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A Revolução Francesa foi um evento crucial na história mundial que ocorreu entre 1789
e 1799, inspirado em ideais iluministas contra a monarquia absolutista.
Este enorme ocorrido foi resultado direto da crise que a França vivia no final do século
XVIII. Viviam numa monarquia absoluta, onde o rei, Luís XVI, concentrava todos os
poderes em si. Era uma sociedade hierarquizada e estratificada, onde não existia
mobilidade social. Para além disso o país estava a enfrentar uma enorme crise financeira
e económica, devido essencialmente às despesas excessivas da monarquia, incluindo
gastos em guerras e luxos reais, os elevados impostos sobre a classe trabalhadora e uma
carga tributária desigual. A crise econômica na França aumentava a pressão,
principalmente, para as classes de baixo, uma vez que o custo de vida aumentou, a
oferta de empregos foi reduzida, e os impostos cobrados pela nobreza só aumentavam.
A situação, em si, já era o suficiente para levar os camponeses à fome, mas, em 1788 e
1789, o país ainda passou um inverno rigoroso, que prejudicou as colheitas e contribuiu
para que o alimento ficasse mais caro ainda.
Após isso, a 5 de Maio de 1789, o rei convocou os Estados Gerais, uma reunião criada na
França feudal, que era apenas convocada em momentos de emergência. Essa saída era
agradável para a aristocracia francesa, pois, nos moldes antigos do Estado Geral, o
Primeiro e Segundo Estados uniam-se contra o Terceiro Estado. Porém, este não estava
disposto a manter-se dentro dos moldes em que funcionava em tempos passados. Com
isso, foi proposto pelos representantes desse Estado uma alteração no voto. Passava
agora a ser um voto por cabeça, isto é, todos os membros dos Estados teriam direito ao
voto. Contudo, o rei francês não aceitou a proposta e, assim, o Terceiro Estado rompeu
com os Estados Gerais e fundou a Assembleia Nacional Constituinte, com o propósito
de redigir uma Constituição com o objetivo de causar várias mudanças na França,
tornando-a uma monarquia constitucional.
Depois disso, o processo de revolução espalhou-se pela França e estendeu-se pelos dez
anos seguintes, sendo somente encerrado quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder
do país por meio do Golpe de 18 de Brumário.
A Revolução Francesa pode ser dividida dentro do período das instituições políticas que
atuaram no país:
Trata-se do período inicial da Revolução Francesa, o qual foi marcado por grandes
transformações, por meio da redação de uma Constituição para a França e pela atuação
da Assembleia Legislativa.
Esse foi o período do Grande Medo, que ocorreu entre julho e agosto de 1789, e durante
o qual camponeses começaram a atacar aristocratas e as suas propriedades. Nesse
contexto de radicalização popular, a classe média e a burguesia francesa assumiram
posições conservadoras para controlar a ação do povo, como a abolição dos direitos
feudais que existiam na França. Mas nesse mesmo mês, foi convocada a redação da
Constituição e foi anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
A nobreza e o clero, por sua vez, começaram a fugir da França, refugiando-se nos
Estados vizinhos absolutistas. Essa nobreza também começou a planejar a contra
revolução, com o objetivo de reverter tudo que acontecia na França. Os Estados
absolutistas tentaram proteger igualmente o rei e a sua família, no entanto estes foram
apanhados a fugir e foram considerados traidores à nação.
No entanto outras permaneceram, como foi o caso dos critérios de género e de fortuna
que distinguiam a população, as mulheres continuavam excluídas da participação
política; os homens foram “divididos” em cidadãos ativos e cidadãos passivos e somente
os cidadãos ativos tinham direito ao voto – por isso diz-se que o sufrágio era censitário,
só podia exercer o voto quem pagasse uma determinada quantia em impostos ao
Estado.
→ Convenção
Com o decorrer e frieza da guerra, iniciou-se a fase mais radical e extremista. A França
ficou sob o controle dos jacobinos, sob a liderança de Robespierre que contavam com o
apoio popular, esse período, ficou conhecido como Terror. O nome faz referência à
intensa perseguição a todos aqueles que, aos olhos jacobinos, representavam uma
ameaça à revolução. Enquanto defendia a liberdade na teoria, na realidade censuravam
quem pensasse diferente. Nessa mesma fase, a obra da Convenção foi profundamente
ditatorial e repressiva, e os direitos individuais foram suspensos.
De toda forma, essa atuação radical dos jacobinos gerou uma natural reação dos grupos
conservadores da França. Assim, cansados do terror e do radicalismo, os girondinos
conspiraram e articularam, com o apoio da alta burguesia da França, um golpe contra os
jacobinos em 1794. Com esse golpe muitas medidas tomadas por eles foram revertidas, e
a liderança jacobina foi toda guilhotinada.
→ Diretório
O Diretório contava com cinco diretores e três cônsules, sendo o 1º Cônsul – Napoleão
Bonaparte; 2º e 3º Cônsules – função consultiva. O governo nomeava os juízes e
funcionários públicos, passaram a ter uma organização administrativa profissionalizada
e hierarquizada. Surgiu a criação do Banco de França; o fim das perseguições aos
republicanos radicais e aos monarquistas; a criação de liceus e uma legião de Honra.
A imagem de uma figura forte e autoritária surgiu como possibilidade de resolução dos
problemas franceses e disso nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general do exército
francês que liderava as tropas francesas contra as coalizões internacionais. Com isso,
Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento conhecido como Golpe
do 18 de Brumário, que aconteceu em 1799.
Com tudo isto, concluímos que a revolução Francesa estendeu-se por dez anos e, nesse
período, uma série de transformações aconteceu naquele país. As transformações
trazidas pela Revolução Francesa, porém, não se mantiveram apenas na França e
espalharam-se pelo mundo. Sendo elas: