão evangelizar as regiões da Germânia situadas a leste do rio Reno, por S.
Bonifácio. O Cristianismo ultrapassa os limites do tradicional mundo romano e torna-se um fator de unidade
na Europa Ocidental.O chamado movimento monástico ou monaquismo iniciou-se logo nos primeiros
tempos do cristianismo.O termo monaquismo, bem como a palavra monge, derivam do grego monakhos
(solitário). De fato, os monges são aqueles que se isolam do mundo para se consagrarem ao serviço de Deus.
Alguns monges viviam individualmente esse isolamento (eram os eremitas), os outros (cenobitas)
organizavam-se a partir do século IV, em comunidades, nos mosteiros. Estas comunidades vivem segundo um
conjunto de normas, a regra, em que se estabelece o dia-a-dia dos monges.Uma regra pode ser a mesma para
um vasto número de mosteiros. Diz-se então que os monges desses mosteiros pertencem à mesma ordem
religiosa.
Por viverem de acordo com uma regra chama-se clero regular aos membros do clero que habitam nos
mosteiros. O clero que vive junto das populações chama-se clero secular.

Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam
grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.
AS GUERRAS NO FEUDALISMO
A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em
guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e
equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. A residência
dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.
EDUCAÇÃO e ARTES
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o
latim, doutrinas religiosas e tácticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso
aos livros. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam
passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à
população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente
influenciadas pela religião. Na arquitectura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais. Na escultura:
esculpiam estátuas de anjos, monstros e demónios.
Desvantagens do Feudalismo

 A má imprensa na actualidade teve no feudalismo (modelo da tirania dos poderosos sobre os pobres) é que
a produção agrícola em muitos casos era insuficiente para ser útil ao sistema, causando fome;
 A agricultura rudimentar da época e o sistema de agricultura ineficaz não permitia a acumulação de
reservas, se as colheitas falharem, o que aconteceu muitas vezes, a fome logo faz se sentir fortemente;
 E é que, enquanto os agricultores tinham a terra como parte do contracto feudal, sua primeira
responsabilidade era cuidar do gado e plantações de seu mestre. Se a tempestade ou um incêndio ameaçar-lhes, o
primeiro que terá de ser seguro era o do seu Senhor.
 Assim, o agricultor teve que lutar arduamente para produzir o suficiente para sustentar sua família e
também para garantir o alimento da nobreza e do clero, que não eram agricultores. Isso nem sempre foi bem-sucedido,
gerando a pobreza e a fome entre a população de base da sociedade.
Vantagens do Feudalismo:

 Mas não vejo no feudalismo medieval na Europa só a esta luz completamente negativo.
Para começar, a sensação de perda de liberdade era relativo, porque as comunidades da Idade Média na Europa foram
fechadas e viajar bastante deveria passar de uma comunidade fechada para o outro, como por estradas ruins e em
perigo constante de ataque;
 Além disso, se o feudalismo escravo impunha a obrigação de serviço prioritário para o seu mestre, ele
também impôs a obrigação de ajudar o empregado em tempos de necessidade e de guerra, que não era incomum;
 Felizmente, a autoridade do poder temporal da Igreja e do fenómeno das peregrinações permitiu alguma
liberdade de movimento de uma região para outra para fins religiosos (por exemplo, para viagens de penitência num
mosteiro ou catedral onde as relíquias são mantidos) e este foi o ponto de partida de uma nova sociedade em que o
movimento de pessoas, comerciais, novas ideias, etc. envelhecia. Este é o começo de uma sociedade que foi renovado
e actualizado (não esqueça o chamado " Revival românica "do século XI) até que a plenitude no século XII e XIII.

Causas da crise do feudalismo


A partir do século XII, ocorreram várias transformações na Europa que contribuíram para a crise do sistema
feudal:O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas;-O aumento da circulação das
moedas, principalmente nas cidades. Este factor desarticulou o sistema de trocas de mercadorias, característica
principal do feudalismo;-Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o êxodo rural (saída de pessoas
da zona rural em direcção às cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos por
oportunidades de trabalho nos centros urbanos; -As Cruzadas proporcionaram a volta do contacto da Europa
com o Oriente, quebrando o isolamento do sistema feudal;-O surgimento da burguesia, nova classe social que
dominava o comércio e que possuía alto poder económico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder
dos senhores feudais;-Com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis
passaram a contratar exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem, típico do
feudalismo;-No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores
feudais perderam poder económico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o capitalismo.
VOCABULÁRIOS

Domínio senhorial - Propriedade fundiária pertencente a um senhor nobre ou eclesiástico, também chamada de
senhorio; constituía a principal fonte do seu poder e dos seus rendimentos.
Dividia-se em duas áreas; a reserva e os mansos (ou casais, em Portugal).
Reserva -Parte do domínio senhorial diretamente explorada pelo senhor; constituíam-na as terras mais
férteis. Nele estavam instalados: a igreja, o celeiro, o lagar, o moinho, o forno e o solar do senhor.
Mansos -Parcelas em que estava dividido o senhorio; eram cultivados por camponeses em troca do
pagamento de tributos e da prestação de serviços ao senhor.
Servo -Camponês não livre que trabalhava a terra do seu senhor.
Feudo - Bem concedido em troca de serviços. A partir do século XI, passou a designar uma propriedade
fundiária concedida, a título hereditário, pelo Rei ou um grande senhor, a um vassalo.
Vassalo - Nobre que se colocava na dependência do soberano ou de um senhor mais poderoso (suserano)
em troca de proteção e da concessão de um benefício.
Prof.S.S.

Obs: Devem completar mais conhecimento com pesquisas nos livros de História do 7º Ano de escolaridade
e na internet.

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